Transplantes cardíacos e doações de órgãos

Resumo Expandido

A importância do transplante cardíaco e doação de órgãos na epidemia

cardiovascular

RESUMO
No Brasil, cerca de 14 milhões de pessoas têm alguma doença cardiovascular e, pelo menos, 400 mil
mortes ocorrem por ano, em decorrência dessas enfermidades, o que corresponde a 30% de todos os
óbitos no país. Desta maneira, o presente trabalho tem como objetivo enfatizar a importância da doação de
órgãos para a população em geral como ferramenta primordial em casos de transplantes cardíacos. Para
essa finalidade, foram selecionados artigos através de uma revisão retrospectiva da literatura dos últimos 22
anos, tendo como base de dados literaturas selecionadas por meio da busca de artigos e de dissertações
encontrados nos periódicos da Scielo, PubMed, Cremesp e revista Brasileira Cirúrgica Cardiovascular,
nesse processo, foram selecionados 6 artigos quando utilizados os descritores "transplante, coração,
órgãos, doenças cardiovasculares e doação”. De acordo com as evidências encontradas na literatura, o
transplante cardíaco (TC) é de suma importância na realidade da saúde pública brasileira e evoluiu
significativamente com o passar dos anos, sendo assim é fundamental compreender as dificuldades
envolvidas na doação de órgãos no Brasil.

Descritores: Transplante; Coração; Órgãos; Doação; Doenças cardiovasculares.

1. INTRODUÇÃO propiciando desenvolvimento na

As doenças cardiovasculares são um
grupo de doenças do coração e dos
vasos sanguíneos que incluem: Doença
coronariana, Doença cerebrovascular,
Doença arterial periférica, Doença
cardíaca reumática e Cardiopatia
congênita. Segundo a organização Pan-
Americana da saúde (2022), a maioria
das doenças cardiovasculares podem ser
prevenidas por meio da abordagem de
fatores comportamentais de risco – como
o uso de tabaco, dietas não saudáveis e
obesidade, falta de atividade física e uso
nocivo do álcool –. Porém alguns desses
fatores se tornam irreversíveis, deixando
apenas o transplante cardíaco como
alternativa viável ao portador.
O primeiro transplante cardíaco (TC)
no Brasil foi realizado em 1968 por
Euryclides Zerbini, porém, os resultados
foram insatisfatórios, apresentando alta
taxa de mortalidade após o Transplantes (SNT), explica que o TC é
procedimento. No final dos anos 1970,
com o surgimento da ciclosporina -
imunossupressor capaz de prevenir a
rejeição de órgãos em transplantes-, que
possibilitou melhor controle da rejeição,
realização dos transplantes em geral,
inclusive do TC, mas ganhou
desenvolvimento satisfatório em 1985,
com o paciente tendo mais de 19 anos de
sobrevida (CREMESP, 2004).
Dados da Associação Brasileira de
Transplante de Órgãos (ABTO) mostram
que, no primeiro semestre de 2023,
foram realizados 208 transplantes de
coração no Brasil. De todas as pessoas
que receberam um coração desde então,
71% sobreviveram por mais de um ano e
59% por mais de cinco (ASSOCIAÇÃO
BRASILEIRA DE TRANSPLANTE DE
ÓRGÃOS ,2023).
Em suas últimas publicações a
Sociedade Brasileira de Cardiologia
estima que, até o final do ano de 2023,
cerca de 400 mil brasileiros venham ao
óbito por doenças do coração, nesse
ínterim, Daniela Salomão, coordenadora-
geral do Sistema Nacional de
um procedimento que necessita de
agilidade. “As pessoas que entram na
lista possuem necessidades urgentes”,
detalha, que o SNT possui critérios para
elegibilidade do procedimento, como a

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compatibilidade de grupo sanguíneo,
peso, altura e critérios de gravidade que
formam a prioridade na lista.
Nessa ótica, esta pesquisa tem como
objetivo enfatizar a importância da
doação de órgãos para a população em
geral como ferramenta primordial em
casos de transplantes cardíacos.
2. PERCURSO METODOLÓGICO
Para atender ao objetivo proposto, foi
desenvolvido um estudo descritivo e
bibliográfico, do tipo revisão integrativa
da literatura, mediante levantamento dos
artigos disponíveis nas revistas Scielo,
PubMed, Cremesp e Revista Brasileira
Cirúrgica Cardiovascular, no período de
2001 a 2023 utilizando os descritores:
"transplante, coração, órgãos, doenças
cardiovasculares e doação”. A coleta de
dados obteve um quantitativo de 225
artigos nas bases de dados utilizadas.
Em seguida, foram selecionados apenas
aqueles que versavam sobre a evolução
do transplante cardíaco e seus benefícios
de reabilitar fisiologicamente as pessoas
portadoras de doenças cardiovasculares
irreversíveis. Ao final, restaram 6
publicações, as quais foram sintetizadas
em um quadro comparativo contendo as
seguintes informações: título do artigo,
autor e ano de publicação, objetivos,
metodologia, resultados principais e
conclusão. Os resultados foram
apresentados em um quadro abaixo e
analisados de acordo com a literatura
específica.
Outrossim, com a ótica voltada para a
doação e transplante de órgãos, foi
realizado um projeto de extensão
inclusivo na Semana Universitária –
UNIFIMES Mineiros, destinado a
comunidade acadêmica, bem como para
a população em geral. Para isso os
ligantes da liga de Anatomia Fattini
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participaram da encenação de acidente
ao vivo, realizaram um curta metragem
sobre todo o processo de doação de
órgãos e transplante cardíaco. Ao final,
foi realizado uma palestra com o Doutor
Rafael Saad diretor geral de transplante
de órgãos da Santa Casa de Araçatuba,
ressaltando a importância do ato da
doação de órgãos, tramites legais e como
é feito os transplantes em geral, visando
esclarecer as principais dúvidas da
população participante.
3. RESULTADOS
Os resultados obtidos foram
satisfatórios, visto que as imagens
mostram a participação e interesse da
sociedade em geral no que concerne às
normas legais vigente sobre a doação e
transplante de órgãos.
Foto 1. Encenação do acidente
promovido pelos Ligantes da Liga de
Antomia Fattini, UNIFIMES – campus
Mineiros – GO.
Fonte: Acervo próprio da Liga de Anatomia
Fattini.
Foto 2. Palestra sobre doação de
órgãos com foco no transplante cardíaco
promovido pelos Ligantes da Liga de
Antomia Fattini, UNIFIMES – campus
Mineiros – GO.

Fonte: Acervo próprio da Liga de Anatomia
Fattini.
Quadro 01- Trabalhos selecionados para
a revisão bibliográfica.
4. DISCUSSÃO
O delineamento histórico das doenças
cardíacas referente aos diagnósticos e
mortes por essa causa, no Brasil e no
mundo, vem sofrendo alterações bruscas
no decorrer dos anos. Essas alterações
necessitam ser analisadas de forma
singular, pois, tais mudanças refletem
novas preocupações com a saúde
pública nacional e estilos de vida
adotados pela população (MORAES
NETO et al., 2001).
Nessa perspectiva, o transplante
cardíaco (TC) é o tratamento de escolha
para doenças cardiovasculares graves. A
sobrevida melhorou substancialmente
desde o primeiro transplante há 50 anos,
principalmente após a introdução de
inibidores de calcineurina e melhor
manejo das complicações relacionadas à
imunossupressão. Nas pesquisas
existentes sobre transplante cardíaco é
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consenso que a vida propriamente dita
dá sentido ao cotidiano, contudo,
emergem situações complexas e novas
preocupações resultantes da condição de
ser um transplantado cardíaco.
Em tal contexto, para operacionalizar
as aspirações dos pacientes, a existência
de suportes social, profissional e
espiritual configuram-se como
imprescindíveis na manutenção do
autocuidado, o que repercute de forma
positiva no seu cotidiano, melhorando a
qualidade de vida mesmo naqueles com
mais de 5 anos de transplante (HELITO
et al.,2009).
Nessa conjectura, o TC é atualmente a
abordagem cirúrgica definitiva padrão-
ouro no tratamento da insuficiência
cardíaca (IC) refratária, situação na qual
o paciente apresenta grande limitação
funcional e elevada mortalidade. No
entanto, a escassez de doadores limita
de forma expressiva a realização de um
maior número de TCs (SANDRIGO
MANGINI et al.,2015). Diante desse
empasse, e mediante as observações de
Morais e Morais (2012), percebe-se
que a propagação e o esclarecimento
são fundamentais para que a população
possa elaborar uma consciência sobre a
doação de órgãos. Visto que, segundo
Bispo, Lima e Oliveira (2016) a
desinformação sobre o tema pode
apresentar até 57% como justificativa
quanto a não autorização à doação de
órgãos. Do mesmo modo, Morais e
Morais (2012) e Bispo, Lima e Oliveira
(2016) chegam à conclusão de que
baixos índices da doação de órgãos e
tecidos, referem-se há uma inadequada
compreensão do processo da morte
encefálica e dos tramites legais da
doação de órgãos, concomitante ao
medo em relação ao tráfico de órgãos.
Nesse ínterim, os familiares dos
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possíveis doadores apresentam certa cardíacos, uma vez que por meio desses,
apreensão e incerteza no momento da avanços foram possibilitados no
ocorrência do óbito de um familiar, por tratamento e reabilitação das doenças
muitas vezes não compreender o cardiovasculares. Sendo assim é
significado de morte encefálica, como fundamental promover iniciativas para
são realizados os procedimentos para a aumentar o conhecimento sobre a
doação de órgãos, entre outras importância da saúde cardiovascular ao
situações, devido à falta de longo da vida. Além de compreender
esclarecimento prévio. melhor as dificuldades envolvidas na
Nessa linha de pensamento, estudos doação de órgãos para poder definir
sobre tendências temporais dos políticas públicas e assistência à saúde
principais fatores de risco para doença reduzindo lacunas, e promover uma
cardiovascular no Brasil demonstraram melhora na atenção à saúde brasileira.
redução no hábito de fumar, mas
aumento da prevalência de sobrepeso, REFERÊNCIAS
obesidade e hábitos de alimentação
pouco saudáveis. Entretanto, a incidência ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE
de doenças cardiovasculares em adultos TRANSPLANTE DE ÓRGÃOS (ABTO).
jovens aumentou ou permaneceu Número de transplantes de coração no
Brasil.2023. Revista PubMed, v. 2, n.
estacionária. Ademais, nota-se uma nova
4, p. 172-172, 2023.Disponível em:
epidemia de doenças cardiovasculares https://site.abto.org.br/. Acesso em: 28
em populações mais jovens, set. 2023.
especialmente com insuficiência BISPO, Cliciane Ramos; LIMA,
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primordial para evitar a incidência das órgãos: uma perspectiva de
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ferramenta valiosa neste processo. Além Qualidade de vida dos candidatos a
de estimular e esclarecer sobre a doação transplante de coração. Revista Brasileira
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cirúrgica e reverter esse fator limitante
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(PUENTES et al.,2023). Souza Júniora et al. Mortalidade
atribuível às doenças cardiovasculares
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Colige-se a importância de destacar o 14, p. 49-50, 28 fev. 2023.
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 Transplantes cardíacos e doações de órgãos

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