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INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIAS E TECNOLOGIA DO ACRE

CURSO DE TECNOLOGIA EM AGROECOLOGIA

MIRIAN RIBEIRO PEREIRA

PERCEPÇÃO E ENVOLVIMENTO DOS MORADORES DE UMA COMUNIDADE


RURAL DE XAPURI - AC SOBRE A PRODUÇÃO DE REMÉDIOS CASEIROS
COM O USO DA ESPECIE HYMENAEA COURBARIL L”.

XAPURI – AC
2023
MIRIAN RIBEIRO PEREIRA

PERCEPÇÃO E ENVOLVIMENTO DOS MORADORES DE UMA COMUNIDADE


RURAL DE XAPURI - AC SOBRE A PRODUÇÃO DE REMÉDIOS CASEIROS
COM O USO DA ESPECIE HYMENAEA COURBARIL L”.

Trabalho de Conclusão de Curso


apresentado à Coordenação do Curso
Superior de Tecnologia em Agroecologia
do Instituto Federal de Educação, Ciência
e Tecnologia do Acre, como requisito final
para obtenção do título de Tecnóloga em
agroecologia.

Orientador: Prof. Dra. Alana Chocorosqui


Fernandes

XAPURI – AC
2023
Ficha catalográfica
MIRIAN RIBEIRO PEREIRA

PERCEPÇÃO E ENVOLVIMENTO DOS MORADORES DE UMA COMUNIDADE


RURAL DE XAPURI - AC SOBRE A PRODUÇÃO DE REMÉDIOS CASEIROS
COM O USO DA ESPECIE HYMENAEA COURBARIL L”.

Trabalho de Conclusão de Curso


apresentado à Coordenação do Curso
Superior de Tecnologia em Agroecologia
do Instituto Federal de Educação, Ciência
e Tecnologia do Acre, como requisito final
para obtenção do título de Tecnóloga em
Agroecologia.

Xapuri, xx/xx/xxxx.

__________________________________
Prof. Alana Chocorosqui Fernandes
Doutora em Eng. Florestal
Docente EBTT em Meio Ambiente

__________________________________
xxxxxxxxxxxxxxxxxxx
Mestre
Professor

__________________________________
xxxxxxxxxxxxxxxxxx
Doutor
Professor

XAPURI – AC
2023
DEDICATÓRIA

Primeiramente a Deus por que sem ele nada sou e


por ter me permitido a realização desse trabalho,
aos meus familiares pelo incentivo e compreensão,
aos meus estimados professores pelos
ensinamentos, contribuição e desenvolvimento
deste.
AGRADECIMENTOS

Agradeço a realização deste trabalho primeiramente a Deus, por me dar


capacidade e sabedoria para desenvolver este projeto e que em todos os momentos
da minha vida esteve presente, guiando-me com sua luz divina. Pelas bençãos que
tens me concedido e pela intensidade de sua presença em tudo que eu faço,
obrigado senhor, pela tua graça e misericórdia em minha vida.
Aos meus queridos pais, Raimundo da Silva Pereira e Maria Helena Ribeiro
da Silva, por todo seu amor, por todo seu apoio, financeiro e moral, para além de
minhas necessidades.
A minha amada irmã Maria de Lurdes Ribeiro Pereira, o meu inventivo de
nunca ter desistido.
Aos mestres professores, meus sinceros agradecimentos, pelos incentivos,
conversas e apoio na elaboração deste trabalho, que árdua procura pelo saber,
encontramos homens e mulheres que foram mais que professores, foram mestres e
amigos.
A minha estimada orientadora, Profra. Dra. Alana Chocorosqui Fernandes, o
meu mais profundo carinho, respeito e admiração, que no momento da elaboração
deste trabalho, me encorajou com muito incentivo e dedicação.
E por fim, todos aqueles que contribuíram de forma direta ou indireta da
minha trajetória acadêmica. Obrigada a todos vocês!
RESUMO

O presente estudo teve como objetivo identificar os diversos usos medicinais da


espécie Hymenaea courbaril L., por populares numa comunidade da zona rural do
município de Xapuri - Acre. Trata-se de estudo descritivo, com abordagem
qualitativa e quantitativa. Quanto à natureza, as fontes da pesquisa foram
bibliográficas, documental e pesquisa de campo. A pesquisa foi realizada na zona
rural do município de Xapuri, especificamente no seringal Floresta, na comunidade
Rio Branco. O instrumento de coleta de dados foi um questionário impresso
semiestruturado, contendo 13 perguntas fechadas, como também questões abertas,
aplicado durante os meses de outubro e novembro de 2023. A amostragem desta
pesquisa foi composta por 50 pessoas entre os gêneros feminino e masculino,
maiores de 18 anos de idade, escolhidos inicialmente de forma aleatória e,
posteriormente, a partir de encontros oportunísticos no critério de amostragem
probabilística, a inclusão foi progressiva. O perfil socioeconômico traçado nesta
pesquisa aponta que a maioria (65%) é do sexo feminino, com a faixa etária de
idade predominante entre 26 a 35 anos de idade (30%) como também 36 a 45 anos
de idade (30%), com baixo grau de escolaridade. Não se observou nenhuma prática
danosa quanto a extração da matéria prima nessa comunidade extrativista. Os
resultados apontam, que o jatobá é utilizado de diversas formas por estas pessoas,
segundo suas concepções e seus saberes empíricos, a maioria acredita que esses
remédios caseiros são melhores do que os de farmácia, são mais acessíveis e até
mesmo obtém melhor resultado que os sintetizados. O jatobá nessa região, além de
suprir as necessidades desses indivíduos, também apresenta um potencial de
impulsionar o crescimento econômico dessa comunidade, por meio de atividades
relacionada comercialização desses remédios. Apesar de uma pequena parcela
afirmar que buscam se qualificar, esses dados mostram-se muito importante, visto
que, a busca de conhecimento por pessoas que possuem um baixo grau de
escolaridade é satisfatória, embora seja em uma proporção mínima. Assim, dentro
desse contexto, é possível destacar a necessidade ativa da integração desta
pesquisa nas relações em questão, uma vez que essas relações têm o potencial e a
responsabilidade de desempenhar um papel significativo no âmbito social, incluindo
a participação ativa em questões ambientais.

Palavras chaves: Jatobá. Remédios caseiros. Saberes empírico.


ABSTRACT

The present study aimed to identify the various medicinal uses of the species
Hymenaea courbaril L., by people in a community in the rural area of the municipality
of Xapuri - Acre. This is a descriptive study, with a qualitative and quantitative
approach. As for the nature, the research sources were bibliographic, documentary
and field research. The research was carried out in the rural area of the municipality
of Xapuri, specifically in the Floresta rubber plantation, in the Rio Branco community.
The data collection instrument was a semi-structured printed questionnaire,
containing 13 closed questions, as well as open questions, applied during the months
of October and November 2023. The sample of this research was composed of 50
people between the female and male genders, older 18 years of age, initially chosen
randomly and, later, based on opportunistic meetings based on the probabilistic
sampling criteria, inclusion was progressive. The socioeconomic profile outlined in
this research indicates that the majority (65%) are female, with the predominant age
group being between 26 and 35 years of age (30%) as well as 36 to 45 years of age
(30%), with a low level of education. No harmful practices were observed regarding
the extraction of raw materials in this extractive community. The results indicate that
Jatobá is used in different ways by these people, according to their conceptions and
empirical knowledge, the majority believe that these home remedies are better than
those from the pharmacy, are more accessible and even obtain better results than
the synthesized. Jatobá in this region, in addition to meeting the needs of these
individuals, also has the potential to boost the economic growth of this community,
through activities related to the commercialization of these medicines. Despite a
small proportion stating that they seek to qualify, these data prove to be very
important, since the search for knowledge by people who have a low level of
education is satisfactory, although in a minimal proportion. Thus, within this context, it
is possible to highlight the active need to integrate this research into the relationships
in question, since these relationships have the potential and responsibility to play a
significant role in the social sphere, including active participation in environmental
issues.

Keywords: Jatobá. Home remedies. Empirical knowledge.


LISTA DE FIGURAS

Figura 1: Caracterização da área de estudo.............................................................15


Figura 2: Coleta de dados.........................................................................................17
Figura 3: Coleta de dados.........................................................................................17
Figura 4: Gênero dos participantes...........................................................................18
Figura 5: Faixa etária de idade dos participantes.....................................................18
Figura 6: Grau de escolaridade dos participantes....................................................19
Figura 7:Renda mensal dos participantes................................................................19
Figura 8: Jatobazeiro Figura 9: Germinação Natural do jatobá.......21
Figura 10: Qual parte da planta do jatobá você utiliza para produzir remédio?........22
Figura 11: Ingredientes para produção de um lambedor a base da casca do jatobá.
................................................................................................................................... 24
Figura 12: como foram adquiridos esses conhecimentos?.......................................25
Figura 13: Qual a frequência que você produz esses remédios caseiros oriundos do
jatobá?....................................................................................................................... 26
Figura 14: A finalidade da aplicação de sua produção é para:.................................26
Figura 15: Você possui livros com conteúdo especificamente voltados para plantas
medicinais?................................................................................................................27
Figura 16: Você já participou de alguma oficina ou curso sobre plantas medicinais?
................................................................................................................................... 28

LISTA DE TABELA

Tabela 1: O conhecimento popular sobre o uso do jatobá para fins terapêuticos....22


SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO..........................................................................................................6

2 OBJETIVOS..............................................................................................................8

2.1 Objetivo geral.........................................................................................................8

2.1 Objetivos específicos.............................................................................................8

3 REFERENCIAL TEÓRICO.......................................................................................9

3.1 – Plantas medicinais e fitoterápicos.......................................................................9

3.2 -– Conhecimento popular e as tradições de uso de plantas medicinais..............10

3.3 – Característica do Jatobá do gênero Hymenaea e sua importância social.......12

4 METODOLOGIA.....................................................................................................14

5 RESULTADOS E DISCUSSÃO..............................................................................18

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS....................................................................................29

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS..........................................................................31

APÊNDICE A – QUESTIONÁRIO..............................................................................35
6

1 INTRODUÇÃO

Este trabalho constitui um estudo sobre o uso medicinal do jatobá que é uma
árvore da família das Fabaceae ou Leguminosae, a origem do seu nome vem do
guarani e significa “árvore de fruto duro”, dentre seus gêneros, destaca-se o
Hymenaea, considerado predominantemente neotropical e constituído de 16
espécies, das quais 13 dessas espécies são encontradas no Brasil (KODAMA et al.,
2007). Popularmente conhecida como jatobá verdadeiro, jatobazeiro, jutaí, copal,
jataí, possui propriedades anti-inflamatórias, antioxidantes, antiespasmódicas e
expectorantes, que podem ser usadas para ajudar no tratamento de algumas
doenças (SOUZA, 2014). No Brasil, florescem durante os meses de dezembro a
fevereiro e os frutos amadurecem entre os meses de agosto e setembro (Barroso,
1991).
Historicamente, o uso de plantas no tratamento e na cura de doenças é tão
antigo quanto à espécie humana, existindo vários registros históricos sobre a
utilização das plantas para o tratamento de doenças desde 4000 a.C. (MACIEL et
al., 2002). Não diferente disso, o conhecimento popular sobre o jatobá é longevo,
antigamente, a seiva, além de ser usada como remédio pelos indígenas, era usada
na ponta das flechas no combate aos inimigos. Por causa da extração da madeira, a
árvore pode ser considerada uma espécie rara, principalmente na Amazônia. É mais
comum encontrar a árvore de jatobá em regiões do Cerrado, Pantanal, Mata
Atlântica e também na Amazônia e ela pode chegar a 40 metros de altura
(CIPRIANO et al., 2014).
Se tratando das propriedades medicinais, de acordo com Miranda et., al
(2014), O fruto é comestível e tem uma casca bem dura, que tem 40% de água, a
polpa é rica em minerais, como potássio, cálcio, magnésio, ferro e fósforo, e também
em vitamina C. Vale ressaltar que esse fruto tem mais potássio do que a banana e
mais cálcio do que o leite. Sendo o autor, essas características é uma ótima
alternativa para o fortalecimento de ossos e músculos, sem contar que pode ser
considerada um energético natural. Reforçando essa informação, nos estudos de
Silva et al., (2012) as propriedades do Jatobá estão muito relacionadas ao uso
medicinal que se pode fazer dele, podendo auxiliar no tratamento de inúmeras
7

doenças, como, por exemplo, a asma, cólica, laringite, má digestão, prisão de ventre
e úlcera bucal. É rico em cálcio, fósforo, ferro, potássio, magnésio e vitamina C.
Diante o exposto, esse estudo tem por problematização, caracterizar as
potencialidades das espécies deste gênero no município de Xapuri-Acre. O uso que
possam vir a ser identificadas nas diferentes partes dessas plantas para fins
medicinais, na aplicação de tratamento de algumas doenças, tornando mais
acessível esses medicamentos à população de menor poder aquisitivo, pois estes
estaria assim utilizando-se dessas substâncias extraídas da planta com a certeza de
sua eficácia na resolução do problema para o qual busca solução, uma vez que seu
uso vem ocorrendo de forma informal, baseado apenas no conhecimento empírico
popular.
Portanto, muitos conhecimentos sobre o uso de plantas para fins medicinais
estão preservados no patrimônio humano de comunidades tradicionais, sendo
informações passadas de gerações para gerações (DIEGUES et al., 2000). Dessa
forma acredita-se que as investigações científicas com plantas medicinais envolvem
inúmeros elementos, tais como o caráter multidisciplinar, a cultura popular, a
medicina folclórica, o misticismo e as práticas de saúde, vislumbrando estudar
detalhadamente uma espécie vegetal com potencialidades de cunho socio
econômico. (RAVEN et al., 2001). Á vista disso, este estudo presume a relevância
social, visto que as plantas medicinais são utilizadas tradicionalmente para o
tratamento de várias enfermidades, sendo de grande importância para populações
de diversas comunidades tradicionais, simbolizando, muitas vezes, o único recurso
terapêutico (MACIEL et al., 2002).
Espera-se, por meio deste estudo, contribuir com o registro e caracterização
do conhecimento popular destacando a importância do cuidado com a saúde e do
uso criterioso do plantas medicinais, como forma de aliar o conhecimento popular ao
científico, além de verificar o perfil sociocultural dessa população. Todavia, novas
pesquisas com uma maior amplitude de cobertura de investigação deverão ser
realizadas no intuito de caracterizar mais fielmente a população sobralense quanto
ao uso de plantas medicinais.
8

2 OBJETIVOS

2.1 Objetivo geral

Identificar os diversos usos medicinais da espécie Hymenaea courbaril L., por


populares numa comunidade da zona rural do município de Xapuri - Acre

2.1 Objetivos específicos

 Identificar o perfil socioeconômica da população investigada;


 Analisar a forma de extração e cuidado com a retirada da matéria prima na
comunidade;
 Averiguar as formas de utilização caseira do jatobá para fins medicinais pela
comunidade pesquisada;
 Verificar a busca de conhecimento cientifico por parte dos colaboradores
desta pesquisa, para produção de remédios caseiros;
9

3 REFERENCIAL TEÓRICO

3.1 – Plantas medicinais e fitoterápicos

De acordo com Amorozo (2002) planta medicinal é definida como qualquer


planta que contenha substâncias em qualquer parte ou órgão que possam ser
utilizadas para tratar ou prevenir doenças, sendo amplamente empregada na
medicina alternativa. Corroborando com essa afirmação Maciel (2002) reforça que
as plantas medicinais são aquelas empregadas na elaboração de medicamentos.
Em todo o mundo, milhares de espécies vegetais são utilizadas na preparação de
remédios caseiros, e esses usos frequentemente derivam do conhecimento popular
ou tradicional de cada região.
Por outro lado, os fitoterápicos são definidos por Mendes et.al, (2001) como
medicamentos derivados de plantas medicinais que passam por processos
industriais ou de transformação, sendo regulamentados por legislação específica
que garante o conhecimento de sua eficácia e os riscos associados ao seu uso.
Complementando essa ideia Knapp (2015) reforça que os fitoterápicos, assim como
os remédios caseiros, são elaborados a partir de plantas, porém, são produtos que
passaram por estudos em laboratório, comprovando sua eficácia e segurança.
Diferentemente dos remédios caseiros, os medicamentos fitoterápicos são
industrializados e devem ser adquiridos em farmácias. É crucial destacar que tanto
os remédios caseiros quanto os produtos industrializados agem no corpo devido à
presença de substâncias químicas ativas, as quais são extraídas da planta durante o
processo de preparação.
Para uma considerável parcela da população, o uso de plantas medicinais é
percebido como uma prática historicamente integrada à utilização de medicamentos
sintéticos. Isso se deve, em grande parte, ao fato de que os medicamentos sintéticos
são geralmente considerados mais dispendiosos, tornando-os menos acessíveis à
população, além de serem vistos como agressivos ao organismo. A disseminação do
uso de plantas medicinais, assim como a prática da automedicação, é atribuída
principalmente ao baixo custo e fácil acesso, benefícios que alcançam uma grande
parcela da população (OMS, 2008).
Conforme dados da Organização Mundial da Saúde (OMS),
aproximadamente 80% da população mundial depende ou faz uso de algum tipo de
medicina tradicional para suas necessidades básicas. Dessa porcentagem, em
10

média, 85% utilizam plantas, seus extratos vegetais e seus princípios ativos na
composição de medicamentos (SILVA, 2002). Diante desse cenário, a OMS orienta
os países membros a incorporarem a fitoterapia como parte dos cuidados básicos de
saúde, considerando-a uma forma eficaz de tratamento e um auxílio especialmente
importante em países em desenvolvimento (SILVA, 2002).
Todavia, apesar do avanço significativo da medicina moderna, observou-se,
na atualidade, um sentimento difuso de insatisfação com a abordagem convencional
da medicina. O desejo de adotar um estilo de vida mais “natural” levou a um
aumento no uso de outras formas de terapia, inclusive em países desenvolvidos.
Nesse contexto, a Organização Mundial da Saúde (OMS) reafirmou seu
compromisso em promover o uso da medicina tradicional e complementar no
período de 2002 a 2005. Por sua vez, o Brasil, em 2005, por meio do Sistema Único
de Saúde (SUS), propor a inclusão das plantas medicinais e da fitoterapia como
opções terapêuticas no sistema público de saúde (BRASIL, 2006).
Diante do exposto, dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) revela
que cerca de 25% dos medicamentos atualmente em uso têm origem direta ou
indireta no conhecimento sobre o uso de plantas medicinais. Essa proporção é ainda
mais significativa, atingindo 60%, ao se considerarem classes específicas de
medicamentos, como antimicrobianos e antitumorais (SILVA et.al, 2022).

3.2 -– Conhecimento popular e as tradições de uso de plantas medicinais

O conhecimento popular refere-se às práticas mais disseminadas entre as


pessoas, como o cultivo de folhas de chá em jardins domésticos. Por outro lado, o
conhecimento tradicional é uma forma de sabedoria ancestral, exemplificada no
Brasil pelo uso de plantas na cultura Ameríndia. Esses conhecimentos foram
descobertos ou desenvolvidos ao longo de mais de 12 mil anos pelos povos
indígenas, a partir das diversas espécies presentes na biodiversidade brasileira.
Reforçando essa ideia, Silva (2002) descreve o uso de plantas como
medicamentos pela humanidade remonta a milhões de anos, sendo tão antigo
quanto a história do próprio homem. Esse processo de evolução da "arte da cura"
teve início de maneira empírica, por meio de descobertas por tentativas, com erros e
acertos. Durante esse processo, os povos primitivos desempenharam um papel
crucial na identificação de espécies e gêneros vegetais, bem como das partes das
11

plantas que eram adequadas para uso medicinal. O reconhecimento do habitat e da


época de colheita também se revelaram de fundamental importância nesse contexto.
Na abordagem do emprego terapêutico das plantas, esses conhecimentos e
métodos estão intimamente ligados aos territórios e aos seus recursos naturais,
sendo considerados elementos essenciais na reprodução sociocultural e econômica
das comunidades e povos (OKA, 2019). O Brasil, como guardião da maior
diversidade biológica global, abriga igualmente uma socio diversidade que engloba
diversas visões, saberes e práticas culturais inerentes a vários grupos e
comunidades (LORENZI e MATOS, 2002). Neste sentido, conforme preconiza a
Organização Mundial de Saúde é imprescindível promover o resgate, o
reconhecimento e a valorização das práticas tradicionais e populares de uso de
plantas medicinais, fitoterápicos e remédios caseiros, como elementos para a
promoção da saúde (OMS, 2008).
Na contemporaneidade, de acordo com Iserhard et.al, (2009) o surgimento da
medicina moderna e os novos paradigmas no cuidado à saúde das comunidades,
com ênfase na prevenção de enfermidades e eficácia na prestação de assistência
médica, o profissional encarregado do bem-estar humano deve considerar a
fitoterapia como uma prática de cuidado arraigado na cultura popular. Isso viabiliza
uma abordagem única, focada nas decisões, valores e estilo de vida de cada
indivíduo. Portanto acredita-se na necessidade de fornecer orientações à população
sobre os fundamentos essenciais relacionados ao cultivo, coleta, armazenamento,
higienização, manipulação, métodos de preparo e utilização de plantas com
propriedades medicinais.
Dessa forma, é crucial implementar um controle rigoroso tanto da matéria-
prima quanto do produto final para garantir a qualidade de um medicamento
fitoterápico. Nesse sentido, é necessário considerar fatores como a identificação da
planta, condições ambientais, época de colheita, parte específica da planta utilizada,
processo de secagem, armazenamento, teor de cinzas, presença de contaminação
microbiana e quantificação dos princípios ativos ao realizar o controle da matéria
prima (VEIGA e PINTO, 2017).
12

3.3 – Característica do Jatobá do gênero Hymenaea e sua importância social

De acordo com Costa (2012), as plantas do gênero Hymenaea, popularmente


conhecidas como "jatobás", são árvores que geralmente atingem de 8 a 20 metros
de altura, apresentando troncos retos e cilíndricos, revestidos por casca lisa de
coloração cinza. Suas folhas são compostas, bifolioladas, posicionadas
alternadamente ao longo do caule e possuem estípulas, com pecíolo livre na face
interna. A fase de estabilidade e frutificação geralmente se inicia entre o segundo
oitavo e o décimo ano de vida da planta, não sendo necessariamente anual. No
Brasil, o período de incidente ocorre entre os meses de dezembro a fevereiro,
enquanto os frutos amadureceram entre agosto e setembro. As flores são
hermafroditas, diclamídeas e pentâmeras, apresentando cálice gamossépalo e
corola dialipétala, além de 10 estames e um pistilo.
Considerado a segunda família mais relevante em termos medicinais é a
Leguminosae, e entre os gêneros notáveis, destacam-se Hymenaea courbaril,
Hymenaea stigonocarpa e Hymenaea martiana. Hymenaea martiana Hayne, uma
espécie arbórea popularmente reconhecida como "Jatobá" (CIPRIANO et al., 2014),
é especialmente proeminente nesse contexto. Outros dados importantes dessa
Leguminosae e o seu destaque como a segunda maior família em importância
econômica, medicinal, alimentícia, ornamental e madeireira, de acordo com Cipriano
et al. (2014). Dentro dessa família, o gênero Hymenaea assume posição de
destaque, sendo predominantemente neotropical e composto por 16 espécies, das
quais 13 são encontradas no Brasil, conforme aponta Miranda et.al, (2007).
Apesar das espécies de jatobá dos gêneros Hymenaea ser uma árvore
característica dos biomas cerrado e caatinga também ocorre nos biomas da
Amazônia, no Pantanal, e esta espécie se destaca como um dos representantes
frequentemente usados na medicina popular, juntamente com outras espécies
pertencentes ao mesmo gênero (SILVA et al., 2012).
No entanto, o impacto da atividade humana pode tanto aumentar quanto
diminuir a biodiversidade, diante disso, as iniciativas de conservação devem
considerar e promover práticas locais de conhecimento e gestão ambiental,
possibilitando que as comunidades locais preservem e enriqueçam a diversidade
biológica como parte intrínseca de seus estilos de vida (ASSIS et.al, 2015). Como
exemplo notável dessa conservação, menciona-se a Hymenaea.
13

Portanto, as plantas pertencentes ao gênero Hymenaea são frequentemente


empregadas na medicina tradicional brasileira para o tratamento de processos
inflamatórios, infecções bacterianas, reumatismo e anemia, conforme indicado por
Silva (2009). Corroborando-se com esses dados, Silva (2015) reforça que o Jatobá
tem relevância como uma das plantas medicinais mais proeminentes no cenário
brasileiro, sendo utilizada de diversas formas, incluindo a casca, a entrecasca, as
folhas e o fruto. Essas partes da planta são empregadas na preparação de chás,
infusões, decocções, lambedores e xaropes, com cronograma terapêutico que
abrange tratamentos para gripe, ações béquicas, anemia e efeitos depurativos.
Logo, o jatobá representa uma espécie significativa para povos e
comunidades tradicionais, agroextrativistas e agricultores familiares, esses grupos o
utilizam de maneira doméstica e estão integralmente envolvidos em sua cadeia
produtiva, que abrange desde a coleta até o processamento, a industrialização e a
comercialização de seus produtos e resultados. Além disso, para muitas pessoas, o
jatobá é uma planta que faz parte de suas memórias de infância ou de sua história
pessoal (ANDRADE, 2017).
E por fim, na medicina popular, é empregado nas mais diversas ramos, a
saber a polpa do fruto do jatobá é empregada como laxante. A seiva da árvore, por
sua vez, possui múltiplos usos, sendo utilizada como combustível, remédio, verniz
vegetal e impermeabilizador de canoa. Essa seiva líquida se transforma em resina
sólida quando exposta ao ar. A infusão preparada a partir da planta é empregada no
tratamento de cistite, enquanto a cachaça apresenta propriedades tônicas. A casca
do caule, quando preparada na forma de chá ou xarope, é utilizada como depurativa
e para combater a tosse. Esses diversos usos evidenciam a especificidade e a
importância do jatobá nas práticas tradicionais (CARVALHO, 2016).
14

4 METODOLOGIA

Características do estudo
Trata-se de estudo descritivo, com abordagem qualitativa e quantitativa,
corroborando com os autores Denzin e Lincoln (2006, p.14) “A pesquisa quantitativa
utiliza uma metodologia baseada em números, métricas e cálculos matemáticos, ou
seja, todos os dados obtidos a partir da pesquisa podem ser traduzidos
numericamente em percentuais. A pesquisa qualitativa, por sua vez, baseia-se no
caráter subjetivo, ou seja, seu resultado não mostra números concretos, e sim
narrativas, ideias e experiências individuais dos participantes.” Dessa maneira
objetivando o estabelecimento da relação entre plantas medicinais, neste caso da
espécie Hymenaea courbaril L, popularmente conhecido como “Jatobá” e sua
utilidade de acordo com o costume popular no município de Xapuri – Ac, no período
de novembro de 2022 a junho de 2023.
Quanto à natureza, as fontes da pesquisa foram bibliográficas, documental e
pesquisa de campo. De acordo com González Rey (2002) O estudo bibliográfico é
necessário para fundamentar e aprofundar a discussão teórica sobre o tema,
proporcionando ao pesquisador ter mais fundamentação teórica para o
aprofundamento da pesquisa. Já Severino (2007), defende que a pesquisa
bibliográfica é aquela que se realiza a partir do registro disponível, decorrente de
pesquisas anteriores, em documentos impressos, como livros, artigos, teses etc. De
acordo com Gil (2002, p.445) “a pesquisa bibliográfica é desenvolvida com base em
material já elaborado, constituído principalmente livros e artigos científicos”

Área de estudo

A pesquisa foi realizada na zona rural do município de Xapuri, sua economia


é basicamente voltada para o setor primário. Atualmente vive uma tendência para a
industrialização de produtos da floresta, como a borracha, castanha e madeira. O
Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) dos anos iniciais é de 5,9
ocupando a 5° posição no estado, já os IDEB, dos anos finais o índice é de 4,5
ocupando a 13° posição no estado. No que diz respeito ao Índice de
15

Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) é apenas de 0,599 um dos piores do


país, visto que esse índice tem que estar próximo de 1 (IBGE, 2023).
A pesquisa ocorreu especificamente no seringal Floresta, na comunidade Rio
Branco (Figura 1), que está localizado em área pertencente ao município de Xapuri,
a uma distância de 22 km até a sede (ACRE, 2020). A acessibilidade moderada, a
proximidade em relação à cidade e a implementação de diversos projetos, tanto
governamentais quanto não governamentais, ao longo das últimas duas décadas
contribuíram para atrair um número crescente de visitantes e pesquisadores do
Brasil e do mundo para essa região (ASSOCIAÇÃO DOS MORADORES E
PRODUTORES DA RESERVA EXTRATIVISTA CHICO MENDES EM XAPURI,
2020).

Figura 1: Caracterização da área de estudo

Fonte: Google Maps, 2023.

A via de acesso ao seringal em questão é feita atravessando o rio Acre,


utilizando balsa ou catraia, em direção ao bairro Sibéria. Posteriormente, o acesso é
realizado por via terrestre, seguindo pela Estrada de Petrópolis e pelo ramal São
João do Guarani (ASSOCIAÇÃO DOS MORADORES E PRODUTORES DA
RESERVA EXTRATIVISTA CHICO MENDES EM XAPURI, 2020). Com uma área
aproximada de 12.605,79 hectares (ACRE, 2010), o seringal Floresta abriga uma
variedade de atividades econômicas praticadas pelos moradores para garantir o
sustento de suas famílias, incluindo agricultura, pecuária, coleta da castanha-do-
brasil e extração de seringa.
16

Instrumentos de coleta de dados

A técnica escolhida para coletas de dados foi o questionário, que se constitui


como uma técnica para obtenção de informações sobre sentimentos, crenças,
expectativas, situações vivenciadas e sobre todo e qualquer dado que o
pesquisador(a) deseja registrar para atender os objetivos de seu estudo, os
questionários têm como principal objetivo descrever as características de uma
pessoa ou de determinado grupo social. (OLIVEIRA, 2010, p. 83).
Os dados foram inicialmente coletados por meio da aplicação do instrumento
de coleta de dados através de um questionário impresso semiestruturado, contendo
13 perguntas fechadas, como também questões abertas, (APÊNDICE A), realizadas
pelo investigador visando estabelecer uma relação de confiança mútua entre o
pesquisador e o informante usando estes formulários.
A amostragem desta pesquisa foi composta por 50 pessoas entre os gêneros
feminino e masculino, maiores de 18 anos de idade, pertencentes às mais diversas
classes sociais do município de Xapuri – Acre, moradores do Seringal Floresta,
Comunidade Rio Branco, escolhidos inicialmente de forma aleatória e,
posteriormente, a partir de encontros oportunísticos. No critério de amostragem
probabilística, a inclusão progressiva se dará através de um primeiro informante
encontrado “ao acaso” e ampliava-se por meio de novos informantes encontrados da
mesma maneira. Na técnica “bola de neve”, um informante culturalmente
competente recomenda outro de competência similar, repetindo-se o processo a
partir dos novos incluídos (COSTA, 2008). A pesquisa ocorreu entre os meses de
outubro e novembro de 2023.
Os dados coletados foram tabulados em Planilha Excel 2010 e resumidos
usando métodos descritivos estatísticos, como frequência e porcentagens. Os
Método de comparação pareada com outros autores serão utilizados para
determinar a importância relativa dos dados coletados (DEMO, 2000).
Também se realizou registros fotográficos pelo celular dos produtos medicinais
oriundos do jatobá, e dos colaboradores desta pesquisa (Figuras 2 e 3), com
permissão deles. Acredita-se que os registros dos dados do contexto sob
investigação, por meio de fotografia complementa o “olhar” sobre a realidade que se
apresenta. Guran (2002, p. 104) expõe que as entrevistas feitas com fotografias
17

permitem, por exemplo, que aspectos apenas percebidos ou intuídos pelo


pesquisador sejam vistos – e se transformem em dados – por intermédio dos
comentários do informante sobre a imagem.

Figura 2: Coleta de dados

Fonte: Própria Autora, 2023.

Figura 3: Coleta de dados

Fonte: Própria Autora, 2023.


18

5 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Perfil socioeconômico dos investigados

Traçou-se um perfil socio econômico desse grupo (Figuras: 4,5, 6 e 7), afim de
retratar uma realidade muito frequente no cenário brasileiro, onde estudos apontam
que a população de baixa renda frequentemente buscam terapias complementares e
alternativas em saúde, aqui incluída a fitoterapia, como recurso inicial para tratar de
sua saúde (OLIVEIRA et al., 2010).

Figura 4: Gênero dos participantes


65%

35%

Fe me n i n o Masculino
Fonte: Própria Autora, 2023.

Figura 5: Faixa etária de idade dos participantes.


30%

30%

20%
15%
5%

18 anos Ent re 19 a Ent re 26 a Ent re 36 a A c i ma d o s


25 anos 35 anos 45 anos 45 anos

Fonte: Própria Autora, 2023.


19

Figura 6: Grau de escolaridade dos participantes

0% 0%
E n s i n o S u p e r i o r Co mp l e t o

E n s i n o S u p e r i o r I n c o mp l e t o

15%
E n s i n o Mé d i o Co mp l e t o

0%
E n s i n o Mé d i o I n c o mp l e t o

15%
E n s i n o Fu n d a me n t a l Co mp l e t o

30%
E n s i n o Fu n d a me n t a l I n c o mp l e t o

40%
Analf abet o

Fonte: Própria Autora, 2023.

Figura 7:Renda mensal dos participantes.


80%

20%

0%

0%

0%

At é 1. 320, 00 Ent re Ent re Ent re A c i ma d e


1. 320, 00 e 1. 980, 00 e 2. 640, 00 e 5. 280, 00
1. 980, 00 2. 640, 00 5. 280, 00

Fonte: Própria Autora, 2023.

Diante o exposto, o perfil socioeconômico traçado nesta pesquisa aponta que


a maioria (65%) é do sexo feminino (Figura 4), com a faixa etária de idade
predominante (Figura 5) entre 26 a 35 anos de idade (30%) como também 36 a 45
anos de idade (30%), com baixo grau de escolaridade (Figura 6), tal como 40%
declarar-se analfabeto e 30% não ter terminado o ensino fundamental, como
também a grande maioria (80%) afirmar ter baixa renda, como mostra a Figura 7.
Nesse contexto, Veiga e Scudeller (2015) reforça que na região amazônica,
as plantas medicinais é uma alternativa no tratamento de doenças para grande parte
da população de baixa renda, sendo isso atribuído às influências culturais e aos
custos associados aos produtos farmacêuticos.
20

Todavia, é importante salientar que o uso das plantas medicinais por


populares não se limita apenas as áreas rurais ou regiões carentes de assistência
médica e farmacêutica, Souza e Lorenzi (2012) em seus estudos relata índices de
que essas plantas são amplamente utilizadas em ambientes urbanos, seja como
uma alternativa ou complemento aos medicamentos da medicina convencional.

Extração e cuidado com a matéria prima na comunidade

Segundo as pesquisas de Shanley (2015), uma espécie que tem sido


intensamente explorada devido à diversidade de seus produtos é o jatobá
(Hymenaea courbaril L.), e observou-se uma considerável lacuna de conhecimento
no que diz respeito ao manejo sustentável de muitos desses produtos. Diante o
exposto, foram perguntados como consegue a matéria prima extraída do jatobá,
para produção de seus remédios, as respostas se repetiram, assim selecionou-se as
que se diferenciavam:
“para tirar a seiva, fura a arvore com trado e
coloca um cano com uma torneira. A casca
eu tiro com um terçado mesmo”

A casca é só tirar com o terçado mesmo”

“Na floresta e no quintal”

“Com um trado, fura e coloca uma torneira”

“Direto da mata Nativa”

Deste modo, Vieira (2003) salienta que a utilização da seiva de jatobá, assim
como a de qualquer outro recurso não madeireiro, pode seguir práticas sustentáveis
ou não, dependendo do método empregado e da escala de produção, assim como
também a extração da casca, mesmo para fins medicinais, pode ser prejudicial,
dependendo da profundidade e do tamanho da incisão feita na arvore.
Por isso a extração de seiva de jatobá através do uso de machado ou
motosserra é uma prática danosa para as árvores, o manejo correto mais adequado
é com uso de trado, mangueira, cano de PVC e vasilhame, para coletar a seiva de
jatobá, esse método é uma alternativa as práticas de colheita danosa supracitada
acima (VIEIRA, 2003).
Nas Figuras 9 e 10, encontrou-se registros do jatobá na floresta da
comunidade Rio Branco, onde a extração da matéria prima é feita com cuidado, afim
21

de garantir um manejo sustentável dessa espécie. Deste modo, não observou-se


nenhuma prática danosa quanto a extração da matéria prima nessa comunidade
extrativista.

Figura 8: Jatobazeiro Figura 9: Germinação Natural do jatobá

Fonte: Própria Autora, 2023.

Mediante as análises dos dados, será tratado se, esta população mantém,
embora de maneira cada vez menos constante, a tradição cultural e o conhecimento
das propriedades terapêuticas das plantas medicinais repassadas por seus
ascendentes, conhecidos, ou por populares.
Afim de saber qual parte do jatobazeiro é mais utilizada, os investigados
foram questionados qual parte da planta do jatobá utilizam para produzir remédio
(Figura 8), a maioria (50%) utilizam a casca, como também uma boa parte dessas
pessoas (48%) usam a folha para fins fitoterápicos. Sendo assim, a casca e a seiva
os produtos mais explorados do jatobá, por essas pessoas investigadas.
22

Figura 10: Qual parte da planta do jatobá você utiliza para produzir remédio?

50%

48%
2%

0%
Cas c a Fruto F o lh a Se iv a
Fonte: Própria Autora, 2023.

Na tabela a seguir, será retratado o uso do jatobá para fins medicinais, pela
comunidade pesquisada, segundo suas receitas, indicação de tratamento, dosagem
e tempo de tratamento:

Tabela 1: O conhecimento popular sobre o uso do jatobá para fins terapêuticos

QUAL O INDICAÇÃO DO DOSAGEM TEMPO DE MOTIVO DA


% MODO DE TRATAMENTO INDICADA TRATAMENTO? UTILIZAÇÃO?
PREPARO DA MEDICINAL? PRA A
SUA FINALIDADE
RECEITA? DO SEU USO?

Casca
23

18% Lambedor:
ferver a casca Porque o
de jatobá,  Gripe; 1 colher de  1 semana; remédio
corama,  Resfriado; chá caseiro é
algodão roxo,  Pneumonia; (3 x ao dia);  Até sarar melhor;
alfavaca,  Sarar a gripe;
limão, cupim, tosse; 75 ml Tenho mais
colorau, (3 x ao dia);  15 dias fé em
gengibre, mel remédios
de abelha, naturais;
agrião,
cumaruzinho, Adulto: 1  7 dias Remédios
assa de peixe, colher cheia caseiros são
vassourinha. (3x ao dia); melhores e
Ferve o mais
cupim, depois Criança: 5ml saudáveis;
coa, mistura (1x no dia)
os demais Para ficar
ingredientes e bem de
com água e saúde;
açúcar até
engrossar e
virar um mel;

Obs.: uns
coloca menos
ingredientes
outros
colocam mais
14% Chá com Porque o
leite:  Anemia; 1 copo remédio
ferver a casca  Fortificante pequeno caseiro é
junto com o para o (1x ao dia) 15 dias melhor
leite estomago

18% Chá:  Diabetes;


Ferver a 1 copo 30 dias; É melhor do
casca junto  Dores na (2x ao dia); remédio da
com uma de costa; Até ficar farmácia e
gato faz uma 1 copo curado; gasta menos;
garrafada e  Inflamação (1x ao dia)
deixa na nos rins Por que é
geladeira prático e fácil
pra quem
mora na
floresta;

5% Gemada:  Gripe; Por que é


Faz o chá da 1 copo 7 dias cultura
casca do  Fortalecer o (1x ao dia) passada de
jatobá e deixa pulmão Sempre pela geração para
reservado. manhã geração;
Bate a clara
de ovo em
neve e
reserve. Junta
a clara em
neve, a gema
e o leite em
pó, depois
24

misture com o
chá

Seiva
Tomar pura 
Asia; Porque o
 Gastrite; 3 ml 3 semanas remédio
30%  Próstata; (3x ao dia); caseiro é
 Inflamação; melhor;
 Dor na ½ Copo
urina (1 x ao dia) Melhor do
pela manhã que os da
farmácia;

Bate com leite  Inflamação 1 colher 15 dias Porque é


15% condensado da próstata (3x ao dia) (ou até ficar mais
bom) saudável

Seiva fervida  Coluna; 20 ml Melhor usar o


3% com água e  Próstata (2x ao dia) 15 dias remédio
unha d gato  Rins caseiro, por
que não tem
contra
indicação de
qualquer
outro
medicamento.
Fruto
Coleta o fruto
do jatobá,  Infecção É melhor do
lava a casca, intestinais; 1 copo 15 dias remédio da
depois de (1x ao dia) farmácia e
seca, triturar  Rins cura mais
2% no rápido;
liquidificador,
coloque numa
garrafa de 2l,
preencha com
vinho. Pode
ser guardado
por 1 mês.
Fonte: Própria Autora, 2023.

Deste modo, os resultados apontam, que o jatobá é utilizado de diversas


formas por estas pessoas, segundo suas concepções e seus saberes empíricos, a
maioria acredita que esses remédios caseiros são melhores do que os de farmácia,
são mais acessíveis e até mesmo obtém melhor resultado que os sintetizados. É
importante frisar que essas receitas sempre estão acompanhadas na maioria dos
casos, com outras espécies de plantas medicinais, exceção da seiva, que há quem
descreveu que toma pura. Percebe-se também, que as receitas são similares,
como também as indicações, tempo de tratamento e dosagem. Na figura 11, é
25

mostrado um exemplo de ingredientes usada por um dos investigados na produção


de lambedor a base da casca de jatobá:

Figura 11: Ingredientes para produção de um lambedor a base da casca do jatobá.

Fonte: Própria Autora, 2023.

Corroborando com esses resultados o jatobazeiro pode ser usado na


produção de inúmeros produtos, neste caso, como a casca foi a mais citada pelos
investigados, Souza e Lorenzi (2012) destaca que da casca do jatobá é produzido
um chá, usado para problemas renais e de fígado e infecções intestinais, podendo
ser ainda cicatrizante e expectorante. Já a extração da seiva do jatobá ocorre
através da perfuração do tronco e é tradicionalmente empregada como um remédio
para várias condições de saúde, como anemia, recuperação pós-doença e questões
relacionadas aos pulmões (CARVALHO, 2016).
Também foram questionados quanto fonte de conhecimento dessas práticas
(Figura 12), entre a fonte ser de origem ascendente, ou seja, familiar, soma-se 50%,
e de origem popular, a outra metade 50%. Esses dados reforça os estudos de Dos
Santos et.al, (2016) sobre plantas medicinais, que destacam a transmissão do
conhecimento empírico ao longo das gerações, especialmente entre membros da
mesma família, e por meio de recomendações feitas por amigos.
26

Figura 12: como foram adquiridos esses conhecimentos?

35%
27%
23%

15%
Mãe ou Pai Av ós Am ig o s I n d ic a ç ã o d e
pes s oas
Fonte: Própria Autora, 2023.

Nesse contexto, apesar de ser uma prática milenar, evidencia-se que as


práticas tradicionais e populares relacionadas ao uso de plantas medicinais para
remédios caseiros, independentemente do avanço das tecnologias medicinais, ainda
continua sendo forte e enraizada por populares.
Por conseguinte, perguntou-se qual a frequência eles produzem esses
remédios caseiros oriundos do jatobá (Figura 13), a metade (50%) apenas quando
necessita, toda via uma parcela considerável dessa população (35%) afirma produzir
esses remédios frequentemente. Logo, seu uso é mais frequente, simplesmente
pela questão do costume, já que, esses tipos de medicamentos como já foram
supracitados por eles na tabela 1, é considerado melhor, mais eficaz, mais
acessível, e mais barato que os fabricados e encontrados em farmácias, assim,
sempre que precisam, não se hesitam de recorrer aos remédios caseiros,
produzidos por eles mesmos.
27

Figura 13: Qual a frequência que você produz esses remédios caseiros oriundos do jatobá?

13%
Ev e n t u a la m n e t e

35%
Frequentemente

50%
Q u a n d o n e c e s s it o

2%
D iá r ia

Fonte: Própria Autora, 2023.

Se tratando da finalidade da aplicação de suas produções de remédio caseiro


(Figura 14), a maior parte (55%) utilizam apenas para consumo próprio, apesar de
uma boa concentração desses indivíduos (35%) empregar como renda extra.

Figura 14: A finalidade da aplicação de sua produção é para:


10%

O utros
0%

ú n ic a F o n t e d e r e n d a
35%

Renda Ex tr a
55%

C o n s u m o p r ó p r io

Fonte: Própria Autora, 2023.

Portanto, o estudo aponta que o jatobá nessa região, além de suprir as


necessidades desses indivíduos, no que concerne a produção de remédio caseiro,
também apresenta um potencial de impulsionar o crescimento econômico dessa
comunidade, por meio de atividades relacionada comercialização desses remédios.
Deste modo, nos últimos anos, o crescente movimento de valorização da
natureza tem impulsionado a expansão do mercado de produtos naturais,
destacando-se especialmente o segmento de plantas e produtos medicinais. O uso
28

de plantas medicinais tem recebido estímulos, inclusive da Organização Mundial de


Saúde (OMS). Tanto a OMS quanto o Ministério da Saúde recomendam a condução
de pesquisas voltadas para o aproveitamento da flora nacional com propósitos
(GUARIN NETO, 2017).

Aprimorando os conhecimentos sobre as práticas de remédio caseiro

Corroborando com Oliveira e Lucena (2015) é crucial ressaltar que a


utilização de plantas medicinais não deve depender exclusivamente do
conhecimento popular. Isso destaca a necessidade e a importância em aprofundar
os conhecimentos em Etnobotânica para investigar o entendimento das
propriedades terapêuticas e da toxicidade dessas plantas, visando evitar potenciais
riscos à saúde dos usuários.
Portanto, realizou-se uma análise sobre as qualificações utilizadas por essas
pessoas, com o intuito de saber se eles buscam estudar sobre a segurança e
eficácia desses produtos naturais. Diante disto, foi perguntado se eles possuem
livros com conteúdo especificamente voltados para plantas medicinais (Figura 15), a
maior parte (88%) reiteram que “Não”.

Figura 15: Você possui livros com conteúdo especificamente voltados para plantas medicinais?
88%
12%

Sim Não
Fonte: Própria Autora, 2023.

Nessa narrativa Carvalho (2004), reforça que a inserção de livros, cartilhas e


folder, nesta perspectiva, demanda abordagens educativas que valorizem a criação
de espaços que estimulem os saberes, a prudência e a análise crítica, pelos
populares em relação ao uso das plantas medicinais.
29

Também foram questionados se já participaram de alguma oficina ou curso


sobre plantas medicinais (Figura 16), apenas 9% disseram que já.

Figura 16: Você já participou de alguma oficina ou curso sobre plantas medicinais?

91%
9%

Sim Não
Fonte: Própria Autora, 2023.

Em relação as oficinas e palestras as pessoas tem um importante espaço


para discutir, compartilhar e aprender sobre o uso das plantas medicinais e sobre a
saúde em geral, desenvolvendo-se não só um meio de construção do saber, mas
também de interação entre as pessoas (CARVALHO, 2004).
Apesar de uma pequena parcela afirmar que buscam se qualificar na
produção de remédios caseiro, tanto na Figura 15, como na figura 16, esses dados
mostram-se muito importante, visto que, a busca de conhecimento por pessoas que
possuem um baixo grau de escolaridade, como visto no perfil socioeconômico desse
estudo, entende-se como um resultado satisfatório, embora seja em uma proporção
mínima
Nesse contexto, o uso caseiro das plantas medicinais deve-se configurar
como um canal de interação entre o conhecimento popular e científico, e não deve
ser subestimada. Além disso, essa prática representa a promoção da cidadania, pois
contribui para o entendimento do processo saúde-doença, capacitando o cidadão a
ser um agente ativo no cuidado de sua saúde (MONTAGNA, 2017).
30

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Esse estudo tratou de uma população com características socioeconômicas


humildes, com baixo grau de escolaridade e sua maioria mulheres na faixa etária
adulta. Essas características descreve e analisa a posição desses indivíduos na
sociedade com base em fatores sociais e econômicos, ou seja, acesso a recursos e
oportunidades, bem como o padrão de vida dessas pessoas. Neste caso, o fator
socioeconômico desta comunidade foi um indicador fundamental das habilidades
adquiridas por eles em fabricar remédios caseiros oriundos do jatobá.
Sobre a forma de extração e cuidado com a retirada da matéria prima na
comunidade, os resultados mostraram-se satisfatórios, visto que na comunidade Rio
Branco, localizado no Seringal Floresta, no município de Xapuri-Ac, os participantes,
adeptos das práticas de fabricação de remédios caseiros, oriundos do jatobá, são
conscientes no manejo da matéria prima. Neste caso, essa ação é importante por
diversas razões, todas relacionadas à necessidade de utilização dos recursos
naturais de forma equilibrada, garantindo sua preservação para as gerações futuras,
além de preservar a biodiversidade deste lugar.
No que concerne a análise da utilização caseira do jatobá para fins medicinais
de acordo com os investigados, notou-se que as partes mais exploradas do jatobá
foram a casca e a seiva, e uma pequena parcela faz o uso do fruto. Neste contexto,
quanto ao uso para fins medicinais, o estudo aponta que os chás, os lambedores, a
gemada, a seiva pura ou misturada, é a linha de produção seguida por esta
comunidade, dessa forma considera-se essas práticas, como fabricação caseira
simples, alternando entre uma receita ou outra o acréscimo ou decréscimo de
ingredientes na sua composição, muitos até uma mistura de ervas medicinais, não
se limitando apenas ao jatobá.
As indicações, forma de tratamento, dosagem, também são muito similares
uma da outra. Os conhecimentos adquiridos foram passados pelos seus
ascendentes ou amigos /conhecidos, reforçando a ideia dessa técnica ser milenar e
ser passada de geração em geração, por povos ou comunidade. A maioria usa
esses remédios caseiros por que acreditam que sejam melhores, mais eficaz,
prático, do que os da farmácia. O uso na maior parte é para consumo próprio e
31

recorre a este recurso sempre que necessário. Todavia, é importante ressaltar que a
fabricação de remédio caseiro pode ser um potencial econômico para esta região.
Apesar dos riscos à saúde que essas pessoas são expostas, ao consumir
remédios sem prescrição cientifica ou médica, os estudos também apontam que a
maioria delas não busca o aprimoramento de seus conhecimentos sobre as práticas
de remédio caseiro, ou seja, a busca do conhecimento científico nessa região ainda
é muito raro, podendo está correlacionado ao grau de estudos dos pesquisados, que
se mostrou-se baixo. Dessa forma para debates de cunho social, o acesso à
educação é primordial, pois leva o cidadão a busca de novos conhecimentos.
Assim, dentro desse contexto, é possível destacar a necessidade ativa da
integração desta pesquisa nas relações em questão, uma vez que essas relações
têm o potencial e a responsabilidade de desempenhar um papel significativo no
âmbito social, incluindo a participação ativa em questões ambientais. Este estudo
desempenhou um papel importante na valorização das pesquisas relacionadas à
sustentabilidade, ao envolver-se na coleta de dados, na resolução de problemas e,
especialmente, na discussão interdisciplinar.
32

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Agricultura, Universidade de São Paulo, Piracicaba, 2003.
36

APÊNDICE A – QUESTIONÁRIO

Caro colaborador, o presente questionário faz parte de um Projeto de Pesquisa


referente ao curso de Tecnologia em Agroecologia, que tem com título:
“PERCEPÇÃO E ENVOLVIMENTO DOS MORADORES DE XAPURI - ACRE
SOBRE A PRODUÇÃO DE REMÉDIOS CASEIROS COM O USO DA ESPECIE
HYMENAEA COURBARIL L”. Peço gentilmente sua colaboração para respondê-lo,
como finalidade, levantamento de dados. Ressalto que o anonimato será preservado
e garanto que suas informações serão tratadas com o adequado rigor científico,
ética e seriedade profissional.

Atenciosamente, Miriam Ribeiro Pereira

1- Qual seu Sexo?


( ) Feminino
( ) Masculino

2- Qual sua faixa etária de idade?


( ) Entre 15 a 18 anos
( ) Entre 19 a 25 anos
( ) Entre 26 a 35 anos
( ) Entre 36 a 45 anos
( ) Acima de 45 anos

3- Qual seu grau de escolaridade?


( ) Analfabeto
( ) Ensino fundamental incompleto
( ) Ensino fundamental completo
( ) Ensino médio incompleto
( ) Ensino médio completo
( ) Ensino superior incompleto
( ) ensino superior

4- Qual a sua renda mensal (em reais R$):


( ) Até 1.320,00
( ) Entre 1.320,00 e 1.980,00
( ) Entre 1.980,00 e 2.640,00
( ) Entre 2.640,00 e 5.280,00
( ) Acima de 5.280,00

5- Qual parte da planta do jatobá você utiliza para produzir remédio?


( ) Casca
( ) Fruto
( ) Folha
( ) Ceiva
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6- Qual o modo de preparo da sua receita, e a indicação do tratamento


medicinal?
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7- Em relação a pergunta anterior, qual a dosagem indicada pra a finalidade


do seu uso e o tempo de tratamento?

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8- Por que da utilização? Como foram adquiridos esses conhecimentos?


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9- Como você consegue a matéria prima extraída do jatobá, para produção


de seus remédios?
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10- Qual a frequência que você produz esses remédios caseiros oriundos
do jatobá?

( ) diária
( ) quando necessitado
( ) frequentemente
( ) eventualmente

11-Você já participou de alguma oficina ou curso sobre plantas medicinais?


( ) sim
( ) não

12- Você possui livros com conteúdo especificamente voltados para


plantas medicinais?

( ) sim
( )_não

13-A finalidade da aplicação de sua produção é para:


( ) Consumo próprio
( ) Renda extra
( ) Única fonte de renda
( ) Outros

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