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Unidades de Medida Usadas em Química

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4. INTRODUÇÃO À QUÍMICA

5. UNIDADES DE MEDIDA USADAS EM QUÍMICA

Cilindro graduado usado em laboratórios de química para medir o volume de líquidos e


soluções

As observações científicas, feitas por meio de experiências controladas e que levam ao


desenvolvimento de teorias e leis, necessitam de medições específicas, principalmente
para que, além de serem exatas, possam também ser repetidas quantas vezes for
necessário e por qualquer pessoa no mundo. Essas medições podem ser feitas da
massa, do volume, da temperatura etc. Tudo aquilo que pode ser medido é chamado
de grandeza.

Cada grandeza é expressa em números e possui uma unidade padrão que é escolhida
previamente para servir de comparação para outras medidas dessa mesma natureza. Por
exemplo, a massa dos corpos é uma grandeza que pode ser medida em gramas,
quilogramas, miligramas, toneladas e assim por diante. Mas a unidade padrão, que é a
unidade internacional de massa, é o quilograma (kg). Assim, quando se diz que a massa
de determinado corpo é 50 kg, isso significa que, em comparação com o padrão
escolhido, que é o kg, a massa desse corpo é 50 vezes maior.

As demais unidades são múltiplos e submúltiplos, por exemplo, a tonelada é um


múltiplo (1 tonelada = 1 000 kg) e o grama é um submúltiplo do quilograma (1 grama =
10-3 kg).
As unidades padrões são diferentes para cada tipo de grandeza e são estabelecidas
pelo Sistema Internacional de Unidades (SI), e a IUPAC (União Internacional de
Química Pura e Aplicada) os adota.

Veja a seguir quais são as unidades de medida mais importantes para um estudo inicial
da Química:

 Massa (m): indica a quantidade de matéria que existe num corpo, sendo que
sua medida é feita numa balança.

Conforme já mencionado, a unidade padrão de massa do SI é o quilograma (kg).

Observação: É importante ressaltar que massa é uma grandeza diferente de peso


(P), sendo que este último é dado pela multiplicação da massa do corpo pela
aceleração da gravidade local (P = m.g). Sua unidade é o Newton (1 N = 1 kg .
m/s2). Todo corpo tem massa, mesmo que esteja isolado, mas o peso só terá aquele
corpo que estiver próximo de outro corpo que o atraia. Por exemplo, o nosso peso, na
verdade, não é o valor dado na balança; isso é a nossa massa. O peso é a força com que
a Terra nos atrai para a sua superfície.

 Volume (V): é a extensão do espaço ocupado por um corpo.

Sua medida é feita por meio de recipientes apropriados, como os mostrados abaixo,
que possuem graduações em suas paredes.
O volume é derivado das unidades de comprimento, sendo que para um cubo ele pode
ser determinado pela fórmula:

Volume = comprimento . altura . largura

Visto que a unidade padrão de comprimento é o metro (m), a unidade de volume no SI


é metro cúbico (m3). No entanto, outras unidades acabam sendo mais utilizadas no
cotidiano, tais como o litro (L) e o mililitro (mL). Veja as correspondências abaixo:

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1 m3 = 1000 L ou 1000 dm3
1 dm3 = 1 L
1 cm3 = 1 mL
1 cm3 ou 1 mL = 10-3 dm3 ou 10-3 L

 Temperatura (T): é a medida do nível de energia térmica de um material.

Sua medida é feita por meio de termômetros, um fino tubo graduado que contém
mercúrio em seu interior. À medida que fica mais quente, o mercúrio se expande e
mostra na graduação ao longo do tubo qual é a temperatura.
A unidade padrão no SI para a temperatura é o Kelvin (K), que é reconhecido como
escala absoluta. Mas, no Brasil, costuma-se usar a escala Celsius (ºC). Para entender
como realizar conversões entre essas escalas termométricas leia o texto abaixo:

As escalas termométricas.

 Densidade (d) ou massa específica: é a relação entre a massa (m) e o volume


(V) de um material.

d =m (g)
V (cm ou L)
3

O objeto que tiver maior densidade afunda em relação a outro com menor densidade e
vice-versa. Por exemplo, os icebergs são gigantescos blocos de gelo, no entanto, eles
flutuam sobre a água do mar. Isso ocorre porque como são apenas água pura
solidificada, a sua densidade é de 0,92 g/cm 3, enquanto a densidade da água do mar,
que contém sais, é maior (1,03 g/cm3).

Para sólidos e líquidos, a unidade usada para a densidade costuma ser o gramas por
centímetros cúbicos (g/cm3), já para gases, usa-se o gramas por litro (g/L).
Um aparelho usado para medir a densidade de líquidos e soluções é o densímetro,
mostrado abaixo:

Mais detalhes sobre esse assunto se encontram no texto: Densidade.

 Pressão (p): é a força aplicada sobre um corpo dividida pela área sobre a qual
a força (F) é exercida.

p = F
a

A unidade padrão de pressão no SI é o pascal (Pa), que é 1 Newton sobre 1 metro


quadrado (1 Pa = 1 N/m2), mas outras unidades costumam ser utilizadas, tais como
o milímetro de mercúrio (mmHg) e o atmosfera (atm).

A pressão atmosférica ao nível do mar é igual a 1 atm ou 760 mmHg, que


correspondem a 1,01325 . 10 5 Pa. Essa pressão foi medida pela primeira vez por
Torricelli. Veja seu experimento no texto: Como medir a pressão atmosférica?

A pressão diminui com o aumento da altitude e pode ser medida por meio de um
equipamento chamado barômetro (imagem abaixo).
Principais métodos de medição
Método de medição direto

O método de medição direto é o método em que o valor de um mensurando é


obtido diretamente por meio da comparação da quantidade a ser medida com
um padrão de referência, sem a necessidade de cálculos suplementares.

Considera-se que o valor do mensurando é obtido diretamente mesmo quando


a escala de um instrumento de medição tem valores que são ligados aos
valores correspondentes do mensurando por meio de uma tabela ou gráfico.

O método de medição permanece direto, mesmo que seja necessário fazer


medições suplementares para determinar os valores das grandezas de
influência, a fim de fazer as correções.

Exemplos:

 Medição de um comprimento utilizando uma régua graduada, trena,


paquímetro ou micrômetro;
 Medição da pressão em um cilindro utilizando um manômetro;
 Utilização de um Wattímetro para a medição de potência;
 Utilização de um velocímetro para a medição de velocidade.

Método de medição indireto

É o método de medição em que o valor de uma quantidade é obtido a partir


de medições feitas por métodos diretos de medição de outras quantidades
ligadas ao mensurando por uma relação conhecida, e então o valor é
determinado usando um relacionamento matemático.
Exemplos de medições indiretas:

 Medição da pressão em cilindro, a partir da leitura da força aplica pelo


êmbolo e do conhecimento prévio da área onde a força está sendo aplicada
( );
 Medição de potência através da medição de tensão e corrente elétrica ( );
 Medição de velocidade através da medição da distância percorrida e do
tempo gasto para percorrê-la ( ).
 Medição de ângulo usando barra senoidal;
 Medição de tensão induzida em uma barra devido à força aplicada;
 Determinação do diâmetro efetivo de uma rosca, etc.

Exemplo de medição direta e indireta da pressão


em um cilindro.

Método fundamental ou absoluto

Nesse caso, a medição é baseada nas medidas das quantidades base usadas
para definir a quantidade. A quantidade em consideração é medida
diretamente e, em seguida, é vinculada à definição dessa quantidade.

Método de medição por comparação

Nesse método, o mensurando é comparado com um valor conhecido da


mesma quantidade ou de qualquer outra quantidade relacionada a ela. A
quantidade é comparada e apenas os desvios do padrão de medição são
registrados após a comparação.

Exemplos:

 Comparadores de massa;
 Relógios comparadores.

Método de medição por transposição

Este método envolve fazer a medição por comparação direta, em que a


quantidade a ser medida (V) é inicialmente equilibrada por um valor
conhecido (X) da mesma quantidade; Em seguida, X é substituído pela
quantidade a ser medida e balanceada novamente por outro valor conhecido
(Y). Se a quantidade a ser medida for igual a X e Y, será igual a:

Exemplos:

 Determinação da massa por meio de uma balança de braços com uso de


massas conhecidas;
 Medição de resistências usando o método de comparação de correntes.

Método de medição diferencial

Método de medição por comparação, baseado na comparação do mensurando


com uma quantidade do mesmo tipo tendo um valor conhecido apenas
ligeiramente diferente do mensurando, e medindo a diferença algébrica entre
os valores dessas duas grandezas.

Exemplo:

 Calibrar um bloco-padrão com recurso de um comparador, o qual foi levado à


posição zero medindo outro bloco-padrão de valor conhecido (referência),
sendo este valor muito semelhante ao do bloco em calibração. O valor
medido corresponde à diferença entre os dois blocos. Daí o nome de medição
diferencial. Notar a necessidade de uma boa superfície de apoio ou sistema
que meça as superfícies opostas em simultâneo. No caso dos blocos-padrão
há uma superfície porque os blocos são medidos com dois apalpadores, um
superior e outro inferior.

Método de coincidência

Este é um método diferencial de medição, em que uma diferença muito


pequena entre a quantidade a ser medida e a referência é determinada pela
observação cuidadosa da coincidência de certas linhas e sinais.

Exemplo:

 Medições com paquímetro e micrômetro.

Método de deflexão

Este método envolve a indicação do valor da quantidade a ser medida


diretamente pela deflexão de um ponteiro em uma escala calibrada.

 Medição de pressão com um manômetro.

Método complementar

O valor da quantidade a ser medida é combinado com um valor conhecido da


mesma quantidade. A combinação é tão ajustada que a soma desses dois
valores é igual ao valor de comparação predeterminado.

Exemplo:
 Determinação do volume de um sólido por deslocamento de líquido.

Método de medição nula ou “de zero”

Neste método, a diferença entre o valor da quantidade a ser medida e o valor


conhecido da mesma quantidade com a qual a comparação deve ser feita é
reduzida a zero.

Exemplos:

 Medição de tensões usando o potenciômetro, variando o valor de um ou dois


reostatos, até se atingir o equilíbrio, situação em que se determina a tensão;
 Medição de resistências usando a Ponte de Wheatstone, onde varia-se uma ou
mais resistências variáveis até se atingir o equilíbrio, situação em que se
determina a resistência;
 Balanças de dois pratos, onde adiciona-se ou retiram-se pesos, até se atingir a
situação de equilíbrio, situação em que se determina o peso do produto.

Método de substituição

É um método de comparação direta. Este método envolve a substituição do


valor da quantidade a ser medida por um valor conhecido da mesma
quantidade, de modo que os efeitos produzidos no dispositivo indicador por
esses dois valores sejam os mesmos.

Exemplo:

 Determinação da massa de um objeto pelo método de Borda.

Método de contato

Nesse método, a superfície a ser medida é tocada pelo sensor ou pela


superfície de medição do instrumento. É necessário tomar cuidado para
fornecer pressão de contato constante, a fim de evitar erros devido ao excesso
de pressão.

Exemplos:

 Medições usando paquímetros, micrômetro e relógio comparador.

Método sem contato

Como o nome indica, não há contato direto com a superfície a ser medida.

Exemplos:

 Uso de instrumentos ópticos, microscópio de medição e projetor de perfil.

Método composto

O contorno real de um componente a ser verificado é comparado com seus


limites máximo e mínimo de tolerância. Erros cumulativos dos elementos
interconectados do componente, que são controlados através de uma
tolerância combinada, podem ser verificados por esse método. Esse método é
muito confiável para garantir a intercambiabilidade e geralmente é efetuado
através do uso de calibradores passa/não passa.

Exemplos:

 O uso de um calibrador passa/não passa para verificar a rosca de uma porca.

Método de medição por batimento


Método diferencial de medição que utiliza o fenômeno de batimento entre as
duas frequências relacionadas a duas grandezas comparadas, sendo uma delas
o mensurando e a outra a quantidade de referência.

Método de medição por ressonância

Um método de comparação de medição no qual uma relação conhecida entre


os valores comparados de uma quantidade se estabelece por meio da
realização de uma condição da ressonância ou perto da ressonância.

Tipos de erros de medição

o realizar medições físicas, é importante ter em mente que as medições


obtidas não são completamente precisas, pois estão associadas à incertezas.
Assim, para analisar os dados de medição, precisamos entender a natureza
dos erros associados às medidas.

Uma medição perfeita, isto é, sem erros, só pode existir se um sistema de


medição perfeito existir e a grandeza sob medição (denominada mensurando)
tiver um valor único, perfeitamente definido e estável. Apenas neste caso
ideal o resultado de uma medição pode ser expresso por um número e uma
unidade de medição apenas.

Sabe-se que não existem sistemas de medição perfeitos. Aspectos


tecnológicos forçam que qualquer sistema de medição construído resulte
imperfeito: suas dimensões, forma geométrica, material, propriedades
elétricas, ópticas, pneumáticas, etc., não correspondem exatamente à ideal.
As leis e princípios físicos que regem o funcionamento de alguns sistemas de
medição nem sempre são perfeitamente lineares como uma análise simplista
poderia supor.

Por ser um conceito idealizado os erros de medição não podem ser


conhecidos exatamente. O que se faz é estimar o erro de medição através da
diferença entre o valor medido de uma grandeza e um valor de referência
convencionado.
Erro de medição.

Se o erro de medição fosse perfeitamente conhecido, este poderia ser


corrigido e sua influência completamente anulada da medição. A componente
sistemática do erro de medição pode ser suficientemente bem estimada,
porém não a componente aleatória. Assim, não é possível compensar
totalmente o erro. O conhecimento aproximado do erro sistemático e a
caracterização da parcela aleatória é sempre desejável, pois isto torna
possível sua correção parcial e a delimitação da faixa de incerteza ainda
presente no resultado de uma medição.

Como o erro de medição é a diferença entre o valor medido de uma grandeza


e um valor de referência, é possível expressá-lo matematicamente através da
equação abaixo:

E = I – VV

Onde E é o erro de medição, I a indicação do sistema de medição, e VV o


valor verdadeiro do mensurando.

O valor de E também é conhecido como erro absoluto. Por exemplo, quando


a massa de um objeto é medida e o valor obtido é 1 kg, um erro de +2 g pode
ser negligenciado, mas o mesmo erro de +2 g se torna muito significativo ao
medir uma massa de 10 g. Assim, pode-se mencionar que, para o mesmo
valor de erro, sua distribuição se torna significativa quando a quantidade que
está sendo medida é pequena.
Portanto, a porcentagem de erro às vezes é conhecida como erro relativo. O
erro relativo é expresso como a razão entre o erro e o valor real da quantidade
a ser medida. A exatidão de um instrumento também pode ser expressa como
% de erro, então:

Erro (%) = (E / VV) x 100 = [(I – VV)/VV] x 100

O conceito de “erro de medição” pode ser utilizado:

a) quando existe um único valor de referência, o que ocorre se uma


calibração for realizada por meio de um padrão de medição com um valor
medido cuja incerteza de medição é desprezável, ou se um valor
convencional for fornecido; nestes casos, o erro de medição é conhecido;

b) caso se suponha que um mensurando é representado por um único valor


verdadeiro ou um conjunto de valores verdadeiros de amplitude desprezável;
neste caso, o erro de medição é desconhecido.

Tradicionalmente, um erro é visto como tendo dois componentes, a saber, um


componente aleatório e um componente sistemático.

O erro grosseiro é, geralmente, decorrente de mau uso ou mau funcionamento


do sistema de medição. Pode, por exemplo, ocorrer em função de leitura
errônea, operação indevida ou dano do sistema de medição. Seu valor é
totalmente imprevisível, porém geralmente sua existência é facilmente
detectável. Sua aparição pode ser resumida a casos muito esporádicos, desde
que o trabalho de medição seja feito com consciência. Seu valor será
considerado nulo neste texto.

Erro sistemático

O erro sistemático é a componente do erro de medição que, em medições


repetidas, permanece constante ou varia de maneira previsível. Esses tipos de
erros são controláveis tanto em magnitude quanto em direção e podem ser
avaliados e minimizados se forem feitos esforços para analisá-los.

O erro sistemático, assim como o erro aleatório, não pode ser eliminado,
porém ele também, frequentemente, pode ser reduzido.

Se um erro sistemático se origina de um efeito reconhecido de uma grandeza


de influência em um resultado de medição, o efeito pode ser quantificado e,
se for significativo com relação à exatidão requerida da medição, uma
correção ou fator de correção pode ser aplicado para compensar o efeito.

Desconsiderando o erro grosseiro, e assumindo que um número


suficientemente grande de medições foi efetuado, a influência do erro
aleatório no valor médio das medições tende a ser desprezível. Sendo assim,
o valor médio de um número grande de medidas efetuadas repetidamente
estará predominantemente afetado pelo erro sistemático. Logo, para um dado
valor do mensurando, o Es poderia ser determinado pela equação abaixo, se
fosse considerado um número infinito de medições:

Es = Iinf – VV

Onde Es é o erro sistemático, Iinf a média de infinitas indicações do sistema de


medição, e VV o valor verdadeiro de um mensurando.

Na prática não se dispõe de infinitas medições para determinar o erro


sistemático de um sistema de medição, porém sim um número restrito de
medições.

Além disso, o valor verdadeiro é desconhecido, então usa-se o chamado valor


convencional (VC), isto é, o valor conhecido com erro considerado aceitável
para o processo de medição.

A estimativa do erro sistemático da indicação de um instrumento de medição


é também denominada tendência de medição, ou seja, a tendência de medição
é a estimativa de um erro sistemático. Com isso, a equação acima pode ser
usada para obter uma estimativa do erro sistemático:

Td = I – VC

Onde Td é a tendência de medição, I a média das indicações, e VC o valor


convencional do mensurando.

Alternativamente, o parâmetro correção (C) pode ser utilizado para


compensação de um efeito sistemático estimado. A correção é
numericamente igual à tendência de medição, porém seu sinal é invertido,
isto é:

C = – Td

O termo “correção” lembra a sua utilização típica, quando, normalmente, é


adicionado à indicação para “corrigir” os efeitos do erro sistemático. A
correção é frequentemente utilizada em certificados de calibração.

Erro aleatório

Quando uma medição é repetida diversas vezes, nas mesmas condições,


observam-se variações nos valores obtidos. Em relação ao valor médio, nota-
se que estas variações ocorrem de forma imprevisível, tanto para valores
acima do valor médio, quanto para abaixo. Este efeito é provocado pelo erro
aleatório. De fato, geralmente, o erro aleatório pode ser modelado como
tendo distribuição aproximadamente normal com média zero. Na prática, sua
média tende a zero à medida que aumenta-se o número de dados observados,
uma vez que este tende a distribuir-se simetricamente em valores positivos e
negativos.

O erro aleatório presumivelmente se origina de variações temporais ou


espaciais, estocásticas ou imprevisíveis, de grandezas de influência. Os
efeitos de tais variações são a causa de variações em observações repetidas
do mensurando. Embora não seja possível compensar o erro aleatório de um
resultado de medição, ele pode geralmente ser reduzido aumentando-se o
número de observações; sua esperança ou valor esperado é zero.

Os erros aleatórios fornecem uma medida de desvios aleatórios quando


medições de uma quantidade física são realizadas repetidamente. Quando
uma série de medições repetidas é feita em um componente em condições
semelhantes, os valores ou resultados das medições variam. As causas
específicas para essas variações não podem ser determinadas, pois essas
variações são imprevisíveis e incontroláveis e são de natureza aleatória,
podendo ser positivos ou negativos. Os erros aleatórios se espalham em torno
de um valor médio e quando essas medidas repetidas são plotadas, elas
seguem uma distribuição normal ou gaussiana, permitindo sua avaliação
estatística para determinação de seu valor médio e desvio padrão.
Se n medições forem feitas usando um instrumento, denotado por I1, I2, I3,…,
In, a média aritmética será dada como:

I = I1 + I2 + I3 + … + In) / n

O erro aleatório é igual à diferença entre o erro de medição e o erro


sistemático, e é obtido subtraindo-se o valor de cada indicação da média das
indicações:

Eai = Ii – I

Onde Eai é o erro aleatório da i-ésima indicação, Ii o valor da i-ésima


indicação individual, e I a média das indicações.

O valor instantâneo do erro aleatório tem pouco ou nenhum sentido prático,


uma vez que é sempre variável e imprevisível. A caracterização do erro
aleatório é efetuada através de procedimentos estatísticos. Sobre um conjunto
finito de valores de indicações obtidas nas mesmas condições e do mesmo
mensurando, determina-se o desvio padrão experimental, que, de certa forma,
está associado à dispersão provocada pelo erro aleatório.
O desvio padrão é uma medida de dispersão de um conjunto de leituras. Isso
pode ser determinado usando o desvio médio quadrático das leituras dos
números observados, que é dado pela seguinte equação:

s = raiz{[1/(n-1) x [(I1 – I)2 + (I2 – I)2 + … + (In – I)2]}

O desvio-padrão experimental da média aritmética ou média de uma série de


observações não é o erro aleatório da média, embora ele assim seja designado
em algumas publicações. Ele é, em vez disso, uma medida da incerteza da
média devida a efeitos aleatórios. O valor exato do erro na média, que se
origina destes efeitos, não pode ser conhecido.

A intensidade do erro aleatório de um mesmo sistema de medição pode variar


ao longo da sua faixa de medição, com o tempo, com as variações das
grandezas de influência, dentre outros fatores. A forma como o erro aleatório
se manifesta ao longo da faixa de medição depende de cada sistema de
medição, sendo de difícil previsão.

Erros aleatórios podem ser minimizados calculando a média de um grande


número de observações. Como a precisão está intimamente associada à
repetibilidade do processo de medição, um instrumento é mais preciso do que
outro quando apresentar um menor erro aleatório e melhor repetibilidade,
pois os erros aleatórios limitam a precisão do instrumento.
Relação entre erros
sistemáticos e aleatórios com valor medido.

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