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Nome: Bianca Amaral Salvador

Turno: Noturno
Aula 4
Data: 16/09/2023
Tema da aula: O problema da interpretação do direito de Savigny a Kelsen

Na aula de hoje foi abordado o tema "O problema da interpretação do direito de


Savigny a Kelsen". Na qual o professor Homero dissertou sobre os seguintes tópicos :

a) Contexto
- Passagem do séc. 18 para o 19.
- Interpretação presente no Direito como arte, não acontecia o tempo todo, pois
as legislações eram escritas em Latim (Corpus Juris Civile) ou em inglês
- Os juristas eram aqueles que conheciam e traduziam as legislações da época.
- In Claris Cessat Interpretatio
- Entendimento era natural, o erro é antinatural
- A interpretação era vista como incerteza ou erro

b) Schleiermacher
- Schleiermacher acreditava que o erro era natural
- O entendimento era uma habilidade que devia ser trabalhada (interpretação)
- A interpretação é o tempo todo, e o erro nos leva a interpretar
- A interpretação é uma atividade de atribuir sentido
- As duas formas de interpretação gramatical e psicológica
- Entendimento é a relação entre causa e efeito (Intepretação é buscar essa
causa)
- Para o Schleiermacher existe uma verdade por meio da palavra

c) Dilthey
- Dilthey muda o termo entendimento para compreensão
- “ Nós não entendemos, nós compreendemos”
- Compreender é uma relação de imputação, é atribuir.
- “Compreender é viver a vida do outro”- Dilthey
- Para Dilthey não interpretamos só palavras, interpretamos quase tudo.
- A interpretação em Dilthey é resultado da compreensão
- A interpretação é incompleta , pois a cada interpretação cria-se um sentido
diferente
- O conceito de verdade é o desvelar para Heidegger
- A verdade como um processo, não um fato
- A verdade é um acontecimento
- A relação do desvelar com o hinduísmo e o budismo, O Mito da Caverna e
Marx com o Manifesto Comunista (o véu do capitalismo)
- O segundo grau da jurisdição é o que vai revestir a decisão do juiz
- A análise psicológica da cantiga infantil da “Baratinha”
d) Kelsen em sua teoria vai dissertar sobre quais os limites da interpretação

e) Processo Científico:
- “Método está para ciência, assim como a máquina está para a indústria “
- Fonte
- A fonte e método são os principais problemas do conhecimentos, e ambos
estão em todos os âmbitos
f) Positivismo Jurídico- Kelsen em sua teoria vai dissertar sobre quais os limites da
interpretação
g) Na Inglaterra- Utilitarismo (Poder para o jurista)
h) Na França - O positivismo científico
- Primeira Geração: Exegese (O código de Napoleão)
- Segunda Geração: Escola Sociológica
i) Na Alemanha - Historicismo (Poder do legislador)
- Primeira Geração: ênfase na pesquisa
- Savigny foi um dos mais importantes juristas do historicismo, ele entendia que
a fonte legítima do Direito é a história do povo, e o método é a investigação
histórica
- Segunda Geração: Escola dos Conceitos
- Terceira geração: Escola Teleológica ( telos=razão)
- Quarta Geração: é voltada para os interesses sociais, a manifestação
individual do interesse coletivo.
j) Capitalismo como segurança
k) Como eu chego na segurança?
- Cada teoria vai ter uma resposta diferente para tal pergunta
l) O analitico é um método e a fonte é jurisprudência
m) Quando o juiz não entende a lei, utiliza de métodos sociológicos. Princípio no liquet
n) O Direito só advém do Estado, visão positivista
o) Todas as escolas buscavam o método verdadeiro do Direito, e Kelsen vai dizer que ele
não existe. A interpretação jurídica é irracional
p) Kelsen expõe a ferida narcísica do Direito, expondo sua irracionalidade

Confrontando o que foi discutido em sala hoje com a leitura base da aula texto
“Hermenêutica e argumentação: uma contribuição ao estudo do direito” , de Margarida Maria
Lacombe Camargo, posso levantar a discussão acerca do aspecto da hermenêutica como
Ciência da Interpretação, na qual a autora concebe a hermenêutica como a "ciência da
interpretação," destacando seu caráter científico e metodológico. Ela enfatiza que a
hermenêutica é uma disciplina que busca estabelecer regras e princípios para uma
interpretação correta e consistente das leis. Camargo vai dissertar também sobre um ponto de
relevância para a hermenêutica, que seria distinção entre interpretação e aplicação jurídica ,
onde é salientado que a interpretação envolve a compreensão do significado das normas
legais, enquanto a aplicação se refere à utilização dessas normas em situações práticas. A
hermenêutica está mais preocupada com a interpretação. Sendo exatamente o que o discente
Homero destacou na aula, a importância da hermenêutica para tentar acompanhar a
irracionalidade da interpretação jurídica.
Já o capítulo “Interpretação”, da obra “Teoria Pura do Direito” de Hans Kelsen ,
discute sobre a existência de múltiplos métodos de interpretação, entendo que a aplicação e a
teoria pura estariam em âmbitos distintos, mas que apesar do Direito ser considerado por uma
“ciência pura”, nada impede que em sua aplicação ocorra o círculo hermenêutico de novas
interpretações, que seria a causa da irracionalidade jurídica, pois como mencionado pelo
discente Homero, “nada realmente é”, devido a mudança de sentido a cada nova
interpretação. Nesse sentido, Kelsen entende que não existe um método verdadeiro do
Direito, pois o Direito enquanto ciência estaria na razão pura, e quando ele passa a ser
interpretado a partir do nosso ponto de vista (compreensão), ele estaria na razão prática. Isso
no dia a dia dos aplicadores do Direito, seria atribuir um sentido sempre novo através da
vontade de poder, que utilizamos quando interpretamos, pois como bem trabalhado na
primeira discussão de Hermenêutica Jurídica, na qual foi destrinchado o texto “A Genealogia
da Moral”, de Friedrich Nietzsche , “toda nova interpretação é subjugar”.
Em conclusão, a aula abordou de forma abrangente o problema da interpretação do
direito, desde os primórdios com a transição do século 18 para o 19, passando por diversas
perspectivas e teorias, até chegar ao entendimento de que não existe um "método verdadeiro"
do Direito, conforme destacado por Hans Kelsen. A discussão percorreu desde o contexto
histórico em que a interpretação legal era vista como uma atividade incerta até as
contribuições de pensadores como Schleiermacher, Dilthey e suas abordagens sobre
entendimento e compreensão . Logo, a interpretação do direito é um campo complexo e
multifacetado, influenciado por diversas correntes de pensamento ao longo da história. A
compreensão da hermenêutica jurídica e das diferentes abordagens filosóficas é essencial
para os juristas, uma vez que a interpretação desempenha um papel central na aplicação das
leis e na construção do entendimento legal. A noção de que não há um método definitivo do
Direito destaca a necessidade de uma abordagem crítica e reflexiva na interpretação jurídica,
reconhecendo sua natureza dinâmica e sujeita a mudanças.

Referências bibliográficas

CAMARGO, M. M. L. In: Hermenêutica e argumentação: uma contribuição ao estudo


do direito. Porto Alegre: Renovar, 2003. Capítulo 2.

KELSEN, H. Em: Teoria pura do Direito. São Paulo: Martins Fontes, 2009. [disponível na
biblioteca] Capítulo 8: Interpretação.

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