Lei no 6.

015/1973
em que tenham sido trasladados os manda‑ 16) dos empréstimos por obrigações ao porta‑ 39) da constituição do direito de superfície de
tos de origem estrangeira, a que tenham de dor ou debêntures, inclusive as conversí‑ imóvel urbano;
reportar‑se. veis em ações; c Item 39 acrescido pela Lei no 10.257, de 10-7-2001.
17) das incorporações, instituições e conven‑ c A alteração que seria introduzida no item 39 pela
CAPÍTULO V
ções de condomínio; Lei no 13.465, de 11-7-2017, foi vetada, razão pela
DO CANCELAMENTO 18) dos contratos de promessa de venda, qual mantivemos a sua redação.
Art. 164. O cancelamento poderá ser feito em cessão ou promessa de cessão de uni- 40) do contrato de concessão de direito real
virtude de sentença ou de documento autên‑ dades autônomas condominiais e de de uso de imóvel público;
tico de quitação ou de exoneração do título promessa de permuta, a que se refere a c Item 40 com a redação dada pela MP no 2.220, de
registrado. Lei no 4.591, de 16 de dezembro de 1964, 4-9-2001, que até o encerramento desta edição
quando a incorporação ou a instituição não havia sido convertida em Lei.
Art. 165. Apresentado qualquer dos docu‑ de condomínio se formalizar na vigência
mentos referidos no artigo anterior, o oficial 41) da legitimação de posse;
desta Lei; Item 41 acrescido pela Lei no 11.977, de 7-7-2009.
certificará, na coluna das averbações do livro c
respectivo, o cancelamento e a razão dele, c Item 18 com a redação dada pela Lei n o 14.382, de
27-6-2022. 42) da conversão da legitimação de posse em
mencionando‑se o documento que o auto‑ propriedade, prevista no art. 60 da Lei
rizou, datando e assinando a certidão, de 19) dos loteamentos urbanos e rurais; no 11.977, de 7 de julho de 2009;
tudo fazendo referência nas anotações do 20) dos contratos de promessa de compra e c Item 42 com a redação dada pela Lei n o 12.424,
protocolo. venda de terrenos loteados em conformi‑ de 16-6-2011 (DOU de 17-6-2011 e republicada no
dade com o Decreto‑Lei n o 58, de 10 de DOU de 20-6-2011).
Parágrafo único. Quando não for suficiente dezembro de 1937, e respectiva cessão e
o espaço da coluna das averbações, será fei‑ promessa de cessão, quando o loteamen‑ 43) da Certidão de Regularização Fundiária
to novo registro, com referência recíproca, na to se formalizar na vigência desta Lei; (CRF);
coluna própria. c Itens 19 e 20 acrescidos pela Lei n o 10.257, de
c Item 43 acrescido pela Lei no 13.465, de 11-7-2017.
Art. 166. Os requerimentos de cancelamento 10-7-2001. 44) da legitimação fundiária;
serão arquivados com os documentos que os 21) das citações de ações reais ou pessoais 45) do contrato de pagamento por serviços
instruírem. reipersecutórias, relativas a imóveis; ambientais, quando este estipular obri-
22) Revogado. Lei no 6.850, de 12-11-1980; gações de natureza propter rem; e
TÍTULO V – DO REGISTRO DE IMÓVEIS 23) dos julgados e atos jurídicos entre vivos Itens 44 e 45 com a redação dada pela Lei

LEGISLAÇÃO COMPLEMENTAR
c
que dividirem imóveis ou os demarcarem no 14.382, de 27-6-2022.
CAPÍTULO I inclusive nos casos de incorporação que 46) do ato de tombamento definitivo, sem
DAS ATRIBUIÇÕES resultarem em constituição de condomí‑ conteúdo financeiro;
Art. 167. No registro de imóveis, além da ma‑ nio e atribuírem uma ou mais unidades c Item 46 acrescido pela Lei no 14.382, de 27-6-2022.
trícula, serão feitos: aos incorporadores;
24) das sentenças que nos inventários, arro‑ 47) do patrimônio rural em afetação em
c Art. 21 da Lei no 9.393, de 19-12-1996, que dispõe garantia.
sobre o ITR, sobre o pagamento da dívida represen- lamentos e partilhas adjudicarem bens
de raiz em pagamento das dívidas da c Item acrescido pela Lei no 14.421, de 20-7-2022.
tada por TDA.
herança; II – a averbação:
I – o registro: 25) dos atos de entrega de legados de imó‑
c O art. 168 desta Lei fundiu, sob a denominação “re-
1) das convenções antenupciais e do regime
veis, dos formais de partilha e das sen‑ de bens diverso do legal, nos registros
gistro”, as expressões “inscrição” e “transcrição”. tenças de adjudicação em inventário ou referentes a imóveis ou a direitos reais
1) da instituição de bem de família; arrolamento quando não houver partilha; pertencentes a qualquer dos cônjuges,
2) das hipotecas legais, judiciais e convencio‑ 26) da arrematação e da adjudicação em hasta inclusive os adquiridos posteriormente ao
nais; pública; casamento;
3) dos contratos de locação de prédios, nos 27) do dote; 2) por cancelamento, da extinção dos ônus e
quais tenha sido consignada cláusula de 28) das sentenças declaratórias de usucapião; direitos reais;
vigência no caso de alienação da coisa c Item 28 com a redação dada pela MP no 2.220, de 3) dos contratos de promessa de compra e
locada; 4-9-2001, que até o encerramento desta edição
não havia sido convertida em Lei. venda, das cessões e das promessas de
c Art. 27, caput, da Lei no 8.245, de 18-10-1991 (Lei cessão a que alude o Decreto‑Lei no 58, de
das Locações). 29) da compra e venda pura e da condicional; 10 de dezembro de 1937, quando o lotea‑
30) da permuta e da promessa de permuta; mento se tiver formalizado anteriormente
4) do penhor de máquinas e de aparelhos
c Item 30 com a redação dada pela Lei n o 14.382, de à vigência desta Lei;
utilizados na indústria, instalados e em 27-6-2022.
funcionamento, com os respectivos per‑ 4) da mudança de denominação e de nu‑
tences ou sem eles; 31) da dação em pagamento; meração dos prédios, da edificação, da
32) da transferência de imóvel a sociedade, reconstrução, da demolição, do desmem‑
5) das penhoras, arrestos e sequestros de
quando integrar quota social; bramento e do loteamento de imóveis;
imóveis; 33) da doação entre vivos;
6) das servidões em geral; 5) da alteração do nome por casamento ou
34) da desapropriação amigável e das senten‑ por desquite, ou, ainda, de outras circuns‑
7) do usufruto e do uso sobre imóveis e da ças que, em processo de desapropriação, tâncias que, de qualquer modo, tenham
habitação, quando não resultarem do di‑ fixarem o valor da indenização; influência no registro ou nas pessoas nele
reito de família; 35) da alienação fiduciária em garantia de coi‑ interessadas;
8) das rendas constituídas sobre imóveis ou sa imóvel; 6) dos atos pertinentes a unidades autô‑
a eles vinculadas por disposição de última c Item 35 acrescido pela Lei no 9.514, de 20-11-1997. nomas condominiais a que alude a Lei
vontade; n o 4.591, de 16 de dezembro de 1964,
9) dos contratos de compromisso de compra 36) da imissão provisória na posse, quando
concedida à União, aos Estados, ao Dis‑ quando a incorporação tiver sido formali‑
e venda, de cessão deste e de promessa de zada anteriormente à vigência desta Lei;
trito Federal, aos Municípios ou às suas
cessão, com ou sem cláusula de arrepen‑ 7) das cédulas hipotecárias;
entidades delegadas, e respectiva cessão
dimento, que tenham por objeto imóveis e promessa de cessão; 8) da caução e da cessão fiduciária de direi-
não loteados e cujo preço tenha sido pago tos reais relativos a imóveis;
c Item 36 com a redação dada pela Lei n o 12.424,
no ato de sua celebração, ou deva sê‑lo a de 16-6-2011 (DOU de 17-6-2011 e republicada no c Item 8 com a redação dada pela Lei no 14.382, de
prazo, de uma só vez ou em prestações; DOU de 20-6-2011). 27-6-2022.
10) da enfiteuse; 37) dos termos administrativos ou das sen‑ 9) das sentenças de separação de dote;
11) da anticrese; tenças declaratórias da concessão de uso 10) do restabelecimento da sociedade
12) das convenções antenupciais; especial para fins de moradia; conjugal;
13) Revogado. Lei no 13.986, de 7-4-2020; c Item 37 com a redação dada pela MP n o 2.220, de 11) das cláusulas de inalienabilidade, impe‑
14) das cédulas de crédito industrial; 4-9-2001, que até o encerramento desta edição nhorabilidade e incomunicabilidade im‑
15) dos contratos de penhor rural; não havia sido convertida em Lei. postas a imóveis, bem como da constitui‑
c Item 15 acrescido pela Lei n 6.941, de 14-9-1981. 38) VETADO. Lei n 10.257, de 10-7-2001;
o o
ção de fideicomisso;

951

de armadores, estiva, conferência, logística e
congêneres.
20.02 – Serviços aeroportuários, utilização de
aeroporto, movimentação de passageiros, ar‑
mazenagem de qualquer natureza, capatazia,
movimentação de aeronaves, serviços de apoio
aeroportuários, serviços acessórios, movimen‑
tação de mercadorias, logística e congêneres.
20.03 – Serviços de terminais rodoviários,
ferroviários, metroviários, movimentação de
passageiros, mercadorias, inclusive suas ope‑
rações, logística e congêneres.
21 – Serviços de registros públicos, cartorários
e notariais.
21.01 – Serviços de registros públicos, carto‑
rários e notariais.
c Art. 236 da CF.
22 – Serviços de exploração de rodovia.
22.01 – Serviços de exploração de rodovia
mediante cobrança de preço ou pedágio dos
usuários, envolvendo execução de serviços de
conservação, manutenção, melhoramentos
para adequação de capacidade e segurança de
trânsito, operação, monitoração, assistência
aos usuários e outros serviços definidos em
contratos, atos de concessão ou de permissão
ou em normas oficiais.
c Art. 9o, caput, e §§ 4 o e 5o, do Dec.‑lei n o 406, de
31-12-1968, que estabelece normas gerais de
direito financeiro, aplicáveis aos impostos sobre
operações relativas à circulação de mercadorias e
sobre serviços de qualquer natureza.
23 – Serviços de programação e comunicação
visual, desenho industrial e congêneres.
23.01 – Serviços de programação e comuni‑
cação visual, desenho industrial e congêneres.
c Art. 2o da Lei no 9.279, de 14-5-1996 (Lei da Proprie‑
dade Industrial).
24 – Serviços de chaveiros, confecção de ca‑
rimbos, placas, sinalização visual, banners,
adesivos e congêneres.
24.01 – Serviços de chaveiros, confecção de
carimbos, placas, sinalização visual, banners,
adesivos e congêneres.
25 – Serviços funerários.
25.01 – Funerais, inclusive fornecimento de
caixão, urna ou esquifes; aluguel de capela;
transporte do corpo cadavérico; fornecimento
de flores, coroas e outros paramentos; desem‑
baraço de certidão de óbito; fornecimento de
véu, essa e outros adornos; embalsamento,
embelezamento, conservação ou restauração
de cadáveres.
25.02 – Translado intramunicipal e cremação
de corpos e partes de corpos cadavéricos.
c Subitem 25.02 com a redação dada pela LC no 157,
de 29-12-2016.
25.03 – Planos ou convênio funerários.
25.04 – Manutenção e conservação de jazigos 38 – Serviços de museologia.
e cemitérios.
38.01 – Serviços de museologia.
25.05 – Cessão de uso de espaços em cemité‑ c Lei no 7.287, de 18-12-1984, dispõe sobre a regula‑
rios para sepultamento. mentação da profissão de museólogo.
c Subitem 25.05 acrescido pela LC n o 157, de 39 – Serviços de ourivesaria e lapidação.
29-12-2016.
26 – Serviços de coleta, remessa ou entrega
de correspondências, documentos, objetos,
bens ou valores, inclusive pelos correios e suas
agências franqueadas; courrier e congêneres.
26.01 – Serviços de coleta, remessa ou entre‑
ga de correspondências, documentos, objetos,
bens ou valores, inclusive pelos correios e suas
agências franqueadas; courrier e congêneres.
c Arts. 20, X, e 150, VI, a, e § 2o, da CF.
27 – Serviços de assistência social.
27.01 – Serviços de assistência social.
c Lei no 8.662, de 7-6-1993, dispõe sobre a profissão
de assistente social.
28 – Serviços de avaliação de bens e serviços de
qualquer natureza.
28.01 – Serviços de avaliação de bens e servi‑
ços de qualquer natureza.
29 – Serviços de biblioteconomia.
29.01 – Serviços de biblioteconomia.
30 – Serviços de biologia, biotecnologia e
química.
30.01 – Serviços de biologia, biotecnologia e
química.
31 – Serviços técnicos em edificações, eletrôni‑
ca, eletrotécnica, mecânica, telecomunicações
e congêneres.
31.01 – Serviços técnicos em edificações, ele‑
trônica, eletrotécnica, mecânica, telecomuni‑
cações e congêneres.
32 – Serviços de desenhos técnicos.
32.01 – Serviços de desenhos técnicos.
33 – Serviços de desembaraço aduaneiro, co‑
missários, despachantes e congêneres.
33.01 – Serviços de desembaraço aduaneiro,
comissários, despachantes e congêneres.
34 – Serviços de investigações particulares,
detetives e congêneres.
34.01 – Serviços de investigações particulares,
detetives e congêneres.
35 – Serviços de reportagem, assessoria de im‑
prensa, jornalismo e relações públicas.
35.01 – Serviços de reportagem, assessoria de
imprensa, jornalismo e relações públicas.
c Lei n 5.377, de 11-12-1967, disciplina a profissão
o
de relações públicas.
c Art. 2o do Dec.‑lei n o 972, de 17-10-1969, que dis‑ dualizado junto aos órgãos públicos e privados
põe sobre o exercício da profissão de jornalista.
36 – Serviços de meteorologia.
36.01 – Serviços de meteorologia.
c Lei no 6.835, de 14-10-1980, regula a profissão de II – preferência na formulação e na execução
meteorologista.
37 – Serviços de artistas, atletas, modelos e
manequins.
37.01 – Serviços de artistas, atletas, modelos
e manequins.
c Lei no 9.615, de 24-3-1998, institui normas gerais
sobre desporto, regulamentada pelo Dec. no 7.984,
de 8-4-2013.
39.01 – Serviços de ourivesaria e lapidação
(quando o material for fornecido pelo toma‑
dor do serviço).
40 – Serviços relativos a obras de arte sob
encomenda.
40.01 – Obras de arte sob encomenda.
Lei no 10.741/2003
LEI No 10.741,
DE 1o DE OUTUBRO DE 2003
Dispõe sobre o Estatuto da Pessoa
Idosa e dá outras providências.
c Publicada no DOU de 3-10-2003.
c Ementa com a redação dada pela Lei no 14.423, de
22-7-2022.
c Arts. 229 e 230 da CF.
c Lei no 8.842, de 4-1-1994, dispõe sobre a política
nacional do idoso e cria o Conselho Nacional do
Idoso.
c Dec. no 9.893, de 27-6-2019, dispõe sobre o Conse‑
lho Nacional dos Direitos da Pessoa Idosa.
TÍTULO I – DISPOSIÇÕES PRELIMINARES
Art. 1o É instituído o Estatuto da Pessoa Ido‑
sa, destinado a regular os direitos assegura‑
dos às pessoas com idade igual ou superior a
60 (sessenta) anos.
Art. 2o A pessoa idosa goza de todos os direi‑
tos fundamentais inerentes à pessoa huma‑
na, sem prejuízo da proteção integral de que
trata esta Lei, assegurando‑se‑lhe, por lei ou
por outros meios, todas as oportunidades e
facilidades, para preservação de sua saúde
física e mental e seu aperfeiçoamento moral,
LEGISLAÇÃO COMPLEMENTAR
intelectual, espiritual e social, em condições
de liberdade e dignidade.
c Arts. 1o e 2o com a redação dada pela Lei no 14.423,
de 22-7-2022.
Art. 3o É obrigação da família, da comunida‑
de, da sociedade e do poder público assegu‑
rar à pessoa idosa, com absoluta prioridade,
a efetivação do direito à vida, à saúde, à ali‑
mentação, à educação, à cultura, ao esporte,
ao lazer, ao trabalho, à cidadania, à liberda‑
de, à dignidade, ao respeito e à convivência
familiar e comunitária.
c Caput com a redação dada pela Lei no 14.423, de
22-7-2022.
c Art. 6o da CF.
§ 1o A garantia de prioridade compreende:
c Parágrafo único renumerado para § 1 o pela Lei
no 13.466, de 12-7-2017.
I – atendimento preferencial imediato e indivi‑
prestadores de serviços à população;
c Art. 1o da Lei no 10.048, de 8-11-2000, que confere
atendimento prioritário aos idosos com idade igual
ou superior a sessenta anos.
de políticas sociais públicas específicas;
III – destinação privilegiada de recursos pú‑
blicos nas áreas relacionadas com a proteção
à pessoa idosa;
IV – viabilização de formas alternativas de
participação, ocupação e convívio da pessoa
idosa com as demais gerações;
V – priorização do atendimento da pessoa
idosa por sua própria família, em detrimento
do atendimento asilar, exceto dos que não a
possuam ou careçam de condições de manu‑
tenção da própria sobrevivência;
VI – capacitação e reciclagem dos recursos
humanos nas áreas de geriatria e geronto‑
logia e na prestação de serviços às pessoas
idosas;
Incisos III a VI com a redação dada pela Lei
c
no 14.423, de 22-7-2022.
VII – estabelecimento de mecanismos que
favoreçam a divulgação de informações de
caráter educativo sobre os aspectos biopsicos‑
sociais de envelhecimento;
1435
Lei no 10.741/2003
VIII – garantia de acesso à rede de serviços de
saúde e de assistência social locais;
IX – prioridade no recebimento da restituição
do Imposto de Renda.
c Inciso IX acrescido pela Lei no 11.765, de 5-8-2008.
§ 2 o Entre as pessoas idosas, é assegurada
prioridade especial aos maiores de 80 (oiten‑
ta) anos, atendendo‑se suas necessidades
sempre preferencialmente em relação às de‑
mais pessoas idosas.
c § 2 o com a redação dada pela Lei n o 14.423, de
22-7-2022.
Art. 4 o Nenhuma pessoa idosa será objeto
de qualquer tipo de negligência, discrimina‑
ção, violência, crueldade ou opressão, e todo
atentado aos seus direitos, por ação ou omis‑
são, será punido na forma da lei.
c Caput com a redação dada pela Lei no 14.423, de
22-7-2022.
§ 1o É dever de todos prevenir a ameaça ou
violação aos direitos da pessoa idosa.
c § 1 o com a redação dada pela Lei n o 14.423, de
22-7-2022.
§ 2o As obrigações previstas nesta Lei não ex‑
cluem da prevenção outras decorrentes dos
princípios por ela adotados.
Art. 5o A inobservância das normas de preven‑
ção importará em responsabilidade à pessoa
física ou jurídica nos termos da lei.
Art. 6o Todo cidadão tem o dever de comuni‑
car à autoridade competente qualquer forma
de violação a esta Lei que tenha testemunhado
ou de que tenha conhecimento.
Art. 7o Os Conselhos Nacional, Estaduais, do
Distrito Federal e Municipais da Pessoa Idosa,
previstos na Lei no 8.842, de 4 de janeiro de
1994, zelarão pelo cumprimento dos direitos
da pessoa idosa, definidos nesta Lei.
Artigo com a redação dada pela Lei no 14.423, de
c atendimento domiciliar pela perícia médica
22-7-2022.
c Lei no 8.842, de 4-1-1994, dispõe sobre a política
nacional do idoso e cria o Conselho Nacional do
Idoso.
TÍTULO II – DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS
CAPÍTULO I
DO DIREITO À VIDA
Art. 8o O envelhecimento é um direito perso‑
nalíssimo e a sua proteção um direito social,
nos termos desta Lei e da legislação vigente.
Art. 9o É obrigação do Estado, garantir à pes‑
soa idosa a proteção à vida e à saúde, median‑
te efetivação de políticas sociais públicas que
permitam um envelhecimento saudável e em
condições de dignidade.
CAPÍTULO II
DO DIREITO À LIBERDADE, AO
RESPEITO E À DIGNIDADE
Art. 10. É obrigação do Estado e da socieda‑
de assegurar à pessoa idosa a liberdade, o
respeito e a dignidade, como pessoa humana
e sujeito de direitos civis, políticos, indivi‑
duais e sociais, garantidos na Constituição
e nas leis.
c Caput com a redação dada pela Lei no 14.423, de
22-7-2022.
§ 1o O direito à liberdade compreende, entre
outros, os seguintes aspectos:
I – faculdade de ir, vir e estar nos logradouros
públicos e espaços comunitários, ressalvadas
as restrições legais;
1436
II – opinião e expressão; tar e esteja impossibilitada de se locomover,
III – crença e culto religioso; inclusive para as pessoas idosas abrigadas e
IV – prática de esportes e de diversões; acolhidas por instituições públicas, filantró‑
V – participação na vida familiar e comunitária; picas ou sem fins lucrativos e eventualmente
VI – participação na vida política, na forma da conveniadas com o poder público, nos meios
lei; urbano e rural;
VII – faculdade de buscar refúgio, auxílio e
c Inciso IV com a redação dada pela Lei no 14.423, de
orientação. 22-7-2022.
§ 2o O direito ao respeito consiste na inviola‑
V – reabilitação orientada pela geriatria e ge‑
bilidade da integridade física, psíquica e mo‑
ral, abrangendo a preservação da imagem, da rontologia, para redução das sequelas decor‑
identidade, da autonomia, de valores, ideias e rentes do agravo da saúde.
crenças, dos espaços e dos objetos pessoais. § 2 o Incumbe ao poder público fornecer às
§ 3o É dever de todos zelar pela dignidade da pessoas idosas, gratuitamente, medicamen‑
pessoa idosa, colocando‑a a salvo de qual‑ tos, especialmente os de uso continuado,
quer tratamento desumano, violento, aterro‑ assim como próteses, órteses e outros recur‑
rizante, vexatório ou constrangedor. sos relativos ao tratamento, habilitação ou
c § 3 o com a redação dada pela Lei n o 14.423, de reabilitação.
22-7-2022. § 3o É vedada a discriminação da pessoa idosa
CAPÍTULO III nos planos de saúde pela cobrança de valores
DOS ALIMENTOS diferenciados em razão da idade.
Art. 15 da Lei no 9.656, de 3-6-1998 (Lei dos Planos
Art. 11. Os alimentos serão prestados à pes‑ c
e Seguros Privados de Saúde).
soa idosa na forma da lei civil.
§ 4o As pessoas idosas com deficiência ou com
c Arts. 1.694 a 1.710 do CC.
Art. 12. A obrigação alimentar é solidá‑ limitação incapacitante terão atendimento
ria, podendo a pessoa idosa optar entre os especializado, nos termos da lei.
prestadores. § 5 o É vedado exigir o comparecimento da
c Arts. 11 e 12 com a redação dada pela Lei pessoa idosa enferma perante os órgãos
no 14.423, de 22-7-2022. públicos, hipótese na qual será admitido o
Art. 13. As transações relativas a alimentos seguinte procedimento:
poderão ser celebradas perante o Promotor de I – quando de interesse do poder público, o
Justiça ou Defensor Público, que as referenda‑ agente promoverá o contato necessário com
rá, e passarão a ter efeito de título executivo a pessoa idosa em sua residência; ou
extrajudicial nos termos da lei processual civil. II – quando de interesse da própria pessoa
c Artigo com a redação dada pela Lei no 11.737, de idosa, esta se fará representar por procura‑
14-7-2008. dor legalmente constituído.
Art. 14. Se a pessoa idosa ou seus familia‑ § 6o É assegurado à pessoa idosa enferma o
res não possuírem condições econômicas de
prover o seu sustento, impõe‑se ao poder
público esse provimento, no âmbito da as‑ do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS),
sistência social. pelo serviço público de saúde ou pelo serviço
privado de saúde, contratado ou conveniado,
c Artigo com a redação dada pela Lei n 14.423, de
o
22-7-2022. que integre o SUS, para expedição do laudo
c Art. 20 da Lei no 8.742, de 7-12-1993 (Lei Orgânica de saúde necessário ao exercício de seus di‑
da Assistência Social). reitos sociais e de isenção tributária.
CAPÍTULO IV § 7o Em todo atendimento de saúde, os maio‑
DO DIREITO À SAÚDE res de 80 (oitenta) anos terão preferência es‑
pecial sobre as demais pessoas idosas, exceto
Art. 15. É assegurada a atenção integral à em caso de emergência.
saúde da pessoa idosa, por intermédio do
Sistema Único de Saúde (SUS), garantin‑ c §§ 2 a 7 com a redação dada pela Lei n 14.423,
o o o
de 22-7-2022.
do‑lhe o acesso universal e igualitário, em
conjunto articulado e contínuo das ações e Art. 16. À pessoa idosa internada ou em
serviços, para a prevenção, promoção, pro‑ observação é assegurado o direito a acom‑
teção e recuperação da saúde, incluindo a panhante, devendo o órgão de saúde pro‑
atenção especial às doenças que afetam pre‑ porcionar as condições adequadas para a sua
ferencialmente as pessoas idosas. permanência em tempo integral, segundo o
c Caput com a redação dada pela Lei no 14.423, de critério médico.
22-7-2022.
Parágrafo único. Caberá ao profissional de
§ 1o A prevenção e a manutenção da saúde da saúde responsável pelo tratamento conce‑
pessoa idosa serão efetivadas por meio de: der autorização para o acompanhamento da
c Caput do § 1 o com a redação dada pela Lei pessoa idosa ou, no caso de impossibilidade,
no 14.423, de 22-7-2022.
justificá‑la por escrito.
I – cadastramento da população idosa em base c Art. 16 com a redação dada pela Lei no 14.423, de
territorial; 22-7-2022.
II – atendimento geriátrico e gerontológico em
ambulatórios; Art. 17. À pessoa idosa que esteja no domí‑
III – unidades geriátricas de referência, com nio de suas faculdades mentais é assegurado
pessoal especializado nas áreas de geriatria e o direito de optar pelo tratamento de saúde
gerontologia social; que lhe for reputado mais favorável.
IV – atendimento domiciliar, incluindo a in‑ c Caput com a redação dada pela Lei no 14.423, de
ternação, para a população que dele necessi‑ 22-7-2022.
 Lei no 10.741/2003
Parágrafo único. Não estando a pessoa ido‑ terial didático aos programas educacionais a I – profissionalização especializada para as
sa em condições de proceder à opção, esta ela destinados. pessoas idosas, aproveitando seus poten‑
será feita: § 1o Os cursos especiais para pessoas idosas ciais e habilidades para atividades regulares
c Caput com a redação dada pela Lei no 14.423, de incluirão conteúdo relativo às técnicas de e remuneradas;
22-7-2022. comunicação, computação e demais avan‑ c Inciso I com a redação dada pela Lei no 14.423, de
I – pelo curador, quando a pessoa idosa for ços tecnológicos, para sua integração à vida 22-7-2022.
interditada; moderna. II – preparação dos trabalhadores para a apo‑
II – pelos familiares, quando a pessoa idosa § 2o As pessoas idosas participarão das come‑ sentadoria, com antecedência mínima de 1
não tiver curador ou este não puder ser con‑ morações de caráter cívico ou cultural, para (um) ano, por meio de estímulo a novos pro‑
tactado em tempo hábil; transmissão de conhecimentos e vivências às jetos sociais, conforme seus interesses, e de
c Incisos I e II com a redação dada pela Lei n o 14.423, demais gerações, no sentido da preservação esclarecimento sobre os direitos sociais e de
de 22-7-2022. da memória e da identidade culturais. cidadania;
III – pelo médico, quando ocorrer iminente Art. 22. Nos currículos mínimos dos diversos III – estímulo às empresas privadas para ad‑
risco de vida e não houver tempo hábil para níveis de ensino formal serão inseridos con‑ missão de pessoas idosas ao trabalho.
consulta a curador ou familiar; c Inciso III com a redação dada pela Lei no 14.423, de
teúdos voltados ao processo de envelheci‑ 22-7-2022.
IV – pelo próprio médico, quando não houver mento, ao respeito e à valorização da pessoa
curador ou familiar conhecido, caso em que idosa, de forma a eliminar o preconceito e CAPÍTULO VII
deverá comunicar o fato ao Ministério Público. a produzir conhecimentos sobre a matéria. DA PREVIDÊNCIA SOCIAL
Art. 18. As instituições de saúde devem aten‑ Art. 23. A participação das pessoas idosas Art. 29. Os benefícios de aposentadoria e pen‑
der aos critérios mínimos para o atendimento em atividades culturais e de lazer será pro‑ são do Regime Geral da Previdência Social ob‑
às necessidades da pessoa idosa, promoven‑ porcionada mediante descontos de pelo me‑ servarão, na sua concessão, critérios de cálculo
do o treinamento e a capacitação dos profis‑ nos 50% (cinquenta por cento) nos ingressos que preservem o valor real dos salários sobre
sionais, assim como orientação a cuidadores para eventos artísticos, culturais, esportivos os quais incidiram contribuição, nos termos da
familiares e grupos de autoajuda. e de lazer, bem como o acesso preferencial legislação vigente.
c Artigo com a redação dada pela Lei no 14.423, de aos respectivos locais.
22-7-2022.
Parágrafo único. Os valores dos benefícios
Art. 24. Os meios de comunicação manterão em manutenção serão reajustados na mesma

LEGISLAÇÃO COMPLEMENTAR
Art. 19. Os casos de suspeita ou confirmação espaços ou horários especiais voltados às data de reajuste do salário mínimo, pro rata,
de violência praticada contra pessoas idosas pessoas idosas, com finalidade informativa, de acordo com suas respectivas datas de início
serão objeto de notificação compulsória pe‑ educativa, artística e cultural, e ao público ou do seu último reajustamento, com base em
los serviços de saúde públicos e privados à sobre o processo de envelhecimento. percentual definido em regulamento, observa‑
autoridade sanitária, bem como serão obri‑ dos os critérios estabelecidos pela Lei no 8.213,
c Arts. 20 a 24 com a redação dada pela Lei
gatoriamente comunicados por eles a quais‑ no 14.423, de 22-7-2022. de 24 de julho de 1991.
quer dos seguintes órgãos: Lei no 8.213, de 24-7-1991 (Lei dos Planos de Bene‑
Art. 25. As instituições de educação superior c
c Caput com a redação dada pela Lei no 14.423, de fícios da Previdência Social).
22-7-2022. ofertarão às pessoas idosas, na perspectiva da
educação ao longo da vida, cursos e progra‑ Art. 30. A perda da condição de segurado não
I – autoridade policial; mas de extensão, presenciais ou a distância, será considerada para a concessão da aposen‑
II – Ministério Público; constituídos por atividades formais e não tadoria por idade, desde que a pessoa conte
III – Conselho Municipal da Pessoa Idosa; formais. com, no mínimo, o tempo de contribuição cor‑
IV – Conselho Estadual da Pessoa Idosa;
c Caput com a redação dada pela Lei n 13.535, de respondente ao exigido para efeito de carência
o
c Lei no 8.842, de 4-1-1994, dispõe sobre a política 15-12-2017. na data de requerimento do benefício.
nacional do idoso e cria o Conselho Nacional do Art. 3o da Lei no 10.666, de 8-5-2003, que dispõe
Idoso. Parágrafo único. O poder público apoia‑ c
sobre a concessão da aposentadoria especial
rá a criação de universidade aberta para as
V – Conselho Nacional da Pessoa Idosa. ao cooperado de Cooperativa de Trabalho ou de
pessoas idosas e incentivará a publicação de Produção.
c Incisos III a V com a redação dada pela Lei
livros e periódicos, de conteúdo e padrão
editorial adequados à pessoa idosa, que faci‑ Parágrafo único. O cálculo do valor do be‑
no 14.423, de 22-7-2022.
§ 1 o Para os efeitos desta Lei, considera‑se litem a leitura, considerada a natural redução nefício previstoo no caput oobservaráo o disposto
violência contra a pessoa idosa qualquer da capacidade visual. no caput e § 2 do art. 3 da Lei n 9.876, de
ação ou omissão praticada em local público c Parágrafo único com a redação dada pela Lei 26 de novembro de 1999, ou, não havendo
ou privado que lhe cause morte, dano ou so‑ salários de contribuição recolhidos a partir da
no 14.423, de 22-7-2022.
frimento físico ou psicológico. competência de julho de 1994, o disposto no
CAPÍTULO VI art. 35 da Lei no 8.213, de 1991.
c § 1 o com a redação dada pela Lei n o 14.423, de
22-7-2022. DA PROFISSIONALIZAÇÃO E DO TRABALHO Art. 31. O pagamento de parcelas relativas a
§ 2 o Aplica‑se, no que couber, à notificação Art. 26. A pessoa idosa tem direito ao benefícios, efetuado com atraso por responsa‑
compulsória prevista no caput deste artigo, o exercício de atividade profissional, respei‑ bilidade da Previdência Social, será atualizado
disposto na Lei no 6.259, de 30 de outubro de tadas suas condições físicas, intelectuais e pelo mesmo índice utilizado para os reajus‑
1975. psíquicas. tamentos dos benefícios do Regime Geral de
c Artigo com a redação dada pela Lei no 14.423, de
Previdência Social, verificado no período com‑
c § 2o acrescido pela Lei n o 12.461, de 26-7-2011.
22-7-2022. preendido entre o mês que deveria ter sido
c Lei n o 6.259, de 30-10-1975, dispõe sobre a orga‑
nização das ações de vigilância epidemiológica, Art. 27. Na admissão da pessoa idosa em pago e o mês do efetivo pagamento.
sobre o Programa Nacional de Imunizações e esta‑ qualquer trabalho ou emprego, são vedadas Art. 32. O Dia Mundial do Trabalho, 1 o
belece normas relativas à notificação compulsória
de doenças. a discriminação e a fixação de limite máximo de Maio, é a data base dos aposentados e
de idade, inclusive para concursos, ressalva‑ pensionistas.
CAPÍTULO V dos os casos em que a natureza do cargo o CAPÍTULO VIII
DA EDUCAÇÃO, CULTURA, exigir. DA ASSISTÊNCIA SOCIAL
ESPORTE E LAZER Caput com a redação dada pela Lei no 14.423, de
c
22-7-2022.
Art. 33. A assistência social às pessoas idosas
Art. 20. A pessoa idosa tem direito a edu‑ será prestada, de forma articulada, conforme
cação, cultura, esporte, lazer, diversões, es‑ Parágrafo único. O primeiro critério de os princípios e diretrizes previstos na Lei Or‑
petáculos, produtos e serviços que respeitem desempate em concurso público será a ida‑ gânica da Assistência Social (LOAS), na Polí‑
sua peculiar condição de idade. de, dando‑se preferência ao de idade mais tica Nacional da Pessoa Idosa, no SUS e nas
Art. 21. O poder público criará oportunida‑ elevada. demais normas pertinentes.
des de acesso da pessoa idosa à educação, Art. 28. O Poder Público criará e estimulará c Lei n o 8.080, de 19-9-1990 (Sistema Único de
adequando currículos, metodologias e ma‑ programas de: Saúde).

1437
Lei no 10.741/2003
c Lei no 8.742, de 7-12-1993 (Lei Orgânica da Assis‑
tência Social).
c Lei no 8.842, de 4-1-1994, dispõe sobre a política
nacional do idoso e cria o Conselho Nacional do
Idoso.
Art. 34. Às pessoas idosas, a partir de 65 (ses‑
senta e cinco) anos, que não possuam meios
para prover sua subsistência, nem de tê‑la
provida por sua família, é assegurado o be‑
nefício mensal de 1 (um) salário mínimo, nos
termos da LOAS.
c Arts. 33 e 34 com a redação dada pela Lei
no 14.423, de 22-7-2022.
c Lei no 8.742, de 7-12-1993 (Lei Orgânica da Assis‑
tência Social).
c Dec. no 6.214, de 26-9-2007, regulamenta o benefí‑
cio de prestação continuada da assistência social
devido à pessoa com deficiência e ao idoso de que
trata esta Lei.
Parágrafo único. O benefício já concedido
a qualquer membro da família nos termos
do caput não será computado para os fins do
cálculo da renda familiar per capita a que se
refere a LOAS.
Art. 35. Todas as entidades de longa perma‑
nência, ou casa lar, são obrigadas a firmar con‑
trato de prestação de serviços com a pessoa
idosa abrigada.
c Art. 29 da LC n 187, de 16-12-2021, que dispõe reservadas para atendimento a pessoas ido‑
o
delas, bem como provê‑las com alimentação o exercício dos direitos previstos nos incisos I
regular e higiene indispensáveis às normas e II.
sanitárias e com estas condizentes, sob as c Arts. 34 a 46 do Dec. no 9.921, de 18-7-2019, que
penas da lei.
consolida atos normativos editados pelo Poder
c §§ 2o e 3o com a redação dada pela Lei n o 14.423, Executivo federal que dispõem sobre a temática
de 22-7-2022. da pessoa idosa.
Art. 38. Nos programas habitacionais, públi‑ Art. 41. É assegurada a reserva para as pes‑
cos ou subsidiados com recursos públicos, a soas idosas, nos termos da lei local, de 5%
pessoa idosa goza de prioridade na aquisição (cinco por cento) das vagas nos estaciona‑
de imóvel para moradia própria, observado mentos públicos e privados, as quais deve‑
o seguinte: rão ser posicionadas de forma a garantir a
c Caput com a redação dada pela Lei n 14.423, de melhor comodidade à pessoa idosa.
o
22-7-2022.
Art. 42. São asseguradas a prioridade e a se‑
I – reserva de pelo menos 3% (três por cento) gurança da pessoa idosa nos procedimentos
das unidades habitacionais residenciais para de embarque e desembarque nos veículos do
atendimento às pessoas idosas; sistema de transporte coletivo.
II – implantação de equipamentos urbanos
c Arts. 41 e 42 com a redação dada pela Lei
comunitários voltados à pessoa idosa;
no 14.423, de 22-7-2022.
III – eliminação de barreiras arquitetônicas e
urbanísticas, para garantia de acessibilidade
à pessoa idosa; TÍTULO III – DAS MEDIDAS DE PROTEÇÃO
c Incisos I a III com a redação dada pela Lei CAPÍTULO I
no 14.423, de 22-7-2022.
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS
IV – critérios de financiamento compatíveis
com os rendimentos de aposentadoria e Art. 43. As medidas de proteção à pessoa
pensão. idosa são aplicáveis sempre que os direitos
reconhecidos nesta Lei forem ameaçados ou
Parágrafo único. As unidades residenciais violados:

sobre a certificação das entidades beneficentes. sas devem situar‑se, preferencialmente, no c Caput com a redação dada pela Lei no 14.423, de
22-7-2022.
§ 1o No caso de entidade filantrópica, ou ca‑ pavimento térreo.
sa‑lar, é facultada a cobrança de participação c Parágrafo único com a redação dada pela Lei I – por ação ou omissão da sociedade ou do
da pessoa idosa no custeio da entidade. no 14.423, de 22-7-2022. Estado;
§ 2o O Conselho Municipal da Pessoa Idosa ou CAPÍTULO X II – por falta, omissão ou abuso da família,
o Conselho Municipal da Assistência Social curador ou entidade de atendimento;
DO TRANSPORTE III – em razão de sua condição pessoal.
estabelecerá a forma de participação prevista
no § 1o deste artigo, que não poderá exceder Art. 39. Aos maiores de 65 (sessenta e cinco) CAPÍTULO II
a 70% (setenta por cento) de qualquer bene‑ anos fica assegurada a gratuidade dos trans‑
DAS MEDIDAS ESPECÍFICAS DE PROTEÇÃO
fício previdenciário ou de assistência social portes coletivos públicos urbanos e semiurba‑
percebido pela pessoa idosa. nos, exceto nos serviços seletivos e especiais, Art. 44. As medidas de proteção à pessoa
c §§ 1 o e 2 o com a redação dada pela Lei n o 14.423,
quando prestados paralelamente aos serviços idosa previstas nesta Lei poderão ser aplica‑
de 22-7-2022. regulares. das, isolada ou cumulativamente, e levarão
§ 3 Se a pessoa idosa for incapaz, caberá a seu § 1 Para ter acesso à gratuidade, basta que a em conta os fins sociais a que se destinam
o o

representante legal firmar o contrato a que se pessoa idosa apresente qualquer documento e o fortalecimento dos vínculos familiares e
refere o caput deste artigo. pessoal que faça prova de sua idade. comunitários.
Art. 36. O acolhimento de pessoas idosas em § 2 Nos veículos de transporte coletivo de
o
c Artigo com a redação dada pela Lei no 14.423, de
situação de risco social, por adulto ou núcleo que trata este artigo, serão reservados 10% 22-7-2022.
familiar, caracteriza a dependência econômi‑ (dez por cento) dos assentos para as pessoas Art. 45. Verificada qualquer das hipóteses
ca, para os efeitos legais. idosas, devidamente identificados com a previstas no art. 43, o Ministério Público ou o
c Artigo com a redação dada pela Lei no 14.423, de
placa de reservado preferencialmente para Poder Judiciário, a requerimento daquele, po‑
22-7-2022. pessoas idosas. derá determinar, dentre outras, as seguintes
c §§ 1o e 2o com a redação dada pela Lei n o 14.423, medidas:
CAPÍTULO IX de 22-7-2022.
DA HABITAÇÃO § 3 o No caso das pessoas compreendidas na I – encaminhamento à família ou curador, me‑
Art. 37. A pessoa idosa tem direito a moradia faixa etária entre 60 (sessenta) e 65 (sessenta diante termo de responsabilidade;
digna, no seio da família natural ou substitu‑ e cinco) anos, ficará a critério da legislação lo‑ II – orientação, apoio e acompanhamento tem‑
ta, ou desacompanhada de seus familiares, cal dispor sobre as condições para exercício da porários;
quando assim o desejar, ou, ainda, em insti‑ gratuidade nos meios de transporte previstos III – requisição para tratamento de sua saú‑
tuição pública ou privada. no caput deste artigo. de, em regime ambulatorial, hospitalar ou
domiciliar;
c Caput com a redação dada pela Lei no 14.423, de Art. 40. No sistema de transporte coletivo in‑
22-7-2022. IV – inclusão em programa oficial ou comu‑
terestadual observar‑se‑á, nos termos da legis‑
§ 1 o A assistência integral na modalidade de lação específica: nitário de auxílio, orientação e tratamento
entidade de longa permanência será prestada a usuários dependentes de drogas lícitas ou
I – a reserva de 2 (duas) vagas gratuitas por ilícitas, à própria pessoa idosa ou à pessoa de
quando verificada inexistência de grupo fami‑ veículo para pessoas idosas com renda igual
liar, casa lar, abandono ou carência de recursos sua convivência que lhe cause perturbação;
ou inferior a 2 (dois) salários mínimos;
financeiros próprios ou da família. II – desconto de 50% (cinquenta por cento), c Inciso IV com a redação dada pela Lei n 14.423, de
o

22-7-2022.
§ 2 o Toda instituição dedicada ao atendi‑ no mínimo, no valor das passagens, para as
mento à pessoa idosa fica obrigada a manter pessoas idosas que excederem as vagas gra‑ V – abrigo em entidade;
identificação externa visível, sob pena de in‑ tuitas, com renda igual ou inferior a 2 (dois) VI – abrigo temporário.
terdição, além de atender toda a legislação salários mínimos.
pertinente. c Incisos I e II com a redação dada pela Lei n o 14.423, TÍTULO IV – DA POLÍTICA DE
§ 3 o As instituições que abrigarem pessoas de 22-7-2022. ATENDIMENTO À PESSOA IDOSA
idosas são obrigadas a manter padrões de Parágrafo único. Caberá aos órgãos compe‑ c Título IV com a redação dada pela Lei no 14.423, de
habitação compatíveis com as necessidades tentes definir os mecanismos e os critérios para 22-7-2022.

1438
 Lei no 10.741/2003
CAPÍTULO I I – preservação dos vínculos familiares; XVI – comunicar ao Ministério Público, para as
DISPOSIÇÕES GERAIS II – atendimento personalizado e em pequenos providências cabíveis, a situação de abandono
Art. 46. A política de atendimento à pessoa grupos; moral ou material por parte dos familiares;
III – manutenção da pessoa idosa na mesma XVII – manter no quadro de pessoal profissio‑
idosa far‑se‑á por meio do conjunto articu‑
instituição, salvo em caso de força maior; nais com formação específica.
lado de ações governamentais e não gover‑
IV – participação da pessoa idosa nas ati‑ Art. 51. As instituições filantrópicas ou sem
namentais da União, dos Estados, do Distrito
vidades comunitárias, de caráter interno e fins lucrativos prestadoras de serviço às pes‑
Federal e dos Municípios.
externo; soas idosas terão direito à assistência judi‑
c Artigo com a redação dada pela Lei no 14.423, de V – observância dos direitos e garantias das
22-7-2022. ciária gratuita.
pessoas idosas; Artigo com a redação dada pela Lei no 14.423, de
Art. 47. São linhas de ação da política de aten‑ VI – preservação da identidade da pessoa c
22-7-2022.
dimento: idosa e oferecimento de ambiente de respei‑
I – políticas sociais básicas, previstas na Lei to e dignidade. CAPÍTULO III
no 8.842, de 4 de janeiro de 1994; c Incisos III a VI com a redação dada pela Lei DA FISCALIZAÇÃO DAS ENTIDADES
c Lei no 8.842, de 4-1-1994, dispõe sobre a política no 14.423, de 22-7-2022. DE ATENDIMENTO
nacional do idoso e cria o Conselho Nacional do Parágrafo único. O dirigente de instituição Art. 52. As entidades governamentais e não
Idoso. prestadora de atendimento à pessoa idosa governamentais de atendimento à pessoa
II – políticas e programas de assistência so‑ responderá civil e criminalmente pelos atos idosa serão fiscalizadas pelos Conselhos da
cial, em caráter supletivo, para aqueles que que praticar em detrimento da pessoa idosa, Pessoa Idosa, Ministério Público, Vigilância
necessitarem; sem prejuízo das sanções administrativas. Sanitária e outros previstos em lei.
III – serviços especiais de prevenção e atendi‑ c Parágrafo único com a redação dada pela Lei c Artigo com a redação dada pela Lei no 14.423, de
mento às vítimas de negligência, maus‑tratos, no 14.423, de 22-7-2022. 22-7-2022.
exploração, abuso, crueldade e opressão; Art. 50. Constituem obrigações das entidades Art. 53. O art. 7 o da Lei n o 8.842, de 1994,
IV – serviço de identificação e localização de de atendimento: passa a vigorar com a seguinte redação:
parentes ou responsáveis por pessoas idosas I – celebrar contrato escrito de prestação de “Art. 7 o Compete aos Conselhos de que trata o
abandonados em hospitais e instituições de serviço com a pessoa idosa, especificando o art. 6o desta Lei a supervisão, o acompanhamento,
longa permanência; a fiscalização e a avaliação da política nacional

V – proteção jurídico‑social por entidades de
defesa dos direitos das pessoas idosas;
VI – mobilização da opinião pública no sen‑
tido da participação dos diversos segmentos
da sociedade no atendimento da pessoa
idosa.
Incisos IV a VI com a redação dada pela Lei
c
no 14.423, de 22-7-2022.
CAPÍTULO II
DAS ENTIDADES DE ATENDIMENTO
À PESSOA IDOSA
c Capítulo II com a redação dada pela Lei no 14.423,
de 22-7-2022.
Art. 48. As entidades de atendimento são
responsáveis pela manutenção das próprias
unidades, observadas as normas de planeja‑
mento e execução emanadas do órgão com‑
petente da Política Nacional da Pessoa Idosa,
conforme a Lei n o 8.842, de 4 de janeiro de
1994.
c Lei no 8.842, de 4-1-1994, dispõe sobre a política
nacional do idoso e cria o Conselho Nacional do
Idoso.
Parágrafo único. As entidades governamen‑
tais e não governamentais de assistência à
pessoa idosa ficam sujeitas à inscrição de
seus programas perante o órgão competente
da Vigilância Sanitária e o Conselho Munici‑
pal da Pessoa Idosa e, em sua falta, perante c Inciso XII com a redação dada pela Lei n 14.423,
LEGISLAÇÃO COMPLEMENTAR
tipo de atendimento, as obrigações da enti‑
do idoso, no âmbito das respectivas instâncias
dade e prestações decorrentes do contrato, político‑administrativas.”
com os respectivos preços, se for o caso;
II – observar os direitos e as garantias de que Art. 54. Será dada publicidade das prestações
são titulares as pessoas idosas; de contas dos recursos públicos e privados re‑
cebidos pelas entidades de atendimento.
c Incisos I e II com a redação dada pela Lei n o 14.423,
de 22-7-2022. Art. 55. As entidades de atendimento que des‑
III – fornecer vestuário adequado, se for públi‑ cumprirem as determinações desta Lei ficarão
ca, e alimentação suficiente; sujeitas, sem prejuízo da responsabilidade civil
IV – oferecer instalações físicas em condições e criminal de seus dirigentes ou prepostos, às
adequadas de habitabilidade; seguintes penalidades, observado o devido
V – oferecer atendimento personalizado; processo legal:
VI – diligenciar no sentido da preservação dos I – as entidades governamentais:
vínculos familiares; a) advertência;
VII – oferecer acomodações apropriadas para b) afastamento provisório de seus dirigentes;
recebimento de visitas;
c) afastamento definitivo de seus dirigentes;
VIII – proporcionar cuidados à saúde, confor‑ d) fechamento de unidade ou interdição de
me a necessidade da pessoa idosa;
programa;
c Inciso VIII com a redação dada pela Lei n o 14.423, II – as entidades não governamentais:
de 22-7-2022.
a) advertência;
IX – promover atividades educacionais, espor‑ b) multa;
tivas, culturais e de lazer; c) suspensão parcial ou total do repasse de
X – propiciar assistência religiosa àqueles que verbas públicas;
desejarem, de acordo com suas crenças; d) interdição de unidade ou suspensão de
XI – proceder a estudo social e pessoal de cada programa;
caso; e) proibição de atendimento a pessoas ido‑
XII – comunicar à autoridade competente de sas a bem do interesse público.
saúde toda ocorrência de pessoa idosa com
doenças infectocontagiosas; c Alínea e com a redação dada pela Lei n o 14.423, de
22-7-2022.
o

de 22-7-2022. § 1o Havendo danos às pessoas idosas abriga‑

o Conselho Estadual ou Nacional da Pessoa das ou qualquer tipo de fraude em relação ao
Idosa, especificando os regimes de atendi‑ XIII – providenciar ou solicitar que o Ministério programa, caberá o afastamento provisório
mento, observados os seguintes requisitos: Público requisite os documentos necessários dos dirigentes ou a interdição da unidade e a
c Caput com a redação dada pela Lei no 14.423, de
ao exercício da cidadania àqueles que não os suspensão do programa.
22-7-2022. tiverem, na forma da lei;
§ 1 o com a redação dada pela Lei n o 14.423, de
XIV – fornecer comprovante de depósito c
I – oferecer instalações físicas em condições dos bens móveis que receberem das pessoas 22-7-2022.
adequadas de habitabilidade, higiene, salubri‑ idosas; § 2 o A suspensão parcial ou total do repasse
dade e segurança; XV – manter arquivo de anotações no qual de verbas públicas ocorrerá quando verifica‑
II – apresentar objetivos estatutários e plano constem data e circunstâncias do atendi‑ da a má aplicação ou desvio de finalidade dos
de trabalho compatíveis com os princípios mento, nome da pessoa idosa, responsável, recursos.
desta Lei; parentes, endereços, cidade, relação de seus § 3o Na ocorrência de infração por entidade
III – estar regularmente constituída; pertences, bem como o valor de contribui‑ de atendimento que coloque em risco os di‑
IV – demonstrar a idoneidade de seus dirigen‑ ções, e suas alterações, se houver, e demais reitos assegurados nesta Lei, será o fato co‑
tes. dados que possibilitem sua identificação e a municado ao Ministério Público, para as pro‑
Art. 49. As entidades que desenvolvam pro‑ individualização do atendimento; vidências cabíveis, inclusive para promover
gramas de institucionalização de longa perma‑ c Incisos XIV e XV com a redação dada pela Lei a suspensão das atividades ou dissolução da
nência adotarão os seguintes princípios: no 14.423, de 22-7-2022. entidade, com a proibição de atendimento a

1439
Lei no 10.741/2003
pessoas idosas a bem do interesse público,
sem prejuízo das providências a serem toma‑
das pela Vigilância Sanitária.
§ 4o Na aplicação das penalidades, serão consi‑
deradas a natureza e a gravidade da infração
cometida, os danos que dela provierem para
a pessoa idosa, as circunstâncias agravantes
ou atenuantes e os antecedentes da entidade.
c §§ 3o e 4o com a redação dada pela Lei n o 14.423,
de 22-7-2022.
CAPÍTULO IV
DAS INFRAÇÕES ADMINISTRATIVAS
Art. 56. Deixar a entidade de atendimento de
cumprir as determinações do art. 50 desta Lei:
Pena – multa de R$ 500,00 (quinhentos reais)
a R$ 3.000,00 (três mil reais), se o fato não
for caracterizado como crime, podendo haver
a interdição do estabelecimento até que sejam
cumpridas as exigências legais.
Parágrafo único. No caso de interdição do
estabelecimento de longa permanência, as
pessoas idosas abrigadas serão transferidas
para outra instituição, a expensas do esta‑
belecimento interditado, enquanto durar a
interdição.
c Parágrafo único com a redação dada pela Lei CAPÍTULO VI
no 14.423, de 22-7-2022.
Art. 57. Deixar o profissional de saúde ou
o responsável por estabelecimento de saú‑
de ou instituição de longa permanência de
comunicar à autoridade competente os casos
de crimes contra pessoa idosa de que tiver
conhecimento:
Caput com a redação dada pela Lei no 14.423, de
c neiro de 1999.
22-7-2022.
Pena – multa de R$ 500,00 (quinhentos reais) a
R$ 3.000,00 (três mil reais), aplicada em dobro
no caso de reincidência.
Art. 58. Deixar de cumprir as determinações
desta Lei sobre a prioridade no atendimento
à pessoa idosa:
Pena – multa de R$ 500,00 (quinhentos reais)
a R$ 1.000,00 (mil reais) e multa civil a ser
estipulada pelo juiz, conforme o dano sofrido
pela pessoa idosa.
c Artigo com a redação dada pela Lei no 14.423, de
22-7-2022.
CAPÍTULO V c Arts. 65 e 66 com a redação dada pela Lei
no 14.423, de 22-7-2022.
DA APURAÇÃO ADMINISTRATIVA
DE INFRAÇÃO ÀS NORMAS DE Art. 67. O dirigente da entidade será citado
PROTEÇÃO À PESSOA IDOSA para, no prazo de 10 (dez) dias, oferecer res‑
c Capítulo V com a redação dada pela Lei no 14.423, posta escrita, podendo juntar documentos e
de 22-7-2022.
Art. 59. Os valores monetários expressos no
Capítulo IV serão atualizados anualmente, na
forma da lei.
Art. 60. O procedimento para a imposição
de penalidade administrativa por infração
às normas de proteção à pessoa idosa terá
início com requisição do Ministério Público
ou auto de infração elaborado por servidor
efetivo e assinado, se possível, por 2 (duas)
testemunhas.
c Artigo com a redação dada pela Lei no 14.423, de
22-7-2022.
§ 1o No procedimento iniciado com o auto de
infração poderão ser usadas fórmulas impres‑
sas, especificando‑se a natureza e as circuns‑
tâncias da infração.
§ 2o Sempre que possível, à verificação da in‑
fração seguir‑se‑á a lavratura do auto, ou este
1440
será lavrado dentro de 24 (vinte e quatro) ho‑
ras, por motivo justificado.
Art. 61. O autuado terá prazo de 10 (dez) dias
para a apresentação da defesa, contado da
data da intimação, que será feita:
I – pelo autuante, no instrumento de autuação,
quando for lavrado na presença do infrator;
II – por via postal, com aviso de recebimento.
Art. 62. Havendo risco para a vida ou à saú‑
de da pessoa idosa, a autoridade competente
aplicará à entidade de atendimento as san‑
ções regulamentares, sem prejuízo da inicia‑
tiva e das providências que vierem a ser ado‑
tadas pelo Ministério Público ou pelas demais
instituições legitimadas para a fiscalização.
c Artigo com a redação dada pela Lei no 14.423, de especializadas e exclusivas da pessoa idosa.
22-7-2022.
Art. 63. Nos casos em que não houver risco
para a vida ou a saúde da pessoa idosa abriga‑
da, a autoridade competente aplicará à entida‑
de de atendimento as sanções regulamentares,
sem prejuízo da iniciativa e das providências
que vierem a ser adotadas pelo Ministério Pú‑
blico ou pelas demais instituições legitimadas
para a fiscalização.
DA APURAÇÃO JUDICIAL DE
IRREGULARIDADES EM ENTIDADE
DE ATENDIMENTO
Art. 64. Aplicam‑se, subsidiariamente, ao
procedimento administrativo de que trata este
Capítulo as disposições das Leis nos 6.437, de
20 de agosto de 1977, e 9.784, de 29 de ja‑
Art. 65. O procedimento de apuração de ir‑
regularidade em entidade governamental e
não governamental de atendimento à pessoa
idosa terá início mediante petição fundamen‑
tada de pessoa interessada ou iniciativa do
Ministério Público.
Art. 66. Havendo motivo grave, poderá a
autoridade judiciária, ouvido o Ministério
Público, decretar liminarmente o afastamen‑
to provisório do dirigente da entidade ou
outras medidas que julgar adequadas, para
evitar lesão aos direitos da pessoa idosa, me‑
diante decisão fundamentada.
indicar as provas a produzir.
Art. 68. Apresentada a defesa, o juiz proce‑
derá na conformidade do art. 69 ou, se ne‑
cessário, designará audiência de instrução e
julgamento, deliberando sobre a necessidade
de produção de outras provas.
§ 1o Salvo manifestação em audiência, as par‑
tes e o Ministério Público terão 5 (cinco) dias
para oferecer alegações finais, decidindo a au‑
toridade judiciária em igual prazo.
§ 2o Em se tratando de afastamento provisório
ou definitivo de dirigente de entidade gover‑
namental, a autoridade judiciária oficiará a au‑
toridade administrativa imediatamente supe‑
rior ao afastado, fixando‑lhe prazo de 24 (vinte
e quatro) horas para proceder à substituição.
§ 3o Antes de aplicar qualquer das medidas, a
autoridade judiciária poderá fixar prazo para
a remoção das irregularidades verificadas. Sa‑
tisfeitas as exigências, o processo será extinto,
sem julgamento do mérito.
§ 4o A multa e a advertência serão impostas ao
dirigente da entidade ou ao responsável pelo
programa de atendimento.
TÍTULO V – DO ACESSO À JUSTIÇA
CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES GERAIS
Art. 69. Aplica‑se, subsidiariamente, às dispo‑
sições deste Capítulo, o procedimento sumário
previsto no Código de Processo Civil, naquilo
que não contrarie os prazos previstos nesta Lei.
Art. 70. O poder público poderá criar varas
c Artigo com a redação dada pela Lei no 14.423, de
22-7-2022.
Art. 71. É assegurada prioridade na tramitação
dos processos e procedimentos e na execução
dos atos e diligências judiciais em que figure
como parte ou interveniente pessoa com ida‑
de igual ou superior a 60 (sessenta) anos, em
qualquer instância.
c Art. 1.048 do CPC/2015.
§ 1o O interessado na obtenção da prioridade
a que alude este artigo, fazendo prova de sua
idade, requererá o benefício à autoridade judi‑
ciária competente para decidir o feito, que de‑
terminará as providências a serem cumpridas,
anotando‑se essa circunstância em local visível
nos autos do processo.
§ 2o A prioridade não cessará com a morte do
beneficiado, estendendo‑se em favor do côn‑
juge supérstite, companheiro ou companhei‑
ra, com união estável, maior de 60 (sessenta)
anos.
§ 3 o A prioridade se estende aos processos
e procedimentos na Administração Pública,
empresas prestadoras de serviços públicos e
instituições financeiras, ao atendimento pre‑
ferencial junto à Defensoria Publica da União,
dos Estados e do Distrito Federal em relação
aos Serviços de Assistência Judiciária.
§ 4 o Para o atendimento prioritário, será
garantido à pessoa idosa o fácil acesso aos
assentos e caixas, identificados com a des‑
tinação a pessoas idosas em local visível e
caracteres legíveis.
§ 5o Dentre os processos de pessoas idosas,
dar‑se‑á prioridade especial aos das maiores
de 80 (oitenta) anos.
c §§ 4o e 5o com a redação dada pela Lei n o 14.423,
de 22-7-2022.
CAPÍTULO II
DO MINISTÉRIO PÚBLICO
Art. 72. VETADO.
Art. 73. As funções do Ministério Público, pre‑
vistas nesta Lei, serão exercidas nos termos da
respectiva Lei Orgânica.
c Arts. 127 a 129 da CF.
c LC no 75, de 20-5-1993 (Lei Orgânica do Ministério
Público da União).
c Lei no 8.625, de 12-2-1993 (Lei Orgânica Nacional
do Ministério Público).
Art. 74. Compete ao Ministério Público:
I – instaurar o inquérito civil e a ação civil
pública para a proteção dos direitos e in‑
teresses difusos ou coletivos, individuais
indisponíveis e individuais homogêneos da
pessoa idosa;

II – promover e acompanhar as ações de ali‑
mentos, de interdição total ou parcial, de
designação de curador especial, em circuns‑
tâncias que justifiquem a medida e oficiar em
todos os feitos em que se discutam os direi‑
tos das pessoas idosas em condições de risco;
III – atuar como substituto processual da pes‑
soa idosa em situação de risco, conforme o
disposto no art. 43 desta Lei;
IV – promover a revogação de instrumento
procuratório da pessoa idosa, nas hipóteses
previstas no art. 43 desta Lei, quando neces‑
sário ou o interesse público justificar;
c Incisos I a IV com a redação dada pela Lei
no 14.423, de 22-7-2022.
V – instaurar procedimento administrativo e,
para instruí‑lo:
a) expedir notificações, colher depoimentos
ou esclarecimentos e, em caso de não
comparecimento injustificado da pessoa
notificada, requisitar condução coercitiva,
inclusive pela Polícia Civil ou Militar;
b) requisitar informações, exames, perícias e
documentos de autoridades municipais, es‑
taduais e federais, da administração direta
e indireta, bem como promover inspeções
cias e produção de outras provas, usando os
recursos cabíveis.
Art. 76. A intimação do Ministério Público, em
qualquer caso, será feita pessoalmente.
Art. 77. A falta de intervenção do Ministério
Público acarreta a nulidade do feito, que será
declarada de ofício pelo juiz ou a requerimento
de qualquer interessado.
CAPÍTULO III
DA PROTEÇÃO JUDICIAL DOS INTERESSES
DIFUSOS, COLETIVOS E INDIVIDUAIS
INDISPONÍVEIS OU HOMOGÊNEOS
Art. 78. As manifestações processuais do re‑
presentante do Ministério Público deverão ser
fundamentadas.
Art. 79. Regem‑se pelas disposições desta
Lei as ações de responsabilidade por ofen‑
sa aos direitos assegurados à pessoa idosa,
referentes à omissão ou ao oferecimento in‑
satisfatório de:
c Caput com a redação dada pela Lei no 14.423, de
22-7-2022.
I – acesso às ações e serviços de saúde;
II – atendimento especializado à pessoa
Lei no 10.741/2003
Art. 82. Para defesa dos interesses e direitos
protegidos por esta Lei, são admissíveis todas
as espécies de ação pertinentes.
Parágrafo único. Contra atos ilegais ou
abusivos de autoridade pública ou agente de
pessoa jurídica no exercício de atribuições de
Poder Público, que lesem direito líquido e certo
previsto nesta Lei, caberá ação mandamental,
que se regerá pelas normas da lei do mandado
de segurança.
Art. 83. Na ação que tenha por objeto o
cumprimento de obrigação de fazer ou não
fazer, o juiz concederá a tutela específica da
obrigação ou determinará providências que
assegurem o resultado prático equivalente ao
adimplemento.
§ 1o Sendo relevante o fundamento da deman‑
da e havendo justificado receio de ineficácia
do provimento final, é lícito ao juiz conceder
a tutela liminarmente ou após justificação pré‑
via, na forma do art. 273 do Código de Pro‑
cesso Civil.
c Refere‑se ao CPC/1973.
c Art. 300 do CPC/2015.
§ 2o O juiz poderá, na hipótese do § 1 o ou na

LEGISLAÇÃO COMPLEMENTAR
e diligências investigatórias; idosa com deficiência ou com limitação sentença, impor multa diária ao réu, inde‑
c) requisitar informações e documentos parti‑ incapacitante; pendentemente do pedido do autor, se for
culares de instituições privadas; suficiente ou compatível com a obrigação,
III – atendimento especializado à pessoa ido‑
VI – instaurar sindicâncias, requisitar dili‑ sa com doença infectocontagiosa; fixando prazo razoável para o cumprimento
gências investigatórias e a instauração de IV – serviço de assistência social visando ao do preceito.
inquérito policial, para a apuração de ilícitos amparo da pessoa idosa. § 3 o A multa só será exigível do réu após o
ou infrações às normas de proteção à pessoa trânsito em julgado da sentença favorável ao
c Incisos II a IV com a redação dada pela Lei
idosa; no 14.423, de 22-7-2022. autor, mas será devida desde o dia em que se
VII – zelar pelo efetivo respeito aos direitos e houver configurado.
garantias legais assegurados à pessoa idosa, Parágrafo único. As hipóteses previstas
neste artigo não excluem da proteção ju‑ Art. 84. Os valores das multas previstas nes‑
promovendo as medidas judiciais e extraju‑
dicial outros interesses difusos, coletivos, ta Lei reverterão ao Fundo da Pessoa Idosa,
diciais cabíveis;
individuais indisponíveis ou homogêneos, onde houver, ou na falta deste, ao Fundo Mu‑
c Incisos VI e VII com a redação dada pela Lei
próprios da pessoa idosa, protegidos em lei. nicipal de Assistência Social, ficando vincula‑
no 14.423, de 22-7-2022.
dos ao atendimento à pessoa idosa.
VIII – inspecionar as entidades públicas e parti‑ c Parágrafo único com a redação dada pela Lei
Caput com a redação dada pela Lei no 14.423, de
culares de atendimento e os programas de que no 14.423, de 22-7-2022. c
22-7-2022.
trata esta Lei, adotando de pronto as medidas Art. 80. As ações previstas neste Capítulo se‑
administrativas ou judiciais necessárias à remo‑ rão propostas no foro do domicílio da pessoa Parágrafo único. As multas não recolhidas
ção de irregularidades porventura verificadas; idosa, cujo juízo terá competência absoluta até 30 (trinta) dias após o trânsito em jul‑
IX – requisitar força policial, bem como a cola‑ para processar a causa, ressalvadas as com‑ gado da decisão serão exigidas por meio de
boração dos serviços de saúde, educacionais e petências da Justiça Federal e a competência execução promovida pelo Ministério Público,
de assistência social, públicos, para o desem‑ originária dos Tribunais Superiores. nos mesmos autos, facultada igual iniciativa
penho de suas atribuições; aos demais legitimados em caso de inércia
c Artigo com a redação dada pela Lei no 14.423, de
X – referendar transações envolvendo inte‑ daquele.
22-7-2022.
resses e direitos das pessoas idosas previstos Art. 85. O juiz poderá conferir efeito suspen‑
nesta Lei. Art. 81. Para as ações cíveis fundadas em inte‑ sivo aos recursos, para evitar dano irreparável
resses difusos, coletivos, individuais indisponí‑ à parte.
c Inciso X com a redação dada pela Lei n o 14.423, de
22-7-2022. veis ou homogêneos, consideram‑se legitima‑
dos, concorrentemente: Art. 86. Transitada em julgado a sentença que
§ 1o A legitimação do Ministério Público para impuser condenação ao Poder Público, o juiz
as ações cíveis previstas neste artigo não im‑ I – o Ministério Público; determinará a remessa de peças à autoridade
pede a de terceiros, nas mesmas hipóteses, II – a União, os Estados, o Distrito Federal e os competente, para apuração da responsabilida‑
segundo dispuser a lei. Municípios; de civil e administrativa do agente a que se
III – a Ordem dos Advogados do Brasil; atribua a ação ou omissão.
§ 2o As atribuições constantes deste artigo não
excluem outras, desde que compatíveis com a IV – as associações legalmente constituídas há Art. 87. Decorridos 60 (sessenta) dias do
finalidade e atribuições do Ministério Público. pelo menos 1 (um) ano e que incluam entre trânsito em julgado da sentença condenató‑
os fins institucionais a defesa dos interesses e
§ 3o O representante do Ministério Público, direitos da pessoa idosa, dispensada a autori‑ ria favorável à pessoa idosa sem que o autor
no exercício de suas funções, terá livre aces‑ zação da assembleia, se houver prévia autori‑ lhe promova a execução, deverá fazê‑lo o
so a toda entidade de atendimento à pessoa zação estatutária. Ministério Público, facultada igual iniciativa
idosa. aos demais legitimados, como assistentes ou
c § 3 o com a redação dada pela Lei n o 14.423, de
§ 1 o Admitir‑se‑á litisconsórcio facultativo assumindo o polo ativo, em caso de inércia
22-7-2022. entre os Ministérios Públicos da União e dos desse órgão.
Art. 75. Nos processos e procedimentos em Estados na defesa dos interesses e direitos de c Artigo com a redação dada pela Lei no 14.423, de
que não for parte, atuará obrigatoriamente que cuida esta Lei. 22-7-2022.
o Ministério Público na defesa dos direitos § 2o Em caso de desistência ou abandono da Art. 88. Nas ações de que trata este Capítulo,
e interesses de que cuida esta Lei, hipóteses ação por associação legitimada, o Ministério não haverá adiantamento de custas, emolu‑
em que terá vista dos autos depois das partes, Público ou outro legitimado deverá assumir a mentos, honorários periciais e quaisquer ou‑
podendo juntar documentos, requerer diligên‑ titularidade ativa. tras despesas.

1441
Lei no 10.741/2003
Parágrafo único. Não se imporá sucumbên‑ texto, para suprimir a expressão “Código Penal e”, Pena – reclusão de 4 (quatro) a 12 (doze) anos.
cia ao Ministério Público. no sentido de aplicar‑se apenas o procedimento
sumaríssimo previsto na Lei no 9.099/1995, e não Art. 100. Constitui crime punível com reclusão
Art. 89. Qualquer pessoa poderá, e o servi‑ outros benefícios ali previstos (DJE de 3-9-2010). de 6 (seis) meses a 1 (um) ano e multa:
dor deverá, provocar a iniciativa do Ministério c Lei n o 9.099, de 26-9-1995 (Lei dos Juizados I – obstar o acesso de alguém a qualquer cargo
Público, prestando‑lhe informações sobre os Especiais). público por motivo de idade;
fatos que constituam objeto de ação civil e II – negar a alguém, por motivo de idade, em‑
indicando‑lhe os elementos de convicção. CAPÍTULO II
DOS CRIMES EM ESPÉCIE prego ou trabalho;
Art. 90. Os agentes públicos em geral, os juí‑ III – recusar, retardar ou dificultar atendimento
zes e tribunais, no exercício de suas funções, Art. 95. Os crimes definidos nesta Lei são de ou deixar de prestar assistência à saúde, sem
quando tiverem conhecimento de fatos que ação penal pública incondicionada, não se lhes justa causa, a pessoa idosa;
possam configurar crime de ação pública con‑ aplicando os arts. 181 e 182 do Código Penal. IV – deixar de cumprir, retardar ou frustrar, sem
tra a pessoa idosa ou ensejar a propositura c Art. 129, I, da CF. justo motivo, a execução de ordem judicial ex‑
de ação para sua defesa, devem encaminhar c Art. 100 do CP. pedida na ação civil a que alude esta Lei;
as peças pertinentes ao Ministério Público, Art. 96. Discriminar pessoa idosa, impedindo V – recusar, retardar ou omitir dados técnicos
para as providências cabíveis. ou dificultando seu acesso a operações ban‑ indispensáveis à propositura da ação civil ob‑
c Artigo com a redação dada pela Lei no 14.423, de cárias, aos meios de transporte, ao direito de jeto desta Lei, quando requisitados pelo Mi‑
22-7-2022.
contratar ou por qualquer outro meio ou ins‑ nistério Público.
Art. 91. Para instruir a petição inicial, o inte‑ trumento necessário ao exercício da cidadania,
ressado poderá requerer às autoridades com‑
Art. 101. Deixar de cumprir, retardar ou frus‑
por motivo de idade: trar, sem justo motivo, a execução de ordem
petentes as certidões e informações que julgar Pena – reclusão de 6 (seis) meses a 1 (um) ano
necessárias, que serão fornecidas no prazo de judicial expedida nas ações em que for parte
e multa. ou interveniente a pessoa idosa:
10 (dez) dias.
§ 1o Na mesma pena incorre quem desdenhar, Caput com a redação dada pela Lei no 14.423, de
Art. 92. O Ministério Público poderá instaurar c
22-7-2022.
humilhar, menosprezar ou discriminar pessoa
sob sua presidência, inquérito civil, ou requi‑
idosa, por qualquer motivo. Pena – detenção de 6 (seis) meses a 1 (um)
sitar, de qualquer pessoa, organismo público
ou particular, certidões, informações, exames § 2o A pena será aumentada de 1/3 (um terço) ano e multa.
ou perícias, no prazo que assinalar, o qual não se a vítima se encontrar sob os cuidados ou Art. 102. Apropriar‑se de ou desviar bens,
poderá ser inferior a 10 (dez) dias. responsabilidade do agente. proventos, pensão ou qualquer outro rendi‑
§ 1 o Se o órgão do Ministério Público, esgo‑ § 3o Não constitui crime a negativa de crédito mento da pessoa idosa, dando‑lhes aplicação
tadas todas as diligências, se convencer da motivada por superendividamento da pessoa diversa da de sua finalidade:
inexistência de fundamento para a proposi‑ idosa. c Caput com a redação dada pela Lei no 14.423, de
tura da ação civil ou de peças informativas, c § 3 o com a redação dada pela Lei n o 14.423, de 22-7-2022.
determinará o seu arquivamento, fazendo‑o 22-7-2022. Pena – reclusão de 1 (um) a 4 (quatro) anos
fundamentadamente. Art. 97. Deixar de prestar assistência à pes‑ e multa.
§ 2o Os autos do inquérito civil ou as peças de soa idosa, quando possível fazê‑lo sem risco Art. 103. Negar o acolhimento ou a perma‑
informação arquivados serão remetidos, sob pessoal, em situação de iminente perigo, ou nência da pessoa idosa, como abrigada, por
pena de se incorrer em falta grave, no prazo recusar, retardar ou dificultar sua assistência recusa desta em outorgar procuração à enti‑
de 3 (três) dias, ao Conselho Superior do Mi‑ à saúde, sem justa causa, ou não pedir, nesses dade de atendimento:
nistério Público ou à Câmara de Coordenação casos, o socorro de autoridade pública:
e Revisão do Ministério Público. c Caput com a redação dada pela Lei n 14.423, de
o
c Caput com a redação dada pela Lei no 14.423, de 22-7-2022.
§ 3 o Até que seja homologado ou rejeitado 22-7-2022.
o arquivamento, pelo Conselho Superior do Pena – detenção de 6 (seis) meses a 1 (um)
Pena – detenção de 6 (seis) meses a 1 (um)
Ministério Público ou por Câmara de Coorde‑ ano e multa.
ano e multa.
nação e Revisão do Ministério Público, as asso‑ Parágrafo único. A pena é aumentada de
Art. 104. Reter o cartão magnético de conta
ciações legitimadas poderão apresentar razões bancária relativa a benefícios, proventos ou
metade, se da omissão resulta lesão corporal
escritas ou documentos, que serão juntados ou de natureza grave, e triplicada, se resulta a pensão da pessoa idosa, bem como qualquer
anexados às peças de informação. morte. outro documento com objetivo de assegurar
§ 4 o Deixando o Conselho Superior ou a Câ‑ recebimento ou ressarcimento de dívida:
Art. 98. Abandonar a pessoa idosa em hos‑
mara de Coordenação e Revisão do Ministério c Caput com a redação dada pela Lei no 14.423, de
pitais, casas de saúde, entidades de longa 22-7-2022.
Público de homologar a promoção de arqui‑
permanência, ou congêneres, ou não prover
vamento, será designado outro membro do Pena – detenção de 6 (seis) meses a 2 (dois)
suas necessidades básicas, quando obrigado
Ministério Público para o ajuizamento da ação. anos e multa.
por lei ou mandado:
TÍTULO VI – DOS CRIMES c Caput com a redação dada pela Lei n o
14.423, de Art. 105. Exibir ou veicular, por qualquer
22-7-2022. meio de comunicação, informações ou ima‑
CAPÍTULO I Pena – detenção de 6 (seis) meses a 3 (três) gens depreciativas ou injuriosas à pessoa
DISPOSIÇÕES GERAIS anos e multa. idosa:
Art. 99. Expor a perigo a integridade e a c Caput com a redação dada pela Lei n 14.423, de
o
c Art. 313, III, do CPP.
22-7-2022.
Art. 93. Aplicam‑se subsidiariamente, no que saúde, física ou psíquica, da pessoa idosa,
couber, as disposições da Lei no 7.347, de 24 submetendo‑a a condições desumanas ou Pena – detenção de 1 (um) a 3 (três) anos e
de julho de 1985. degradantes ou privando‑a de alimentos e multa.
c Lei n o 7.347, de 24-7-1985 (Lei da Ação Civil cuidados indispensáveis, quando obrigado a Art. 106. Induzir pessoa idosa sem discerni‑
Pública). fazê‑lo, ou sujeitando‑a a trabalho excessivo mento de seus atos a outorgar procuração
Art. 94. Aos crimes previstos nesta Lei, cuja ou inadequado: para fins de administração de bens ou deles
pena máxima privativa de liberdade não ultra‑ c Caput com a redação dada pela Lei no 14.423, de dispor livremente:
passe 4 (quatro) anos, aplica‑se o procedimen‑ 22-7-2022.
Pena – reclusão de 2 (dois) a 4 (quatro) anos.
to previsto na Lei no 9.099, de 26 de setembro Pena – detenção de 2 (dois) meses a 1 (um) Art. 107. Coagir, de qualquer modo, a pessoa
de 1995, e, subsidiariamente, no que couber, ano e multa.
idosa a doar, contratar, testar ou outorgar
as disposições do Código Penal e do Código de § 1 o Se do fato resulta lesão corporal de na‑
procuração:
Processo Penal. tureza grave: c Caput com a redação dada pela Lei no 14.423, de
c O STF, por maioria de votos, julgou parcialmente
procedente a ADIN no 3.096-5, para dar interpre‑
Pena – reclusão de 1 (um) a 4 (quatro) anos. 22-7-2022.
tação conforme a CF a este artigo, com redução de § 2o Se resulta a morte: Pena – reclusão de 2 (dois) a 5 (cinco) anos.

1442
Lei no 10.792/2003 – Lei no 10.820/2003
Art. 108. Lavrar ato notarial que envolva pes‑ disposto no caput do art. 36, que vigorará a e recompensando‑lhes o bom comportamento
soa idosa sem discernimento de seus atos, sem partir de 1o de janeiro de 2004. durante o período de sanção disciplinar.
a devida representação legal: Brasília, 1o de outubro de 2003; Art. 6o No caso de motim, o Diretor do Estabe‑
Pena – reclusão de 2 (dois) a 4 (quatro) anos. 182o da Independência e lecimento Prisional poderá determinar a trans‑
115o da República. ferência do preso, comunicando‑a ao juiz com‑
TÍTULO VII – DISPOSIÇÕES Luiz Inácio Lula da Silva petente no prazo de até vinte e quatro horas.
FINAIS E TRANSITÓRIAS Art. 7o A União definirá os padrões mínimos
Art. 109. Impedir ou embaraçar ato do repre‑ do presídio destinado ao cumprimento de re‑
sentante do Ministério Público ou de qualquer gime disciplinar.
LEI No 10.792,
outro agente fiscalizador: DE 1o DE DEZEMBRO DE 2003 Art. 8o A União priorizará, quando da constru‑
ção de presídios federais, os estabelecimentos
Pena – reclusão de 6 (seis) meses a 1 (um) ano Altera a Lei no 7.210, de 11 de junho de que se destinem a abrigar presos provisórios
e multa. 1984 – Lei de Execução Penal e o Decreto‑Lei ou condenados sujeitos a regime disciplinar
Art. 110. O Decreto‑Lei no 2.848, de 7 de de‑ no 3.689, de 3 de outubro de 1941 – Código diferenciado.
zembro de 1940, Código Penal, passa a vigorar de Processo Penal, e dá outras providências.
Art. 9o Esta Lei entra em vigor na data de sua
com as seguintes alterações: c Publicada no DOU de 2-12-2003. publicação.
c Alterações inseridas no texto do referido Código. Art. 1o A Lei no 7.210, de 11 de junho de 1984 Art. 10. Revoga‑se o art. 194 do Decreto‑Lei
Art. 111. O art. 21 do Decreto‑Lei no 3.688, de – Lei de Execução Penal, passa a vigorar com no 3.689, de 3 de outubro de 1941.
3 de outubro de 1941, Lei das Contravenções as seguintes alterações: Brasília, 1o de dezembro de 2003;
Penais, passa a vigorar acrescido do seguinte c Alterações inseridas no texto da referida Lei. 182o da Independência e
parágrafo único: c Art. 4 o do Dec. n o 6.049, de 27-2-2007 (Regulamen‑
to Penitenciário Federal). 115o da República.
c Alteração inserida no texto da referida Lei. Luiz Inácio Lula da Silva
Art. 2o O Decreto‑Lei no 3.689, de 3 de outu‑
Art. 112. O inciso II do § 4 do art. 1 da Lei bro de 1941 – Código de Processo Penal, passa
o o

no 9.455, de 7 de abril de 1997, passa a vigorar a vigorar com as seguintes alterações:

com a seguinte redação: c Alterações inseridas no texto da referida Lei.
c Alteração inserida no texto da referida Lei.
LEI No 10.820,
Art. 3 o Os estabelecimentos penitenciários DE 17 DE DEZEMBRO DE 2003
Art. 113. O inciso III do art. 18 da Lei no 6.368, disporão de aparelho detector de metais, aos
de 21 de outubro de 1976, passa a vigorar com quais devem se submeter todos que queiram Dispõe sobre a autorização para
desconto de prestações em folha de
a seguinte redação: ter acesso ao referido estabelecimento, ain‑ pagamento, e dá outras providências.
c A Lei no 6.368, de 21-10-1976, foi revogada pela Lei da que exerçam qualquer cargo ou função
c Publicada no DOU de 18-12-2003.
n 11.343, de 23-8-2006 (Lei Antidrogas).
o
pública.
c Dec. no 4.840, de 17-9-2003, regulamenta esta Lei.
Art. 114. O art. 1o da Lei no 10.048, de 8 de Art. 4 o Os estabelecimentos penitenciários,
Art. 1 o Os empregados regidos pela Conso‑
novembro de 2000, passa a vigorar com a se‑ especialmente os destinados ao regime disci‑
plinar diferenciado, disporão, dentre outros lidação das Leis do Trabalho – CLT, aprovada
guinte redação: pelo Decreto‑Lei no 5.452, de 1 o de maio de
“Art. 1 o As pessoas portadoras de deficiência, equipamentos de segurança, de bloqueadores 1943, poderão autorizar, de forma irrevogável
os idosos com idade igual ou superior a sessen‑ de telecomunicação para telefones celulares, e irretratável, o desconto em folha de paga‑
ta anos, as gestantes, as lactantes e as pessoas radiotransmissores e outros meios, definidos
mento ou na sua remuneração disponível dos
acompanhadas por crianças de colo terão atendi‑ no art. 60, § 1o, da Lei no 9.472, de 16 de julho
mento prioritário, nos termos desta Lei.” de 1997. valores referentes ao pagamento de emprésti‑
mos, financiamentos, cartões de crédito e ope‑
Art. 115. O Orçamento da Seguridade Social Art. 5o Nos termos do disposto no inciso I do rações de arrendamento mercantil concedidos
destinará ao Fundo Nacional de Assistência art. 24 da Constituição da República, observa‑ por instituições financeiras e sociedades de
Social, até que o Fundo Nacional da Pessoa dos os arts. 44 a 60 da Lei no 7.210, de 11 de arrendamento mercantil, quando previsto nos
Idosa seja criado, os recursos necessários, em junho de 1984, os Estados e o Distrito Federal respectivos contratos.
cada exercício financeiro, para aplicação em poderão regulamentar o regime disciplinar di‑ c Caput com a redação dada pela Lei no 13.172, de
programas e ações relativos à pessoa idosa. ferenciado, em especial para: 21-10-2015.
Artigo com a redação dada pela Lei no 14.423, de c Lei n 7.210, de 11-7-1984 (Lei de Execução Penal).
o
c § 1o O desconto mencionado neste artigo tam‑
22-7-2022. I – estabelecer o sistema de rodízio entre os bém poderá incidir sobre verbas rescisórias
c Lei no 12.213, de 20-1-2010, institui o Fundo Na‑ agentes penitenciários que entrem em contato devidas pelo empregador, se assim previsto
cional do Idoso e autoriza a deduzir do imposto de direto com os presos provisórios e condenados; no respectivo contrato de empréstimo, finan‑
renda devido pelas pessoas físicas e jurídicas as II – assegurar o sigilo sobre a identidade e
doações efetuadas aos Fundos Municipais, Esta‑
ciamento, cartão de crédito ou arrendamento
demais dados pessoais dos agentes peniten‑ mercantil, até o limite de 35% (trinta e cinco
duais e Nacional do Idoso. ciários lotados nos estabelecimentos penais de por cento), sendo 5% (cinco por cento) desti‑
Art. 116. Serão incluídos nos censos demográ‑ segurança máxima; nados exclusivamente para:
ficos dados relativos à população idosa do País. III – restringir o acesso dos presos provisórios
e condenados aos meios de comunicação de I – a amortização de despesas contraídas por
Art. 117. O Poder Executivo encaminhará ao meio de cartão de crédito; ou
Congresso Nacional projeto de lei revendo os informação;
IV – disciplinar o cadastramento e agendamen‑ II – a utilização com a finalidade de saque por
critérios de concessão do Benefício de Presta‑ meio do cartão de crédito.
ção Continuada previsto na Lei Orgânica da to prévio das entrevistas dos presos provisórios
ou condenados com seus advogados, regular‑ c § 1 o com a redação dada pela Lei n o 13.172, de
Assistência Social, de forma a garantir que o 21-10-2015.
mente constituídos nos autos da ação penal
acesso ao direito seja condizente com o es‑ ou processo de execução criminal, conforme § 2o O regulamento disporá sobre os limites de
tágio de desenvolvimento socioeconômico o caso; valor do empréstimo, da prestação consignável
alcançado pelo País. V – elaborar programa de atendimento dife‑ para os fins do caput e do comprometimento
Art. 118. Esta Lei entra em vigor decorridos 90 renciado aos presos provisórios e condenados, das verbas rescisórias para os fins do § 1o deste
(noventa) dias da sua publicação, ressalvado o visando a sua reintegração ao regime comum artigo.

1442-A

consulta de preço pelo consumidor, localizados
na área de vendas e em outras de fácil acesso.
§ 1o O regulamento desta Lei definirá, observa‑
dos, dentre outros critérios ou fatores, o tipo e
o tamanho do estabelecimento e a quantidade
e a diversidade dos itens de bens e serviços, a
área máxima que deverá ser atendida por cada
leitora ótica.
c Art. 7o do Dec. no 5.903, de 20-9-2006, que regula-
menta esta Lei.
§ 2o Para os fins desta Lei, considera‑se área
de vendas aquela na qual os consumidores
têm acesso às mercadorias e serviços ofe‑
recidos para consumo no varejo, dentro do
estabelecimento.
Art. 5o No caso de divergência de preços para
o mesmo produto entre os sistemas de infor‑
mação de preços utilizados pelo estabeleci‑
mento, o consumidor pagará o menor dentre
eles.
Art. 5o‑A. O fornecedor deve informar, em lo‑
cal e formato visíveis ao consumidor, eventuais
descontos oferecidos em função do prazo ou
do instrumento de pagamento utilizado.
Parágrafo único. Aplicam‑se às infrações a
Lei no 10.996/2004 – Lei no 11.076/2004
§ 2 o Aplicam‑se às operações de que trata o – WA, o Certificado de Direitos Creditórios
caput deste artigo as disposições do inciso II do do Agronegócio – CDCA, a Letra de Crédito
§ 2 do art. 3 da Lei n 10.637, de 30 de de‑
o o o
do Agronegócio – LCA e o Certificado de
zembro de 2002, e do inciso II do § 2o do art. 3o Recebíveis do Agronegócio – CRA, dá nova
da Lei n 10.833, de 29 de dezembro de 2003.
o
redação a dispositivos das Leis nos 9.973,
§ 3o As disposições deste artigo aplicam‑se às de 29 de maio de 2000, que dispõe sobre
vendas de mercadorias destinadas ao consumo o sistema de armazenagem dos produtos
ou à industrialização nas Áreas de Livre Comér‑ agropecuários, 8.427, de 27 de maio de
cio de que tratam as Leis n os 7.965, de 22 de 1992, que dispõe sobre a concessão de
dezembro de 1989, 8.210, de 19 de julho de subvenção econômica nas operações de
1991, e 8.256, de 25 de novembro de 1991, crédito rural, 8.929, de 22 de agosto de
o art. 11 da Lei no 8.387, de 30 de dezembro 1994, que institui a Cédula de Produto Rural
de 1991, e a Lei no 8.857, de 8 de março de – CPR, 9.514, de 20 de novembro de 1997,
1994, por pessoa jurídica estabelecida fora que dispõe sobre o Sistema de Financiamento
dessas áreas. Imobiliário e institui a alienação fiduciária de
c § 3 o com a redação dada pela Lei n o 11.945, de coisa imóvel, e altera a Taxa de Fiscalização de
4-6-2009. que trata a Lei no 7.940, de 20 de dezembro
§ 4o Não se aplica o disposto neste artigo às de 1989, e dá outras providências.
vendas de mercadorias que tenham como c Publicada no DOU de 31-12-2004.
destinatárias pessoas jurídicas atacadistas e CAPÍTULO I
varejistas, sujeitas ao regime de apuração não DO CDA E DO WA
cumulativa da Contribuição para o PIS/PASEP
e da COFINS, estabelecidas nas Áreas de Livre Seção I
Comércio referidas no § 3o. DISPOSIÇÕES INICIAIS
§ 5o Nas notas fiscais relativas à venda de que Art. 1o Ficam instituídos o Certificado de De‑
trata o caput deste artigo, deverá constar a ex‑ pósito Agropecuário – CDA e o Warrant Agro‑

LEGISLAÇÃO COMPLEMENTAR
este artigo as sanções previstas na Lei no 8.078, pressão “Venda de mercadoria efetuada com pecuário – WA.
de 11 de setembro de 1990. alíquota zero da Contribuição para o PIS/PASEP
§ 1o O CDA é título de crédito representativo
Art. 5 o ‑A acrescido pela Lei n o 13.455, de e da COFINS”, com a especificação do disposi‑
c de promessa de entrega de produtos agro‑
26-6-2017. tivo legal correspondente.
pecuários, seus derivados, subprodutos e re‑
c §§ 4 o e 5 o acrescidos pela Lei n o 12.350, de
Art. 6o VETADO. síduos de valor econômico, depositados em
20-12-2010.
Art. 7o Esta Lei entra em vigor na data de sua conformidade com a Lei no 9.973, de 29 de
§ 6 O disposto neste artigo não se aplica maio de 2000.
o
publicação.
aos produtos de que trata o art. 14 da Lei
Brasília, 11 de outubro de 2004; no 13.097, de 19 de janeiro de 2015. § 2 o O WA é título de crédito representativo
183o da Independência e de promessa de pagamento em dinheiro que
c § 6o acrescido pela Lei n o 13.137, de 19-6-2015.
116o da República. confere direito de penhor sobre o CDA corres‑
Art. 3 Os arts. 2 e 3 da Lei n 10.637, de 30 pondente, assim como sobre o produto nele
o o o o
Luiz Inácio Lula da Silva de dezembro de 2002, passam a vigorar com a descrito.
seguinte redação: c § 2 o com a redação dada pela Lei n o 11.524, de
c Alterações inseridas no texto da referida Lei. 24-9-2007.
LEI No 10.996, Art. 4o Os arts. 2o e 3o da Lei no 10.833, de 29 § 3o O CDA e o WA são títulos unidos, emiti‑
DE 15 DE DEZEMBRO DE 2004 de dezembro de 2003, passam a vigorar com a dos simultaneamente pelo depositário, a pedi‑
Altera a legislação tributária federal e as Leis seguinte redação: do do depositante, podendo ser transmitidos
nos 10.637, de 30 de dezembro de 2002, c Alterações inseridas no texto da referida Lei. unidos ou separadamente, mediante endosso.
e 10.833, de 29 de dezembro de 2003. Art. 5o A suspensão da exigibilidade da Con‑ § 4o O CDA e o WA são títulos executivos ex‑
c Publicada no DOU de 16-12-2004. tribuição para o PIS/PASEP incidente na impor‑ trajudiciais.
tação de produtos estrangeiros ou serviços e Art. 2o Aplicam‑se ao CDA e ao WA as normas
Art. 1 o Fica excluída, para fins de incidência da COFINS devida pelo importador de bens
na fonte e no ajuste anual do imposto de ren‑ estrangeiros ou serviços do exterior, prevista de direito cambial no que forem cabíveis e o
da da pessoa física, a quantia de R$ 100,00 nos arts. 14, § 1o, e 14‑A da Lei no 10.865, de seguinte:
(cem reais) mensais do total dos rendimentos 30 de abril de 2004, será resolvida mediante I – os endossos devem ser completos;
tributáveis provenientes do trabalho assalaria‑ a aplicação de alíquota 0 (zero), quando as II – os endossantes não respondem pela entre‑
do pagos nos meses de agosto a dezembro do mercadorias importadas forem utilizadas em ga do produto, mas, tão somente, pela existên‑
ano‑calendário de 2004. processo de fabricação de matérias‑primas, cia da obrigação;
Parágrafo único. O disposto no caput deste produtos industrializados finais, por estabele‑ III – é dispensado o protesto cambial para asse‑
artigo aplica‑se, também, ao 13 (décimo ter‑ cimentos situados na Zona Franca de Manaus
o gurar o direito de regresso contra endossantes
ceiro) salário para fins de incidência do impos‑ – ZFM, consoante projeto aprovado pelo Con‑ e avalistas.
to de renda na fonte. selho de Administração da Superintendência Art. 3o O CDA e o WA poderão ser emitidos
Art. 2o Ficam reduzidas a 0 (zero) as alíquotas da Zona Franca de Manaus – SUFRAMA. sob a forma cartular ou escritural.
da Contribuição para o PIS/PASEP e da Con‑ Art. 6o Esta Lei entra em vigor na data de sua c Caput com a redação dada pela Lei no 13.986, de
tribuição para o Financiamento da Seguridade publicação. 7-4-2020.
Social – COFINS incidentes sobre as receitas de Brasília, 15 de dezembro de 2004; I e II – Revogados. Lei no 13.986, de 7-4-2020.
vendas de mercadorias destinadas ao consumo 183o da Independência e § 1o A emissão na forma escritural ocorrerá por
ou à industrialização na Zona Franca de Ma‑ 116o da República. meio do lançamento em sistema eletrônico de
naus – ZFM, por pessoa jurídica estabelecida Luiz Inácio Lula da Silva escrituração gerido por entidade autorizada
fora da ZFM. pelo Banco Central do Brasil a exercer ativida‑
§ 1o Para os efeitos deste artigo, entendem‑se de de escrituração.
como vendas de mercadorias de consumo na c A alteração que seria inserida neste parágrafo
Zona Franca de Manaus – ZFM as que tenham LEI No 11.076, pela Lei no 14.421, de 20-7-2022, foi vetada, razão
como destinatárias pessoas jurídicas que as DE 30 DE DEZEMBRO DE 2004 pela qual, mantivemos a sua redação.
venham utilizar diretamente ou para comer‑ Dispõe sobre o Certificado de Depósito § 2o O CDA e o WA emitidos sob a forma car‑
cialização por atacado ou a varejo. Agropecuário – CDA, o Warrant Agropecuário tular assumirão a forma escritural enquanto

1479
Lei no 11.076/2004
permanecerem depositados em depositário pela Comissão de Valores Mobiliários, no âm‑
central.
c §§ 1 o e 2 o acrescidos pela Lei n o 13.986, de de de registro de ativos financeiros e de valores
7-4-2020.
c A alteração que seria inserida neste parágrafo de maio de 2013;
pela Lei no 14.421, de 20-7-2022, foi vetada, razão
pela qual, mantivemos a sua redação.
Art. 3 ‑A. Compete ao Banco Central do IV – depositário central: entidade autorizada
o
Brasil:
I – estabelecer as condições para o exercício da
atividade de escrituração de que trata o § 1o do
art. 3o desta Lei; e
II – autorizar e supervisionar o exercício da
atividade prevista no inciso I do caput deste
artigo.
§ 1o A autorização de que trata o inciso II do
caput deste artigo poderá, a critério do Banco
Central do Brasil, ser concedida por segmento,
por espécie ou por grupos de entidades que
atendam a critérios específicos, dispensada a
autorização individualizada.
§ 2o A entidade responsável pela escrituração
de que trata o inciso I do caput deste artigo
expedirá, mediante solicitação, certidão de
inteiro teor do título, inclusive para fins de
protesto e de execução.
§ 3 o A certidão de que trata o § 2 o deste ar‑
tigo poderá ser emitida na forma eletrônica,
observados os requisitos de segurança que
garantam a autenticidade e a integridade do
documento.
Art. 3 o‑B. A liquidação do pagamento em
favor do legítimo credor, por qualquer meio
de pagamento existente no âmbito do Sistema
de Pagamentos Brasileiro, constituirá prova de
pagamento total ou parcial do WA emitido sob
a forma escritural.
Parágrafo único. A prova de pagamento de
que trata o caput deste artigo será informada
no sistema eletrônico de escrituração de que
trata o § 1o do art. 3o desta Lei, com referência
expressa ao WA amortizado ou liquidado.
Art. 3o‑C. O sistema eletrônico de escrituração
a que se refere o § 1o do art. 3o desta Lei fará
constar:
I – os requisitos essenciais do título;
II – o endosso e a cadeia de endossos, se
houver;
III – os aditamentos, as ratificações e as reti‑
ficações; e
IV – a inclusão de notificações, de cláusulas
contratuais e de outras informações.
Parágrafo único. Na hipótese de serem cons‑
tituídos gravames e ônus, tal ocorrência será
informada no sistema eletrônico de escritura‑
ção de que trata o § 1o do art. 3o desta Lei.
c Arts. 3o‑A a 3o‑C acrescidos pela Lei no 13.986, de
7-4-2020.
Art. 4o Para efeito desta Lei, entende‑se como:
I – depositário: pessoa jurídica apta a exercer
as atividades de guarda e conservação dos pro‑
dutos especificados no § 1 o do art. 1 o desta
Lei, de terceiros e, no caso de cooperativas,
de terceiros e de associados, sem prejuízo do
disposto nos arts. 82 e 83 da Lei no 5.764, de
16 de dezembro de 1971;
II – depositante: pessoa física ou jurídica res‑
ponsável legal pelos produtos especificados no
§ 1o do art. 1o desta Lei entregues a um depo‑
sitário para guarda e conservação;
III – entidade registradora autorizada: entida‑
de autorizada pelo Banco Central do Brasil ou
1480
§ 1o Na solicitação, o depositante:
bito de suas competências, a exercer a ativida‑ I – declarará, sob as penas da lei, que o produ‑
to é de sua propriedade e está livre e desem‑
mobiliários de que trata a Lei no 12.810, de 15 baraçado de quaisquer ônus;
II – outorgará, em caráter irrevogável, poderes
Inciso III com a redação dada pela Lei no 13.986, de
c ao depositário para transferir a propriedade do
7-4-2020.
produto ao endossatário do CDA.
§ 2 o Os documentos mencionados no § 1 o
pelo Banco Central do Brasil ou pela Comissão
deste artigo serão arquivados pelo depositário
de Valores Mobiliários, no âmbito de suas com‑
junto com as suas respectivas vias do CDA e
petências, a exercer a atividade de depósito
centralizado de ativos financeiros e de valores do WA.
mobiliários de que trata a Lei no 12.810, de 15 c § 2 o com a redação dada pela Lei n o 13.986, de
7-4-2020.
de maio de 2013; e
V – produtos agropecuários: produtos agro‑ § 3o Emitidos o CDA e o WA, fica dispensada a
pecuários, seus derivados, subprodutos e re‑ entrega de recibo de depósito.
síduos de valor econômico de que trata a Lei Art. 7o É facultada a formalização do contra‑
no 9.973, de 29 de maio de 2000. to de depósito, nos termos do art. 3o da Lei
c Incisos IV e V acrescidos pela Lei n o 13.986, de n o 9.973, de 29 de maio de 2000, quando fo‑
7-4-2020. rem emitidos o CDA e o WA.
Art. 5o O CDA e o WA devem conter as seguin‑ Art. 8o O CDA e o WA, quando emitidos sob
tes informações: a forma cartular, o serão em, no mínimo, 2
I – denominação do título; (duas) vias, com as seguintes destinações:
II – número de controle, que deve ser idêntico c Caput com a redação dada pela Lei no 13.986, de
para cada conjunto de CDA e WA; 7-4-2020.
III – menção de que o depósito do produto
sujeita‑se à Lei n 9.973, de 29 de maio de
o I – primeiras vias, ao depositante;
2000, a esta Lei e, no caso de cooperativas, II – segundas vias, ao depositário, nas quais
à Lei no 5.764, de 16 de dezembro de 1971; constarão os recibos de entrega dos originais
IV – identificação, qualificação e endereços do ao depositante.
depositante e do depositário; Parágrafo único. Os títulos terão numeração
V – identificação comercial do depositário; sequencial, idêntica em ambos os documen‑
VI – cláusula à ordem; tos, em série única, vedada a subsérie.
VII – endereço completo do local do armaze‑ Art. 9o O depositário que emitir o CDA e o WA
namento; é responsável, civil e criminalmente, inclusive
VIII – descrição e especificação do produto; perante terceiros, pelas irregularidades e ine‑
IX – peso bruto e líquido; xatidões neles lançadas.
X – forma de acondicionamento;
XI – número de volumes, quando cabível; § 1o O emitente é responsável pela existência,
liquidez, certeza e exigibilidade dos direitos
XII – valor dos serviços de armazenagem, con‑
servação e expedição, a periodicidade de sua indicados no CDA e no WA.
cobrança e a indicação do responsável pelo seu § 2o Fica vedado ao emitente opor ao terceiro
pagamento; titular do CDA ou do WA as exceções pessoais
XIII – identificação do segurador do produto e oponíveis ao depositante.
do valor do seguro; c §§ 1 o e 2 o acrescidos pela Lei n o 13.986, de
XIV – qualificação da garantia oferecida pelo 7-4-2020.
depositário, quando for o caso;
XV – data do recebimento do produto e prazo Art. 10. O depositante tem o direito de pedir
do depósito; ao depositário a divisão do produto em tantos
XVI – data de emissão do título; lotes quantos lhe convenha e solicitar a emis‑
XVII – identificação, qualificação e assinatu‑ são do CDA e do WA correspondentes a cada
ra dos representantes legais do depositário, um dos lotes.
que poderá ser feita de forma eletrônica, Art. 11. O depositário assume a obrigação
conforme legislação aplicável; de guardar, conservar, manter a qualidade e a
c Inciso XVII com a redação dada pela Lei n o 14.421, quantidade do produto recebido em depósito
de 20-7-2022. e de entregá‑lo ao credor na quantidade e qua‑
XVIII – identificação precisa dos direitos que lidade consignadas no CDA e no WA.
conferem. Art. 12. Emitidos o CDA e o WA, o produto
Parágrafo único. O depositante e o deposi‑ a que se referem não poderá sofrer embar‑
tário poderão acordar que a responsabilidade go, penhora, sequestro ou qualquer outro
pelo pagamento do valor dos serviços a que se embaraço que prejudique a sua livre e plena
refere o inciso XII do caput deste artigo será do disposição.
endossatário do CDA. Parágrafo único. Na hipótese de o titular do
Seção II CDA e do correspondente WA diferir do de‑
DA EMISSÃO, DO DEPÓSITO positante, o produto objeto desses títulos não
CENTRALIZADO E DA poderá ser confundido com bem de proprie‑
CIRCULAÇÃO DOS TÍTULOS dade do depositante ou sujeitar‑se aos efeitos
c Seção II com a denominação dada pela Lei
de sua recuperação judicial ou falência, pre‑
no 13.986, de 7-4-2020. valecendo os direitos de propriedade sobre a
coisa ao endossatário final que se apresentar
Subseção I ao depositário, nos termos do inciso II do § 1o
DA EMISSÃO do art. 6o e do § 5o do art. 21 desta Lei.
Art. 6o A solicitação de emissão do CDA e do c Parágrafo único acrescido pela Lei n o 13.986, de
WA será feita pelo depositante ao depositário. 7-4-2020.

Art. 13. O prazo do depósito a ser consigna‑
do no CDA e no WA será de até 1 (um) ano,
contado da data de sua emissão, podendo
Lei no 11.076/2004
serão atualizados em meio eletrônico pelo de‑ § 5 o Com a entrega do CDA ao depositário,
positário central. juntamente com o respectivo WA ou com o
c § 1 o com a redação dada pela Lei n o 13.986, de documento a que se refere o § 4 deste artigo,
o

ser prorrogado pelo depositário a pedido do
credor, os quais, na oportunidade, ajustarão,
se for necessário, as condições de depósito do
produto.
Parágrafo único. As prorrogações serão ano‑
tadas nas segundas vias em poder do depositá‑
rio do produto agropecuário e eletronicamente
nos registros do depositário central.
Parágrafo único com a redação dada pela Lei
c
no 13.986, de 7-4-2020.
Art. 14. Incorre na pena prevista no art. 178
do Decreto‑Lei n o 2.848, de 7 de dezembro
de 1940 – Código Penal aquele que emitir o
CDA e o WA em desacordo com as disposições
desta Lei.
Subseção II
DO DEPÓSITO CENTRALIZADO
c Subseção II com a denominação dada pela Lei
no 13.986, de 7-4-2020.
Art. 15. É obrigatório o depósito do CDA e
do WA em depositário central autorizado pelo
Banco Central do Brasil, no prazo de 30 (trinta)
dias, contado da data de emissão dos títulos,
do qual constará o número de controle do tí‑
7-4-2020. o endossatário adquire a propriedade do pro‑
§ 2o Se, na data de vencimento do WA, o CDA duto nele descrito, extinguindo‑seoo mandatoo
e o WA não estiverem em nome do mesmo a que se refere o inciso II do § 1 do art. 6
credor e o credor do CDA não houver consig‑ desta Lei.
nado o valor da dívida, na forma do inciso II § 6o São condições para a transferência da pro‑
do § 1o do art. 21 desta Lei, o titular do WA priedade ou retirada do produto:
poderá, a seu critério, promover a execução I – o pagamento dos serviços de armazena‑
do penhor sobre: gem, conservação e expedição, na forma do
I – o produto, mediante sua venda em leilão inciso XII e do parágrafo único do art. 5o desta
a ser realizado em bolsa de mercadorias; ou Lei;
II – o CDA correspondente, mediante a venda II – o cumprimento das obrigações tributárias,
do título, em conjunto com o WA, em bolsa de principais e acessórias, relativas à operação.
mercadorias ou de futuros, ou em mercado de Seção IV
balcão organizado. DO SEGURO
§ 3o Nas hipóteses referidas nos incisos I e II do Art. 22. Para emissão de CDA e WA, o seguro
§ 2 deste artigo, o produto da venda da mer‑ obrigatório de que trata o § 6o do art. 6o da Lei
o
cadoria ou dos títulos, conforme o caso, será no 9.973, de 29 de maio de 2000, deverá ter
utilizado para pagamento imediato do crédito cobertura contra incêndio, raio, explosão de
representado pelo WA ao seu respectivo titu‑ qualquer natureza, danos elétricos, vendaval,
lar na data do vencimento, devendo o saldo alagamento, inundação, furacão, ciclone, tor‑
remanescente ser entregue ao titular do CDA, nado, granizo, quedas de aeronaves, impacto
após debitadas as despesas comprovadamente de veículos terrestres e fumaça.
incorridas com a realização do leilão da merca‑ c Caput com a redação dada pela Lei no 13.986, de

tulo de que trata o inciso II do caput do art. 5o
desta Lei.
c Caput com a redação dada pela Lei no 13.986, de
7-4-2020.
§ 1o O depósito de CDA e de WA emitidos sob
a forma cartular em depositário central será
precedido da entrega dos títulos à custódia
de instituição legalmente autorizada para
esse fim, por meio de endosso‑mandato, que
poderá ser feito de forma eletrônica, confor‑
me legislação aplicável.
c § 1 o com a redação dada pela Lei n o 14.421, de
20-7-2022.
§ 2o A instituição custodiante é responsável por
efetuar o endosso do CDA e do WA ao credor
por ocasião da baixa do depósito no deposi‑
tário central.
§ 2 o com a redação dada pela Lei n o 13.986, de
c
7-4-2020.
§ 3o Vencido o prazo de 30 (trinta) dias sem o
cumprimento da providência a que se refere o
caput deste artigo, deverá o depositante soli‑
citar ao depositário o cancelamento dos títulos
e sua substituição por novos ou por recibo de
depósito, em seu nome.
§ 3 o com a redação dada pela Lei n o 11.524, de
c quinas e implementos utilizados na atividade
24-9-2007.
§ 4 o O Conselho Monetário Nacional poderá
estabelecer outras condições para o depósito
do CDA e do WA de que trata este artigo.
c § 4o acrescido ppela Lei no 13.986, de 7-4-2020.
Subseção III
DA CIRCULAÇÃO
Art. 16. O CDA e o WA serão negociados nos
mercados de bolsa e de balcão como ativos
financeiros.
Art. 17. Por ocasião da primeira negociação
do WA separado do CDA, o depositário cen‑
tral consignará em seus registros o valor da
negociação do WA, a taxa de juros e a data de
vencimento ou, ainda, o valor a ser pago no
vencimento ou o indicador que será utilizado
para o cálculo do valor da dívida.
c Caput com a redação dada pela Lei no 13.986, de
7-4-2020.
§ 1o Os lançamentos dos negócios realizados
com o CDA e com o WA unidos ou separados
doria ou dos títulos.
§ 4o O adquirente dos títulos no leilão poderá Parágrafo único. No caso de armazéns públi‑
colocá‑los novamente em circulação, obser‑ cos, o seguro obrigatório de que trata o caput
vando‑se o disposto no caput deste artigo, no deste artigo também conterá cláusula contra
caso de negociação do WA separado do CDA. roubo e furto.
c §§ 2 o a 4 o acrescidos pela Lei n o 11.524, de CAPÍTULO II
24-9-2007.
Art. 18. As negociações do CDA e do WA são
isentas do Imposto sobre Operações de Crédi‑ Seção I
to, Câmbio e Seguro ou relativas a Títulos ou
Valores Mobiliários.
Art. 19. Os negócios ocorridos durante pe‑
ríodo em que o CDA e o WA emitidos sob a
forma cartular estiverem depositados em de‑
positário central não serão transcritos no verso
dos títulos.
c Artigo com a redação dada pela Lei no 13.986, de
7-4-2020.
Art. 20. Revogado. Lei no 13.986, de 7-4-2020.
Seção III
DA RETIRADA DO PRODUTO
Art. 21. Para a retirada do produto, o credor
do CDA providenciará a baixa do registro ele‑
trônico do CDA e requererá à instituição cus‑
todiante o endosso na cártula e a sua entrega.
§ 1 o A baixa do registro eletrônico ocorrerá
somente se:
I – o CDA e o WA estiverem em nome do mes‑
mo credor; ou
II – o credor do CDA consignar, em dinheiro,
na instituição custodiante, o valor do principal
e dos juros devidos até a data do vencimento
do WA.
§ 2o A consignação do valor da dívida do WA,
na forma do inciso II do § 1o deste artigo, equi‑
vale ao real e efetivo pagamento da dívida,
devendo a quantia consignada ser entregue
ao credor do WA pela instituição custodiante.
§ 3o Na hipótese do inciso I do § 1o deste ar‑
tigo, a instituição custodiante entregará ao
credor, junto com a cártula do CDA, a cártula
do WA.
§ 4o Na hipótese do inciso II do § 1o deste arti‑
go, a instituição custodiante entregará, junto
com a cártula do CDA, documento comproba‑
tório do depósito consignado.
LEGISLAÇÃO COMPLEMENTAR
7-4-2020.
DO CDCA, DA LCA E DO CRA
DISPOSIÇÕES INICIAIS
Art. 23. Ficam instituídos os seguintes títulos
de crédito:
I – Certificado de Direitos Creditórios do Agro‑
negócio – CDCA;
II – Letra de Crédito do Agronegócio – LCA;
III – Certificado de Recebíveis do Agronegó‑
cio – CRA.
§ 1 o Os títulos de crédito de que trata este
artigo são vinculados a direitos creditórios
originários de negócios realizados entre pro‑
dutores rurais, ou suas cooperativas, e tercei‑
ros, inclusive financiamentos ou empréstimos,
relacionados com a produção, a comercializa‑
ção, o beneficiamento ou a industrialização de
produtos ou insumos agropecuários ou de má‑
agropecuária.
c Parágrafo único transformado em § 1 o pela Lei
no 13.331, de 1o-9-2016.
c A alteração que seria inserida neste parágrafo
pela Lei no 14.421, de 20-7-2022, foi vetada, razão
pela qual, mantivemos a sua redação.
§ 2o Os bancos cooperativos, as confederações
de cooperativas de crédito e as cooperativas
centrais de crédito integrantes de sistemas
cooperativos de crédito constituídos nos ter‑
mos da Lei Complementar n o 130, de 17 de
abril de 2009, podem utilizar, como lastro de
LCA de sua emissão, título de crédito repre‑
sentativo de repasse interfinanceiro realizado
em favor de cooperativa singular de crédito do
sistema, quando a totalidade dos recursos se
destinar a apenas uma operação de crédito ru‑
ral, observado que:
c Caput do § 2 o com a redação dada pela Lei
no 13.606, de 9-1-2018.
I – ambos os títulos devem observar idênticas
datas de liquidação, indicar sua mútua vincu‑

1481
Lei no 11.076/2004
lação e fazer referência ao cumprimento das III – poderão ser formalizados em meio físi‑ lores e das datas de vencimento das diversas
condições estabelecidas neste artigo; e co ou eletrônico e, quando correspondentes parcelas;
II – o instrumento representativo da operação a títulos de crédito, sob a forma cartular ou VIII – o nome do titular;
de crédito rural deve ser dado em garantia ao escritural. IX – cláusula “à ordem”, ressalvado o disposto
banco cooperativo repassador. c § 1 o com a redação dada pela Lei n o 13.986, de no inciso II do art. 35 desta Lei.
c Incisos I e II acrescidos pela Lei n o 13.331, de 7-4-2020. § 1o Os direitos creditórios vinculados à LCA:
1o-9-2016. § 2o Caberá à instituição custodiante a que se I – deverão ser registrados ou depositados em
§ 3 o Os títulos de crédito de que trata este refere o § 1o deste artigo: entidade autorizada pelo Banco Central do
artigo poderão ser emitidos com cláusula de I – manter sob sua guarda documentação que Brasil ou pela Comissão de Valores Mobiliários
correção pela variação cambial desde que in‑ evidencie a regular constituição dos direitos a exercer a atividade de registro ou de depósito
tegralmente vinculados a direitos creditórios creditórios vinculados ao CDCA; centralizado de ativos financeiros e de valores
com cláusula de correção na mesma moeda. II – realizar a liquidação física e financeira dos mobiliários; e
§ 4 o O Conselho Monetário Nacional poderá direitos creditórios custodiados, devendo, para II – poderão ser mantidos em custódia, hipóte‑
dispor acerca da emissão dos títulos de crédito tanto, estar munida de poderes suficientes se em que se aplica o disposto no inciso II do
de que trata este artigo com cláusula de corre‑ para efetuar sua cobrança e recebimento, por § 1o e no § 2o do art. 25 desta Lei.
ção pela variação cambial. conta e ordem do emitente do CDCA; c Parágrafo único transformado em § 1o e com a re-
c §§ 3 o e 4 o acrescidos pela Lei n o 13.986, de III – prestar quaisquer outros serviços contrata‑ dação dada pela Lei no 13.986, de 7-4-2020.
7-4-2020. dos pelo emitente do CDCA. § 2 o Observadas as condições estabelecidas
§ 5o VETADO. Lei no 14.421, de 20-7-2022. § 3o Será admitida a emissão de CDCA em sé‑ pelo Conselho Monetário Nacional, poderão
rie, em que os CDCA serão vinculados a um ser utilizados para o cumprimento do direcio‑
Seção II mesmo conjunto de direitos creditórios, de‑ namento de recursos da LCA para o crédito
CERTIFICADO DE DIREITOS vendo ter igual valor nominal e conferir a seus rural, de que trata o art. 21 da Lei no 4.829, de
CREDITÓRIOS DO AGRONEGÓCIO titulares os mesmos direitos. 5 de novembro de 1965:
Art. 24. O Certificado de Direitos Creditórios § 4 o O CDCA pode ser emitido com cláusula I – Cédula de Produto Rural (CPR) emitida por
do Agronegócio – CDCA é título de crédito de correção pela variação cambial desde que: produtor rural, inclusive as adquiridas por ins‑
nominativo, de livre negociação, representa‑ c Caput do § 4 o acrescido pela Lei n o 13.331, de tituições financeiras de terceiros;
tivo de promessa de pagamento em dinheiro e 1o-9-2016. II – quotas de fundos garantidores de opera‑
constitui título executivo extrajudicial.
I – integralmente vinculado a direitos credi‑ ções de crédito com produtores rurais, pelo va‑
§ 1o O CDCA é de emissão exclusiva de coo‑ tórios com cláusula de correção na mesma lor da integralização, desde que as operações
perativas agropecuárias e de outras pessoas moeda; e de crédito garantidas sejam crédito rural;
jurídicas que exerçam a atividade de comercia‑ II – emitido em favor de: III – CDCA e CRA, desde que os direitos credi‑
lização, beneficiamento ou industrialização de a) investidor não residente, observado o dis‑ tórios vinculados sejam integralmente origina‑
produtos, insumos, máquinas e implementos posto no § 5o deste artigo; ou dos de negócios em que o produtor rural seja
agrícolas, pecuários, florestais, aquícolas e b) companhia securitizadora de direitos cre‑ parte direta; e
extrativos. ditórios do agronegócio, para o fim ex‑ IV – CDA e WA, desde que tenham sido emiti‑
c § 1 o com a redação dada pela Lei n o 13.986, de clusivo de vinculação a CRA com cláusula dos em favor de produtor rural.
7-4-2020.
equivalente; c § 2o acrescido pela Lei no 13.986, de 7-4-2020.
§§ 2 e 3 Revogados. Lei n 13.986, de c Incisos I e II com a redação dada pela Lei no 13.986,
o o o
Seção IV
7-4-2020. de 7-4-2020.
DISPOSIÇÕES COMUNS AO CDCA E À LCA
Art. 25. O CDCA terá os seguintes requisitos, III – Revogado. Lei no 13.986, de 7-4-2020.
lançados em seu contexto: Art. 28. O valor do CDCA e da LCA não poderá
§ 5 o O Conselho Monetário Nacional poderá exceder o valor total dos direitos creditórios do
I – o nome do emitente e a assinatura de seus estabelecer outras condições para a emissão agronegócio a eles vinculados.
representantes legais; de CDCA com cláusula de correção pela va‑
II – o número de ordem, local e data da riação cambial, inclusive sobre a emissão em Art. 29. Os emitentes de CDCA e de LCA res‑
emissão; favor de investidor residente e o rol de pro‑ pondem pela origem e autenticidade dos direi‑
III – a denominação “Certificado de Direitos dutos admitidos nos direitos creditórios objeto tos creditórios a eles vinculados.
Creditórios do Agronegócio”; de CDCA. Art. 30. A identificação dos direitos creditó‑
IV – o valor nominal; c § 5o acrescido pela Lei n o 13.986, de 7-4-2020.
rios vinculados ao CDCA e à LCA poderá ser
V – a identificação dos direitos creditórios a ele feita em documento à parte, do qual conste
vinculados e seus respectivos valores, ressalva‑ Seção III a assinatura dos representantes legais do emi‑
do o disposto no art. 30 desta Lei; LETRA DE CRÉDITO DO AGRONEGÓCIO tente, fazendo‑se menção a essa circunstância
VI – data de vencimento ou, se emitido para Art. 26. A Letra de Crédito do Agronegócio no certificado ou nos registros da instituição
pagamento parcelado, discriminação dos va‑ – LCA é título de crédito nominativo, de livre responsável pela manutenção dos sistemas de
lores e das datas de vencimento das diversas negociação, representativo de promessa de escrituração.
parcelas; pagamento em dinheiro e constitui título exe‑ Parágrafo único. A identificação dos direitos
VII – taxa de juros, fixa ou flutuante, admitida cutivo extrajudicial. creditórios vinculados ao CDCA e à LCA pode‑
a capitalização; Parágrafo único. A LCA é de emissão ex‑ rá ser feita pelos correspondentes números de
VIII – o nome da instituição responsável clusiva de instituições financeiras públicas ou registro no sistema a que se refere o inciso I do
pela custódia dos direitos creditórios a ele privadas. § 1o do art. 25 desta Lei.
vinculados; Art. 27. A LCA terá os seguintes requisitos, Art. 31. O CDCA e a LCA poderão conter ou‑
IX – o nome do titular; lançados em seu contexto: tras cláusulas, que constarão de documento
X – cláusula “à ordem”, ressalvado o disposto à parte, com a assinatura dos representantes
no inciso II do art. 35 desta Lei. I – o nome da instituição emitente e a assina‑
legais do emitente, fazendo‑se menção a essa
tura de seus representantes legais; circunstância em seu contexto.
§ 1 o Os direitos creditórios vinculados ao II – o número de ordem, o local e a data de
CDCA: emissão; Art. 32. O CDCA e a LCA conferem direito de
I – serão registrados ou depositados em enti‑ III – a denominação “Letra de Crédito do Agro‑ penhor sobre os direitos creditórios a eles vin‑
dade autorizada pelo Banco Central do Bra‑ negócio”; culados, independentemente de convenção,
sil ou pela Comissão de Valores Mobiliários a IV – o valor nominal; não se aplicando o disposto nos arts. 1.452,
exercer a atividade de registro ou de depósito V – a identificação dos direitos creditórios a ela caput, e 1.453 da Lei no 10.406, de 10 de ja‑
centralizado de ativos financeiros e de valores vinculados e seus respectivos valores, ressalva‑ neiro de 2002 – Código Civil.
mobiliários; do o disposto no art. 30 desta Lei; § 1o A substituição dos direitos creditórios vin‑
II – serão custodiados em instituições financei‑ VI – taxa de juros, fixa ou flutuante, admitida culados ao CDCA e à LCA, mediante acordo
ras ou outras instituições autorizadas pela Co‑ a capitalização; entre o emitente e o titular, importará na ex‑
missão de Valores Mobiliários a prestar serviço VII – data de vencimento ou, se emitido para tinção do penhor sobre os direitos substituí‑
de custódia de valores mobiliários; e pagamento parcelado, discriminação dos va‑ dos, constituindo‑se automaticamente novo

1482
Decreto‑Lei no 3.365/1941
Art. 22. Havendo concordância sobre o preço, norários do advogado, que serão fixados entre c Arts. 5o, XXIV, e 182, § 3o, da CF.
o juiz o homologará por sentença no despacho meio e cinco por cento do valor da diferença, c Súm. no 416 do STF.
saneador. observado o disposto no § 4o do artigo 20 do § 1o As dívidas fiscais serão deduzidas dos valo‑
c Arts. 203, § 1 o, 355 e 487, III, b, do CPC/2015. Código de Processo Civil, não podendo os ho‑ res depositados, quando inscritas e ajuizadas.
Art. 23. Findo o prazo para a contestação e norários ultrapassar R$ 151.000,00 (cento e § 2o Incluem‑se na disposição prevista no § 1o
não havendo concordância expressa quanto cinquenta e um mil reais). as multas decorrentes de inadimplemento e de
ao preço, o perito apresentará o laudo em c § 1o com a redação dada pela MP no 2.183-56, de obrigações fiscais.
cartório, até cinco dias, pelo menos, antes da 24-8-2001, que até o encerramento desta edição
não havia sido convertida em Lei. § 3 o A discussão acerca dos valores inscritos
audiência de instrução e julgamento.
c O STF, por unanimidade, julgou parcialmente ou executados será realizada em ação própria.
§ 1o O perito poderá requisitar das autoridades procedente a ADIN n o 2.332-2 para declarar a c §§ 1 o a 3 o acrescidos pela Lei n o 11.977, de
públicas os esclarecimentos ou documentos constitucionalidade da estipulação de parâmetros 7-7-2009.
que se tornarem necessários à elaboração do mínimo e máximo para a concessão de honorários
advocatícios previstos neste parágrafo, e declarar Art. 33. O depósito do preço fixado por sen‑
laudo, e deverá indicar nele, entre outras cir‑ tença, à disposição do juiz da causa, é conside‑
cunstâncias atendíveis para a fixação da inde‑ a inconstitucionalidade da expressão “não poden-
do os honorários ultrapassar R$ 151.000,00 (cento rado pagamento prévio da indenização.
nização, as enumeradas no artigo 27. e cinquenta e um mil reais)” (DJe de 28-5-2018). § 1o O depósito far‑se‑á no Banco do Brasil ou,
Ser‑lhe‑ão abonadas, como custas, as despesas c Refere‑se ao CPC/1973. onde este não tiver agência, em estabeleci‑
com certidões e, a arbítrio do juiz, as de outros c Art. 85, §§ 3o e 8o, do CPC/2015. mento bancário acreditado, a critério do juiz.
documentos que juntar ao laudo. c Súm. no 617 do STF.
Parágrafo único transformado em § 1 o pela Lei
§ 2o Antes de proferido o despacho saneador, c Súm. n 141os do TFR.
o c
no 2.786, de 21-5-1956.
poderá o perito solicitar prazo especial para c Súmulas n 131 e 141 do STJ. § 2o O desapropriado, ainda que discorde do
apresentação do laudo. § 2o A transmissão da propriedade decorrente
preço oferecido, do arbitrado ou do fixado
Art. 24. Na audiência de instrução e julga‑ de desapropriação amigável ou judicial, não pela sentença, poderá levantar até oitenta por
mento proceder‑se‑á na conformidade do ficará sujeita ao imposto de lucro imobiliário. cento do depósito feito para o fim previsto
Código de Processo Civil. Encerrado o debate, c § 2o acrescido pela Lei no 2.786, de 21-5-1956. neste e no artigo 15, observado o processo
o juiz proferirá sentença fixando o preço da c Art. 42 da Lei no 6.766, de 19-12-1979 (Lei do Par- estabelecido no artigo 34.
indenização. celamento do Solo).
c Súm. n 39 do TFR.
o c § 2o acrescido pela Lei no 2.786, de 21-5-1956.
c Arts. 358 a 368 do CPC/2015.
c Súmulas nos 164, 254 e 618 do STF. § 3 O disposto no § 1 deste artigo se aplica:
o o Art. 34. O levantamento do preço será deferi‑
Súmulas nos 70 e 110 do TFR. do mediante prova de propriedade, de quitação
c I – ao procedimento contraditório especial, de de dívidas fiscais que recaiam sobre o bem ex‑
c Súmulas nos 12, 56, 102 e 113 do STJ. rito sumário, para o processo de desapropria‑ propriado, e publicação de editais, com o prazo
Parágrafo único. Se não se julgar habilitado ção de imóvel rural, por interesse social, para de dez dias, para conhecimento de terceiros.
a decidir, o juiz designará desde logo outra au‑ fins de reforma agrária;
diência que se realizará dentro de dez dias, a II – às ações de indenização por apossamento Parágrafo único. Se o juiz verificar que há
fim de publicar a sentença. administrativo ou desapropriação indireta. dúvida fundada sobre o domínio, o preço fica‑
rá em depósito, ressalvada aos interessados a
Art. 25. O principal e os acessórios serão com‑ § 4o O valor a que se refere o § 1o será atuali‑ ação própria para disputá‑lo.
putados em parcelas autônomas. zado, a partir de maio de 2000, no dia 1 o de c Art. 5o do Dec.‑lei no 1.075, de 22-1-1970 (Lei da
Parágrafo único. O juiz poderá arbitrar quan‑ janeiro de cada ano, com base na variação Imissão de Posse).
tia módica para desmonte e transporte de ma‑ acumulada do Índice de Preços ao Consumidor c Súm. no 42 do TFR.
quinismos instalados e em funcionamento. Amplo – IPCA do respectivo período.
Art. 34‑A. Se houver concordância, reduzida
c Art. 42 da Lei no 6.766, de 19-12-1979 (Lei do Par- c §§ 3 e 4 acrescidos pela MP n 2.183-56, de 24- a termo, do expropriado, a decisão concessi‑
o o o

celamento do Solo). 8-2001, que até o encerramento desta edição não

Art. 26. No valor da indenização que será con‑
temporâneo da avaliação não se incluirão os Art. 28. Da sentença que fixar o preço da
direitos de terceiros contra o expropriado.
c Caput com a redação dada pela Lei n o 2.786, de
21-5-1956.
§ 1o Serão atendidas as benfeitorias necessárias
feitas após a desapropriação; as úteis, quando § 1 A sentença que condenar a Fazenda Públi‑
feitas com autorização do expropriante.
c Parágrafo único transformado em § 1 o pela Lei
no 4.686, de 21-6-1965.
c Súm. no 23 do STF.
§ 2o Decorrido prazo superior a um ano a partir
da avaliação, o juiz ou tribunal, antes da de‑
cisão final, determinará a correção monetária
do valor apurado, conforme índice que será
fixado, trimestralmente, pela Secretaria de Pla‑
nejamento da Presidência da República.
c § 2 o com a redação dada pela Lei n o 6.306, de mandado de imissão de posse, valendo a sen‑
15-12-1975.
c Súmulas nos 475 e 561 do STF.
c Súmulas nos 69, 70, 74 e 75 do TFR.
c Súmulas nos 12, 67, 70, 79, 102, 113 e 114 do STJ. Art. 30. As custas serão pagas pelo autor se o expropriado, se não houver oposição expres-
Art. 27. O juiz indicará na sentença os fatos
que motivaram o seu convencimento e deverá
atender, especialmente, à estimação dos bens
para efeitos fiscais; ao preço de aquisição o
interesse que deles aufere o proprietário; à sua
situação, estado de conservação e segurança;
ao valor venal dos da mesma espécie, nos últi‑
mos cinco anos, e à valorização ou depreciação
de área remanescente, pertencente ao réu.
§ 1o A sentença que fixar o valor da indeniza‑
ção quando este for superior ao preço ofere‑
cido condenará o desapropriante a pagar ho‑
havia sido convertida em Lei. va da imissão provisória na posse implicará a
aquisição da propriedade pelo expropriante
com o consequente registro da propriedade
indenização caberá apelação com efeito sim‑ na matrícula do imóvel.
plesmente devolutivo, quando interposta pelo c Caput do art. 34‑A acrescido pela Lei no 13.465, de
expropriado, e com ambos os efeitos, quando 11-7-2017.
o for pelo expropriante.
§ 1o A concordância escrita do expropriado não
o
implica renúncia ao seu direito de questionar o
ca em quantia superior ao dobro da oferecida preço ofertado em juízo.
fica sujeita ao duplo grau de jurisdição.
§ 2o Na hipótese deste artigo, o expropriado
c § 1 o com a redação dada pela Lei n o 6.071, de
3-7-1974. poderá levantar 100% (cem por cento) do de‑
pósito de que trata o art. 33 deste Decreto‑Lei.
§ 2o Nas causas de valor igual ou inferior a dois
contos de réis, observar‑se‑á o disposto no ar‑ § 3o Do valor a ser levantado pelo expropria‑
tigo 839 do Código de Processo Civil. do devem ser deduzidos os valores dispostos
nos §§ 1 o e 2 o do art. 32 deste Decreto‑Lei,
c Refere‑se ao CPC/1973.
bem como, a critério do juiz, aqueles tidos
Art. 29. Efetuado o pagamento ou a consig‑ como necessários para o custeio das despesas
nação, expedir‑se‑á em favor do expropriante processuais.
c §§ 1 o a 3 o acrescidos pela Lei n o 13.465, de
tença como título hábil para a transcrição no 11-7-2017.
registro de imóveis.
§ 4o Após a apresentação da contestação pelo
réu aceitar o preço oferecido; em caso contrá‑ sa com relação à validade do decreto desa-
rio, pelo vencido, ou em proporção, na forma propriatório, deverá ser determinada a ime-
da lei.
diata transferência da propriedade do imóvel
para o expropriante, independentemente de
DISPOSIÇÕES FINAIS anuência expressa do expropriado, e prosse-
Art. 31. Ficam sub‑rogados no preço quais‑ guirá o processo somente para resolução das
quer ônus ou direitos que recaiam sobre o bem questões litigiosas.
expropriado. c § 4o acrescido pela Lei n o 14.421, de 20-7-2022.
Art. 32. O pagamento do preço será prévio e Art. 35. Os bens expropriados, uma vez in‑
em dinheiro. corporados à Fazenda Pública, não podem ser
c Caput com a redação dada pela Lei n o 2.786, de objeto de reivindicação, ainda que fundada em
21-5-1956. nulidade do processo de desapropriação. Qual‑

1912
Lei no 12.711/2012 – Lei no 12.846/2013
LEI No 12.711,
DE 29 DE AGOSTO DE 2012
Dispõe sobre o ingresso nas
universidades federais e nas instituições
federais de ensino técnico.
c Publicada no DOU de 30-8-2012.
c Lei no 12.799, de 10-4-2013, dispõe sobre a isenção
de pagamento de taxas para inscrição em proces-
sos seletivos de ingresso nos cursos das institui-
ções federais de educação superior.
Art. 1 o As instituições federais de educação
superior vinculadas ao Ministério da Educação
reservarão, em cada concurso seletivo para
ingresso nos cursos de graduação, por curso
e turno, no mínimo 50% (cinquenta por cen‑
to) de suas vagas para estudantes que tenham
cursado integralmente o ensino médio em es‑
colas públicas.
Parágrafo único. No preenchimento das va‑
gas de que trata o caput deste artigo, 50%
(cinquenta por cento) deverão ser reservados
aos estudantes oriundos de famílias com ren‑
da igual ou inferior a 1,5 salário mínimo (um
salário mínimo e meio) per capita.
Art. 2o VETADO.
Art. 3o Em cada instituição federal de ensino
superior, as vagas de que trata o art. 1o desta
Lei serão preenchidas, por curso e turno, por
autodeclarados pretos, pardos e indígenas e
por pessoas com deficiência, nos termos da
legislação, em proporção ao total de vagas no
mínimo igual à proporção respectiva de pretos,
pardos, indígenas e pessoas com deficiência na
população da unidade da Federação onde está
instalada a instituição, segundo o último censo
da Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística – IBGE.
c Caput com a redação dada pela Lei no 13.409, de
28-12-2016.
Parágrafo único. No caso de não preenchi‑
mento das vagas segundo os critérios estabe‑
lecidos no caput deste artigo, aquelas rema‑
nescentes deverão ser completadas por estu‑
dantes que tenham cursado integralmente o
ensino médio em escolas públicas.
Art. 4o As instituições federais de ensino téc‑
nico de nível médio reservarão, em cada con‑
curso seletivo para ingresso em cada curso, por
turno, no mínimo 50% (cinquenta por cento)
de suas vagas para estudantes que cursaram
integralmente o ensino fundamental em esco‑
las públicas.
Parágrafo único. No preenchimento das va‑
gas de que trata o caput deste artigo, 50%
(cinquenta por cento) deverão ser reservados
aos estudantes oriundos de famílias com ren‑
da igual ou inferior a 1,5 salário mínimo (um
salário mínimo e meio) per capita.
Art. 5o Em cada instituição federal de ensino
técnico de nível médio, as vagas de que trata
o art. 4o desta Lei serão preenchidas, por curso
e turno, por autodeclarados pretos, pardos e
indígenas e por pessoas com deficiência, nos
termos da legislação, em proporção ao total de
vagas no mínimo igual à proporção respectiva
de pretos, pardos, indígenas e pessoas com de‑
ficiência na população da unidade da Federa‑
ção onde está instalada a instituição, segundo
o último censo do IBGE.
c Caput com a redação dada pela Lei no 13.409, de
28-12-2016.
Parágrafo único. No caso de não preenchi‑
mento das vagas segundo os critérios estabele‑
2044
cidos no caput deste artigo, aquelas remanes‑ § 1o A pessoa jurídica será responsabilizada in‑
centes deverão ser preenchidas por estudantes dependentemente da responsabilização indi‑
que tenham cursado integralmente o ensino vidual das pessoas naturais referidas no caput.
fundamental em escola pública. § 2o Os dirigentes ou administradores somen‑
Art. 6o O Ministério da Educação e a Secretaria te serão responsabilizados por atos ilícitos na
Especial de Políticas de Promoção da Igualdade medida da sua culpabilidade.
Racial, da Presidência da República, serão res‑ Art. 4o Subsiste a responsabilidade da pessoa
ponsáveis pelo acompanhamento e avaliação jurídica na hipótese de alteração contratual,
do programa de que trata esta Lei, ouvida a transformação, incorporação, fusão ou cisão
Fundação Nacional do Índio (FUNAI). societária.
Art. 7o No prazo de dez anos a contar da data § 1o Nas hipóteses de fusão e incorporação, a
de publicação desta Lei, será promovida a revi‑ responsabilidade da sucessora será restrita à
são do programa especial para o acesso às ins‑ obrigação de pagamento de multa e reparação
tituições de educação superior de estudantes integral do dano causado, até o limite do pa‑
pretos, pardos e indígenas e de pessoas com trimônio transferido, não lhe sendo aplicáveis
deficiência, bem como daqueles que tenham as demais sanções previstas nesta Lei decor‑
cursado integralmente o ensino médio em es‑ rentes de atos e fatos ocorridos antes da data
colas públicas. da fusão ou incorporação, exceto no caso de
c Artigo com a redação dada pela Lei no 13.409, de simulação ou evidente intuito de fraude, devi‑
28-12-2016. damente comprovados.
Art. 8o As instituições de que trata o art. 1 o § 2o As sociedades controladoras, controladas,
desta Lei deverão implementar, no mínimo, coligadas ou, no âmbito do respectivo con‑
25% (vinte e cinco por cento) da reserva de trato, as consorciadas serão solidariamente
vagas prevista nesta Lei, a cada ano, e terão o responsáveis pela prática dos atos previstos
prazo máximo de 4 (quatro) anos, a partir da nesta Lei, restringindo‑se tal responsabilidade
data de sua publicação, para o cumprimento à obrigação de pagamento de multa e repara‑
integral do disposto nesta Lei. ção integral do dano causado.
Art. 9o Esta Lei entra em vigor na data de sua
CAPÍTULO II
publicação.
DOS ATOS LESIVOS À ADMINISTRAÇÃO
Brasília, 29 de agosto de 2012; PÚBLICA NACIONAL OU ESTRANGEIRA
191o da Independência e
124o da República. Art. 5 Constituem atos lesivos à administra‑
o
ção pública, nacional ou estrangeira, para os
Dilma Rousseff
fins desta Lei, todos aqueles praticados pelas
pessoas jurídicas mencionadas no parágrafo
único do art. 1o, que atentem contra o patri‑
LEI No 12.846, mônio público nacional ou estrangeiro, contra
DE 1o DE AGOSTO DE 2013 princípios da administração pública ou contra
os compromissos internacionais assumidos
Dispõe sobre a responsabilização pelo Brasil, assim definidos:
administrativa e civil de pessoas
jurídicas pela prática de atos contra I – prometer, oferecer ou dar, direta ou indire‑
a administração pública, nacional ou tamente, vantagem indevida a agente público,
estrangeira, e dá outras providências. ou a terceira pessoa a ele relacionada;
c Publicada no DOU de 2-8-2013.
II – comprovadamente, financiar, custear, pa‑
c Dec. no 11.129, de 11-7-2022, regulamenta esta Lei.
trocinar ou de qualquer modo subvencionar a
prática dos atos ilícitos previstos nesta Lei;
CAPÍTULO I III – comprovadamente, utilizar‑se de inter‑
DISPOSIÇÕES GERAIS posta pessoa física ou jurídica para ocultar ou
Art. 1o Esta Lei dispõe sobre a responsabiliza‑ dissimular seus reais interesses ou a identidade
ção objetiva administrativa e civil de pessoas dos benefícios dos atos praticados;
jurídicas pela prática de atos contra a adminis‑ IV – no tocante a licitações e contratos:
tração pública, nacional ou estrangeira. a) frustrar ou fraudar, mediante ajuste, com‑
Parágrafo único. Aplica‑se o disposto nesta binação ou qualquer outro expediente, o
Lei às sociedades empresárias e às sociedades caráter competitivo de procedimento lici‑
simples, personificadas ou não, independente‑ tatório público;
mente da forma de organização ou modelo so‑ b) impedir, perturbar ou fraudar a realização
cietário adotado, bem como a quaisquer fun‑ de qualquer ato de procedimento licitatório
dações, associações de entidades ou pessoas, público;
ou sociedades estrangeiras, que tenham sede, c) afastar ou procurar afastar licitante, por
filial ou representação no território brasileiro, meio de fraude ou oferecimento de vanta‑
gem de qualquer tipo;
constituídas de fato ou de direito, ainda que
temporariamente. d) fraudar licitação pública ou contrato dela
decorrente;
c Arts. 53, 62, 982, 997 e 1.134 do CC.
e) criar, de modo fraudulento ou irregu‑
Art. 2o As pessoas jurídicas serão responsabili‑ lar, pessoa jurídica para participar de
zadas objetivamente, nos âmbitos administra‑ licitação pública ou celebrar contrato
tivo e civil, pelos atos lesivos previstos nesta administrativo;
Lei praticados em seu interesse ou benefício, f) obter vantagem ou benefício indevido, de
exclusivo ou não. modo fraudulento, de modificações ou
Art. 3 o A responsabilização da pessoa jurí‑ prorrogações de contratos celebrados com
dica não exclui a responsabilidade individual a administração pública, sem autorização
de seus dirigentes ou administradores ou de em lei, no ato convocatório da licitação
qualquer pessoa natural, autora, coautora ou pública ou nos respectivos instrumentos
partícipe do ato ilícito. contratuais; ou

Arts. 20 e 21. Revogados. Lei no 13.683, de ca federal, em sede de juízo de admissibilidade que assegure a certeza de ciência da pessoa
19-6-2018.
Art. 22. As disposições desta Lei aplicam‑se, I – pela abertura de investigação preliminar;
no que couber, às regiões integradas de de-
senvolvimento que tenham características de
região metropolitana ou de aglomeração urba-
na, criadas mediante lei complementar federal,
com base no art. 43 da Constituição Federal,
até a data de entrada em vigor desta Lei.
Parágrafo único. A partir da data de entrada
em vigor desta Lei, a instituição de unidades
territoriais urbanas que envolvam Municípios
pertencentes a mais de um Estado deve ocor-
rer na forma prevista no art. 4o, sem prejuízo
da possibilidade de constituição de consórcios
intermunicipais.
Art. 23. Independentemente das disposições
desta Lei, os Municípios podem formalizar con-
vênios de cooperação e constituir consórcios
públicos para atuação em funções públicas de
interesse comum no campo do desenvolvimen-
to urbano, observada a Lei no 11.107, de 6 de
abril de 2005.
Art. 24. A Lei n o 10.257, de 10 de julho de
2001, passa a vigorar acrescida do seguinte
art. 34‑A:
Alteração inserida no texto da referida Lei.
c
Art. 25. Esta Lei entra em vigor na data de sua
publicação.
Brasília, 12 de janeiro de 2015;
194o da Independência e
127o da República.
Dilma Rousseff
DECRETO No 8.420,
DE 18 DE MARÇO DE 2015
Regulamenta a Lei no 12.846, de 1o
de agosto de 2013, que dispõe sobre
a responsabilização administrativa de
pessoas jurídicas pela prática de atos
contra a administração pública, nacional
ou estrangeira e dá outras providências.
022
Publicado no DOU de 19-3-2015.
Art. 1o Este Decreto regulamenta a responsa-
7-2
bilização objetiva administrativa de pessoas
11-
jurídicas pela prática de atos contra a adminis-
tração pública, nacional ou estrangeira, de que
DE
trata a Lei no 12.846, de 1o de agosto de 2013.
29,
CAPÍTULO I
DA RESPONSABILIZAÇÃO
11.1
ADMINISTRATIVA
Art. 2o A apuração da responsabilidade admi-
. No
nistrativa de pessoa jurídica que possa resultar
na aplicação das sanções previstas no art. 6o
DEC
da Lei no 12.846, de 2013, será efetuada por
meio de Processo Administrativo de Responsa-
DO.
bilização – PAR.
Art. 3 o A competência para a instauração e
OGA
para o julgamento do PAR é da autoridade má-
xima da entidade em face da qual foi praticado
REV
o ato lesivo, ou, em caso de órgão da adminis-
tração direta, do seu Ministro de Estado.
Parágrafo único. A competência de que trata
o caput será exercida de ofício ou mediante
provocação e poderá ser delegada, sendo ve-
dada a subdelegação.
Art. 4 o A autoridade competente para ins-
tauração do PAR, ao tomar ciência da possível
ocorrência de ato lesivo à administração públi-
Decreto no 8.420/2015
e mediante despacho fundamentado, decidirá: jurídica acusada, cujo prazo para apresenta-
ção de defesa será contado a partir da data da
II – pela instauração de PAR; ou cientificação oficial, observado o disposto no
III – pelo arquivamento da matéria. Capítulo XVI da Lei no 9.784, de 29 de janeiro
de 1999.
§ 1 A investigação de que trata o inciso I do
o
caput terá caráter sigiloso e não punitivo e será § 1 Caso não tenha êxito a intimação de que
o
destinada à apuração de indícios de autoria e trata o caput, será feita nova intimação por
materialidade de atos lesivos à administração meio de edital publicado na imprensa oficial,
pública federal. em jornal de grande circulação no Estado da
federação em que a pessoa jurídica tenha
§ 2o A investigação preliminar será conduzida
sede, e no sítio eletrônico do órgão ou enti-
por comissão composta por dois ou mais ser-
dade pública responsável pela apuração do
vidores efetivos.
PAR, contando‑se o prazo para apresentação
§ 3o Em entidades da administração pública fe- da defesa a partir da última data de publicação
deral cujos quadros funcionais não sejam for- do edital.
mados por servidores estatutários, a comissão
§ 2o Em se tratando de pessoa jurídica que não
a que se refere o § 2o será composta por dois
possua sede, filial ou representação no País
ou mais empregados públicos.
e sendo desconhecida sua representação no
§ 4 o O prazo para conclusão da investigação exterior, frustrada a intimação nos termos do
preliminar não excederá 60 (sessenta) dias e caput, será feita nova intimação por meio de
poderá ser prorrogado por igual período, me- edital publicado na imprensa oficial e no sítio
diante solicitação justificada do presidente da eletrônico do órgão ou entidade público res-
comissão à autoridade instauradora. ponsável pela apuração do PAR, contando‑se o
§ 5o Ao final da investigação preliminar, serão prazo para apresentação da defesa a partir da
enviadas à autoridade competente as peças de última data de publicação do edital.
informação obtidas, acompanhadas de relató- Art. 8o A pessoa jurídica poderá acompanhar o
022
rio conclusivo acerca da existência de indícios PAR por meio de seus representantes legais ou
de autoria e materialidade de atos lesivos à ad- procuradores, sendo‑lhes assegurado amplo
7-2
ministração pública federal, para decisão sobre acesso aos autos.
a instauração do PAR.
11-
Parágrafo único. É vedada a retirada dos au-
Art. 5 o No ato de instauração do PAR, a au- tos da repartição pública, sendo autorizada a
toridade designará comissão, composta por obtenção de cópias mediante requerimento.
, DE
dois ou mais servidores estáveis, que avaliará
fatos e circunstâncias conhecidos e intimará a Art. 9 O prazo para a conclusão do PAR não
o
129
pessoa jurídica para, no prazo de 30 (trinta) excederá 180 (cento e oitenta) dias, admitida
dias, apresentar defesa escrita e especificar prorrogação por meio de solicitação do presi-
11.
eventuais provas que pretende produzir. dente da comissão à autoridade instauradora,
C. N o
que decidirá de forma fundamentada.
§ 1 Em entidades da administração pública fe-
o
deral cujos quadros funcionais não sejam for- § 1 O prazo previsto no caput será contado da
o
data publicação do ato de instauração do PAR.
E
mados por servidores estatutários, a comissão
O. D
a que se refere o caput será composta por dois § 2o A comissão, para o devido e regular exer-
ou mais empregados públicos, preferencial- cício de suas funções, poderá:
AD
mente com no mínimo 3 (três) anos de tempo I – propor à autoridade instauradora a suspen-
OG
de serviço na entidade. são cautelar dos efeitos do ato ou do processo
§ 2o Na hipótese de deferimento de pedido de objeto da investigação;
REV
produção de novas provas ou de juntada de II – solicitar a atuação de especialistas com no-
provas julgadas indispensáveis pela comissão, tório conhecimento, de órgãos e entidades pú-
a pessoa jurídica poderá apresentar alegações blicos ou de outras organizações, para auxiliar
finais no prazo de 10 (dez) dias, contado da na análise da matéria sob exame; e
data do deferimento ou da intimação de jun- III – solicitar ao órgão de representação judicial
LEGISLAÇÃO ADMINISTRATIVA
tada das provas pela comissão. ou equivalente dos órgãos ou entidades lesa-
§ 3o Serão recusadas, mediante decisão funda- dos que requeira as medidas necessárias para a
mentada, provas propostas pela pessoa jurídi- investigação e o processamento das infrações,
ca que sejam ilícitas, impertinentes, desneces- inclusive de busca e apreensão, no País ou no
sárias, protelatórias ou intempestivas. exterior.
§ 4 Caso a pessoa jurídica apresente em sua § 3 Concluídos os trabalhos de apuração e
o
o
análise, a comissão elaborará relatório a res-
defesa informações e documentos referentes
à existência e ao funcionamento de programa peito dos fatos apurados e da eventual respon-
de integridade, a comissão processante deverá sabilidade administrativa da pessoa jurídica, no
examiná‑lo segundo os parâmetros indicados qual sugerirá, de forma motivada, as sanções
no Capítulo IV, para a dosimetria das sanções a serem aplicadas, a dosimetria da multa ou o
a serem aplicadas. arquivamento do processo.
Art. 6 o A comissão a que se refere o art. 5o § 4 O relatório final do PAR será encaminhado
o
exercerá suas atividades com independência à autoridade competente para julgamento, o
e imparcialidade, assegurado o sigilo, sempre qual será precedido de manifestação jurídica,
que necessário à elucidação do fato e à preser- elaborada pelo órgão de assistência jurídica
vação da imagem dos envolvidos, ou quando competente.
exigido pelo interesse da administração pú- § 5o Caso seja verificada a ocorrência de even-
blica, garantido o direito à ampla defesa e ao tuais ilícitos a serem apurados em outras ins-
contraditório. tâncias, o relatório da comissão será encami-
Art. 7o As intimações serão feitas por meio ele- nhado, pela autoridade julgadora:
trônico, via postal ou por qualquer outro meio I – ao Ministério Público;
2061
Decreto no 8.420/2015
II – à Advocacia‑Geral da União e seus órgãos
vinculados, no caso de órgãos da administra-
ção pública direta, autarquias e fundações pú-
blicas federais; ou
III – ao órgão de representação judicial ou
equivalente no caso de órgãos ou entidades
da administração pública não abrangidos pelo
inciso II.
§ 6o Na hipótese de decisão contrária ao relató-
rio da comissão, esta deverá ser fundamentada
com base nas provas produzidas no PAR.
Art. 10. A decisão administrativa proferida
pela autoridade julgadora ao final do PAR será
publicada no Diário Oficial da União e no sítio
eletrônico do órgão ou entidade público res-
ponsável pela instauração do PAR.
Art. 11. Da decisão administrativa sancionado-
ra cabe pedido de reconsideração com efeito
suspensivo, no prazo de 10 (dez) dias, contado
da data de publicação da decisão.
§ 1o A pessoa jurídica contra a qual foram im-
postas sanções no PAR e que não apresentar
pedido de reconsideração deverá cumpri‑las
no prazo de 30 (trinta) dias, contado do fim
do prazo para interposição do pedido de
reconsideração.
§ 2o A autoridade julgadora terá o prazo de 30
(trinta) dias para decidir sobre a matéria ale-
gada no pedido de reconsideração e publicar
nova decisão.
§ 3o Mantida a decisão administrativa sancio-
nadora, será concedido à pessoa jurídica novo
prazo de 30 (trinta) dias para cumprimento das
sanções que lhe foram impostas, contado da
data de publicação da nova decisão.
Art. 12. Os atos previstos como infrações ad-
ministrativas à Lei n o 8.666, de 21 de junho
de 1993, ou a outras normas de licitações e
contratos da administração pública que tam-
bém sejam tipificados como atos lesivos na
Lei n o 12.846, de 2013, serão apurados e
julgados conjuntamente, nos mesmos autos,
aplicando‑se o rito procedimental previsto
neste Capítulo.
§ 1o Concluída a apuração de que trata o caput
e havendo autoridades distintas competentes
para julgamento, o processo será encaminha-
do primeiramente àquela de nível mais eleva-
do, para que julgue no âmbito de sua compe-
tência, tendo precedência o julgamento pelo
Ministro de Estado competente.
§ 2 o Para fins do disposto no caput, o chefe
da unidade responsável no órgão ou entidade
pela gestão de licitações e contratos deve co-
municar à autoridade prevista no art. 3o sobre
eventuais fatos que configurem atos lesivos
previstos no art. 5o da Lei no 12.846, de 2013.
Art. 13. A Controladoria‑Geral da União pos-
sui, no âmbito do Poder Executivo federal,
competência:
I – concorrente para instaurar e julgar PAR; e
II – exclusiva para avocar os processos instau-
rados para exame de sua regularidade ou para
corrigir‑lhes o andamento, inclusive promo-
vendo a aplicação da penalidade administra-
tiva cabível.
§ 1 o A Controladoria‑Geral da União poderá
exercer, a qualquer tempo, a competência
prevista no caput, se presentes quaisquer das
seguintes circunstâncias:
I – caracterização de omissão da autoridade
originariamente competente;
2062
II – inexistência de condições objetivas para sua
realização no órgão ou entidade de origem;
III – complexidade, repercussão e relevância
da matéria;
IV – valor dos contratos mantidos pela pessoa
jurídica com o órgão ou entidade atingida; ou
V – apuração que envolva atos e fatos rela-
cionados a mais de um órgão ou entidade da
administração pública federal.
§ 2o Ficam os órgãos e entidades da adminis-
tração pública obrigados a encaminhar à Con-
troladoria‑Geral da União todos os documen-
tos e informações que lhes forem solicitados,
incluídos os autos originais dos processos que
eventualmente estejam em curso.
Art. 14. Compete à Controladoria‑Geral da
União instaurar, apurar e julgar PAR pela prá-
tica de atos lesivos à administração pública es-
trangeira, o qual seguirá, no que couber, o rito
procedimental previsto neste Capítulo.
CAPÍTULO II
DAS SANÇÕES ADMINISTRATIVAS E
DOS ENCAMINHAMENTOS JUDICIAIS
Seção I
DISPOSIÇÕES GERAIS
Art. 15. As pessoas jurídicas estão sujeitas às
seguintes sanções administrativas, nos termos
22
do art. 6o da Lei no 12.846, de 2013:
20
I – multa; e
-7-
II – publicação extraordinária da decisão admi-
nistrativa sancionadora.
11
Art. 16. Caso os atos lesivos apurados envol-
DE
vam infrações administrativas à Lei no 8.666,
9,
de 1993, ou a outras normas de licitações e
.12
contratos da administração pública e tenha
11
ocorrido a apuração conjunta prevista no
art. 12, a pessoa jurídica também estará sujei-
.No
ta a sanções administrativas que tenham como
EC
efeito restrição ao direito de participar em li-
.D
citações ou de celebrar contratos com a admi-
nistração pública, a serem aplicadas no PAR.
DO
Seção II
GA
DA MULTA
VO
Art. 17. O cálculo da multa se inicia com a
RE
soma dos valores correspondentes aos seguin-
tes percentuais do faturamento bruto da pes-
soa jurídica do último exercício anterior ao da
instauração do PAR, excluídos os tributos:
I – um por cento a dois e meio por cento ha-
vendo continuidade dos atos lesivos no tempo;
II – um por cento a dois e meio por cento para
tolerância ou ciência de pessoas do corpo dire-
tivo ou gerencial da pessoa jurídica;
III – um por cento a quatro por cento no caso
de interrupção no fornecimento de serviço pú-
blico ou na execução de obra contratada;
IV – um por cento para a situação econômi-
ca do infrator com base na apresentação de
índice de Solvência Geral – SG e de Liquidez
Geral – LG superiores a um e de lucro líquido
no último exercício anterior ao da ocorrência
do ato lesivo;
V – cinco por cento no caso de reincidência,
assim definida a ocorrência de nova infração,
idêntica ou não à anterior, tipificada como ato
lesivo pelo art. 5o da Lei no 12.846, de 2013,
em menos de 5 (cinco) anos, contados da pu-
blicação do julgamento da infração anterior; e
VI – no caso de os contratos mantidos ou pre-
tendidos com o órgão ou entidade lesado, se-
rão considerados, na data da prática do ato
lesivo, os seguintes percentuais:
a) um por cento em contratos acima de
R$ 1.500.000,00 (um milhão e quinhentos
mil reais);
b) dois por cento em contratos acima de
R$ 10.000.000,00 (dez milhões de reais);
c) três por cento em contratos acima de
R$ 50.000.000,00 (cinquenta milhões de
reais);
d) quatro por cento em contratos acima de
R$ 250.000.000,00 (duzentos e cinquenta
milhões de reais); e
e) cinco por cento em contratos acima de
R$ 1.000.000.000,00 (um bilhão de reais).
Art. 18. Do resultado da soma dos fatores
do art. 17 serão subtraídos os valores corres-
pondentes aos seguintes percentuais do fatu-
ramento bruto da pessoa jurídica do último
exercício anterior ao da instauração do PAR,
excluídos os tributos:
I – um por cento no caso de não consumação
da infração;
II – um e meio por cento no caso de comprova-
ção de ressarcimento pela pessoa jurídica dos
danos a que tenha dado causa;
III – um por cento a um e meio por cento para
o grau de colaboração da pessoa jurídica com a
investigação ou a apuração do ato lesivo, inde-
pendentemente do acordo de leniência;
IV – dois por cento no caso de comunicação
espontânea pela pessoa jurídica antes da ins-
tauração do PAR acerca da ocorrência do ato
lesivo; e
V – um por cento a quatro por cento para com-
provação de a pessoa jurídica possuir e aplicar
um programa de integridade, conforme os pa-
râmetros estabelecidos no Capítulo IV.
Art. 19. Na ausência de todos os fatores pre-
vistos nos art. 17 e art. 18 ou de resultado das
operações de soma e subtração ser igual ou
menor a zero, o valor da multa corresponderá,
conforme o caso, a:
I – um décimo por cento do faturamento bruto
do último exercício anterior ao da instauração
do PAR, excluídos os tributos; ou
II – R$ 6.000,00 (seis mil reais), na hipótese
do art. 22.
Art. 20. A existência e quantificação dos fa-
tores previstos nos art. 17 e art. 18, deverá
ser apurada no PAR e evidenciada no relatório
final da comissão, o qual também conterá a
estimativa, sempre que possível, dos valores da
vantagem auferida e da pretendida.
§ 1o Em qualquer hipótese, o valor final da mul-
ta terá como limite:
I – mínimo, o maior valor entre o da vantagem
auferida e o previsto no art. 19; e
II – máximo, o menor valor entre:
a) vinte por cento do faturamento bruto do
último exercício anterior ao da instauração
do PAR, excluídos os tributos; ou
b) três vezes o valor da vantagem pretendida
ou auferida.
§ 2o O valor da vantagem auferida ou pretendi-
da equivale aos ganhos obtidos ou pretendidos
pela pessoa jurídica que não ocorreriam sem a
prática do ato lesivo, somado, quando for o
caso, ao valor correspondente a qualquer van-
tagem indevida prometida ou dada a agente
público ou a terceiros a ele relacionados.
§ 3o Para fins do cálculo do valor de que tra-
ta o § 2 o, serão deduzidos custos e despesas
legítimos comprovadamente executados ou

que seriam devidos ou despendidos caso o ato
lesivo não tivesse ocorrido.
Art. 21. Ato do Ministro de Estado Chefe da
Controladoria‑Geral da União fixará metodo-
logia para a apuração do faturamento bruto
e dos tributos a serem excluídos para fins de
cálculo da multa a que se refere o art. 6o da Lei
no 12.846, de 2013.
Parágrafo único. Os valores de que trata o
caput poderão ser apurados, entre outras for-
mas, por meio de:
I – compartilhamento de informações tributá-
rias, na forma do inciso II do § 1o do art. 198
da Lei no 5.172, de 25 de outubro de 1966; e
II – registros contábeis produzidos ou publica-
dos pela pessoa jurídica acusada, no país ou
no estrangeiro.
Art. 22. Caso não seja possível utilizar o crité-
rio do valor do faturamento bruto da pessoa
jurídica no ano anterior ao da instauração ao
PAR, os percentuais dos fatores indicados nos
art. 17 e art. 18 incidirão:
I – sobre o valor do faturamento bruto da pes-
soa jurídica, excluídos os tributos, no ano em
que ocorreu o ato lesivo, no caso a pessoa jurí-
dica não ter tido faturamento no ano anterior
ao da instauração ao PAR;
II – sobre o montante total de recursos recebi-
dos pela pessoa jurídica sem fins lucrativos no
ano em que ocorreu o ato lesivo; ou
III – nas demais hipóteses, sobre o faturamen-
to anual estimável da pessoa jurídica, levando
em consideração quaisquer informações sobre
a sua situação econômica ou o estado de seus
negócios, tais como patrimônio, capital social,
número de empregados, contratos, dentre
outras.
Parágrafo único. Nas hipóteses previstas no
caput, o valor da multa será limitado entre
R$ 6.000,00 (seis mil reais) e R$ 60.000.000,00
(sessenta milhões de reais).
Art. 23. Com a assinatura do acordo de leniên-
cia, a multa aplicável será reduzida conforme
a fração nele pactuada, observado o limite
previsto no § 2 o do art. 16 da Lei no 12.846,
de 2013.
§ 1o O valor da multa previsto no caput poderá
ser inferior ao limite mínimo previsto no art. 6o
da Lei no 12.846, de 2013.
§ 2o No caso de a autoridade signatária decla-
rar o descumprimento do acordo de leniência
por falta imputável à pessoa jurídica colabo-
radora, o valor integral encontrado antes da
redução de que trata o caput será cobrado na
forma da Seção IV, descontando‑se as frações
da multa eventualmente já pagas.
Seção III
DA PUBLICAÇÃO EXTRAORDINÁRIA
DA DECISÃO ADMINISTRATIVA CAPÍTULO III
SANCIONADORA
Art. 24. A pessoa jurídica sancionada admi- Art. 28. O acordo de leniência será celebrado
nistrativamente pela prática de atos lesivos
contra a administração pública, nos termos da
Lei no 12.846, de 2013, publicará a decisão ad-
ministrativa sancionadora na forma de extrato
de sentença, cumulativamente:
I – em meio de comunicação de grande cir-
culação na área da prática da infração e de
atuação da pessoa jurídica ou, na sua falta, em
publicação de circulação nacional;
II – em edital afixado no próprio estabeleci-
mento ou no local de exercício da atividade,
em localidade que permita a visibilidade pelo
público, pelo prazo mínimo de 30 (trinta) dias;
e apuração.
III – em seu sítio eletrônico, pelo prazo de 30
(trinta) dias e em destaque na página principal
do referido sítio.
Parágrafo único. A publicação a que se refere
o caput será feita a expensas da pessoa jurídica
sancionada.
Seção IV
DA COBRANÇA DA MULTA APLICADA
Art. 25. A multa aplicada ao final do PAR será
integralmente recolhida pela pessoa jurídica
sancionada no prazo de 30 (trinta) dias, ob-
servado o disposto nos §§ 1o e 3o do art. 11.
§ 1 o Feito o recolhimento, a pessoa jurídica
sancionada apresentará ao órgão ou entidade
que aplicou a sanção documento que ateste o
pagamento integral do valor da multa imposta.
§ 2o Decorrido o prazo previsto no caput sem
que a multa tenha sido recolhida ou não tendo
ocorrido a comprovação de seu pagamento
integral, o órgão ou entidade que a aplicou
encaminhará o débito para inscrição em Dívida
Ativa da União ou das autarquias e fundações
públicas federais.
§ 3o Caso a entidade que aplicou a multa não
22
possua Dívida Ativa, o valor será cobrado inde-
20
pendentemente de prévia inscrição.-7-
Seção V
11
DOS ENCAMINHAMENTOS JUDICIAIS
DE
Art. 26. As medidas judiciais, no País ou no
9,
exterior, como a cobrança da multa adminis-
.12
trativa aplicada no PAR, a promoção da publi-
cação extraordinária, a persecução das sanções
11
referidas nos incisos I a IV do caput do art. 19
.No
da Lei no 12.846, de 2013, a reparação integral
dos danos e prejuízos, além de eventual atua-
EC
ção judicial para a finalidade de instrução ou
.D
garantia do processo judicial ou preservação
DO
do acordo de leniência, serão solicitadas ao ór-
GA
gão de representação judicial ou equivalente
VO
dos órgãos ou entidades lesados.
Art. 27. No âmbito da administração pública
RE
federal direta, a atuação judicial será exerci-
da pela Procuradoria‑Geral da União, com
exceção da cobrança da multa administrativa
aplicada no PAR, que será promovida pela Pro-
curadoria‑Geral da Fazenda Nacional.
Parágrafo único. No âmbito das autarquias e
fundações públicas federais, a atuação judicial
será exercida pela Procuradoria‑Geral Federal,
inclusive no que se refere à cobrança da multa
administrativa aplicada no PAR, respeitadas as
competências específicas da Procuradoria‑Ge-
ral do Banco Central.
DO ACORDO DE LENIÊNCIA
com as pessoas jurídicas responsáveis pela prá-
tica dos atos lesivos previstos na Lei no 12.846,
de 2013, e dos ilícitos administrativos previstos
na Lei no 8.666, de 1993, e em outras normas
de licitações e contratos, com vistas à isenção
ou à atenuação das respectivas sanções, desde
que colaborem efetivamente com as investi-
gações e o processo administrativo, devendo
resultar dessa colaboração:
I – a identificação dos demais envolvidos na
infração administrativa, quando couber; e
Decreto no 8.420/2015
II – a obtenção célere de informações e do-
cumentos que comprovem a infração sob
Art. 29. Compete à Controladoria‑Geral da
União celebrar acordos de leniência no âmbi-
to do Poder Executivo federal e nos casos de
atos lesivos contra a administração pública
estrangeira.
Art. 30. A pessoa jurídica que pretenda cele-
brar acordo de leniência deverá:
I – ser a primeira a manifestar interesse em
cooperar para a apuração de ato lesivo espe-
cífico, quando tal circunstância for relevante;
II – ter cessado completamente seu envolvi-
mento no ato lesivo a partir da data da propo-
situra do acordo;
III – admitir sua participação na infração
administrativa;
IV – cooperar plena e permanentemente com
as investigações e o processo administrativo e
comparecer, sob suas expensas e sempre que
solicitada, aos atos processuais, até o seu en-
cerramento; e
V – fornecer informações, documentos
e elementos que comprovem a infração
administrativa.
§ 1o O acordo de leniência de que trata o caput
será proposto pela pessoa jurídica, por seus
representantes, na forma de seu estatuto ou
contrato social, ou por meio de procurador
com poderes específicos para tal ato, obser-
vado o disposto no art. 26 da Lei n o 12.846,
de 2013.
§ 2o A proposta do acordo de leniência poderá
ser feita até a conclusão do relatório a ser ela-
borado no PAR.
Art. 31. A proposta de celebração de acordo
de leniência poderá ser feita de forma oral ou
escrita, oportunidade em que a pessoa jurídica
proponente declarará expressamente que foi
orientada a respeito de seus direitos, garantias
e deveres legais e de que o não atendimento
às determinações e solicitações da Controla-
doria‑Geral da União durante a etapa de ne-
gociação importará a desistência da proposta.
§ 1 o A proposta apresentada receberá trata-
mento sigiloso e o acesso ao seu conteúdo será
restrito aos servidores especificamente desig-
nados pela Controladoria‑Geral da União para
participar da negociação do acordo de leniên-
LEGISLAÇÃO ADMINISTRATIVA
cia, ressalvada a possibilidade de a proponente
autorizar a divulgação ou compartilhamento
da existência da proposta ou de seu conteúdo,
desde que haja anuência da Controladoria‑Ge-
ral da União.
§ 2o Poderá ser firmado memorando de enten-
dimentos entre a pessoa jurídica proponente e
a Controladoria‑Geral da União para formali-
zar a proposta e definir os parâmetros do acor-
do de leniência.
§ 3o Uma vez proposto o acordo de leniência,
a Controladoria‑Geral da União poderá requi-
sitar os autos de processos administrativos em
curso em outros órgãos ou entidades da ad-
ministração pública federal relacionados aos
fatos objeto do acordo.
Art. 32. A negociação a respeito da proposta
do acordo de leniência deverá ser concluída no
prazo de 180 (cento e oitenta) dias, contado
da data de apresentação da proposta.
Parágrafo único. A critério da Controlado-
ria‑Geral da União, poderá ser prorrogado o
2063
Decreto no 8.420/2015
prazo estabelecido no caput, caso presentes
circunstâncias que o exijam.
Art. 33. Não importará em reconhecimento da
prática do ato lesivo investigado a proposta de
acordo de leniência rejeitada, da qual não se
fará qualquer divulgação, ressalvado o dispos-
to no § 1o do art. 31.
Art. 34. A pessoa jurídica proponente poderá
desistir da proposta de acordo de leniência a
qualquer momento que anteceda a assinatura
do referido acordo.
Art. 35. Caso o acordo não venha a ser cele-
brado, os documentos apresentados durante
a negociação serão devolvidos, sem retenção
de cópias, à pessoa jurídica proponente e será
vedado seu uso para fins de responsabilização,
exceto quando a administração pública federal
tiver conhecimento deles independentemente
da apresentação da proposta do acordo de
leniência.
Art. 36. O acordo de leniência estipulará as
condições para assegurar a efetividade da co-
laboração e o resultado útil do processo, do
qual constarão cláusulas e obrigações que,
diante das circunstâncias do caso concreto,
reputem‑se necessárias.
Art. 37. O acordo de leniência conterá, en-
tre outras disposições, cláusulas que versem
sobre:
I – o compromisso de cumprimento dos requi-
sitos previstos nos incisos II a V do caput do
art. 30;
II – a perda dos benefícios pactuados, em caso
de descumprimento do acordo;
III – a natureza de título executivo extrajudicial
do instrumento do acordo, nos termos do in-
ciso II do caput do art. 585 da Lei no 5.869, de
11 de janeiro de 1973; e
IV – a adoção, aplicação ou aperfeiçoamento
de programa de integridade, conforme os pa-
râmetros estabelecidos no Capítulo IV.
Art. 38. A Controladoria‑Geral da União po-
derá conduzir e julgar os processos adminis-
trativos que apurem infrações administrativas
previstas na Lei n o 12.846, de 2013, na Lei
no 8.666, de 1993, e em outras normas de li-
citações e contratos, cujos fatos tenham sido
noticiados por meio do acordo de leniência.
Art. 39. Até a celebração do acordo de le-
niência pelo Ministro de Estado Chefe da
Controladoria‑Geral da União, a identidade da
pessoa jurídica signatária do acordo não será
divulgada ao público, ressalvado o disposto no
§ 1o do art. 31.
Parágrafo único. A Controladoria‑Geral da
União manterá restrito o acesso aos documen-
tos e informações comercialmente sensíveis
da pessoa jurídica signatária do acordo de
leniência.
Art. 40. Uma vez cumprido o acordo de le-
niência pela pessoa jurídica colaboradora,
serão declarados em favor da pessoa jurídica
signatária, nos termos previamente firmados
no acordo, um ou mais dos seguintes efeitos:
I – isenção da publicação extraordinária da de-
cisão administrativa sancionadora;
II – isenção da proibição de receber incentivos,
subsídios, subvenções, doações ou emprés-
timos de órgãos ou entidades públicos e de
instituições financeiras públicas ou controladas
pelo Poder Público;
III – redução do valor final da multa aplicável,
observado o disposto no art. 23; ou
2064
IV – isenção ou atenuação das sanções admi-
nistrativas previstas nos art. 86 a art. 88 da Lei
n o 8.666, de 1993, ou de outras normas de
licitações e contratos.
Parágrafo único. Os efeitos do acordo de le-
niência serão estendidos às pessoas jurídicas
que integrarem o mesmo grupo econômico, de
fato e de direito, desde que tenham firmado o
acordo em conjunto, respeitadas as condições
nele estabelecidas.
CAPÍTULO IV
DO PROGRAMA DE INTEGRIDADE
Art. 41. Para fins do disposto neste Decreto,
programa de integridade consiste, no âmbito
de uma pessoa jurídica, no conjunto de me-
canismos e procedimentos internos de inte-
gridade, auditoria e incentivo à denúncia de
irregularidades e na aplicação efetiva de códi-
gos de ética e de conduta, políticas e diretrizes
com objetivo de detectar e sanar desvios, frau-
des, irregularidades e atos ilícitos praticados
contra a administração pública, nacional ou
estrangeira.
Parágrafo único. O programa de integridade
deve ser estruturado, aplicado e atualizado de
acordo com as características e riscos atuais
das atividades de cada pessoa jurídica, a qual
22
por sua vez deve garantir o constante aprimo-
20
ramento e adaptação do referido programa,
-7-
visando garantir sua efetividade.
Art. 42. Para fins do disposto no § 4 o do
11
art. 5 o, o programa de integridade será ava-
DE
liado, quanto a sua existência e aplicação, de
9,
acordo com os seguintes parâmetros:
.12
I – comprometimento da alta direção da pessoa
11
jurídica, incluídos os conselhos, evidenciado
.No
pelo apoio visível e inequívoco ao programa;
II – padrões de conduta, código de ética, po-
EC
líticas e procedimentos de integridade, aplicá-
.D
veis a todos os empregados e administrado-
DO
res, independentemente de cargo ou função
exercidos;
GA
III – padrões de conduta, código de ética e po-
VO
líticas de integridade estendidas, quando ne-
RE
cessário, a terceiros, tais como, fornecedores,
prestadores de serviço, agentes intermediários
e associados;
IV – treinamentos periódicos sobre o programa
de integridade;
V – análise periódica de riscos para reali-
zar adaptações necessárias ao programa de
integridade;
VI – registros contábeis que reflitam de forma
completa e precisa as transações da pessoa
jurídica;
VII – controles internos que assegurem a pron-
ta elaboração e confiabilidade de relatórios e
demonstrações financeiros da pessoa jurídica;
VIII – procedimentos específicos para prevenir
fraudes e ilícitos no âmbito de processos lici-
tatórios, na execução de contratos administra-
tivos ou em qualquer interação com o setor
público, ainda que intermediada por terceiros,
tal como pagamento de tributos, sujeição a
fiscalizações, ou obtenção de autorizações,
licenças, permissões e certidões;
IX – independência, estrutura e autoridade da
instância interna responsável pela aplicação do
programa de integridade e fiscalização de seu
cumprimento;
X – canais de denúncia de irregularidades,
abertos e amplamente divulgados a funcioná-
rios e terceiros, e de mecanismos destinados à
proteção de denunciantes de boa‑fé;
XI – medidas disciplinares em caso de violação
do programa de integridade;
XII – procedimentos que assegurem a pronta
interrupção de irregularidades ou infrações
detectadas e a tempestiva remediação dos
danos gerados;
XIII – diligências apropriadas para contratação
e, conforme o caso, supervisão, de terceiros,
tais como, fornecedores, prestadores de servi-
ço, agentes intermediários e associados;
XIV – verificação, durante os processos de fu-
sões, aquisições e reestruturações societárias,
do cometimento de irregularidades ou ilícitos
ou da existência de vulnerabilidades nas pes-
soas jurídicas envolvidas;
XV – monitoramento contínuo do programa
de integridade visando seu aperfeiçoamento
na prevenção, detecção e combate à ocorrên-
cia dos atos lesivos previstos no art. 5o da Lei
no 12.846, de 2013; e
XVI – transparência da pessoa jurídica quanto
a doações para candidatos e partidos políticos.
§ 1o Na avaliação dos parâmetros de que trata
este artigo, serão considerados o porte e espe-
cificidades da pessoa jurídica, tais como:
I – a quantidade de funcionários, empregados
e colaboradores;
II – a complexidade da hierarquia interna e a
quantidade de departamentos, diretorias ou
setores;
III – a utilização de agentes intermediá-
rios como consultores ou representantes
comerciais;
IV – o setor do mercado em que atua;
V – os países em que atua, direta ou indire-
tamente;
VI – o grau de interação com o setor público e
a importância de autorizações, licenças e per-
missões governamentais em suas operações;
VII – a quantidade e a localização das pessoas
jurídicas que integram o grupo econômico; e
VIII – o fato de ser qualificada como microem-
presa ou empresa de pequeno porte.
§ 2o A efetividade do programa de integridade
em relação ao ato lesivo objeto de apuração
será considerada para fins da avaliação de que
trata o caput.
§ 3o Na avaliação de microempresas e empresas
de pequeno porte, serão reduzidas as forma-
lidades dos parâmetros previstos neste artigo,
não se exigindo, especificamente, os incisos III,
V, IX, X, XIII, XIV e XV do caput.
§ 4 o Caberá ao Ministro de Estado Chefe da
Controladoria‑Geral da União expedir orien-
tações, normas e procedimentos complemen-
tares referentes à avaliação do programa de
integridade de que trata este Capítulo.
§ 5 o A redução dos parâmetros de avaliação
para as microempresas e empresas de pequeno
porte de que trata o § 3o poderá ser objeto de
regulamentação por ato conjunto do Ministro
de Estado Chefe da Secretaria da Micro e Pe-
quena Empresa e do Ministro de Estado Chefe
da Controladoria‑Geral da União.
CAPÍTULO V
DO CADASTRO NACIONAL DE EMPRESAS
INIDÔNEAS E SUSPENSAS E DO CADASTRO
NACIONAL DE EMPRESAS PUNIDAS
Art. 43. O Cadastro Nacional de Empresas
Inidôneas e Suspensas – CEIS conterá infor-
mações referentes às sanções administrativas
 Lei Complementar no 152/2015 – Decreto no 8.737/2016
impostas a pessoas físicas ou jurídicas que
impliquem restrição ao direito de participar
de licitações ou de celebrar contratos com a
administração pública de qualquer esfera fe-
derativa, entre as quais:
I – suspensão temporária de participação em
licitação e impedimento de contratar com a
administração pública, conforme disposto no
inciso III do caput do art. 87 da Lei no 8.666,
de 1993;
II – declaração de inidoneidade para licitar ou
contratar com a administração pública, confor-
me disposto no inciso IV do caput do art. 87 da
Lei no 8.666, de 1993;
III – impedimento de licitar e contratar com
União, Estados, Distrito Federal ou Municípios,
conforme disposto no art. 7o da Lei no 10.520,
de 17 de julho de 2002;
IV – impedimento de licitar e contratar com a
União, Estados, Distrito Federal ou Municípios,
conforme disposto no art. 47 da Lei no 12.462,
de 4 de agosto de 2011;
V – suspensão temporária de participação em
licitação e impedimento de contratar com a
administração pública, conforme disposto no
inciso IV do caput do art. 33 da Lei no 12.527,
de novembro de 2011; e
2
VI – declaração de inidoneidade para licitar ou
-7-202
contratar com a administração pública, confor-
me disposto no inciso V do caput do art. 33 da
Lei no 12.527, de 2011.
, DE 11
Art. 44. Poderão ser registradas no CEIS outras
sanções que impliquem restrição ao direito de
participar em licitações ou de celebrar contra-
11.129
tos com a administração pública, ainda que
não sejam de natureza administrativa.
Art. 45. O Cadastro Nacional de Empresas Pu-
nidas – CNEP conterá informações referentes:
E C. N o
I – às sanções impostas com fundamento na Lei
no 12.846, de 2013; e
II – ao descumprimento de acordo de leniência
ADO. D
celebrado com fundamento na Lei no 12.846,
de 2013.
Parágrafo único. As informações sobre os
R E VO G
acordos de leniência celebrados com funda-
mento na Lei no 12.846, de 2013, serão regis-
tradas no CNEP após a celebração do acordo,
exceto se causar prejuízo às investigações ou
ao processo administrativo.
Art. 46. Constarão do CEIS e do CNEP, sem
prejuízo de outros a serem estabelecidos pela
Controladoria‑Geral da União, dados e infor-
mações referentes a:
I – nome ou razão social da pessoa física ou
jurídica sancionada;
II – número de inscrição da pessoa jurídica no
Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica – CNPJ
ou da pessoa física no Cadastro de Pessoas
Físicas – CPF;
III – tipo de sanção;
IV – fundamentação legal da sanção;
V – número do processo no qual foi fundamen-
tada a sanção;
VI – data de início de vigência do efeito limita-
dor ou impeditivo da sanção ou data de apli-
cação da sanção;
VII – data final do efeito limitador ou impediti-
vo da sanção, quando couber;
VIII – nome do órgão ou entidade sanciona-
dor; e
IX – valor da multa, quando couber.
Art. 47. A exclusão dos dados e informações
constantes do CEIS ou do CNEP se dará:
I – com fim do prazo do efeito limitador ou
impeditivo da sanção; ou
II – mediante requerimento da pessoa jurídica
interessada, após cumpridos os seguintes re-
quisitos, quando aplicáveis:
a) publicação da decisão de reabilitação da
pessoa jurídica sancionada, nas hipóteses
dos incisos II e VI do caput do art. 43;
b) cumprimento integral do acordo de
leniência;
c) reparação do dano causado; ou
d) quitação da multa aplicada.
Art. 48. O fornecimento dos dados e informa-
ções de que tratam os art. 43 a art. 46, pelos
órgãos e entidades dos Poderes Executivo, Le-
gislativo e Judiciário de cada uma das esferas
de governo, será disciplinado pela Controlado-
2
-202
ria‑Geral da União.
CAPÍTULO VI
11-7
DISPOSIÇÕES FINAIS
Art. 49. As informações referentes ao PAR ins-
9, DE
taurado no âmbito dos órgãos e entidades do
Poder Executivo federal serão registradas no
sistema de gerenciamento eletrônico de pro-
1.12
cessos administrativos sancionadores mantido
pela Controladoria‑Geral da União, conforme
. No 1
ato do Ministro de Estado Chefe da Controla-
doria‑Geral da União.
Art. 50. Os órgãos e as entidades da adminis-
C
tração pública, no exercício de suas competên-
O. DE
cias regulatórias, disporão sobre os efeitos da
Lei no 12.846, de 2013, no âmbito das ativida-
GAD
des reguladas, inclusive no caso de proposta e
celebração de acordo de leniência.
Art. 51. O processamento do PAR não inter-
R E VO
fere no seguimento regular dos processos
administrativos específicos para apuração da
ocorrência de danos e prejuízos à administra-
ção pública federal resultantes de ato lesivo
cometido por pessoa jurídica, com ou sem a
participação de agente público.
Art. 52. Caberá ao Ministro de Estado Che-
fe da Controladoria‑Geral da União expedir
orientações e procedimentos complementares
para a execução deste Decreto.
Art. 53. Este Decreto entra em vigor na data
de sua publicação.
Brasília, 18 de março de 2015;
194o da Independência e
127o da República.
Dilma Rousseff
LEI COMPLEMENTAR No 152,
DE 3 DE DEZEMBRO DE 2015
Dispõe sobre a aposentadoria compulsória
por idade, com proventos proporcionais,
nos termos do inciso II do § 1o do
art. 40 da Constituição Federal.
c Publicada no DOU de 4-12-2015.
Art. 1 o Esta Lei Complementar dispõe sobre
a aposentadoria compulsória por idade, com
proventos proporcionais, no âmbito da União,
dos Estados, do Distrito Federal e dos Municí-
pios, dos agentes públicos aos quais se aplica
o inciso II do § 1 o do art. 40 da Constituição
Federal.
Art. 2o Serão aposentados compulsoriamen-
te, com proventos proporcionais ao tempo de
contribuição, aos 75 (setenta e cinco) anos de
idade:
I – os servidores titulares de cargos efetivos
da União, dos Estados, do Distrito Federal e
dos Municípios, incluídas suas autarquias e
fundações;
II – os membros do Poder Judiciário;
III – os membros do Ministério Público;
IV – os membros das Defensorias Públicas;
V – os membros dos Tribunais e dos Conselhos
de Contas.
Parágrafo único. Aos servidores do Serviço
Exterior Brasileiro, regidos pela Lei n o 11.440,
de 29 de dezembro de 2006, o disposto neste
artigo será aplicado progressivamente à razão
de 1 (um) ano adicional de limite para aposen-
tadoria compulsória ao fim de cada 2 (dois)
anos, a partir da vigência desta Lei Comple-
mentar, até o limite de 75 (setenta e cinco)
anos previsto no caput.
Art. 3o Revoga‑se o inciso I do art. 1 o da Lei
Complementar n o 51, de 20 de dezembro de
1985.
Art. 4o Esta Lei Complementar entra em vigor
na data de sua publicação.
Brasília, 3 de dezembro de 2015;
194o da Independência e
127o da República.
Dilma Rousseff
DECRETO No 8.737,
DE 3 DE MAIO DE 2016
Institui o Programa de Prorrogação
da Licença‑Paternidade para os
servidores regidos pela Lei no 8.112,
de 11 de dezembro de 1990.
c Publicado no DOU de 4-5-2016.
Art. 1o Fica instituído o Programa de Prorroga-
ção da Licença Paternidade para os servidores
regidos pela Lei no 8.112, de 11 de dezembro
de 1990.
Art. 2o A prorrogação da licença‑paternidade
será concedida ao servidor público que requei-
ra o benefício no prazo de dois dias úteis após
o nascimento ou a adoção e terá duração de
quinze dias, além dos cinco dias concedidos
pelo art. 208 da Lei no 8.112, de 1990.
§ 1 o A prorrogação se iniciará no dia subse-
LEGISLAÇÃO ADMINISTRATIVA
quente ao término da licença de que trata o
art. 208 da Lei no 8.112, de 1990.
§ 2 o O disposto neste Decreto é aplicável a
quem adotar ou obtiver guarda judicial para
fins de adoção de criança.
§ 3 o Para os fins do disposto no § 2o, consi-
dera‑se criança a pessoa de até doze anos de
idade incompletos.
Art. 3 o O beneficiado pela prorrogação da
licença‑paternidade não poderá exercer qual-
quer atividade remunerada durante a prorro-
gação da licença‑paternidade.
Parágrafo único. O descumprimento do dis-
posto neste artigo implicará o cancelamento
da prorrogação da licença e o registro da au-
sência como falta ao serviço.
Art. 4o O servidor em gozo de licença‑pater-
nidade na data de entrada em vigor deste De-
creto poderá solicitar a prorrogação da licença,
desde que requerida até o último dia da licença
ordinária de cinco dias.
2065