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Universidade Federal de Sergipe – UFS

Departamento de Química - DQI

Disciplina: QUI0245 - INTRODUÇÃO À QUÍMICA - T 01 (2022.1) Prof. Dr. Luiz Pereira da Costa
Aluno (a):______________________________________ Data: __/___/_____

ESTEQUIOMETRIA

01- Introdução
Apesar de fórmulas químicas serem invariavelmente mais curtas do que os nomes, não são meramente
abreviaturas. Codificadas em cada fórmula química estão importantes informações sobre as substâncias que
elas representam. Estequiometria é uma ferramenta essencial na química. Problemas tão diversos como medir
a concentração de ozônio na atmosfera, determinar o rendimento potencial de ouro a partir do mineral e
avaliar diferentes processos para converter carvão em combustíveis gasosos são solucionados com princípios de
estequiometria.
A estequiometria é baseada em entendimento de massas atômicas e em um princípio fundamental, a Lei da
Conservação da Massa: “A massa total de uma substância presente no final de uma reação química é a mesma
massa total do início da reação”. O nobre francês e cientista Antonie Laurent Lavoisier descobriu essa
importante lei química no final do século XVI. Em um livro de química publicado em 1789, Lavoisier expôs a lei
nesta maneira eloquente: "Podemos formulá-la como uma máxima incontestável que, em todas as operações
artificiais e naturais, nada se cria, existe a mesma quantidade de matéria antes e depois do experimento".
Com o avanço da teoria atômica, os químicos passaram a entender a base da lei da conservação da massa: Os
átomos não são nem criados nem destruídos durante qualquer reação química. Assim, o mesmo conjunto de
átomos está presente tanto antes quanto depois da reação. As mudanças que ocorrem durante qualquer reação
é simplesmente um rearranjo dos átomos.
02- Unidades de medidas – O Sistema Internacional de unidades (SI)
O sistema métrico, desenvolvido inicialmente na França, no final do século XVIII, é usado como o sistema de
medidas na maioria dos países do mundo. Vários países adotam o sistema inglês de medidas, embora o uso do
sistema métrico esteja se tomando cada vez mais comum nesses países.
Em 1960, chegou-se a um acordo internacional especificando uma escolha particular de unidades métricas para
uso em medidas científicas. Essas unidades preferenciais são chamadas unidades Sl, abreviatura de Système
lnternntional d'Unités. O sistema SI tem sete unidades básicas (tabela 01) das quais todas as outras são
derivadas. Apesar de unidades fora do SI estarem sendo abandonadas, ainda existem algumas que são
frequentemente usadas pelos cientistas ou pelo senso comum. Sempre que depararmos com uma unidade fora
do SI pela primeira vez, a unidade SI correta será dada.

Tabela 01 – Unidades usuais do SI.

Alguns prefixos são utilizados no sistema métrico, indicando grandezas múltiplas ou submúltiplas das unidades
comumente empregadas (tabela 02).

Tabela 02 – Prefixos de múltiplos ou submúltiplos das Unidades usuais do SI.

2.1- Convertendo unidades do SI


No dia a dia, em atividades de um laboratório de química, farmácia, em determinadas indústrias e até mesmo no
cotidiano é extremamente importante que se conheça as relações utilizadas na conversão de unidade em seus
múltiplos ou submúltiplos, bem como da utilização em equações matemáticas que requerem ajustes na
unidade de determinada medida. Por exemplo, as escalas de temperatura normalmente empregadas em estudos
científicos são Celsius (°C) e Kelvin (K). A escala Celsius é também empregada no dia-a-dia na maioria dos países.
Ela foi originalmente baseada na atribuição de O °C ao ponto de congelamento da água e 100 °C ao ponto de
ebulição da água no nível do mar. A escala Kelvin é a escala de temperatura no SI e a unidade SI de temperatura
é o kelvin (K). Historicamente, a escala Kelvin foi baseada nas propriedades dos gases. O zero nessa escala é a
temperatura mais baixa que se pode atingir, -273, 15 °C, uma temperatura conhecida como zero absoluto. As
escalas Celsius e Kelvin têm unidades de mesmo tamanho, isto é, um kelvin é do mesmo tamanho que um grau
Celsius. Assim, as escalas Kelvin e Celsius relacionam-se da seguinte forma: K = °C + 273,15. O ponto de
congelamento da água, 0 °C, é 273,15 K (Observe que não usamos o sinal de grau (°) com temperaturas na
escala Kelvin).
A escala comum de temperatura nos Estados Unidos é a escala Fahrenheit (°F), que geralmente não é
empregada em estudos científicos. Na escala Fahrenheit, a água congela a 32 °F e ferve a 212 °F. As escalas
Fahrenheit e Celsius relacionam-se da seguinte forma:

Este é apenas um exemplo de tantas unidas que podem ser convertidas e que poderão ser estudadas ao logo de
um curso de graduação da área de exatas. Uma VANTAGEM é que sempre é possível realizar a conversão de
unidades através de simples equações conhecidas para cada caso ou mesmo realizar pequenos cálculos por regra
de três simples, baseando-se em relações bem conhecidas para cada caso.

2.2- Unidades derivadas do SI


As unidades básicas do SI que estão na Tabela 1 são usadas para derivar as unidades de outras quantidades. Para
se fazer isso, usamos a equação que define a quantidade, substituindo as unidades básicas apropriadas. Por
exemplo, a velocidade é definida como a razão da distância percorrida com o decorrer do tempo. Logo, a
unidade SI para velocidade é a unidade SI de distância (comprimento) dividida pela unidade SI de tempo, m/s,
que lemos 'metros por segundo'. Existem muitas unidades derivadas, como as de força, pressão e energia.
Examinaremos as unidades derivadas para volume e densidade.
a) Volume - O volume de um cubo é dado por seu comprimento cúbico (comprimento)3, logo, a unidade básica
SI de volume é o metro cúbico, ou m3, o volume de um cubo que tem 1 m em cada aresta. Unidades
menores, tais como centímetros cúbicos, cm3 (escrito algumas vezes como cc), são frequentemente usadas
em química. Outra unidade de volume quase sempre usada em química é o litro (L), que é igual a um
decímetro cúbico, dm3, e ligeiramente maior que uma quarta. O litro é a primeira unidade métrica que
encontramos e que não é uma unidade SI. Exjstem 1.000 mililitros (mL) em um litro, e cada mililitro tem o
mesmo volume de um centímetro cúbico: 1 mL=1 cm3. Os termos mililitro e centímetro cúbico são
permutáveis quando expressamos volume.
b) Densidade - A densidade é muito utilizada para caracterizar substâncias. É definida como a quantidade de
massa em uma unidade de volume de substância:

A densidade de sólidos e líquidos é, em geral, expressa em unidades de gramas por centímetro cúbico (g/cm3) ou
gramas por mililitro (g/mL). O fato de a densidade da água ser igual a 1,00 g/mL não é uma coincidência; o grama
foi definida originalmente como a massa de 1 mL de água à temperatura específica. Uma vez que a maioria das
substâncias varia o volume quando é aquecida ou resfriada, as densidades são dependentes da temperatura.
Quando relatamos densidades, a temperatura deve ser especificada. Geralmente supomos que a temperatura é
25 °C, próxima da temperatura ambiente, quando ela não é fornecida.
Os termos densidade e peso algumas vezes causam confusão. Quando uma pessoa diz que o ferro pesa mais que
o ar normalmente quer dizer que o ferro tem uma densidade maior do que o ar; 1 kg de ar tem a mesma massa
que 1 kg de ferro, mas o ferro ocupa um volume menor, por isso atribui-se a ele densidade maior. Se
combinarmos dois líquidos que não se misturam, o menos denso flutuará no mais denso.

2.3- Análise dimensional


Na análise dimensional incluímos as unidades durante todo o cálculo. As unidades são multiplicadas, divididas ou
'canceladas' simultaneamente. A análise dimensional ajudará a ter certeza que as soluções para os problemas
produzirão as unidades corretas. Essa análise fornece uma maneira sistemática de resolver problemas numéricos
e verificar erros nas resoluções. O elemento-chave na utilização de análise dimensional é o correto usados
fatores de conversão de uma unidade para outra. Um fator de conversão é uma fração de numerador e
denominador com mesmas grandezas expressas em diferentes unidades. Por exemplo, 2,54 cm = 1 pol permite
escrever:

Usamos o primeiro desses fatores para converter polegadas em centímetros. Por exemplo, o comprimento em
centímetros de um objeto de 8,50 polegadas de comprimento é dado por:

A unidade polegadas no denominador do fator de conversão cancela a unidade polegadas do valor fornecido
(8,50 polegadas). O centímetro no numerador do fator de conversão toma-se a unidade da resposta final. Uma
vez que o numerador e o denominador de um fator de conversão são iguais multiplicar qualquer grandeza pelo
fator de conversão é equivalente a multiplicá-lo pelo número 1 sem ocorrer nenhuma mudança intrínseca no
valor da grandeza. O comprimento 8,50 polegadas é o mesmo que 21,6 cm.
Em geral, iniciamos qualquer conversão examinando as unidades dos dados fornecidos e as unidades desejadas.
A seguir nos perguntamos quais fatores de conversão temos disponíveis para levarmos da unidade da grandeza
fornecida para a que desejamos. Quando multiplicamos certa quantidade pelo fator de conversão, as unidades
multiplicam-se e dividem-se como a seguir:

Se a unidade desejada não foi obtida nos cálculos, significa que existe um erro em algum lugar. Uma verificação
cuidadosa das unidades em geral revela a razão de tal erro.
Exemplo: Se uma mulher tem massa de 115 lb, qual é sua massa em gramas?
Uma vez que queremos passar de lb para g, procuramos uma relação entre essas unidades de massa. Temos 1 lb
= 453,6 g. A fim de converter libras em gramas, escrevemos o fator de conversão com gramas no numerador e
libras no denominador:

a) Usando dois ou mais fatores de conversão - Geralmente é necessário usar mais de um fator de conversão na
resolução de um problema. Por exemplo, suponha que queiramos saber o comprimento em polegadas de
um bastão de 8,00 m. Sabemos a relação entre centímetros e polegadas (1 pol = 2,54 cm). Como temos
conhecimento dos prefixos do sistema métrico, sabemos que 1 cm = 10-2 m. Logo, podemos converter passo
a passo primeiro de metros para centímetros, em seguida de centímetros para polegadas. Combinando a
grandeza dada (8,00 m) e os dois fatores de conversão, temos:

2,54 cm

O primeiro fator de conversão é empregado para cancelar a1etros e converter o comprimento para
centímetros. Assim, metros são escritos no denominador, e centímetros, no numerador. O segundo fator de
conversão é escrito para cancelar centímetros, portanto tem centímetros no denominador e polegadas, a
unidade desejada, no numerador.
Exemplo: A velocidade média de uma molécuJa de nitrogênio (N2) no ar a 25 °C é 515 m/s. Converta essa
velocidade para milhas por hora. Sabe-se que 1 milha = 1,6093 Km.
Para passar da unidade dada, m/s, para a unidade desejada, mi/h, devemos converter metros para milhas e
segundos para horas. Temos:

03- Equações Químicas


As reações químicas são representadas de forma concisa pelas equações químicas. Quando o hidrogênio (H2)
entra em combustão, por exemplo, reage com o oxigênio (02) do ar para formar água (H2O). Escrevemos a
equação química para essa reação:

Lemos o sinal + como “reage com” e a seta como “produz”. As fórmulas químicas à esquerda da seta
representam as substâncias de partida, chamadas reagentes. As fórmulas químicas à direita da seta
representam as substâncias produzidas na reação, chamadas produtos. Os números diante das fórmulas são
os coeficientes. (Como em uma equação algébrica, o numeral 1 em geral não é escrito). Uma vez que os
átomos não são formados nem destruídos em uma reação, a equação química deve ter um número igual de
átomos de cada elemento de cada lado da seta. Quando essa condição é satisfeita, diz-se que a equação está
balanceada. Uma vez que sabemos as fórmulas dos reagentes e produtos em uma reação, podemos escrever
a equação não balanceada. Então fazemos o balanceamento da equação determinando os coeficientes que
fornecem números iguais de cada tipo de átomo de cada lado da equação. Geralmente, uma equação
balanceada deve conter os menores coeficientes inteiros possíveis. Ao balancear equações, é importante
entender as diferenças entre um coeficiente diante de uma fórmula e um índice inferior na fórmula.
Observe que trocando um índice inferior em uma fórmula, de H20 para H202, por exemplo, a identidade do
produto químico é modificada. Índices inferiores NUNCA devem ser mudados ao balancear uma equação
química. Ao contrário, colocar um coeficiente na frente de uma fórmula química muda apenas a quantidade,
e não a identidade das substâncias. Portanto, 2H20 significa duas moléculas de água, 3H20 significa três
moléculas de água e assim por diante.
Normalmente informações adicionais são incluídas nas fórmulas em equações balanceadas para indicar o
estado físico de cada reagente e produtos. Usamos os símbolos (g), (l), (s) e (aq) para gás, liquido, sólido e
soluções aquosas (água), respectivamente. Por exemplo, a equação de combustão completa do gás metano
(CH4), pode ser escrita:
CH4(g) + 202(g) CO2(g) + 2H20(g)
Algumas vezes as condições (como temperatura e/ou pressão) sob as quais a reação ocorre aparecem acima
ou abaixo da seta da reação.

04- Alguns tipos mais comuns de Reações Químicas

Para prever os produtos formados em determinada combinação de reagentes é importante reconhecer


padrões gerais de reatividade química. Reconhecer um padrão de reatividade para uma classe de substância
fornece um entendimento mais amplo do que simplesmente decorar um grande número de reações não
relacionadas entre si.

4.1- Reações de combinação e decomposição - Em uma reação de combinação, também conhecidas como
reação de adição ou reação de síntese, duas ou mais substâncias reagem para formar um produto. Existem
vários exemplos de tais reações, especialmente aquelas nas quais os elementos se combinam para formar
compostos.
A + B C
C(s) + 02(g) C02(g)
N2(g) + 3H2(g) 2NH3(g)
Ca0(s) + H20(l) Ca(0H)2(s)

Em uma reação de decomposição uma substância sobre uma reação para produzir duas outras ou mais
substâncias.
C A + B
2KCl03(s) 2KCl(s) + 302(g)
PbC03(s) PbO(s) + C02(g)
Cu(OH)2(s) CuO(s) + H20(l)

4.2- Reações de dupla troca – Nesse tipo de reação, duas substâncias reagem produzindo duas novas
substâncias que são provenientes das recombinações dos cátions e ânions dos reagentes. Muitas dessas
reações podem se dá por variação dos números de oxidação dos elementos envolvidos (denominadas
reações de oxirredução), pela formação de um dos produtos insolúvel (reação de precipitação) e ainda pela
reação entre um ácido e uma base (reação de neutralização)
AX + BY AY + BX
AgN03(aq) + KCl(aq) AgCl(s) + KN03(aq)

4.3- Reações de Combustão - As reações de combustão são reações rápidas que produzem uma chama. A
maioria das reações de combustão que observamos envolve 02 do ar como reagente (comburente). Por
exemplo, a combustão de propano (C3H8), um dos componentes do gás de cozinha (GLP), usado para
cozinhar e aquecer residências, é descrito pela seguinte equação:
C3H8(g) + 5O2(g) 3CO2(g) + 4H2O(g)

Quando existe uma quantidade insuficiente de 02 presente na reação, monóxido de carbono (CO) será
formado com C02. Se a quantidade de 02 é extremamente restrita, partículas finas de carbono, chamadas de
fuligem (C), serão produzidas. A combustão completa produz C02. A menos que se especifique o contrário,
trataremos combustão com o significado de combustão completa.

ATENÇÃO!! Muitas substâncias que nossos corpos usam como fonte de energia, a glicose (C6H1206), por
exemplo, reagem com o 02 de maneira análoga em nossos organismos, formando C02 e H20. Porém, em
nosso organismo as reações ocorrem em uma série de etapas à temperatura do corpo. Essas reações são
descritas como reações de oxidação, e não como reações de combustão.

05- Alguns conceitos fundamentais para cálculos Químicos (Cálculo Estequiométrico)

Tanto as fórmulas quanto as equações químicas têm significado quantitativo; os índices inferiores nas
fórmulas e os coeficientes nas equações representam quantidades precisas. A fórmula H20 indica que a
molécula dessa substância contém exatamente dois átomos de hidrogênio (H) e um átomo de oxigênio (O).
Analogamente, a equação química balanceada para a combustão do propano (citada acima), indica que a
combustão de uma molécula de C3H8 necessita de cinco moléculas de 02 e produz exatamente três
moléculas de C02 e quatro de H20.
Mas como relacionamos os números de átomos e moléculas com as quantidades que medimos no
laboratório? Apesar de não podermos contar átomos ou moléculas diretamente, podemos determinar
indiretamente seus números se conhecemos as massas. Assim, antes que possamos seguir os aspectos
quantitativos de fórmulas e equações químicas, precisamos examinar as massas dos átomos e moléculas.
5.1- Peso molecular e massa molecular - O peso molecular, peso fórmula ou massa molecular de uma
substância é a soma das massas atômicas de cada átomo em sua fórmula química. Apesar de apresentar
várias denominações, massa molecular é a forma mais correta e usual de se referia à massa de uma
substância.
Assim:
MM do H2S04 = 2 (MA do H) + (MA do S) + 4 (MA do O)
= 2 (1,0 u) + 32,1 u + 4(16,0 u)
= 98,1 u
Arredondamos as massas moleculares (MM) para uma casa depois da vírgula. As massas moleculares serão
arredondadas dessa forma para a maioria dos problemas. Se a fórmula química é simplesmente o símbolo
químico de um elemento, como Na, a massa molecular (MM) é igual à massa atômica (MA) do elemento.
Uma vez que substâncias iônicas existem como redes tridimensionais de íons, não é apropriado falar de
moléculas de NaCl Em vez disso, falamos em fórmula unitária, representada pela fórmula química da
substância.
A fórmula unitária do NaCI compõe-se de um íon Na+ e um íon Cl-, portanto, a massa molecular do NaCI é a
massa de uma fórmula unitária.

5.2- Composição percentual a partir das fórmulas - Calcular a composição percentual ou centesimal é um
problema direto se conhecemos a fórmula química. O cálculo depende da massa molecular da substância,
da massa atômica de cada elemento no qual estamos interessados e do número de átomos de cada
elemento na fórmula química:

5.3- O Mol - Em química a unidade para lidar com o número de átomos, íons ou moléculas em uma amostra
de tamanho normal é o mol. Um mol é a quantidade de matéria que contém tantos objetos (átomos,
moléculas ou o que considerarmos) quantos números de átomos em exatamente 12 g de 12C
isotopicamente puro. A partir de experimentos, os cientistas determinaram que esse número é 6,0221421 x
1023 e o chamaram de número de Avogadro, em homenagem ao cientista italiano Amedeo Avogadro (1776-
1856). Um mol de átomos, um mol de moléculas ou um mol de qualquer coisa contém o número de
Avogadro desses objetos:

5.4- Massa molar- Uma dúzia é o mesmo número (12) se temos uma dúzia de ovos ou uma dúzia de
elefantes. É óbvio que uma dúzia de ovos não tem a mesma massa que uma dúzia de elefantes. Da mesma
forma, um mol é sempre o mesmo número (6,02 x 1023), mas um mol de diferentes substâncias terá
diferentes massas.
A massa de um único átomo de um elemento (em u) é numericamente igual à massa (em gramas) de 1 mol
daquele elemento.

5.5- Conversões entre massas, mols e número de partículas- O conceito de mol fornece a ponte entre
massa e número de partículas. Para ilustrar como podemos converter massas e números de partículas,
vamos calcular o número de átomos de cobre em uma moeda de cobre de um centavo norte-americano.
Essa moeda pesa aproximadamente 3 g e consideremos que ela seja 100% de cobre:

Observe como a análise dimensional fornece uma rota direta de gramas para número de átomos. A massa
molar e o número de Avogadro são usados como fatores de conversão de gramas mols átomos.
Note também que nossa resposta é um número muito grande. Sempre que você calcular o número de
átomos, moléculas ou íons em uma amostra normal de matéria, você pode esperar que a resposta seja muito
grande. Contrariamente, a quantidade de matéria em uma amostra normalmente será muito menor, muitas
vezes menor que 1.

5.6- Fórmulas mínimas a partir de análises- o conceito de mol fornece uma maneira de calcular as fórmulas
mínimas de substâncias químicas. Exemplo: O mercúrio (Hg) forma um composto com cloro (Cl) que tem
73,9% de mercúrio e 26,1% de cloro em massa. Isso significa que se tivermos uma amostra com 100 g de
sólido, ela conteria 73,9 g de Hg e 26,1 g de Cl - Quaisquer quantidades de amostras podem ser usadas
nesse tipo de problema, mas geralmente usaremos 100,0 g para simplificar os cálculos de massa a partir da
porcentagem - O uso das massas atômicas dos elementos dá a massa molar; calculamos a quantidade de
matéria de cada elemento na amostra:

Divide-se, assim, a maior quantidade de matéria (0,735 mol) pela menor (0,368 mol) para obter-se uma razão
molar de 1,99 : 1:

Devido a erros experimentais, os resultados podem não levar a números inteiros exatos para a razão de
mols.
O número 1,99 é muito próximo de 2, podemos, então, concluir com segurança que a fórmula mínima para o
composto é HgCl2. Essa é a fórmula mais simples, ou mínima porque seus índices inferiores são os menores
números inteiros que representam a razão dos átomos presentes no composto.

5.7- Fórmula molecular a partir de fórmula mínima- A fórmula obtida a partir das composições percentuais
é sempre a fórmula mínima. Podemos obter a fórmula molecular a partir da fórmula mínima se
conhecermos a massa molecular do composto. Os índices inferiores da fórmula molecular de uma
substância são sempre números múltiplos inteiros dos índices inferiores da sua fórmula mínima. O múltiplo
é encontrado comparando o peso da fórmula mínima com a massa molecular. Por exemplo, a fórmula
mínima encontrada para o ácido ascórbico é C3H4O3 resultando em uma massa molecular de 3(12,0 u) +
4(1,0 u) + 3(16,0 u) = 88,0 u. A massa molecular determinada experimentalmente é 176 u. Assim, a molécula
tem uma massa duas vezes maior (176/88,0 = 2,00) e deve, portanto, apresentar duas vezes mais átomos de
cada tipo do que são dados em sua fórmula mínima. Consequentemente, os índices inferiores na fórmula
mínima devem ser multiplicados por 2 para se obter a fórmula molecular: C6H8O6.

4.8- Informações quantitativas a partir de equações balanceadas- O conceito de mol permite-nos usar a
informação quantitativa disponível em uma equação balanceada em nível macroscópico prático. Os
coeficientes em uma equação química balanceada podem ser interpretados tanto como o número relativo
de moléculas (ou fórmula unitária) envolvidas em uma reação quanto como a quantidade relativa de
matéria. Por exemplo, considere a combustão do gás butano, o combustível, de isqueiros descartáveis:

Vamos calcular a massa de CO2 produzida quando 1,00 g de C4H10 é queimado. Os coeficientes na equação
acima nos dizem como a quantidade de C4H10 consumida está relacionada com a quantidade de CO2
produzida: 2 mols de C4H10 ~ 8 mols de CO2. Entretanto, no intuito de usar essa relação devemos usar a
massa molar de C4H10 para converter gramas de C4H10 para mols de C4H10. Uma vez que 1 mol de C4H10 =
58,0 g de C4H10, temos:

Podemos usar o fator estequiométrico a partir da equação balanceada, 2 mols de C4H10 ~ 8 mols de CO2,
para calcular mols de CO2:

Finalmente, podemos calcular a massa de CO2 em gramas, usando a massa molar de C02 (1 mol de CO2 = 44,0
g de CO2):

a) Reagente limitante- O reagente completamente consumido em uma reação é chamado reagente


limitante ou reagente limitador porque ele determina, ou limita a quantidade de produto formada.
Os outros reagentes são algumas vezes chamados reagentes em excesso. Suponha, por exemplo, que

tenhamos uma mistura de 10 mols de H2 e 7 mols de 02 que reagem para formar água.
Resumidamente temos:

b) Rendimento teórico- A quantidade de produto formada calculada quando todo o reagente limitante
foi consumido é chamada rendimento teórico. A quantidade de produto de fato obtida em uma
reação é chamada rendimento real. O rendimento real é sempre menor que (e nunca pode ser
maior que) o rendimento teórico. Existem muitas razões para essa diferença. Parte dos reagentes
podem não reagir, por exemplo, ou podem reagir de forma diferente da desejada (reações laterais).
Além disso, nem sempre é possível recuperar da mistura de reação todo o produto formado. O
rendimento percentual de uma reação relaciona o rendimento real com o rendimento teórico
(calculado):

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