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Escura Manhã
“Dark Summer Down”
Sara Craven
CAPITITULO I
Querida Lisa,
Adivinhe só! Vou me casar! O espanto por aqui é geral,
mas decidi resolver tudo de uma vez! O noivo é Tony
Brainbridge, naturalmente, e papai está muito satisfeito. O
casamento será no mês que vem e gostaria que você fosse
minha madrinha. Por favor, você não deixará de aceitar,
não é, Lisa? Os preparativos já estão me deixando louca e
a sra. Brainbridge, mãe de Tony, não é fácil de suportar
sozinha! Por favor, Lisa, volte para casa por uns dias!
Tenho certeza de que pode tirar umas férias do trabalho.
Aguardo sua resposta breve. Com amor, Julie.
No pé da página, como observação, vinha escrito: "Kane
será o padrinho".
Lisa permaneceu imóvel, fitando a página escrita. Num
acesso de descontrole, amassou o papel e jogou-o longe.
— Não! — disse em voz alta. — Por Deus, não!
Sentia um frio intenso, subitamente. Enrolou-se mais no
roupão e colocou o aquecedor a gás no máximo, como se
aquele arrepio que a tinha percorrido de repente fosse
puramente físico.
Então, Julie ia casar com o rapaz que Chás sempre
esperou que se tornasse o marido dela. Não era fácil
acreditar nisso. Já faziam
dois anos que não se viam e Julíe devia ter amadurecido
bastante nesse tempo. Lembrando-se da Julie que havia
conhecido, jovem, com uma vontade própria tão grande,
parecia inacreditável que fosse finalmente casar com Tony
Brainbridge.
Tentou lembrar-se dele. Podia-se dizer que tinham crescido
juntos, pois seu pai era o dono da fazenda vizinha. Mas
nunca chegara a causar uma impressão muito forte em
Lisa. Era bonito, agradável e rico. Um ótimo partido para a
certeza de que ela poderá ficar sem você por alguns dias.
E, de qualquer maneira, é certo que prefere ficar sem você
por algum tempo do que perdê-la para sempre!
já não havia muito dinheiro, ainda mais agora que Jennífer
era obrigada a deixar o emprego noturno. Foi quando veio
o prémio da loteria. que não era grande mas suficiente para
comprar algumas roupas novas para ela e para Lisa e para
fazer um pequeno cruzeiro pelo Mediterrâneo, sugerido
pelo dr, Chalmers. E ainda sobrava um pouquinho para um
dia em que as coisas estivessem muito ruins.
Mas nem todos estavam tão preocupados com a saúde de
Jennifer e ela sofreu todo tipo de pressão, por causa da
viagem. A casa em que moravam precisava de alguns
reparos e esperavam que ela contribuísse para os
consertos, como se a casa também fosse dela. Muito se
falou, pelos cantos, de ingratidão, egoísmo.
Desta vez, porém, Jennifer não deixaria que os outros
fossem mais importantes que ela própria, já havia
comprado a passagem, pago com o próprio dinheiro, e não
desistiria do tão merecido descanso. Mas quando voltou as
coisas estavam mudadas, e nunca mais voltaram a ser
como antes.
Até que um dia foram visitados por Charles Riderwood.
Alto, forte, um rosto sóbrio sobretudo pela distinção que
uma mecha de cabelos brancos lhe dava. Sorriu para Lisa.
— Olá, pequenina! — Sua voz tinha um ligeiro sotaque do
norte. — Também tenho uma menina, dois anos mais nova
que você!
Lisa retribuiu-lhe o sorriso, meio incerta. Mas tinha
reconhecido a amabilidade daquele homem e sabia que ele
desejava que ela gostasse dele, apesar de não entender
por quê.
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CAPITULO II
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CAPITULO III
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Capítulo IV
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— Bem, eu não tive muito a ver com isso. mas o fato ê que
já temos. A casa dos Brainbridge é muito grande e, no
fundo do quintal,
existe um antigo celeiro que está acabando de ser
reformado e transformado num apartamento. Eles já
estavam reformando há algum tempo, mas assim que
decidimos casar ofereceram para que morássemos lá. Era
uma oferta que não havia como recusar.
— Que maravilhoso! — Lisa tentava falar com um pouco
do entusiasmo que faltava à Julie. — Você não está feliz,
Julie?
— Claro que estou! Será muito melhor do que viver na
própria casa dos Brainbridge, que por algum tempo parecia
a única alternativa! E depois, não precisaremos pagar nada
o que é ótimo! -— Julie deu um sorriso brilhante. — Puxa,
Lisa, essa maquilagem que está usando é tão linda! São os
produtos Âmbar, aqueles que você anuncia? É mesmo
lindo! Quero que seja você a me maquilar no dia do
casamento, está certo?
—- Sem dúvida, Julie. — Lisa teria preferido saber mais a
respeito do apartamento, mas era claro que Julie havia
mudado de assunto de propósito.
Quando terminaram, Lisa subiu para o quarto, para relaxar
um pouco. Estava muito cansada fisicamente, porém os
pensamentos não paravam de agitar sua consciência, o
que a impedia de descansar como desejaria.
Pelo que já tinha visto e ouvido, sabia que havia algo
errado com Julie, mas provavelmente devia ser a
ansiedade e o nervosismo de uma noiva que está prestes a
casar.
Estava aliviada por Chás e Julie não terem percebido nada
a respeito de seus sentímentos. Não era boa atriz e sabia
que seria difícil fingir que tudo estava bem entre ela e
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CAPÍTULO V
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vez que você fez isso, Julie! Não quero saber se já o fez
outras vezes, mas o que tem de entender é que não há
nenhum futuro nisso! O que se fala dos Hamrnond é muito
ruim e Chás ficaria louco se soubesse que você está
envolvida nesta história! — Fez uma pausa, e continuou: —
Acho
melhor dizer a Audrey para arrumar uma outra parceira
para jogar tênis!
— Não há problema. — Julie deu um sorriso estranho. —
Acho que Audrey também não está mais interessada em
jogar ténis!
Enquanto voltava para o quarto, Lisa se pergunfou se não
devia ter procurado saber melhor o que Julie quisera dizer
com o último comentário. O maior problema é que os
Hammond eram quase vizinhos, e podia-se chegar
facilmente à casa deles; indo-se por baixo das árvores, era
pouco provável que alguém notasse.
Lisa estava convencida de que Julie cumpriria a promessa,
mas mesmo assim resolveu garantir as coisas. No dia
seguinte, a irmã passou a maior parte do dia na cama
alegando dor de cabeça, apesar de que Lisa suspeitasse
que, na verdade, tratava-se de uma ressaca.
Pouco depois do almoço, Lisa resolveu agir por conta
própria. Embrenhou-se no jardim e, em poucos minutos,
chegava à casa dos Hammond, já ouvindo o som de vozes
na piscina. Arthur e Audrey Hammond estavam tomando
sol e o que era pior, completamente nus. Felizmente, Arthur
teve o pudor de se cobrir com uma toalha em volta da
cintura assim que avistou Lisa.
— Olá — Audrey falou com um sorriso estranho. — A que
devemos o prazer desta visita?
— Pode estar certa de que não se trata de uma visita
social — Lisa falou decidida, ignorando o convite que
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CAPITULO VI
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estivesse aqui, mas ele teve que ir com o pai até Skipion,
tratar
de negócios.
— Bem, acho que dá na mesma — Julie disse,
recolocando a xícara na bandeja. — Vou até lá para
mostrar o apartamento para Lisa. Nós não temos muito
tempo, pois combinamos de estar em Leeds ao meio-dia.
— Julie, não precisava ter sido tão rude com ela! — Lisa a
reprovava enquanto atravessavam o grande quintal
gramado.
— Ora, Lisa, você diz isso porque não a conhece! É
sempre a mesma coisa: tudo o que escolho não é bom e,
como são eles que estão pagando, quem dá a última
palavra é sempre ela. Então, para que ficar com essa
insistência fingida para que eu escolha os azulejos quando
já sabe que é ela quem vai acabar decidindo? — Fez uma
pausa. — Bem, aqui estamos!
O lugar era muito bonito. A parte debaixo tinha sido
transformada em garagem e lavanderia. Na frente da
construção, uma linda escada de madeira levava ao andar
superior, onde havia uma sala de estar, uma ampla cozinha
e dois quartos de dormir.
Não havia dúvida de que o apartamento estaria pronto
quando eles se casassem. A maior parte da reforma já
estava feita e somente na cozinha e no banheiro faltava
alguma coisa ainda. Depois de percorrer todos os
cómodos, voltaram para a sala de estar.
— Suponho que sejam esses os azulejos a que ela se
refere — Julie disse, apontando várias amostras numa
caixa no chão. — O que é que você acha, Lisa?
— Acho que é você quem deve olhar e decidir. Afina! de
contas, é você quem vai ter que conviver com eles, não é?
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Será que é?, Lisa teria desejado perguntar. Por que é que
não punham logo todas as cartas na mesa? Afinal de
contas, Kane era o irmão dela e Ju!ie deveria confiar nele.
contar-lhe suas dúvidas. . . Enquanto pensava nessas
coisas, a comida chegou e começou a ser servida. Lisa,
mais uma vez, silenciou e não disse nada daquilo que
desejaria.
Foi um almoço difícil, num clima sombrio, Kane estava
taciturno e era óbvio que fazia grande esforço para manter
a animada conversa de Julie. Para Lisa, aquilo, tudo
começava a tomar um estranho ar de irrealidade. Todos
nós estamos somente interpretando papéis, pensou,
ninguém diz o que realmente desejaria dizer.
Lisa não chegou a comer nem mesmo metade do filé e,
quando o carrinho de sobremesas foi trazido à mesa deles,
para que escolhessem, pediu somente um pouco de salada
de frutas, recusando o creme chanliliy que o garçom
oferecia.
— Tomando cuidado para não engordar, querida? —Julie
disse, sorridente. — Você não precisa fazer isso e sabe
muito bem!
— É o que você acha. . . As pessoas que me contrataram
têm um olho de águia para descobrir um grama que eu
tenha engordado!
— Incluindo aquele tal Jos? — perguntou Kane. enquanto
se servia do doce que tinha pedido.
— Sim, entre outros. — Era difícil não dar respostas secas
para aquele homem.
—- Ele é casado, suponho. — Seus olhos eram tão frios e
cinzentos quanto o dia lá fora.
— Sim, é casado. — Ela mexia nos pequenos pedaços de
fruta dentro da taça. — Mas isso não faz a mínima
diferença.
CAPÍTULO VII
— Sou eu, Lisa. Tivemos que voltar mais cedo para casa
porque. .. Julie não estava se sentindo muito bem. Tinha
que avisá-lo que o carro ficou aí na cidade.
— Bem, então já avisou! — Sua voz era fria. como
sempre. — Qual é o problema com Julie?
— Não sei... Talvez esteja gripada. — Ela se sentia
culpada por dizer isso quando, na verdade, outras coisas
deveriam ser ditas e esclarecidas.
— Diga-lhe para não se preocupar com o carro. E, já que
ligou, faça-me o favor de avisar a sra. Arkwright que não
irei jantar esta noite.
— Não se preocupe, eu a avisarei. Até logo, Kane. — Ela
desligou em seguida, sem esperar pela resposta dele.
Por que será que ele não vem para o jantar, ela perguntava
a si mesma enquanto caminhava pela sala. Um
compromisso profissional? Não era por causa de Tina,
certamente, pois ela estava nas Bermudas. Talvez existisse
outra pessoa, ou até mesmo mais de uma!
E ela imaginava como seria se fosse uma dessas garotas.
Como seria se Lisa Grayson encontrasse Kane Riderwood.
um desconhecido, numa festa, e ele a convidasse para
jantar. Estar com ele sem os inevitáveis temores e
receios, estar em seus braços .. Conhecer o prazer do
amor em vez da dor do sofrimento.
— E saber que ele precisava de mim, nem que fosse
somente por um breve momento! — disse para si mesma,
num murmúrio. Não era pedir demais, mas era inútil pensar
nessa possibilidade tão remota.
Os próximos dias passaram rapidamente, com calma e
sem problemas, Julie disse que havia se sentido mal por
causa do vinho que tinha bebido no almoço, e não se falou
mais nisso.
CAPITULO VIII
pena que Tony não esteja aqui para ouvir sua reação
apaixonada!
Julie murmurou alguma coisa que ninguém compreendeu
direito e logo depois haviam esquecido o incidente.
A medida que o casamento se aproximava, aumentava a
quantidade de presentes que chegavam. Julie queria que
fosse uma cerimónia discreta, com o mínimo de gente
possível, mas a família tinha muitos amigos e conhecidos,
que desejavam se fazer lembrar de alguma forma.
— Oh, preferia que se esquecessem de mim — ela disse
certa manhã — Não terei lugar para colocar tantos
presentes!
-— Mas você não vai ficar o resto da vida naquele pequeno
apartamento. Quando tiverem filhos, vão precisar mudar
para uma casa maior e, então, poderá usar todas essas
coisas!
— Sim, você tem razão. - . — Ela parecia absorta.
— O que foi, querida?
— Estava pensando, Lisa. . . Pensar que vou casar com
Tony, viver com ele. . . é tão estranho. —- Vendo que Lisa
a fitava com preocupaçâo, ela deu um sorriso. — Acho
que estou sendo tola. . . Será que todas as noivas se
sentem assim?
— Talvez. , . como é que eu poderia saber?
— Você nunca pensou em casar Lisa? Sendo uma
modelo, tão famosa, deve ter muitos admiradores. Nunca
ninguém lhe agradou?
— Não o suficiente para pensar em casar! — Ou que fosse
um amor verdadeiro, ela pensou. — Contente-se com o
próprio casamento e não tente ficar arrumando um para
mim! — Lisa disse, sorrindo.— Estou muito feliz assim!
Feliz?, pensou. Talvez até alguns dias atrás tivesse a
impressão de que era feliz, sua vida em Londres a fazia
CAPÍTULO IX
CAPÍTULO X
FIM