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Matéria elaborada conforme a legislação vigente à época de sua publicação, sujeita a mudanças em decorrência das
alterações legais.
ICMS / MG
ROTEIRO
1. INTRODUÇÃO
2. BASE DE CÁLCULO
3. ALÍQUOTA
4. APROVEITAMENTO DO CRÉDITO PELO ESTABELECIMENTO QUE RECEBE A
DEVOLUÇÃO
4.1. Venda a prestação
4.2. Comprovação da devolução
5. VEDAÇÃO A APROPRIAÇÃO DO CRÉDITO DO ICMS
6. NOTA FISCAL DE ENTRADA
7. DEVOLUÇÃO EFETUADA POR MICROEMPRESA OU EMPRESA DE PEQUENO
PORTE
8. REGIME ESPECIAL PARA APROPRIAÇÃO DE CRÉDITO DO ICMS
9. DECISÃO TRANSITADA EM JULGADO
10. RETORNO DE MERCADORIA NÃO ENTREGUE
10.1. Nota fiscal. Retorno de mercadoria não entregue
10.2. Nota fiscal de entrada. Mercadoria não entregue
10.3. Recuperação do imposto
11. DEVOLUÇÃO DE MERCADORIA ADQUIRIDA COM ICMS ST RETIDO.
PROCEDIMENTO
12. CONSULTA DE CONTRIBUINTE Nº 066/2012
13. CFOP’s DAS OPERAÇÕES DE ENTRADA
1. INTRODUÇÃO
Na presente matéria, serão abordados os aspectos referentes às devoluções de mercadorias, segundo o que
estabelece a legislação do Estado de Minas Gerais.
Serão apresentados ainda os procedimentos aplicáveis no caso de retorno de mercadorias não entregues ao
destinatário.
2. BASE DE CÁLCULO
Em se tratando de devolução de mercadoria, utiliza-se a base de cálculo adotada no documento fiscal que houver
acobertado a operação anterior, conforme previsto no artigo 43, inciso XXI do RICMS/MG.
3. ALÍQUOTA
Em se tratando de devolução de mercadoria, aplica-se a alíquota adotada no documento fiscal que houver acobertado
a operação anterior, nos termos do artigo 42, §10º do RICMS/MG.
O estabelecimento que receber mercadoria devolvida por particular, produtor rural ou qualquer pessoa não
considerada contribuinte, ou não obrigada à emissão de documento fiscal, poderá apropriar-se do valor do imposto
debitado por ocasião da saída da mercadoria, nas seguintes hipóteses:
1) se a devolução ocorrer em virtude de garantia, considerando-se como tal a que decorrer de obrigação assumida
pelo remetente ou pelo fabricante de substituir a mercadoria remetida, caso esta apresente defeito dentro do prazo de
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garantia, desde que este não seja superior ao previsto no inciso I do § 1º do artigo 96 do RICMS/MG;
Art. 96 - São obrigações do contribuinte do imposto, observados forma e prazos estabelecidos na legislação tributária, além de
recolher o imposto e, sendo o caso, os acréscimos legais:
(...)
§ 1° - Nas hipóteses dos incisos II e III do caput deste artigo, quando os documentos e os livros se relacionarem com crédito
tributário:
I - sem exigência formalizada, o prazo de arquivamento dos mesmos é de 5 (cinco) anos e será contado a partir do primeiro dia do
exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado;
2) quando se tratar de devolução, dentro de 90 dias, de mercadoria identificável pela marca, tipo, modelo, espécie,
qualidade, número de série de fabricação ou outros elementos que a individualizem;
4) quando se tratar de troca, assim considerada a substituição de mercadoria por uma ou mais da mesma espécie ou
de espécie diversa, desde que de valor não inferior ao da substituída, dentro do prazo de 30 dias, contado da data da
saída.
A apropriação do crédito do ICMS restringe-se às parcelas não recebidas da pessoa que promover a devolução,
quando se tratar de venda a prestação.
1) restituição pelo cliente da via do documento fiscal a ele destinada, ou, tratando-se de devolução ou troca parciais,
cópia reprográfica do documento;
3) visto obrigatório do Posto de Fiscalização, se existente no itinerário normal que deva ser percorrido pelo
transportador, no documento que acobertar ou acompanhar o trânsito da mercadoria devolvida.
1) em devolução ou troca de mercadoria adquirida com emissão de Cupom Fiscal, exceto em relação àqueles
documentos que contenham a informação do número do CPF ou CNPJ do adquirente impresso por Equipamento
Emissor de Cupom Fiscal (ECF);
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O estabelecimento que receber mercadoria, em devolução ou troca, emitirá nota fiscal na entrada, relativamente à
mercadoria devolvida, da qual constarão o número, a série e a data do documento fiscal emitido por ocasião da saída.
A nota fiscal emitida quando do recebimento de mercadoria, em devolução ou troca, será arquivada em separado,
juntamente com os documentos fiscais, ou cópia, que acobertaram a remessa e o retorno da mercadoria.
Ocorrendo saída subsequente, a mercadoria, para efeito de tributação, não será considerada usada.
No caso de mercadoria devolvida por microempresa ou empresa de pequeno porte, a recuperação do imposto
anteriormente debitado por contribuinte que apura o ICMS pelo sistema normal de débito e crédito será efetuada
mediante registro do documento fiscal relativo à devolução no livro Registro de Entradas, com indicação, na coluna
"Observações", da expressão "Mercadoria devolvida por empresa enquadrada no Simples Nacional" e do número da
nota fiscal que acobertou a saída da mercadoria.
Importante observar que, se tratando de empresa optante pelo Simples Nacional emitindo nota fiscal eletrônica de
devolução, deverá destacar nos campos próprios a base de cálculo e o valor do ICMS, conforme prevê artigo 57, § 7º
da Resolução CGSN nº 094/2011.
Em substituição aos procedimentos estudados, para realizar a apropriação de crédito relativo às devoluções ou trocas
de mercadorias adquiridas com a emissão de Cupom Fiscal, poderá ser autorizado sistema diferenciado de
escrituração do ICMS, mediante regime especial concedido pelo Diretor da Superintendência de Tributação (SUTRI),
observado o seguinte:
1) poderá ser dispensada a observância do disposto no § 2º, no inciso I do § 3º e no § 4º, todos do artigo 76 do
RICMS, desde que sejam cumpridas as exigências abaixo:
o regime especial estabelecerá obrigações acessórias para apropriação do crédito do imposto, especialmente no que
se refere a:
a) emissão de Relatório Gerencial, com a indicação do motivo da devolução ou troca, o nome, CPF ou CNPJ,
endereço e telefone do adquirente ou da pessoa que se apresentar no momento da devolução ou troca;
b) entrega de arquivo SINTEGRA com informações específicas sobre as operações de trocas ou devoluções,
mediante a apresentação do registro "88DV", constando campo obrigatório para o CPF ou CNPJ do cliente
responsável pela devolução;
c) emissão diária de nota fiscal para acobertar o total das entradas de mercadorias recebidas em função de troca ou
devolução.
Quando, por força de decisão transitada em julgado, houver rescisão de contrato do qual decorreu a saída da
mercadoria, a reentrada desta no estabelecimento dará lugar ao aproveitamento do imposto debitado por ocasião de
sua saída, deduzido aquele incidente sobre a importância já recebida pelo estabelecimento promotor da saída,
observado o disposto no § 4º do artigo 76 do RICMS/MG.
Art. 76 - O estabelecimento que receber mercadoria devolvida por particular, produtor rural ou qualquer pessoa não considerada
contribuinte, ou não obrigada à emissão de documento fiscal, poderá apropriar-se do valor do imposto debitado por ocasião da
saída da mercadoria, nas seguintes hipóteses:
(...)
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§ 4º - O estabelecimento que receber mercadoria, em devolução ou troca, emitirá nota fiscal na entrada, relativamente à
mercadoria devolvida, da qual constarão o número, a série e a data do documento fiscal emitido por ocasião da saída.
O estabelecimento que receber em retorno integral mercadoria não entregue ao destinatário, para recuperar o imposto
anteriormente debitado, deverá:
1) emitir nota fiscal na entrada, fazendo referência à nota fiscal que acobertou o transporte da mercadoria;
2) escriturar a nota fiscal acima no livro Registro de Entradas, nas colunas "ICMS - Valores Fiscais" e "Operações com
Crédito do Imposto";
3) manter arquivados, pelo prazo previsto no inciso I do § 1º do artigo 96 do RICMS/MG a 1ª via da nota fiscal ou a via
do DANFE que acobertou ou acompanhou o trânsito da mercadoria, anotando a ocorrência no respectivo documento.
A mercadoria será acobertada, em seu retorno, pela mesma nota fiscal que tenha acobertado a sua saída, que terá
seu prazo de validade renovado a partir da data da declaração e assinatura, consignada, no verso da nota fiscal ou do
DANFE, o motivo pelo qual a mercadoria não foi entregue e, sendo o destinatário contribuinte, deverá apor no verso
do documento o carimbo relativo à sua inscrição no CNPJ. Procedimento estes, válidos inclusive ao transportador.
Vale ressaltar que, a prestação de serviço de transporte correspondente será acobertada pelo mesmo CTRC que
tenha acobertado a remessa, observado o disposto no artigo 10 da Parte 1 do Anexo IX do RICMS/MG.
Art. 10 - No retorno, ao estabelecimento remetente, de mercadoria ou bem não entregues, caso o transportador não possua, no
local, bloco de conhecimentos de transporte, o conhecimento original servirá para acobertar a prestação relativa ao retorno, desde
que o motivo seja declarado no verso do documento e a declaração seja datada e assinada pelo transportador e, se possível,
também, pelo destinatário.
Parágrafo único - Quando da entrada do veículo no estabelecimento transportador, este emitirá o conhecimento correspondente à
prestação do serviço de transporte referente ao retorno da mercadoria ou do bem.
A nota fiscal de entrada mencionada no item 1 do tópico 10, referente ao retorno da mercadoria não entregue, deverá
conter as indicações do número, da série, da data da emissão e do valor do documento original de venda.
O CFOP a ser utilizado para emitir a referida nota fiscal será de acordo com a destinação original da mercadoria,
abaixo transcrevemos possíveis CFOPs a serem utilizados.
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1) a nota fiscal ou o DANFE que acobertou ou acompanhou o retorno contenha o visto do Posto de Fiscalização, se
existente no itinerário normal que deva ser percorrido pelo transportador;
Embora a legislação de Minas Gerais não tenha previsão expressa quanto à emissão de nota fiscal de devolução,
quando de mercadoria adquirida com ICMS ST retido, podemos transcrever a Consulta Tributária nº 066/2012, a
qual dispõe que o contribuinte deverá emitir a nota fiscal com destaque do ICMS ST na nota fiscal de devolução,
somando desta forma o valor do ICMS ST retido, na referida nota fiscal.
Justamente por omissão da legislação, pode-se adotar o procedimento de criar um item chamado “devolução do ICMS
ST”, deste modo, o valor do ICMS ST não será destacado nos campos próprios, mas somará no valor total da nota
fiscal.
Importante ressaltar que o contribuinte mineiro terá direito a se restituir do ICMS/ST recolhido em favor do Estado de
Minas Gerais, bem como a se creditar do ICMS relativo à operação própria do remetente, nos termos do inciso
I do artigo 23 da Parte 1 do Anexo XV e § 10º do artigo 66, todos do RICMS/MG, haja vista a inocorrência do fato
gerador presumido.
Exposição:
A Consulente, com apuração do ICMS pelo regime de débito e crédito, informa exercer atividade de comércio de
máquinas e peças de reposição.
Aduz adquirir de fabricantes, estabelecidos no Estado de São Paulo, peças com o imposto retido por substituição
tributária e, não raramente, devolvê-las ao mesmo por estarem em desacordo com o pedido, em razão de divergência
de preço ou erro na especificação.
Acrescenta emitir nota fiscal eletrônica para acobertar as referidas devoluções, as quais, segundo esclarece, não se
dão em virtude de garantia.
Isto posto, por entender que o valor da devolução deve ser igual ao da aquisição, formula a presente
Consulta:
2 - O fabricante poderá deduzir o valor do ICMS-ST informado no DANFE de devolução do próximo recolhimento a ser
efetuado em favor de Minas Gerais?
3 - Caso negativas as respostas às questões anteriores, quais os procedimentos a serem observados para realizar o
ressarcimento?
Resposta:
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1 e 2 - Nas operações envolvendo devolução de mercadoria adquirida em operação interestadual, cujo imposto tenha
sido retido, mediante substituição tributária, pelo remetente, em decorrência de convênio ou protocolo firmado por este
Estado, a Consulente terá direito a se restituir do ICMS/ST recolhido em favor do Estado de Minas Gerais, bem como
a se creditar do ICMS relativo à operação própria do remetente, nos termos do inciso I do artigo 23 da Parte 1 do
Anexo XV e § 10 do artigo 66, todos do RICMS/MG, haja vista a inocorrência do fato gerador presumido.
Optando por se ressarcir junto ao seu fornecedor, a Consulente deverá observar os procedimentos previstos no artigo
27 da Parte 1 do Anexo XV, onde se encontra prevista a emissão de nota fiscal na qual tal fornecedor deve figurar
como destinatário, documento fiscal este que deverá ser apresentado à Delegacia Fiscal a que estiver circunscrita a
Consulente, para fins de autorização do ressarcimento, a ser exarada na própria nota fiscal, ou no respectivo DANFE.
Nesta hipótese, o fabricante (substituto tributário) poderá deduzir, do próximo recolhimento a ser efetuado para Minas
Gerais, o valor constante da citada nota fiscal, nos termos do inciso II do § 2º do artigo 27 acima citado.
Isto posto, cumpre esclarecer ainda que, para acobertar a devolução da mercadoria, a Consulente deverá emitir nota
fiscal com destaque da mesma base de cálculo e do mesmo valor do imposto (operação própria) consignados na nota
fiscal que acobertou o seu recebimento. A nota fiscal relativa à devolução também deverá conter o número e a data da
nota fiscal referente ao recebimento da mercadoria.
Além disso, tendo em vista que o Estado de origem da mercadoria é signatário de protocolo ou convênio celebrado
com Minas Gerais, deverá a Consulente destacar, na nota fiscal relativa à devolução, a base de cálculo e o valor do
ICMS/ST nos termos da legislação do mesmo Estado.
3 - Prejudicada.
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