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Hermenegildo Da Silva
(Advogado Estagiário e Docente Universitário)
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SUMÁRIO
1. RESUMO;
2. INTRODUÇÃO;
3. CONSTITUIÇÃO PENAL;
4. CONCLUSÃO;
5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.
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RESUMO
É, de longe, uma verdade inquestionável que o Direito Penal se relaciona
razões que assim seja, desde o facto de ambas serem ramos de Direito
Público por excelência e por terem uma influência política muito
acentuada. Quem os cria é o poder político nas vestes do poder legislativo
em consequência do artigo 105.º e alínea e) do artigo 164.º todos da
Constituição da República de Angola (Adiante CRA). Em termos de
hierarquia kelseniana, a Constituição – que dá corpo ao chamado Direito
Constitucional – aparece acima do Código Penal (Adiante CP) – que, de
igual modo, dá conteúdo ao Direito Penal – por força do artigo 6.º da CRA.
Muito por conta da índole fragmentária do Direito Constitucional, as
normas penais descritas na CRA não são abordadas de forma holística
para não furtar o trabalho do legislador penal neste sentido. Isso,
certamente, implica que as normas penais previstas na CRA sejam,
apenas, espelhos para um manancial de páginas que se pode discorre-las.
A Constituição Penal é um segmento que se ancora à Constituição no seu
todo. É uma parte dela, mas uma parte fulcral para a construção e
consolidação do Estado Democrático e de Direito bem como para um
Direito Penal que se augura mais Democrático, Civilizado, Humano e
Justo.
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INTRODUÇÃO
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Platone, Menesseno, Dante Allighieri, Roma 2005.
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CONSTITUIÇÃO PENAL
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Difícil é a tarefa de conceituar dignidade, pessoa e humano. Talvez pelo
facto de ser tão amplo e profundo seus significados. Bem como, pela influência
que podem ter na vida do homem como um todo. Ser digno é ter o mínimo para
se viver bem. O que é diferente de ter o essencial para sobreviver.
A palavra pessoa como afirma Garcia (2003) também teve sua origem no
latim. Era expressão usada para designar os actores das peças teatrais. Com a
evolução do mundo, todos os actores são identificados como pessoa,
independente de qualquer condição.
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acabou por se fazer a junção das duas palavras, atribuindo-se dignidade à todas
as pessoas, indistintamente. Tal conceito vai além do que podemos identificar,
além do mero português ou do latim aqui mencionados, vai além da filosofia,
além do próprio corpo.
Para Maritain apud Garcia (2003, p. 34): (...) que o homem é uma pessoa,
queremos significar que ele não é somente uma porção de matéria, em elemento
individual na natureza, como um átomo (...). É assim de algum modo um todo, e
não somente uma parte, é em si mesmo um universo, um microssomo, no qual
o grande universo pode ser contido por inteiro graças ao conhecimento, e pelo
amor pode dar-se livremente a seres que são como outras tantas encarnações de
si próprio (...). Asseverar que o homem é pessoa, quer dizer que no fundo do seu
ser é um todo mais do que uma parte, e mais independente que servo.
Já a palavra Princípio vem do latim principium, e num sentido amplo quer
dizer “momento em que alguma coisa tem origem; começo; causa primária;
elemento predominante na constituição de em corpo orgânico; teoria.”
(MIRANDA, 2001, p. 452). É uma palavra polissêmica, ou seja, pode ser entendida
em diversos sentidos. Porém, para o tema ora discutido, buscar-se-á o conceito
de princípio no âmbito jurídico. Picazo apud Paulo Bonavides, (1983, p.1267 -
1268) diz que: “A ideia de princípio, (...) deriva da linguagem da geometria, onde
designa as verdades primeiras‟ (...), exactamente por isso são princípios‟, ou
seja, porque estão ao princípio‟, sendo as premissas de todo um sistema (...).”
Segundo o entendimento de Espíndola (2001, p. 53): Pode-se concluir que
a ideia de princípio ou sua conceituação, seja lá qual for o campo do saber que
se tenha em mente, designa a estruturação de um sistema de ideias,
pensamentos ou normas por uma ideia mestra, por um pensamento chave, por
uma baliza normativa, donde todas as demais ideias, pensamentos ou normas
derivam, se reconduzem e/ou se subordinam. Princípios são direcionadores de
todo o nosso sistema normativo. São as diretrizes das quais não se deve e não
se pode fugir. Seu conceito vai além da faculdade de seguí-lo ou não, pois tornou-
se imperativo no mundo jurídico, e sua obrigatoriedade se faz essencial à
interpretação jurisdicional.
Assim, declara Picazo citado por Bonavides (1983, p.1268): “Declara, (...)
invocando o pensamento do jurista espanhol F. de Castro, que os princípios são
verdades objectivas, nem sempre pertencentes ao mundo do ser, senão do dever-
ser, na qualidade de normas jurídicas, dotadas de vigência, validez e
obrigatoriedade.” E como não é uma tarefa fácil, interpretar e/ou conceituar o
princípio da dignidade da pessoa humana, este deve ser observado como um
todo na medida de sua dimensão.
Para Barcellos (1988, p. 159): Não é necessário, portanto, determinar todo
o conteúdo do princípio, ou todas as suas pretensões, uma vez que o princípio
da dignidade humana contém, de facto, um campo livre para a deliberação
política, mas é possível e desejável apurar esse núcleo mínimo de efeitos
pretendidos, de modo a maximizar sua normatividade. Não há quem possa, com
seriedade intelectual, afirmar, por exemplo, que uma pessoa tem sua dignidade
respeitada se não tiver o que comer ou com o que vestir, se não tiver
oportunidade de ser alfabetizada, se não dispuser de alguma forma de abrigo.
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O Direito Penal tem o condão de se preocupar com os seguintes
binómios: crime-pena e estado de perigosidade social-medidas de
segurança. Chama-se Direito Penal3 ao conjunto das normas jurídicas que
ligam a certos comportamentos humanos – os crimes – determinadas
Nesse mesmo sentido, Barroso (1998, p. 296), entende que: Dignidade da pessoa
humana é uma locução tão vaga, tão metafísica, que embora carregue em si forte
carga espiritual, não tem qualquer valia jurídica. Passar fome, dormir ao relento,
não conseguir emprego são, por certo, situações ofensivas à dignidade humana.
Existe pois, uma grande diferença entre viver e sobreviver.
A Constituição garante dignidade. No entanto, não há como negar a
ineficácia da Magna Carta, diante de algumas situações descritas acima. Difícil
se torna a tarefa de não ser simpatizante de que o artigo 1.º da CRA, dentre
tantos outros, é letra morta. Para Torres apud Barcellos (2000, p.180), “sem o
mínimo necessário à existência cessa a possibilidade de sobrevivência do
homem e desaparecem as condições iniciais da liberdade. A dignidade humana
e as condições materiais não podem retroceder aquém de um mínimo.” Continua
o mesmo autor defendendo o que deve ser o mínimo para a sobrevivência
humana, “os direitos à alimentação, saúde e educação, embora não sejam
originariamente fundamentais, adquirem o status daqueles no que concerne à
parcela mínima sem a qual o homem não sobrevive”. (TORRES apud BARCELLOS,
2000, p.181).
Pode-se analisar, dos textos até então formulados, que o princípio da
dignidade da pessoa humana, é valor supremo de uma constituição. Uma vez,
que a pessoa é o fim e o começo de uma sociedade e do Estado. Tudo o que se
faz é em prol do ser humano. Afirma Garcia (2003, p. 45), “em consequência ao
valor reconhecido a cada pessoa, esta aparece como fundamento e fim da
sociedade e do Estado. (...). Nesta perspectiva, a pessoa é o valor supremo da
democracia, a raiz antropológica constitucionalmente estruturante do Estado de
Direito.”
Importante, no entanto, é lembrar que todos os direitos e garantias,
inclusive os princípios constitucionais, estão vinculados ao princípio da
dignidade da pessoa humana. Assim, há ou têm que haver o mínimo de
dignidade da pessoa na execução de todas as regras e normas constitucionais.
O princípio da dignidade da pessoa humana deve estar contido em todas
as interpretações de todo o texto da Carta Magna. Barcellos (2000) propõe três
categorias de direitos, que estão inseridos na Constituição, com efeitos
necessários de conteúdo mínimo da dignidade humana: a educação
fundamental, a saúde mínima e assistência aos desamparados. Assim sendo, a
Constituição, nos termos do artigo 1.º, traz como princípio fundamental a
dignidade da pessoa humana. Até então, às vezes que foram abordados nas
Constituições anteriores, não estavam sendo tratados como princípio
fundamental, sendo uma grande inovação na Constituição de 2010.
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Dias, Jorge de Figueiredo, Direito Penal, 2ª Edição, Coimbra Editora, Agosto de
2007 p. 3
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consequências jurídicas privativas deste ramo de direito, que é a pena
aplicada ao agente do crime que tenha actuado com culpa e, do outro
lado, as medidas de segurança caso o agente esteja desprovido de culpa.
A Constituição estabelece os direitos fundamentais e limita o agir
punitivo do Estado. Por conta disto, tem sido cada vez mais categórico
que a nossa Constituição é garantística.
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Metaforicamente, a vida do direito penal depende dos bens jurídico-
penais. É comummente aceite que o direito penal - direito criminal para um
sector da doutrina - tem como função a salvaguarda dos bens jurídicos do
cidadão na comunidade, como dissemos anteriormente. O acento tónico, daquilo
que se escreveu, é posto à palavra "bem jurídico" que é um valor digno de tutela
constituconal capaz de legitimar a criminalização de um facto e/ou restringir o
agir estatal.
Historicamente, isto nos finais do século XIX, na obra de Franz V. List, foi
teorizada o bem jurídico como um freio/limite ao poder punitivo estatal, ou seja,
só se tem legitimidade para punir e criminalizar, caso se viole um bem jurídico
dotado de dignidade constitucional e penal.
O conceito de bem jurídico-penal é difícil de precisar, "não é a última
verdade escrita numa rocha, não é o terceiro testamento que deve ser seguido
obrigatoriamente", como disse alguém, mas há uma verdade no meio: o bem
jurídico visa estabelecer uma fronteira entre o que legitimamente pode e não
pode ser criminalizado. O que isso quer dizer?
Simples, o legislador ordinário, caso queira criminalizar certa conduta,
pode criminalizá-la desde que seja causadora de danosidade e ofensividade a
uma norma com dignidade constitucional como, por exemplo, a integridade
física nos termos do artigo 31.º da Constituição da República de Angola.
Só para que conste, essa relação entre a ordem axiológica constitucional
e a ordem legal dos bens jurídicos dignos de tutela penal, permite estabelecer a
distinção entre o direito de penal de justiça/primário4 - aqueles contidos no
Código Penal - e o direito penal secundário/extravagante - contidos em leis
avulsas-, ou seja, há uma tendência de o direito penal proteger mais os direitos,
liberdades e garantias pessoais em relação aos direitos económicos e sociais.
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i) A vida;
iii) A honra;
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Pois vejamos, em cada tipo penal incriminador, há um bem jurídico
a ser protegido. Bem jurídico sem o qual a sociedade se degrada caso seja
violado. O bem jurídico “vida” está ancorado no tipo penal “homicídio”
previsto no artigo 147.º do CP. A vida humana é tutelada pela
Constituição no artigo 30.º em corolário ao artigo 147.º do CP. Qualquer
tentativa de perigar a vida ou mesmo a sua retirada de forma efectiva,
merecerá uma actuação energética e imediata por parte do Estado
enquanto titular do “ius puniendi”.
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Sempre que uma determinada pessoa, de forma livre, deliberada e
consciente adoptar acções que ofendam a honra, o bom nome, a reputação e até
a autoestima de uma terceira pessoa, estará a cometer crimes previstos na
secção II da parte especial nos seus artigos 215º, 214º e 213º todos da Lei º nº
38 / 20 de 11 de Novembro-Código Penal:
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A calúnia
A calúnia é um crime previsto no artigo 215º do Código Penal e consiste
em uma pessoa acusar falsamente outra imputando-lhe a prática de actos
declarados puníveis nos termos da lei penal. Dito de outro modo, o crime de
calúnia ocorre quando uma pessoa é acusada falsamente de cometer um crime.
Esta acusação deve ser feita de forma detalhada e na presença de terceiros. Pois,
a calúnia atinge a honra objectiva (a boa reputação que o indivíduo goza no
grupo social). E dar-se-á por consumado, quando a imputação chega ao
conhecimento de terceira pessoa;
A calúnia é o mais grave dos crimes contra a honra, porque exige que o
agente narre ou descreva pormenorizadamente um facto criminoso concreto e
o atribua a alguém. Ademais, é por este motivo que do ponto de vista de
penalidade a moldura penal aplicável ao crime em estudo vai dos seis (6) meses
aos dois (2) anos de prisão e multa até 260 dias. Ora, é fundamental que a
conduta adoptada pelo agente do crime seja séria ou seja o agente deve estar
munido do animus injuriandi vel diffamandi (isto é a intenção maléfica por
parte do agente de ofender a honra ou manchar a boa reputação que a vítima
goza no grupo social). É fundamental que o agente faça a acusação falsa perante
terceiros e esteja revestido da intenção de manchar a boa fama alheia.
A difamação
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O artigo 33.º da CRA cura da inviolabilidade do domicílio,
salvaguardando, mais uma vez, a intimidade da vida privada. Sem que
haja consentimento do proprietário, salvo nos casos determinados por
lei, ninguém pode entrar, permanecer ou persistir em ficar em casa alheia.
Que assim proceder está a comer o crime de introdução em casa alheia
prevista e punível nos termos do artigo 228.º do CP.
cuidando da sua própria vida e evitar fazer comentários desonrosos sobre a vida
alheia.5
A injúria
Ora diferente dos outros tipos ilícitos penais que afectam a honra da
pessoa (Calúnia e difamação), no crime de injúria, agente da acção criminosa,
não faz uma narrativa falsa ou imputa factos ilícitos à vítima, há na verdade a
atribuição de uma qualidade negativa à vítima, consiste em ofender a vítima
usando uma expressão desairosa ou insultuosa para se referir à mesma. Assim,
atribuição de uma característica negativa atribuída à vítima para que se
consubstancie no crime de injúria, deve ser ofensiva à sua dignidade ou decoro.
Por outro lado, por tratar-se de um crime que afecta a honra subjectiva, a
sua consumação ocorre quando a ofensa proferida chega ao conhecimento da
vítima.
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para uma normal e eficaz comunicação. Quem se imiscuir neste ciclo de
comunicação, certamente, estará a violar esse sigilo que se deve presar
nas relações humanas. A pena vai até 18 meses de prisão e 180 dias de
multa quem perturbar e devassar a vida privada de outrem, segundo rege
o artigo 230.º do CP.
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As sanções penais devem ser necessárias, visto que os seus fins não podem ser
prosseguidos por outro ramo do direito.
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Implica que os meios legais restritivos da liberdade e os fins obtidos devem
situar-se numa justa medida, determinada pela gravidade do mal causado e
censurabilidade do seu autor, tendo aplicabilidade na determinação judicial da
pena aplicável em abstrato.
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As sanções penais legalmente previstas devem revelar-se adequadas para a
prossecução dos fins visados pela lei.
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reivindicar pioneiro. Um princípio segundo o qual, na definição complexa
que dele dá Jescheck, “todas as relações humanas, abarcadas pelo Direito
Penal na sua mais lacta acepção, devem ser ordenadas na base da
recíproca comunicação, da responsabilidade comunitária pelo homem que
foi punido, da livre disponibilidade para o auxílio e o cuidado sociais e da
vontade decidida de recuperar o criminoso condenado”.
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Todo o direito penal assenta no princípio da culpa – entendamos aqui a
culpa como o juízo de censura que recai ao agente – não sendo por acaso que
Jorge Figueiredo Dias entenda que, na verdade, devia chamar-se direito penal da
culpa.
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Os números 2, 3 e 4 tratam do princípio da legalidade penal e da
irretroatividade da lei penal.
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constituinte cunhou-o no artigo 65.º, nº 2 e 3 da Constituição da
República de Angola e o legislador ordinário estatui-o no artigo 1.º do
Código Penal Angolano.
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Não há crime sem lei prévia que como tal preveja uma certa conduta como
socialmente nociva e reprovável. O legislador não atribui eficácia retroativa à lei
criminalizadora ou agravante da responsabilidade penal.
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Significa que a única fonte do direito penal é a lei formal, ou seja, a lei da
Assembleia Nacional.
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Pressupõe uma vinculação a uma estrita interpretação literal sem margem para
analogia ou interpretação extensiva.
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É a exigência feita ao legislador penal de que, na criação da lei penal, descreva
o facto punível da forma o mais possível precisa.
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quadro da estrutura das normas jurídicas, elas estabelecem, apenas, o
preceito secundário e remetem o preceito primário para uma norma
extrapenal, ou seja, dita norma penal em branco.
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que o direito penal, regra geral, não se aplica a factos passados, ou seja,
as normas jurídicas só devem aplicar-se aos factos ocorridos a partir da
sua entrada em vigor e até que sejam revogadas ou substituídas por
outras. É, de longe, uma exigência constitucional e legal de que só seja
punido o facto descrito e declarado passível de pena por lei anterior ao
momento da prática do facto, reza o nº 1, artigo 2.º do CP.
18
preventivo-geral de discussão atribuída à pena determinam, desde finais
do séc. XVIII, a consagração constitucional da proibição da aplicação
retroativa da lei penal desfavorável14.
14
De Carvalho, Américo Taipa, ob.cit, pág 170.
19
CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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Constituição da República de Angola, Editora Fd-Iuris, 1ª Edição, 2021;
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