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RESUMO
ABSTRACT
This study adopted a qualitative and descriptive approach, using qualitative research
as the investigative method. The sample consisted of 2 managers from a family-
owned agribusiness located in Xanxerê. The sample selection was by convenience,
including family-owned businesses with management between parent and child in
leadership positions. Data collection was conducted through in-person semi-
structured interviews, and data analysis highlighted experiences related to
management in family businesses, including demands, values, and multiple
organizational roles. The general objective was to understand organizational values
and the diverse roles played in managing a family business. The results emphasize
the complexity and importance of these aspects in the dynamics of family
businesses, contributing to a deeper understanding of this subject.
3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
racionais para tomar decisões, se não a empresa vai à falência." Ela ressalta a
necessidade de manter a racionalidade diante dos desafios empresariais, mesmo
nos momentos em que a família se reúne informalmente.
Por outro lado, o filho da família Oliveira expressa uma crença sólida na
hierarquia e no respeito ao papel dos donos da empresa, mesmo que discordem de
suas decisões: “[...] "Eu estou aqui para resolver os problemas deles. A palavra final
tem que ser deles, estando certo ou errado”. Essa visão demonstra a importância de
estabelecer um equilíbrio entre as diferentes opiniões dentro da família para garantir
uma gestão que atenda aos interesses coletivos. Segundo Maia (2009) reflete na
importância de respeitar essa estrutura de decisão, mesmo quando há discordância,
uma perspectiva discutida por no contexto da empresa familiar.
Sobre o mesmo questionamento a reflexão dos pais ilustram a complexidade
das empresas familiares, em relação ao gerenciamento dos múltiplos papéis, onde
questões pessoais e profissionais estão intrinsecamente entrelaçadas. O pai da
familia Santos fala que: “[...] assim como a empresa vai para casa, infelizmente isso
acontece, somos as mesmas pessoas, não tem como desligar uma coisa e ligar a
outra. Mas tento sempre ao máximo aproveitar minha família." O pai ilustra a
interconexão entre problemas familiares e empresariais, ressaltando a dificuldade de
separá-los. Conforme discute Lansberg (1999), essa relação reflete a teoria dos
sistemas, onde os papéis familiares afetam a dinâmica empresarial.
Sobre o mesmo questionamento, argumenta o pai da família Oliveira: “[...] Eu
não consigo, e eu não acredito que as pessoas dizem que não misturam. Como ser
humano, eu não tenho um botão que liga a família ou desliga a família. Eu acho que
isso é utopia”. Essa fala destaca a interdependência entre problemas familiares e
empresariais, desafiando a separação total entre as esferas pessoal e profissional,
ressaltando a conexão intrínseca entre família e empresa, abordada porTagiuri e
Davis (1996), especificamente em relação a sobreposição de papéis e a influência
da família na gestão do negocio familiar, onde as responsabilidades e expectativas
se entrelaçam, dificultando a separação completa.
Na entrevista com os filhos sobre sua participação na empresa e a
administração dos papéis, o filho da família Oliveira aborda sua transição e
integração na dinâmica da empresa familiar. Ele destaca a evolução de seus papéis,
passando de filho a gestor, iniciando como funcionário e tratando os familiares como
colegas de trabalho, demonstrando o desejo de evitar destaque ou tratamento
especial por ser filho dos proprietários. Essa perspectiva é vista na seguinte fala:
" [...] e tudo que eu tenho hoje dentro da empresa fui eu que
conquistei. Hoje, se conquistei, por quê? Porque eu sou o primeiro a
chegar na empresa. Eu sou o último a sair. Hoje, eu trabalho no
escritório, mas se precisar ir pra dentro da fábrica trabalhar, eu vou
trabalhar, se precisar ir pra obra, montar, eu vou montar...".
Essa perspectiva adere à visão de que as posições devem ser conquistadas
por mérito e esforço individual, alinhando-se à abordagem de Tagiuri e Davis (1996)
sobre a importância de uma gestão profissional e justa na empresa familiar.
A filha da família Santos destaca a necessidade de evoluir e sair da zona de
conforto na empresa familiar, revelando inquietação sobre sua inclusão e as
mudanças nos papéis de filha e gestora.: “[...] Eu sou muito do fazer. Eu assumo, eu
resolvo. Entende? Tem não sei. Isso é uma coisa assim, é o medo de eu sair da tua
zona de conforto. Ela expressa sua preocupação em deixar o operacional e teme
estagnar. Segundo Tagiuri e Davis (1996) o individuo reflete a ansiedade em evoluir
nas responsabilidades e isso evidencia um desafio comum em empresas familiares.
Quando questionado aos pais sobre a inclusão dos filhos na empresa e a
adoção de políticas tanto organizacionais quanto familiares. O pai da família Santos
enfatiza a abordagem de integração das filhas como colaboradoras, baseada em
méritos e progressão de cargos. Esse método segue a premissa de tratar os
membros familiares na empresa conforme suas competências, alinhado com a visão
de autores como Tagiuri e Davis (1996). Ja o pai da família Santos destaca que as
filhas trouxeram uma nova perspectiva à empresa, influenciando a comunicação
com os colaboradores, como menciona: "[...] elas trouxeram uma nova percepção
também de como eu deveria conversar [...]". As filhas contribuíram para a evolução
das políticas e da dinâmica organizacional e familiar, alinhadas a essa visão.
Conforme enfatizado por Collette (2021), essa mudança ilustra o impacto positivo da
entrada de novos membros na empresa familiar, corroborando a importância da
coesão e do propósito compartilhado,
O pai da família Oliveira ressalta o envolvimento gradual do filho na empresa
desde os doze ou treze anos: "[...] ele assumiu e tá assumindo até os dias de hoje".
Apesar do filho seguir uma carreira diferente, o pai expressa satisfação com seu
sucesso profissional: “[...] hoje ele é funcionário público e e graças a Deus ele ele
também está tendo sucesso na parte profissional dele. E isso pra mim é uma alegria
isso me traz satisfação”. Destaca-se a valorização do sucesso individual dos filhos,
mesmo se não estiverem diretamente na empresa. Destacam Tagiuri e Davis, (1996)
a importância desse processo gradual de transição e integração, permitindo que os
membros mais jovens comecem com tarefas simples e evoluam para papéis mais
significativos com o tempo, sendo crucial para assegurar a continuidade bem-
sucedida da empresa familiar ao longo das gerações.
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERENCIAL BIBLIOGRÁFICO
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MAIA, Tatiane Silva Tavares. Gestão de pessoas: particularidades de empresas
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24 abr. 2023.