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Potencialidades da
Moringa oleifera Lam
Potencialidades da
Moringa oleifera Lam
Volume IV
ORGANIZADORES:
Gabriel Francisco da Silva
Maristela de Fátima Simplicio de Santana
Anny Kelly Vasconcelos de Oliveira Lima
Rosângela Bergamasco
Patrícia Maria Guedes Paiva
Mikele Cândida Sousa de Sant’anna
Mairim Russo Serafini
Carla Crislan de Souza de Bery
Diagramação e Capa:
Jomara Costa
Beatriz Matos
Fotografia de Capa:
Beatriz Matos
Revisão:
Ana Eleonora de Almeida Paixão
ISBN 978-85-7822-608-4
CDU 582.683.4
Letícia Nishi
Rosângela Bergamasco
13 Introdução
CAPÍTULOS
INTRODUÇÃO
14
Potencialidades da Moringa Oleifera Lam
CAPITULO 1
ORIGEM, BOTÂNICA E
MORFOLOGIA DA MORINGA
PATRÍCIA CARNEIRO SOUTO
SIGISMUNDO G. SOUTO MAIOR JÚNIOR
1. INTRODUÇÃO
A moringa, planta de múltiplos usos vem se difundindo ao
longo dos anos nos mais variados continentes em virtude de
sua capacidade de adaptação aos climas quentes e secos e pela
sua utilização em diversos setores da vida humana como na ali-
mentação, na indústria farmacêutica, na produção de óleo, como
planta ornamental e melífera, fonte de proteína para os animais
15 e na clarificação de águas turvas onde as espécies Moringa oleí-
fera e Moringa stenopetala se destacam no gênero como um dos
mais importantes e promissores coagulantes naturais.
3. ASPECTOS BOTÂNICOS
Moringa oleífera Lamarck, 1785, é uma árvore pertencente
à família das Moringaceae e conhecida popularmente como “lí-
rio branco”, “quiabo de quina” ou “moringa”. MCCONNACHIE et
al., 1999; PARROTTA, 2001).
Cysne (2006) apresenta a classificação taxonômica da Mo-
ringa oleífera da seguinte forma:
Divisão ⇨ Magnoliophyta;
Classe ⇨ Magnoliopsida;
Subclasse ⇨ Dilleniidae;
Ordem ⇨ Capparidales;
Família ⇨ Moringaceae;
Gênero ⇨ Moringa;
Espécie ⇨ Moringa oleífera Lam.
Potencialidades da Moringa Oleifera Lam
4. ASPECTOS MORFOLÓGICOS
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4.2. CAULE
Apresenta, geralmente, um tronco único de pequeno porte,
sendo bem menor no Brasil do que na Índia (LORENZI e MATOS,
2002). O caule é delgado (até 10 cm), e copa aberta, em forma
de sombrinha (CÁCERES et al., 1991), como pode ser observado
na Figura 3 abaixo.
20
21
4.3. FOLHA
As folhas são compostas, bipinadas, com sete folíolos pe-
quenos em cada pina. São decíduas alternadas com folíolos late-
rais em forma elíptica e os terminais um pouco maiores que os
laterais (CÁRCERES et al., 1991; SILVA e KERR 1999), distantes
longitudinalmente de 30 a 70 cm (SANCHES, 2004). Apresen-
tam cerca de 20 cm de largura e são de coloração verde clara
(VILLATORO e MARTÍNEZ, 2008).
Cárceres et al. (1991) descrevem como folhas verdes páli-
das, decíduas alternadas, pecioladas e compostas, podendo, ou
Potencialidades da Moringa Oleifera Lam
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Figura 5. Folha composta da Moringa oleífera Lam. (Fonte: Souto, J.S., 2011)
Potencialidades da Moringa Oleifera Lam
4.4. FLORES
As flores segundo a descrição de Ramachandran, Peter, Go-
palakrishnan (1980) são fragrantes, bissexuais, oblíquas, pedun-
culadas, axilares, panículas com muitas flores, pubescência densa
abaixo do ápice, medindo entre 0,7 e 1,0 cm de comprimento.
De acordo com Cárceres et al. (1992), as flores são diclamí-
deas, ou seja, o perianto dividiu-se em cálice e corola. São mo-
noclinas, perfumadas, de cores creme ou branca, estando agru-
padas em inflorescências terminais do tipo cimosa, as chamadas
panículas. O androceu apresenta estaminóides e estames. O
gineceu é sincárpico, tricarpelar, gamocarpelar, uniloculado,
pluriovulado, com ovário súpero, e apresenta placentação pa-
rietal. A polinização é realizada principalmente pelos insetos da
ordem Hymenoptera (Figura 6).
Flores levemente perfumadas organizadas em inflorescên-
cia medem entre 10 e 25cm de comprimento; são geralmente
branca a creme, embora possa ser tingida com a cor rosa em
algumas variedades (RADOVICH, 2011).
23
Figura 6. Aspectos da inflorescência da Moringa oleífera Lam. (Fonte: Souto, J.S., 2011)
Potencialidades da Moringa Oleifera Lam
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Figura 9. Fruto imaturo da moringa aberto longitudinalmente (a), com
destaque para armazenamento das sementes em uma polpa branca (b).
(Fonte: Souto, J.S., 2011)
Valores
Características
Médios Máximos Míni- Desvio
mos Padrão
Comprimento do fruto 28,50 31,65 25,35 3,15
(cm)
Largura do fruto (cm) 2,21 2,41 2,01 0,20
Nº de sementes por fruto 12,00 15,00 9,00 3,21
Massa do fruto (g) 9,91 12,78 7,04 2,87
Massa de mil sementes (g) 197,00 199,75 194,25 2,60
Espessura da semente 1,001 1,195 0,807 0,067
(cm)
Comprimento da semente 1,037 1,362 0,714 0,325
27 (cm)
31
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Reunir informações sobre uma espécie de múltiplos usos
como é a moringa em relação aos aspectos ecológicos, botâni-
cos e morfológicas é de grande importância para a comunidade
32 científica demonstrando, assim, as estratégias de distribuição,
dispersão e comportamento no ambiente. Com essas informa-
ções é possível definir estratégias de manejo da espécie de acor-
do com as condições edafoclimáticas do ambiente.
Conhecer uma espécie em detalhes significa utilizá-la poten-
cialmente visando explorar de forma sustentável, principalmente
em regiões que apresentam limitações de clima, solos e incenti-
vos como é o caso da região semiárida do Nordeste brasileiro.
Potencialidades da Moringa Oleifera Lam
6. REFERÊNCIAS
ARAÚJO, L.V.C. Características silviculturais e potencial de uso das
espécies moringa (Moringa oleífera Lam.) e nim Indiano (Aza-
dirachta indica A. Juss.): uma alternativa para o semiárido pa-
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Florestais). Universidade de São Paulo, USP, 1999.
BARROSO, G.M., MORIM, M.P., PEIXOTO, A.L., ICHASO, C.L.F. Frutos e se-
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CÁCERES, A.; FREIRE, V.; GIRÓN, L.M.; AVILÉS, O.; PACHECO, G. Moringa
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33 CÁCERES, A.; CABRERA, O.; MORALES, O.; MOLLINEDO, P.; MENDIA, P. Phar-
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FAHEY, J.W. Moringa oleifera: A Review of the Medical Evidence for Its Nu-
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NEGI, S.S. Fodder trees of Himachel Pradesh. Indian Forester, v. 103, n.9,
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Potencialidades da Moringa Oleifera Lam
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taleza: UFC DIRIU, 1999. 95 p.
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Potencialidades da Moringa Oleifera Lam
CAPITULO 2
CULTIVO DA MORINGA NO
NORDESTE BRASILEIRO
JACOB DE SILVA SOLTO, ANTÔNIO AMADOR DE
SOUSA
INTRODUÇÃO
No Brasil existem poucos estudos agronômicos relacionados à
moringa. No Nordeste brasileiro a exploração dá-se em áreas de pe-
quenos agricultores, cujas condições de solo e clima são pouco favo-
ráveis. Nestes locais, o seu cultivo é conduzido com baixa aplicação
37 tecnológica, situação esta que poderia ser remediada com medidas
de incentivo aos produtores.
Face às múltiplas utilidades da moringa, seja de caráter me-
dicinal, forrageiro ou culinário, poderia se difundir o seu plantio
consorciado com cultivos de subsistência no Nordeste do Brasil,
a exemplo do milho, feijão, gergelim, jerimum, etc., bem como
com espécies forrageiras (capim buffel e palma forrageira). Em
um estágio mais avançado da cultura poderia se consorciar a
moringa com caprinos e ovinos.
A seguir são descritos os principais passos tecnológicos para o
cultivo da moringa.
ESCOLHA DO TERRENO
A moringa se adapta a diversas classes de solos. No semiárido
brasileiro tem se desenvolvido em áreas onde predominam os Ne-
ossolos Litólicos e Regolíticos, Luvissolos, Vertissolos e Planossolos.
Potencialidades da Moringa Oleifera Lam
PREPARO DO SOLO
As técnicas a serem adotadas para o preparo do solo de-
vem atender às necessidades de cada produtor, em termos de
disponibilidade e localização de área, grau de tecnologia e dos
recursos financeiros disponíveis.
O preparo da área e do solo para o plantio da moringa obje-
tiva disponibilizar quantidades suficientes de água e nutrientes
para o mais rápido estabelecimento das sementes e, ou mudas.
Em geral, as técnicas de preparo, além de visar o rápido cresci-
38 mento do sistema radicular, por meio do revolvimento mais ou
menos localizado do solo o que facilita a absorção de água e de
nutrientes, também diminuem a invasão de plantas indesejáveis
próximas às mudas da espécie florestal, evitando a competição. É
importante, ainda, que a técnica adotada garanta essas condições
por período suficientemente longo, para que, mesmo que apare-
çam, as plantas indesejáveis não venham a competir com a muda.
Em geral, no preparo do solo para o cultivo da moringa são
feitas as operações de roço, encoivaramento e destoca, seguida da
abertura das covas no espaçamento pré-estabelecido. Por ocasião
do roço recomenda-se fazer a ceifa do mato, utilizando-se foice ou
estrovenga, em detrimento das capinas, prática muito interessante
no controle da erosão. Essa operação consiste em cortar as plantas
daninhas a uma pequena altura da superfície do solo, mantendo
intacto o sistema radicular dessas plantas e, servindo de cober-
tura morta para o solo. A porção das plantas daninhas que não é
cortada se decompõe com o tempo, tornando-se um bioporo para
Potencialidades da Moringa Oleifera Lam
PLANTIO
Quando se deseja iniciar o cultivo de uma determinada es-
pécie, deve-se primeiramente verificar as formas de propaga-
ção, se elas são práticas e econômicas para o estabelecimento
de um manejo sustentável. No caso da propagação sexuada, o
conhecimento do processo germinativo é de fundamental im-
portância (BEZERRA et al., 1997).
A moringa pode ser cultivada utilizando a semeadura direta,
transplantio ou estaquia. A semeadura direta é preferida quando
há grande disponibilidade de sementes e a mão-de-obra é limita-
47 da. O transplantio permite flexibilidade do plantio no campo, mas
exige trabalho extra e eleva o custo de obtenção das mudas.
Na semeadura, para se obter uma boa germinação no solo,
é necessário que as sementes encontrem condições ótimas de
umidade, aeração, temperatura e luminosidade. Sendo assim,
recomenda-se efetuar a semeadura no início do período chuvo-
so, desde que não haja irrigação.
Deve-se semear de duas a três sementes por cova a 2,0 cm
de profundidade e, duas semanas após a germinação, realizar o
desbaste para deixar a muda mais vigorosa por cova.
Para o espaçamento deve-se levar em conta o modelo de
exploração do plantio. Assim, quando o objetivo é a produção
de frutos e sementes, o espaçamento recomendado é de 3 a 6 m
entre fileiras e plantas. Se o plantio for feito em camalhões, esses
devem ter 2,0 m de largura no topo, com as plantas espaçadas de
3 a 6 m no sentido das fileiras.
Potencialidades da Moringa Oleifera Lam
48
TRATOS CULTURAIS
Entende-se por tratos culturais, o conjunto de práticas
que permitem que uma lavoura expresse ao máximo sua po-
tencialidade produtiva.
Como toda cultura, a moringa também é sensível à concor-
rência das plantas daninhas, especialmente quando de sua im-
plantação no campo. De acordo com relatos obtidos na literatura,
a planta requer poucos tratos culturais (SANTANA et al., 2010).
Os métodos possíveis que podem ser utilizados para elimi-
nar as plantas daninhas são a capina manual na linha de plantio,
o roço ou ceifa do mato (mais indicado) e, a utilização do culti-
50
vador com tração animal.
A prevenção ao ataque das formigas cortadeiras deve ser
realizada constantemente, através da vigilância e do combate na
fase de preparo do solo, na qual a localização e o próprio comba-
te são facilitados. A utilização de iscas granuladas distribuídas
nos caminhos e olheiros tem se mostrado eficiente. Mesmo de-
pois desse período é aconselhável fazer inspeções periódicas a
fim de manter a plantação livre desta praga.
Outra prática recomendável, como em todas as culturas, por
maior que seja o cuidado, é o replantio. É preciso replantar o mais
cedo possível as mudas que morreram, a fim de não se quebrar a
uniformidade da plantação. Deve-se fazer o replantio no primeiro
ano para não haver desuniformidade muito grande entre as plantas.
O produtor também deve ter o máximo de cuidado com a
incidência de ventos fortes na região, pois, as plantas de mo-
Potencialidades da Moringa Oleifera Lam
PRAGAS E DOENÇAS
A moringa é resistente as mais frequentes pragas e doenças
(SILVA e KERR, 1999). Alguns danos causados por térmitas e ne-
matóides em plantas jovens podem ocorrer e podridão da raiz
em casos de solos encharcados.
Nas condições da Índia tem surgido uma doença causada
pelo fungo Drechslera haraiiensis, onde os sintomas são visu-
alizados nos frutos. Nestes, ocorre podridão por toda a sua su-
perfície extensão. Já nos frutos verdes começam a surgir pontos
elípticos ou alongados de coloração marrom-avermelhada (RA-
JANGAN et al., 2001).
No sul da índia várias doenças têm sido relatadas, porém
não causando danos maiores. Dentre essas doenças, Kshirsagar
e D’Sonza (1989) e Ramachandran (1980), respectivamente,
51 citam uma podridão causada nos frutos por Cochliobolus ha-
vaiiensis e outra nas raízes causada por Diplopodia sp.
COLHEITA E PRODUÇÃO
Nas condições do semiárido brasileiro não se tem informações
no que concerne aos períodos de colheita, produção e produtivida-
de da moringa. É certo que a produção de frutos começa logo cedo.
Morton (1991) e Rajangan et al. (2001), na Índia, relatam
que a produtividade da moringa nos dois primeiros anos de cul-
tivo geralmente é baixa, cerca de 80 a 90 frutos/ano. No entanto,
essa produtividade quintuplica no quarto e quinto anos (500 a
600 frutos/planta/ano).
No caso de árvores de moringa oriundas de propagação ve-
getativa, os frutos surgem a partir do 6mês após o plantio (RA-
MACHANDRAN et al., 1980).
Potencialidades da Moringa Oleifera Lam
CONSIDERAÇÕES FINAIS
As informações apresentadas neste capítulo tem por obje-
tivo sensibilizar os produtores sobre a importância de se pro-
mover intervenções adequadas no cultivo da moringa (Moringa
oleífera Lam.) a fim de torná-la mais econômica e autosustentá-
vel. O manejo adequado da matéria orgânica do solo e a aduba-
ção racional com base na análise do solo são práticas indissociá-
veis para o atendimento a esse objetivo.
O cultivo da moringa como de qualquer outra cultura exi-
ge do agricultor muita atenção para compreender os fatores
naturais que atuam diretamente sobre o sistema de produção.
É certamente esse conhecimento que fará com que o produtor
aperfeiçoe seu sistema e possa tirar o melhor proveito econô-
mico dele, visto que o uso inadequado do solo para cultivo, sem
respeito à sua aptidão agrícola e limitações, tem acelerado os
processos de degradação da capacidade produtiva do solo, alte-
rando, consequentemente, o meio ambiente.
A moringa pode ser uma alternativa para grande parte do
52
território brasileiro, especialmente para o semiárido brasileiro
por ser uma planta perene de múltiplo uso (medicinal, indus-
trial, melífera, alimentação humana e animal, tratamento da
água, cerca viva, etc.), resistente à seca, pouco exigente quanto
ao solo, adubação e tolerante às pragas e doenças, além de ser
utilizada como cerca viva e quebra-vento em algumas regiões.
Ainda são necessários estudos agronômicos com a moringa,
principalmente no que se refere aos aspectos edafoambientais.
Para um manejo adequado do solo é necessário considerar seus
atributos físicos, químicos e biológicos.
Potencialidades da Moringa Oleifera Lam
REFERÊNCIAS
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oleifera Lam. em diferentes locais de germinação e submetidas à pré-
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OLIVEIRA JÚNIOR, S.; SOUTO, J.S.; SANTOS, R.V.; SOUTO, P.C.; SOUTO
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moringa (Moringa oleifera Lam.). Revista Verde de Agroecologia, v.4,
n.1, p.125-134, 2009.
RADOVICH, T. Farm and Forestry Production and Marketing Profile for Mo-
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taleza: UFC/DIRIU, 1999. 95 p.
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ção. In: NOVAIS, R.F.; ALVAREZ V., BARROS, N.F. et al. (Eds)). Fertilida-
de do solo. Viçosa: Sociedade Brasileira de Ciência do Solo, 2007. p.
205-274.
SOUTO, P.C.; SOUTO, J.S.; SANTOS, R.V.; ARAÚJO, G.T.; SOUTO, L.S. Decom-
54 posição de estercos dispostos em diferentes profundidades em área
degradada no semiárido da Paraíba. Revista Brasileira de Ciência do
Solo, v. 29, p. 125-130, 2005.
Potencialidades da Moringa Oleifera Lam
CAPITULO 3
ADUBAÇÃO E NUTRIÇÃO
MINERAL DA MORINGA
JACOB SILVA SOUTO, JOSÉ ADEILSON MEDEIROS DO
NASCIMENTO
INTRODUÇÃO
Para o estabelecimento de cultivos com vegetais direciona-
dos a produção de alimentos e forragem, além das característi-
cas que dizem respeito à adaptação as condições edafoclimáticas
de cada região, se fazem necessários estudos para obtenção de
dados a respeito de adubação e conseqüentemente de nutrição
mineral, haja vista que a implantação de culturas para produção
55 de alimento visa o máximo de produtividade com o mínimo de
recursos aplicados.
A moringa (Moringa oleifera L.) apresenta ampla adaptabi-
lidade à região semi-árida, sendo encontrada nos mais diferen-
tes tipos de solo, inclusive solos ácidos e alcalinos (Radovich,
2011). Segundo Miranda et al. (2007), essa cultura é tolerante
ao estresse salino, o que é uma característica muito importante
para o cultivo em regiões semiáridas, haja vista que nessas re-
giões as fontes de águas salinas muitas vezes são as únicas que
permanecem com água nos períodos secos do ano. E por outro
lado, deve despertar o interesse de pesquisadores para estudos
com essa cultura na recuperação de áreas degradadas por sais.
Embora as relações fundamentais entre nutrição mineral e
crescimento sejam os mesmos, tanto para as espécies arbóre-
as quanto para as demais espécies, o conhecimento acerca da
necessidade de nutrientes para o crescimento de uma determi-
Potencialidades da Moringa Oleifera Lam
CONDIÇÕES EDAFOCLIMÁTICAS
As sementes de Moringa oleifera foram adquiridas em Pa-
56 tos, Paraíba-Brasil. O óleo foi extraído em um extrator de Soxhlet,
usando hexano como solvente, por um período de 8 horas. Após
extração, o solvente com o óleo foi rotaevaporado e esse óleo foi
mantido sob refrigeração (0-5º C) até a sua utilização. A moringa
é pouco exigente com relação ao tipo de solo e se adapta a diver-
sas classes de solos, mas apresenta melhor crescimento nos are-
nosos e bem drenados e, costuma responder significativamente a
adubação. Tolera faixas de pH de 4,5 a 9, sendo os valores próxi-
mos a neutralidade os mais adequados. Almeida et al. (1999) con-
sideram esta espécie de grande importância para o semi-árido
brasileiro, dada à sua capacidade de sobrevivência e produção em
zonas de baixa umidade do solo, tolerância a elevadas tempera-
turas do ar, alta evaporação e grandes variações na precipitação.
Esta planta apresenta alta produção de biomassa quando
submetida a temperaturas diárias entre 25-30°C. Seu cresci-
mento é reduzido significativamente em temperaturas inferio-
res a 20º C. Precipitações pluviométricas entre 1000 e 2000 mm
Potencialidades da Moringa Oleifera Lam
CALAGEM
A literatura cita que a moringa se adapta a solos com pH
de 4,5 a 9, mas apresenta crescimento mais vigoroso em condi-
ções de pH próximas da neutralidade (PRICE, 2007; RADOVICH,
2011; ADEBAYO et al., 2011), o que evidência a necessidade de
correção do pH do solo antes da implantação da cultura em áre-
as com pH inferior a 5,5. Em Luvissolo com pH (CaCl2) = 4,5.
Bakke et al. (2010) aplicaram 1,0 t.ha-1 de calcário dolomítico.
Assim sendo, é necessário que se faça uma análise de solo
da área a ser cultivada pelo menos seis meses antes da semea-
dura ou transplantio das mudas, isto levando em consideração o
início do período chuvoso de cada região. A calagem da área ou o
preparo das covas tem devem ser realizados com no mínimo 60
57 dias de antecedência ao semeio. Isto porque para que a calagem
consiga reagir com solo, corrigir o pH e disponibilizar cálcio e
magnésio é necessário no mínimo dois meses.
É conveniente lembrar que após a aplicação do calcário e
necessário que a área ou as covas mantenham-se úmidas por
um período de tempo para a adequada reação do calcário com
o solo, por isso a importância do planejamento principalmente
na agricultura de sequeiro, onde essa umidade será fornecida
pelas primeiras chuvas. Para o caso de haver água disponível
para irrigação o produtor ganha uma maior elasticidade para o
calendário de atividades.
ADUBAÇÃO
Por não ser uma planta amplamente explorada em culti-
vos comerciais, predominando a exploração extrativista, há
carência de informações a respeito do manejo desta cultura,
principalmente no que diz respeito à adubação mineral e orgâ-
Potencialidades da Moringa Oleifera Lam
60
NUTRIÇÃO MINERAL
Os estudos em nutrição mineral de plantas são de extre-
ma importância para a expansão do cultivo de toda e qualquer
cultura que queira se implantar. No entanto, apesar da moringa
apresentar, entre muitas utilizações, potencial forrageiro que
pode ser bastante explorado em regiões semiáridas devido a
sua palatabilidade, boa composição nutricional e ampla adap-
tação a condições edafoclimáticas, não se tem dedicado muito
esforço para a avaliação do conteúdo nutricional de plantas de
Potencialidades da Moringa Oleifera Lam
NITROGÊNIO
De forma geral, quando as plantas são submetidas a condi-
ções adequadas de fertilidade do solo o nitrogênio é o elemen-
to mais absorvido e mais acumulado na matéria seca, tendo em
vista que este nutriente está envolvido diretamente na maioria
66 dos processos bioquímicos e moléculas vitais à vida das plantas,
entre eles destacamos a fotossíntese e formação de proteínas.
Para a moringa ainda não são encontrados na literatura, dados
sobre os teores adequados desse nutriente na matéria seca fo-
liar e os trabalhos publicados apresentam uma grande variação
nos valores de N nas plantas de acordo com o manejo aplicado.
No entanto, Mengel e Kirkby (1987) afirmam que plantas ade-
quadamente nutridas em N apresentam teores deste variando
entre 20-40 g kg-1 na matéria seca foliar.
Oliveira Junior et al. (2009) ao avaliarem a influência da
aplicação de diferentes estercos: esterco bovino (20 t ha-1), ca-
prino (20 t ha-1) e cama de galinha (10 t ha-1) e idades de corte
sobre a acúmulo de N em plantas de moringa verificaram que
somente a aplicação de cama de frango elevou os teores de N das
plantas à níveis superiores a 20 g kg-1 (Figura 2).
Potencialidades da Moringa Oleifera Lam
FÓSFORO
O fósforo é um nutriente importante para a produção de
energia e a integridade estrutural dos tecidos. É constituinte de
ácidos nucléicos, nucleotídeos, coenzimas, fosfolipídios, fosfo-
Potencialidades da Moringa Oleifera Lam
68
POTÁSSIO
Ao contrário do N, P não é um nutriente estrutural. No en-
tanto, o K desempenha importante papel na regulação do po-
tencial osmótico das células. Sob este aspecto desempenha im-
portante papel no fechamento e abertura dos estômatos. Além
disso, atua como co-fator em mais de 40 enzimas, participando
do metabolismo protéico e fotossintético e, ainda, no transpor-
te de assimilados. O K é de grande importância para o controle
eletroquímico da célula (MARSCHNER, 1995). De acordo com
Dechen e Natchgal (2007) valores entre 10 e 30g kg-1 de K no
tecido foliar são considerados adequados para maioria das cul-
turas, sendo o valor 25g kg-1 considerado por Marschner (1995)
suficiente para o crescimento adequado.
Potencialidades da Moringa Oleifera Lam
CÁLCIO
71
A maior parte do Ca nas plantas ocorre formando ligações
intermoleculares na lamela média da parede celular e das mem-
branas. Contribui, assim, para a estabilidade estrutural do tecido
vegetal e o movimento intercelular de vários metabólitos. Atua,
ainda, como catalisador de enzimas envolvidas na hidrólise do
ATP e de fosfolipídios. Geralmente, plantas adequadamente nu-
tridas em cálcio apresentam entre 10 e 50 g kg-1 de matéria seca,
sendo que as deficientes geralmente apresentam teores próxi-
mos ou inferiores a 4 g kg-1 de Ca na matéria seca foliar.
Nos trabalhos realizados por Chaves et al. (2005), Vieira
et al. (2008b), Oliveira et al. (2009) e Adebayo et al. (2011) em
plantas de moringa em diferentes faixas de crescimento e sub-
metidas a diferentes condições, os autores referenciados obtive-
ram valores máximos de 23,88, 12,08, 14,23 e 14,1 g kg-1 de Ca,
respectivamente. Considerando que no trabalho de Chaves et al.
(2005) e Vieira et al. (2008b) as plantas foram cultivadas com
solução nutritiva balanceada e que o solo utilizado por Olivei-
Potencialidades da Moringa Oleifera Lam
MAGNÉSIO
O magnésio assim como o fósforo é requerido em pequenas
quantidades pelos vegetais, sendo encontrados teores variando
de 1 a 10 g kg-1 na matéria seca foliar, mas geralmente as plan-
tas apresentam crescimento adequado com teores entre 2 e 5
g kg-1 (DECHEN e NACHTIGALL, 2007). Mais da metade do Mg
contido nas folhas é encontrado na clorofila, já que a molécula
desta possui um átomo central de Mg. Além disso, o Mg é ativa-
dor das enzimas envolvidas com a fosfato-transferase, relacio-
nadas, portanto, com o metabolismo energético. Na literatura há
poucas informações sobre a nutrição da moringa em magnésio,
mas alguns trabalhos já realizados com formação de mudas e
de exploração registram teores de magnésio no tecido foliar o
que pode nortear futuras pesquisas na nutrição dessa cultura e
conseqüentemente de calagem e adubação.
Potencialidades da Moringa Oleifera Lam
ENXOFRE
Assim como o N, a estrutura química S permite a formação
de ligações covalentes estáveis. Dessa forma, a maior propor-
ção do S na planta está ligado aos aminoácidos cisteína (-C-SH),
metíonina (-C-S-CH3) e cistina (-C-S-S-C) e proteínas. Participa
ainda de coenzimas e vitaminas essenciais para o metabolismo.
Pode ser encontrado em teores que variam de 1,0 a 5,0 g kg-1,
considerando-se teores entre 1,0 e 3,0 g kg-1 como adequados
para o crescimento normal das plantas. É freqüente apresentar-
-se com teores superiores ao do P no tecido foliar dos vegetais.
Poucos são os trabalhos realizados com nutrição mineral de
moringa que apresentam dados sobre o acumulo de enxofre nes-
tas plantas. No estudo realizado por Vieira et al. (2008b) para
avaliar a acumulação de nutrientes em mudas de moringa sob
omissão de macronutrientes, estes observaram que quando as
74 mudas foram cultivadas em solução nutritiva completa as plan-
tas apresentaram 1,86 g kg-1 de S na matéria seca foliar, aos 30
dias após transplantio. Avaliando o teor de nutrientes de plantas
de moringa adultas encontradas na África, Price (2007) regis-
trou teores da ordem de 1,36 g kg-1 de S na matéria seca foliar.
A deficiência de enxofre nas plantas se manifesta com colo-
ração verde pálida nas folhas novas, crescimento lento, as folhas
tendem a se enrugar à medida que a deficiência se acentua, cau-
le delgado e fraco.
MICRONUTRIENTES
Os micronutrientes apesar de serem tão importantes quan-
to os macronutrientes para a nutrição mineral de plantas, não
tem a mesma atenção dispensada ao estudo dos macronutrien-
tes. Para se comprovar isso basta se fazer um levantamento
quantitativo histórico a respeito do número de trabalhos rea-
lizados em nutrição mineral e se perceberá uma superioridade
Potencialidades da Moringa Oleifera Lam
CONSIDERAÇÕES FINAIS
É notável de um modo geral a escassez de informações, prin-
cipalmente no Brasil, a respeito do manejo de plantas de moringa
em cultivos comerciais, principalmente no que diz respeito a es-
tudos de adubação e nutrição mineral das plantas. Atualmente, os
trabalhos tem se restringido a coleta de informações em plantas
sob regime extrativista, mas com a possibilidade de incorporação
dessa cultura entre as exploradas para obtenção de forragem no
semiárido nordestino espera-se que os órgãos governamentais,
através de universidades e outras instituições de pesquisa, dis-
pensem uma maior atenção a essa cultura. Informações sobre cul-
turas com potencial forrageiro para o Nordeste brasileiro são de
extrema importância, haja vista que grande parte dessa região é
coberta pelo bioma Caatinga, utilizado amplamente por agriculto-
res da região para exploração de rebanhos caprinos e bovinos, o
que tem causado degradação acelerada desse bioma. Assim sendo
o cultivo da moringa, assim como de outras plantas já utilizadas,
torna-se mais uma alternativa para a alimentação de rebanhos
em períodos dos de escassez de alimento.
79
Potencialidades da Moringa Oleifera Lam
REFERÊNCIAS
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tífica).
CAPÍTULO 4
POTENCIAL FORRAGEIRO DA
MORINGA
IVONETE ALVES BAKKE, JACOB SILVA SOUTO, OLAF
ANDREAS BAKKE, PATRÍCIA CARNEIRO SOUTO
INTRODUÇÃO
A região semiárida do nordeste do Brasil caracteriza-se por
apresentar altas temperaturas e elevada radiação solar. As chu-
vas incidentes na região são suficientes para o desenvolvimen-
to de algumas culturas agrícolas e da vegetação natural do tipo
Caatinga. Estas características fazem da pecuária uma das ativi-
82 dades econômicas mais importantes da região, desde a sua ocu-
pação até os dias atuais. A pressão antrópica, representada por
práticas agrícolas inapropriadas e superpastejo, e fatores am-
bientais, tais como as secas recorrentes e as chuvas torrenciais
concentradas em poucos meses do ano degradam o ambiente
e empobrecem a flora da caatinga, acarretando baixos índices
produtivos e reprodutivos dos rebanhos.
O potencial forrageiro da vegetação nativa pode ser man-
tido com a introdução de espécies exóticas adaptadas às con-
dições ecológicas da região. A moringa (Moringa oleifera Lam.)
pode ser uma alternativa para os pecuaristas da região, devido
à sua alegada adaptação a climas tropicais, e ao seu potencial
de produção de forragem rica em nutrientes (FOIDL, MAKKAR e
BECKER, 2001). De acordo com Almeida et al. (1999), na Índia e
na Indonésia, a moringa representa uma excelente fonte de for-
ragem fresca para os animais.
Potencialidades da Moringa Oleifera Lam
84
Figura 1. Visão geral do plantio de moringa aos 30 dias (a) e aos 90 dias
(b) após o plantio em março e maio de 2000
Figura 2. Corte da moringa aos 90 dias após o plantio (a) e as cepas após o
corte (b) em maio de 2000.
Figura 3. Visão Geral da moringa após o corte em agosto de 2000 (a) e sua
rebrota no início da estação chuvosa do ano seguinte (2001).
COMPOSIÇÃO QUÍMICA
DA MORINGA COMO FORRAGEIRA
Bakke et al. (2010), estudando o comportamento da moringa
em relação ao intervalo de corte na região semiárida do Nordes-
te, verificaram que o teor de matéria seca em suas folhas não se
87 alterou quando cortadas aos três ou seis meses após o plantio,
mantendo-se ao redor de 20%. No caule, houve um incremento de
17,93 para 21,78%. Os autores comparam esses resultados a de
outras espécies da caatinga e verificaram que os ramos da morin-
ga são mais suculentas do que a forragem proveniente dos ramos
da jurema preta (Mimosa tenuiflora (Willd) Poiret) (MS=52,08%),
do sabiá (Mimosa caesalpineaefolia Benth) (MS=57,78% na par-
te aérea forrageira); e da catingueira (Poincianella pyramidalis,
(Tul.) L.P.Queiroz (39,36%) (LIMA, 1996).
A proteína bruta da moringa é considerada de boa qualidade
para a alimentação de ruminantes. Qualitativamente e quantitati-
vamente, as folhas da moringa são superiores a vários suplemen-
tos protéicos convencionais à base de sementes de algodão ou
girassol. Isto se deve, provavelmente, à presença de aminoácidos
solúveis, os quais aumentam a eficiência da síntese de proteína
microbiana, conferindo às folhas de moringa alta qualidade forra-
geira para vacas leiteiras (MAKKAR e BECKER, 1996).
Potencialidades da Moringa Oleifera Lam
COMPONENTES ANTINUTRICIONAIS
As plantas apresentam, segundo Nepomuceno (2009), es-
tratégias para sobreviver aos mais diversos ambientes, sendo
as principais o armazenamento de nutrientes e a defesa contra
ameaças externas, o que influencia diretamente seu valor nu-
tritivo. No que tange a defesa contra ameaças externas, a planta
sintetiza compostos como: saponinas, fenóis, terpenóides e al-
calóides e outros compostos químicos para conferir-lhe resis-
tência ao vento, doenças, desfolhação e predadores.
Potencialidades da Moringa Oleifera Lam
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Vislumbra-se, então, a possibilidade do aproveitamento de ex-
tensas áreas degradadas da caatinga, de solos rasos, e com déficit
hídrico na maior parte do tempo, nas quais o potencial de produção
de forragem encontra-se altamente reduzido e onde poucas espé-
cies são capazes de vegetar e produzir forragem satisfatoriamente.
O alto conteúdo de proteína bruta nas folhas, a presença
de níveis adequados de aminoácidos essenciais e o baixo nível
de fatores antinutricionais, aliados à capacidade de rebrota e
90 adaptabilidade às condições climáticas, fazem da moringa uma
promissora opção para alimentação animal e, ou suplementação
protéica para vacas de alta produção e outros animais explora-
dos na região semiárida do Brasil.
Potencialidades da Moringa Oleifera Lam
REFERÊNCIAS
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Potencialidades da Moringa Oleifera Lam
CAPÍTULO 5
APLICAÇÃO DA MORINGA
NO TRATAMENTO DE ÁGUAS
DE ABASTECIMENTO E
RESIDUÁRIAS
ROSÂNGELA BERGAMASCO, ANGÉLICA
MARQUETOTTI SALCEDO VIEIRA, LETÍCIA NISHI,
ANA LÚCIA FALAVIGNA-GUILHERME, JOSÉ EUCLÍDES
S. PATERNIANI, MARCIA REGINA FAGUNDES KLEIN,
ÁLVARO ALBERTO DE ARAUJO, GABRIEL FRANCISCO
DA SILVA
INTRODUÇÃO
A água constitui um recurso essencial à vida; um fator in-
dispensável à sobrevivência da biosfera, do homem e de todas
93 as outras espécies associadas ou que convive com ele. Devido às
características físico-químicas próprias a água não se encontra
em estado puro na natureza. A sua presença é acompanhada por
substâncias estranhas presentes em solução e, ou em suspensão
que afetam a sua potencial capacidade de utilização podendo ge-
rar problemas em nível de saúde publica, problemas econômicos
e distúrbios ambientais (Santos, 2007). Existem muitas fontes de
contaminação da água e esses contaminantes são principalmen-
te substâncias naturais da lixiviação do solo, escoamento das ati-
vidades agrícolas e industriais. A perda da qualidade intrínseca
das fontes de água doce torna necessária a utilização de quanti-
dades cada vez maiores de produtos químicos para remoção de
partículas suspensas e coloidais, de forma a adequá-las às carac-
terísticas de potabilidade exigidas pela legislação vigente.
O processo de coagulação/floculação é primordial no tra-
tamento de águas superficiais para abastecimento público, e os
coagulantes mais utilizados são produtos químicos que, além de
Potencialidades da Moringa Oleifera Lam
99 MgCl2 - 1M 950,291
PCA Morin-
Morin-
Água (80 ga/ PCA Portaria
Parâmetro ga (400
Bruta mg.L- (350/20 518/2004
mg.L-1)
1) mg.L-1)
Cor Aparente 4025,00 8,00 9,00 5,00 15
(uH)
Turbidez 620,00 1,81 1,50 1,11 5
(NTU)
UV-254 nm 2,649 0,020 0,066 0,019 -
(cm-1)
Amonia 0,80 0,09 0,13 0,01 1,5
(mg/L) NH3
Nitrito (mg/L) 0,00 0,00 0,00 0,00 1
104 NO2-
Nitrato (mg/L) 36,20 3,50 1,50 0,40 10
NO3-
Sólidos Dissol- 183,33 180,00 144,00 133,33 1000
vidos Totais
(mg/L)
Dureza (mg/L) 98,00 52,00 36,00 44,00 500
Coliformes 27 0 0 0 Ausente
Totais
(UFC/100 mL)
106
107
113
118
m
f permeado =
ñ25 °C ×Ä
t × Am
250 Tubidez 68,9 74,8 80,6 93,4 90,1 94,4 93,9 94,2 90,9 94,6 91,8 92,7
Cor 21,8 46,5 46,2 68,4 64,4 80,7 79,0 81,3 78,0 77,8 88,4 81,6
Giardia 80,0 65,0 65,0 80,0 80,0 95,0 95,0 95,0 95,0 90,0 92,5 90,0
Cryptosporidium 67,0 61,0 75,0 74,0 86,0 96,0 95,0 92,0 94,0 90,0 87,0 78,0
pH 7,60 7,70 7,80 7,80 7,60 7,60 7,70 7,80 7,80 7,80 7,70 7,80
350 Tubidez 49,4 62,8 70,8 75,0 82,0 90,0 93,7 95,0 96,0 95,8 96,4 92,5
Cor 47,0 82,3 76,4 94,0 94,0 88,2 97,0 97,0 94,0 88,2 94,0 94,0
Giardia 47,0 82,3 76,4 94,0 94,0 88,2 97,0 97,0 94,0 88,2 94,0 94,0
Cryptosporidium 22,0 81,0 68,0 95,0 86,0 81,0 97,0 96,0 92,0 86,0 96,0 92,0
pH 7,78 7,87 7,75 7,77 7,81 7,74 7,82 7,75 7,73 7,76 7,73 7,78
450 Tubidez 63,0 61,0 75,0 79,9 92,0 94,0 97,2 97,4 97,2 97,0 96,7 94,7
Cor 39,0 47,8 61,6 68,5 88,3 91,5 96,1 96,1 96,4 96,0 95,6 92,8
Giardia 63,0 92,0 96,0 96,0 92,0 96,0 90,0 97,0 94,0 97,0 93,0 89,2
Cryptosporidium 45,0 51,0 94,0 85,0 80,0 94,0 86,0 93,0 95,0 98,0 90,0 76,0
pH 7,80 7,70 7,60 7,60 7,60 7,60 7,00 7,60 7,60 7,60 7,50 7,60
Fonte: Nishi, 2011.
Potencialidades da Moringa Oleifera Lam
o
d
a
e150
m
r
e
p100
o
d
o
x 50
u Água deionizada 150UNT 250UNT 350UNT 450UNT
lF
0
0 10 20 30 40 50 60 70
a)
Tempo (min)
300
135 ) 250
2
m
h/
L( 200
o
da
e150
m
r
e
p
o100
d
ox tempo em minutos
ul 50
F Água deionizada 150UNT 250UNT 350UNT 450UNT
0
0 10 20 30 40 50 60 70
b)
Figura 11. Fluxo do permeado comTempo
água(min)
deionizada (AD) e água bruta
com turbidez inicial 150 a 450 NTU nos processos MF (a) e CFM-MF (b).
Fonte: Nishi, 2011.
60
porcentagem de fouling (%)
)
%
( 50
g
n
li
u40
o
f
e
d30
AB
m
e
ga CFM
t 20
n
e
cr
o10
P
0
150 250 350 450
Turbidez inicial (UNT)
136
Observa-se que o processo de MF com água bruta apresen-
tou maiores porcentagens de fouling, variando de 6,13 a 56,32%,
quando comparado ao processo combinado coagulação/flocula-
ção com moringa seguido de MF, que apresentou porcentagens
de fouling de 7,48 a 40,9%. Essa diminuição do fouling da mem-
brana quando da utilização do processo de coagulação/flocu-
lação como pré-tratamento, também foi observado em outros
estudos. Madrona (2010) utilizou coagulação/floculação com
moringa seguido de processo de MF com membranas cerâmicas
com porosidade de 0,1 e 0,2 µm para tratamento de água su-
perficial e observou porcentagens de fouling em torno de 94%
durante a filtração da água bruta e porcentagem de fouling ligei-
ramente menor quando filtrada água anteriormente coagulada/
floculada com moringa, em torno de 88%. Carroll et al. (2000)
utilizaram membrana de MF em forma de fibra oca de polipro-
pileno para filtrar água superficial do rio Moorabool, Austrália e
observaram porcentagens de fouling de 80% para água filtrada
Potencialidades da Moringa Oleifera Lam
CONCLUSÕES
Pode-se verificar que a moringa apresenta grande potencial
como agente coagulante para tratamento de água, principalmen-
te, águas de turbidez elevada, com remoções satisfatórias de cor,
turbidez, protozoários, metais. Podendo ser utilizada associada
a outros processos como a filtração lenta ou processo de sepa-
ração com membranas melhorando as qualidades da água trata-
da. Estudos apontam sua utilização também para tratamento de
efluentes e águas residuárias, com melhora das características
desses, atuando principalmente como um adsorvente.
137 Apesar dos avanços nos estudos com moringa para trata-
mento de água de consumo e superficial mais pesquisas são
necessárias a fim de assegurar a qualidade da água superficial
para um adequado descarte. Como, por exemplo, o isolamento
da proteína ou grupo de proteínas de ação coagulante, estudo de
produção do coagulante em escala industrial/comercial, estudo
de toxicidade e dosagem do coagulante, além de pesquisas de
outras aplicações que esta pode apresentar (produção de bio-
diesel, óleo comestível, aplicação na indústria farmacêutica).
Em resumo, o uso das sementes de moringa pode ser conside-
rado vantajoso e uma etapa promissora no sentido de melhorar o
processo de coagulação/floculação da água e processo de adsorção
de efluentes, necessitando para isso de incentivos à sua pesquisa.
Potencialidades da Moringa Oleifera Lam
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Potencialidades da Moringa Oleifera Lam
CAPÍTULO 6
BIODIESEL DE MORINGA
MIKELE CÂNDIDA SOUSA DE SANT’ANNA; GABRIEL
FRANCISCO DA SILVA; MARISTELA DE FÁTIMA
SIMPLICIO DE SANTANA; CARLA CRISLAN DE SOUZA
BERY; HILTON COSTA LOUZEIRO
INTRODUÇÃO
A crise energética e a possibilidade de escassez das reser-
vas de petróleo, aliado à exploração que avança sobre os ecos-
sistemas frágeis têm preocupado a comunidade global ante a ir-
reversibilidade das drásticas reações que o meio ambiente vem
manifestando, a exemplo do efeito estufa ou mesmo do aqueci-
mento global. Neste cenário, a energia alternativa ganha espaço
e junto a ela novos obstáculos vêm sendo superados. O álcool se
145
consolidou como energia renovável e no Brasil o biodiesel ca-
minha pelos mesmos passos. No entanto, alguns desafios ainda
devem ser vencidos para que o biodiesel seja uma energia com
eficiência ecológica, técnica e econômica.
O biodiesel se insere na matriz energética brasileira como
um aditivo, segundo o marco regulatório (Lei nº 11.097/2005,
publicada no Diário Oficial da União em 13/01/2005), cuja evo-
lução vai, a contar da criação desta lei, até a obrigatoriedade
do uso do B5 (adição de 5% de biodiesel ao diesel), a partir de
2013 (BRASIL, 2005). A partir de 1º de janeiro de 2010, o óleo
diesel comercializado em todo o Brasil contém 5% de biodiesel.
Esta regra foi estabelecida pela Resolução nº 6/2009 do Conse-
lho Nacional de Política Energética (CNPE), que aumentou de
4% para 5% o percentual obrigatório de mistura de biodiesel
ao óleo diesel. Para o Brasil, inclusive foi criado o Programa Na-
cional de Produção de Biodiesel (PNPB), cujo objetivo é inserir
o novo produto na matriz energética do país, podendo ser um
Potencialidades da Moringa Oleifera Lam
METODOLOGIA
148
A prospecção foi realizada tendo como base os pedidos de
pateNo Brasil, a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Bio-
combustíveis (ANP), através da lei n° 11.097 de 13 de janeiro de
2005, definiu este produtocomo sendo:
“Combustível derivado da biomassa renovável para uso em
motores a combustão interna ou, conforme regulamento para
outro tipo de geração de energia, que possa substituir parcial ou
totalmente combustível de origem fóssil”.
E para o Biodiesel, a definição na mesma lei foi:
“Biocombustível derivado da biomassa renovável para uso
em motores a combustão interna ou, conforme regulamento
para outro tipo de geração de energia, que possa substituir par-
cial ou totalmente combustível de origem fóssil”.
Assim, há amplas possibilidades de uso do biodiesel em
transportes urbanos, rodoviários, ferroviários e aquaviários
Potencialidades da Moringa Oleifera Lam
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Potencialidades da Moringa Oleifera Lam
CAPITULO 7
POTENCIAL NUTRICIONAL
E APLICAÇÕES DA MORINGA
NA ALIMENTAÇÃO HUMANA E
ANIMAL
ANGÉLICA MARQUETOTTI SALCEDO VIEIRA;
MIRIAM CARLA BONICONTRO AMBROSIO-UGRI;
LETÍCIA NISHI; GABRIEL FRANCISCO DA SILVA;
ROSÂNGELA BERGAMASCO
INTRODUÇÃO
Os materiais poliméricos, comumente chamados de plás-
ticos, são produzidos artificialmente e têm uma diversidade de
162
características que tornam possível a fabricação de uma grande
quantidade de produtos com as mais diversas aplicações. Estes
materiais estão substituindo vários produtos de ligas metálicas,
devido a seu processo de fabricação industrial ser mais simples
e ainda gerar economia de energia e de matéria-prima. Em sua
maioria, possibilitam a reciclagem evitando deposição em aterros
o que evita a contaminação do meio ambiente (KOLESKI, 2007).
Muitas pesquisas estão voltadas para a produção de novos
materiais que atendam às expectativas econômicas e preserva-
ção ambiental. Uma das alternativas foi a utilização de agentes
de reforços naturais na fabricação de compósitos. Esses compó-
sitos podem ser entendidos como a combinação de dois ou mais
materiais; elementos de reforço e/ou cargas incorporados em
Potencialidades da Moringa Oleifera Lam
Folhas Proteína de
(Sánchez- Flores(Sánchez- referência
Aminoáci- Sementes(Makkar
-Machado -Machado et al., para crian-
dos e Becker, 1997)
et al., 2010) ças de 2 - 5
2010) anos – FAO
Lisinaa 15,3 4,6 1,41 5,80
Leucinaa 17,5 8,7 5,11 6,60
Isoleucinaa 8,9 5,2 2,99 2,80
Metioninaa 1,4 1,0 1,93 2,50
Cistina 1,35** ND 4,13 6,30
Fenilalani- 8,9 3,8 3,83 3,50
naa
167 Tirosinaa 4,8 0,4 1,44 1,90
Valinaa 11,3 6,4 3,40 3,40
Histidinaa 7,0 3,1 2,20 -
Treoninaa 7,9 5,4 2,15 -
Serina 9,4 7,5 2,64 -
Ácido glutâ- 17,1 17,0 19,46 -
mico
Ácido 15,8 12,3 3,80 -
aspártico
Prolina 12,4 6,6 5,27 -
Glicina 10,3 6,5 4,76 -
Alanina 12,5 8,1 3,67 -
Arginina 12,2 20,1 11,41 -
Triptofano 2,10** ND ND 1,10
chás (Echo Staff, 2007). Também pode ser cozidas com ovos sen-
do um prato muito agradável (Liñan, 2010).
Flores e sementes merecem um destaque, tendo em vista ao
maior número de estudos relacionado à aplicação direta destas
partes de Moringa como matéria-prima para diversos produtos
alimentícios. As flores de Moringa contêm enzimas que hidrolisam
as proteínas do leite desnatado, sendo resistente ao aquecimen-
to de até 70°C. Esta característica indica a utilização das flores de
Moringa oleifera na indústria de alimentos (Carvalho et al., 2010).
As raízes apresentam sabor picante, como do rabanete, e
podem ser adicionado ao vinagre após serem descascadas e se-
cas, ou utilizadas como condimento (Liñan, 2010). Podem tam-
bém ser processadas na forma de farinha para posterior utiliza-
ção na indústria alimentícia, como na fabricação de pães, bolos,
biscoitos, sopas desidratadas e massas (Santana et al., 2011).
CONCLUSÃO
Os dados dos possíveis usos da Moringa oleifera Lam na ali-
mentação humana apresentam a importância do desenvolvimen-
to da suplementação alimentar com esta planta e de alternativas
de consumo e aceitabilidade da Moringa na dieta, sobretudo para
as populações mais carentes. A utilização das diversas partes da
Moringa tanto na alimentação, como no tratamento de água, em
especial as folhas e sementes, é uma realidade para vários paí-
ses, em especial para aqueles onde as condições sanitárias são
mais visíveis. Vários estudos apresentados aqui levam a crer que
a Moringa apresenta um reconhecido potencial nutricional e ino-
cuidade quanto ao consumo humano. Contudo, maiores estudos,
inclusive in vivo, devem ser conduzidos para que se tenha amplo
espectro de atuação das propriedades de todas as partes da Mo-
ringa, e assim um maior aproveitamento da planta.
181
Potencialidades da Moringa Oleifera Lam
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Potencialidades da Moringa Oleifera Lam
CAPÍTULO 8
USOS MEDICINAIS E
BIOTECNOLÓGICOS
MAIRIM RUSSO SERAFINI; GABRIEL FRANCISCO DA
SILVA; CARLA CRISLAN DE SOUZA BERY; BIANCA
SILVA DOS SANTOS
INTRODUÇÃO
As plantas formam a base de sofisticados sistemas de
medicina tradicional existentes há milhares de anos. Ainda
hoje, estes sistemas desempenham papel essencial no cuida-
do à saúde. A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima
que, aproximadamente, 80% da população mundial depen-
de, principalmente, dos medicamentos tradicionais para os
187 cuidados primários à saúde (NEWMAN et al., 2000).
Estima-se que, hoje em dia, cerca de 25% de todas os fár-
macos prescritos pelo mundo derivam de plantas. Dos 252
medicamentos considerados como básicos e essenciais pela
OMS, 11% são originados, exclusivamente, de plantas e um
número significativo são fármacos sintéticos obtidos a partir
de precursores naturais (RATES, 2001).
Nesse contexto, insere-se a Moringa. O gênero Moringa é
possuidor de 14 espécies arbóreas e arbustivas, destacando-
-se a espécie Moringa oleifera, que é uma árvore nativa da
Índia, na região Norte, sendo hoje cultivada ao longo dos tró-
picos. É conhecida como “drumstick” ou “bastão de tambor”
devido ao formato de seus frutos, e por causa do formato de
sua vagem; “Rabanete picante”, por conta do gosto de suas
raízes (AGUIAR, 2010).
Seu crescimento se dá rapidamente, seja a partir de suas
sementes ou de enxertos, não sendo muito exigente com re-
Potencialidades da Moringa Oleifera Lam
DESENVOLVIMENTO
No nordeste brasileiro, inclusive no Ceará, onde é cultivada
como planta ornamental e medicinal (Tabela 1), a moringa é conhe-
189 cida como lírio-branco, quiabo de quina ou simplesmente moringa.
As folhas, frutos, flores e vagens da moringa são usados
como vegetal altamente nutritivo em vários países, particular-
mente na índia, Paquistão, Filipinas, Havaí e muitas partes da
África (ANWAR e BHANGER, 2003; ANWAR et al., 2005).
As sementes de M. oleifera são utilizadas no Nordeste bra-
sileiro para purificação de água para consumo humano. As se-
mentes possuem propriedade coagulante (OKUDA et al., 2001),
antioxidante (SANTOS et al., 2005) e antifúngica (CHUANG et al.,
2007). Estudo demonstrou a baixa toxicidade de extrato das se-
mentes de M. oleifera em Daphnia magna, Mus musculus e Rat-
tus novergicus (FERREIRA et al., 2009).
As sementes contêm compostos com atividade hipotensiva
(FAIZI et al., 1995), quelante contra arsênio (GUPTA et al., 2005)
e coagulante (GASSENSCHMIDT et al., 1995; NDABIGENGESERE
et al., 1995; OKUDA et al., 2001; GHEBREMICHAEL et al., 2005).
Potencialidades da Moringa Oleifera Lam
Atividade larvicida
Dentre as proteínas de sementes de M. oleifera encontram-
-se lectinas, proteínas ou glicoproteínas de origem não imunoló-
gica que interagem com carboidratos através de no mínimo dois
sítios de ligação, aglutinando células animais e/ou vegetais, pre-
cipitando polissacarídeos, glicoproteínas ou glicolipídeos sem
causar modificações em suas estruturas (CORREIA et al., 2008).
A especificidade da interação entre lectinas a glicoconjugados
livres em solução ou presentes na superfície celular confere a
estas biomoléculas propriedades biológicas tais como ativida-
de antimicrobiana, antitumoral, inseticida e de reconhecimento
diferencial de carboidratos ou glicoconjugados expressos em
tecidos normais ou transformados (LORIS et al., 1998; FRANCO-
-FRAGUAS et al., 2003; SANTOS et al., 2006, SANTOS et al., 2010).
As lectinas de sementes de M. oleifera foram denominadas
MoL (do inglês M. oleifera lectin), cMoL (do inglês coagulant M.
oleifera lectin) e WSMoL (do inglês water-soluble M. oleifera
lectin). MoL é uma lectina catiônica formada por subunidades
190 de 7,1 kDa que foi isolada por cromatografias em DEAE-Celulose
e CM-Sephadex (KATRE et al., 2008). A lectina cMoL, também de
natureza catiônica, apresenta atividade coagulante e é formada
por subunidades de 26,5 e 14,9 kDa (SANTOS et al., 2009). WS-
MoL foi detectada em extratos aquosos obtidos após 5, 15 e 37
h (SANTOS et al., 2005).
Santos et al. (2010) realizaram um estudo demonstrando
que a lectina WSMoL com atividade larvicida contra L4 (larvas
do 4º estágio) de A. aegypti pode vir a ser utilizada como inse-
ticida natural no controle de populações desse mosquito pela
interrupção do ciclo biológico.
191
Atividade antimicrobiana
Raízes de Moringa possuem atividade antibacteriana (RAO
et al., 2001) e são ricas em agentes antimicrobiológicos. As raízes
contem um antibiótico principal, pterygospermin, o qual apre-
senta potente efeito antibacteriano e fungicida (RUCKMANI et
al., 1998). Um composto similar é estudado por ser responsável
pelos efeitos antibacterianos e fungicidas nas flores (DAS et al.,
1957). O extrato das raízes também possui atividade antimicro-
biana atribuída ao 4-α-L-rhamnosyloxy benzyl isothiocyanate
(EILERT et al., 1981). Uma substância isolada (N-benzyl, S-ethyl
thioformate) da fração metanólica da casca da raiz é achada por
ser responsável pela atividade antibacteriana e antifúngica (NI-
KKON et al., 2003). O extrato da casca apresenta atividade an-
tifúngica (BHATNAGAR et al., 1961), enquanto o suco do caule
mostrou efeitos antibacterianos contra Staphylococcus aureus
(MEHTA et al., 2003). O suco da folha fresa mostrou inibição do
crescimento de microorganismos (Pseudomonas aeruginosa e
Potencialidades da Moringa Oleifera Lam
Busca Tecnológica
Em se tratando do uso biotecnológico da Moringa, realizou-
-se uma pesquisa de patentes no banco mundial (WIPO), euro-
peu (ESPACENET) e nacional (INPI) de patentes, utilizando-se
da classificação internacional “A61K”, a qual refere-se à prepara-
ções para finalidades médicas, odontológicas ou higiênicas.
No espacenet, utilizando no campo de pesquisa de título ou
193 resumo, a palavra-chave “moringa”, observou-se 75 documentos
de patentes, dentre elas o uso para cosméticos e composições
dermatológicas, formulações para prevenir ou tratar doenças
bacterianas, composições e suplementações alimentares, pre-
parações para pacientes com diabetes tipo 2, composição para o
tratamento de obesidade, métodos de extração, tratamento para
cabelo, xampus, dentre outras. Dessas patentes, os países que
mais depositaram foram Estados Unidos e China, seguido de Ín-
dia. Fato esse facilmente explicado, uma vez que Estados Unidos
e China são referências no que se refere à propriedade intelectu-
al, e Índia é o país de origem da planta em estudo.
Já na WIPO, encontrou-se 18 documentos de patentes com
a classificação A61K, tendo como principais depositantes a Ale-
manha, seguido de Estados Unidos, França e Índia. Já em rela-
ção ao ano, encontramos um maior número de documentos nos
anos de 2006 e 2009. Dessas patentes, destaca-se suplementa-
ção alimentar, composição para induzir a fertilidade em gado,
Potencialidades da Moringa Oleifera Lam
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Até o presente momento, numerosos estudos foram realizados
com diferentes partes da moringa. No entanto, ainda há uma neces-
sidade de isolar e identificar novos compostos, a fim, inclusive, de
elucidar possíveis mecanismos de ação dessa espécie tão promisso-
ra e comprovar diversos usos populares, ainda não estudados.
194
Potencialidades da Moringa Oleifera Lam
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200
Potencialidades da Moringa Oleifera Lam
CAPÍTULO 9
TECIDOS DE MORINGA
OLEIFERA LAM. COMO FONTES
DE PROTEÍNAS BIOATIVAS:
LECTINAS E INIBIDORES DE
PROTEASES
PATRÍCIA MARIA GUEDES PAIVA; EMMANUEL VIANA
PONTUAL; THIAGO HENRIQUE NAPOLEÃO; LUANA
CASSANDRA BREITENBACH BARROSO COELHO
INTRODUÇÃO
A Moringa oleifera Lam. possui várias propriedades
medicinais e suas sementes são utilizadas no tratamento
201 de água para consumo humano visando à remoção de con-
taminantes. Os tecidos dessa planta são ricos em proteínas
bioativas. A presença de lectinas – proteínas que se ligam
a carboidratos – foi detectada em extratos de flores, raque
da inflorescência, sementes, folhas, caule e casca. As lectinas
cMoL (do inglês coagulant M. oleifera lectin) e WSMoL (do
inglês water soluble M. oleifera lectin) foram isoladas das se-
mentes e apresentaram atividade coagulante. A lectina cMoL
interagiu com ácidos húmicos, o que indica seu potencial uso
para remoção deste componente presente em águas conta-
minadas. WSMoL foi eficiente em coagular e matar bactérias
presentes em água do ambiente (Riacho do Cavouco, cam-
pus da UFPE, Recife, Brasil). WSMoL não apresentou efeito
mutagênico nem promoveu quebras na molécula de DNA, in-
dicando a segurança na utilização dessa lectina, nas concen-
trações de 0,0125 a 0,8 μg/μL, no tratamento de água para
consumo humano. cMoL e WSMoL foram agentes inseticidas
contra Ephestia kuehniella (mariposa da farinha) e larvas de
Potencialidades da Moringa Oleifera Lam
Figura 1. Moringa oleifera Lam. (A) Aspecto geral, (B) Sementes, (C) Folha, (D) Flor.
Potencialidades da Moringa Oleifera Lam
204
Figura 2. Esquema representando a aglutinação de eritrócitos promovida
por lectinas.
206
207
INIBIDORES DE PROTEASES
As proteases são enzimas que hidrolisam ligações peptídi-
cas entre os aminoácidos que constituem as proteínas. A intera-
ção entre inibidores de proteases e enzimas proteolíticas pode
resultar em modificações conformacionais na molécula da pro-
tease resultando na formação de complexos estáveis inativos ou
com baixa atividade. Inibidores de proteases são naturalmente
produzidos pelas plantas com o objetivo de controlar a ativida-
de de proteases endógenas e também atuam como moléculas de
defesa contra o ataque de herbívoros e patógenos (LASKOWSKI
e QASIM, 2000; BHATTACHARYYA et al., 2007).
As plantas produzem uma variedade de inibidores de seri-
noproteases, uma classe de enzimas extracelulares envolvidas
em diversos processos, como a digestão. Os inibidores de trip-
209 sina (uma serinoprotease) produzidos pelas plantas podem ser
de natureza protéica ou não, sendo considerados fatores anti-
nutricionais por causarem prejuízos ao processo de digestão de
proteínas no trato intestinal de muitos animais. Em plantas, os
inibidores de tripsina de natureza protéica podem ser encontra-
dos principalmente em sementes, folhas e tubérculos, podendo
estar presentes também em outros tecidos (POLYA, 2003).
Os inibidores de tripsina competem com o substrato pelo
sítio ativo da enzima, ao qual se ligam de maneira estável (BODE
e HUBER, 2000). A interação enzima/inibidor ocorre através
do estabelecimento de interações hidrofóbicas e eletrostáticas,
bem como de pontes de hidrogênio entre o sítio ativo da prote-
ase e o sítio reativo presente na molécula do inibidor. Este sítio
reativo geralmente está localizado em um loop protruso da mo-
lécula do inibidor, sendo capaz de inibir a atividade da enzima
quando nele existe uma seqüência de aminoácidos complemen-
tar àquela existente no sítio ativo da enzima. Dessa forma, ape-
Potencialidades da Moringa Oleifera Lam
214
CONSIDERAÇÕES FINAIS
As sementes de moringa por conterem lectinas com ativida-
des coagulantes, antibacteriana e inseticida possuem potencial
uso no tratamento de água (como agentes clarificante e desin-
fetante) e para controle da população de insetos que causam
danos à agricultura e a saúde humana. Entretanto, para tornar
possível a indicação do uso das sementes em larga escala é ne-
cessário definir se a concentração das atividades biológicas nas
sementes flutua em função de condições climáticas e do solo e
se existem variedades genéticas da espécie que não expressem
ou que produzam lectinas em pequena concentração. Estraté-
gias para solucionar estas problemáticas podem incluir a cria-
ção de um banco de sementes no Brasil, a avaliação das semen-
tes oriundas de diferentes países e Estados brasileiros quanto
Potencialidades da Moringa Oleifera Lam
AGRADECIMENTOS
Os autores agradecem ao Conselho Nacional de Desenvol-
vimento Científico e Tecnológico (CNPq), à Fundação de Ampa-
ro à Ciência e Tecnologia do Estado de Pernambuco (FACEPE), à
219 Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior
(CAPES) e ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI)
pelo apoio financeiro. P.M.G. Paiva e L.C.B.B. Coelho são Bolsistas
de Produtividade em Pesquisa do CNPq. E.V. Pontual agradece a
FACEPE e CAPES pela concessão de Bolsa de Pós-Doutorado.
Potencialidades da Moringa Oleifera Lam
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