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GLOBALIZAÇÃO
CULTURAL NUMA
CIDADE QUE SE
DESINTEGRA
Aula 7
PROFESSORA:
Maria Cecília Máximo Teodoro
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Crise das megacidades x crise
do conhecimento social
3 problemas inter-relacionados
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1.
SOCIÓLOGOS
VERSUS
ANTROPÓLOGOS
O sociólogo urbano estuda a cidade. O antropólogo urbano, na cidade. O
primeiro constrói os mapas de comportamentos a partir de censos e
estatísticas. O segundo faz trabalho prolongado de campo - leituras densas
de interação social.
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2.
INCOERÊNCIAS DE
BABEL
Imagem: https://www.meionorte.com/curiosidades/conheca-a-verdadeira-historia-da-torre-de-babel-296358
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◎ Em megacidades há outro problema: polifonia caótica de suas
vozes, espaço desmembrado e experiências disseminadas –
diluindo o sentido dos discursos globais.
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Estudos de Canclini sobre
consumo cultural da
Cidade do México (enquete
em 1500 residências):
◎ Baixo uso das instalações culturais
públicas (41,2% afirmaram que há mais de
1 ano não iam ao cinema; 62,5% que
gostavam de teatro não iam há 1 ano;
89,2% não iam a concertos; mais de 90%
não se interessava por eventos populares
ou festas locais dos bairros);
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◎ A maioria prefere ficar em casa durante a
semana (24,7% veem televisão, 16,3%
descansam/dormem ou se ocupam de tarefas
domésticas);
◎ Nos finais de semana, retiram-se na vida do
lar (20,5% saem da cidade, buscando contato
com a natureza, evitando a vida hostil da
cidade – que desestimula os usos recreativos
e culturais);
◎ Audiência da cultura a domicílio: 95% da
população assistia à televisão, 87% escutava
rádio, 52% videocassetes.
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◎ Portanto, as massas vão pouco a espetáculos
(em instalações públicas – cinemas, teatros,
salões de dança), aumentando-se a audiência
da cultura a domicílio (rádio, televisão e
vídeo).
◎ Nos finais de semana, retiram-se na vida do
lar (20,5% saem da cidade, buscando contato
com a natureza, evitando a vida hostil da
cidade – que desestimula os usos recreativos
e culturais);
◎ Há outros problemas: como as desigualdades
econômicas e educacionais, concentração
das ofertas culturais em áreas nobres
(urbanização irracional e especulativa).
Aliado a isso, tem-se a eficácia comunicativa
das redes tecnológicas – que diagramam os
novos vínculos invisíveis da cidade.; 10
Festival da Cidade do México
◎ Ao fazer uma pesquisa de campo (em 1990)
num festival de quase 200 mil pessoas, notou
que a maioria era constituída de estudantes
(20,91%), funcionários (19,90%), profissionais
(17,78%) e trabalhadores ligados à arte
(14,18%). Operários apenas 2,14%, artesãos
1,37% e aposentados/desempregados 1%.
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◎ As enquetes também ◎ A cidade é um quebra- ◎ Há poucos consensos
apontam para uma cabeça desmontado – o advindos de movimentos
heterogeneidade dos que se vê até pelo extraordinários (ecologia,
espectadores e setores. movimentos populares terremoto etc.), ou alguns
urbanos (uns guiados poucos partidos políticos, que
◎ A maioria sabia apenas
pelo local onde moram, buscam novas formas de
do que lhe interessava,
outros pelos interesses integração (revalorização de
sem saber que aquilo
do comércio que bairros, centros históricos).
fazia partes de um
festival (mesmo participam, etc.). Cada ◎ Esses defendem uma tentativa
eventos com público um defende seus de manter o sentido da cidade
mais bem informado – interesses sem se como expressão da sociedade
com alto grau de preocupar com o local e como resistência aos
escolaridade). contexto global da efeitos do mercado
cidade. internacional.
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◎ Mas há quem defenda que a
desorganização das grandes
cidades e a crise das formas
partidárias de representação
política fazem prevalecer
reações individualistas ou
corporativistas
(corporativismos familiares,
corporativismos de bairros,
associações cívicas).
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3.
GLOCALIZE:
O LOCAL
GLOBALIZADO
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GLOCALIZE:
O LOCAL GLOBALIZADO
Mas há problemas
Existe uma cidade
comuns, que
A maioria se globalizada, que
demandam a
recolhe ao seu se conecta com as
integração, como a
entorno imediato e redes mundiais de
poluição, trânsito,
quer esquecer o economia,
mercado (disputa
macrourbano. finanças e
nacional e
comunicações.
internacional).
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GLOCALIZE:
O LOCAL GLOBALIZADO
Glocalize é um
Mas também é visto em
neologismo japonês Isso é bem observado
outros locais que
que alude ao novo em concentrações possuem capacidade de
esquema urbanas (de alto concentrar a acumulação
“empresário-mundo”, poder econômico), financeira e as
que articula (em sua como Nova Iorque, inovações no consumo.
cultura) informação, Londres, Tóquio – Ou seja, processos
crenças e rituais que combinam informais e financeiros
têm redefinido melhor a
procedentes do local, dispersão especial e
urbanização e a
nacional e integração global. polarização de cidades.
internacional.
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GLOCALIZE:
O LOCAL GLOBALIZADO
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CULTURA CONSUMISTA
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Antropologia do Consumo
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Por que o papel higiênico está se esgotando
no mundo com o coronavírus?
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O papel higiênico, está sendo o principal
produto da crise do Covid-19 e os
especialistas em marketing apontam que uma
prateleira vazia desencadeia a euforia
consumista.
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Por Steve Cutts
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Quem precisa de mim?
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4.
CIDADE
SEM MAPA
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◎ É preciso buscar entender as novas formas de identidade que se
organizam nas redes imateriais (nos processos de transmissão de
conhecimento, nos laços difusos do comércio, nos ritos ligados à
comunicação transnacional).
◎ Há que se reconhecer um multiculturalismo constitutivo da
cidade.
◎ A antropologia deve entender os problemas atuais decorrentes
da velocidade da informação transnacional em conflito com a
lentidão do território próprio (e sua coexistência), bem como as
novas formas de racismo e exclusão advindas da maior
comunicação e racionalidade da globalização.
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A questão é saber como atingir um
multiculturalismo democrático e
inteligente.
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5.
DETETIVES OU
PSICANALISTAS
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◎ O antropólogo deve, agora, considerar as práticas múltiplas que
transformam a cidade.
◎ É preciso analisar objetivamente, mas também considerar as
experiências subjetivas.
◎ Numa época globalizadora, a cidade não se constitui apenas do
que acontece em seu território.
◎ É preciso contrastar discursos, fatos sociais e experiências dos
sujeitos que os enunciam.
◎ Necessário adotar uma antropologia pós-empirista e pós-
hermenêutica.
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◎ Não se pode supor a verdade nos fatos trazidos por enquetes e
trabalhos de campo. Também não basta a confrontação de fatos
(dados) e discursos.
◎ Antropólogo deve parecer menos com o detetive do que com o
psicanalista. Ou seja, deve considerar o que se passa no íntimo
do sujeito (até mesmo sobre o que ele acha que é verdade ou não
– independentemente de ser de fato ou não). Fatos e discursos
estão no imaginário de quem os relata e isso deve ser
considerado.
◎ O que ocorre na cidade não pode ser estudado de forma isolada
por nenhuma disciplina. A análise tem que ser multidisciplinar.
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◎ Tudo isso demonstra a dificuldade de se estudar e entender as
cidades. Algumas questões ficam sem resposta. Mas, ainda
assim, algumas questões saltam aos olhos, como as catástrofes
das cidades latino-americanas (em comparação com as
europeias) – pela poluição, inundações, desabamentos, pobreza,
qualidade de vida, violências sistemática (cidades como
Santiago do Chile e México, Bogotá e Carácas, Buenos Aires, Lima
e São Paulo).
◎ Isso nos leva a ter cautela sobre a disseminação da
multipolaridade, baseada numa vida mais livre (baseadas na
autogestão e na pluralidade descentrada). Cidades, como as
citadas, diferentemente das europeias, necessitam de mais
descentralização e mais planejamento, mais sociedade civil e
mais Estado. 32
◎ Isso em razão da explosão demográfica, invasão popular e
especulativa do solo (sem formas democráticas de
representação ou administração do solo).
◎ Multidisciplinariedade se faz necessária (antropologia,
sociologia, comunicação, psicanálise).
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Lugares onde opera o capitalismo
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Agradecimento!
Alex Dylan
e
Camila Jorge
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Referências
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