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1. Considere uma economia de trocas com dois bens (x, y) e dois agentes (A e
√
B). Os agentes A e B possuem a mesma utilidade u(x, y) = xy.
a) Calcule, em função das dotações iniciais, o preço relativo que define equilı́brio de
mercado.
b) Se as dotações iniciais são respectivamente aA = (4, 2) e aB = (2, 4), calcule a
alocação que descreve o equilı́brio de mercado. Mostre que ambos os agentes estão
melhor no equilı́brio do que se tivesse permanecido com suas dotações iniciais. [Nota:
a alocação é representada na forma (x, y).]
c) A alocação (4, 1) para o agente A, e (16, 3) para o agente B, é eficiente no sentido
de Pareto?
2. Considere uma economia de trocas com dois bens (x, y) e dois agentes (A e
B). Os agentes possuem a mesma utilidade u(x, y) = ln(x) + y, mas diferem nas
suas dotações iniciais. O agente A tem dotação inicial (2, 1) e o agente B (4, 5).
Os preços dos bens são dados respectivamente por px e py .
1
L = ln xi + yi − λ(pxi + yi − pwix − wiy )
1 1
[x] : − λp = 0 ⇒ = λp
xi xi
[y] : 1−λ=0⇒1=λ
1 1
= p ⇒ xi =
xi p
1 1 1
x
xA + xB = w A x
+ wB ⇒ + = 4 + 2 ⇒ p∗ =
p p 3
y 1 2
yA∗ = pwA
x
+ wA −1= ·2+1−1=
3 3
y 1 16
yB∗ = pwB
x
+ wB −1= ·4+5−1=
3 3
b) As alocações (3, 4) para o agente A e (3, 2) para o agente B é Pareto-eficiente?
Solução:
1
Temos que T M Si = xi
. Logo a alocação é eficiente, pois temos
1 1 1
T M SA = = = = T M SB
xA 3 xB
3. Considere uma economia de troca pura com dois agentes e dois bens, em
que o agente A tem utilidade uA (x, y) = x2/3 y 1/3 e dotação inicial ωA = (4, 8),
o agente B tem utilidade uB (x, y) = x1/3 y 2/3 e dotação inicial ωB = (8, 4) e em
que x e y denotam a quantidade dos bens. Então é justa a alocação que dá ao
agente A e ao agente B a cesta (6,6)? A alocação que dá ao agente A a cesta
(12,12) e ao agente B a cesta (0,0) é pareto eficiente? Justifique.
Solução:
2
Uma alocação é justa quando satisfaz critérios de eficiência e equidade (nenhum agente
inveja a cesta do outro).
Quanto a alocação (6,6) para ambos os agentes, claramente ela satisfaz equidade - ambos
os agentes ficam com as mesmas quantidades de bens. Vamos verificar se ela é eficiente.
Sabemos que se a alocação é eficiente ela está localizada na curva de contrato satisfazendo:
uA
x uB
x
T M SA = = = T M SB
uA
y uB
y
1 −2/3 2/3
uB
x x y 1y
T M SB = B
= 3
2 1/3 −1/3 =
uy 3
x y 2x
4. Suponha uma economia onde o agente A tem utilidade uA (xA , yA ) = min {xA , yA },
e o agente B tem utilidade uB (xB , yB ) = xB + yB . A dotação inicial de A é de
10 unidades de x e zero de y, enquanto o agente B tem zero de x e 10 de y.
3
xA = yA . E substituindo na restrição orçamentária:
10px
xA = y A =
px + py
Montando o Lagrangeano:
L = xB + yB − λ(px xB + py yB − 10py )
[x] : 1 − λpx = 0
[y] : 1 − λpy = 0
Juntando as CPOs: px = py .
Lembre se que empre podemos normalizar um dos preços para 1 (é como se con-
siderássemos esse bem como o numerário da economia).
4
Vamos colocar px = 1, como obtemos igualdade entre os preços, teremos px = py = 1.
Substituindo os preços nas condições de equilı́brio do agente A obtemos:
10
xA = y A = = 5.
2
Por fim, fazendo as condições de market clearing (a soma dos bens consumido pelos
agentes deve ser igual a dotação total desse bem na economia):
xA + xB = wx = 10 ⇒ xB = 5
yA + yB = wy = 10 ⇒ yB = 5
Logo, no equilı́brio competitivo os agentes ficam com a mesma cesta (5,5) e os preços
são dados por px = py = 1.
5. Suponha que exista dois indivı́duos em uma ilha. Ana possui função utilidade
uA (x, y) = xy 2 e Beto possui função utilidade uB (x, y) = x2 y. Além disso, as
dotações iniciais de Ana e Beto são wA = (xA , yA ) = (6, 0) e wB = (xB , yB ) = (0, 3).
yA2 yA
T M SA = − =−
2xA yA 2xA
2xB yB 2yB
T M SB = − 2
=−
xB xB
Alocações Pareto Eficientes são tais que T M SA = T M SB , isto é:
yA 2yB
= : xA + xB = 6 e yA + yB = 3
2xA xB
0 6
T M SA = ̸= = T M SB
12 0
Logo, a dotação inicial não pertence ao conjunto descrito no item a).
Podemos ver que acima que a dotação, W, não pertence a curva de contrato (reta
preta no gráfico).
5
c) Encontre a alocação e os preços de equilı́brio nessa economia de trocas.
Solução:
No ótimo, a TMS de cada indivı́duo se iguala a razão de preços e os mercados se
fecham.
Ana:
yA px
= = p ⇒ yA = 2pxA
2xA py
Substituindo na RO de Ana:
xA = 2 ⇒ yA = 4p
Beto:
2yB pxB
= p ⇒ yB =
xB 2
Substituindo na RO do Beto:
pxB 2
pxB + yB = 3 ⇔ pxB + = 3 ⇒ xB =
2 p
xA + xB = 6
2 1
p∗ = =
xB 2
6
Assim,
yA = 2 e yB = 1
d) Suponha agora que a dotação inicial de Ana mude e ela ganhe 3 unidades de y, isto
é, sua nova dotação seja wA = (xA , yA ) = (6, 3). O que acontecerá com o preço
relativo do bens px /py ? Justifique sua resposta [Não é necessário encontrar a nova
alocação e preços de equilı́brio.]
Solução:
Note que estamos simplesmente aumentando a oferta do bem y na economia. Logo,
esperamos que o preço de y caia, ou seja, p = ppxy aumente.
a) Se uma alocação x∗ é Pareto-eficiente e uma alocação x′ não o é, então não existe
agente que esteja melhor na alocação x′ do que na alocação x∗ .
Solução:
Falso.
Considere uma economia de trocas com dois bens e dois agentes A e B. Uma alocação
onde A fica com todos a dotação da economia (wx , wy ) e B fica com nada (0, 0) é
Pareto-eficiente. Consideramos x∗ a alocação em que A fica com tudo e B nada.
Porém, temos que qualquer outra alocação na caixa de Edgeworth deixa B melhor.
Logo, podemos tomar x′ como qualquer outra alocação que não esteja na curva
de contrato. B estará estritamente melhor em x′ com relação a x∗ , mas x′ não é
Pareto-eficiente.
b) O Segundo Teorema do Bem-Estar diz que, dadas certas condições, qualquer alocação
ótima no sentido de Pareto pode ser obtida por meio de mecanismos de mercado,
desde que as dotações iniciais possam ser alteradas.
Solução:
Verdadeiro.
Pelo Segundo Teorema do Bem-Estar, se todos os agentes possuem preferências
convexas, então existirá um vetor de preços com o qual uma alocação Pareto Eficiente
pode ser alcançada como equilı́brio de mercado para uma certa dotação inicial. Logo,
podendo alterar as dotações, podemos obter uma alocação Pareto Eficiente pelos
mecanismos de mercado.
c) A Lei de Walras implica que, se um mercado não estiver em equilı́brio, não é possı́vel
que todos os demais mercados estejam equilibrados.
Solução:
Verdadeiro.
De acordo com a Lei de Walras, em um mercado com n bens se n − 1 mercados
estão em equilı́brio, então o mercado do bem n necessariamente também estará
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em equilı́brio. Logo, é equivalente que se um mercado não estiver em equilı́brio,
não podemos ter todos os outros mercados em equilı́brio (caso tivéssemos, o outro
mercado também estaria).
d) Uma vez que todos os pontos de uma curva de contrato são eficientes, tais pontos
são igualmente desjáveis do ponto de vista social.
Solução:
Falso.
Uma alocação que dá tudo para um único indivı́duo é eficiente, mas não é desejável
do ponto de vista social.
7. Suponha uma economia sem produção com 2 agentes cujas preferências sobre
os dois bens na economia são:
1 1 4 1
u1 (x11 , x12 ) = ln x11 + ln x12 u2 (x21 , x22 ) = ln x21 + ln x22
2 2 5 5
1 1 4 1
max ln x11 ln x12 s.t ln x21 ln x22 ≥ ū, x11 + x21 ≤ 3 e x12 + x22 ≤ 6
x1 ,x2 ,x1 ,x22
1 1 2 2 2 5 5
Note que a utilidade vai para infinito quando se consome qualquer bem próximo de
zero, logo, já podemos considerar que ambos indivı́duos irão consumir quantidades
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estritamente positivas de ambos os bens - xil > 0, e podemos desconsiderar as
retrições para verificar se há solução de canto.
1 4 1 1 4 1
[x11 ] : 1
−λ 1
=0⇒ 1 =λ
2x1 5 3 − x1 2x1 5 3 − x11
1 1 1 1 1 1
[x12 ] : 1
−λ 1
=0⇒ 1 =λ
2x2 5 6 − x2 2x2 5 6 − x12
Dividindo a equação de cima pela de baixo:
x1 4(6 − x12 )
P O = (x11 , x12 , x21 , x22 ) : 21 = ; x21 =3− x11 , x22 =6− x12
x1 3 − x11
c) Suponha que trocas são realizadas segundo um mercado competitivo. Qual o con-
junto de preços que suporta a alocação Pareto eficiente x1 = ( 35 , 3) e x2 = ( 12
5
, 3)?
Solução:
Nesse exercı́cio vocês também podem utilizar que no ótimo a razão dos preços é
igual a TMS de cada um dos agentes, mas, mais uma vez, é interessante que vocês
compreendam e saibam montar o problema.
Em um equilı́brio competitivo cada um dos agentes maximizam sua utilidade sujeita
a sua restrição orçamentária. Para o indivı́duo i(=1,2):
max
i i
ui (xi1 , xi2 ) s.t p1 xi1 + p2 xi2 ≤ ei1
x1 ,x2
Logo, dividindo uma equação pela outra obtemos que a razão entre os preços é igual
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a TMS para ambos os indivı́duos. Assim,
1
u1 (x1 , x1 ) 2x11 p1 x1 p1
[i = 1] : 11 11 21 = 1 = ⇒ 21 =
u2 (x1 , x2 ) 2x12
p2 x1 p2
x12
Como queremos que x1 = ( 35 , 3). Então, x11
= 5. Portanto,
p1
=5
p2
Analogamente,
4
u2 (x2 , x2 ) 5x21 p1 4x2 p1
[i = 2] : 12 11 21 = 1 = ⇒ 22 =
u2 (x1 , x2 ) 5x22
p2 x1 p2
x22 4x22
Como queremos que x2 = ( 12
5
, 3). Então, x21
= 5
4
⇒ x21
= 5. Portanto,
p1
=5
p2
n o
p1
Assim: (p1 , p2 ) ∈ R2++ : p2
=5 .
d) Qual o conjunto de alocações factı́veis no qual a taxa marginal de substituição entre
bens é igual para os dois agentes? Compare a resposta com o item (b). Interprete.
Solução:
Vamos ter T M S1 = T M S2 quando:
Assim, o conjunto de alocações factı́veis no qual a TMS é igual para os dois agentes
é dado por:
x12 4(6 − x12 )
1 1 2 2
(x1 , x2 , x1 , x2 ) : 1 =
x1 3 − x11
Temos que esse é o mesmo conjunto obtido no item b). Isso se deve por toda alocação
Pareto ótima ser tal que iguale as taxas marginais de substituição entre os bens para
os indivı́duos.
Note que nesse exercı́cio podemos observar a validade dos dois Teoremas do Bem
Estar.
Todo Equilı́brio Competitivo é Pareto ótimo. De fato, todo equilı́brio competitivo
vamos ter T M S1 = pp12 = T M S2 ⇒ T M S1 = T M S2 , satisfazendo a condição de
Pareto otimalidade.
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E para toda alocação Pareto ótima, obtemos um vetor de preços que suporta essa
alocação no equilı́brio competitivo (que foi o que fizemos no item c)).
9. (ANPEC 2018) Com relação às funções de bem-estar social, indique quais das
afirmações abaixo são verdadeiras e quais são falsas:
11
1) Uma função de bem-estar social é uma função crescente da utilidade de cada in-
divı́duo;
Solução:
Verdadeiro.
Em geral, especialmente em democracias, a função de bem-estar social é crescente
com respeito à utilidade dos indivı́duos. Mas podemos pensar em casos onde isso
não seria verdadeiro, como por exemplo, numa ditadura, onde somente um indivı́duo
é levado em consideração.
2) Se ui representa a utilidade de um indivı́duo i em uma sociedade, uma função de
P
bem-estar dada por ui é uma função de Bentham;
Solução:
Verdadeiro.
Esta é a definição de uma função de Bentham.
3) É dita Rawlsiana uma função de bem-estar social do tipo min{u1 , . . . , un }, em que
u1 , . . . , un são utilidades dos n indivı́duos na sociedade;
Solução:
Verdadeiro.
Esta é a definição de uma função Rawlsiana.
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