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I: O mito do Renascimento
Burke afirma que o Movimento Humanista não aderira àquilo que viria a ser
chamado de conhecimento científico, à época era denominado filosofia natural, porém
diz que alguns humanistas aproximaram-se da matemática. Daí que ele aponta para a
ideia de um “Renascimento”, ou renascimentos, matemático, científico e, não menos
importante, mágico.8 Outro ponto importante é a aproximação dos renascentistas ao
grego. Isso possibilitou a leitura de textos clássicos em suas línguas maternas, o que
corroborou para a dissolução de muitos equívocos filológicos, como o que ocorreu com
algumas traduções do texto de São Tomás e de suas doutrinas mais importantes. Foi
nesse ambiente que foi desenvolvido aquilo que viria a ser conhecido como a crítica
interna das fontes históricas. 9
Ao fim do capítulo, Burke tenta responder à difícil pergunta do por que o Norte
da Itália, a seu ver, tenha sido o berço, ou, como ele nomeia, o coração do movimento.
E por que isto ocorreu entre os século XIV e XVI. O primeiro aspecto que ele levanta é
a importância da geografia, quer dizer, dos centros urbanos italianos no período serem
importantes centros econômicos, e, por sua vez, pela relação comercial intensa com o
Médio Oriente.13 Outro aspecto é a sua base social. O caráter urbano do Renascimento,
aliado aos seus protagonistas, que eram, por exemplo, professores; ou os seus dirigentes
que tratavam-se de clérigos e príncipes, e que financiavam o trabalho de alguns artistas,
estes outras personagens importantes no enredo.14
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beber da fonte a cultura renascentista. Muitos deles eram estudantes que cursavam
Direito e Medicina.17
Ponto interessante levantado por Burke é que a imagem que se foi construindo
com relação à Itália por parte dos estrangeiros é muito próxima daquela que foi
construída pelos italianos com relação à Antiguidade, uma construção deles. Isso nos
ajuda a compreender, portanto, que o que foi assimilado da cultura renascentista italiana
foi modificada em parte para adequar-se às realidades distintas de outros locais, criando
um modelo de tipo híbrido, algo novo.18
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