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DOSAGEM DO CONCRETO

1. Cálculo da Resistência do concreto aos 28 dias (fc28) 5. Cálculo do teor de agregado total (M)

A partir da equação: fc28 = fck + 1,65 Sd O Volume de cada material é o quociente de sua massa pela
respectiva massa específica. O total dos volumes dos materiais é
Sd = 4,0 MPa (controle rigoroso) igual a 1 m3 ou 1.000 litros.
Sd = 5,5 Mpa (controle razoável)
Sd = 7,0 Mpa (controle regular) Sendo:

c = teor de cimento (kg)


2. Cálculo da quantidade de água (a) gc = massa específica do cimento (kg/l)
(pode-se adotar gc = 3,1 Kg/l)
A quantidade de água necessária (a), expressa em litros, depende M = teor de agregado total (kg)
do abatimento pretendido e do diâmetro máximo do agregado, como gm = massa específica média dos agregados (kg/l)
mostra a tabela abaixo: a = teor de água (l)

y Dmax (mm) Tem-se: c + M + a = 1.000


(mm) 9,5 19 25 38 gc gm
10 183 162 154 143
20 196 173 165 153 Portanto: M = (1.000 – c – a) . gm
30 204 180 172 159 gc
40 210 186 177 164
50 215 190 181 167
6. Cálculo do teor de agregado miúdo (M1) e graúdo (M2)
60 219 193 184 171
80 225 199 189 176
100 230 203 194 180
A partir de observações experimentais, obtiveram-se parâmetros
120 235 207 197 183 que permitem estabelecer a proporção entre agregado miúdo e
150 240 212 202 187 graúdo no concreto. Serão apresentados os critérios mais usados.
180 244 216 205 190
a) Teor de argamassa seca (as)

3. Cálculo da relação água/cimento (x)


M1 = as.(c + M) – c
Deve prevalecer a menor relação a/c dentre os dois critérios a
seguir: M2 = M – M1

a) Pelo critério da resistência O teor de as situa-se, em geral, entre 45% e 55%.


(Aumenta-se as à medida que a quantidade de cimento diminui)
Pode ser utilizada a seguinte equação: (valor mais usual: as = 50%)

x = A’ .
(fc28 + B’) b) Relação agregado miúdo / agregado total (am)

A’ e B’ são constantes que dependem do cimento: M1 = am . M

Classe do cimento A’ B’ M2 = M – M1
25 17 9
32 21 11 O teor de am situa-se, em geral, entre 34% e 42%.
40 26 14 (Aumenta-se am quando se deseja concretos mais coesos para
melhor acabamento)
Podem ser utilizadas curvas médias de correlação entre resistência (valor mais usual: am = 40%)
e relação a/c, de acordo com os tipos e classes do cimento.

b) Pelo critério da durabilidade c) Teor real de argamassa (ar)

Escolha a a/c de acordo com o tipo da peça e a condição de


exposição: gconcreto = massa específica do concreto Kg/m3

Condição de
Tipo de peça exposição M2 = (1– ar). gconcreto
Comum Ambiente
Agressivo M1 = M – M2
Delgada 0,45 0,40
Comum 0,50 0,45 O teor de ar situa-se, em geral, entre 55% e 60%.
(Aumenta-se ar quando se deseja concretos mais ricos em
argamassa)
4. Cálculo do teor de cimento (c) (valor mais usual: ar = 60%)

O teor de cimento, em kg, é calculado a partir do teor de água e da Obs. Devem ser adotados os valores intermediários de M1 e M2
relação a/c:
c = a .
x
7. Correção das massas dos agregados (M1’ e M2’) 11. Proporção em volume (3° RESULTADO)

Os teores de agregados calculados anteriormente foram obtidos a Antes de calcular a proporção em volume é necessário calcular o
partir de uma massa específica média (gm). No entanto, é volume dos materiais. Este cálculo é feito a partir das massas dos
necessária uma correção para que não resultem diferenças de materiais e suas respectivas massas unitárias. Os parâmetros
volume. necessários para esse cálculo são:

Assim, sendo, g1 e g2, respectivamente as massas específicas dos dc = massa unitária do cimento
agregados miúdo e graúdo, as sua massas corrigidas são: d1 = massa unitária do agregado miúdo
d2 = massa unitária do agregado graúdo
M1’ = M1.g1 M2’ = M2 . g2
gm gm Sendo:

vc = c/dc
8. Correção devido à umidade do agregado (Mh1’ e a’) v1 = Mh1’/d1
v2 = M2’/d2
Como o agregado em geral se apresenta úmido, a quantidade de va = a’
água livre trazida pela umidade deve ser considerada. Sendo o teor
de umidade sempre expresso em função da massa de material vc : v1 : v2 : va .
seco, tem-se: vc vc vc vc
Mh’ = M’ + M’ . h
1 : n1 : n2 : na
h = teor de umidade
Mh’ = massa úmida
M’ = massa seca
12. Cálculo da PADIOLA
Como na maioria das vezes considera-se apenas a umidade
presente no agregado miúdo:
A partir das proporções em volume 1 : n1 : n2 : na , chegamos nas
proporções da padiola.
Mh1’ = M1’ (1 + h)
Utilizamos como referência 1 SACO DE CIMENTO (35 litros) para
A umidade do agregado graúdo é desprezível
cálculos de volume do agregado miúdo e graúdo.
A diferença de quantidade de agregados úmidos para as
Pode ser adotado um caixote feito com tábua mista de 30 cm de
quantidades de material seco é a própria quantidade de água.
largura e 2,5 cm de espessura.
a' = a – (Mh1’ – M1’)
O comprimento da padiola do agregado miúdo e da padiola do
agregado graúdo é calculado em função do volume desejado.
a’ = teor de água corrigido (litros)
Ao final, detalhe as padiolas de agrega. miúdo e
9. Teores em massa por m3 de concreto (1º RESULTADO) agregado graúdo, indicando o número de viagens.
Ex:
Cimento: c (kg) Areia: 2 viagens
Agregado miúdo: Mh1’ (kg)
Agregado graúdo: M2’ (kg)
Água: a’ (l)

10. Proporção em massa (2° RESULTADO)

O traço em proporção em massa é obtido pelos quocientes entre as Brita: 3 viagens


diversas quantidades (massa) e a quantidade de cimento (massa).
Considere para este cálculo os materiais secos.

c : M1’ : M2’ : a .
c c c c

1 : m1 : m2 : x

ATENÇÃO: Durante o preparo, pequenas quantidades de água poderão ser acrescentadas ou


retiradas do traço. Esse ajuste na quantidade de água deve ser feito observando-se a consistência
requerida do concreto (slump). O engenheiro deve acompanhar esse procedimento. Logo após a
mistura, o ensaio de Slump Test deve ser realizado para confirmar o abatimento desejado. Esse
ajuste é necessário pelas variações ambientais no momento da mistura (umidade dos agregados,
temperatura e umidade do ar).

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