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DISCIPLINA:
DIREITO, LINGUAGEM E INTERPRETAÇÃO
UNIDADE I:
LINGUAGEM E
HERMENÊUTICA
4
DIREITO, HERMENÊUTICA E
INTERPRETAÇÃO.
► O Direito é um processo comunicativo.
► PROCESSO COMUNICATIVO:
TEXTO
(SIGNIFICANTE)
EMISSOR RECEPTOR
MENSAGEM
(SIGNIFICADO)
Machado de Assis
“quem lê muito, vai longe e
sabe muito”
Miguel de Cervantes,
11
“quem não lê, não quer
saber; quem não quer saber,
quer errar”
Padre
Antônio Vieira
12
TIPOS DE HERMENÊUTICA
- H. Literária;
- H. Bíbliba;
- H. Filosófica;
- H. Jurídica.
13
Hermenêutica Jurídica:
O setor específico da Ciência do Direito destinado a organizar
princípios e regras que viabilizam uma adequada interpretação do
Direito, identificando a existência ou não de lacunas, obscuridades
e antinomias, dando racionalidade ao sentido e alcance das
expressões do direito.
Martin Heidegger (1889-1976):
estendeu a hermenêutica para todas
as ciências, inclusive da natureza.
O ser é essencial.
A compreensão consiste no
movimento básico da existência.
Compreender não é um
comportamento do pensamento do ser
humano, mas sim movimento básico
da existência humana
Conhecimento # Compreensão
Podemos ter um grande conhecimento e uma fraca
compreensão, pois a compreensão parece chegar ao
que é essencial e, nalgumas das suas aplicações, ao
que é pessoal.[...]
O “MUNDO” para Heidegger
TEXTO
Compreensão
Informa e
Fornece
reforça a
significado
tradição
CONTEXTO
Pré-conceito,
Forma de Vida
TRÊS ELEMENTOS QUE INTEGRAM O
CONCEITO DE INTERPRETAÇÃO:
Exemplo:
- CLT x Estatuto dos Funcionários Públicos
- Alcance da norma inserida no art. 2º, do
CDC?“ Consumidor é toda pessoa física
ou jurídica que adquire ou utiliza produto
ou serviço como destinatário final”. 22
Qual a NORMA JURÍDICA que deve ser interpretada?
Falamos em "norma jurídica" como gênero,
uma vez que não são apenas as leis, ou
normas jurídicas legais que precisam ser
interpretadas, embora sejam elas o objeto
principal da interpretação. Assim, todas as
normas jurídicas podem ser objeto de
interpretação: as legais, as jurisdicionais
(sentenças judiciais), as costumeiras e os
negócios jurídicos.
- Leis de modo geral (art. 59, CF)
- Tratados, Acordos ou Convenções
- Medidas Provisórias
- Portarias (não se destinam a particulares)
- Despachos, Sentenças (jurisprudência)
- Usos e costumes
- Contratos, Testamentos, etc. 23AULA 1
Para alguns NÃO há necessidade de
interpretação quando a norma é "clara".
Será???
A interpretação sempre é necessária, sejam
obscuras ou claras as palavras da lei ou de
qualquer outra norma jurídica; e isso por três
razões:
E. D. Hirsch
34
Interpretação é uma
atividade que
logicamente precede a
aplicação, inicialmente
descobre-se o
significado de um
texto, para depois
aplicá-lo a um caso
específico, extraindo
das normas jurídicas
as conseqüências
normativas cabíveis
em uma determinada
situação.
O SIGNIFICADO DO ATO DE INTERPRETAR NA
PERSPECTIVA JURÍDICA (Esquema)
NORMA
OBJETO ENUNCIADO
Legislador HERMENÊUTICA
CASO CONCRETO
INTÉRPRETE
SOCIEDADE
APLICAÇÃO DO DIREITO
- É necessário que o
intérprete tenha
conhecimentos técnicos
específicos e dotes de
personalidade, tais como
probidade, serenidade,
equilíbrio e diligência.
“Juiz do Futuro”,
segundo José Renato
Nalini.
De fato, a interpretação do
Direito não se dá
meramente pela captação
dos termos das normas
jurídicas mas sim, a partir
de um fato específico
extraído da dinâmica social.
Como interpretar uma determinada questão posta relativamente ao
âmbito jurídico, chegando a um resultado justo ou minimamente injusto
para as partes envolvidas?
● CONSIDERANDO:
I - A relação dos aspectos sociológicos com os
aspectos jurídicos;
II - O contexto histórico-social do processo
interpretativo;
III - Revigoramento das questões de ordem técnica;
IV - O Direito como sistema normativo e regulador.
LARENZ, Karl. Metodologia da Ciência do Direito [Trad.: José Lamego]. 2. ed., Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 1989, p. 531.
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
AZEVEDO, Plauto Faraco. Crítica à dogmática e hermenêutica jurídica.
Porto Alegre: Sergio Fabris Editor, 1989.
CAMARGO, Margarida Maria Lacombe. Hermenêutica e Argumentação:
uma contribuição ao Estado de Direito. Rio de Janeiro: Renovar, 2001.
COSTA, Dilvanir José da. Curso de Hermenêutica Jurídica. Rio de Janeiro:
Forense, 2005.
FALCÃO, Raimundo Bezerra. Hermenêutica. São Paulo: Malheiros, 1997.
FERRAZ JÚNIOR, Tércio Sampaio. Introdução ao Estudo do Direito:
técnica, decisão, dominação. São Paulo: Atlas, 1994.
FRIEDE, Reis. Ciência do Direito, Norma, Interpretação e Hermenêutica
Jurídica. Rio de Janeiro: Forense, 2004.
MAXIMILIANO, Carlos. Hermenêutica e aplicação do Direito. Rio de
Janeiro: Forense, 1997.
STRECK, Lenio Luiz. Hermenêutica jurídica e(m) crise: uma Exploração
Hermenêutica da Constituição do Direito. Porto Alegre: Livraria do
Advogado, 2000.
CURSO: BACHARELADO EM DIREITO
UNIDADE II:
PROCESSOS DE INTERPRETAÇÃO
(métodos dogmáticos de interpretação)
Friedrich SCHLEIERMACHER
- Técnica: letra da lei com algum
elemento externo que lhe dê
sentido sistêmico;
- Elemento externo:
PSICOLOGISMO
"Mens legis"
"Mens legisatoris"
d) Sociológica: a interpretação
sociológica discute o Direito a
par5r das relações entre
sociedade e poder: influência
da estrutura da sociedade na
estrutura do Direito; discu5rá a
efe5vidade e a função social do
Direito, sua influência na
transformação social e suas
novas tendências com o
desenvolvimento da sociedade.
e) Histórica: indaga das condições de meio e momento da
elaboração da norma jurídica, bem como das causas pretéritas
da solução dada pelo legislador
(Friedrich Carl von SAVIGNY
- OCCASIO LEGIS: ocasiões históricas próximas;
- ORIGO LEGIS: ocasiões remotas.
TSFJr
f) Teleológica:
busca o fim que a norma jurídica tenciona servir ou tutelar.
UNIDADE III:
INTEGRAÇÃO E CONCRETIZAÇÃO DO DIREITO.
65AULA 1
1. Causas da incerteza na aplicação da Lei: art. 140, CPC
- As Lacunas:
- Insuficiência Legal: a lei é omissa sobre algum assunto
- Anomia (falta de normas) # Antinomia (conflito de normas)
Lacunosa
é a lei;
o Direito, não.
o costume, os princípios
gerais do direito, a lei e a
jurisprudência,
constituem modos de
expressão da regra
jurídica
Carlos Maximiliano
3. Sistemas de Aplicação ou integração:
- havendo lei expressa a respeito, o problema não oferece maior
dificuldade. Esta, porém, surge quando se trata de assunto não
previsto, ou convenientemente previsto, num diploma legal.
Soluções: Orientações para seguir:
b) Hetero-Integração:
-Processo em que o aplicador do
Direito se utiliza de normas jurídicas
pertencentes a outro ordenamento
jurídico
-Expl.: questões de comércio exterior
ANOMIAS
76
5. SOLUÇÃO DAS LACUNAS NO
ORDENAMENTO
83
f) conforme o artigo 5.º da LINDB, requer-se que o aplicador, no
caso de lacunas ou não, atenda às exigências do bem comum
e aos fins sociais a que a norma se dirige, estes considerados
os interesses gerais e os públicos, de toda a coletividade, e os
interesses sociais ou dos trabalhadores representando a maioria
da sociedade.
32 84
ANTINOMIAS
85
AS ANTINOMIAS
Critério Critério da
Hierárquico: Especialidade:
lex superior derogat lex specialis derogat
legi inferiori legi generali
Critério
Cronológico:
lex posterior
derogat legi priori
91
Soluções de Conflitos entre critérios
TIPOS DE ANTINOMIA E
SOLUÇÕES:
Antinomia de 1° grau
Critério da
Quando a resolução Critério Ccronológico Especialidade Critério Hierárquico
conflito se dá pela
utilização de somente
um dos critérios ela é
de 1° grau. (Mais fraco) Quando a lei superior
Está previsto no artigo 2° da
A norma especial prevalece sobre a
prevalece sobre a norma
LINDB. norma inferior
geral
Antinomia de 2°grau Nele a norma posterior Ex: Se houver um conflito Ex: Se uma lei entrar
prevalece sobre a norma
anterior.
de normas entre o código em conflito com a
penal e a lei de crimes
constituição, a
Ex: Se uma lei de 2015 que hediondos, prevalece à lei
trate do mesmo tema de de crimes hediondos, por constituição irá
uma lei de 2005, a lei mais que ela é mais especifica prevalecer pois ela é
Quando a resolução do recente é a que vai que o código penal. superior.
conflito se dá a partir prevalecer.
da utilização de dois
critérios.
93
Exemplos de conflitos
entre normas:
Lei Lei Especialidade > cronológico
especial geral No caso a cima prevalece o critério da especialidade
2005 2010 que é mais forte que o critério cronológico
Antinomia Real
Norma Geral Norma Não há uma regra geral de
Superior ??? Especial
solução de conflito
Inferior
CURSO: BACHARELADO EM DIREITO
UNIDADE IV:
HERMENÊUTICA CONSTITUCIONAL
“consenso geral da
comunidade sobre o que seja
razoável para a proteção dos
direitos humanos.”
a)Nível de racionalidade ÉTICA:
-Valores éticos da convivência humana;
-Arts. 1º, III e 5º, caput , da CF
-Expl.: vida, dignidade humana, etc.
a) Emenda:
CONCEITO:
Vetores ou princípios da interpretação
constitucional são elementos que servem
de guias abertos nas tarefas
interpretativas, servem para iluminar o
caminho a ser trilhado no lavor de
interpretação.
ESPÉCIES
Princípio da Supremacia
Cons9tucional:
• os mecanismos eficazes
de controle da
cons5tucionalidade serão
responsáveis pela
supremacia da
Cons5tuição
110
q Princípio da Presunção de Constitucionalidade das Normas
Infraconstitucionais:
• Presunção iuris tantum
• Toda lei é constitucional até que ocorra declaração diversa pelo Poder
Judiciário – controle de constitucionalidade e Comissões de Constituição e
Justiça
q Princípio da Imperatividade da Norma Constitucional (ou
da força normativa)
• A norma constitucional é imperativa, de ordem pública e
emana da vontade popular.
• Deve conferir obrigatoriedade a todas as normas
constitucionais.
q Princípio da Unidade da Constituição:
• Faz-se uma harmonização dos dispositivos constitucionais,
considerando-os uma totalidade, um sistema, sempre
buscando conciliá-lo, de tal modo que contradições com
outras normas constitucionais sejam evitadas, porque todas
as normas da Constituição estão no mesmo patamar. Entre
elas não há hierarquia.
• Evita contradições e antinomias
“A CF é um conjunto de regras e princípios
integrados de forma sistêmica apontando um valor
síntese capaz de indicar a direção interpretativa
diante de situações fáticas, em que os princípios
pareçam ser antagônicos.”
(prof. Washington Albino)
“o princípio da unidade da
Constituição; um princípio
excluidor de
contradições.”
q Princípio da Máxima Efetividade (dos direitos fundamentais):
• Tentar atribuir à norma constitucional a maior efetividade possível, pois os direitos
fundamentais devem ser submetidos a uma interpretação ampla
• Havendo mais de uma interpretação da norma questionada, e todas possíveis,
prefere-se a interpretação mais abrangente conforme a CF
• In dubio pro libertate = presunção de liberdade em favor do cidadão.
q Princípio da Conformidade Funcional (ou da Justeza):
• Torna inadmissível qualquer interpretação que atente contra a divisão de funções
e atribuições feitas pela CF dos órgãos estatais.
• Garante o sistema de repartição dos poderes estatais – busca a preservar a
estrutura do Estado;
• Súmula n. 339, STF: “Não cabe ao Poder Judiciário, que não tem função
legislativa, aumentar vencimentos de servidores públicos sob fundamento de
isonomia” – matéria de reserva legal: art.37, X, CF
EMENTA: REMUNERAÇÃO FUNCIONAL. EXCLUSÃO DE
BENEFÍCIO. PRETENDIDA EXTENSÃO JURISDICIONAL, A
SERVIDOR PRETERIDO, DE DETERMINADA VANTAGEM
PECUNIÁRIA. INADMISSIBILIDADE. RESERVA DE LEI E
POSTULADO DA SEPARAÇÃO DE PODERES. AGRAVO
IMPROVIDO.
- O Poder Judiciário - que não dispõe de função legislativa – não
pode conceder, a servidores públicos, sob fundamento de
isonomia, mesmo que se trate de hipótese de exclusão de
benefício, a extensão, por via jurisdicional, de vantagens
pecuniárias que foram outorgadas, por lei, a determinada
categoria de agentes estatais.
- - A Súmula 339 do Supremo Tribunal Federal - que consagra
específica projeção do princípio da separação de poderes – foi
recebida pela Carta Política de 1988, revestindo-se, em
conseqüência, de plena eficácia e de integral aplicabilidade
sob a vigente ordem constitucional. Precedentes.
q Princípio da Concordância Prática (ou da Harmonização)
• Enuncia que os bens jurídicos, constitucionalmente protegidos, devem ser
coordenados com vistas à resolução dos problemas concretos;
• Busca evitar a exclusão de um bem constitucional
“A ConsWtuição não
funciona apenas como
fundamento de validade
formal das normas
infraconsWtucionais, mas
também como
fundamento de validade
material.”
- a interpretação da lei
constitucional deve ser feita
de maneira diversa da do
direito ordinário: no direito
constitucional a exceção é o
emprego de termos técnicos
– estatuto de cidadania.
b) Conceitos pré-constitucionais:
- prevalece o sentido que a Constituição lhe atribuiu mesmo que
diferente do sentido original.
- Expl.: extradição = dar liberdade
c) conceitos polissêmicos:
- no corpo da Constituição, um mesmo termo pode ter vários
significados, cabendo ao intérprete precisá-los.
- Expl.: art. 1º e art.5º, XXXVIII (soberania)
a) Razoabilidade:
- a interpretação deve ser de
modo que permita que os
meios atinjam os fins e que
estes tenham relação com os
motivos.
b) Proporcionalidade:
- consiste na relação de
custo-benefício, a aplicação
de uma lei deve levar a
priorizar menores
desvantagens e maiores
vantagens
9. Das COLISÕES/CONFLITOS
normativos constitucionais
DISTINÇÃO ENTRE:
REGRAS E PRINCÍPIOS
TIPOS DE NORMA
(dever ser) REGRAS PRINCÍPIOS
CRITÉRIOS
ALEXY, Robert.
Teoria dos direitos
fundamentais.
Trad. de Virgílio
Afonso da Silva. São
Paulo: Malheiros,
2008, p. 93-94.
SENTENÇA FUTURISTA.....
Poder Judiciário
Tribunal de Justiça
Estado do Rio Grande do Sul
Processo: 10400051953
Comarca: Santo Ângelo - RS
DESPACHO:
1 - Vistos.
2 - A parte autora informa que o Estado do Rio Grande do Sul não
está fornecendo os medicamentos, que seu estado inspira
cuidados, sua saúde periclitante, correndo sérios riscos de
suicídio ante o quadro clínico apresentado, postulando o bloqueio
dos valores necessários para custear no mínimo o tratamento
com um dos medicamentos que ora se apresenta mais urgente,
Cymbalta 60 mg, ou o seqüestro do numerários bastante para
adquiri-lo, R$ 233,00(DUZENTOS E TRINTA R TRÊS REAIS)para
uma caixa de 28 comprimidos, fl87. A situação a que se encontra
o presente processo está se tomando a regra nas demandas
envolvendo o Estado do Rio Grande do Sul e a garantia do direito
fundamental à saúde, na medida em que, nada obstante tratar-se
de decisão judicial, reiteradamente vem sendo descumprida em
flagrante descaso com a vida e a dignidade humana e em
deprestígio do Poder Judiciário.(grifo nosso), Como vem sendo
reiterado em casos semelhantes, é inadmissível, no Estado
Democrático de Direito(CF, art.1º, caput), a alegação de que o
direito à saúde está positivado na ordem constitucional como
norma de eficácia limitada, que os recursos são escassos ou que o
Poder Judiciário não tem competência para decidir sobre a
destinação de recursos públicos porque como adverte INGO W.
SARLET ( A eficácia dos Direitos Fundamentais, Livraria do
Advogado Ed., 1996.p.296): ao Estado não apenas é vedada a
possibilidade de tirar a VIDA( daí, por exemplo, a proibição da
pena de morte), mas também que a ele se impõe o dever de
proteger ativamente a vida humana, já que esta constitui a própria
razão de ser do Estado, além do pressuposto para o exercício de
qualquer direito(fundamental, ou não)”, acrescendo que negar ao
indivíduo os recursos materiais mínimos para sua existência pode
significar, em última análise, condená-lo à morte ou
a uma existência despida de qualquer dignidade. É o caso dos
autos, em que a conduta omissiva do demandado
potencialmente implica na negação do direito reconhecido à
parte autora e na aniquilação da sua própria vida, em
descumprimento de ordem judicial estabelecida com a
observância do devido processo legal, revelando a crise de
efetividade das decisões judiciais, patrocina da muitas vezes-
pelo Poder Executivo(em todos os níveis), mais interessados em
políticas outras do que nos direitos fundamentais da população
brasileira.(grifo nosso),[...com efeito, tratando-se de obrigação de
fazer- insistentemente descumprida ou obstada- e prevendo a
citada regra citada a Possibilidade de imposição de quaisquer
mediadas que sejam necessárias para a efetivação do resultado
prático da decisão judicial, possível o deferimento do pedido da
autora, para seqüestrar o valor necessário para custear a
aquisição dos medicamentos enquanto o Estado não regularizar
o fornecimento voluntário....]Expeça-se mandato-intimem-se.
“Não me impressiona o argumento
de autoridade, mas,
sim, a autoridade do argumento”.
René Descartes
UNIDADE V:
ARGUMENTAÇÃO E DISCURSO JURÍDICO
• KELSEN e HART:
- A decisão judicial é questão da polí@ca do Direito e não da ciência do Direito.
- A ciência do Direito não é capaz de indicar uma resposta correta.
- O juiz escolhe entre várias possibilidades igualmente plausíveis dogma@camente.
- Hart fala da discricionariedade do juiz em razão da textura aberta do Direito.
- Nenhum dos dois escreveu, coerentemente, uma teoria da decisão judicial.
“Com efeito, a necessidade de
uma interpretação resulta
justamente do fato de a norma
a aplicar ou o sistema das
normas deixarem várias
possibilidades em aberto, ou
seja, não conterem ainda
qualquer decisão sobre a
questão de saber qual dos
interesses em jogo é o de maior
valor, mas deixarem antes esta
decisão, a determinação da
posição relativa dos interesses,
a um ato de produção
normativa que ainda vai ser
posto – à sentença judicial, por
exemplo.”
Hans Kelsen,
“A interpretação” In: Teoria Pura
do Direito (trad. João Baptista
Machado), 1976, p. 469.
- A escolha do juiz pode ser puramente subjetiva?
- É possível desenvolver um método para chegar a respostas
corretas, mesmo diante da indeterminação do Direito?
- Há algum critério possível de “verdade jurídica”? É possível
identificar bons argumentos jurídicos e dizer o que seria afinal
uma boa decisão?
- Kelsen mostrou que o Direito não segue os padrões das ciências
duras.
Funções da Fundamentação da
Decisão Judicial
160
PRECEDENTES
Em sentido lato (amplo), é a
decisão judicial tomada à luz de
um caso concreto, cujo elemento
normativo pode servir como
diretriz para o julgamento
posterior de casos análogos.
Decisão
Precedente
Judicial
Acórdão Ementa
163
Para o Direito, os
precedentes, mais
propriamente os judiciais,
são “resoluções em que a
mesma questão jurídica,
sobre a qual há que decidir
novamente, já foi resolvida
uma vez por um tribunal
noutro caso”
(KARL , LARENZ, Metodologia
da Ciência do Direito, p. 611).
164
Precedentes, são, do ponto
de vista prá5co, decisões
anteriores que servem como
ponto de par5da ou modelo
para as decisões
subsequentes
(NEIL MACCORMICK,
Interpre5ng precedents, p. 1
).
165
Distinguishing
técnica para verificar se o caso
em julgamento contém fatos
distintos dos que serviram de
base à ratio decidendi do
Precedente.
Overruling
técnica para verificar
se o Precedente
arguido foi superado
ou subs5tuído
(overrruled) por outro;
REFLEXÃO:
PODE O JUIZ DECIDIR DIFERENTE DO
PRECEDENTE?
Seguir a racio
Aplicar a solução decidendi do Não observar
do precedente precedente quando (dis:nguir) a
ao lidar com as diferenças com o racio
casos idên:cos; novo caso não forem decindendi
substanciais
167
OS PRECEDENTES SÃO
NORMAS DE OBEDIÊNCIA
OBRIGATÓRIA OU DIRETRIZES
DE ORIENTAÇÃO?
Precedente Precedente
Obrigatório Persuasivo
(binding precedent) (persuasive precedent)
- Art. 102 e 103-A, CF - Art. 489, 926 e 927, CPC
168
A DECISÃO JUDICIAL E
O RECURSO AOS
PRECEDENTES
o dever de autorreferência
e o respeito aos
precedentes
estabilidade,
integridade e coerência
da jurisprudência
as técnicas de dis7nção e
superação
169
Os dez recados de Nalini ao juiz
do III Milênio
1. Inovar ou morrer
2. Alavancar os a?vos
estratégicos 3.Incrementar a
velocidade
4. Ser proa?vo e
experimentalista 5. Romper
barreiras
6. Distribuir e confiar
7. Aprender mais a cada dia
8. Avaliar o desempenho
9. Reavaliar todos os anteriores
10. Comprometer-se e?camente 170
171
172