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Brazilian Journal of health Review

Perfil antropométrico e força muscular em adultos e idosos de um hospital


público de referência em doenças infectocontagiosas em
Maceió-AL (dados preliminares)

Anthropometric profile and muscular strength in adults and the elderly of a


public reference hospital in infectious diseases in
Maceió-AL (preliminary data)

Recebimento dos originais: 18/01/2019


Aceitação para publicação: 21/02/2019

Ana Adélia Cavalcante Hordonho


Nutricionista, mestre em epidemiologia dos agravos nutricionais pela
Universidade Federal de Alagoas (UFAL), docente do curso de graduação em nutrição do
Centro Universitário CESMAC-AL, nutricionista do Hospital Escola Dr. Helvio Auto da
Universidade Estadual de Ciências da Saúde de Alagoas
Endereço: Rua Prof. Virgínio de Campos, 333/305, Pinheiro, Maceió-AL, Brasil
E-mail: adeliahordonho@hotmail.com

Deborah Cristo dos Santos


Graduanda em nutrição pelo Centro Universitário CESMAC
Endereço: Rua Otacílio de Holanda,128, Q - 38, Cidade Universitária, Maceió-AL, Brasil
E-mail: deborahcristo@hotmail.com

Jessica Rêgo Ferreira Powell


Graduanda em nutrição pelo Centro Universitário CESMAC
Endereço: Rua Projetada F, 274, Loteamento Santa Mônica, Massaranduba, Arapiraca-AL,
Brasil
E-mail: jessica.rpowell@hotmail.com

RESUMO

O estado nutricional de indivíduos com doenças infectocontagiosas (DIC) é caracterizado pela


presença de desnutrição. Em Alagoas não há dados do estado nutricional de pacientes com
DIC. Portanto torna-se relevante esta pesquisa para avaliar o perfil antropométrico e a força
muscular desses pacientes. O objetivo desse estudo foi avaliar o perfil antropométrico e a
força muscular de adultos e idosos hospitalizados em um hospital público referência em
doenças infectocontagiosas em Maceió-Alagoas. Pesquisa transversal e prospectiva, com 56
indivíduos maiores de 19 anos, ambos os gêneros com DIC. Os parâmetros antropométricos
utilizados foram Índice de Massa Corporal (IMC), a circunferência muscular do braço
(CMB), dobra cutânea do tríceps (DCT) e perímetro da panturrilha (PP) e avaliação da força
muscular pelo dinamômetro. A maioria portava HIV/SIDA, 87,5% de homens, 44,69 ±16,83
anos, com maior eutrofia em adultos pelo IMC e baixo peso em idosos, déficit muscular em
70,7% de adultos e de 60% em idosos segundo a CMB e 83% dos adultos e 53% dos idosos
apresentaram déficit de tecido adiposo segundo a DCT. Média de 31,96±4,27 cm de PP em
idosos e baixa força muscular em ambos os gêneros e idade. Conclui-se que apesar da maior
frequência de eutrofia observada pelo índice de massa corporal em adultos, a avaliação dos

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compartimentos corporais em ambas as populações, mostra que os avaliados apresentam
reservas significativamente depletadas de tecido muscular e tecido adiposo, com baixa força
muscular.
Palavras chave: Estado Nutricional. Perfil Antropométrico. Força Muscular.
ABSTRACT
The nutritional status of individuals with infectious-contagious diseases (DIC) is
characterized by the presence of malnutrition. In Alagoas there is no data on the nutritional
status of patients with IHD. Therefore, this research is relevant to evaluate the anthropometric
profile and muscular strength of these patients. The objective of this study was to evaluate the
anthropometric profile and muscle strength of hospitalized adults and elderly patients in a
public reference hospital in infectious-contagious diseases in Maceió-Alagoas. Cross-
sectional and prospective research, with 56 individuals older than 19 years, both genres with
IHD. The anthropometric parameters used were Body Mass Index (BMI), arm muscle
circumference (BMB), triceps skinfold thickness and calf circumference (PP), and muscle
strength assessment by the dynamometer. The majority had HIV / AIDS, 87.5% of males,
44.69 ± 16.83 years, with greater adult eutrophy due to BMI and low weight in the elderly,
muscular deficit in 70.7% of adults and 60% in according to the CMB and 83% of the adults
and 53% of the elderly presented adipose tissue deficit according to the DCT. Mean of 31.96
± 4.27 cm of PP in the elderly and low muscle strength in both genders and age. It is
concluded that in spite of the greater frequency of eutrophy observed by the body mass index
in adults, the evaluation of the body compartments in both populations shows that the
evaluated ones present significantly depleted reserves of muscle tissue and adipose tissue,
with low muscular strength.

Key Words: Nutritional status. Profile anthropometric. Muscle strength.

1 INTRODUÇÃO
Dados epidemiológicos e observações clínicas tem demonstrado uma relação de sinergismo
entre a desnutrição e a ocorrência de doenças infecciosas (SCRIMSHAW, 2003). Neste sentido, os
processos infecciosos, além de comprometerem o estado nutricional promovendo desnutrição,
contribuindo para alterações nas defesas imunológicas do hospedeiro (OLIVEIRA et al., 2005;
PINTO, 2009).
No ambiente hospitalar, o estado nutricional depletado pode de maneira geral, afetar o estado
clínico do paciente levando ao aumento do tempo de internamento e a incidências de novas infecções
(BETHLEM, 2002) e estudos mundiais já no passado indicaram que entre 30% e 50% dos pacientes
hospitalizados apresentaram algum grau de desnutrição (CORREIA, 2003; PENIÉ, 2005; PIRLICH
ET AL., 2005; (BANCKS et al., 2007).
A desnutrição hospitalar é um grave problema no Brasil e o IBRANUTRI, inquérito nacional
que investigou a prevalência da desnutrição hospitalar em ambiente público, mostrou que 48,1% dos

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pacientes hospitalizados apresentavam algum grau de déficit nutricional, com tendência a desnutrir
mais ao decorrer da internação (WAITZBERG et al., 2001).
Dentre as inúmeras doenças infectocontagiosas que evolui com desnutrição, se destaca a
síndrome da imunodeficiência adquirida ou acquired immune deficiency syndrome (AIDS) que
apresenta curso clínico variável, com progressiva supressão do sistema imunológico, induzindo a
infecções oportunistas recorrentes, incluindo alterações nutricionais, debilitação progressiva e morte
(ROCHA, 2007).
Apesar da mudança do paradigma acerca do estado de nutrição de pacientes com AIDS, onde
observa-se substituição do diagnóstico de desnutrição por estados de sobrepeso/obesidade, em virtude
do uso dos antirretrovirais, no ambiente hospitalar, ainda é grande a prevalência de desnutrição nessa
população, (MENDES e FENSTERSEIFER, 2004; SCEVOLA et al., 2000; DUTRA & LIBONATI,
2008).
A desnutrição e suas complicações podem tornar o indivíduo com AIDS mais suscetível a
infecções oportunistas e reduzir a eficácia dos medicamentos. A perda de peso e baixos níveis séricos
de albumina têm sido relatados como indicativos de alto risco para o aumento da morbimortalidade
nestes pacientes, sejam hospitalizados ou não, desempenhando papel crítico na evolução da infecção
pelo HIV. A produção de citocinas pode estar associada à exacerbação do consumo corporal, anorexia
e caquexia (BARBOSA e FORNÉS, 2003).
Além da AIDS, atualmente em grande parte do mundo, incluindo o Brasil, a tuberculose (TB)
apesar de ser prevenível e curável, ainda representa um grave problema de saúde pública
permanecendo como uma das mais graves ameaças à saúde pública global, sendo a segunda principal
causa de morte entre as doenças infecciosas (WHO, 2015). Trata-se de uma doença infecciosa de
origem bacteriana envolvendo a mycobacterium tuberculosis, que da mesma forma como na AIDS,
impacta incisivamente no estado nutricional. Em portadores da AIDS há uma maior susceptibilidade
de infecção pelo bacilo da tuberculose (co-infecção). Esta relação ocorre pela diminuição da
imunidade celular mediada pelos linfócitos T4, sendo estas as mesmas células responsáveis pelo
combate ao bacilo da tuberculose. (BETHLEM, 2002).
Neste sentido, pacientes portadores da AIDS, sobretudo infectados pela tuberculose são mais
propensos a desenvolver alterações no estado de nutrição, com comprometimento de seu estado geral
(FERRAZ et al., 2013).
Apesar dessas implicações no estado nutricional, nas doenças infecciosas, pesquisas mostram
que menos da metade dos pacientes desnutridos recebem tratamento nutricional adequado, em virtude

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de não terem seu estado nutricional adequadamente reconhecido (ELIA et al., 2005; LAMB et al.,
2009).
Essa desnutrição hospitalar vem sendo estudada no meio científico em várias situações de
doenças, no entanto a desnutrição e as suas associações, sobretudo em pacientes com doenças
infectocontagiosas são pouco pesquisadas e não há dados publicados do estado nutricional de pacientes
com doenças infectocontagiosas no Estado de Alagoas.
Diante do exposto, torna-se necessária a avaliação dos parâmetros nutricionais em pacientes
portadores de doenças infectocontagiosas para caracterização do perfil dessa população.
Portanto o objetivo deste estudo foi avaliar o perfil antropométrico e a força muscular em
adultos e idosos em um hospital público de referência em doenças infectocontagiosas em Maceió-AL.

2 MATERIAL E MÉTODO
Trata-se de uma pesquisa transversal e prospectiva realizada pelo Núcleo de Nutrição e
Dietética do Hospital Escola Dr. Hélvio Auto (HEHA) da Universidade Estadual de Ciências da Saúde
de Alagoas, hospital referência em doenças infectocontagiosas neste Estado, no período de junho de
2017 a maio de 2018. A pesquisa faz parte de um projeto maior intitulado “Perfil nutricional de adultos
e idosos de um hospital público referência em doenças infectocontagiosas em Alagoas” que alcançará
um número maior de avaliados. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética e Pesquisa do CESMAC
(COEPE) sob o número 2.130.457/2017.
Foi utilizada uma amostra por conveniência dos pacientes adultos e idosos, admitidos na
unidade hospitalar e que preencheram os critérios de inclusão, no período do estudo.
Foram excluídos do estudo gestantes, pacientes em terapia enteral exclusiva, os que
encontravam-se em internação de isolamento, internados na unidade de terapia intensiva, crianças e
adolescentes, portadores de deficiência auditiva e mental, mudos e com doenças catabólicas do tipo
câncer e os que não permitiram o consentimento por meio do TCLE.
Foram estudadas as variáveis de gênero, idade, tempo de internamento, dados antropométricos,
bem como a consulta aos prontuários para informação da condição primária (doença de base) e o
motivo que ocasionou a internação. Foi avaliada também a variável de força de preensão palmar
(FPP).
Para avaliação antropométrica foram utilizadas as medidas de peso e estatura para cálculo do
Índice de Massa Corporal (IMC) obtido através da relação peso (kg) / estatura (m²), sendo interpretado
para os idosos segundo a referência da Organización Panamericana de La Salud (OPAS, 2002), que

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estabelece os seguintes pontos de corte vistos no quadro 1 e os valores preconizados segundo o quadro
2 para adultos de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS) (WHO, 1997).

QUADRO 1 - Classificação do IMC para idosos.

Fonte: (WHO/OPAS, 2002)

QUADRO 2 - Classificação do IMC para adultos.

IMC (Kg/m²) Classificação


< 16,0 Magreza grau III
16,0 – 16,9 Magreza grau II
17,0 – 18,4 Magreza grau I
18,5 – 24,9 Eutrofia
25,0 – 29,9 Pré-obeso
30,0 – 34,9 Obesidade grau I
35,0 – 39,9 Obesidade grau II
 40,0 Obesidade grau III
Fonte: Organização Mundial da Saúde (OMS), 1997.

O peso e a estatura foram obtidos, respectivamente, através da pesagem em balança


antropométrica de plataforma com capacidade de 150 kg e do estadiômetro vertical e considerou-se
também o auto relato dessas medidas quando não foi possível aferir alguma delas.
O estado de hidratação foi observado e quando houve presença de edema, a devida dedução do
peso foi feita de acordo com o proposto por Martins e Cardoso (DUARTE & CASTELLANI, 2002).
(QUADRO 3).

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QUADRO 3 – Estado de Hidratação e dedução de peso corporal.

Fonte: (Duarte e Castellani, 2002)

A circunferência do braço (CB) foi aferida com o avaliado em pé ou sentado no leito, com o
braço esquerdo relaxado e a mão voltada para a coxa, no ponto médio entre o acrômio e a articulação
úmero-radial. O braço foi contornado com fita flexível evitando compressão na pele ou folga
(PETROSKI, 2003). A medida da dobra cutânea triciptal (DCT) foi aferida com o avaliado em pé ou
sentado no leito, com o braço direito relaxado e a mão voltada para a coxa. O adipômetro foi aplicado
na face posterior do braço entre o processo acromial da escápula e o processo olécrano (PETROSKI,
2003).
As medidas antropométricas de circunferência do braço (CB) e dobra cutânea do tríceps (DCT)
foram utilizadas para determinação da circunferência muscular do braço (CMB): CB (cm) – [PCT
(mm) / 10] para avaliação do estoque de massa muscular em adultos e em idosos, considerando a
adequação da CMB segundo os critérios de Blackburn e Thornton (BLACKBURN & THORNTON,
1979) para adultos (QUADRO 4).
Nos idosos a massa muscular avaliada através da circunferência muscular do braço foi
classificada segundo os percentis do National Health and Nutrition Survey (NHANES III) (GIBSON,
1993), sendo considerado como desnutrido o idoso que apresentasse valor de CMB menor ou igual ao
percentil 10 (SIEDELL et al., 2001). (QUADRO 5).
QUADRO 4 - Classificação do estado nutricional segundo a CB, DCT e CMB em adultos.
Fonte: Blackburn e Thornton, 1979.

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QUADRO 5 - Classificação do estado nutricional segundo a CMB em idosos.

Percentil Classificação

≤ 10 Desnutrição

≥ 10 Eutrofia
Fonte: Siedell et al., 2001

A reserva de tecido adiposo em adultos, foi avaliada através da adequação da DCT,


considerando a referência dos autores citados no quadro 4 e nos idosos através da classificação da
DCT através do percentil, segundo os critérios do National Health and Nutrition Survey (NHANES
III) (GIBSON, 1993). (Quadro 6).

QUADRO 6 - Classificação do estado nutricional segundo a DCT em idosos.

Fonte: Gibson, 1993

O perímetro da panturrilha (PP) foi utilizado para avaliação da massa muscular em idosos e
considerado como ponto de corte valor maior que 31 cm como preditivo de adequada massa muscular
para essa população (OMS, 1995). O PP foi aferido de preferência no membro inferior esquerdo na
porção de maior diâmetro com o uso de uma fita métrica inelástica, e a aferição feita com o joelho
numa posição com um ângulo de 90º (NAJAS, 2005; GUIGOZ, 1999; CHUMLEA, 1992).
Para avaliação da força muscular foi avaliada a força de preensão palmar (FPP), utilizando um
dinamômetro hidráulico marca Saehan (Saehan Corporation SH5001), sendo o quilograma força
adotado como unidade de medida e utilizada a segunda posição da manopla para a aferição do teste. O
paciente na avaliação deveria estar sentado confortavelmente em uma cadeira ou no leito, ombro
aduzido em uma posição neutra, cotovelo flexionado a 90 graus, antebraço e punho na posição neutra,
conforme recomendações da Associação Americana de Terapeutas da Mão (ASHT). O paciente não

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deveria estar com apoio nos braços, quadris posicionados a 90º graus de flexão, com pés devidamente
apoiados no chão ou em escada de apoio, de preferência junto ao encosto da cadeira e com posição
neutra de antebraço e punho. O examinador estimulou verbalmente que o voluntário exercesse o
máximo de força possível. (CROSB & WEHBE, 1994).
Foi considerada a média do valor de preensão palmar obtido em três aferições (leituras), em
virtude de ser este o procedimento mais observado em estudos que avaliam esta função
(HUMPHREYS et al., 2002). O período a ser considerado de descanso entre cada medida é de pelo
menos 1 minuto e de três segundo para registro da contração voluntária segundo recomendação da
literatura (HILLMAN et al., 2005). Foram considerados os valores obtidos com a aplicação do teste no
braço dominante. Considerou-se valores menores de 20kg/f como baixa força muscular em mulheres e
homens (JYLHÃ, 2001). Todas as avaliações no mesmo paciente foram realizadas por um único
avaliador para melhor confiabilidade das medidas.
Foram realizadas análises descritivas e as variáveis quantitativas foram descritas na expressão
de média e desvio-padrão e as categóricas, na forma de frequência de distribuição.

3 RESULTADOS E DISCUSSÃO
Foram avaliados 56 indivíduos, sendo 15 idosos (26,78%), de ambos os gêneros, os quais
apresentam-se na faixa etária de 19 a 92 anos, com idade média de 44,69±16,83 anos (Tabela 1) e
média de tempo de internamento de 7,3± 8,91dias, todos pacientes internos no Hospital Escola Dr.
Hélvio Auto (HEHA) da Universidade Estadual de Ciências da Saúde, hospital referência em doenças
infectocontagiosas em Maceió-Alagoas.
Ao analisar o estado nutricional de indivíduos hospitalizados em um hospital de doenças
infecto contagiosas, Ferraz (2013) obteve um número menor de indivíduos idosos (6%) comparado a
este estudo. Apesar disso, a faixa etária no estudo de Ferraz foi de 41,3 anos, valor próximo, mas
menor, ao encontrado na nossa pesquisa, onde a faixa etária de maior frequência é a dos 25 aos 59
anos e média de idade de 44,69±16,8 anos.

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Tabela 1 – Características sociodemográficas de pacientes em um
hospital de doenças infecto-contagiosas (n=56) em Maceió-AL.
Variáveis Amostra
N %
Gênero Masculino 49 87,5
Feminino 7 12,5
Faixa etária 19-24 2 3,5
(anos) 25-44 29 51,7
45-59 10 17,8
60-90 14 25
≥ 90 1 1,7
Estado Civil Casado 23 43
Solteiro 18 34
Desquitado 5 9
Divorciado 4 8%
Viúvo 3 6%
Fonte: Dados de pesquisa

Do total da amostra 87,5% eram do gênero masculino (n=49), fato este também observado no
estudo de Ferraz, que obteve um número de 68% de homens em sua amostra, portanto um número
maior de homens. O estado civil predominante foi o de casado(a), em 43% da nossa amostra.
No gráfico 1 apresenta-se a distribuição das doenças encontradas no estudo, observando-se que
36% (n= 19) eram de pacientes com SIDA, 6% (n=3) de pacientes com SIDA e co-infecção com
tuberculose, totalizando 42% da amostra. Já Ferraz (2013), ao avaliar pacientes hospitalizados em um
hospital de doenças infecto contagiosas encontrou um número maior de indivíduos com SIDA, com
percentual de 68%. Pacientes com tuberculose e com pneumonia representam 14% (n=8) da nossa
amostra e 26% (n=14) com outros diagnósticos, sendo metade (n=7) destes com quadro de acidente
botrópico (picada de cobra). Dentre os pacientes incluídos com outros diagnósticos (26%) percebe-se a
prevalência maior de acidente botrópico, pacientes os quais não que tem padrão de hipercatabolismo,
nem se caracteriza como doença infectocontagiosa.

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Diagnóstico

6%
6%
6%
36%
6%

7%

7%

26%

Sida Outros Tuberculose Pneumonia Calasar Lepitospirose Hepatopata Sida + TB

Gráfico 1 – Distribuição das doenças prevalentes em pacientes em um hospital de doenças infectocontagiosas


(n=53) em Maceió-AL.
Fonte: Dados da pesquisa

No gráfico 2 encontram-se os resultados que permitem classificar o estado nutricional do


presente estudo segundo o IMC, que mostra predomínio de eutrofia para população. Este índice é o
parâmetro mais utilizado na avaliação nutricional para avaliação do excesso de peso (CARDOZO et
al., 2017). Em estudos epidemiológicos o IMC é uma variável bastante comum e conhecida. É um
índice antropométrico que está correlacionado com a gordura corporal total (FONTOURA et. al.,
2006), porém o IMC pode ter algumas restrições quanto à sua utilização. Em pacientes críticos e
idosos, o peso pode estar significativamente modificado devido à depleção de volume ou de sua
sobrecarga, como resultado de grandes alterações do balanço hídrico. O IMC não é um parâmetro que
deve ser utilizado de forma isolada, pois, como descrito acima, pode sofrer alterações que não retratam
a realidade nutricional do paciente. Vale ressaltar também que a perda de peso apresentada pelo
paciente, que é um fator importante na avaliação nutricional, pode não ser demonstrada pelo cálculo do
IMC, principalmente se o paciente antes da perda de peso apresentasse excesso de peso ou obesidade.
Sendo assim, o IMC não deve ser avaliado de forma isolada, mas em conjunto com outros parâmetros
para a avaliação nutricional (BORGES & MORSOLETO, 2012), portanto deve ser feita a avaliação

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separada dos compartimentos de tecido muscular e adiposo através de parâmetros específicos para esse
fim.
Ainda quanto à classificação deste índice, a avaliação de 41 adultos mostrou que 63,4% (n=26)
encontram-se em classificação de eutrofia, seguido da classificação de apenas 19,6% (n=8) de
desnutrição. (Gráfico 3). Deste modo observa-se que a maioria dos avaliados encontra-se com estado
nutricional adequado ou acima do peso. Ao contrário do encontrado nesse estudo, Ferraz et al. (2013),
obteve em sua pesquisa um número maior de indivíduos adultos com desnutrição (47,4%) e menor de
classificação para eutrofia (44,2%). Da mesma forma observa-se que nesta pesquisa encontrou-se
frequências maiores de classificação de eutrofia que os encontrados por Ramalho et al. (2000) com
53% de eutrofia para este parâmetro em pacientes adultos portadores de tuberculose pulmonar em uma
unidade de saúde no Rio de Janeiro.
O percentual de classificação do IMC obtido neste estudo aproxima-se de valores encontrados
em pacientes assistidos ambulatorialmente, de acordo com o estudo de Castro que encontrou eutrofia
em 64,7% de uma população com HIV+/AIDS (CASTRO, 2003).

Classificação IMC

6%
11%

26% 57%

Eutrófico Desnutrição Sobrepeso Obesidade

Gráfico 2 – Estado nutricional segundo o IMC em adultos e idosos em um hospital de doenças infectocontagiosas (n=56)
em Maceió-AL.

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IMC ADULTO
0%

20%

15%

65%

Eutrófico Sobrepeso Desnutrição

Gráfico 3 – Estado nutricional segundo o IMC em adultos em um hospital de doenças infectocontagiosas (n=56) em
Maceió-AL.

Ainda em relação a avaliação do IMC, Cintra et al. (2008) ao avaliar o estado nutricional de
304 indivíduos hospitalizados, a maioria adultos, observou que 47% do total de avaliados apresentava
eutrofia seguido do diagnóstico de 35% de obesidade e apenas 18% de desnutrição, com valores de
classificação de desnutrição próximos ao do nosso estudo.
Em nosso estudo observamos que 61,53% (n=8) dos idosos encontravam-se com baixo peso,
percentual este menor que o encontrado por Ferraz et al. (2013), com percentual de idosos com esta
classificação em 87,5%. No estudo de Cintra et al. (2008) a frequência de idosos com baixo peso foi de
54%, valor menor que o encontrado em nosso estudo (Gráfico 4).

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IMC IDOSO
0%

15%
23%

62%

Eutrófico Baixo Peso Obesidade

Gráfico 4 - Estado nutricional segundo o IMC em idosos em um hospital de doenças infectocontagiosas (n=56) em
Maceió-AL.

Em indivíduos idosos, incluindo os hospitalizados, pode-se observar estado nutricional alterado


devido às alterações próprias do envelhecimento, dos fatores clínicos, assim como dos fatores
psicológicos, sócio-econômicos e dificuldades mecânicas, os quais podem levar à apatia, anorexia e à
desnutrição (CINTRA et al., 2008). Uma elevada proporção de pacientes idosos com desnutrição foi
relatada por Thomas et al. (2007) em torno de 50%. Contudo, McWhirter e Pennington (1994)
observaram grande incidência de desnutrição na população atendida também em ambulatório de
clínica geral bem como no ambulatório geriátrico. Isso sugere alta prevalência independente do fator
idade e do ambiente em que se encontra o avaliado.
A média da população do IMC obtido em nosso estudo, de 22,04 ±4,27Kg/m², assemelha-se ao
encontrado em pacientes assistidos em ambulatórios, como foi observado no estudo de Silva et al.
(2010) que encontrou IMC médio de 22,91 Kg/m², ao avaliar pacientes com AIDS em uso de terapia
antirretroviral (TARV) (SILVA et al., 2010).
Os valores médios dos parâmetros antropométricos e da FPP da população em estudo estão
descritos na tabela abaixo (TABELA 2).

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TABELA 2 – Valores médios das medidas antropométricas e FPP de pacientes em um hospital de doenças
infectocontagiosas (n=56) em Maceió-AL

População
Variáveis
Mínimo Máximo X ± SD

Peso (Kg) 44,1 93,7 61,1 ± 13,0

IMC (Kg/m2) 15,5 34,1 22,04 ± 4,27

PP (cm) 27 41 31,96 ± 4,27

FPP (kg/f) 7,33 58,6 22,75 ± 10,8

Fonte: Dados da pesquisa.

A avaliação segundo o IMC para a população geral mostrou que a maioria dos indivíduos está
adequada ou acima do peso. No entanto quando esta população foi avaliada através dos parâmetros de
CMB e DCT, que avaliam massa muscular e tecido adiposo, respectivamente, esses parâmetros
indicam déficits nesses compartimentos.

CMB ADULTO
7.31%
29.26%
19.50%

43.90%

eutrofia des. Leve des. Mod. des.grave

Gráfico 5 – Estado nutricional segundo a CMB em pacientes adultos em um hospital de doenças infectocontagiosas (n=41)
em Maceió-AL.
Fonte: Dados da pesquisa

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Brazilian Journal of health Review
Quanto ao parâmetro de CMB, observou-se que há déficit de massa magra na população de
adultos neste estudo. O gráfico 5 mostra que 70,7% (n=29) dos adultos apresentam déficit de massa
magra em graus que variam de leve a moderado. Esse déficit também é observado na população de
idosos com classificação de desnutrição em torno de 60% (n=10), o que pode ser observado no gráfico
6. Esses resultados supõem que o déficit de massa muscular observado é maior nos indivíduos adultos.
Neste estudo foi observado que a população geral apresentou classificação de desnutrição de
leve a moderada em 71% (n=40), sendo que destes 52% (n=29), com grau grave de desnutrição
proteica.

CMB IDOSO

40,00%

60,00%

Eutrofia Desnutricao

Gráfico 6 – Estado nutricional segundo a CMB em pacientes idosos em um hospital de doenças infectocontagiosas (n=15)
em Maceió-AL.
Fonte: Dados da pesquisa

Importantes alterações ocorrem na composição corporal, na senescência, dentre as quais, a


diminuição de massa magra e consequentemente prejuízo na força muscular (MARTIN et al., 2012).
Isso reduz a mobilidade aumentando a incapacidade funcional causando maior dependência
aumentando o risco de mortalidade nessa população. Esse processo de perda de massa, da força e da
função muscular é reconhecido como sarcopenia, presente em mais da metade da população acima de
80 anos (LANDI, 2010). O perímetro da panturrilha tem sido considerado em idosos um indicador
sensível de massa muscular, sendo este o tecido que mais é depletado, sobretudo em idosos acamados
(NAJAS & NEBULONI, 2005).

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Principalmente para os idosos, a hospitalização é considerada de grande risco, uma vez que a
restrição ao leito acentua essa perda de massa muscular e óssea (SALES et al., 2010) e nesse sentido a
hospitalização merece atenção especial como situação de risco associada à desnutrição.
Nesse contexto, o perímetro da panturrilha (PP) pode ser uma medida importante na
determinação do estado nutricional dessa população. Trata-se de um procedimento simples, barato e
não invasivo e parece ter relevância no diagnóstico da condição nutricional, da capacidade funcional e
de saúde (SALES et al., 2010).
O perímetro da panturrilha foi avaliado neste estudo e a avaliação deste indicador mostrou que
31,33% (n=5), ou seja, menos da metade dos idosos apresentaram déficit de tecido muscular com valor
médio de 31,96±4,27 cm segundo esse parâmetro. Silva et al. (2016), ao avaliar 548 idosos em uma
unidade de internação geriátrica em um hospital público, encontrou média de panturrilha de 30,2 ±
4,8cm, valor menor que o encontrado neste estudo, sendo o nosso valor também diferente do
encontrado em diversos estudos.
Chang et al., (2012) ao avaliar 160 idosos institucionalizados, encontrou valor médio de
panturrilha de 28,3cm na população geral, sendo que eles encontraram valores de 27.11±2.24cm nos
idosos eutróficos, 24.74±2.94cm de panturrilha naqueles com risco de desnutrição e 21.92±2.30cm de
panturrilha nos desnutridos, ou seja, todos com valores não adequados para este parâmetro,
configurando déficit de massa protéica.
Sperotto e Spinelli (2010), ao avaliar 20 idosos independentes e institucionalizados, no
Município de Erechim, observou que metade dos avaliados tinham valores de PP abaixo de 31cm,
portanto, baixa reserva de massa muscular, o que difere de nosso estudo. Rodrigues et al., em 2016, em
seu estudo com o objetivo de identificar parâmetros de avaliação nutricional relacionados com o tempo
de internação em 211 idosos hospitalizados, encontrou valores de panturrilha de 34,96±21,11cm ao
internamento com redução desse valor para 32,10±4,25cm em idosos hospitalizados acima de 15 dias,
o que denota diminuição deste parâmetro em função do tempo de hospitalização.
Em estudos prévios, a associação entre força muscular e estado nutricional tem sido mostrada,
sendo inúmeras vezes, considerada como indicador mais válido de desnutrição energético proteica
(DPE) (CUPPARI et al., 2008). A FPP, que avalia a força muscular, trata-se de uma avaliação
funcional, que tem sido apontada como um dos indicadores mais sensíveis de perda protéica, barata e
de fácil acesso, com estudos sugerindo sua concordância com métodos de análise nutricional mais
complexos (HEIMBURGER, 2000; SILVA et al., 2011).
A avaliação da força de preensão palmar foi avaliada neste estudo com o objetivo de verificar a
força muscular em todos os indivíduos e os resultados mostram que a média desta força foi de 22,75±

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10,78 kg/f, com 69,64% (n=39) com baixa força muscular. Rodrigues et al. (2016) encontrou valor
médio para esse parâmetro de 22,51±8,55kg/f semelhante ao encontrado nesta pesquisa. Moura (2008)
ao avaliar 300 indivíduos, metade homens e mulheres, adultos de meia idade e idosos, encontrou
valores de FPP, de 40,36±11,2, 33,38±11,77 e 28,11±10,07kg/f, respectivamente, com todos os valores
encontrados nestas faixas etárias maiores do que a média observada em nosso estudo.
Brites et al. (2017) ao avaliar a sarcopenia em 128 pacientes ambulatoriais infectados pelo vírus
HIV, com idade maior de 18 anos, encontrou a ocorrência de sarcopenia em 5,5% de toda amostra e a
de pré-sarcopenia, em 10,2%. Neste estudo eles encontraram valores de FPP 34,6±10,5kg/f nos
indivíduos não sarcopênicos e de 21,3±6,4kg/f nos sarcopênicos. Os resultados deste estudo se
assemelham aos valores de FPP nos sarcopênicos avaliados por Brites et al., o que pode ser sugestivo
de sarcopenia.
A sarcopenia não foi avaliada neste estudo, mas foi avaliada a força muscular através da
avaliação da força de preensão palmar, que se inclui como critério de classificação dessa morbidade.
No entanto, sabe-se que dos fatores complicadores da doença HIV/AIDS, as alterações
musculoesqueléticas, como fadiga muscular e fraqueza são as mais comuns nesses pacientes, levando à
redução na capacidade aeróbica e consequentemente no desempenho funcional destes indivíduos,
limitando a realização das suas atividades de vida diárias (AVD´s) (LÉDO et al., 2017).

DCT ADULTO

7% 10% 5%

10%

68%

Eutrofia Desn. Leve Desn. Moderada Desn. Grave Obesidade

Gráfico 7 – Estado nutricional segundo a DCT em pacientes adultos em um Hospital de doenças infectocontagiosas (n=15)
em Maceió-AL
Fonte: Dados da pesquisa

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Quanto a avaliação da DCT, parâmetro que avalia a reserva calórica, os resultados de nosso
estudo mostram que 83% (n=34) dos adultos e 53% (N=8) dos idosos apresentaram déficit de tecido
adiposo e 6% (N=1) risco de desenvolvê-la. Boldrine et al. (2016) ao avaliar o estado nutricional de 20
pacientes adultos e idosos internados em um hospital geral público do município de Bebedouro/SP,
com idade de 53 ±18,11 anos, encontrou desnutrição leve em 31,57%, seguido de 21,05% de
classificados como obesos. Estes resultados de classificação de desnutrição e obesidade diferem do
nosso estudo, que encontrou apenas 7% de obesidade em adultos e em idosos e com 7% de idosos com
risco de desenvolvê-la. Em relação à classificação de eutrofia para DCT no presente estudo, a maior
frequência de eutrofia foi observada na população de idosos (Figuras 7 e 8).
Guterrez et al. (2013), ao avaliar o perfil alimentar e nutricional de 150 portadores do HIV e
AIDS atendidos em um serviço de atendimento especializado (SAE) da Universidade Federal do Pará,
separando esta classificação por gênero, observou que 68% dos homens e 81,9% de mulheres
apresentaram diagnóstico de desnutrição, portanto em ambos estudos o déficit de tecido adiposo é
elevado, embora estejam em ambientes diferentes, sendo a nível hospitalar e ambulatorial.

DCT IDOSO
0%
7%
7%

27%
53%

6%

Desnutrição Risco Nutricional Eutrofia Risco de Sobrepeso Obesidade

Gráfico 8 – Estado nutricional segundo a DCT em pacientes idosos em um Hospital de doenças infectocontagiosas (n=15)
em Maceió-AL.
Fonte: Dados da pesquisa

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O déficit significativo de tecido adiposo observado na presente pesquisa tem sido observado em
estudos que avaliaram este parâmetro em pacientes com câncer. Sommacal et al. (2011), encontrou
variados graus de desnutrição em 86,2% de pacientes com neoplasia periampolar em 29 indivíduos,
com média de 63 anos, submetidos a cirurgia no Hospital de Clínica de Porto Alegre, ao avaliar a
dobra cutânea subescapular, que similarmente avalia reserva adiposa.
Os resultados encontrados na avaliação da CMB e DCT mostram que a população estudada
apresenta déficit de tecido muscular e adiposo, respectivamente, configurando um quadro de
desnutrição proteico calórica. Neste estudo os resultados obtidos de déficit de tecido adiposo e
muscular e baixos valores encontrados de força de preensão palmar podem ser não ser representativos
da população em estudo em virtude de que foram excluídos da amostra, indivíduos gravemente
enfermos, acometidos de complicações graves, sobretudo, os infectados por HIV/SIDA, os pacientes
na unidade de terapia intensiva, o que pode subestimar este resultado.
Ao considerar a ocorrência de desnutrição por grupos etários e por morbidade, Tavares (2011),
argumenta que este agravo pode se comportar de diferentes maneiras. Segundo Tavares, existem
alguns grupos mais susceptíveis, os idosos e portadores de câncer, considerados grupos de risco e desta
forma devem receber atenção especial no momento da triagem.
Segundo Omran e Morley (2000), quando associada à doença de base, a prevalência de
desnutrição em idosos hospitalizados pode variar de 35% a 65%, da mesma forma como foi
demonstrado por Marcadenti et al. (2011) em seu estudo, quando avaliaram 173 idosos hospitalizados
e identificaram 46,8% de desnutrição. Aspecto importante observado no presente estudo é que dos 13
pacientes avaliados com diagnóstico que não de SIDA e TB, mas com diagnóstico de acidente
botrópico (picada de cobra), destes, 53,84% (n=7) era de indivíduos desnutridos, sendo que 71,42%
(n=5) eram idosos, mostrando que mesmo com diagnóstico de evento não catabólico, mesmo assim, os
idosos apresentaram desnutrição, o que corrobora os achados da literatura.
As complicações da desnutrição podem tornar o indivíduo portador de doenças infecto
contagiosas mais propenso às infecções oportunistas e menor eficácia dos medicamentos, sendo que a
perda de peso observada nessa população aumenta o risco de morbimortalidade nesses pacientes
(SILVA, 2003).
Quanto aos efeitos clínicos do metabolismo, pode-se observar uma complexa e ampla resposta
à infecção, incluindo, leucopenia, uso inapropriado dos substratos metabólicos, febre, proteólise
muscular e síntese hepática de proteínas de fase aguda com diminuição da síntese de albumina, e
aumento da neoglicogênese (SILVA, 2003; POLACOW et al., 2004).

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A alta prevalência de desnutrição hospitalar tem sido observada em pesquisas nacionais
mostrando que esse índice atinge até 30% desses pacientes (CABRAL et al., 1998; SENA et al.,1999).
O Inquérito Brasileiro de Desnutrição Hospitalar (IBRANUTRI), um amplo estudo que avaliou o
estado nutricional de 4000 pacientes hospitalizados na rede pública, incluindo o estado de Alagoas,
identificou a desnutrição em 48% da população em diferentes regiões do país (WAITZBERG et al.,
1999).
Outro estudo que também avaliou a desnutrição em hospitais gerais de 13 países da América
Latina, com uma amostra de 9348 pacientes adultos conhecido como ELAN (Estudo Latino
Americano de Nutrição), veio corroborar as evidências do IBRANUTRI, diagnosticando 50,2% de
desnutrição (CORREIA & CAMPOS, 2003). A alta prevalência de desnutrição tem sido mantida e isso
pôde ser observado em um estudo realizado em Porto Alegre, cinco anos após o IBRANUTRI, que
mostrou que 51,4% dos pacientes apresentavam desnutrição (MELLO et al.; 2008).
As taxas de desnutrição intra-hospitalar são altas, e isso se observa mesmo em países
desenvolvidos, a exemplo da Inglaterra cuja prevalência foi de 20% em estudo conduzido por
Edington et al.; (2000). Na Austrália este resultado foi de 36% (MIDDLETON et al., 2001), na
Espanha as prevalências foram de 28,9% (BURGOS et al., 2012) e 40,2% segundo Vidal et al.; (2008)
e na Alemanha de 27,4% (PIRLICH et al., 2006).
Pacientes com enfermidades que cursam com hipercatabolismo, podem ser mais vulneráveis à
depleção de reservas calóricas e proteicas. A situação de hipermetabolismo promove alterações
hormonais e dos substratos energéticos levando a necessidades nutricionais diferenciadas
(WAITZBERG et al., 2002). Pacientes com balanço nitrogenado negativo, os níveis de insulina e
triiodotironina diminuem significativamente, havendo aumento da secreção do glucagon (hormônio
hiperglicemiante), maior oxidação de gordura para obtenção de substrato energético, e ainda de
aminoácidos como substrato da gliconeogênese hepática (CHAMPE & HARVEY, 2000).
A AIDS, com grande frequência neste estudo, é uma doença crônica e progressiva, que
apresenta significativo impacto no estado nutricional que se manifesta de forma mais agressiva na
síndrome consumptiva, sendo este um critério definidor da doença (NIYONGABOT et al.,1999).
Apesar dos importantes avanços na quantificação da carga viral, na profilaxia de doenças agudas e no
tratamento com a terapia antiretroviral, observa-se que pessoas com HIV comumente apresentam
problemas nutricionais como redistribuição de gordura e obesidade, além de perda de peso, sendo que
a incidência da desnutrição tende a aumentar devido à sobrevivência prolongada que vem sendo
observada nessa população (SHEVITZ & KNOX, 2001).

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Enfermidades de estresse moderado a grave, que inclui a AIDS e suas complicações, além da
tuberculose e do calazar, encontradas neste estudo, podem levar à desnutrição devido a situações como
anorexia, má absorção, depleção de glicogênio hepático, aumento da oxidação dos lipídios e
desequilíbrio no metabolismo protéico em situações de doença hepática (CARVALHO et al., 2007).
Neste sentido, em virtude da alta morbidade e mortalidade, maior taxa de complicações e maior
internamento e complexas consequências relacionadas à desnutrição, esta deve ser identificada e
sobretudo ela deve ser rastreada em pacientes hospitalizados, para minimização dessas consequências.

4 CONCLUSÃO
A avaliação do perfil antropométrico e da força de preensão palmar neste estudo mostra que
apesar da maior frequência de eutrofia observada pelo índice de massa corporal em adultos, a
avaliação dos compartimentos corporais em ambas as populações, demonstrou que os avaliados
apresentam reservas significativamente depletadas de tecido muscular e tecido adiposo, com baixa
força muscular, corroborando os dados da literatura que mostram graus variados de desnutrição em
pacientes hospitalizados.

5 CONSIDERAÇÔES GERAIS
Sugere-se aumentar o número de indivíduos da amostra, comparar os resultados segundo os
gêneros e a idade, por morbidade, além da associação das variáveis antropométricas, com o tempo de
internamento e com a força de preensão palmar e com o desfecho clínico para que se possa ter o real
delineamento do estado de nutrição (antropométrico e de força muscular) nessa população.

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