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Comunicação de massa

PROF. ME. LUCIANA UHREN


Eventos que dão origem à comunicação
de massa
O desenvolvimento comercial entre os séculos XV e
XVIII criou espaço para mercadores locais e
itinerantes, possibilitou o aparecimento de uma
classe média e de novos comportamentos, entre
eles, o interesse por notícias.
Prensa de tipos móveis de Gutenberg
(1450 – séc. XV)
Criação da prensa atendeu uma necessidade
mercadológica:
1. Ampliação das universidades;
2. Criação de jornais
3. Circulação de notícias sobre rotas comerciais.
No século XVII desenvolveram-se:
Imprensa oficial,
Imprensa de serviços,
Propaganda e os anúncios.
Revolução industrial (1820-1840)
Condições sociais
Crescimento urbano (migração do campo para as cidades) e da malha ferroviária (necessária
para expansão territorial e transporte de mercadorias);
Desenvolvimento de diferentes atividades profissionais (ferroviários, comerciários, bancários
e carteiros);
Consolidação de novos tipos sociais: os administradores do capital (comerciantes, industriais
e banqueiros), os operários urbanos e trabalhadores rurais na outra extremidade, e da classe
média, oriundos das novas atividades profissionais;
Universalização da educação e o consequente aumento de leitores;
Concentração de capital, o desenvolvimento de grandes empresas e a criação de instituições
bancárias organizadas de forma mais profissional.
Invenções fundamentais
Telefone (primeira metade do século XIX);
Fonógrafo (1876);
Válvula eletrônica (1907).
Comunicação de massa
“[...] diferencia-se das anteriores pelas seguintes e principais
características: é dirigida a audiências relativamente grandes,
heterogêneas e anônimas; as mensagens são transmitidas
publicamente, na maior parte das vezes programadas para
atingir simultaneamente a maioria dos membros da audiência, e
tem caráter transitório; o comunicador tende a operar dentro de
uma organização complexa que pode envolver grandes
despesas.”

(PAVARINO, 2013, p. 97)


Comunicação de massa
Submete as demais culturas a um projeto comum e homogêneo;
Ligada intrinsecamente ao poder econômico do capital industrial e financeiro;
Os valores apreciados socialmente passam a ser apenas os compartilhados
pela massa;
O juízo de valor a respeito de algo deixou de ser “baixa qualidade” para “isso
não vende mais”;
Diferenciação entre “popular” (ou seja, o produto de expressão genuína da
cultura popular) que não seja popularizado (“que não venda bem”, na indústria
cultural) e o “popularizado” que não seja popular (vende bem, mas é de origem
elitista).
Cultura popular
Cultura popularizada
Exercícios
1) A comunicação contemporânea deve conjugar razão e subjetividade
cultural, modernidade e tradição. É importante colocar a razão, a economia,
os mercados e a ciência de um lado, e as identidades, as paixões e os valores
culturais de outro. O grande questionamento é como a comunicação irá
conciliar esses paradigmas, com base em suas características, abrangência e
diversidade. Acerca desse assunto, julgue os itens a seguir.

Os meios de comunicação de massa constituem apenas uma pequena parte


da indústria da informação, que é cada vez menos dependente das
ferramentas de distribuição da Internet para entregar seus produtos.

( ) Certo ( ) Errado
2) Leia o texto a seguir:
“A imprensa, o rádio, a televisão, o cinema são indústrias ultraligeiras. Ligeiras pelo aparelhamento produtor, são
ultraligeiras pela mercadoria produzida: esta fica gravada sobre a folha do jornal, sobre a película cinematográfica, voa
sobre as ondas e, no momento do consumo, torna-se impalpável, uma vez que esse consumo é psíquico. Entretanto, essa
indústria ultraligeira está organizada segundo o modelo da indústria de maior concentração técnica e econômica. No
quadro privado, alguns grandes grupos de imprensa, algumas grandes cadeias de rádio e televisão, algumas sociedades
cinematográficas concentram em seu poder o aparelhamento (rotativas, estúdios) e dominam as comunicações de massa.
No quadro público, é o Estado que assegura a concentração”. (MORIN, Edgard. A indústria cultural. In: FORACCHI, Marialice Mencarini;
MARTINS, José de Souza (Orgs.). Sociologia e Sociedade: leituras de introdução à Sociologia. Rio de Janeiro: Livros Técnicos e Científicos, 1977, p. 300).

Tendo como referência o texto e seus conhecimentos sobre a indústria cultural, analise as proposições a seguir.

A) A indústria cultural consegue conjugar organização burocrática, que visa à produção padronizada e em larga escala de
seus produtos, com individualização e novidade desejadas pelos consumidores.
B) A produção cultural de massa procura transformar a cultura em mercadoria, nivelando os valores e os padrões estéticos
de boa parte dos consumidores.
C) Na indústria cultural, há um equilíbrio entre interesses econômicos, domínio da técnica,
organização burocrática e exercício da criatividade.
D) d A indústria cultural, diferentemente de outros ramos da produção industrial, não visa ao lucro. Seus produtos são
comercializados a preço de custo, e seu consumidor não é tratado como “cliente”, mas sim como fã ou colecionador.
E) O ritmo ligeiro da indústria cultural tem como resultado a produção em série, de baixo custo e possível de ser acessada
por boa parte da população.
3) As charges permitem que se faça uma abordagem ao mesmo tempo
crítica e irônica dos meios de comunicação de massa e da vida nas cidades
no período atual. Dentre os assuntos que podem ser diretamente associados
aos problemas abordados pelas charges estão:
a) o cumprimento pelos meios de comunicação de seu papel de noticiar o
real cotidiano das cidades e o fortalecimento da segurança pública em
detrimento da privada.
b) o papel da mídia na propagação da sensação de insegurança junto à
população e o surgimento de atividades, produtos e serviços vinculados à
segurança privada.
c) a influência restrita dos meios de comunicação sobre o cotidiano das
cidades e a produção de um novo urbanismo expresso na valorização dos
espaços públicos.
d) a influência passiva da mídia sobre o comportamento e a vida das pessoas
nas cidades e a regressão de produtos, serviços e atividades ligadas à
segurança privada.
e) a difusão de informações sensacionalistas pela mídia e a intensificação da
convivência entre pessoas na cidade.
4) Não somente os tipos das canções de sucesso, os astros, as novelas ressurgem ciclicamente como invariantes fixos,
mas o conteúdo específico do espetáculo só varia na aparência. O fracasso temporário do herói, que ele sabe suportar
como bom esportista que é; a boa palmada que a namorada recebe da mão forte do astro, são, como todos os detalhes,
clichês prontos para serem empregados arbitrariamente aqui e ali e completamente definidos pela finalidade que lhes
cabe no esquema. Desde o começo do filme já se sabe como ele termina, quem é recompensado, e, ao escutar a música
ligeira, o ouvido treinado é perfeitamente capaz, desde os primeiros compassos, de adivinhar o desenvolvimento do
tema e sente-se feliz quando ele tem lugar como previsto. O número médio de palavras é algo em que não se pode
mexer. Sua produção é administrada por especialistas, e sua pequena diversidade permite reparti-las facilmente no
escritório. (Theodor W. Adorno e Max Horkheimer. “A indústria cultural como mistificação das massas”. In: Dialética do esclarecimento, 1947.
Adaptado.)

O tema abordado pelo texto refere-se:


a) ao conteúdo intelectualmente complexo das produções culturais de massa.
b) à hegemonia da cultura americana nos meios de comunicação de massa.
c) ao monopólio da informação e da cultura por ministérios estatais.
d) ao aspecto positivo da democratização da cultura na sociedade de consumo.
e) aos procedimentos de transformação da cultura em meio de entretenimento.
Referências
PAVARINO, R. N. Panorama histórico-conceitual da publicidade. Tese. (Doutorado em
Comunicação, 164f). Universidade de Brasília. Faculdade de Comunicação. Brasília, 2013.
Disponível em:
<http://repositorio.unb.br/bitstream/10482/13328/1/2013_RosanaNantesPavarino.pdf>.
Acesso em: 16 ago. 2017.

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