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Metamorfoses da poesia brasileira na modernidade

Programação

 Quinta-feira (30/11), às 14h. Auditório Celso Luft

As metamorfoses da Ninfa em Manuel Bandeira, Donizete Galvão e Carlos


Drummond de Andrade
Maura Voltarelli Roque

“Esse jeito provinciano de conversar” – algumas notas sobre a lírica modernista de


Manuel Bandeira
Antônio Marcos Sanseverino

 Sexta-feira (01/12), às 10h30. Sala 120 do Prédio Administrativo.

O corpo marginal e a poética da devoração antropofágica em Hélio Oiticica e


Luiza Romão
Rejane Pivetta de Oliveira

Lara de Lemos entre a resistência e o porvir


Cinara Antunes Ferreira

 Sexta-feira (01/12), às 14h. Sala 105 do Prédio de Aulas.

Ricardo Aleixo, Nuno Ramos, a máquina e o mundo


João Guilherme Dayrell

Ana Martins Marques: lírica e sociedade


Guto Leite

Caderno de Resumos

Quinta-feira (30/11), às 14h. Auditório Celso Luft

As metamorfoses da Ninfa em Manuel Bandeira, Donizete Galvão e Carlos


Drummond de Andrade
Maura Voltarelli Roque

Ninfa. Figura feminina em movimento, metáfora do desejo, guardiã das “águas mentais”
e da possessão, fonte, crisálida, botão de rosa, os “pequenos lábios”, divindade menor,
criatura elementar, mênade em transe, encarnação da aura, “imagem da imagem”,
imagem da sobrevivência, muitas são as maneiras de dizer esse fascinante personagem
teórico de Aby Warburg, capaz de alegorizar e cristalizar em si mesmo conceitos
complexos como o de Pathosformel e o de Nachleben, a vida póstuma das imagens. A
Ninfa é tudo isso, mas, ao mesmo tempo, não é apenas uma coisa ou outra. Uma
potência de atravessamento, de metamorfose, ela é, antes, o fluxo, a tensão, a passagem
entre todas as suas formas sempre convulsas, efêmeras, instáveis. Sua natureza ambígua
e sintomática desorganiza, faz ver os acidentes do tempo, os anacronismos, no lugar das
continuidades homogêneas e vazias, como dizia Benjamin. Em nossa fala, mostraremos
como algumas metamorfoses da Ninfa na literatura brasileira, especificamente na obra
de Manuel Bandeira, Donizete Galvão e Carlos Drummond de Andrade, abrem lugares
insuspeitados de crítica e pensamento, fazendo emergir uma pulsão erótica que torna
mais fluidas as fronteiras entre imagem e palavra.

“Esse jeito provinciano de conversar” – algumas notas sobre a lírica modernista de


Manuel Bandeira
Antônio Marcos Sanseverino

Sexta-feira (01/12), às 10h30. Sala 120 do Prédio Administrativo.

O corpo marginal e a poética da devoração antropofágica em Hélio Oiticica e


Luiza Romão
Rejane Pivetta de Oliveira

A cultura brasileira é marcada por um certo traço marginal, presente particularmente em


dois momentos-chave: nos anos 1960-70, com o movimento contracultural
protagonizado por jovens artistas e intelectuais brancos de classe média; no início dos
anos 2000, com a emergência de vozes de sujeitos oriundos de comunidades periféricas,
atravessadas por questões de classe, gênero e raça. No lastro dessas realidades e
condições históricas específicas, emerge no Brasil uma cultura marginal que tem a
antropofagia como horizonte de formulações estéticas e práticas desviantes da ordem
hegemônica, forjada no âmago da colonização. A análise desse processo será
explicitada na figuração do corpo marginal como território de linguagem, conforme se
dá nos objetos plásticos de Hélio Oiticica (Bólide-caixa 18 –“Homenagem a Cara de
Cavalo”; Bólide-caixa 24, “Caracara de Cara de Cavalo”; bandeira "Seja Marginal, seja
Herói") e na poesia da poeta e slammer Luiza Romão (Sangria, 2017). A hipótese de
partida é que o gesto estético fundamental das obras em jogo é constituído pelo
movimento de devoração do corpo marginal, numa típica operação antropofágica, pela
qual a matéria recalcada é convertida em vitalidade política, liberando forças de coerção
e dissensos catalisadores de mudanças sociais.

Lara de Lemos entre a resistência e o porvir


Cinara Antunes Ferreira

Esta comunicação abordará a poeta gaúcha Lara de Lemos evocando passagens de obras
como Poço das águas vivas (1957), Canto breve (1969) e Inventário do medo (1997),
além de mencionar aspectos de sua atividade como professora, jornalista e tradutora. No
ensejo do centenário do seu nascimento, mostraremos como fatura estética e contexto
político, com especial atenção ao autoritarismo da Ditadura militar, se articulam entre
resistência e a proposição de aberturas.

Sexta-feira (01/12), às 14h. Sala 105 do Prédio de Aulas.


Ricardo Aleixo, Nuno Ramos, a máquina e o mundo.
João Guilherme Dayrell

O trabalho parte do poema “Máquina zero” (2004), presente livro homônimo de Ricardo
Aleixo; e da menção realizada por Nuno Ramos em Junco (2011) ao poema “Máquina
do mundo”, de Carlos Drummond de Andrade, presente em Claro enigma (1951), para
neles analisar a relação com o tópico da “Máquina do mundo”. Após breve recuperação
desta temática na tradição, reexaminaremos a articulação entre metafisica e geopolítica
que nela há para, posteriormente, traçar algumas possibilidades inscritas em suas
solicitações pelos poetas contemporâneos. Nossa conclusão é a de que Ricardo Aleixo e
Nuno Ramos elaboram, cada um a seu modo – ambos, no entanto, com forte inspiração
drummondiana –, uma intercessão simétrica entre natureza e cultura, isto é, um
Antropoceno outro.

Ana Martins Marques: lírica e sociedade


Guto Leite

A comunicação vai se guiar pela célebre conferência de Theodor Adorno, coligida em


"Notas de Literatura I", para iluminar aspectos políticos da poética de Ana Martins
Marques em Da arte das armadilhas (2011), seja no sentido de, por certo tratamento da
língua, trazer a luz as tensões sociais, seja no debate específico da cordialidade e das
violências de gênero.

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