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Todavia, somente é possível compreender isso a partir da admissão da tese de que a linguagem
não é um mero instrumento ou terceira coisa que se interpõe entre um sujeito (cognoscente) e
um objeto (cognoscível). O abismo gnosiológico que separa o homem das coisas e da
compreensão acerca de como elas são, não depende – no plano da hermenêutica jurídico
filosófica (e, portanto, da Crítica Hermenêutica do Direito) – de pontes que venham ser
construídas - paradoxalmente - depois que a travessia (antecipação de sentido) já tenha sido
feita. É o que denomino de “aporia da ponte”.
De acordo com a sistemática do artigo 5º, parágrafo terceiro, da Constituição Federal, os tratados
e convenções internacionais sobre direitos humanos que forem aprovados em cada casa do
Congresso em dois turnos, por três quintos dos votos, serão equivalentes às emendas
constitucionais, sendo mais uma hipótese de reforma da Constituição, in verbis:
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos
brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à
liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes
Por fim, é importante destacar que a mutação e, consequentemente, a nova interpretação, não
poderá afrontar os princípios estruturantes da Constituição, nem como ser contrário ao próprio
texto constitucional, sob pena de vicio de inconstitucionalidade.
Maria da Conceição Ferreira Magalhães acerta ao dizer que “a Hermenêutica não se refere
somente à lei, mas ao direito; seu escopo é compreender o conteúdo das formas de expressão
do direito.”
Por fim, hermenêutica jurídica, assim, serão abordados todos os princípios e regras que devam
ser judiciosamente utilizados para a interpretação do texto legal. E esta interpretação não se
restringe ao esclarecimento de pontos obscuros, mas toda elucidação a respeito da exata
compreensão da regra jurídica a ser aplicada aos fatos concretos.