GOVERNO DO ESTADO DA PARAÍBA

SECRETARIA DE ESTADO DA FAZENDA

SECRETARIA EXECUTIVA DA RECEITA
GERÊNCIA EXECUTIVA DE TRIBUTAÇÃO

PROCESSO Nº: 0895252022-0

PARECER Nº: 2023.02.03.00169
INTERESSADO: SABORES FRUTOS DE GOIAS NORDESTE LTDA.
INSCRIÇÃO ESTADUAL: 16.396.004-6
CPF/CNPJ: 41.021.085/0001-71
ENDEREÇO: MANOEL ARRUDA CAVALCANTI, 805, MANAIRA, CEP: 58038680,
JOAO PESSOA

RESTITUIÇÃO. ICMS. Pagamento em

duplicidade, recolhido sob o código de receita nº
1106 (ICMS - SUBSTITUIÇÃO POR ENTRADAS).
Pagamento espontâneo de tributo além do devido.
Constatação. Atendimento aos requisitos legais.
PELO DEFERIMENTO. Inteligência dos Artigos
767, 768 e 769 do Decreto nº 18.930/1997 c/c
Artigos 120 e 121 da Lei nº 10.094/2013.

Protocolo Eletrônico nº 2022.000133472-4

O requerente SABORES FRUTOS DE GOIÁS NORDESTE LTDA., I.E.

nº 16.396.004-6, vem solicitar à Secretaria de Estado da Fazenda restituição de
ICMS - SUBSTITUIÇÃO POR ENTRADAS, código de receita nº 1106, alegando
ter realizado pagamento em duplicidade ao Tesouro Estadual, através do DAR nº
3024263421, no valor de R$ 20,67 (vinte reais e sessenta e sete centavos), cuja
adimplência fora realizada por duas vezes, fato ocorrido em 25/02/2022.

Para tal, anexou aos autos, além do requerimento e de documentação da

empresa, cópia do documento arrecadatório DAR nº 3024263421 e comprovantes
dos pagamentos.
É o breve relatório.
 Trata-se de pedido de restituição de ICMS, recolhido ao Erário sob o
código de receita nº 1106 (ICMS - SUBSTITUIÇÃO POR ENTRADAS), pelo
documento arrecadatório DAR nº 3024263421, prestação cumprida em duas
ocasiões, verificadas no dia 25/02/2022.

O processo de restituição do ICMS, previsto no RICMS/PB, aprovado

pelo Decreto nº 18.930/1997, estabelece em seus Artigos 767, 768 e 769 o
seguinte:
Art. 767. O processo de restituição total ou parcial do ICMS, além
das disposições contidas na Lei nº 10.094, de 27 de setembro de
2013, atenderá o disposto neste Regulamento.

Art. 768. As quantias indevidamente recolhidas aos cofres do

Estado serão restituídas, sempre que possível, pelo sistema
de autorização do registro do crédito correspondente no livro
Registro de Entradas, em lançamento na coluna própria.

§ 1º A restituição far-se-á, necessariamente, em moeda corrente

quando o beneficiário:

I - houver deixado a condição de contribuinte;

II - for optante pelo Simples Nacional, observado o disposto no § 3º

deste artigo.

§ 2º No lançamento referido neste artigo, deverá ser mencionado o

número do processo e a data do deferimento do pedido de
restituição.

§ 3º Na hipótese do inciso II do § 1º deste artigo, a existência do

crédito a ser restituído deverá ser certificado pelas informações
constantes nos aplicativos de consulta no Portal do Simples
Nacional, devendo a Secretaria de Estado da Receita:

I - registrar os dados referentes à restituição processada no

aplicativo específico do Simples Nacional, para bloqueio de novas
restituições ou compensações efetuadas na forma da legislação do
Simples Nacional, do mesmo valor;

II - informar no processo administrativo, que deu origem ao pedido

de restituição correspondente, a data do registro a que se refere o
inciso I deste parágrafo.
 Art. 769. O imposto indevidamente recolhido terá seu valor
corrigido em função da variação do poder aquisitivo da moeda,
segundo coeficientes fixados pelo órgão federal competente e
adotados para correção dos débitos fiscais.

Parágrafo único. A restituição de tributos será acrescida de juros

equivalentes à taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação
e de Custódia - SELIC, para títulos federais, acumulada
mensalmente, ou qualquer outro índice que vier substituí-la,
calculados a partir do primeiro dia do mês subsequente ao do
pagamento indevido ou a maior até o mês anterior ao da
restituição, acrescidos de 1% (um por cento) relativo ao mês em
que houver a decisão da autoridade competente para
reconhecimento da dívida e autorização da restituição.

(grifo nosso)

Nesse sentido o processo de restituição do ICMS observará, ademais,

aos termos previstos na Lei nº 10.094, de 27 de setembro de 2013 (PAT),
especificamente, no caso em tela, no inciso I do seu Artigo 120, com a seguinte
redação:
Art. 120. Além das hipóteses constantes na legislação especifica
de cada tributo, o contribuinte ou responsável tem direito à
restituição total ou parcial do tributo, nos seguintes casos:

I - cobrança ou pagamento espontâneo do tributo indevido ou

maior que o devido, em face da legislação tributária aplicável ou
da natureza ou circunstâncias materiais do fato gerador
efetivamente ocorrido;

(grifo nosso)

No que concerne aos procedimentos para concessão da restituição,

aduz o PAT, em seu Artigo 121, in verbis:
Art. 121. A concessão de restituição de tributo ou penalidade
dependerá de requerimento ao Secretário de Estado da Fazenda,
por meio da repartição preparadora do domicílio fiscal do
interessado, instruído com a documentação necessária, contendo:

I - a qualificação do requerente;
II - a indicação do dispositivo legal em que se ampara o pedido e a
 prova de nele estar enquadrado;
III - a certidão negativa de débito junto à Secretaria de Estado da
Fazenda;
IV - a prova do recolhimento indevido;
V - a prova de não haver transferido a outro contribuinte o crédito
relativo às quantias indevidamente recolhidas;
VI - a prova de haver assumido o encargo total do pagamento
indevido ou, no caso de tê-lo transferido a terceiro, estar por este
expressamente autorizado a recebê-lo.

Compreende-se da interpretação dos Artigos 120 e 121 do PAT que o

procedimento do contribuinte cumpridor dos requisitos destes dispositivos
normativos e que se insira nos moldes expostos na legislação específica (Artigos
767 e seguintes do RICMS/PB) terá direito à restituição do imposto pago a maior
ou indevidamente.

No caso em apreço restou-se configurado o indébito tributário,

evidenciado por meio da documentação trazida aos autos pelo contribuinte
SABORES FRUTOS DE GOIÁS NORDESTE LTDA., ora requerente, visto
comprovado o pagamento espontâneo em duplicidade (por duas vezes) do
imposto, através do DAR nº 3024263421, na monta de R$ 20,67 (vinte reais e
sessenta e sete centavos), em 25/02/2022 (autenticações 96D9DFE8015A4C5F e
DB2FB663D634003C).

O adimplemento da prestação do tributo em questão por duas vezes

está corroborado, conforme observa-se, ainda, pela análise dos relatórios dos
pagamentos realizados, extraídos do módulo de Arrecadação do Sistema ATF da
SEFAZ-PB, documentos devidamente acostados aos autos.

Em obediência à determinação presente no Artigo 121, III, da Lei

10.094/2013, que rege o Processo Administrativo Tributário - PAT, constata-se em
consulta realizada no Sistema ATF que o requerente encontra-se em situação de
regularidade fiscal, conforme atesta a Certidão Negativa de Débitos Estadual com
código de certificação nº DF05.7F7E.AE70.1DD5, emitida em 04/03/2023, anexa
aos autos.

Desta feita, resta caracterizado na legislação correspondente ao pleito

do requerente o direito à restituição pela realização de recolhimento de tributo
maior que o devido.
 Ex positis diante dos argumentos retro mencionados e preceitos do
Artigo 120, I, do PAT opina-se pelo DEFERIMENTO do pedido em questão
conferindo-se ao requerente SABORES FRUTOS DE GOIÁS NORDESTE LTDA.
o direito de auferir quantia referente ao tributo recolhido indevidamente, pois
comprovado pagamento a maior, em duplicidade, do documento arrecadatório
DAR nº 3024263421, no valor de R$ 20,67 (vinte reais e sessenta e sete
centavos), a ser pago conforme previsto no caput do Artigo 768 do RICMS/PB,
aprovado pelo Decreto nº 18.930/1997, tendo em vista regime de apuração do
contribuinte (NORMAL).

É o parecer s.m.j. que se submete à apreciação superior.

Gerência Executiva de Tributação, 07 de março de 2023.

Hugo Alexandre Espínola Mangueira

AFTE

À consideração do Gerente Operacional de Interpretação e Orientação

Tributária.
De acordo.

Leonardo Rodrigues Viana de Lima

Gerente Operacional de Interpretação e Orientação Tributária

À consideração do Gerente Executivo de Tributação.

De acordo.

Alexandre José Lima Sousa

Gerente Executivo de Tributação