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A palavra resíduos derivada do latim residuu, significa aquilo que resta de destino
final de qualquer substancia. O termo resíduo sólido serve para designar o resíduo como
sólido e assim diferenciando do restante que são os resíduos líquidos, constantemente
lançados nos esgotos e os gasosos, lançados no ar principalmente através de chaminés de
fabricas, veículos e queimadas.
Em termos práticos podemos definir resíduo sólido como materiais sólidos
indesejáveis ou descartados, resultantes das diversas atividades, sejam eles de origem
doméstica ou industrial.
Muita gente, levando em conta a grande extensão territorial do Brasil, ainda pensa
que todos os recursos naturais do nosso País são inesgotáveis. Grande erro. Grande falta de
conhecimento. É preciso abrir os olhos e ficarmos bem atentos, o futuro de nossa terra vai
depender das nossas atitudes de hoje, poderemos passar por sérias e graves dificuldades e
ainda comprometer a sobrevivência das gerações futuras.
O efeito nocivo dos resíduos sólidos municipais no meio ambiente, na saúde dos
ecossistemas bem como na saúde dos próprios indivíduos que ali habitam chamam a
atenção de muitos, escritores pesquisadores, ambientalistas e até dos governantes. Estes até
parecem apreciar a obra, tamanha a sua insensibilidade com o caso. Observam as
deficiências nos sistemas de coleta e disposição final, mas permanece inerte a situação e
continuam sem uma política de proteção a fauna e a flora destes habitantes.
Há somente duas alternativas: ou tratamos nossos solos com amor e carinho,
recuperando-o e produzindo alimentos sadios, ou tentamos explorá-los ainda mais e
pereceremos por causa da desertificação, da falta de água e dos tóxicos em alimentos, ar e
água (PRIMAVESI, 2004).
Segundo o IBGE, ainda hoje, no Brasil, de todo o lixo coletado, a maior parte tem
como destino certo, locais inadequados, ecologicamente incorretos, lançados na natureza.
Embora haja variações significativas de uma região para outra. Vejamos a tabela abaixo:
Nos grandes centros urbanos pelo menos os veículos são mais conservados, e mais
adequados. O que agrava mais é que em pequenas cidades ou vilarejos, o transporte destes
resíduos, quando existe, é feito em veículos inadequados, e até carroças a tração animal é
usada para tal finalidade. Assim tem endereço final quase sempre os lixões, áreas
impróprias, constituindo-se assim no maior responsável direta e indiretamente pela
poluição dos recursos hídricos.
Desde meados dos anos 80, nos países desenvolvidos, as tendências de embalagem
passaram a sofrer influência dos questionamentos sobre a relação com o Meio Ambiente,
especialmente sobre o destino final dos materiais de embalagem após o consumo do
produto acondicionado. Embalagens recicláveis ou biodegradáveis passaram a ter imagem
positiva aos olhos do consumidor e dos órgãos legislativos.
Como substitutos dos lixões foi criado o aterro sanitário, que já se apresenta com
algumas melhorias, mas o lixo continua sendo exposto, com o tempo muitos trasbordam e
acabam por retornar ao estágio anterior, além do mais, o chorume produzido continua a
contaminar os aqüíferos que abastecem a própria cidade. A deposição em aterro representa
a alternativa menos desejável de lidar com os resíduos da sociedade, embora atualmente
ainda seja o método mais usado para o destino final destes.
Outro produto que não é visto a olho nu, mas quem se aproxima de um aterro
sanitário pode sentir, através de um cheiro forte é o gás metano. O gerenciamento do gás
metano em aterros sanitários, oriundo de materiais degradados é um dos maiores
problemas de gestão, com efeito durante muitos anos, mesmo após fechamento do aterro
por mais de 100 anos. Uma solução para evitá-lo seria a sua utilização como fonte
energética.
3.2 A INCINERAÇÃO (QUEIMA DO LIXO)
Dentre as soluções para destino dos resíduos sólidos esta parece ser a alternativa
menos aceitável. Provoca graves problemas de poluição atmosférica e exige investimentos
de grande porte para a construção de incineradores. O seu poder de contaminação se dar
pelo lançamento de gases poluentes, como o dióxido de carbono, provenientes da queima
dos resíduos, que irão contribuir para a redução da camada de ozônio.
3.3 - A COMPOSTAGEM
É uma maneira fácil e barata de tratar o lixo orgânico (detritos de cozinha, restos de
poda das plantas dos jardins, fragmentos de árvores), mas se limita aos resíduos sólidos de
natureza orgânica.
3.4 - A RECICLAGEM
Papel: os principais tipos de papéis reciclados são jornais velhos, cartões, papel de alta
qualidade e papéis misturados. Cada um destes tipos tem características diferentes em
termos de tipo de fibra, origem, homogeneidade e tinta impressa, tendo
consequentemente valores diferentes no mercado;
Vidro: material comumente reciclado, incluindo vidro plano e de garrafas, muitas vezes
separado por cor;
Metais ferrosos (ferro e aço): a maior parte do aço reciclado vem dos automóveis,
sendo importante também a reciclagem de latas de aço usadas para sumos e alimentos;
Metais não ferrosos: são recuperados de vários equipamentos caseiros, como tachos,
escadas e mobílias;
E o que fazemos? Cuidamos dela? Não! Tratamo-la como se fosse infinita. Não
levamos em conta que a cada dia aumenta a população mundial e como conseqüência disto
aumenta o consumo de água potável. Hoje, metade da população mundial (mais de 3
bilhões de pessoas) enfrenta problemas de abastecimento de água. Muitas fontes de água
doce estão poluídas ou, simplesmente, secaram. Mesmo assim diariamente são
desperdiçados milhares de metros cúbicos de água própria para o consumo humano, mas
isto não é o pior, o mais grave é a contaminação a qual a submetemos.
Conforme é mostrado na figura abaixo, a responsabilidade das pessoas, pode ser
retratada assim, parecendo que os rios não coisas sem dono.
A água urbana é contaminada a cada segundo, tendo em vista que boa parte dos
resíduos sólidos produzidos por seus habitantes são jogados nos rios que cruzam as
cidades, aonde muitos antes de chegarem às cidades possuem vida, já em sua saída das
zonas urbanas mais parecem um esgotão. Já que ali não há mais vida, pois os peixes não
conseguem sobreviver à escassez de oxigênio provocada pelo excesso de matéria orgânica
jogada pelos esgotos. Ale do chorume gerado pela deposição dos resíduos sólidos em
lixões. Normalmente a sua cor de cristalina, como deveria ser, assume uma coloração
escura e fedida, como se estivesse podre.
Na zona rural a situação não é diferente a situação se agrava a cada dia pois a água
gerada por atividades agrícolas, onde resto de pesticidas ou até mesmo o esgoto doméstico
é eliminado no ambiente, visto que muitas vezes não há condições financeiras ou
informações suficientes para tratá-las.
A água isenta de poluição é indispensável à vida humana, animal, flora e à
produtividade do solo. Surpreende-nos, pois, que mesmo sabendo deste conceito básico,
indivíduos agridam os cursos d`água, poluindo-os.
Lamentavelmente, na região do Semi-árido, os usuários dos recursos naturais não
empregaram práticas adequadas às características climáticas, mas adotaram rotinas de
zonas de condições diferentes, resultando na formação de áreas estéreis.
No Brasil, regidos pela Lei nº 6938 de 31/08/1981, alterada pela Lei 7804 de
10/07/89, que rege a política Nacional de Meio Ambiente , no seu artigo 15.º, assinala que:
“O poluidor que expuser a perigo a incolumidade humana, animal ou vegetal, ou estiver
tornando mais grave situação de perigo existente, fica sujeito à pena de reclusão de 1 (um)
a 3 (três) anos e multa de 100 (cem) a 1.000 (mil) MVR”.
Nesta região castigada pelas irregularidades nas precipitações, mas quando chove, é
mais fácil perceber a quantidade de lixo que jogado ao redor das casas sendo carregados
pela enxurrada e às margens dos reservatórios percebem-se plásticos boiando que
terminam por depositar-se em baixo d’água.
Fonte : FUNVERDE
FIGURA -1: Animais se contaminam com a ingestão dos resíduos sólidos jogados a
beira das estradas.
Em todos municípios visitados, com raras exceções, todos utilizam lixões a céu
aberto, em dez os resíduos sólidos são queimados ao ar livre, e o lixo hospitalar
contaminado tem o mesmo destino do lixo domiciliar.
Figura 3 – Lixão de Pentecoste
Nos municípios desta região, a vida útil média dos lixões é de onze anos, mas o do
município de Itapajé já possui trinta anos. Vejamos a distância média de alguns lixões
para a sede de algumas cidades da região: em Itatira, Canindé, Itapajé, Pentecoste e
Paracuru, Choró os lixões estão localizados dentro do distrito sede, Tejuçuoca dista 8km
da sede. Quanto à distância mínima de corpos hídricos, os lixões dos municípios de Itatira,
Canindé, General Sampaio, Tejuçuoca e Itapajé estão localizados ou sobre ressurgências
hídricas, aterrando-as e/ou contaminando suas águas, ou em trechos de riachos, afluentes
dos tributários do rio Curu.
Atualmente a
água é concebida pelos especialistas como um recurso renovável, porém finito, já
que a
poluição e o uso dos recursos hídricos têm aumentado muito, ao ponto de não
permitir a
reposição na velocidade necessária ao consumo (RIBEIRO, 1998). A perspectiva da
Organização Meteorológica Mundial (OMM) é que nos próximos 50 anos haja uma
grave
escassez mundial de água (“O Estado de São Paulo”, março de 1998). A tendência
para um
futuro próximo é de quem quiser utilizar a água terá de pagar, isto já está previsto
na
constituição paulista (Lei 7.663) mas a lei ainda não foi regulamentada (Comitê das
Bacias
dos Rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí, 1996).
Embora o planeta Terra tenha 2/3 da sua superfície coberta de água, apenas 2.5%
está disponível sob a forma de água doce. Somente 0.3% destes 2.5% estão
depositados em
reservatórios superficiais (rios e lagos). O Brasil possui cerca de 10% de toda “água
doce”
do planeta. Mais de 70% dessa reserva hídrica está na Amazônia. Em muitas
regiões,
especialmente no Sudeste mais industrializado, a oferta natural está se tornando
escassa e
de má qualidade. No Sul, pequenos proprietários de terra, irrigantes e indústrias
entram em
litígio pelas barragens e uso dos mananciais de grandes e pequenos rios. No
Nordeste o
governo tenta dessalinizar as cacimbas para enfrentar a seca crônica (MACHADO,
1998).
Segundo RIBEIRO (1998) na maior parte do mundo, o principal uso da água está
na
agricultura. O autor cita o exemplo que em algumas regiões da Ásia o consumo de
água no
setor primário chega a ser dez vezes maior que na produção industrial.
No Estado de São Paulo, o quadro é preocupante. A degradação dos recursos
hídricos tem sido intensa, através do uso exagerado de agrotóxicos, do lançamento
de
despejos de toda ordem (agrícolas, industriais, domésticos) em corpos d’água e do
desmatamento junto aos rios e mananciais (RIBEIRO, 1998). Em zonas
agropecuárias,
onde normalmente o abastecimento de água é particular, as chances de
contaminação são
grandes devido a ausência de tratamento da água, representando um risco à saúde
de
homens e animais. Esta escassez de reservas superficiais de boa qualidade levou
inclusive
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as cidades a buscarem água no subsolo. De acordo com CAPOZOLI (1998) nada
menos
que 462 municípios do Estado, o equivalente a 72% do total, já dependem parcial
ou
completamente dos estoques de água subterrânea para o abastecimento de uma
população
de 5.5 milhões de pessoas.
As criações intensivas de animais podem contribuir significamente para o aumento
da poluição e contaminação dos recursos hídricos. O descarte da água servida
proveniente
da criação diretamente em um pequeno curso d’água, aplicação de estrume líquido
em
grandes quantidades no solo, armazenamento em lagoas sem revestimento
impermeabilizante durante vários anos, transbordamento de tanques ou lagoas,
acúmulo dos
dejetos nos currais, são alguns exemplos do manejo inadequado dos dejetos que
podem
comprometer seriamente os recursos hídricos,
Hoje todo produtor rural adquire agroquímicos para uso rural, seja para controlar
as pragas da roça ou para o controle de endo e ectoparasitas de seus animais. O problema
se dar não é quando ele faz a compra e sim na utilização e destino da embalagem. A grande
maioria desprovida de conhecimentos acaba por cometer abusos na dosagem do principio
ativo, fazendo com que os excessos terminem por contaminar o seu próprio reservatório
onde o mesmo busca a água para seu consumo.
A matéria orgânica gerada pelas fezes dos animais terminam por se perder nos
mananciais, poderia ser usada como adubo orgânico para suas plantações.
A zona rural não é um local de atividades unicamente agrícolas o zoneamento
ambiental é importante para uma qualidade de vida adequada para as populações humanas.
Uma das ações para um coerente saneamento ambiental, com conseqüente elevação da
qualidade de vida da população, é o gerenciamento integrado dos resíduos sólidos. O GIRS
pode ser implantado em pequena escala como uma comunidade rural.
ENCARNAÇÃO citado por DASSIE (1999b) comenta que o fim mais correto para
o esterco é sua incorporação no solo, mas simplesmente “jogar” aleatoriamente o
esterco no
campo pode causar sérias complicações sanitárias, como a poluição de córregos e
rios, que
acabam por transportar o problema para outros locais.
A matéria orgânica, presente nos dejetos, descartada em um curso d’água serve de
alimento para as bactérias decompositoras, que se reproduzem rapidamente,
respiram e
provocam a diminuição da quantidade de oxigênio dissolvido na água. A falta de
oxigênio
acarreta a morte de outros organismos aquáticos e torna a água imprópria para
consumo e
outros fins (BRANCO, 1983). Organismos patogênicos e o excesso de nutrientes
(principalmente fosfatos e nitratos) também presentes nos resíduos, podem atingir
as águas
subterrâneas e/ou superficiais acarretando problemas de contaminação.
A aplicação excessiva no campo e o acúmulo dos dejetos em locais inadequados
pode resultar em sobrecarga da capacidade de filtração do solo e retenção dos
nutrientes do
estrume, contaminando principalmente a água do subsolo (ENNIX, 1996).
Com base nos estudos apresentados que demonstram, mesmo de forma genérica
como a gestão dos resíduos sólidos pode ser conduzida, auxiliando ou até mesmo
dificultando a implantação da Gestão da Qualidade. No entanto, com base nas normas que
regem a gestão ambiental no Brasil, observa-se uma predisposição para utilizar os
princípios definidos na série de normas ISO 14000, no entanto para atender os princípios
da série de normas isso 9000 ainda existe um caminho mais longo a ser percorrido.
8 – Referências
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