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HERMENÊUTICA

JURÍDICA
PROFA. MSC. THALITA PIRES
THALITA.KELLE@FASVIPA.COM.BR
75 98811 1960
ORIGEM DA PALAVRA HERMENÊUTICA.

Vem do verbo grego = HERMENEUEIN


No substantivo = HERMENEIA

Destaca que a palavra grega Hermeios referia-se ao sacerdote


do oráculo de Delfos.
A palavra Hermenêutica remete à mitologia antiga,
evidenciando o nome conferido ao Deus-alado Hermes.
Esta figura mítica era, na
visão da antiguidade
ocidental, responsável pela
mediação entre os Deuses e
os Homens. Hermes, a
quem se atribui a descoberta
da escrita, atuava como
mensageiro, unindo a esfera
do divino-transcendental e a
civilização humana.
Uma investigação etimológica das palavras hermeneuein e
hermeneia e das orientações significativas básicas que elas
veiculam no seu antigo uso esclarece consideravelmente a
natureza da interpretação em teologia, literatura e direito,
servindo no atual contexto de introdução válida para a
compreensão da hermenêutica moderna.
A etimologia registra ainda que a palavra interpretação provém
do termo latino interpretare (inter-penetrare), significando
penetrar mais para dentro. Ex.: práticas antigas de religiosos e
advinhos com entranhas de animais mortos, a fim de conhecer
o destino das pessoas.
O QUE É A HERMENÊUTICA?

A hermenêutica é a teoria da interpretação que vai nos dizer o que


a interpretação é.

A Hermenêutica Jurídica tem por objeto o estudo e a


sistematização dos processos aplicáveis para determinar o sentido
e o alcance das expressões do Direito.
O QUE É A INTERPRETAÇÃO ?

A interpretação, por sua vez, é a tentativa de remontar do


signo à coisa que o originou.

O procedimento de interpretação do signo surge da relação


entre o sujeito e o objeto, ou seja, entre aquele que quer
conhecer e aquilo que pretendemos conhecer, estabelecendo
um processo de conhecimento.
Tudo o quanto queremos interpretar nada mais é do que um
objeto que queremos conhecer. Então, se dizemos que a
interpretação é a tentativa de remontar do signo à coisa,
estamos querendo dizer que a interpretação é um processo de
conhecimento, de decodificação do signo para que se chegue
àquilo que abstratamente ele representa.
Qual a relação que isso tem com o mundo do
direito?
É porque os signos que vão ser interpretados são as chamadas normas
jurídicas.

Para que possamos interpretar as normas jurídicas temos como premissa


fundamental que entendê-las como válidas.

Não podemos fazer outro tipo de interpretação das normas jurídicas


senão partirmos desse pressuposto, a validade da norma.
Para termos uma ideia, quando falamos em norma jurídica,
estamos aludindo especificamente a um tipo de norma que
tem preceito, sanção e origem estatal, validade.

O que queremos dizer com validade?


Dizemos que ela foi produzida de acordo com as regras do
ordenamento.
Segundo Carlos Maximiliano, a Hermenêutica Jurídica tem por
objeto o estudo e a sistematização dos processos aplicáveis para
determinar o sentido e o alcance das expressões do Direito.

A interpretação da lei, conforme o ensinamento de FIORE, é a


operação que tem por fim “fixar uma determinada relação jurídica,
mediante a percepção clara e exata de norma estabelecida pelo
legislador”.
Quando se fala em hermenêutica ou interpretação, advirta-se que elas não
se podem restringir tão somente aos estreitos termos da lei, pois
conhecidas são as suas limitações para bem exprimir o direito, o que,
aliás, acontece com a generalidade das formas de que o direito se reveste.

Desse modo, é ao direito que a lei exprime que se devem endereçar tanto
a hermenêutica como a interpretação, num esforço de alcançar aquilo que,
por vezes, não logra o legislador manifestar com a necessária clareza e
segurança.
No passado, nem sempre essa possibilidade foi conferida ao intérprete.
No terceiro prefácio ao Digesto, o Imperador Justiniano determinou
que quem ousasse tecer comentários interpretativos à sua compilação
incorreria em crime de falso e as suas obras seriam sequestradas e
destruídas.
Modernamente, porém, é de reconhecimento geral a possibilidade de
serem as leis interpretadas, pois, constituindo elas commune
praeceptum, é evidente que a sua fórmula genérica e concisa deve ser
devidamente esmiuçada para melhor adequação aos casos concretos.
A hermenêutica é, seguramente, um tema essencial para o conhecimento.
Tudo o que é apreendido e representado pelo sujeito cognoscente
depende de práticas interpretativas. Como o mundo vem à consciência
pela palavra, e a linguagem é já a primeira interpretação, a hermenêutica
torna-se inseparável da própria vida humana.
Livro base da aula:
Hermenêutica e Interpretação Jurídica – Ricardo Maurício F.
Soares

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