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Parágrafo único.

Se o crime for praticado contra menor de


ATUALIZAÇÃO PM PA dezoito anos a pena é agravada de 1/3 (um terço).
Art. 7º Impedir o acesso ou recusar hospedagem em hotel,
pensão, estalagem, ou qualquer estabelecimento similar.
Pena: reclusão de três a cinco anos.
LEGISLAÇÃO EXTRAVAGANTE Art. 8º Impedir o acesso ou recusar atendimento em
restaurantes, bares, confeitarias, ou locais semelhantes abertos ao
público.
LEI Nº 7.716, DE 5 DE JANEIRO DE 1989. Pena: reclusão de um a três anos.
Mensagem de veto Define os crimes Art. 9º Impedir o acesso ou recusar atendimento em
Vide Lei nº 12.735, de 2012 resultantes de preconceito estabelecimentos esportivos, casas de diversões, ou clubes sociais
(Vide ADO Nº 26) de raça ou de cor. abertos ao público.
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, faço saber que o Pena: reclusão de um a três anos.
Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei: Art. 10. Impedir o acesso ou recusar atendimento em salões
Art. 1º Serão punidos, na forma desta Lei, os crimes de cabeleireiros, barbearias, termas ou casas de massagem ou
resultantes de discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, estabelecimento com as mesmas finalidades.
religião ou procedência nacional. (Redação dada pela Lei nº 9.459, de Pena: reclusão de um a três anos.
15/05/97) Art. 11. Impedir o acesso às entradas sociais em edifícios
Art. 2º (Vetado). públicos ou residenciais e elevadores ou escada de acesso aos
Art. 2º-A Injuriar alguém, ofendendo-lhe a dignidade ou o mesmos:
decoro, em razão de raça, cor, etnia ou procedência Pena: reclusão de um a três anos.
nacional. (Incluído pela Lei nº 14.532, de 2023) Art. 12. Impedir o acesso ou uso de transportes públicos,
Pena: reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e como aviões, navios barcas, barcos, ônibus, trens, metrô ou qualquer
multa. (Incluído pela Lei nº 14.532, de 2023) outro meio de transporte concedido.
Parágrafo único. A pena é aumentada de metade se o crime Pena: reclusão de um a três anos.
for cometido mediante concurso de 2 (duas) ou mais Art. 13. Impedir ou obstar o acesso de alguém ao serviço em
pessoas. (Incluído pela Lei nº 14.532, de 2023) qualquer ramo das Forças Armadas.
Art. 3º Impedir ou obstar o acesso de alguém, devidamente Pena: reclusão de dois a quatro anos.
habilitado, a qualquer cargo da Administração Direta ou Indireta, bem Art. 14. Impedir ou obstar, por qualquer meio ou forma, o
como das concessionárias de serviços públicos. casamento ou convivência familiar e social.
Pena: reclusão de dois a cinco anos. Pena: reclusão de dois a quatro anos.
Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem, por motivo de Art. 15. (Vetado).
discriminação de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional, Art. 16. Constitui efeito da condenação a perda do cargo ou
obstar a promoção funcional. (Incluído pela Lei nº 12.288, de 2010) função pública, para o servidor público, e a suspensão do
Art. 4º Negar ou obstar emprego em empresa privada. funcionamento do estabelecimento particular por prazo não superior a
Pena: reclusão de dois a cinco anos. três meses.
§ 1o Incorre na mesma pena quem, por motivo de Art. 17. (Vetado).
discriminação de raça ou de cor ou práticas resultantes do Art. 18. Os efeitos de que tratam os arts. 16 e 17 desta Lei não
preconceito de descendência ou origem nacional ou étnica: (Incluído são automáticos, devendo ser motivadamente declarados na
pela Lei nº 12.288, de 2010) sentença.
I - deixar de conceder os equipamentos necessários ao Art. 19. (Vetado).
empregado em igualdade de condições com os demais Art. 20. Praticar, induzir ou incitar a discriminação ou
trabalhadores; (Incluído pela Lei nº 12.288, de 2010) preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional.
II - impedir a ascensão funcional do empregado ou obstar (Redação dada pela Lei nº 9.459, de 15/05/97)
outra forma de benefício profissional; (Incluído pela Lei nº 12.288, de Pena: reclusão de um a três anos e multa. (Redação dada
2010) pela Lei nº 9.459, de 15/05/97)
III - proporcionar ao empregado tratamento diferenciado no § 1º Fabricar, comercializar, distribuir ou veicular símbolos,
ambiente de trabalho, especialmente quanto ao salário. (Incluído pela emblemas, ornamentos, distintivos ou propaganda que utilizem a cruz
Lei nº 12.288, de 2010) suástica ou gamada, para fins de divulgação do nazismo. (Redação
§ 2o Ficará sujeito às penas de multa e de prestação de dada pela Lei nº 9.459, de 15/05/97)
serviços à comunidade, incluindo atividades de promoção da Pena: reclusão de dois a cinco anos e multa.(Incluído pela Lei
igualdade racial, quem, em anúncios ou qualquer outra forma de nº 9.459, de 15/05/97)
recrutamento de trabalhadores, exigir aspectos de aparência próprios § 2º Se qualquer dos crimes previstos neste artigo for
de raça ou etnia para emprego cujas atividades não justifiquem essas cometido por intermédio dos meios de comunicação social, de
exigências. publicação em redes sociais, da rede mundial de computadores ou de
Art. 5º Recusar ou impedir acesso a estabelecimento publicação de qualquer natureza: (Redação dada pela Lei nº
comercial, negando-se a servir, atender ou receber cliente ou 14.532, de 2023)
comprador. Pena: reclusão de dois a cinco anos e multa.(Incluído pela Lei
Pena: reclusão de um a três anos. nº 9.459, de 15/05/97)
Art. 6º Recusar, negar ou impedir a inscrição ou ingresso de § 2º-A Se qualquer dos crimes previstos neste artigo for
aluno em estabelecimento de ensino público ou privado de qualquer cometido no contexto de atividades esportivas, religiosas, artísticas
grau. ou culturais destinadas ao público: (Incluído pela Lei nº 14.532, de
Pena: reclusão de três a cinco anos. 2023)

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Pena: reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e proibição de DISPOSIÇÕES GERAIS
frequência, por 3 (três) anos, a locais destinados a práticas
esportivas, artísticas ou culturais destinadas ao público, conforme o Art. 1º (VETADO)
caso. (Incluído pela Lei nº 14.532, de 2023)
§ 2º-B Sem prejuízo da pena correspondente à violência, Art. 2º Quem, de qualquer forma, concorre para a prática dos crimes
incorre nas mesmas penas previstas no caput deste artigo quem previstos nesta Lei, incide nas penas a estes cominadas, na medida
obstar, impedir ou empregar violência contra quaisquer manifestações da sua culpabilidade, bem como o diretor, o administrador, o membro
ou práticas religiosas. (Incluído pela Lei nº 14.532, de 2023) de conselho e de órgão técnico, o auditor, o gerente, o preposto ou
§ 3º No caso do § 2º deste artigo, o juiz poderá determinar, mandatário de pessoa jurídica, que, sabendo da conduta criminosa de
ouvido o Ministério Público ou a pedido deste, ainda antes do outrem, deixar de impedir a sua prática, quando podia agir para evitá-
inquérito policial, sob pena de desobediência: (Redação dada pela la.
Lei nº 14.532, de 2023)
I - o recolhimento imediato ou a busca e apreensão dos Art. 3º As pessoas jurídicas serão responsabilizadas administrativa,
exemplares do material respectivo;(Incluído pela Lei nº 9.459, de civil e penalmente conforme o disposto nesta Lei, nos casos em que a
15/05/97) infração seja cometida por decisão de seu representante legal ou
II - a cessação das respectivas transmissões radiofônicas, contratual, ou de seu órgão colegiado, no interesse ou benefício da
televisivas, eletrônicas ou da publicação por qualquer sua entidade.
meio; (Redação dada pela Lei nº 12.735, de 2012)
III - a interdição das respectivas mensagens ou páginas de Parágrafo único. A responsabilidade das pessoas jurídicas não exclui
informação na rede mundial de computadores. (Incluído pela Lei nº a das pessoas físicas, autoras, co-autoras ou partícipes do mesmo
12.288, de 2010) fato.
§ 4º Na hipótese do § 2º, constitui efeito da condenação, após
o trânsito em julgado da decisão, a destruição do material Art. 4º Poderá ser desconsiderada a pessoa jurídica sempre que sua
apreendido. (Incluído pela Lei nº 9.459, de 15/05/97) personalidade for obstáculo ao ressarcimento de prejuízos causados
Art. 20-A. Os crimes previstos nesta Lei terão as penas à qualidade do meio ambiente.
aumentadas de 1/3 (um terço) até a metade, quando ocorrerem em
contexto ou com intuito de descontração, diversão ou Art. 5º (VETADO)
recreação. (Incluído pela Lei nº 14.532, de 2023)
Art. 20-B. Os crimes previstos nos arts. 2º-A e 20 desta Lei CAPÍTULO II
terão as penas aumentadas de 1/3 (um terço) até a metade, quando
praticados por funcionário público, conforme definição prevista DA APLICAÇÃO DA PENA
no Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal),
no exercício de suas funções ou a pretexto de exercê-las. (Incluído Art. 6º Para imposição e gradação da penalidade, a autoridade
pela Lei nº 14.532, de 2023) competente observará:
Art. 20-C. Na interpretação desta Lei, o juiz deve considerar
como discriminatória qualquer atitude ou tratamento dado à pessoa I - a gravidade do fato, tendo em vista os motivos da infração e suas
ou a grupos minoritários que cause constrangimento, humilhação, conseqüências para a saúde pública e para o meio ambiente;
vergonha, medo ou exposição indevida, e que usualmente não se
dispensaria a outros grupos em razão da cor, etnia, religião ou II - os antecedentes do infrator quanto ao cumprimento da legislação
procedência. (Incluído pela Lei nº 14.532, de 2023) de interesse ambiental;
Art. 20-D. Em todos os atos processuais, cíveis e criminais, a
vítima dos crimes de racismo deverá estar acompanhada de III - a situação econômica do infrator, no caso de multa.
advogado ou defensor público. (Incluído pela Lei nº 14.532, de
2023) Art. 7º As penas restritivas de direitos são autônomas e substituem as
Art. 21. Esta Lei entra em vigor na data de sua privativas de liberdade quando:
publicação. (Renumerado pela Lei nº 8.081, de 21.9.1990)
Art. 22. Revogam-se as disposições em I - tratar-se de crime culposo ou for aplicada a pena privativa de
contrário. (Renumerado pela Lei nº 8.081, de 21.9.1990) liberdade inferior a quatro anos;
Brasília, 5 de janeiro de 1989; 168º da Independência e 101º
da República. II - a culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e a
JOSÉ SARNEY personalidade do condenado, bem como os motivos e as
Paulo Brossard circunstâncias do crime indicarem que a substituição seja suficiente
para efeitos de reprovação e prevenção do crime.
LEI Nº 9.605, DE 12 DE FEVEREIRO DE 1998.
Parágrafo único. As penas restritivas de direitos a que se refere este
Mensagem de veto artigo terão a mesma duração da pena privativa de liberdade
Dispõe sobre as sanções penais e administrativas derivadas de substituída.
condutas e atividades lesivas ao meio ambiente, e dá outras
providências. Art. 8º As penas restritivas de direito são:
I - prestação de serviços à comunidade;
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso II - interdição temporária de direitos;
Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei: III - suspensão parcial ou total de atividades;
IV - prestação pecuniária;
CAPÍTULO I V - recolhimento domiciliar.

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Art. 9º A prestação de serviços à comunidade consiste na atribuição h) em domingos ou feriados;
ao condenado de tarefas gratuitas junto a parques e jardins públicos e
unidades de conservação, e, no caso de dano da coisa particular, i) à noite;
pública ou tombada, na restauração desta, se possível.
j) em épocas de seca ou inundações;
Art. 10. As penas de interdição temporária de direito são a proibição
de o condenado contratar com o Poder Público, de receber incentivos l) no interior do espaço territorial especialmente protegido;
fiscais ou quaisquer outros benefícios, bem como de participar de
licitações, pelo prazo de cinco anos, no caso de crimes dolosos, e de m) com o emprego de métodos cruéis para abate ou captura de
três anos, no de crimes culposos. animais;

Art. 11. A suspensão de atividades será aplicada quando estas não n) mediante fraude ou abuso de confiança;
estiverem obedecendo às prescrições legais.
o) mediante abuso do direito de licença, permissão ou autorização
Art. 12. A prestação pecuniária consiste no pagamento em dinheiro à ambiental;
vítima ou à entidade pública ou privada com fim social, de
importância, fixada pelo juiz, não inferior a um salário mínimo nem p) no interesse de pessoa jurídica mantida, total ou parcialmente, por
superior a trezentos e sessenta salários mínimos. O valor pago será verbas públicas ou beneficiada por incentivos fiscais;
deduzido do montante de eventual reparação civil a que for
condenado o infrator. q) atingindo espécies ameaçadas, listadas em relatórios oficiais das
autoridades competentes;
Art. 13. O recolhimento domiciliar baseia-se na autodisciplina e senso
de responsabilidade do condenado, que deverá, sem vigilância, r) facilitada por funcionário público no exercício de suas funções.
trabalhar, freqüentar curso ou exercer atividade autorizada,
permanecendo recolhido nos dias e horários de folga em residência Art. 16. Nos crimes previstos nesta Lei, a suspensão condicional da
ou em qualquer local destinado a sua moradia habitual, conforme pena pode ser aplicada nos casos de condenação a pena privativa de
estabelecido na sentença condenatória. liberdade não superior a três anos.

Art. 14. São circunstâncias que atenuam a pena: Art. 17. A verificação da reparação a que se refere o § 2º do art. 78 do
Código Penal será feita mediante laudo de reparação do dano
I - baixo grau de instrução ou escolaridade do agente; ambiental, e as condições a serem impostas pelo juiz deverão
relacionar-se com a proteção ao meio ambiente.
II - arrependimento do infrator, manifestado pela espontânea
reparação do dano, ou limitação significativa da degradação Art. 18. A multa será calculada segundo os critérios do Código Penal;
ambiental causada; se revelar-se ineficaz, ainda que aplicada no valor máximo, poderá
ser aumentada até três vezes, tendo em vista o valor da vantagem
III - comunicação prévia pelo agente do perigo iminente de econômica auferida.
degradação ambiental;
Art. 19. A perícia de constatação do dano ambiental, sempre que
IV - colaboração com os agentes encarregados da vigilância e do possível, fixará o montante do prejuízo causado para efeitos de
controle ambiental. prestação de fiança e cálculo de multa.

Art. 15. São circunstâncias que agravam a pena, quando não Parágrafo único. A perícia produzida no inquérito civil ou no juízo cível
constituem ou qualificam o crime: poderá ser aproveitada no processo penal, instaurando-se o
contraditório.
I - reincidência nos crimes de natureza ambiental;
Art. 20. A sentença penal condenatória, sempre que possível, fixará o
II - ter o agente cometido a infração: valor mínimo para reparação dos danos causados pela infração,
considerando os prejuízos sofridos pelo ofendido ou pelo meio
a) para obter vantagem pecuniária; ambiente.

b) coagindo outrem para a execução material da infração; Parágrafo único. Transitada em julgado a sentença condenatória, a
execução poderá efetuar-se pelo valor fixado nos termos do caput,
c) afetando ou expondo a perigo, de maneira grave, a saúde pública sem prejuízo da liquidação para apuração do dano efetivamente
ou o meio ambiente; sofrido.

d) concorrendo para danos à propriedade alheia; Art. 21. As penas aplicáveis isolada, cumulativa ou alternativamente
às pessoas jurídicas, de acordo com o disposto no art. 3º, são:
e) atingindo áreas de unidades de conservação ou áreas sujeitas, por
ato do Poder Público, a regime especial de uso; I - multa;

f) atingindo áreas urbanas ou quaisquer assentamentos humanos; II - restritivas de direitos;

g) em período de defeso à fauna; III - prestação de serviços à comunidade.

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Art. 22. As penas restritivas de direitos da pessoa jurídica são: hospitalares, penais e outras com fins beneficentes. (Redação
dada pela Medida provisória nº 62, de 2002) Prejudicada
I - suspensão parcial ou total de atividades;
§ 2o Até que os animais sejam entregues às instituições
II - interdição temporária de estabelecimento, obra ou atividade; mencionadas no § 1o deste artigo, o órgão autuante zelará para que
eles sejam mantidos em condições adequadas de acondicionamento
III - proibição de contratar com o Poder Público, bem como dele obter e transporte que garantam o seu bem-estar físico. (Redação
subsídios, subvenções ou doações. dada pela Lei nº 13.052, de 2014) (Vide ADPF 640)

§ 1º A suspensão de atividades será aplicada quando estas não § 3º Tratando-se de produtos perecíveis ou madeiras, serão estes
estiverem obedecendo às disposições legais ou regulamentares, avaliados e doados a instituições científicas, hospitalares, penais e
relativas à proteção do meio ambiente. outras com fins beneficentes. (Renumerando do §2º para §3º
pela Lei nº 13.052, de 2014)
§ 2º A interdição será aplicada quando o estabelecimento, obra ou
atividade estiver funcionando sem a devida autorização, ou em § 4° Os produtos e subprodutos da fauna não perecíveis serão
desacordo com a concedida, ou com violação de disposição legal ou destruídos ou doados a instituições científicas, culturais ou
regulamentar. educacionais. (Renumerando do §3º para §4º pela Lei nº 13.052,
de 2014)
§ 3º A proibição de contratar com o Poder Público e dele obter
subsídios, subvenções ou doações não poderá exceder o prazo de § 5º Os instrumentos utilizados na prática da infração serão vendidos,
dez anos. garantida a sua descaracterização por meio da reciclagem.
(Renumerando do §4º para §5º pela Lei nº 13.052, de 2014)
Art. 23. A prestação de serviços à comunidade pela pessoa jurídica
consistirá em: § 5o Tratando-se de madeiras, serão levadas a leilão, e o valor
arrecadado, revertido ao órgão ambiental responsável por sua
I - custeio de programas e de projetos ambientais; apreensão. (Incluído pela Medida provisória nº 62, de 2002)
Prejudicada
II - execução de obras de recuperação de áreas degradadas;
CAPÍTULO IV
III - manutenção de espaços públicos;
DA AÇÃO E DO PROCESSO PENAL
IV - contribuições a entidades ambientais ou culturais públicas.
Art. 26. Nas infrações penais previstas nesta Lei, a ação penal é
Art. 24. A pessoa jurídica constituída ou utilizada, pública incondicionada.
preponderantemente, com o fim de permitir, facilitar ou ocultar a
prática de crime definido nesta Lei terá decretada sua liquidação Parágrafo único. (VETADO)
forçada, seu patrimônio será considerado instrumento do crime e
como tal perdido em favor do Fundo Penitenciário Nacional. Art. 27. Nos crimes ambientais de menor potencial ofensivo, a
proposta de aplicação imediata de pena restritiva de direitos ou multa,
CAPÍTULO III prevista no art. 76 da Lei nº 9.099, de 26 de setembro de 1995,
somente poderá ser formulada desde que tenha havido a prévia
DA APREENSÃO DO PRODUTO E DO INSTRUMENTO DE composição do dano ambiental, de que trata o art. 74 da mesma lei,
INFRAÇÃO salvo em caso de comprovada impossibilidade.

ADMINISTRATIVA OU DE CRIME Art. 28. As disposições do art. 89 da Lei nº 9.099, de 26 de setembro


de 1995, aplicam-se aos crimes de menor potencial ofensivo definidos
Art. 25. Verificada a infração, serão apreendidos seus produtos e nesta Lei, com as seguintes modificações:
instrumentos, lavrando-se os respectivos autos. (Vide ADPF 640)
I - a declaração de extinção de punibilidade, de que trata o § 5° do
§ 1º Os animais serão libertados em seu habitat ou entregues a artigo referido no caput, dependerá de laudo de constatação de
jardins zoológicos, fundações ou entidades assemelhadas, desde que reparação do dano ambiental, ressalvada a impossibilidade prevista
fiquem sob a responsabilidade de técnicos habilitados. no inciso I do § 1° do mesmo artigo;

§ 1o Os animais serão prioritariamente libertados em seu habitat ou, II - na hipótese de o laudo de constatação comprovar não ter sido
sendo tal medida inviável ou não recomendável por questões completa a reparação, o prazo de suspensão do processo será
sanitárias, entregues a jardins zoológicos, fundações ou entidades prorrogado, até o período máximo previsto no artigo referido no caput,
assemelhadas, para guarda e cuidados sob a responsabilidade de acrescido de mais um ano, com suspensão do prazo da prescrição;
técnicos habilitados. (Redação dada pela Lei nº 13.052, de 2014)
III - no período de prorrogação, não se aplicarão as condições dos
§ 2º Tratando-se de produtos perecíveis ou madeiras, serão estes incisos II, III e IV do § 1° do artigo mencionado no caput;
avaliados e doados a instituições científicas, hospitalares, penais e
outras com fins beneficentes. IV - findo o prazo de prorrogação, proceder-se-á à lavratura de novo
laudo de constatação de reparação do dano ambiental, podendo,
§ 2o Tratando-se de produtos perecíveis, serão

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estes avaliados e doados a instituições científicas,
conforme seu resultado, ser novamente prorrogado o período de § 5º A pena é aumentada até o triplo, se o crime decorre do exercício
suspensão, até o máximo previsto no inciso II deste artigo, observado de caça profissional.
o disposto no inciso III;
§ 6º As disposições deste artigo não se aplicam aos atos de pesca.
V - esgotado o prazo máximo de prorrogação, a declaração de
extinção de punibilidade dependerá de laudo de constatação que Art. 30. Exportar para o exterior peles e couros de anfíbios e répteis
comprove ter o acusado tomado as providências necessárias à em bruto, sem a autorização da autoridade ambiental competente:
reparação integral do dano.
Pena - reclusão, de um a três anos, e multa.
CAPÍTULO V
Art. 31. Introduzir espécime animal no País, sem parecer técnico
DOS CRIMES CONTRA O MEIO AMBIENTE oficial favorável e licença expedida por autoridade competente:

Seção I Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa.

Dos Crimes contra a Fauna Art. 32. Praticar ato de abuso, maus-tratos, ferir ou mutilar animais
silvestres, domésticos ou domesticados, nativos ou exóticos:
Art. 29. Matar, perseguir, caçar, apanhar, utilizar espécimes da fauna (Vide ADPF 640)
silvestre, nativos ou em rota migratória, sem a devida permissão,
licença ou autorização da autoridade competente, ou em desacordo Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa.
com a obtida:
§ 1º Incorre nas mesmas penas quem realiza experiência dolorosa ou
Pena - detenção de seis meses a um ano, e multa. cruel em animal vivo, ainda que para fins didáticos ou científicos,
quando existirem recursos alternativos. (Vide ADPF 640)
§ 1º Incorre nas mesmas penas:
§ 1º-A Quando se tratar de cão ou gato, a pena para as condutas
I - quem impede a procriação da fauna, sem licença, autorização ou descritas no caput deste artigo será de reclusão, de 2 (dois) a 5
em desacordo com a obtida; (cinco) anos, multa e proibição da guarda. (Incluído pela Lei nº
14.064, de 2020)
II - quem modifica, danifica ou destrói ninho, abrigo ou criadouro
natural; § 2º A pena é aumentada de um sexto a um terço, se ocorre morte do
animal. (Vide ADPF 640)
III - quem vende, expõe à venda, exporta ou adquire, guarda, tem em
cativeiro ou depósito, utiliza ou transporta ovos, larvas ou espécimes Art. 33. Provocar, pela emissão de efluentes ou carreamento de
da fauna silvestre, nativa ou em rota migratória, bem como produtos e materiais, o perecimento de espécimes da fauna aquática existentes
objetos dela oriundos, provenientes de criadouros não autorizados ou em rios, lagos, açudes, lagoas, baías ou águas jurisdicionais
sem a devida permissão, licença ou autorização da autoridade brasileiras:
competente.
Pena - detenção, de um a três anos, ou multa, ou ambas
§ 2º No caso de guarda doméstica de espécie silvestre não cumulativamente.
considerada ameaçada de extinção, pode o juiz, considerando as
circunstâncias, deixar de aplicar a pena. Parágrafo único. Incorre nas mesmas penas:

§ 3° São espécimes da fauna silvestre todos aqueles pertencentes às I - quem causa degradação em viveiros, açudes ou estações de
espécies nativas, migratórias e quaisquer outras, aquáticas ou aqüicultura de domínio público;
terrestres, que tenham todo ou parte de seu ciclo de vida ocorrendo
dentro dos limites do território brasileiro, ou águas jurisdicionais II - quem explora campos naturais de invertebrados aquáticos e algas,
brasileiras. sem licença, permissão ou autorização da autoridade competente;

§ 4º A pena é aumentada de metade, se o crime é praticado: III - quem fundeia embarcações ou lança detritos de qualquer
natureza sobre bancos de moluscos ou corais, devidamente
I - contra espécie rara ou considerada ameaçada de extinção, ainda demarcados em carta náutica.
que somente no local da infração;
Art. 34. Pescar em período no qual a pesca seja proibida ou em
II - em período proibido à caça; lugares interditados por órgão competente:

III - durante a noite; Pena - detenção de um ano a três anos ou multa, ou ambas as penas
cumulativamente.
IV - com abuso de licença;
Parágrafo único. Incorre nas mesmas penas quem:
V - em unidade de conservação;
I - pesca espécies que devam ser preservadas ou espécimes com
VI - com emprego de métodos ou instrumentos capazes de provocar tamanhos inferiores aos permitidos;
destruição em massa.

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II - pesca quantidades superiores às permitidas, ou mediante a Art. 39. Cortar árvores em floresta considerada de preservação
utilização de aparelhos, petrechos, técnicas e métodos não permanente, sem permissão da autoridade competente:
permitidos;
Pena - detenção, de um a três anos, ou multa, ou ambas as penas
III - transporta, comercializa, beneficia ou industrializa espécimes cumulativamente.
provenientes da coleta, apanha e pesca proibidas.
Art. 40. Causar dano direto ou indireto às Unidades de Conservação e
Art. 35. Pescar mediante a utilização de: às áreas de que trata o art. 27 do Decreto nº 99.274, de 6 de junho de
1990, independentemente de sua localização:
I - explosivos ou substâncias que, em contato com a água, produzam
efeito semelhante; Pena - reclusão, de um a cinco anos.

II - substâncias tóxicas, ou outro meio proibido pela autoridade § 1º Entende-se por Unidades de Conservação as Reservas
competente: Biológicas, Reservas Ecológicas, Estações Ecológicas, Parques
Nacionais, Estaduais e Municipais, Florestas Nacionais, Estaduais e
Pena - reclusão de um ano a cinco anos. Municipais, Áreas de Proteção Ambiental, Áreas de Relevante
Interesse Ecológico e Reservas Extrativistas ou outras a serem
Art. 36. Para os efeitos desta Lei, considera-se pesca todo ato criadas pelo Poder Público.
tendente a retirar, extrair, coletar, apanhar, apreender ou capturar
espécimes dos grupos dos peixes, crustáceos, moluscos e vegetais § 1o Entende-se por Unidades de Conservação de Proteção Integral
hidróbios, suscetíveis ou não de aproveitamento econômico, as Estações Ecológicas, as Reservas Biológicas, os Parques
ressalvadas as espécies ameaçadas de extinção, constantes nas Nacionais, os Monumentos Naturais e os Refúgios de Vida Silvestre.
listas oficiais da fauna e da flora. (Redação dada pela Lei nº 9.985, de 2000)

Art. 37. Não é crime o abate de animal, quando realizado: § 2º A ocorrência de dano afetando espécies ameaçadas de extinção
no interior das Unidades de Conservação será considerada
I - em estado de necessidade, para saciar a fome do agente ou de circunstância agravante para a fixação da pena.
sua família;
§ 2o A ocorrência de dano afetando espécies ameaçadas de extinção
II - para proteger lavouras, pomares e rebanhos da ação predatória no interior das Unidades de Conservação de Proteção Integral será
ou destruidora de animais, desde que legal e expressamente considerada circunstância agravante para a fixação da pena.
autorizado pela autoridade competente; (Redação dada pela Lei nº 9.985, de 2000)

III – (VETADO) § 3º Se o crime for culposo, a pena será reduzida à metade.

IV - por ser nocivo o animal, desde que assim caracterizado pelo Art. 40-A. (VETADO) (Incluído pela Lei nº 9.985, de 2000)
órgão competente.
§ 1o Entende-se por Unidades de Conservação de Uso Sustentável
Seção II as Áreas de Proteção Ambiental, as Áreas de Relevante Interesse
Ecológico, as Florestas Nacionais, as Reservas Extrativistas, as
Dos Crimes contra a Flora Reservas de Fauna, as Reservas de Desenvolvimento Sustentável e
as Reservas Particulares do Patrimônio Natural. (Incluído pela Lei
Art. 38. Destruir ou danificar floresta considerada de preservação nº 9.985, de 2000)
permanente, mesmo que em formação, ou utilizá-la com infringência
das normas de proteção: § 2o A ocorrência de dano afetando espécies ameaçadas de extinção
no interior das Unidades de Conservação de Uso Sustentável será
Pena - detenção, de um a três anos, ou multa, ou ambas as penas considerada circunstância agravante para a fixação da pena.
cumulativamente. (Incluído pela Lei nº 9.985, de 2000)

Parágrafo único. Se o crime for culposo, a pena será reduzida à § 3o Se o crime for culposo, a pena será reduzida à metade.
metade. (Incluído pela Lei nº 9.985, de 2000)

Art. 38-A. Destruir ou danificar vegetação primária ou secundária, em Art. 41. Provocar incêndio em mata ou floresta:
estágio avançado ou médio de regeneração, do Bioma Mata Atlântica,
ou utilizá-la com infringência das normas de proteção: (Incluído Pena - reclusão, de dois a quatro anos, e multa.
pela Lei nº 11.428, de 2006).
Parágrafo único. Se o crime é culposo, a pena é de detenção de seis
Pena - detenção, de 1 (um) a 3 (três) anos, ou multa, ou ambas as meses a um ano, e multa.
penas cumulativamente. (Incluído pela Lei nº 11.428, de 2006).
Art. 42. Fabricar, vender, transportar ou soltar balões que possam
Parágrafo único. Se o crime for culposo, a pena será reduzida à provocar incêndios nas florestas e demais formas de vegetação, em
metade. (Incluído pela Lei nº 11.428, de 2006). áreas urbanas ou qualquer tipo de assentamento humano:

Pena - detenção de um a três anos ou multa, ou ambas

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as penas cumulativamente.
§ 2o Se a área explorada for superior a 1.000 ha (mil hectares), a
Art. 43. (VETADO) pena será aumentada de 1 (um) ano por milhar de hectare.
(Incluído pela Lei nº 11.284, de 2006)
Art. 44. Extrair de florestas de domínio público ou consideradas de
preservação permanente, sem prévia autorização, pedra, areia, cal ou Art. 51. Comercializar motosserra ou utilizá-la em florestas e nas
qualquer espécie de minerais: demais formas de vegetação, sem licença ou registro da autoridade
competente:
Pena - detenção, de seis meses a um ano, e multa.
Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa.
Art. 45. Cortar ou transformar em carvão madeira de lei, assim
classificada por ato do Poder Público, para fins industriais, Art. 52. Penetrar em Unidades de Conservação conduzindo
energéticos ou para qualquer outra exploração, econômica ou não, substâncias ou instrumentos próprios para caça ou para exploração
em desacordo com as determinações legais: de produtos ou subprodutos florestais, sem licença da autoridade
competente:
Pena - reclusão, de um a dois anos, e multa.
Pena - detenção, de seis meses a um ano, e multa.
Art. 46. Receber ou adquirir, para fins comerciais ou industriais,
madeira, lenha, carvão e outros produtos de origem vegetal, sem Art. 53. Nos crimes previstos nesta Seção, a pena é aumentada de
exigir a exibição de licença do vendedor, outorgada pela autoridade um sexto a um terço se:
competente, e sem munir-se da via que deverá acompanhar o
produto até final beneficiamento: I - do fato resulta a diminuição de águas naturais, a erosão do solo ou
a modificação do regime climático;
Pena - detenção, de seis meses a um ano, e multa.
II - o crime é cometido:
Parágrafo único. Incorre nas mesmas penas quem vende, expõe à
venda, tem em depósito, transporta ou guarda madeira, lenha, carvão a) no período de queda das sementes;
e outros produtos de origem vegetal, sem licença válida para todo o
tempo da viagem ou do armazenamento, outorgada pela autoridade b) no período de formação de vegetações;
competente.
c) contra espécies raras ou ameaçadas de extinção, ainda que a
Art. 47. (VETADO) ameaça ocorra somente no local da infração;

Art. 48. Impedir ou dificultar a regeneração natural de florestas e d) em época de seca ou inundação;
demais formas de vegetação:
e) durante a noite, em domingo ou feriado.
Pena - detenção, de seis meses a um ano, e multa.
Seção III
Art. 49. Destruir, danificar, lesar ou maltratar, por qualquer modo ou
meio, plantas de ornamentação de logradouros públicos ou em Da Poluição e outros Crimes Ambientais
propriedade privada alheia:
Art. 54. Causar poluição de qualquer natureza em níveis tais que
Pena - detenção, de três meses a um ano, ou multa, ou ambas as resultem ou possam resultar em danos à saúde humana, ou que
penas cumulativamente. provoquem a mortandade de animais ou a destruição significativa da
flora:
Parágrafo único. No crime culposo, a pena é de um a seis meses, ou
multa. Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.

Art. 50. Destruir ou danificar florestas nativas ou plantadas ou § 1º Se o crime é culposo:


vegetação fixadora de dunas, protetora de mangues, objeto de
especial preservação: Pena - detenção, de seis meses a um ano, e multa.

Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa. § 2º Se o crime:

Art. 50-A. Desmatar, explorar economicamente ou degradar floresta, I - tornar uma área, urbana ou rural, imprópria para a ocupação
plantada ou nativa, em terras de domínio público ou devolutas, sem humana;
autorização do órgão competente: (Incluído pela Lei nº 11.284, de
2006) II - causar poluição atmosférica que provoque a retirada, ainda que
momentânea, dos habitantes das áreas afetadas, ou que cause
Pena - reclusão de 2 (dois) a 4 (quatro) anos e multa. (Incluído danos diretos à saúde da população;
pela Lei nº 11.284, de 2006)
III - causar poluição hídrica que torne necessária a interrupção do
§ 1o Não é crime a conduta praticada quando necessária à abastecimento público de água de uma comunidade;
subsistência imediata pessoal do agente ou de sua família.
(Incluído pela Lei nº 11.284, de 2006) IV - dificultar ou impedir o uso público das praias;

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V - ocorrer por lançamento de resíduos sólidos, líquidos ou gasosos,
ou detritos, óleos ou substâncias oleosas, em desacordo com as Parágrafo único. As penalidades previstas neste artigo somente serão
exigências estabelecidas em leis ou regulamentos: aplicadas se do fato não resultar crime mais grave.

Pena - reclusão, de um a cinco anos. Art. 59. (VETADO)

§ 3º Incorre nas mesmas penas previstas no parágrafo anterior quem Art. 60. Construir, reformar, ampliar, instalar ou fazer funcionar, em
deixar de adotar, quando assim o exigir a autoridade competente, qualquer parte do território nacional, estabelecimentos, obras ou
medidas de precaução em caso de risco de dano ambiental grave ou serviços potencialmente poluidores, sem licença ou autorização dos
irreversível. órgãos ambientais competentes, ou contrariando as normas legais e
regulamentares pertinentes:
Art. 55. Executar pesquisa, lavra ou extração de recursos minerais
sem a competente autorização, permissão, concessão ou licença, ou Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa, ou ambas as penas
em desacordo com a obtida: cumulativamente.

Pena - detenção, de seis meses a um ano, e multa. Art. 61. Disseminar doença ou praga ou espécies que possam causar
dano à agricultura, à pecuária, à fauna, à flora ou aos ecossistemas:
Parágrafo único. Nas mesmas penas incorre quem deixa de recuperar
a área pesquisada ou explorada, nos termos da autorização, Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.
permissão, licença, concessão ou determinação do órgão
competente. Seção IV

Art. 56. Produzir, processar, embalar, importar, exportar, Dos Crimes contra o Ordenamento Urbano e o Patrimônio Cultural
comercializar, fornecer, transportar, armazenar, guardar, ter em
depósito ou usar produto ou substância tóxica, perigosa ou nociva à Art. 62. Destruir, inutilizar ou deteriorar:
saúde humana ou ao meio ambiente, em desacordo com as
exigências estabelecidas em leis ou nos seus regulamentos: I - bem especialmente protegido por lei, ato administrativo ou decisão
judicial;
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.
II - arquivo, registro, museu, biblioteca, pinacoteca, instalação
§ 1º Nas mesmas penas incorre quem abandona os produtos ou científica ou similar protegido por lei, ato administrativo ou decisão
substâncias referidos no caput, ou os utiliza em desacordo com as judicial:
normas de segurança.
Pena - reclusão, de um a três anos, e multa.
§ 1o Nas mesmas penas incorre quem: (Redação dada pela Lei
nº 12.305, de 2010) Parágrafo único. Se o crime for culposo, a pena é de seis meses a um
ano de detenção, sem prejuízo da multa.
I - abandona os produtos ou substâncias referidos no caput ou os
utiliza em desacordo com as normas ambientais ou de segurança; Art. 63. Alterar o aspecto ou estrutura de edificação ou local
(Incluído pela Lei nº 12.305, de 2010) especialmente protegido por lei, ato administrativo ou decisão judicial,
em razão de seu valor paisagístico, ecológico, turístico, artístico,
II - manipula, acondiciona, armazena, coleta, transporta, reutiliza, histórico, cultural, religioso, arqueológico, etnográfico ou monumental,
recicla ou dá destinação final a resíduos perigosos de forma diversa sem autorização da autoridade competente ou em desacordo com a
da estabelecida em lei ou regulamento. (Incluído pela Lei nº concedida:
12.305, de 2010)
Pena - reclusão, de um a três anos, e multa.
§ 2º Se o produto ou a substância for nuclear ou radioativa, a pena é
aumentada de um sexto a um terço. Art. 64. Promover construção em solo não edificável, ou no seu
entorno, assim considerado em razão de seu valor paisagístico,
§ 3º Se o crime é culposo: ecológico, artístico, turístico, histórico, cultural, religioso,
arqueológico, etnográfico ou monumental, sem autorização da
Pena - detenção, de seis meses a um ano, e multa. autoridade competente ou em desacordo com a concedida:

Art. 57. (VETADO) Pena - detenção, de seis meses a um ano, e multa.

Art. 58. Nos crimes dolosos previstos nesta Seção, as penas serão Art. 65. Pichar, grafitar ou por outro meio conspurcar edificação ou
aumentadas: monumento urbano:

I - de um sexto a um terço, se resulta dano irreversível à flora ou ao Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa.
meio ambiente em geral;
Parágrafo único. Se o ato for realizado em monumento ou coisa
II - de um terço até a metade, se resulta lesão corporal de natureza tombada em virtude do seu valor artístico, arqueológico ou histórico, a
grave em outrem; pena é de seis meses a um ano de detenção, e multa.

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III - até o dobro, se resultar a morte de outrem.
Art. 65. Pichar ou por outro meio conspurcar edificação ou Pena - detenção, de 1 (um) a 3 (três) anos. (Incluído pela Lei nº
monumento urbano: (Redação dada pela Lei nº 12.408, de 2011) 11.284, de 2006)

Pena - detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, e multa. § 2o A pena é aumentada de 1/3 (um terço) a 2/3 (dois terços), se há
(Redação dada pela Lei nº 12.408, de 2011) dano significativo ao meio ambiente, em decorrência do uso da
informação falsa, incompleta ou enganosa. (Incluído pela Lei nº
§ 1o Se o ato for realizado em monumento ou coisa tombada em 11.284, de 2006)
virtude do seu valor artístico, arqueológico ou histórico, a pena é de 6
(seis) meses a 1 (um) ano de detenção e multa. (Renumerado do CAPÍTULO VI
parágrafo único pela Lei nº 12.408, de 2011)
DA INFRAÇÃO ADMINISTRATIVA
§ 2o Não constitui crime a prática de grafite realizada com o objetivo
de valorizar o patrimônio público ou privado mediante manifestação Art. 70. Considera-se infração administrativa ambiental toda ação ou
artística, desde que consentida pelo proprietário e, quando couber, omissão que viole as regras jurídicas de uso, gozo, promoção,
pelo locatário ou arrendatário do bem privado e, no caso de bem proteção e recuperação do meio ambiente.
público, com a autorização do órgão competente e a observância das
posturas municipais e das normas editadas pelos órgãos § 1º São autoridades competentes para lavrar auto de infração
governamentais responsáveis pela preservação e conservação do ambiental e instaurar processo administrativo os funcionários de
patrimônio histórico e artístico nacional. (Incluído pela Lei nº órgãos ambientais integrantes do Sistema Nacional de Meio Ambiente
12.408, de 2011) - SISNAMA, designados para as atividades de fiscalização, bem
como os agentes das Capitanias dos Portos, do Ministério da
Seção V Marinha.

Dos Crimes contra a Administração Ambiental § 2º Qualquer pessoa, constatando infração ambiental, poderá dirigir
representação às autoridades relacionadas no parágrafo anterior,
Art. 66. Fazer o funcionário público afirmação falsa ou enganosa, para efeito do exercício do seu poder de polícia.
omitir a verdade, sonegar informações ou dados técnico-científicos
em procedimentos de autorização ou de licenciamento ambiental: § 3º A autoridade ambiental que tiver conhecimento de infração
ambiental é obrigada a promover a sua apuração imediata, mediante
Pena - reclusão, de um a três anos, e multa. processo administrativo próprio, sob pena de co-responsabilidade.

Art. 67. Conceder o funcionário público licença, autorização ou § 4º As infrações ambientais são apuradas em processo
permissão em desacordo com as normas ambientais, para as administrativo próprio, assegurado o direito de ampla defesa e o
atividades, obras ou serviços cuja realização depende de ato contraditório, observadas as disposições desta Lei.
autorizativo do Poder Público:
Art. 71. O processo administrativo para apuração de infração
Pena - detenção, de um a três anos, e multa. ambiental deve observar os seguintes prazos máximos:

Parágrafo único. Se o crime é culposo, a pena é de três meses a um I - vinte dias para o infrator oferecer defesa ou impugnação contra o
ano de detenção, sem prejuízo da multa. auto de infração, contados da data da ciência da autuação;

Art. 68. Deixar, aquele que tiver o dever legal ou contratual de fazê-lo, II - trinta dias para a autoridade competente julgar o auto de infração,
de cumprir obrigação de relevante interesse ambiental: contados da data da sua lavratura, apresentada ou não a defesa ou
impugnação;
Pena - detenção, de um a três anos, e multa.
III - vinte dias para o infrator recorrer da decisão condenatória à
Parágrafo único. Se o crime é culposo, a pena é de três meses a um instância superior do Sistema Nacional do Meio Ambiente -
ano, sem prejuízo da multa. SISNAMA, ou à Diretoria de Portos e Costas, do Ministério da
Marinha, de acordo com o tipo de autuação;
Art. 69. Obstar ou dificultar a ação fiscalizadora do Poder Público no
trato de questões ambientais: IV – cinco dias para o pagamento de multa, contados da data do
recebimento da notificação.
Pena - detenção, de um a três anos, e multa.
Art. 72. As infrações administrativas são punidas com as seguintes
Art. 69-A. Elaborar ou apresentar, no licenciamento, concessão sanções, observado o disposto no art. 6º:
florestal ou qualquer outro procedimento administrativo, estudo, laudo
ou relatório ambiental total ou parcialmente falso ou enganoso, I - advertência;
inclusive por omissão: (Incluído pela Lei nº 11.284, de 2006)
II - multa simples;
Pena - reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos, e multa. (Incluído pela
Lei nº 11.284, de 2006) III - multa diária;

§ 1o Se o crime é culposo: (Incluído pela Lei nº 11.284, de 2006) IV - apreensão dos animais, produtos e subprodutos da fauna e flora,
instrumentos, petrechos, equipamentos ou veículos de

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qualquer natureza utilizados na infração;
V - destruição ou inutilização do produto; Art. 73. Os valores arrecadados em pagamento de multas por
infração ambiental serão revertidos ao Fundo Nacional do Meio
VI - suspensão de venda e fabricação do produto; Ambiente, criado pela Lei nº 7.797, de 10 de julho de 1989, ao Fundo
Naval, criado pelo Decreto nº 20.923, de 8 de janeiro de 1932, ao
VII - embargo de obra ou atividade; Fundo Nacional para Calamidades Públicas, Proteção e Defesa Civil
(Funcap), criado pela Lei nº 12.340, de 1º de dezembro de 2010, e
VIII - demolição de obra; aos fundos estaduais ou municipais de meio ambiente, ou correlatos,
conforme dispuser o órgão arrecadador. (Redação dada pela Lei nº
IX - suspensão parcial ou total de atividades; 14.691, de 2023)

X – (VETADO) § 1º Reverterão ao Fundo Nacional do Meio Ambiente 50%


(cinquenta por cento) dos valores arrecadados em pagamento de
XI - restritiva de direitos. multas aplicadas pela União, percentual que poderá ser alterado a
critério dos órgãos arrecadadores. (Incluído pela Lei nº 14.691, de
§ 1º Se o infrator cometer, simultaneamente, duas ou mais infrações, 2023)
ser-lhe-ão aplicadas, cumulativamente, as sanções a elas cominadas.
§ 2º (VETADO). (Incluído pela Lei nº 14.691, de 2023)
§ 2º A advertência será aplicada pela inobservância das disposições
desta Lei e da legislação em vigor, ou de preceitos regulamentares, Art. 74. A multa terá por base a unidade, hectare, metro cúbico,
sem prejuízo das demais sanções previstas neste artigo. quilograma ou outra medida pertinente, de acordo com o objeto
jurídico lesado.
§ 3º A multa simples será aplicada sempre que o agente, por
negligência ou dolo: Art. 75. O valor da multa de que trata este Capítulo será fixado no
regulamento desta Lei e corrigido periodicamente, com base nos
I - advertido por irregularidades que tenham sido praticadas, deixar de índices estabelecidos na legislação pertinente, sendo o mínimo de R$
saná-las, no prazo assinalado por órgão competente do SISNAMA ou 50,00 (cinqüenta reais) e o máximo de R$ 50.000.000,00 (cinqüenta
pela Capitania dos Portos, do Ministério da Marinha; milhões de reais).

II - opuser embaraço à fiscalização dos órgãos do SISNAMA ou da Art. 76. O pagamento de multa imposta pelos Estados, Municípios,
Capitania dos Portos, do Ministério da Marinha. Distrito Federal ou Territórios substitui a multa federal na mesma
hipótese de incidência.
§ 4° A multa simples pode ser convertida em serviços de
preservação, melhoria e recuperação da qualidade do meio ambiente. CAPÍTULO VII

§ 5º A multa diária será aplicada sempre que o cometimento da DA COOPERAÇÃO INTERNACIONAL PARA A PRESERVAÇÃO DO
infração se prolongar no tempo. MEIO AMBIENTE

§ 6º A apreensão e destruição referidas nos incisos IV e V do caput Art. 77. Resguardados a soberania nacional, a ordem pública e os
obedecerão ao disposto no art. 25 desta Lei. bons costumes, o Governo brasileiro prestará, no que concerne ao
meio ambiente, a necessária cooperação a outro país, sem qualquer
§ 7º As sanções indicadas nos incisos VI a IX do caput serão ônus, quando solicitado para:
aplicadas quando o produto, a obra, a atividade ou o estabelecimento
não estiverem obedecendo às prescrições legais ou regulamentares. I - produção de prova;

§ 8º As sanções restritivas de direito são: II - exame de objetos e lugares;

I - suspensão de registro, licença ou autorização; III - informações sobre pessoas e coisas;

II - cancelamento de registro, licença ou autorização; IV - presença temporária da pessoa presa, cujas declarações tenham
relevância para a decisão de uma causa;
III - perda ou restrição de incentivos e benefícios fiscais;
V - outras formas de assistência permitidas pela legislação em vigor
IV - perda ou suspensão da participação em linhas de financiamento ou pelos tratados de que o Brasil seja parte.
em estabelecimentos oficiais de crédito;
§ 1° A solicitação de que trata este artigo será dirigida ao Ministério
V - proibição de contratar com a Administração Pública, pelo período da Justiça, que a remeterá, quando necessário, ao órgão judiciário
de até três anos. competente para decidir a seu respeito, ou a encaminhará à
autoridade capaz de atendê-la.
Art. 73. Os valores arrecadados em pagamento de multas por
infração ambiental serão revertidos ao Fundo Nacional do Meio § 2º A solicitação deverá conter:
Ambiente, criado pela Lei nº 7.797, de 10 de julho de 1989, Fundo
Naval, criado pelo Decreto nº 20.923, de 8 de janeiro de 1932, fundos I - o nome e a qualificação da autoridade solicitante;
estaduais ou municipais de meio ambiente, ou

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correlatos, conforme dispuser o órgão arrecadador. II - o objeto e o motivo de sua formulação;
§ 2o No tocante aos empreendimentos em curso no dia 30 de março
III - a descrição sumária do procedimento em curso no país de 1998, envolvendo construção, instalação, ampliação e
solicitante; funcionamento de estabelecimentos e atividades utilizadoras de
recursos ambientais, considerados efetiva ou potencialmente
IV - a especificação da assistência solicitada; poluidores, bem como os capazes, sob qualquer forma, de causar
degradação ambiental, a assinatura do termo de compromisso deverá
V - a documentação indispensável ao seu esclarecimento, quando for ser requerida pelas pessoas físicas e jurídicas interessadas, até o dia
o caso. 31 de dezembro de 1998, mediante requerimento escrito
protocolizado junto aos órgãos competentes do SISNAMA.
Art. 78. Para a consecução dos fins visados nesta Lei e (Incluído pela Medida Provisória nº 1.710, de 1998)
especialmente para a reciprocidade da cooperação internacional,
deve ser mantido sistema de comunicações apto a facilitar o § 3o Da data da protocolização do requerimento previsto no
intercâmbio rápido e seguro de informações com órgãos de outros parágrafo anterior e enquanto perdurar a vigência do correspondente
países. termo de compromisso, ficarão suspensas, em relação aos fatos que
deram causa à celebração do instrumento, a aplicação e a execução
CAPÍTULO VIII de sanções administrativas contra a pessoa física ou jurídica que o
houver firmado. (Incluído pela Medida Provisória nº 1.710, de
DISPOSIÇÕES FINAIS 1998)

Art. 79. Aplicam-se subsidiariamente a esta Lei as disposições do § 4o Sob pena de ineficácia, os termos de compromisso deverão ser
Código Penal e do Código de Processo Penal. publicados no órgão oficial competente, mediante extrato.
(Incluído pela Medida Provisória nº 1.710, de 1998)
Art. 79-A. Para o cumprimento do disposto nesta Lei, os órgãos
ambientais integrantes do SISNAMA, responsáveis pela execução de Art. 79-A. Para o cumprimento do disposto nesta Lei, os órgãos
programas e projetos e pelo controle e fiscalização das atividades ambientais integrantes do SISNAMA, responsáveis pela execução de
suscetíveis de degradarem a qualidade ambiental, ficam autorizados programas e projetos e pelo controle e fiscalização dos
a celebrar, com força de título executivo extrajudicial, termo de estabelecimentos e das atividades suscetíveis de degradarem a
compromisso com pessoas físicas ou jurídicas responsáveis pela qualidade ambiental, ficam autorizados a celebrar, com força de título
construção, instalação, ampliação e funcionamento de executivo extrajudicial, termo de compromisso com pessoas físicas ou
estabelecimentos e atividades utilizadoras de recursos ambientais, jurídicas responsáveis pela construção, instalação, ampliação e
considerados efetiva ou potencialmente poluidores, bem como os funcionamento de estabelecimentos e atividades utilizadores de
capazes, sob qualquer forma, de causar degradação ambiental. recursos ambientais, considerados efetiva ou potencialmente
(Incluído pela Medida Provisória nº 1.710, de 1998) poluidores. (Redação dada pela Medida Provisória nº 1.710-1, de
1998)
§ 1o O termo de compromisso a que se refere este artigo destinar-
se-á, exclusivamente, a permitir que as pessoas físicas e jurídicas § 1o O termo de compromisso a que se refere este artigo destinar-
mencionadas no caput possam promover as necessárias correções se-á, exclusivamente, a permitir que as pessoas físicas e jurídicas
de suas atividades, para o atendimento das exigências impostas mencionadas no caput possam promover as necessárias correções
pelas autoridades ambientais competentes, sendo obrigatório que o de suas atividades, para o atendimento das exigências impostas
respectivo instrumento disponha sobre: (Incluído pela Medida pelas autoridades ambientais competentes, sendo obrigatório que o
Provisória nº 1.710, de 1998) respectivo instrumento disponha sobre: (Redação dada pela
Medida Provisória nº 1.710-1, de 1998)
I - o nome, a qualificação e o endereço das partes compromissadas e
dos respectivos representantes legais; (Incluído pela Medida I - o nome, a qualificação e o endereço das partes compromissadas e
Provisória nº 1.710, de 1998) dos respectivos representantes legais; (Redação dada pela
Medida Provisória nº 1.710-1, de 1998)
II - o prazo de vigência do compromisso, que, em função da
complexidade das obrigações nele fixadas, poderá variar entre o II - o prazo de vigência do compromisso, que, em função da
mínimo de noventa dias e o máximo de cinco anos, com possibilidade complexidade das obrigações nele fixadas, poderá variar entre o
de prorrogação por igual período; (Incluído pela Medida mínimo de noventa dias e o máximo de três anos, com possibilidade
Provisória nº 1.710, de 1998) de prorrogação por igual período; (Redação dada pela Medida
Provisória nº 1.710-1, de 1998)
III - a descrição detalhada de seu objeto e o cronograma físico de
execução e de implantação das obras e serviços exigidos; III - a descrição detalhada de seu objeto, o valor do investimento
(Incluído pela Medida Provisória nº 1.710, de 1998) previsto e o cronograma físico de execução e de implantação das
obras e serviços exigidos, com metas trimestrais a serem atingidas;
IV - as multas que podem ser aplicadas à pessoa física ou jurídica (Redação dada pela Medida Provisória nº 1.710-1, de 1998)
compromissada e os casos de rescisão, em decorrência do não-
cumprimento das obrigações nele pactuadas; (Incluído pela IV - as multas que podem ser aplicadas à pessoa física ou jurídica
Medida Provisória nº 1.710, de 1998) compromissada e os casos de rescisão, em decorrência do não-
cumprimento das obrigações nele pactuadas; (Redação dada
V - o foro competente para dirimir litígios entre as partes. pela Medida Provisória nº 1.710-1, de 1998)
(Incluído pela Medida Provisória nº 1.710, de 1998)
V - o valor da multa de que trata o inciso anterior não

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poderá ser superior ao valor do investimento previsto;
(Redação dada pela Medida Provisória nº 1.710-1, de 1998) sobre: (Redação dada pela Medida Provisória nº 2.163-41, de
2001)
VI - o foro competente para dirimir litígios entre as partes.
(Incluído pela Medida Provisória nº 1.710-1, de 1998) I - o nome, a qualificação e o endereço das partes compromissadas e
dos respectivos representantes legais; (Redação dada pela
§ 2o No tocante aos empreendimentos em curso até o dia 30 de Medida Provisória nº 2.163-41, de 2001)
março de 1998, envolvendo construção, instalação, ampliação e
funcionamento de estabelecimentos e atividades utilizadoras de II - o prazo de vigência do compromisso, que, em função da
recursos ambientais, considerados efetiva ou potencialmente complexidade das obrigações nele fixadas, poderá variar entre o
poluidores, a assinatura do termo de compromisso deverá ser mínimo de noventa dias e o máximo de três anos, com possibilidade
requerida pelas pessoas físicas e jurídicas interessadas, até o dia 31 de prorrogação por igual período; (Redação dada pela Medida
de dezembro de 1998, mediante requerimento escrito protocolizado Provisória nº 2.163-41, de 2001)
junto aos órgãos competentes do SISNAMA, devendo ser firmado
pelo dirigente máximo do estabelecimento. (Redação dada pela III - a descrição detalhada de seu objeto, o valor do investimento
Medida Provisória nº 1.710-1, de 1998) previsto e o cronograma físico de execução e de implantação das
obras e serviços exigidos, com metas trimestrais a serem atingidas;
§ 3o Da data da protocolização do requerimento previsto no (Redação dada pela Medida Provisória nº 2.163-41, de 2001)
parágrafo anterior e enquanto perdurar a vigência do correspondente
termo de compromisso, ficarão suspensas, em relação aos fatos que IV - as multas que podem ser aplicadas à pessoa física ou jurídica
deram causa à celebração do instrumento, a aplicação de sanções compromissada e os casos de rescisão, em decorrência do não-
administrativas contra a pessoa física ou jurídica que o houver cumprimento das obrigações nele pactuadas; (Redação dada
firmado. (Redação dada pela Medida Provisória nº 1.710-1, de pela Medida Provisória nº 2.163-41, de 2001)
1998)
V - o valor da multa de que trata o inciso IV não poderá ser superior
§ 4o A celebração do termo de compromisso de que trata este artigo ao valor do investimento previsto; (Redação dada pela Medida
não impede a execução de eventuais multas aplicadas antes da Provisória nº 2.163-41, de 2001)
protocolização do requerimento. (Redação dada pela Medida
Provisória nº 1.710-1, de 1998) VI - o foro competente para dirimir litígios entre as partes.
(Incluído pela Medida Provisória nº 2.163-41, de 2001)
§ 5o Considera-se rescindido de pleno direito o termo de
compromisso, quando descumprida qualquer de suas cláusulas, § 2o No tocante aos empreendimentos em curso até o dia 30 de
ressalvado o caso fortuito ou de força maior. (Incluído pela março de 1998, envolvendo construção, instalação, ampliação e
Medida Provisória nº 1.710-1, de 1998) funcionamento de estabelecimentos e atividades utilizadores de
recursos ambientais, considerados efetiva ou potencialmente
§ 6o O termo de compromisso deverá ser firmado em até noventa poluidores, a assinatura do termo de compromisso deverá ser
dias, contados da protocolização do requerimento. (Incluído pela requerida pelas pessoas físicas e jurídicas interessadas, até o dia 31
Medida Provisória nº 1.710-1, de 1998) de dezembro de 1998, mediante requerimento escrito protocolizado
junto aos órgãos competentes do SISNAMA, devendo ser firmado
§ 7o O requerimento de celebração do termo de compromisso deverá pelo dirigente máximo do estabelecimento. (Redação dada pela
conter as informações necessárias à verificação da sua viabilidade Medida Provisória nº 2.163-41, de 2001)
técnica e jurídica, sob pena de indeferimento do plano. (Incluído
pela Medida Provisória nº 1.710-1, de 1998) § 3o Da data da protocolização do requerimento previsto no § 2o e
enquanto perdurar a vigência do correspondente termo de
§ 8o Sob pena de ineficácia, os termos de compromisso deverão ser compromisso, ficarão suspensas, em relação aos fatos que deram
publicados no órgão oficial competente, mediante extrato. causa à celebração do instrumento, a aplicação de sanções
(Incluído pela Medida Provisória nº 1.710-1, de 1998) administrativas contra a pessoa física ou jurídica que o houver
firmado. (Redação dada pela Medida Provisória nº 2.163-41, de
Art. 79-A. Para o cumprimento do disposto nesta Lei, os órgãos 2001)
ambientais integrantes do SISNAMA, responsáveis pela execução de
programas e projetos e pelo controle e fiscalização dos § 4o A celebração do termo de compromisso de que trata este artigo
estabelecimentos e das atividades suscetíveis de degradarem a não impede a execução de eventuais multas aplicadas antes da
qualidade ambiental, ficam autorizados a celebrar, com força de título protocolização do requerimento. (Redação dada pela Medida
executivo extrajudicial, termo de compromisso com pessoas físicas ou Provisória nº 2.163-41, de 2001)
jurídicas responsáveis pela construção, instalação, ampliação e
funcionamento de estabelecimentos e atividades utilizadores de § 5o Considera-se rescindido de pleno direito o termo de
recursos ambientais, considerados efetiva ou potencialmente compromisso, quando descumprida qualquer de suas cláusulas,
poluidores. (Redação dada pela Medida Provisória nº 2.163-41, ressalvado o caso fortuito ou de força maior. (Incluído pela
de 2001) Medida Provisória nº 2.163-41, de 2001)

§ 1o O termo de compromisso a que se refere este artigo destinar- § 6o O termo de compromisso deverá ser firmado em até noventa
se-á, exclusivamente, a permitir que as pessoas físicas e jurídicas dias, contados da protocolização do requerimento. (Incluído pela
mencionadas no caput possam promover as necessárias correções Medida Provisória nº 2.163-41, de 2001)
de suas atividades, para o atendimento das exigências impostas
pelas autoridades ambientais competentes, sendo § 7o O requerimento de celebração do termo de

12
obrigatório que o respectivo instrumento disponha compromisso deverá conter as informações
necessárias à verificação da sua viabilidade técnica e jurídica, sob Art. 3o A lei processual penal admitirá interpretação extensiva e
pena de indeferimento do plano. (Incluído pela Medida Provisória aplicação analógica, bem como o suplemento dos princípios gerais de
nº 2.163-41, de 2001) direito.

§ 8o Sob pena de ineficácia, os termos de compromisso deverão ser Juiz das Garantias
publicados no órgão oficial competente, mediante extrato.
(Incluído pela Medida Provisória nº 2.163-41, de 2001) (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) (Vigência)

Art. 80. O Poder Executivo regulamentará esta Lei no prazo de Art. 3º-A. O processo penal terá estrutura acusatória, vedadas a
noventa dias a contar de sua publicação. iniciativa do juiz na fase de investigação e a substituição da atuação
probatória do órgão de acusação. (Incluído pela Lei nº 13.964, de
Art. 81. (VETADO) 2019) (Vigência) (Vide ADI 6.298) (Vide ADI 6.300) (Vide ADI
6.305)
Art. 82. Revogam-se as disposições em contrário.
Art. 3º-B. O juiz das garantias é responsável pelo controle da
Brasília, 12 de fevereiro de 1998; 177º da Independência e 110º da legalidade da investigação criminal e pela salvaguarda dos direitos
República. individuais cuja franquia tenha sido reservada à autorização prévia do
Poder Judiciário, competindo-lhe especialmente: (Incluído pela Lei
FERNANDO HENRIQUE CARDOSO nº 13.964, de 2019) (Vigência) (Vide ADI 6.298) (Vide ADI 6.299)
Gustavo Krause (Vide ADI 6.300) (Vide ADI 6.305)

Este texto não substitui o publicado no DOU de 13.2.1998 e retificado I - receber a comunicação imediata da prisão, nos termos do inciso
em 17.2.1998 LXII do caput do art. 5º da Constituição Federal; (Incluído pela Lei
nº 13.964, de 2019) (Vigência)

CÓDIGO DE PROCESSO PENAL. II - receber o auto da prisão em flagrante para o controle da


legalidade da prisão, observado o disposto no art. 310 deste Código;
(Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) (Vigência)
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, usando da atribuição que Ihe
confere o art. 180 da Constituição, decreta a seguinte Lei: III - zelar pela observância dos direitos do preso, podendo determinar
que este seja conduzido à sua presença, a qualquer tempo;
LIVRO I (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) (Vigência)

DO PROCESSO EM GERAL IV - ser informado sobre a instauração de qualquer investigação


criminal; (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) (Vigência)
TÍTULO I
V - decidir sobre o requerimento de prisão provisória ou outra medida
DISPOSIÇÕES PRELIMINARES cautelar, observado o disposto no § 1º deste artigo; (Incluído pela
Lei nº 13.964, de 2019) (Vigência)
Art. 1o O processo penal reger-se-á, em todo o território brasileiro,
por este Código, ressalvados: VI - prorrogar a prisão provisória ou outra medida cautelar, bem como
substituí-las ou revogá-las, assegurado, no primeiro caso, o exercício
I - os tratados, as convenções e regras de direito internacional; do contraditório em audiência pública e oral, na forma do disposto
neste Código ou em legislação especial pertinente; (Incluído pela
II - as prerrogativas constitucionais do Presidente da República, dos Lei nº 13.964, de 2019) (Vigência)
ministros de Estado, nos crimes conexos com os do Presidente da
República, e dos ministros do Supremo Tribunal Federal, nos crimes VII - decidir sobre o requerimento de produção antecipada de provas
de responsabilidade (Constituição, arts. 86, 89, § 2º, e 100); consideradas urgentes e não repetíveis, assegurados o contraditório
e a ampla defesa em audiência pública e oral; (Incluído pela Lei nº
III - os processos da competência da Justiça Militar; 13.964, de 2019) (Vigência)

IV - os processos da competência do tribunal especial (Constituição, VIII - prorrogar o prazo de duração do inquérito, estando o investigado
art. 122, no 17); preso, em vista das razões apresentadas pela autoridade policial e
observado o disposto no § 2º deste artigo; (Incluído pela Lei nº
V - os processos por crimes de imprensa. (Vide ADPF nº 130) 13.964, de 2019) (Vigência)

Parágrafo único. Aplicar-se-á, entretanto, este Código aos processos IX - determinar o trancamento do inquérito policial quando não houver
referidos nos nos. IV e V, quando as leis especiais que os regulam fundamento razoável para sua instauração ou prosseguimento;
não dispuserem de modo diverso. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) (Vigência)

Art. 2o A lei processual penal aplicar-se-á desde logo, sem prejuízo X - requisitar documentos, laudos e informações ao delegado de
da validade dos atos realizados sob a vigência da lei anterior. polícia sobre o andamento da investigação; (Incluído pela Lei nº
13.964, de 2019) (Vigência)

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XI - decidir sobre os requerimentos de: (Incluído pela Lei nº 13.964, queixa na forma do art. 399 deste Código. (Incluído pela Lei nº
de 2019) (Vigência) 13.964, de 2019) (Vigência) (Vide ADI 6.298) (Vide ADI 6.299)
(Vide ADI 6.300) (Vide ADI 6.305)
a) interceptação telefônica, do fluxo de comunicações em sistemas de
informática e telemática ou de outras formas de comunicação; § 1º Recebida a denúncia ou queixa, as questões pendentes serão
(Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) (Vigência) decididas pelo juiz da instrução e julgamento. (Incluído pela Lei nº
13.964, de 2019) (Vigência)
b) afastamento dos sigilos fiscal, bancário, de dados e telefônico;
(Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) (Vigência) § 2º As decisões proferidas pelo juiz das garantias não vinculam o juiz
da instrução e julgamento, que, após o recebimento da denúncia ou
c) busca e apreensão domiciliar; (Incluído pela Lei nº 13.964, de queixa, deverá reexaminar a necessidade das medidas cautelares em
2019) (Vigência) curso, no prazo máximo de 10 (dez) dias. (Incluído pela Lei nº
13.964, de 2019) (Vigência)
d) acesso a informações sigilosas; (Incluído pela Lei nº 13.964, de
2019) (Vigência) § 3º Os autos que compõem as matérias de competência do juiz das
garantias ficarão acautelados na secretaria desse juízo, à disposição
e) outros meios de obtenção da prova que restrinjam direitos do Ministério Público e da defesa, e não serão apensados aos autos
fundamentais do investigado; (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) do processo enviados ao juiz da instrução e julgamento, ressalvados
(Vigência) os documentos relativos às provas irrepetíveis, medidas de obtenção
de provas ou de antecipação de provas, que deverão ser remetidos
XII - julgar o habeas corpus impetrado antes do oferecimento da para apensamento em apartado. (Incluído pela Lei nº 13.964, de
denúncia; (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) (Vigência) 2019) (Vigência)

XIII - determinar a instauração de incidente de insanidade mental; § 4º Fica assegurado às partes o amplo acesso aos autos
(Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) (Vigência) acautelados na secretaria do juízo das garantias. (Incluído pela Lei
nº 13.964, de 2019) (Vigência)
XIV - decidir sobre o recebimento da denúncia ou queixa, nos termos
do art. 399 deste Código; (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) Art. 3º-D. O juiz que, na fase de investigação, praticar qualquer ato
(Vigência) incluído nas competências dos arts. 4º e 5º deste Código ficará
impedido de funcionar no processo. (Incluído pela Lei nº 13.964, de
XV - assegurar prontamente, quando se fizer necessário, o direito 2019) (Vigência) (Vide ADI 6.298) (Vide ADI 6.299) (Vide ADI
outorgado ao investigado e ao seu defensor de acesso a todos os 6.300) (Vide ADI 6.305)
elementos informativos e provas produzidos no âmbito da
investigação criminal, salvo no que concerne, estritamente, às Parágrafo único. Nas comarcas em que funcionar apenas um juiz, os
diligências em andamento; (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) tribunais criarão um sistema de rodízio de magistrados, a fim de
(Vigência) atender às disposições deste Capítulo. (Incluído pela Lei nº 13.964,
de 2019) (Vigência) (Vide ADI 6.299)
XVI - deferir pedido de admissão de assistente técnico para
acompanhar a produção da perícia; (Incluído pela Lei nº 13.964, de Art. 3º-E. O juiz das garantias será designado conforme as normas de
2019) (Vigência) organização judiciária da União, dos Estados e do Distrito Federal,
observando critérios objetivos a serem periodicamente divulgados
XVII - decidir sobre a homologação de acordo de não persecução pelo respectivo tribunal. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
penal ou os de colaboração premiada, quando formalizados durante a (Vigência) (Vide ADI 6.298) (Vide ADI 6.299) (Vide ADI 6.300)
investigação; (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) (Vigência) (Vide ADI 6.305)

XVIII - outras matérias inerentes às atribuições definidas no caput Art. 3º-F. O juiz das garantias deverá assegurar o cumprimento das
deste artigo. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) (Vigência) regras para o tratamento dos presos, impedindo o acordo ou ajuste
de qualquer autoridade com órgãos da imprensa para explorar a
§ 1º O preso em flagrante ou por força de mandado de prisão imagem da pessoa submetida à prisão, sob pena de responsabilidade
provisória será encaminhado à presença do juiz de garantias no prazo civil, administrativa e penal. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
de 24 (vinte e quatro) horas, momento em que se realizará audiência (Vigência) (Vide ADI 6.298) (Vide ADI 6.299) (Vide ADI 6.300)
com a presença do Ministério Público e da Defensoria Pública ou de (Vide ADI 6.305)
advogado constituído, vedado o emprego de videoconferência.
(Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) (Vigência) Parágrafo único. Por meio de regulamento, as autoridades deverão
disciplinar, em 180 (cento e oitenta) dias, o modo pelo qual as
§ 2º Se o investigado estiver preso, o juiz das garantias poderá, informações sobre a realização da prisão e a identidade do preso
mediante representação da autoridade policial e ouvido o Ministério serão, de modo padronizado e respeitada a programação normativa
Público, prorrogar, uma única vez, a duração do inquérito por até 15 aludida no caput deste artigo, transmitidas à imprensa, assegurados a
(quinze) dias, após o que, se ainda assim a investigação não for efetividade da persecução penal, o direito à informação e a dignidade
concluída, a prisão será imediatamente relaxada. (Incluído pela Lei da pessoa submetida à prisão. (Incluído pela Lei nº 13.964, de
nº 13.964, de 2019) (Vigência) 2019) (Vigência)

Art. 3º-C. A competência do juiz das garantias abrange todas as TÍTULO VII
infrações penais, exceto as de menor potencial

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ofensivo, e cessa com o recebimento da denúncia ou DA PROVA
Art. 158. Quando a infração deixar vestígios, será indispensável o
CAPÍTULO I exame de corpo de delito, direto ou indireto, não podendo supri-lo a
confissão do acusado.
DISPOSIÇÕES GERAIS
Parágrafo único. Dar-se-á prioridade à realização do exame de corpo
Art. 155. O juiz formará sua convicção pela livre apreciação da prova de delito quando se tratar de crime que envolva: (Incluído dada pela
produzida em contraditório judicial, não podendo fundamentar sua Lei nº 13.721, de 2018)
decisão exclusivamente nos elementos informativos colhidos na
investigação, ressalvadas as provas cautelares, não repetíveis e I - violência doméstica e familiar contra mulher; (Incluído dada pela
antecipadas. (Redação dada pela Lei nº 11.690, de 2008) Lei nº 13.721, de 2018)

Parágrafo único. Somente quanto ao estado das pessoas serão II - violência contra criança, adolescente, idoso ou pessoa com
observadas as restrições estabelecidas na lei civil. deficiência. (Incluído dada pela Lei nº 13.721, de 2018)
(Incluído pela Lei nº 11.690, de 2008)
Art. 158-A. Considera-se cadeia de custódia o conjunto de todos os
Art. 156. A prova da alegação incumbirá a quem a fizer, sendo, procedimentos utilizados para manter e documentar a história
porém, facultado ao juiz de ofício: (Redação dada pela cronológica do vestígio coletado em locais ou em vítimas de crimes,
Lei nº 11.690, de 2008) para rastrear sua posse e manuseio a partir de seu reconhecimento
até o descarte. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
I – ordenar, mesmo antes de iniciada a ação penal, a produção
antecipada de provas consideradas urgentes e relevantes, § 1º O início da cadeia de custódia dá-se com a preservação do local
observando a necessidade, adequação e proporcionalidade da de crime ou com procedimentos policiais ou periciais nos quais seja
medida; (Incluído pela Lei nº 11.690, de 2008) detectada a existência de vestígio. (Incluído pela Lei nº 13.964, de
2019)
II – determinar, no curso da instrução, ou antes de proferir sentença,
a realização de diligências para dirimir dúvida sobre ponto relevante. § 2º O agente público que reconhecer um elemento como de
(Incluído pela Lei nº 11.690, de 2008) potencial interesse para a produção da prova pericial fica responsável
por sua preservação. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
Art. 157. São inadmissíveis, devendo ser desentranhadas do
processo, as provas ilícitas, assim entendidas as obtidas em violação § 3º Vestígio é todo objeto ou material bruto, visível ou latente,
a normas constitucionais ou legais. (Redação dada pela constatado ou recolhido, que se relaciona à infração penal. (Incluído
Lei nº 11.690, de 2008) pela Lei nº 13.964, de 2019)

§ 1o São também inadmissíveis as provas derivadas das ilícitas, Art. 158-B. A cadeia de custódia compreende o rastreamento do
salvo quando não evidenciado o nexo de causalidade entre umas e vestígio nas seguintes etapas: (Incluído pela Lei nº 13.964, de
outras, ou quando as derivadas puderem ser obtidas por uma fonte 2019)
independente das primeiras. (Incluído pela Lei nº 11.690,
de 2008) I - reconhecimento: ato de distinguir um elemento como de potencial
interesse para a produção da prova pericial; (Incluído pela Lei nº
§ 2o Considera-se fonte independente aquela que por si só, seguindo 13.964, de 2019)
os trâmites típicos e de praxe, próprios da investigação ou instrução
criminal, seria capaz de conduzir ao fato objeto da prova. II - isolamento: ato de evitar que se altere o estado das coisas,
(Incluído pela Lei nº 11.690, de 2008) devendo isolar e preservar o ambiente imediato, mediato e
relacionado aos vestígios e local de crime; (Incluído pela Lei nº
§ 3o Preclusa a decisão de desentranhamento da prova declarada 13.964, de 2019)
inadmissível, esta será inutilizada por decisão judicial, facultado às
partes acompanhar o incidente. (Incluído pela Lei nº III - fixação: descrição detalhada do vestígio conforme se encontra no
11.690, de 2008) local de crime ou no corpo de delito, e a sua posição na área de
exames, podendo ser ilustrada por fotografias, filmagens ou croqui,
§ 4o (VETADO) (Incluído pela Lei nº 11.690, de 2008) sendo indispensável a sua descrição no laudo pericial produzido pelo
perito responsável pelo atendimento; (Incluído pela Lei nº 13.964,
§ 5º O juiz que conhecer do conteúdo da prova declarada de 2019)
inadmissível não poderá proferir a sentença ou acórdão. (Incluído
pela Lei nº 13.964, de 2019) (Vide ADI 6.298) (Vide ADI 6.299) IV - coleta: ato de recolher o vestígio que será submetido à análise
(Vide ADI 6.300) (Vide ADI 6.305) pericial, respeitando suas características e natureza; (Incluído pela
Lei nº 13.964, de 2019)
CAPÍTULO II
V - acondicionamento: procedimento por meio do qual cada vestígio
DO EXAME DE CORPO DE DELITO, DA CADEIA DE coletado é embalado de forma individualizada, de acordo com suas
características físicas, químicas e biológicas, para posterior análise,
CUSTÓDIA E DAS PERÍCIAS EM GERAL com anotação da data, hora e nome de quem realizou a coleta e o
acondicionamento; (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
(Redação dada pela Lei nº 13.964, de 2019)
VI - transporte: ato de transferir o vestígio de um local

15
para o outro, utilizando as condições adequadas
(embalagens, veículos, temperatura, entre outras), de modo a garantir bem como as informações referentes ao novo lacre utilizado.
a manutenção de suas características originais, bem como o controle (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
de sua posse; (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
§ 5º O lacre rompido deverá ser acondicionado no interior do novo
VII - recebimento: ato formal de transferência da posse do vestígio, recipiente. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
que deve ser documentado com, no mínimo, informações referentes
ao número de procedimento e unidade de polícia judiciária Art. 158-E. Todos os Institutos de Criminalística deverão ter uma
relacionada, local de origem, nome de quem transportou o vestígio, central de custódia destinada à guarda e controle dos vestígios, e sua
código de rastreamento, natureza do exame, tipo do vestígio, gestão deve ser vinculada diretamente ao órgão central de perícia
protocolo, assinatura e identificação de quem o recebeu; (Incluído oficial de natureza criminal. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
pela Lei nº 13.964, de 2019)
§ 1º Toda central de custódia deve possuir os serviços de protocolo,
VIII - processamento: exame pericial em si, manipulação do vestígio com local para conferência, recepção, devolução de materiais e
de acordo com a metodologia adequada às suas características documentos, possibilitando a seleção, a classificação e a distribuição
biológicas, físicas e químicas, a fim de se obter o resultado desejado, de materiais, devendo ser um espaço seguro e apresentar condições
que deverá ser formalizado em laudo produzido por perito; ambientais que não interfiram nas características do vestígio.
(Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)

IX - armazenamento: procedimento referente à guarda, em condições § 2º Na central de custódia, a entrada e a saída de vestígio deverão
adequadas, do material a ser processado, guardado para realização ser protocoladas, consignando-se informações sobre a ocorrência no
de contraperícia, descartado ou transportado, com vinculação ao inquérito que a eles se relacionam. (Incluído pela Lei nº 13.964, de
número do laudo correspondente; (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
2019)
§ 3º Todas as pessoas que tiverem acesso ao vestígio armazenado
X - descarte: procedimento referente à liberação do vestígio, deverão ser identificadas e deverão ser registradas a data e a hora do
respeitando a legislação vigente e, quando pertinente, mediante acesso. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
autorização judicial. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
§ 4º Por ocasião da tramitação do vestígio armazenado, todas as
Art. 158-C. A coleta dos vestígios deverá ser realizada ações deverão ser registradas, consignando-se a identificação do
preferencialmente por perito oficial, que dará o encaminhamento responsável pela tramitação, a destinação, a data e horário da ação.
necessário para a central de custódia, mesmo quando for necessária (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
a realização de exames complementares. (Incluído pela Lei nº
13.964, de 2019) Art. 158-F. Após a realização da perícia, o material deverá ser
devolvido à central de custódia, devendo nela permanecer.
§ 1º Todos vestígios coletados no decurso do inquérito ou processo (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
devem ser tratados como descrito nesta Lei, ficando órgão central de
perícia oficial de natureza criminal responsável por detalhar a forma Parágrafo único. Caso a central de custódia não possua espaço ou
do seu cumprimento. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) condições de armazenar determinado material, deverá a autoridade
policial ou judiciária determinar as condições de depósito do referido
§ 2º É proibida a entrada em locais isolados bem como a remoção de material em local diverso, mediante requerimento do diretor do órgão
quaisquer vestígios de locais de crime antes da liberação por parte do central de perícia oficial de natureza criminal. (Incluído pela Lei nº
perito responsável, sendo tipificada como fraude processual a sua 13.964, de 2019)
realização. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
Art. 159. O exame de corpo de delito e outras perícias serão
Art. 158-D. O recipiente para acondicionamento do vestígio será realizados por perito oficial, portador de diploma de curso superior.
determinado pela natureza do material. (Incluído pela Lei nº 13.964, (Redação dada pela Lei nº 11.690, de 2008)
de 2019)
§ 1o Na falta de perito oficial, o exame será realizado por 2 (duas)
§ 1º Todos os recipientes deverão ser selados com lacres, com pessoas idôneas, portadoras de diploma de curso superior
numeração individualizada, de forma a garantir a inviolabilidade e a preferencialmente na área específica, dentre as que tiverem
idoneidade do vestígio durante o transporte. (Incluído pela Lei nº habilitação técnica relacionada com a natureza do exame.
13.964, de 2019) (Redação dada pela Lei nº 11.690, de 2008)

§ 2º O recipiente deverá individualizar o vestígio, preservar suas § 2o Os peritos não oficiais prestarão o compromisso de bem e
características, impedir contaminação e vazamento, ter grau de fielmente desempenhar o encargo. (Redação dada pela
resistência adequado e espaço para registro de informações sobre Lei nº 11.690, de 2008)
seu conteúdo. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
§ 3o Serão facultadas ao Ministério Público, ao assistente de
§ 3º O recipiente só poderá ser aberto pelo perito que vai proceder à acusação, ao ofendido, ao querelante e ao acusado a formulação de
análise e, motivadamente, por pessoa autorizada. (Incluído pela Lei quesitos e indicação de assistente técnico. (Incluído pela
nº 13.964, de 2019) Lei nº 11.690, de 2008)

§ 4º Após cada rompimento de lacre, deve se fazer constar na ficha § 4o O assistente técnico atuará a partir de sua admissão pelo juiz e
de acompanhamento de vestígio o nome e a após a conclusão dos exames e elaboração do laudo

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matrícula do responsável, a data, o local, a finalidade, pelos peritos oficiais, sendo as partes intimadas desta
decisão. (Incluído pela Lei nº 11.690, de 2008) lesões externas e vestígios deixados no local do crime.
(Redação dada pela Lei nº 8.862, de 28.3.1994)
§ 5o Durante o curso do processo judicial, é permitido às partes,
quanto à perícia: (Incluído pela Lei nº 11.690, de 2008) Art. 165. Para representar as lesões encontradas no cadáver, os
peritos, quando possível, juntarão ao laudo do exame provas
I – requerer a oitiva dos peritos para esclarecerem a prova ou para fotográficas, esquemas ou desenhos, devidamente rubricados.
responderem a quesitos, desde que o mandado de intimação e os
quesitos ou questões a serem esclarecidas sejam encaminhados com Art. 166. Havendo dúvida sobre a identidade do cadáver exumado,
antecedência mínima de 10 (dez) dias, podendo apresentar as proceder-se-á ao reconhecimento pelo Instituto de Identificação e
respostas em laudo complementar; (Incluído pela Lei nº Estatística ou repartição congênere ou pela inquirição de
11.690, de 2008) testemunhas, lavrando-se auto de reconhecimento e de identidade,
no qual se descreverá o cadáver, com todos os sinais e indicações.
II – indicar assistentes técnicos que poderão apresentar pareceres em
prazo a ser fixado pelo juiz ou ser inquiridos em audiência. Parágrafo único. Em qualquer caso, serão arrecadados e
(Incluído pela Lei nº 11.690, de 2008) autenticados todos os objetos encontrados, que possam ser úteis
para a identificação do cadáver.
§ 6o Havendo requerimento das partes, o material probatório que
serviu de base à perícia será disponibilizado no ambiente do órgão Art. 167. Não sendo possível o exame de corpo de delito, por
oficial, que manterá sempre sua guarda, e na presença de perito haverem desaparecido os vestígios, a prova testemunhal poderá
oficial, para exame pelos assistentes, salvo se for impossível a sua suprir-lhe a falta.
conservação. (Incluído pela Lei nº 11.690, de 2008)
Art. 168. Em caso de lesões corporais, se o primeiro exame pericial
§ 7o Tratando-se de perícia complexa que abranja mais de uma área tiver sido incompleto, proceder-se-á a exame complementar por
de conhecimento especializado, poder-se-á designar a atuação de determinação da autoridade policial ou judiciária, de ofício, ou a
mais de um perito oficial, e a parte indicar mais de um assistente requerimento do Ministério Público, do ofendido ou do acusado, ou de
técnico. (Incluído pela Lei nº 11.690, de 2008) seu defensor.

Art. 160. Os peritos elaborarão o laudo pericial, onde descreverão § 1o No exame complementar, os peritos terão presente o auto de
minuciosamente o que examinarem, e responderão aos quesitos corpo de delito, a fim de suprir-lhe a deficiência ou retificá-lo.
formulados. (Redação dada pela Lei nº 8.862, de
28.3.1994) § 2o Se o exame tiver por fim precisar a classificação do delito no art.
129, § 1o, I, do Código Penal, deverá ser feito logo que decorra o
Parágrafo único. O laudo pericial será elaborado no prazo máximo de prazo de 30 dias, contado da data do crime.
10 dias, podendo este prazo ser prorrogado, em casos excepcionais,
a requerimento dos peritos. (Redação dada pela Lei nº § 3o A falta de exame complementar poderá ser suprida pela prova
8.862, de 28.3.1994) testemunhal.

Art. 161. O exame de corpo de delito poderá ser feito em qualquer Art. 169. Para o efeito de exame do local onde houver sido praticada
dia e a qualquer hora. a infração, a autoridade providenciará imediatamente para que não se
altere o estado das coisas até a chegada dos peritos, que poderão
Art. 162. A autópsia será feita pelo menos seis horas depois do óbito, instruir seus laudos com fotografias, desenhos ou esquemas
salvo se os peritos, pela evidência dos sinais de morte, julgarem que elucidativos. (Vide Lei nº 5.970, de 1973)
possa ser feita antes daquele prazo, o que declararão no auto.
Parágrafo único. Os peritos registrarão, no laudo, as alterações do
Parágrafo único. Nos casos de morte violenta, bastará o simples estado das coisas e discutirão, no relatório, as conseqüências dessas
exame externo do cadáver, quando não houver infração penal que alterações na dinâmica dos fatos. (Incluído pela Lei nº
apurar, ou quando as lesões externas permitirem precisar a causa da 8.862, de 28.3.1994)
morte e não houver necessidade de exame interno para a verificação
de alguma circunstância relevante. Art. 170. Nas perícias de laboratório, os peritos guardarão material
suficiente para a eventualidade de nova perícia. Sempre que
Art. 163. Em caso de exumação para exame cadavérico, a conveniente, os laudos serão ilustrados com provas fotográficas, ou
autoridade providenciará para que, em dia e hora previamente microfotográficas, desenhos ou esquemas.
marcados, se realize a diligência, da qual se lavrará auto
circunstanciado. Art. 171. Nos crimes cometidos com destruição ou rompimento de
obstáculo a subtração da coisa, ou por meio de escalada, os peritos,
Parágrafo único. O administrador de cemitério público ou particular além de descrever os vestígios, indicarão com que instrumentos, por
indicará o lugar da sepultura, sob pena de desobediência. No caso de que meios e em que época presumem ter sido o fato praticado.
recusa ou de falta de quem indique a sepultura, ou de encontrar-se o
cadáver em lugar não destinado a inumações, a autoridade procederá Art. 172. Proceder-se-á, quando necessário, à avaliação de coisas
às pesquisas necessárias, o que tudo constará do auto. destruídas, deterioradas ou que constituam produto do crime.

Art. 164. Os cadáveres serão sempre fotografados na posição em que Parágrafo único. Se impossível a avaliação direta, os peritos
forem encontrados, bem como, na medida do possível, todas as procederão à avaliação por meio dos elementos existentes nos autos
e dos que resultarem de diligências.

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Art. 173. No caso de incêndio, os peritos verificarão a causa e o lugar
em que houver começado, o perigo que dele tiver resultado para a Art. 182. O juiz não ficará adstrito ao laudo, podendo aceitá-lo ou
vida ou para o patrimônio alheio, a extensão do dano e o seu valor e rejeitá-lo, no todo ou em parte.
as demais circunstâncias que interessarem à elucidação do fato.
Art. 183. Nos crimes em que não couber ação pública, observar-se-á
Art. 174. No exame para o reconhecimento de escritos, por o disposto no art. 19.
comparação de letra, observar-se-á o seguinte:
Art. 184. Salvo o caso de exame de corpo de delito, o juiz ou a
I - a pessoa a quem se atribua ou se possa atribuir o escrito será autoridade policial negará a perícia requerida pelas partes, quando
intimada para o ato, se for encontrada; não for necessária ao esclarecimento da verdade.

II - para a comparação, poderão servir quaisquer documentos que a TÍTULO VI


dita pessoa reconhecer ou já tiverem sido judicialmente reconhecidos DOS CRIMES CONTRA A DIGNIDADE SEXUAL
como de seu punho, ou sobre cuja autenticidade não houver dúvida; (Redação dada pela Lei nº 12.015, de 2009)

III - a autoridade, quando necessário, requisitará, para o exame, os CAPÍTULO I


documentos que existirem em arquivos ou estabelecimentos públicos, DOS CRIMES CONTRA A LIBERDADE SEXUAL
ou nestes realizará a diligência, se daí não puderem ser retirados; (Redação dada pela Lei nº 12.015, de 2009)

IV - quando não houver escritos para a comparação ou forem Estupro


insuficientes os exibidos, a autoridade mandará que a pessoa escreva
o que Ihe for ditado. Se estiver ausente a pessoa, mas em lugar certo, Art. 213. Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça,
esta última diligência poderá ser feita por precatória, em que se a ter conjunção carnal ou a praticar ou permitir que com ele se
consignarão as palavras que a pessoa será intimada a escrever. pratique outro ato libidinoso: (Redação dada pela Lei nº 12.015,
de 2009)
Art. 175. Serão sujeitos a exame os instrumentos empregados para a
prática da infração, a fim de se Ihes verificar a natureza e a eficiência. Pena - reclusão, de 6 (seis) a 10 (dez) anos. (Redação dada
pela Lei nº 12.015, de 2009)
Art. 176. A autoridade e as partes poderão formular quesitos até o
ato da diligência. § 1o Se da conduta resulta lesão corporal de natureza grave ou se a
vítima é menor de 18 (dezoito) ou maior de 14 (catorze) anos:
Art. 177. No exame por precatória, a nomeação dos peritos far-se-á (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009)
no juízo deprecado. Havendo, porém, no caso de ação privada,
acordo das partes, essa nomeação poderá ser feita pelo juiz Pena - reclusão, de 8 (oito) a 12 (doze) anos. (Incluído pela
deprecante. Lei nº 12.015, de 2009)

Parágrafo único. Os quesitos do juiz e das partes serão transcritos na § 2o Se da conduta resulta morte: (Incluído pela Lei nº
precatória. 12.015, de 2009)

Art. 178. No caso do art. 159, o exame será requisitado pela Pena - reclusão, de 12 (doze) a 30 (trinta) anos (Incluído pela
autoridade ao diretor da repartição, juntando-se ao processo o laudo Lei nº 12.015, de 2009)
assinado pelos peritos.
Art. 214 - (Revogado pela Lei nº 12.015, de 2009)
Art. 179. No caso do § 1o do art. 159, o escrivão lavrará o auto
respectivo, que será assinado pelos peritos e, se presente ao exame, Violação sexual mediante fraude (Redação dada pela Lei nº
também pela autoridade. 12.015, de 2009)

Parágrafo único. No caso do art. 160, parágrafo único, o laudo, que Art. 215. Ter conjunção carnal ou praticar outro ato libidinoso com
poderá ser datilografado, será subscrito e rubricado em suas folhas alguém, mediante fraude ou outro meio que impeça ou dificulte a livre
por todos os peritos. manifestação de vontade da vítima: (Redação dada pela Lei nº
12.015, de 2009)
Art. 180. Se houver divergência entre os peritos, serão consignadas
no auto do exame as declarações e respostas de um e de outro, ou Pena - reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos. (Redação dada
cada um redigirá separadamente o seu laudo, e a autoridade pela Lei nº 12.015, de 2009)
nomeará um terceiro; se este divergir de ambos, a autoridade poderá
mandar proceder a novo exame por outros peritos. Parágrafo único. Se o crime é cometido com o fim de obter vantagem
econômica, aplica-se também multa. (Redação dada pela Lei nº
Art. 181. No caso de inobservância de formalidades, ou no caso de 12.015, de 2009)
omissões, obscuridades ou contradições, a autoridade judiciária
mandará suprir a formalidade, complementar ou esclarecer o laudo. Importunação sexual (Incluído pela Lei nº 13.718, de 2018)
(Redação dada pela Lei nº 8.862, de 28.3.1994)
Art. 215-A. Praticar contra alguém e sem a sua anuência ato
Parágrafo único. A autoridade poderá também ordenar que se libidinoso com o objetivo de satisfazer a própria lascívia ou a de
proceda a novo exame, por outros peritos, se julgar terceiro: (Incluído pela Lei nº 13.718, de 2018)

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conveniente.
Pena - reclusão, de 1 (um) a 5 (cinco) anos, se o ato não constitui § 2o (VETADO) (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009)
crime mais grave. (Incluído pela Lei nº 13.718, de 2018)
§ 3o Se da conduta resulta lesão corporal de natureza grave:
Art. 216. (Revogado pela Lei nº 12.015, de 2009) (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009)

Assédio sexual (Incluído pela Lei nº 10.224, de 15 de Pena - reclusão, de 10 (dez) a 20 (vinte) anos. (Incluído pela
2001) Lei nº 12.015, de 2009)

Art. 216-A. Constranger alguém com o intuito de obter vantagem § 4o Se da conduta resulta morte: (Incluído pela Lei nº
ou favorecimento sexual, prevalecendo-se o agente da sua condição 12.015, de 2009)
de superior hierárquico ou ascendência inerentes ao exercício de
emprego, cargo ou função. (Incluído pela Lei nº 10.224, de Pena - reclusão, de 12 (doze) a 30 (trinta) anos. (Incluído pela
15 de 2001) Lei nº 12.015, de 2009)

Pena – detenção, de 1 (um) a 2 (dois) anos. (Incluído § 5º As penas previstas no caput e nos §§ 1º, 3º e 4º deste artigo
pela Lei nº 10.224, de 15 de 2001) aplicam-se independentemente do consentimento da vítima ou do fato
de ela ter mantido relações sexuais anteriormente ao crime. (Incluído
Parágrafo único. (VETADO) (Incluído pela Lei nº pela Lei nº 13.718, de 2018)
10.224, de 15 de 2001)
Corrupção de menores
§ 2o A pena é aumentada em até um terço se a vítima é menor
de 18 (dezoito) anos. (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009) Art. 218. Induzir alguém menor de 14 (catorze) anos a satisfazer a
lascívia de outrem: (Redação dada pela Lei nº 12.015, de 2009)
CAPÍTULO I-A
(Incluído pela Lei nº 13.772, de 2018) Pena - reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos. (Redação dada
pela Lei nº 12.015, de 2009)
DA EXPOSIÇÃO DA INTIMIDADE SEXUAL
Parágrafo único. (VETADO). (Incluído pela Lei nº 12.015, de
Registro não autorizado da intimidade sexual 2009)

Art. 216-B. Produzir, fotografar, filmar ou registrar, por qualquer meio, Satisfação de lascívia mediante presença de criança ou adolescente
conteúdo com cena de nudez ou ato sexual ou libidinoso de caráter (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009)
íntimo e privado sem autorização dos participantes: (Incluído pela Lei
nº 13.772, de 2018) Art. 218-A. Praticar, na presença de alguém menor de 14 (catorze)
anos, ou induzi-lo a presenciar, conjunção carnal ou outro ato
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 1 (um) ano, e multa. libidinoso, a fim de satisfazer lascívia própria ou de outrem:
(Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009)
Parágrafo único. Na mesma pena incorre quem realiza montagem
em fotografia, vídeo, áudio ou qualquer outro registro com o fim de Pena - reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos. (Incluído pela
incluir pessoa em cena de nudez ou ato sexual ou libidinoso de Lei nº 12.015, de 2009)
caráter íntimo. (Incluído pela Lei nº 13.772, de 2018)
Favorecimento da prostituição ou de outra forma de exploração
CAPÍTULO II sexual de criança ou adolescente ou de vulnerável.
DOS CRIMES SEXUAIS CONTRA VULNERÁVEL (Redação dada pela Lei nº 12.978, de 2014)
(Redação dada pela Lei nº 12.015, de 2009)
Art. 218-B. Submeter, induzir ou atrair à prostituição ou outra forma
Sedução de exploração sexual alguém menor de 18 (dezoito) anos ou que, por
enfermidade ou deficiência mental, não tem o necessário
Art. 217 - (Revogado pela Lei nº 11.106, de 2005) discernimento para a prática do ato, facilitá-la, impedir ou dificultar
que a abandone: (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009)
Estupro de vulnerável (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009)
Pena - reclusão, de 4 (quatro) a 10 (dez) anos. (Incluído pela
Art. 217-A. Ter conjunção carnal ou praticar outro ato libidinoso com Lei nº 12.015, de 2009)
menor de 14 (catorze) anos: (Incluído pela Lei nº 12.015, de
2009) § 1o Se o crime é praticado com o fim de obter vantagem econômica,
aplica-se também multa. (Incluído pela Lei nº 12.015, de
Pena - reclusão, de 8 (oito) a 15 (quinze) anos. (Incluído pela 2009)
Lei nº 12.015, de 2009)
§ 2o Incorre nas mesmas penas: (Incluído pela Lei nº 12.015,
§ 1o Incorre na mesma pena quem pratica as ações descritas no de 2009)
caput com alguém que, por enfermidade ou deficiência mental, não
tem o necessário discernimento para a prática do ato, ou que, por I - quem pratica conjunção carnal ou outro ato libidinoso com alguém
qualquer outra causa, não pode oferecer resistência. (Incluído menor de 18 (dezoito) e maior de 14 (catorze) anos na situação
pela Lei nº 12.015, de 2009) descrita no caput deste artigo; (Incluído pela Lei

19
nº 12.015, de 2009)
II - o proprietário, o gerente ou o responsável pelo local em que se Art. 224 - (Revogado pela Lei nº 12.015, de 2009)
verifiquem as práticas referidas no caput deste artigo.
(Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009) Ação penal

§ 3o Na hipótese do inciso II do § 2o, constitui efeito obrigatório da Art. 225. Nos crimes definidos nos Capítulos I e II deste Título,
condenação a cassação da licença de localização e de procede-se mediante ação penal pública incondicionada. (Redação
funcionamento do estabelecimento. (Incluído pela Lei nº dada pela Lei nº 13.718, de 2018)
12.015, de 2009)
Parágrafo único. (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 13.718, de
Divulgação de cena de estupro ou de cena de estupro de vulnerável, 2018)
de cena de sexo ou de pornografia (Incluído pela Lei nº 13.718, de
2018) Aumento de pena

Art. 218-C. Oferecer, trocar, disponibilizar, transmitir, vender ou expor Art. 226. A pena é aumentada: (Redação dada pela Lei
à venda, distribuir, publicar ou divulgar, por qualquer meio - inclusive nº 11.106, de 2005)
por meio de comunicação de massa ou sistema de informática ou
telemática -, fotografia, vídeo ou outro registro audiovisual que I – de quarta parte, se o crime é cometido com o concurso de 2
contenha cena de estupro ou de estupro de vulnerável ou que faça (duas) ou mais pessoas; (Redação dada pela Lei nº 11.106, de
apologia ou induza a sua prática, ou, sem o consentimento da vítima, 2005)
cena de sexo, nudez ou pornografia: (Incluído pela Lei nº 13.718, de
2018) II - de metade, se o agente é ascendente, padrasto ou madrasta,
tio, irmão, cônjuge, companheiro, tutor, curador, preceptor ou
Pena - reclusão, de 1 (um) a 5 (cinco) anos, se o fato não constitui empregador da vítima ou por qualquer outro título tiver autoridade
crime mais grave. (Incluído pela Lei nº 13.718, de 2018) sobre ela; (Redação dada pela Lei nº 13.718, de 2018)

Aumento de pena (Incluído pela Lei nº 13.718, de 2018) III - (Revogado pela Lei nº 11.106, de 2005)

§ 1º A pena é aumentada de 1/3 (um terço) a 2/3 (dois terços) se o IV - de 1/3 (um terço) a 2/3 (dois terços), se o crime é praticado:
crime é praticado por agente que mantém ou tenha mantido relação (Incluído pela Lei nº 13.718, de 2018)
íntima de afeto com a vítima ou com o fim de vingança ou
humilhação. (Incluído pela Lei nº 13.718, de 2018) Estupro coletivo (Incluído pela Lei nº 13.718, de 2018)

Exclusão de ilicitude (Incluído pela Lei nº 13.718, de 2018) a) mediante concurso de 2 (dois) ou mais agentes; (Incluído pela Lei
nº 13.718, de 2018)
§ 2º Não há crime quando o agente pratica as condutas descritas no
caput deste artigo em publicação de natureza jornalística, científica, Estupro corretivo (Incluído pela Lei nº 13.718, de 2018)
cultural ou acadêmica com a adoção de recurso que impossibilite a
identificação da vítima, ressalvada sua prévia autorização, caso seja b) para controlar o comportamento social ou sexual da vítima.
maior de 18 (dezoito) anos. (Incluído pela Lei nº 13.718, de 2018) (Incluído pela Lei nº 13.718, de 2018)

CAPÍTULO III CAPÍTULO V


DO RAPTO DO LENOCÍNIO E DO TRÁFICO DE PESSOA PARA FIM DE
PROSTITUIÇÃO OU OUTRA FORMA DE
Rapto violento ou mediante fraude EXPLORAÇÃO SEXUAL
(Redação dada pela Lei nº 12.015, de 2009)
Art. 219 - (Revogado pela Lei nº 11.106, de 2005)
Mediação para servir a lascívia de outrem
Rapto consensual
Art. 227 - Induzir alguém a satisfazer a lascívia de outrem:
Art. 220 - (Revogado pela Lei nº 11.106, de 2005)
Pena - reclusão, de um a três anos.
Diminuição de pena
§ 1o Se a vítima é maior de 14 (catorze) e menor de 18 (dezoito)
Art. 221 - (Revogado pela Lei nº 11.106, de 2005) anos, ou se o agente é seu ascendente, descendente, cônjuge ou
companheiro, irmão, tutor ou curador ou pessoa a quem esteja
Concurso de rapto e outro crime confiada para fins de educação, de tratamento ou de guarda:
(Redação dada pela Lei nº 11.106, de 2005)
Art. 222 - (Revogado pela Lei nº 11.106, de 2005)
Pena - reclusão, de dois a cinco anos.
CAPÍTULO IV
DISPOSIÇÕES GERAIS § 2º - Se o crime é cometido com emprego de violência, grave
ameaça ou fraude:
Art. 223 - (Revogado pela Lei nº

20
12.015, de 2009)
Pena - reclusão, de dois a oito anos, além da pena
correspondente à violência. Pena - reclusão, de 2 (dois) a 8 (oito) anos, sem prejuízo da pena
correspondente à violência. (Redação dada pela Lei nº
§ 3º - Se o crime é cometido com o fim de lucro, aplica-se 12.015, de 2009)
também multa.
Tráfico internacional de pessoa para fim de exploração sexual
Favorecimento da prostituição ou outra forma de exploração sexual (Redação dada pela Lei nº 12.015, de 2009)
(Redação dada pela Lei nº 12.015, de 2009)
Art. 231. (Revogado pela Lei nº 13.344, de 2016)
Art. 228. Induzir ou atrair alguém à prostituição ou outra forma de (Vigência)
exploração sexual, facilitá-la, impedir ou dificultar que alguém a
abandone: (Redação dada pela Lei nº 12.015, de 2009) Art. 231-A. (Revogado pela Lei nº 13.344, de 2016)
(Vigência)
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa.
(Redação dada pela Lei nº 12.015, de 2009) Art. 232 - (Revogado pela Lei nº 12.015, de 2009)

§ 1o Se o agente é ascendente, padrasto, madrasta, irmão, enteado, Promoção de migração ilegal


cônjuge, companheiro, tutor ou curador, preceptor ou empregador da
vítima, ou se assumiu, por lei ou outra forma, obrigação de cuidado, Art. 232-A. Promover, por qualquer meio, com o fim de obter
proteção ou vigilância: (Redação dada pela Lei nº 12.015, de vantagem econômica, a entrada ilegal de estrangeiro em território
2009) nacional ou de brasileiro em país estrangeiro: Incluído pela Lei nº
13.445, de 2017 Vigência
Pena - reclusão, de 3 (três) a 8 (oito) anos. (Redação dada
pela Lei nº 12.015, de 2009) Pena - reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa. Incluído
pela Lei nº 13.445, de 2017 Vigência
§ 2º - Se o crime, é cometido com emprego de violência, grave
ameaça ou fraude: § 1º Na mesma pena incorre quem promover, por qualquer meio,
com o fim de obter vantagem econômica, a saída de estrangeiro do
Pena - reclusão, de quatro a dez anos, além da pena território nacional para ingressar ilegalmente em país estrangeiro.
correspondente à violência. Incluído pela Lei nº 13.445, de 2017 Vigência

§ 3º - Se o crime é cometido com o fim de lucro, aplica-se § 2º A pena é aumentada de 1/6 (um sexto) a 1/3 (um terço) se:
também multa. Incluído pela Lei nº 13.445, de 2017 Vigência

Casa de prostituição I - o crime é cometido com violência; ou Incluído pela Lei nº


13.445, de 2017 Vigência
Art. 229. Manter, por conta própria ou de terceiro,
estabelecimento em que ocorra exploração sexual, haja, ou não, II - a vítima é submetida a condição desumana ou degradante.
intuito de lucro ou mediação direta do proprietário ou gerente: Incluído pela Lei nº 13.445, de 2017 Vigência
(Redação dada pela Lei nº 12.015, de 2009)
§ 3º A pena prevista para o crime será aplicada sem prejuízo das
Pena - reclusão, de dois a cinco anos, e multa. correspondentes às infrações conexas. Incluído pela Lei nº
13.445, de 2017 Vigência
Rufianismo
CAPÍTULO VI
Art. 230 - Tirar proveito da prostituição alheia, participando DO ULTRAJE PÚBLICO AO PUDOR
diretamente de seus lucros ou fazendo-se sustentar, no todo ou em
parte, por quem a exerça: Ato obsceno

Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa. Art. 233 - Praticar ato obsceno em lugar público, ou aberto ou
exposto ao público:
§ 1o Se a vítima é menor de 18 (dezoito) e maior de 14 (catorze)
anos ou se o crime é cometido por ascendente, padrasto, madrasta, Pena - detenção, de três meses a um ano, ou multa.
irmão, enteado, cônjuge, companheiro, tutor ou curador, preceptor ou
empregador da vítima, ou por quem assumiu, por lei ou outra forma, Escrito ou objeto obsceno
obrigação de cuidado, proteção ou vigilância: (Redação
dada pela Lei nº 12.015, de 2009) Art. 234 - Fazer, importar, exportar, adquirir ou ter sob sua
guarda, para fim de comércio, de distribuição ou de exposição
Pena - reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos, e multa. pública, escrito, desenho, pintura, estampa ou qualquer objeto
(Redação dada pela Lei nº 12.015, de 2009) obsceno:

§ 2o Se o crime é cometido mediante violência, grave ameaça, Pena - detenção, de seis meses a dois anos, ou multa.
fraude ou outro meio que impeça ou dificulte a livre manifestação da
vontade da vítima: (Redação dada pela Lei nº Parágrafo único - Incorre na mesma pena quem:

21
12.015, de 2009)
I - vende, distribui ou expõe à venda ou ao público qualquer dos Pena - reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos. (Redação dada
objetos referidos neste artigo; pela Lei nº 12.850, de 2013) (Vigência)

II - realiza, em lugar público ou acessível ao público, Parágrafo único. A pena aumenta-se até a metade se a
representação teatral, ou exibição cinematográfica de caráter associação é armada ou se houver a participação de criança ou
obsceno, ou qualquer outro espetáculo, que tenha o mesmo caráter; adolescente. (Redação dada pela Lei nº 12.850, de 2013)
(Vigência)
III - realiza, em lugar público ou acessível ao público, ou pelo
rádio, audição ou recitação de caráter obsceno. Constituição de milícia privada (Incluído dada pela Lei nº
12.720, de 2012)
CAPÍTULO VII
DISPOSIÇÕES GERAIS Art. 288-A. Constituir, organizar, integrar, manter ou custear
(Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009) organização paramilitar, milícia particular, grupo ou esquadrão com a
finalidade de praticar qualquer dos crimes previstos neste Código:
Aumento de pena (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009) (Incluído dada pela Lei nº 12.720, de 2012)

Art. 234-A. Nos crimes previstos neste Título a pena é aumentada: Pena - reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos. (Incluído dada
(Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009) pela Lei nº 12.720, de 2012)

I – (VETADO); (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009) TÍTULO X


DOS CRIMES CONTRA A FÉ PÚBLICA
II – (VETADO); (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009)
CAPÍTULO I
III - de metade a 2/3 (dois terços), se do crime resulta gravidez; DA MOEDA FALSA
(Redação dada pela Lei nº 13.718, de 2018)
Moeda Falsa
IV - de 1/3 (um terço) a 2/3 (dois terços), se o agente transmite à
vítima doença sexualmente transmissível de que sabe ou deveria Art. 289 - Falsificar, fabricando-a ou alterando-a, moeda metálica
saber ser portador, ou se a vítima é idosa ou pessoa com deficiência. ou papel-moeda de curso legal no país ou no estrangeiro:
(Redação dada pela Lei nº 13.718, de 2018)
Pena - reclusão, de três a doze anos, e multa.
Art. 234-B. Os processos em que se apuram crimes definidos neste
Título correrão em segredo de justiça. (Incluído pela Lei nº § 1º - Nas mesmas penas incorre quem, por conta própria ou
12.015, de 2009) alheia, importa ou exporta, adquire, vende, troca, cede, empresta,
guarda ou introduz na circulação moeda falsa.
Art. 234-C. (VETADO). (Incluído pela Lei nº 12.015, de
2009) § 2º - Quem, tendo recebido de boa-fé, como verdadeira, moeda
falsa ou alterada, a restitui à circulação, depois de conhecer a
TÍTULO IX falsidade, é punido com detenção, de seis meses a dois anos, e
DOS CRIMES CONTRA A PAZ PÚBLICA multa.

Incitação ao crime § 3º - É punido com reclusão, de três a quinze anos, e multa, o


funcionário público ou diretor, gerente, ou fiscal de banco de emissão
Art. 286 - Incitar, publicamente, a prática de crime: que fabrica, emite ou autoriza a fabricação ou emissão:

Pena - detenção, de três a seis meses, ou multa. I - de moeda com título ou peso inferior ao determinado em lei;

Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem incita, II - de papel-moeda em quantidade superior à autorizada.
publicamente, animosidade entre as Forças Armadas, ou delas contra
os poderes constitucionais, as instituições civis ou a sociedade. § 4º - Nas mesmas penas incorre quem desvia e faz circular
(Incluído pela Lei nº 14.197, de 2021) (Vigência) moeda, cuja circulação não estava ainda autorizada.

Apologia de crime ou criminoso Crimes assimilados ao de moeda falsa

Art. 287 - Fazer, publicamente, apologia de fato criminoso ou de Art. 290 - Formar cédula, nota ou bilhete representativo de
autor de crime: moeda com fragmentos de cédulas, notas ou bilhetes verdadeiros;
suprimir, em nota, cédula ou bilhete recolhidos, para o fim de restituí-
Pena - detenção, de três a seis meses, ou multa. los à circulação, sinal indicativo de sua inutilização; restituir à
circulação cédula, nota ou bilhete em tais condições, ou já recolhidos
Associação Criminosa para o fim de inutilização:

Art. 288. Associarem-se 3 (três) ou mais pessoas, para o fim Pena - reclusão, de dois a oito anos, e multa.
específico de cometer crimes: (Redação dada pela Lei nº 12.850,
de 2013) (Vigência) Parágrafo único - O máximo da reclusão é

22
elevado a doze anos e multa, se o crime é cometido
por funcionário que trabalha na repartição onde o dinheiro se achava III – importa, exporta, adquire, vende, expõe à venda, mantém
recolhido, ou nela tem fácil ingresso, em razão do cargo.(Vide Lei nº em depósito, guarda, troca, cede, empresta, fornece, porta ou, de
7.209, de 11.7.1984) qualquer forma, utiliza em proveito próprio ou alheio, no exercício de
atividade comercial ou industrial, produto ou mercadoria: (Incluído
Petrechos para falsificação de moeda pela Lei nº 11.035, de 2004)

Art. 291 - Fabricar, adquirir, fornecer, a título oneroso ou gratuito, a) em que tenha sido aplicado selo que se destine a controle
possuir ou guardar maquinismo, aparelho, instrumento ou qualquer tributário, falsificado; (Incluído pela Lei nº 11.035, de 2004)
objeto especialmente destinado à falsificação de moeda:
b) sem selo oficial, nos casos em que a legislação tributária
Pena - reclusão, de dois a seis anos, e multa. determina a obrigatoriedade de sua aplicação. (Incluído pela Lei nº
11.035, de 2004)
Emissão de título ao portador sem permissão legal
§ 2º - Suprimir, em qualquer desses papéis, quando legítimos,
Art. 292 - Emitir, sem permissão legal, nota, bilhete, ficha, vale com o fim de torná-los novamente utilizáveis, carimbo ou sinal
ou título que contenha promessa de pagamento em dinheiro ao indicativo de sua inutilização:
portador ou a que falte indicação do nome da pessoa a quem deva
ser pago: Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.

Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa. § 3º - Incorre na mesma pena quem usa, depois de alterado,
qualquer dos papéis a que se refere o parágrafo anterior.
Parágrafo único - Quem recebe ou utiliza como dinheiro qualquer
dos documentos referidos neste artigo incorre na pena de detenção, § 4º - Quem usa ou restitui à circulação, embora recebido de
de quinze dias a três meses, ou multa. boa-fé, qualquer dos papéis falsificados ou alterados, a que se
referem este artigo e o seu § 2º, depois de conhecer a falsidade ou
CAPÍTULO II alteração, incorre na pena de detenção, de seis meses a dois anos,
DA FALSIDADE DE TÍTULOS E OUTROS PAPÉIS PÚBLICOS ou multa.

Falsificação de papéis públicos § 5o Equipara-se a atividade comercial, para os fins do inciso III
do § 1o, qualquer forma de comércio irregular ou clandestino,
Art. 293 - Falsificar, fabricando-os ou alterando-os: inclusive o exercido em vias, praças ou outros logradouros públicos e
em residências. (Incluído pela Lei nº 11.035, de 2004)
I – selo destinado a controle tributário, papel selado ou qualquer
papel de emissão legal destinado à arrecadação de tributo; (Redação Petrechos de falsificação
dada pela Lei nº 11.035, de 2004)
Art. 294 - Fabricar, adquirir, fornecer, possuir ou guardar objeto
II - papel de crédito público que não seja moeda de curso legal; especialmente destinado à falsificação de qualquer dos papéis
referidos no artigo anterior:
III - vale postal;
Pena - reclusão, de um a três anos, e multa.
IV - cautela de penhor, caderneta de depósito de caixa
econômica ou de outro estabelecimento mantido por entidade de Art. 295 - Se o agente é funcionário público, e comete o crime
direito público; prevalecendo-se do cargo, aumenta-se a pena de sexta parte.

V - talão, recibo, guia, alvará ou qualquer outro documento CAPÍTULO III


relativo a arrecadação de rendas públicas ou a depósito ou caução DA FALSIDADE DOCUMENTAL
por que o poder público seja responsável;
Falsificação do selo ou sinal público
VI - bilhete, passe ou conhecimento de empresa de transporte
administrada pela União, por Estado ou por Município: Art. 296 - Falsificar, fabricando-os ou alterando-os:

Pena - reclusão, de dois a oito anos, e multa. I - selo público destinado a autenticar atos oficiais da União, de
Estado ou de Município;
§ 1o Incorre na mesma pena quem: (Redação dada pela Lei nº
11.035, de 2004) II - selo ou sinal atribuído por lei a entidade de direito público, ou
a autoridade, ou sinal público de tabelião:
I – usa, guarda, possui ou detém qualquer dos papéis
falsificados a que se refere este artigo; (Incluído pela Lei nº 11.035, Pena - reclusão, de dois a seis anos, e multa.
de 2004)
§ 1º - Incorre nas mesmas penas:
II – importa, exporta, adquire, vende, troca, cede, empresta,
guarda, fornece ou restitui à circulação selo falsificado destinado a I - quem faz uso do selo ou sinal falsificado;
controle tributário; (Incluído pela Lei nº 11.035, de 2004)

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II - quem utiliza indevidamente o selo ou sinal verdadeiro em
prejuízo de outrem ou em proveito próprio ou alheio. Art. 299 - Omitir, em documento público ou particular, declaração
que dele devia constar, ou nele inserir ou fazer inserir declaração
III - quem altera, falsifica ou faz uso indevido de marcas, falsa ou diversa da que devia ser escrita, com o fim de prejudicar
logotipos, siglas ou quaisquer outros símbolos utilizados ou direito, criar obrigação ou alterar a verdade sobre fato juridicamente
identificadores de órgãos ou entidades da Administração Pública. relevante:
(Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)
Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa, se o documento é
§ 2º - Se o agente é funcionário público, e comete o crime público, e reclusão de um a três anos, e multa, de quinhentos mil réis
prevalecendo-se do cargo, aumenta-se a pena de sexta parte. a cinco contos de réis, se o documento é particular. (Vide Lei nº
7.209, de 1984)
Falsificação de documento público
Parágrafo único - Se o agente é funcionário público, e comete o
Art. 297 - Falsificar, no todo ou em parte, documento público, ou crime prevalecendo-se do cargo, ou se a falsificação ou alteração é
alterar documento público verdadeiro: de assentamento de registro civil, aumenta-se a pena de sexta parte.

Pena - reclusão, de dois a seis anos, e multa. Falso reconhecimento de firma ou letra

§ 1º - Se o agente é funcionário público, e comete o crime Art. 300 - Reconhecer, como verdadeira, no exercício de função
prevalecendo-se do cargo, aumenta-se a pena de sexta parte. pública, firma ou letra que o não seja:

§ 2º - Para os efeitos penais, equiparam-se a documento público Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa, se o documento é
o emanado de entidade paraestatal, o título ao portador ou público; e de um a três anos, e multa, se o documento é particular.
transmissível por endosso, as ações de sociedade comercial, os livros
mercantis e o testamento particular. Certidão ou atestado ideologicamente falso

§ 3o Nas mesmas penas incorre quem insere ou faz inserir: Art. 301 - Atestar ou certificar falsamente, em razão de função
(Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000) pública, fato ou circunstância que habilite alguém a obter cargo
público, isenção de ônus ou de serviço de caráter público, ou
I – na folha de pagamento ou em documento de informações que qualquer outra vantagem:
seja destinado a fazer prova perante a previdência social, pessoa que
não possua a qualidade de segurado obrigatório;(Incluído pela Lei nº Pena - detenção, de dois meses a um ano.
9.983, de 2000)
Falsidade material de atestado ou certidão
II – na Carteira de Trabalho e Previdência Social do empregado
ou em documento que deva produzir efeito perante a previdência § 1º - Falsificar, no todo ou em parte, atestado ou certidão, ou
social, declaração falsa ou diversa da que deveria ter sido escrita; alterar o teor de certidão ou de atestado verdadeiro, para prova de
(Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000) fato ou circunstância que habilite alguém a obter cargo público,
isenção de ônus ou de serviço de caráter público, ou qualquer outra
III – em documento contábil ou em qualquer outro documento vantagem:
relacionado com as obrigações da empresa perante a previdência
social, declaração falsa ou diversa da que deveria ter constado. Pena - detenção, de três meses a dois anos.
(Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)
§ 2º - Se o crime é praticado com o fim de lucro, aplica-se, além
§ 4o Nas mesmas penas incorre quem omite, nos documentos da pena privativa de liberdade, a de multa.
mencionados no § 3o, nome do segurado e seus dados pessoais, a
remuneração, a vigência do contrato de trabalho ou de prestação de Falsidade de atestado médico
serviços.(Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)
Art. 302 - Dar o médico, no exercício da sua profissão, atestado
Falsificação de documento particular (Redação dada pela Lei nº falso:
12.737, de 2012) Vigência
Pena - detenção, de um mês a um ano.
Art. 298 - Falsificar, no todo ou em parte, documento particular ou
alterar documento particular verdadeiro: Parágrafo único - Se o crime é cometido com o fim de lucro,
aplica-se também multa.
Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa.
Reprodução ou adulteração de selo ou peça filatélica
Falsificação de cartão (Incluído pela Lei nº 12.737, de 2012)
Vigência Art. 303 - Reproduzir ou alterar selo ou peça filatélica que tenha
valor para coleção, salvo quando a reprodução ou a alteração está
Parágrafo único. Para fins do disposto no caput, equipara-se a visivelmente anotada na face ou no verso do selo ou peça:
documento particular o cartão de crédito ou débito. (Incluído pela
Lei nº 12.737, de 2012) Vigência Pena - detenção, de um a três anos, e multa.

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Falsidade ideológica
Parágrafo único - Na mesma pena incorre quem, para fins de Parágrafo único - Atribuir a estrangeiro falsa qualidade para
comércio, faz uso do selo ou peça filatélica. promover-lhe a entrada em território nacional: (Incluído pela Lei nº
9.426, de 1996)
Uso de documento falso
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa. (Incluído pela Lei
Art. 304 - Fazer uso de qualquer dos papéis falsificados ou nº 9.426, de 1996)
alterados, a que se referem os arts. 297 a 302:
Art. 310 - Prestar-se a figurar como proprietário ou possuidor de
Pena - a cominada à falsificação ou à alteração. ação, título ou valor pertencente a estrangeiro, nos casos em que a
este é vedada por lei a propriedade ou a posse de tais bens:
Supressão de documento (Redação dada pela Lei nº 9.426, de 1996)

Art. 305 - Destruir, suprimir ou ocultar, em benefício próprio ou Pena - detenção, de seis meses a três anos, e multa. (Redação
de outrem, ou em prejuízo alheio, documento público ou particular dada pela Lei nº 9.426, de 1996)
verdadeiro, de que não podia dispor:
Adulteração de sinal identificador de veículo (Redação dada pela Lei
Pena - reclusão, de dois a seis anos, e multa, se o documento é nº 14.562, de 2023)
público, e reclusão, de um a cinco anos, e multa, se o documento é
particular. Art. 311. Adulterar, remarcar ou suprimir número de chassi,
monobloco, motor, placa de identificação, ou qualquer sinal
CAPÍTULO IV identificador de veículo automotor, elétrico, híbrido, de reboque, de
DE OUTRAS FALSIDADES semirreboque ou de suas combinações, bem como de seus
componentes ou equipamentos, sem autorização do órgão
Falsificação do sinal empregado no contraste de metal precioso competente: (Redação dada pela Lei nº 14.562, de 2023)
ou na fiscalização alfandegária, ou para outros fins
Pena - reclusão, de três a seis anos, e multa. (Redação dada
Art. 306 - Falsificar, fabricando-o ou alterando-o, marca ou sinal pela Lei nº 9.426, de 1996)
empregado pelo poder público no contraste de metal precioso ou na
fiscalização alfandegária, ou usar marca ou sinal dessa natureza, § 1º - Se o agente comete o crime no exercício da função pública
falsificado por outrem: ou em razão dela, a pena é aumentada de um terço. (Incluído pela
Lei nº 9.426, de 1996)
Pena - reclusão, de dois a seis anos, e multa.
§ 2º Incorrem nas mesmas penas do caput deste artigo:
Parágrafo único - Se a marca ou sinal falsificado é o que usa a (Redação dada pela Lei nº 14.562, de 2023)
autoridade pública para o fim de fiscalização sanitária, ou para
autenticar ou encerrar determinados objetos, ou comprovar o I – o funcionário público que contribui para o licenciamento ou registro
cumprimento de formalidade legal: do veículo remarcado ou adulterado, fornecendo indevidamente
material ou informação oficial; (Incluído pela Lei nº 14.562, de 2023)
Pena - reclusão ou detenção, de um a três anos, e multa.
II – aquele que adquire, recebe, transporta, oculta, mantém em
Falsa identidade depósito, fabrica, fornece, a título oneroso ou gratuito, possui ou
guarda maquinismo, aparelho, instrumento ou objeto especialmente
Art. 307 - Atribuir-se ou atribuir a terceiro falsa identidade para destinado à falsificação e/ou adulteração de que trata o caput deste
obter vantagem, em proveito próprio ou alheio, ou para causar dano a artigo; ou (Incluído pela Lei nº 14.562, de 2023)
outrem:
III – aquele que adquire, recebe, transporta, conduz, oculta, mantém
Pena - detenção, de três meses a um ano, ou multa, se o fato em depósito, desmonta, monta, remonta, vende, expõe à venda, ou
não constitui elemento de crime mais grave. de qualquer forma utiliza, em proveito próprio ou alheio, veículo
automotor, elétrico, híbrido, de reboque, semirreboque ou suas
Art. 308 - Usar, como próprio, passaporte, título de eleitor, combinações ou partes, com número de chassi ou monobloco, placa
caderneta de reservista ou qualquer documento de identidade alheia de identificação ou qualquer sinal identificador veicular que devesse
ou ceder a outrem, para que dele se utilize, documento dessa saber estar adulterado ou remarcado. (Incluído pela Lei nº 14.562,
natureza, próprio ou de terceiro: de 2023)

Pena - detenção, de quatro meses a dois anos, e multa, se o fato § 3º Praticar as condutas de que tratam os incisos II ou III do § 2º
não constitui elemento de crime mais grave. deste artigo no exercício de atividade comercial ou industrial:
(Incluído pela Lei nº 14.562, de 2023)
Fraude de lei sobre estrangeiro
Pena - reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e multa. (Incluído pela
Art. 309 - Usar o estrangeiro, para entrar ou permanecer no Lei nº 14.562, de 2023)
território nacional, nome que não é o seu:
§ 4º Equipara-se a atividade comercial, para efeito do disposto no § 3º
Pena - detenção, de um a três anos, e multa. deste artigo, qualquer forma de comércio irregular ou clandestino,
inclusive aquele exercido em residência. (Incluído

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pela Lei nº 14.562, de 2023)
III - erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as
CAPÍTULO V desigualdades sociais e regionais;
(Incluído pela Lei 12.550. de 2011) IV - promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça,
sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação.
DAS FRAUDES EM CERTAMES DE INTERESSE PÚBLICO Art. 4º A República Federativa do Brasil rege-se nas suas relações
(Incluído pela Lei 12.550. de 2011) internacionais pelos seguintes princípios:
I - independência nacional;
Fraudes em certames de interesse público (Incluído pela Lei 12.550. II - prevalência dos direitos humanos;
de 2011) III - autodeterminação dos povos;
IV - não-intervenção;
Art. 311-A. Utilizar ou divulgar, indevidamente, com o fim de V - igualdade entre os Estados;
beneficiar a si ou a outrem, ou de comprometer a credibilidade do VI - defesa da paz;
certame, conteúdo sigiloso de: (Incluído pela Lei 12.550. de 2011) VII - solução pacífica dos conflitos;
VIII - repúdio ao terrorismo e ao racismo;
I - concurso público; (Incluído pela Lei 12.550. de 2011) IX - cooperação entre os povos para o progresso da humanidade;
X - concessão de asilo político.
II - avaliação ou exame públicos; (Incluído pela Lei 12.550. de 2011) Parágrafo único. A República Federativa do Brasil buscará a
integração econômica, política, social e cultural dos povos da América
III - processo seletivo para ingresso no ensino superior; ou (Incluído Latina, visando à formação de uma comunidade latino-americana de
pela Lei 12.550. de 2011) nações.

IV - exame ou processo seletivo previstos em lei: (Incluído pela Lei CAPÍTULO V


12.550. de 2011) DOS PARTIDOS POLÍTICOS
Art. 17. É livre a criação, fusão, incorporação e extinção de partidos
Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa. (Incluído pela políticos, resguardados a soberania nacional, o regime democrático, o
Lei 12.550. de 2011) pluripartidarismo, os direitos fundamentais da pessoa humana e
observados os seguintes preceitos:
§ 1o Nas mesmas penas incorre quem permite ou facilita, por I - caráter nacional;
qualquer meio, o acesso de pessoas não autorizadas às informações II - proibição de recebimento de recursos financeiros de entidade ou
mencionadas no caput. (Incluído pela Lei 12.550. de 2011) governo estrangeiros ou de subordinação a estes;
III - prestação de contas à Justiça Eleitoral;
§ 2o Se da ação ou omissão resulta dano à administração pública: IV - funcionamento parlamentar de acordo com a lei.
(Incluído pela Lei 12.550. de 2011) § 1º É assegurada aos partidos políticos autonomia para definir sua
estrutura interna e estabelecer regras sobre escolha, formação e
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos, e multa. (Incluído pela duração de seus órgãos permanentes e provisórios e sobre sua
Lei 12.550. de 2011) organização e funcionamento e para adotar os critérios de escolha e
o regime de suas coligações nas eleições majoritárias, vedada a sua
§ 3o Aumenta-se a pena de 1/3 (um terço) se o fato é cometido por celebração nas eleições proporcionais, sem obrigatoriedade de
funcionário público. (Incluído pela Lei 12.550. de 2011) vinculação entre as candidaturas em âmbito nacional, estadual,
distrital ou municipal, devendo seus estatutos estabelecer normas de
disciplina e fidelidade partidária.
§ 2º Os partidos políticos, após adquirirem personalidade jurídica, na
DIREITO CONSTITUCIONAL forma da lei civil, registrarão seus estatutos no Tribunal Superior
Eleitoral.
§ 3º Somente terão direito a recursos do fundo partidário e acesso
gratuito ao rádio e à televisão, na forma da lei, os partidos políticos
TÍTULO I que alternativamente:
Dos Princípios Fundamentais I - obtiverem, nas eleições para a Câmara dos Deputados, no mínimo,
Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união 3% (três por cento) dos votos válidos, distribuídos em pelo menos um
indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui- terço das unidades da Federação, com um mínimo de 2% (dois por
se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos: cento) dos votos válidos em cada uma delas; ou
I - a soberania; II - tiverem elegido pelo menos quinze Deputados Federais
II - a cidadania distribuídos em pelo menos um terço das unidades da Federação.
III - a dignidade da pessoa humana; § 4º É vedada a utilização pelos partidos políticos de organização
IV - os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa; paramilitar.
V - o pluralismo político. § 5º Ao eleito por partido que não preencher os requisitos previstos
Parágrafo único. Todo o poder emana do povo, que o exerce por no § 3º deste artigo é assegurado o mandato e facultada a filiação,
meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta sem perda do mandato, a outro partido que os tenha atingido, não
Constituição. sendo essa filiação considerada para fins de distribuição dos recursos
Art. 2º São Poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o do fundo partidário e de acesso gratuito ao tempo de rádio e de
Legislativo, o Executivo e o Judiciário. televisão.
Art. 3º Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do § 6º Os Deputados Federais, os Deputados Estaduais, os Deputados
Brasil: Distritais e os Vereadores que se desligarem do partido pelo qual
I - construir uma sociedade livre, justa e solidária; tenham sido eleitos perderão o mandato, salvo nos

26
II - garantir o desenvolvimento nacional; casos de anuência do partido ou de outras hipóteses
de justa causa estabelecidas em lei, não computada, em qualquer V - os recursos naturais da plataforma continental e da zona
caso, a migração de partido para fins de distribuição de recursos do econômica exclusiva;
fundo partidário ou de outros fundos públicos e de acesso gratuito ao VI - o mar territorial;
rádio e à televisão. VII - os terrenos de marinha e seus acrescidos;
§ 7º Os partidos políticos devem aplicar no mínimo 5% (cinco por VIII - os potenciais de energia hidráulica;
cento) dos recursos do fundo partidário na criação e na manutenção IX - os recursos minerais, inclusive os do subsolo;
de programas de promoção e difusão da participação política das X - as cavidades naturais subterrâneas e os sítios arqueológicos e
mulheres, de acordo com os interesses intrapartidários. pré-históricos;
§ 8º O montante do Fundo Especial de Financiamento de Campanha XI - as terras tradicionalmente ocupadas pelos índios.
e da parcela do fundo partidário destinada a campanhas eleitorais, § 1º É assegurada, nos termos da lei, aos Estados, ao Distrito Federal
bem como o tempo de propaganda gratuita no rádio e na televisão a e aos Municípios, bem como a órgãos da administração direta da
ser distribuído pelos partidos às respectivas candidatas, deverão ser União, participação no resultado da exploração de petróleo ou gás
de no mínimo 30% (trinta por cento), proporcional ao número de natural, de recursos hídricos para fins de geração de energia elétrica
candidatas, e a distribuição deverá ser realizada conforme critérios e de outros recursos minerais no respectivo território, plataforma
definidos pelos respectivos órgãos de direção e pelas normas continental, mar territorial ou zona econômica exclusiva, ou
estatutárias, considerados a autonomia e o interesse partidário. compensação financeira por essa exploração.
§ 2º A faixa de até cento e cinquenta quilômetros de largura, ao longo
TÍTULO III das fronteiras terrestres, designada como faixa de fronteira, é
DA ORGANIZAÇÃO DO ESTADO considerada fundamental para defesa do território nacional, e sua
CAPÍTULO I ocupação e utilização serão reguladas em lei.
DA ORGANIZAÇÃO POLÍTICO-ADMINISTRATIVA Art. 21. Compete à União:
I - manter relações com Estados estrangeiros e participar de
Art. 18. A organização político-administrativa da República Federativa organizações internacionais;
do Brasil compreende a União, os Estados, o Distrito Federal e os II - declarar a guerra e celebrar a paz;
Municípios, todos autônomos, nos termos desta Constituição. III - assegurar a defesa nacional;
§ 1º Brasília é a Capital Federal. IV - permitir, nos casos previstos em lei complementar, que forças
§ 2º Os Territórios Federais integram a União, e sua criação, estrangeiras transitem pelo território nacional ou nele permaneçam
transformação em Estado ou reintegração ao Estado de origem serão temporariamente;
reguladas em lei complementar. V - decretar o estado de sítio, o estado de defesa e a intervenção
§ 3º Os Estados podem incorporar-se entre si, subdividir-se ou federal;
desmembrar-se para se anexarem a outros, ou formarem novos VI - autorizar e fiscalizar a produção e o comércio de material bélico;
Estados ou Territórios Federais, mediante aprovação da população VII - emitir moeda;
diretamente interessada, através de plebiscito, e do Congresso VIII - administrar as reservas cambiais do País e fiscalizar as
Nacional, por lei complementar. operações de natureza financeira, especialmente as de crédito,
§ 4º A criação, a incorporação, a fusão e o desmembramento de câmbio e capitalização, bem como as de seguros e de previdência
Municípios, far-se-ão por lei estadual, dentro do período determinado privada;
por Lei Complementar Federal, e dependerão de consulta prévia, IX - elaborar e executar planos nacionais e regionais de ordenação do
mediante plebiscito, às populações dos Municípios envolvidos, após território e de desenvolvimento econômico e social;
divulgação dos Estudos de Viabilidade Municipal, apresentados e X - manter o serviço postal e o correio aéreo nacional;
publicados na forma da lei.
Art. 19. É vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos XI - explorar, diretamente ou mediante autorização, concessão ou
Municípios: permissão, os serviços de telecomunicações, nos termos da lei, que
I - estabelecer cultos religiosos ou igrejas, subvencioná-los, disporá sobre a organização dos serviços, a criação de um órgão
embarcar-lhes o funcionamento ou manter com eles ou seus regulador e outros aspectos institucionais;
representantes relações de dependência ou aliança, ressalvada, na XII - explorar, diretamente ou mediante autorização, concessão ou
forma da lei, a colaboração de interesse público; permissão:
II - recusar fé aos documentos públicos; a) os serviços de radiodifusão sonora, e de sons e imagens;
III - criar distinções entre brasileiros ou preferências entre si. b) os serviços e instalações de energia elétrica e o aproveitamento
CAPÍTULO II energético dos cursos de água, em articulação com os Estados onde
DA UNIÃO se situam os potenciais hidroenergéticos;
Art. 20. São bens da União: c) a navegação aérea, aeroespacial e a infraestrutura aeroportuária;
I - os que atualmente lhe pertencem e os que lhe vierem a ser d) os serviços de transporte ferroviário e aquaviário entre portos
atribuídos; brasileiros e fronteiras nacionais, ou que transponham os limites de
II - as terras devolutas indispensáveis à defesa das fronteiras, das Estado ou Território;
fortificações e construções militares, das vias federais de e) os serviços de transporte rodoviário interestadual e internacional de
comunicação e à preservação ambiental, definidas em lei; passageiros;
III - os lagos, rios e quaisquer correntes de água em terrenos de seu f) os portos marítimos, fluviais e lacustres;
domínio, ou que banhem mais de um Estado, sirvam de limites com XIII - organizar e manter o Poder Judiciário, o Ministério Público do
outros países, ou se estendam a território estrangeiro ou dele Distrito Federal e dos Territórios e a Defensoria Pública dos
provenham, bem como os terrenos marginais e as praias fluviais; Territórios;
IV - as ilhas fluviais e lacustres nas zonas limítrofes com outros XIV - organizar e manter a polícia civil, a polícia penal, a polícia militar
países; as praias marítimas; as ilhas oceânicas e as costeiras, e o corpo de bombeiros militar do Distrito Federal, bem como prestar
excluídas, destas, as que contenham a sede de Municípios, exceto assistência financeira ao Distrito Federal para a execução de serviços
aquelas áreas afetadas ao serviço público e a unidade públicos, por meio de fundo próprio;

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ambiental federal, e as referidas no art. 26, II;
XV - organizar e manter os serviços oficiais de estatística, geografia, XXI - normas gerais de organização, efetivos, material bélico,
geologia e cartografia de âmbito nacional; garantias, convocação e mobilização, inatividades e pensões das
XVI - exercer a classificação, para efeito indicativo, de diversões polícias militares e corpos de bombeiros militares;
públicas e de programas de rádio e televisão; XXII - competência da polícia federal e das polícias rodoviária e
XVII - conceder anistia; ferroviária federais;
XVIII - planejar e promover a defesa permanente contra as XXIII - seguridade social;
calamidades públicas, especialmente as secas e as inundações; XXIV - diretrizes e bases da educação nacional;
XIX - instituir sistema nacional de gerenciamento de recursos hídricos XXV - registros públicos;
e definir critérios de outorga de direitos de seu uso; XXVI - atividades nucleares de qualquer natureza;
XX - instituir diretrizes para o desenvolvimento urbano, inclusive XXVII - normas gerais de licitação e contratação, em todas as
habitação, saneamento básico e transportes urbanos; modalidades, para as administrações públicas diretas, autárquicas e
XXI - estabelecer princípios e diretrizes para o sistema nacional de fundacionais da União, Estados, Distrito Federal e Municípios,
viação; obedecido o disposto no art. 37, XXI, e para as empresas públicas e
XXII - executar os serviços de polícia marítima, aeroportuária e de sociedades de economia mista.
fronteiras; XXVIII - defesa territorial, defesa aeroespacial, defesa marítima,
XXIII - explorar os serviços e instalações nucleares de qualquer defesa civil e mobilização nacional;
natureza e exercer monopólio estatal sobre a pesquisa, a lavra, o XXIX - propaganda comercial.
enriquecimento e reprocessamento, a industrialização e o comércio XXX - proteção e tratamento de dados pessoais.
de minérios nucleares e seus derivados, atendidos os seguintes Parágrafo único. Lei complementar poderá autorizar os Estados a
princípios e condições: legislar sobre questões específicas das matérias relacionadas neste
a) toda atividade nuclear em território nacional somente será admitida artigo.
para fins pacíficos e mediante aprovação do Congresso Nacional; Art. 23. É competência comum da União, dos Estados, do Distrito
b) sob regime de permissão, são autorizadas a comercialização e a Federal e dos Municípios:
utilização de radioisótopos para a pesquisa e usos médicos, agrícolas I - zelar pela guarda da Constituição, das leis e das instituições
e industriais; democráticas e conservar o patrimônio público;
c) sob regime de permissão, são autorizadas a produção, II - cuidar da saúde e assistência pública, da proteção e garantia das
comercialização e utilização de radioisótopos para pesquisas e uso pessoas portadoras de deficiência;
médico. III - proteger os documentos, as obras e outros bens de valor
d) a responsabilidade civil por danos nucleares independe da histórico, artístico e cultural, os monumentos, as paisagens naturais
existência de culpa; notáveis e os sítios arqueológicos;
XXIV - organizar, manter e executar a inspeção do trabalho; IV - impedir a evasão, a destruição e a descaracterização de obras de
XXV - estabelecer as áreas e as condições para o exercício da arte e de outros bens de valor histórico, artístico ou cultural;
atividade de garimpagem, em forma associativa. V - proporcionar os meios de acesso à cultura, à educação, à ciência,
XXVI - organizar e fiscalizar a proteção e o tratamento de dados à tecnologia, à pesquisa e à inovação;(Redação dada pela Emenda
pessoais, nos termos da lei. Constitucional nº 85, de 2015)
Art. 22. Compete privativamente à União legislar sobre: VI - proteger o meio ambiente e combater a poluição em qualquer de
I - direito civil, comercial, penal, processual, eleitoral, agrário, suas formas;
marítimo, aeronáutico, espacial e do trabalho; VII - preservar as florestas, a fauna e a flora;
II - desapropriação; VIII - fomentar a produção agropecuária e organizar o abastecimento
III - requisições civis e militares, em caso de iminente perigo e em alimentar;
tempo de guerra; IX - promover programas de construção de moradias e a melhoria das
IV - águas, energia, informática, telecomunicações e radiodifusão; condições habitacionais e de saneamento básico;
V - serviço postal; X - combater as causas da pobreza e os fatores de marginalização,
VI - sistema monetário e de medidas, títulos e garantias dos metais; promovendo a integração social dos setores desfavorecidos;
VII - política de crédito, câmbio, seguros e transferência de valores; XI - registrar, acompanhar e fiscalizar as concessões de direitos de
VIII - comércio exterior e interestadual; pesquisa e exploração de recursos hídricos e minerais em seus
IX - diretrizes da política nacional de transportes; territórios;
X - regime dos portos, navegação lacustre, fluvial, marítima, aérea e XII - estabelecer e implantar política de educação para a segurança
aeroespacial; do trânsito.
XI - trânsito e transporte; Parágrafo único. Leis complementares fixarão normas para a
XII - jazidas, minas, outros recursos minerais e metalurgia; cooperação entre a União e os Estados, o Distrito Federal e os
XIII - nacionalidade, cidadania e naturalização; Municípios, tendo em vista o equilíbrio do desenvolvimento e do bem-
XIV - populações indígenas; estar em âmbito nacional.
XV - emigração e imigração, entrada, extradição e expulsão de Art. 24. Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar
estrangeiros; concorrentemente sobre:
XVI - organização do sistema nacional de emprego e condições para I - direito tributário, financeiro, penitenciário, econômico e urbanístico;
o exercício de profissões; II - orçamento;
XVII - organização judiciária, do Ministério Público do Distrito Federal III - juntas comerciais;
e dos Territórios e da Defensoria Pública dos Territórios, bem como IV - custas dos serviços forenses;
organização administrativa destes; V - produção e consumo;
XVIII - sistema estatístico, sistema cartográfico e de geologia VI - florestas, caça, pesca, fauna, conservação da natureza, defesa
nacionais; do solo e dos recursos naturais, proteção do meio ambiente e
XIX - sistemas de poupança, captação e garantia da poupança controle da poluição;
popular; VII - proteção ao patrimônio histórico, cultural, artístico,

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XX - sistemas de consórcios e sorteios; turístico e paisagístico;
VIII - responsabilidade por dano ao meio ambiente, ao consumidor, a Art. 28. A eleição do Governador e do Vice-Governador de Estado,
bens e direitos de valor artístico, estético, histórico, turístico e para mandato de quatro anos, realizar-se-á no primeiro domingo de
paisagístico; outubro, em primeiro turno, e no último domingo de outubro, em
IX - educação, cultura, ensino, desporto, ciência, tecnologia, segundo turno, se houver, do ano anterior ao do término do mandato
pesquisa, desenvolvimento e inovação;(Redação dada pela Emenda de seus antecessores, e a posse ocorrerá em seis de janeiro do ano
Constitucional nº 85, de 2015) subsequente, observado, quanto ao mais, o disposto no art. 77.
X - criação, funcionamento e processo do juizado de pequenas § 1º Perderá o mandato o Governador que assumir outro cargo ou
causas; função na administração pública direta ou indireta, ressalvada a
XI - procedimentos em matéria processual; posse em virtude de concurso público e observado o disposto no art.
XII - previdência social, proteção e defesa da saúde; 38, I, IV e V.
XIII - assistência jurídica e Defensoria pública; § 2º Os subsídios do Governador, do Vice-Governador e dos
XIV - proteção e integração social das pessoas portadoras de Secretários de Estado serão fixados por lei de iniciativa da
deficiência; Assembleia Legislativa, observado o que dispõem os arts. 37, XI, 39,
XV - proteção à infância e à juventude; § 4º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I.
XVI - organização, garantias, direitos e deveres das polícias civis. CAPÍTULO IV
§ 1º No âmbito da legislação concorrente, a competência da União Dos Municípios
limitar-se-á a estabelecer normas gerais. Art. 29. O Município reger-se-á por lei orgânica, votada em dois
§ 2º A competência da União para legislar sobre normas gerais não turnos, com o interstício mínimo de dez dias, e aprovada por dois
exclui a competência suplementar dos Estados. terços dos membros da Câmara Municipal, que a promulgará,
§ 3º Inexistindo lei federal sobre normas gerais, os Estados exercerão atendidos os princípios estabelecidos nesta Constituição, na
a competência legislativa plena, para atender a suas peculiaridades. Constituição do respectivo Estado e os seguintes preceitos:
§ 4º A superveniência de lei federal sobre normas gerais suspende a I - eleição do Prefeito, do Vice-Prefeito e dos Vereadores, para
eficácia da lei estadual, no que lhe for contrário. mandato de quatro anos, mediante pleito direto e simultâneo
CAPÍTULO III realizado em todo o País;
DOS ESTADOS FEDERADOS II - eleição do Prefeito e do Vice-Prefeito realizada no primeiro
Art. 25. Os Estados organizam-se e regem-se pelas Constituições e domingo de outubro do ano anterior ao término do mandato dos que
leis que adotarem, observados os princípios desta Constituição. devam suceder, aplicadas as regras do art. 77, no caso de Municípios
§ 1º São reservadas aos Estados as competências que não lhes com mais de duzentos mil eleitores;
sejam vedadas por esta Constituição. III - posse do Prefeito e do Vice-Prefeito no dia 1º de janeiro do ano
§ 2º Cabe aos Estados explorar diretamente, ou mediante concessão, subsequente ao da eleição;
os serviços locais de gás canalizado, na forma da lei, vedada a IV - para a composição das Câmaras Municipais, será observado o
edição de medida provisória para a sua regulamentação. limite máximo de:
3º Os Estados poderão, mediante lei complementar, instituir regiões a) 9 (nove) Vereadores, nos Municípios de até 15.000 (quinze mil)
metropolitanas, aglomerações urbanas e microrregiões, constituídas habitantes;
por agrupamentos de municípios limítrofes, para integrar a b) 11 (onze) Vereadores, nos Municípios de mais de 15.000 (quinze
organização planejamento e a execução de funções públicas de mil) habitantes e de até 30.000 (trinta mil) habitantes;
interesse comum. c) 13 (treze) Vereadores, nos Municípios com mais de 30.000 (trinta
Art. 26. Incluem-se entre os bens dos Estados: mil) habitantes e de até 50.000 (cinquenta mil) habitantes;
I - as águas superficiais ou subterrâneas, fluentes, emergentes e em d) 15 (quinze) Vereadores, nos Municípios de mais de 50.000
depósito, ressalvadas, neste caso, na forma da lei, as decorrentes de (cinquenta mil) habitantes e de até 80.000 (oitenta mil) habitantes;
obras da União; e) 17 (dezessete) Vereadores, nos Municípios de mais de 80.000
II - as áreas, nas ilhas oceânicas e costeiras, que estiverem no seu (oitenta mil) habitantes e de até 120.000 (cento e vinte mil)
domínio, excluídas aquelas sob domínio da União, Municípios ou habitantes;
terceiros; f) 19 (dezenove) Vereadores, nos Municípios de mais de 120.000
III - as ilhas fluviais e lacustres não pertencentes à União; (cento e vinte mil) habitantes e de até 160.000 (cento sessenta mil)
IV - as terras devolutas não compreendidas entre as da União. habitantes;
Art. 27. O número de Deputados à Assembleia Legislativa g) 21 (vinte e um) Vereadores, nos Municípios de mais de 160.000
corresponderá ao triplo da representação do Estado na Câmara dos (cento e sessenta mil) habitantes e de até 300.000 (trezentos mil)
Deputados e, atingido o número de trinta e seis, será acrescido de habitantes;
tantos quantos forem os Deputados Federais acima de doze. h) 23 (vinte e três) Vereadores, nos Municípios de mais de 300.000
§ 1º Será de quatro anos o mandato dos Deputados Estaduais, (trezentos mil) habitantes e de até 450.000 (quatrocentos e cinquenta
aplicando- sê-lhes as regras desta Constituição sobre sistema mil) habitantes;
eleitoral, inviolabilidade, imunidades, remuneração, perda de i) 25 (vinte e cinco) Vereadores, nos Municípios de mais de 450.000
mandato, licença, impedimentos e incorporação às Forças Armadas. (quatrocentos e cinquenta mil) habitantes e de até 600.000
§ 2º O subsídio dos Deputados Estaduais será fixado por lei de (seiscentos mil) habitantes;
iniciativa da Assembleia Legislativa, na razão de, no máximo, setenta j) 27 (vinte e sete) Vereadores, nos Municípios de mais de 600.000
e cinco por cento daquele estabelecido, em espécie, para os (seiscentos mil) habitantes e de até 750.000 (setecentos cinquenta
Deputados Federais, observado o que dispõem os arts. 39, § 4º, 57, § mil) habitantes;
7º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I. k) 29 (vinte e nove) Vereadores, nos Municípios de mais de 750.000
§ 3º Compete às Assembleias Legislativas dispor sobre seu (setecentos e cinquenta mil) habitantes e de até 900.000 (novecentos
regimento interno, polícia e serviços administrativos de sua secretaria, mil) habitantes;
e prover os respectivos cargos. l) 31 (trinta e um) Vereadores, nos Municípios de mais de 900.000
§ 4º A lei disporá sobre a iniciativa popular no processo legislativo (novecentos mil) habitantes e de até 1.050.000 (um milhão e
estadual. cinquenta mil) habitantes;

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m) 33 (trinta e três) Vereadores, nos Municípios de mais de 1.050.000 VIII - inviolabilidade dos Vereadores por suas opiniões, palavras e
(um milhão e cinquenta mil) habitantes e de até 1.200.000 (um milhão votos no exercício do mandato e na circunscrição do Município;
e duzentos mil) habitantes; IX - proibições e incompatibilidades, no exercício da vereança,
n) 35 (trinta e cinco) Vereadores, nos Municípios de mais de similares, no que couber, ao disposto nesta Constituição para os
1.200.000 (um milhão e duzentos mil) habitantes e de até 1.350.000 membros do Congresso Nacional e na Constituição do respectivo
(um milhão e trezentos e cinquenta mil) habitantes; Estado para os membros da Assembleia Legislativa;
o) 37 (trinta e sete) Vereadores, nos Municípios de 1.350.000 (um X - julgamento do Prefeito perante o Tribunal de Justiça;
milhão e trezentos e cinquenta mil) habitantes e de até 1.500.000 (um XI - organização das funções legislativas e fiscalizadoras da Câmara
milhão e quinhentos mil) habitantes; Municipal;
p) 39 (trinta e nove) Vereadores, nos Municípios de mais de
1.500.000 (um milhão e quinhentos mil) habitantes e de até 1.800.000 XII - cooperação das associações representativas no planejamento
(um milhão e oitocentos mil) habitantes; municipal;
q) 41 (quarenta e um) Vereadores, nos Municípios de mais de XIII - iniciativa popular de projetos de lei de interesse específico do
1.800.000 (um milhão e oitocentos mil) habitantes e de até 2.400.000 Município, da cidade ou de bairros, através de manifestação de, pelo
(dois milhões e quatrocentos mil) habitantes; menos, cinco por cento do eleitorado;
r) 43 (quarenta e três) Vereadores, nos Municípios de mais de XIV - perda do mandato do Prefeito, nos termos do art. 28, parágrafo
2.400.000 (dois milhões e quatrocentos mil) habitantes e de até único.
3.000.000 (três milhões) de habitantes; Art. 29-A. O total da despesa do Poder Legislativo Municipal,
s) 45 (quarenta e cinco) Vereadores, nos Municípios de mais de incluídos os subsídios dos Vereadores e excluídos os gastos com
3.000.000 (três milhões) de habitantes e de até 4.000.000 (quatro inativos, não poderá ultrapassar os seguintes percentuais, relativos
milhões) de habitantes; ao somatório da receita tributária e das transferências previstas no §
t) 47 (quarenta e sete) Vereadores, nos Municípios de mais de 5º do art. 153 e nos arts. 158 e 159, efetivamente realizado no
4.000.000 (quatro milhões) de habitantes e de até 5.000.000 (cinco exercício anterior:
milhões) de habitantes; I - 7% (sete por cento) para Municípios com população de até
u) 49 (quarenta e nove) Vereadores, nos Municípios de mais de 100.000 (cem mil) habitantes;
5.000.000 (cinco milhões) de habitantes e de até 6.000.000 (seis II - 6% (seis por cento) para Municípios com população entre 100.000
milhões) de habitantes; (cem mil) e 300.000 (trezentos mil) habitantes;
v) 51 (cinquenta e um) Vereadores, nos Municípios de mais de III - 5% (cinco por cento) para Municípios com população entre
6.000.000 (seis milhões) de habitantes e de até 7.000.000 (sete 300.001 (trezentos mil e um) e 500.000 (quinhentos mil) habitantes;
milhões) de habitantes; IV - 4,5% (quatro inteiros e cinco décimos por cento) para Municípios
w) 53 (cinquenta e três) Vereadores, nos Municípios de mais de com população entre 500.001 (quinhentos mil e um) e 3.000.000 (três
7.000.000 (sete milhões) de habitantes e de até 8.000.000 (oito milhões) de habitantes;
milhões) de habitantes; e V - 4% (quatro por cento) para Municípios com população entre
x) 55 (cinquenta e cinco) Vereadores, nos Municípios de mais de 3.000.001 (três milhões e um) e 8.000.000 (oito milhões) de
8.000.000 (oito milhões) de habitantes; habitantes;
V - subsídios do Prefeito, do Vice-Prefeito e dos Secretários VI - 3,5% (três inteiros e cinco décimos por cento) para Municípios
Municipais fixados por lei de iniciativa da Câmara Municipal, com população acima de 8.000.001 (oito milhões e um) habitantes.
observado o que dispõem os arts. 37, XI, 39, § 4º, 150, II, 153, III, e § 1º A Câmara Municipal não gastará mais de setenta por cento de
153, § 2º, I; sua receita com folha de pagamento, incluído o gasto com o subsídio
VI - o subsídio dos Vereadores será fixado pelas respectivas de seus Vereadores.
Câmaras Municipais em cada legislatura para a subsequente, § 2º Constitui crime de responsabilidade do Prefeito Municipal:
observado o que dispõe esta Constituição, observados os critérios I - efetuar repasse que supere os limites definidos neste artigo;
estabelecidos na respectiva Lei Orgânica e os seguintes limites II - não enviar o repasse até o dia vinte de cada mês; ou
máximos: III - enviá-lo a menor em relação à proporção fixada na Lei
a) em Municípios de até dez mil habitantes, o subsídio máximo dos Orçamentária.
Vereadores corresponderá a vinte por cento do subsídio dos § 3º Constitui crime de responsabilidade do Presidente da Câmara
Deputados Estaduais; Municipal o desrespeito ao § 1º deste artigo.
b) em Municípios de dez mil e um a cinquenta mil habitantes, o Art. 30. Compete aos Municípios:
subsídio máximo dos Vereadores corresponderá a trinta por cento do I - legislar sobre assuntos de interesse local;
subsídio dos Deputados Estaduais; II - suplementar a legislação federal e a estadual no que couber;
c) em Municípios de cinquenta mil e um a cem mil habitantes, o III - instituir e arrecadar os tributos de sua competência, bem como
subsídio máximo dos Vereadores corresponderá a quarenta por cento aplicar suas rendas, sem prejuízo da obrigatoriedade de prestar
do subsídio dos Deputados Estaduais; contas e publicar balancetes nos prazos fixados em lei;
d) em Municípios de cem mil e um a trezentos mil habitantes, o
subsídio máximo dos Vereadores corresponderá a cinquenta por IV - criar, organizar e suprimir distritos, observada a legislação
cento do subsídio dos Deputados Estaduais; estadual;
e) em Municípios de trezentos mil e um a quinhentos mil habitantes, o V - organizar e prestar, diretamente ou sob regime de concessão ou
subsídio máximo dos Vereadores corresponderá a sessenta por cento permissão, os serviços públicos de interesse local, incluído o de
do subsídio dos Deputados Estaduais; transporte coletivo, que tem caráter essencial;
f) em Municípios de mais de quinhentos mil habitantes, o subsídio VI - manter, com a cooperação técnica e financeira da União e do
máximo dos Vereadores corresponderá a setenta e cinco por cento Estado, programas de educação infantil e de ensino fundamental;
do subsídio dos Deputados Estaduais; VII - prestar, com a cooperação técnica e financeira da União e do
VII - o total da despesa com a remuneração dos Vereadores não Estado, serviços de atendimento à saúde da população;
poderá ultrapassar o montante de cinco por cento da

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receita do Município;
VIII - promover, no que couber, adequado ordenamento territorial, Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade,
mediante planejamento e controle do uso, do parcelamento e da moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte:
ocupação do solo urbano; I - os cargos, empregos e funções públicas são acessíveis
IX - promover a proteção do patrimônio histórico-cultural local, aos brasileiros que preencham os requisitos estabelecidos em lei,
observada a legislação e a ação fiscalizadora federal e estadual. assim como aos estrangeiros, na forma da lei;
Art. 31. A fiscalização do Município será exercida pelo Poder II - a investidura em cargo ou emprego público depende de
Legislativo Municipal, mediante controle externo, e pelos sistemas de aprovação prévia em concurso público de provas ou de provas e
controle interno do Poder Executivo Municipal, na forma da lei. títulos, de acordo com a natureza e a complexidade do cargo ou
§ 1º O controle externo da Câmara Municipal será exercido com o emprego, na forma prevista em lei, ressalvadas as nomeações para
auxílio dos Tribunais de Contas dos Estados ou do Município ou dos cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e
Conselhos ou Tribunais de Contas dos Municípios, onde houver. exoneração;
§ 2º O parecer prévio, emitido pelo órgão competente sobre as contas III - o prazo de validade do concurso público será de até
que o Prefeito deve anualmente prestar, só deixará de prevalecer por dois anos, prorrogável uma vez, por igual período;
decisão de dois terços dos membros da Câmara Municipal. IV - durante o prazo improrrogável previsto no edital de
§ 3º As contas dos Municípios ficarão, durante sessenta dias, convocação, aquele aprovado em concurso público de provas ou de
anualmente, à disposição de qualquer contribuinte, para exame e provas e títulos será convocado com prioridade sobre novos
apreciação, o qual poderá questionar-lhes a legitimidade, nos termos concursados para assumir cargo ou emprego, na carreira;
da lei. V - as funções de confiança, exercidas exclusivamente por
§ 4º É vedada a criação de Tribunais, Conselhos ou órgãos de servidores ocupantes de cargo efetivo, e os cargos em comissão, a
Contas Municipais. serem preenchidos por servidores de carreira nos casos, condições e
percentuais mínimos previstos em lei, destinam-se apenas às
CAPÍTULO V atribuições de direção, chefia e assessoramento;
DO DISTRITO FEDERAL E DOS TERRITÓRIOS VI - é garantido ao servidor público civil o direito à livre
SEÇÃO I associação sindical;
DO DISTRITO FEDERAL VII - o direito de greve será exercido nos termos e nos
limites definidos em lei específica;
Art. 32. O Distrito Federal, vedada sua divisão em Municípios, reger- VIII - a lei reservará percentual dos cargos e empregos
se-á por lei orgânica, votada em dois turnos com interstício mínimo de públicos para as pessoas portadoras de deficiência e definirá os
dez dias, e aprovada por dois terços da Câmara Legislativa, que a critérios de sua admissão;
promulgará, atendidos os princípios estabelecidos nesta Constituição. IX - a lei estabelecerá os casos de contratação por tempo
§ 1º Ao Distrito Federal são atribuídas as competências legislativas determinado para atender a necessidade temporária de excepcional
reservadas aos Estados e Municípios. interesse público;
§ 2º A eleição do Governador e do Vice-Governador, observadas as X - a remuneração dos servidores públicos e o subsídio de
regras do art. 77, e dos Deputados Distritais coincidirá com a dos que trata o § 4º do art. 39 somente poderão ser fixados ou alterados
Governadores e Deputados Estaduais, para mandato de igual por lei específica, observada a iniciativa privativa em cada caso,
duração. assegurada revisão geral anual, sempre na mesma data e sem
distinção de índices;
§ 3º Aos Deputados Distritais e à Câmara Legislativa aplica-se o XI - a remuneração e o subsídio dos ocupantes de cargos,
disposto no art. 27. funções e empregos públicos da administração direta, autárquica e
§ 4º Lei federal disporá sobre a utilização, pelo Governo do Distrito fundacional, dos membros de qualquer dos Poderes da União, dos
Federal, das polícias civil, polícia penal, da polícia militar e do corpo Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, dos detentores de
de bombeiros militar. mandato eletivo e dos demais agentes políticos e os proventos,
SEÇÃO II pensões ou outra espécie remuneratória, percebidos
DOS TERRITÓRIOS cumulativamente ou não, incluídas as vantagens pessoais ou de
Art. 33. A lei disporá sobre a organização administrativa e judiciária qualquer outra natureza, não poderão exceder o subsídio mensal, em
dos Territórios. espécie, dos Ministros do Supremo Tribunal Federal, aplicando-se
§ 1º Os Territórios poderão ser divididos em Municípios, aos quais se como limite, nos Municípios, o subsídio do Prefeito, e nos Estados e
aplicará, no que couber, o disposto no Capítulo IV deste Título. no Distrito Federal, o subsídio mensal do Governador no âmbito do
§ 2º As contas do Governo do Território serão submetidas ao Poder Executivo, o subsídio dos Deputados Estaduais e Distritais no
Congresso Nacional, com parecer prévio do Tribunal de Contas da âmbito do Poder Legislativo e o subsidio dos Desembargadores do
União. Tribunal de Justiça, limitado a noventa inteiros e vinte e cinco
§ 3º Nos Territórios Federais com mais de cem mil habitantes, além centésimos por cento do subsídio mensal, em espécie, dos Ministros
do Governador nomeado na forma desta Constituição, haverá órgãos do Supremo Tribunal Federal, no âmbito do Poder Judiciário,
judiciários de primeira e segunda instância, membros do Ministério aplicável este limite aos membros do Ministério Público, aos
Público e defensores públicos federais; a lei disporá sobre as eleições Procuradores e aos Defensores Públicos;
para a Câmara Territorial e sua competência deliberativa. XII - os vencimentos dos cargos do Poder Legislativo e do
Poder Judiciário não poderão ser superiores aos pagos pelo Poder
CAPÍTULO VII Executivo;
DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA XIII - é vedada a vinculação ou equiparação de quaisquer
Seção I espécies remuneratórias para o efeito de remuneração de pessoal do
DISPOSIÇÕES GERAIS serviço público;
Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer XIV - os acréscimos pecuniários percebidos por servidor
dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos público não serão computados nem acumulados para fins de
concessão de acréscimos ulteriores;

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XV - o subsídio e os vencimentos dos ocupantes de cargos indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário, na forma e
e empregos públicos são irredutíveis, ressalvado o disposto nos gradação previstas em lei, sem prejuízo da ação penal cabível.
incisos XI e XIV deste artigo e nos arts. 39, § 4º, 150, II, 153, III, e §5º A lei estabelecerá os prazos de prescrição para ilícitos
153, § 2º, I; praticados por qualquer agente, servidor ou não, que causem
XVI - é vedada a acumulação remunerada de cargos prejuízos ao erário, ressalvadas as respectivas ações de
públicos, exceto, quando houver compatibilidade de horários, ressarcimento.
observado em qualquer caso o disposto no inciso XI: § 6º As pessoas jurídicas de direito público e as de direito
a) a de dois cargos de professor; privado prestadoras de serviços públicos responderão pelos danos
b) a de um cargo de professor com outro técnico ou que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros,
científico; assegurado o direito de regresso contra o responsável nos casos de
c) a de dois cargos ou empregos privativos de profissionais dolo ou culpa.
de saúde, com profissões regulamentadas; 7º A lei disporá sobre os requisitos e as restrições ao
XVII - a proibição de acumular estende-se a empregos e ocupante de cargo ou emprego da administração direta e indireta que
funções e abrange autarquias, fundações, empresas públicas, possibilite o acesso a informações privilegiadas.
sociedades de economia mista, suas subsidiárias, e sociedades §8º A autonomia gerencial, orçamentária e financeira dos
controladas, direta ou indiretamente, pelo poder público; órgãos e entidades da administração direta e indireta poderá ser
XVIII - a administração fazendária e seus servidores fiscais ampliada mediante contrato, a ser firmado entre seus administradores
terão, dentro de suas áreas de competência e jurisdição, precedência e o poder público, que tenha por objeto a fixação de metas de
sobre os demais setores administrativos, na forma da lei; desempenho para o órgão ou entidade, cabendo à lei dispor sobre:
XIX – somente por lei específica poderá ser criada autarquia I - o prazo de duração do contrato;
e autorizada a instituição de empresa pública, de sociedade de II - os controles e critérios de avaliação de desempenho,
economia mista e de fundação, cabendo à lei complementar, neste direitos, obrigações e responsabilidade dos dirigentes;
último caso, definir as áreas de sua atuação;) III - a remuneração do pessoal."
XX - depende de autorização legislativa, em cada caso, a §9º O disposto no inciso XI aplica-se às empresas públicas
criação de subsidiárias das entidades mencionadas no inciso anterior, e às sociedades de economia mista, e suas subsidiárias, que
assim como a participação de qualquer delas em empresa privada; receberem recursos da União, dos Estados, do Distrito Federal ou
XXI - ressalvados os casos especificados na legislação, as dos Municípios para pagamento de despesas de pessoal ou de
obras, serviços, compras e alienações serão contratados mediante custeio em geral.
processo de licitação pública que assegure igualdade de condições a § 14. A aposentadoria concedida com a utilização de tempo de
todos os concorrentes, com cláusulas que estabeleçam obrigações de contribuição decorrente de cargo, emprego ou função pública,
pagamento, mantidas as condições efetivas da proposta, nos termos inclusive do Regime Geral de Previdência Social, acarretará o
da lei, o qual somente permitirá as exigências de qualificação técnica rompimento do vínculo que gerou o referido tempo de contribuição.
e econômica indispensáveis à garantia do cumprimento das § 15. É vedada a complementação de aposentadorias de servidores
obrigações. públicos e de pensões por morte a seus dependentes que não seja
XXII - as administrações tributárias da União, dos Estados, decorrente do disposto nos §§ 14 a 16 do art. 40 ou que não seja
do Distrito Federal e dos Municípios, atividades essenciais ao prevista em lei que extinga regime próprio de previdência social.
funcionamento do Estado, exercidas por servidores de carreiras Art. 38. Ao servidor público da administração direta,
específicas, terão recursos prioritários para a realização de suas autárquica e fundacional, no exercício de mandato eletivo, aplicam-se
atividades e atuarão de forma integrada, inclusive com o as seguintes disposições:
compartilhamento de cadastros e de informações fiscais, na forma da I - tratando-se de mandato eletivo federal, estadual ou
lei ou convênio. distrital, ficará afastado de seu cargo, emprego ou função;
§1º A publicidade dos atos, programas, obras, serviços e II - investido no mandato de Prefeito, será afastado do
campanhas dos órgãos públicos deverá ter caráter educativo, cargo, emprego ou função, sendo-lhe facultado optar pela sua
informativo ou de orientação social, dela não podendo constar nomes, remuneração;
símbolos ou imagens que caracterizem promoção pessoal de III - investido no mandato de Vereador, havendo
autoridades ou servidores públicos. compatibilidade de horários, perceberá as vantagens de seu cargo,
§2º A não observância do disposto nos incisos II e III emprego ou função, sem prejuízo da remuneração do cargo eletivo, e,
implicará a nulidade do ato e a punição da autoridade responsável, não havendo compatibilidade, será aplicada a norma do inciso
nos termos da lei. anterior;
§3º A lei disciplinará as formas de participação do usuário IV - em qualquer caso que exija o afastamento para o
na administração pública direta e indireta, regulando especialmente: exercício de mandato eletivo, seu tempo de serviço será contado para
I - as reclamações relativas à prestação dos serviços todos os efeitos legais, exceto para promoção por merecimento;
públicos em geral, asseguradas a manutenção de serviços de V - na hipótese de ser segurado de regime próprio de
atendimento ao usuário e a avaliação periódica, externa e interna, da previdência social, permanecerá filiado a esse regime, no ente
qualidade dos serviços; federativo de origem.
II - o acesso dos usuários a registros administrativos e a Seção II
informações sobre atos de governo, observado o disposto no art. 5º, DOS SERVIDORES PÚBLICOS
X e XXXIII; Art. 39. A União, os Estados, o Distrito Federal e os
III - a disciplina da representação contra o exercício Municípios instituirão, no âmbito de sua competência, regime jurídico
negligente ou abusivo de cargo, emprego ou função na administração único e planos de carreira para os servidores da administração
pública. pública direta, das autarquias e das fundações públicas.
§4º - Os atos de improbidade administrativa importarão a , o Distrito Federal e os Municípios instituirão conselho de
suspensão dos direitos políticos, a perda da função pública, a política de administração e remuneração de pessoal, integrado por
servidores designados pelos respectivos Poderes.

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§ 1º A fixação dos padrões de vencimento e dos demais regime próprio de previdência social, ressalvado o disposto nos §§ 4º-
componentes do sistema remuneratório observará A, 4º-B, 4º-C e 5º.
I - a natureza, o grau de responsabilidade e a complexidade § 4º-A. Poderão ser estabelecidos por lei complementar do respectivo
dos cargos componentes de cada carreira; ente federativo idade e tempo de contribuição diferenciados para
II - os requisitos para a investidura; aposentadoria de servidores com deficiência, previamente
submetidos a avaliação biopsicossocial realizada por equipe
§ 2º A União, os Estados e o Distrito Federal manterão multiprofissional e interdisciplinar.
escolas de governo para a formação e o aperfeiçoamento dos § 4º-B. Poderão ser estabelecidos por lei complementar do respectivo
servidores públicos, constituindo-se a participação nos cursos um dos ente federativo idade e tempo de contribuição diferenciados para
requisitos para a promoção na carreira, facultada, para isso, a aposentadoria de ocupantes do cargo de agente penitenciário, de
celebração de convênios ou contratos entre os entes federados. agente socioeducativo ou de policial dos órgãos de que tratam o
§ 3º Aplica-se aos servidores ocupantes de cargo público o inciso IV do caput do art. 51, o inciso XIII do caput do art. 52 e os
disposto no art. 7º, IV, VII, VIII, IX, XII, XIII, XV, XVI, XVII, XVIII, XIX, incisos I a IV do caput do art. 144.
XX, XXII e XXX, podendo a lei estabelecer requisitos diferenciados de § 4º-C. Poderão ser estabelecidos por lei complementar do respectivo
admissão quando a natureza do cargo o exigir. ente federativo idade e tempo de contribuição diferenciados para
§ 4º O membro de Poder, o detentor de mandato eletivo, os aposentadoria de servidores cujas atividades sejam exercidas com
Ministros de Estado e os Secretários Estaduais e Municipais serão efetiva exposição a agentes químicos, físicos e biológicos prejudiciais
remunerados exclusivamente por subsídio fixado em parcela única, à saúde, ou associação desses agentes, vedada a caracterização por
vedado o acréscimo de qualquer gratificação, adicional, abono, categoria profissional ou ocupação.
prêmio, verba de representação ou outra espécie remuneratória, § 5º Os ocupantes do cargo de professor terão idade mínima reduzida
obedecido, em qualquer caso. em 5 (cinco) anos em relação às idades decorrentes da aplicação do
§ 5º Lei da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos disposto no inciso III do § 1º, desde que comprovem tempo de efetivo
Municípios poderá estabelecer a relação entre a maior e a menor exercício das funções de magistério na educação infantil e no ensino
remuneração dos servidores públicos, obedecido, em qualquer caso, fundamental e médio fixado em lei complementar do respectivo ente
o disposto no art. 37, XI. federativo.
§ 6º Os Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário § 6º Ressalvadas as aposentadorias decorrentes dos cargos
publicarão anualmente os valores do subsídio e da remuneração dos acumuláveis na forma desta Constituição, é vedada a percepção de
cargos e empregos públicos. mais de uma aposentadoria à conta de regime próprio de previdência
§ 7º Lei da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos social, aplicando-se outras vedações, regras e condições para a
Municípios disciplinará a aplicação de recursos orçamentários acumulação de benefícios previdenciários estabelecidas no Regime
provenientes da economia com despesas correntes em cada órgão, Geral de Previdência Social.
autarquia e fundação, para aplicação no desenvolvimento de § 7º Observado o disposto no § 2º do art. 201, quando se tratar da
programas de qualidade e produtividade, treinamento e única fonte de renda formal auferida pelo dependente, o benefício de
desenvolvimento, modernização, reaparelhamento e racionalização pensão por morte será concedido nos termos de lei do respectivo
do serviço público. ente federativo, a qual tratará de forma diferenciada a hipótese de
§ 8º A remuneração dos servidores públicos organizados morte dos servidores de que trata o § 4º-B decorrente de agressão
em carreira poderá ser fixada nos termos do § 4º. sofrida no exercício ou em razão da função
Art. 40. O regime próprio de previdência social dos servidores titulares §8º É assegurado o reajustamento dos benefícios para preservar-
de cargos efetivos terá caráter contributivo e solidário, mediante lhes, em caráter permanente, o valor real, conforme critérios
contribuição do respectivo ente federativo, de servidores ativos, de estabelecidos em lei.
aposentados e de pensionistas, observados critérios que preservem o
equilíbrio financeiro e atuarial. § 9º O tempo de contribuição federal, estadual, distrital ou
§ 1º O servidor abrangido por regime próprio de previdência social municipal será contado para fins de aposentadoria, observado o
será aposentado: disposto nos §§ 9º e 9º-A do art. 201, e o tempo de serviço
I - por incapacidade permanente para o trabalho, no cargo em que correspondente será contado para fins de disponibilidade.
estiver investido, quando insuscetível de readaptação, hipótese em § 10 - A lei não poderá estabelecer qualquer forma de
que será obrigatória a realização de avaliações periódicas para contagem de tempo de contribuição fictício.
verificação da continuidade das condições que ensejaram a § 11 - Aplica-se o limite fixado no art. 37, XI, à soma total dos
concessão da aposentadoria, na forma de lei do respectivo ente proventos de inatividade, inclusive quando decorrentes da
federativo; acumulação de cargos ou empregos públicos, bem como de outras
III - no âmbito da União, aos 62 anos de idade, se mulher, e aos 65 atividades sujeitas a contribuição para o regime geral de previdência
anos de idade, se homem, e, no âmbito dos Estados, do Distrito social, e ao montante resultante da adição de proventos de
Federal e dos Municípios, na idade mínima estabelecida mediante inatividade com remuneração de cargo acumulável na forma desta
emenda às respectivas Constituições e Leis Orgânicas, observados o Constituição, cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação
tempo de contribuição e os demais requisitos estabelecidos em lei e exoneração, e de cargo eletivo.
complementar do respectivo ente federativo. § 12. Além do disposto neste artigo, serão observados, em regime
próprio de previdência social, no que couber, os requisitos e critérios
§ 2º Os proventos de aposentadoria não poderão ser inferiores ao fixados para o Regime Geral de Previdência Social.
valor mínimo a que se refere o § 2º do art. 201 ou superiores ao limite § 13. Aplica-se ao agente público ocupante, exclusivamente, de cargo
máximo estabelecido para o Regime Geral de Previdência Social, em comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração, de
observado o disposto nos §§ 14 a 16. outro cargo temporário, inclusive mandato eletivo, ou de emprego
§ 3º As regras para cálculo de proventos de aposentadoria serão público, o Regime Geral de Previdência Social.
disciplinadas em lei do respectivo ente federativo. § 14. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios
§ 4º É vedada a adoção de requisitos ou critérios instituirão, por lei de iniciativa do respectivo Poder

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diferenciados para concessão de benefícios em Executivo, regime de previdência complementar para
servidores públicos ocupantes de cargo efetivo, observado o limite X - parâmetros para apuração da base de cálculo e definição de
máximo dos benefícios do Regime Geral de Previdência Social para o alíquota de contribuições ordinárias e extraordinárias.
valor das aposentadorias e das pensões em regime próprio de
previdência social, ressalvado o disposto no § 16.
§ 15. O regime de previdência complementar de que trata o § 14 Art. 41. São estáveis após três anos de efetivo exercício os servidores
oferecerá plano de benefícios somente na modalidade contribuição nomeados para cargo de provimento efetivo em virtude de concurso
definida, observará o disposto no art. 202 e será efetivado por público.
intermédio de entidade fechada de previdência complementar ou de § 1º O servidor público estável só perderá o cargo:
entidade aberta de previdência complementar. I - em virtude de sentença judicial transitada em julgado;
§ 16 - Somente mediante sua prévia e expressa opção, o disposto II - mediante processo administrativo em que lhe seja assegurada
nos §§ 14 e 15 poderá ser aplicado ao servidor que tiver ingressado ampla defesa;
no serviço público até a data da publicação do ato de instituição do III - mediante procedimento de avaliação periódica de desempenho,
correspondente regime de previdência complementar. na forma de lei complementar, assegurada ampla defesa.
§ 17. Todos os valores de remuneração considerados para o cálculo § 2º Invalidada por sentença judicial a demissão do servidor estável,
do benefício previsto no § 3° serão devidamente atualizados, na será ele reintegrado, e o eventual ocupante da vaga, se estável,
forma da lei. reconduzido ao cargo de origem, sem direito a indenização,
§ 18. Incidirá contribuição sobre os proventos de aposentadorias e aproveitado em outro cargo ou posto em disponibilidade com
pensões concedidas pelo regime de que trata este artigo que remuneração proporcional ao tempo de serviço.
superem o limite máximo estabelecido para os benefícios do regime § 3º Extinto o cargo ou declarada a sua desnecessidade, o servidor
geral de previdência social de que trata o art. 201, com percentual estável ficará em disponibilidade, com remuneração proporcional ao
igual ao estabelecido para os servidores titulares de cargos efetivos. tempo de serviço, até seu adequado aproveitamento em outro cargo.
§ 4º Como condição para a aquisição da estabilidade, é obrigatória a
§ 19. Observados critérios a serem estabelecidos em lei do respectivo avaliação especial de desempenho por comissão instituída para essa
ente federativo, o servidor titular de cargo efetivo que tenha finalidade.
completado as exigências para a aposentadoria voluntária e que opte Art. 42 Os membros das Polícias Militares e Corpos de Bombeiros
por permanecer em atividade poderá fazer jus a um abono de Militares, instituições organizadas com base na hierarquia e disciplina,
permanência equivalente, no máximo, ao valor da sua contribuição são militares dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios.
previdenciária, até completar a idade para aposentadoria § 1º Aplicam-se aos militares dos Estados, do Distrito Federal e dos
compulsória. Territórios, além do que vier a ser fixado em lei, as disposições do art.
§ 20. É vedada a existência de mais de um regime próprio de 14, § 8º; do art. 40, § 9º; e do art. 142, §§ 2º e 3º, cabendo a lei
previdência social e de mais de um órgão ou entidade gestora desse estadual específica dispor sobre as matérias do art. 142, § 3º, inciso
regime em cada ente federativo, abrangidos todos os poderes, órgãos X, sendo as patentes dos oficiais conferidas pelos respectivos
e entidades autárquicas e fundacionais, que serão responsáveis pelo governadores.
seu financiamento, observados os critérios, os parâmetros e a § 2º Aos pensionistas dos militares dos Estados, do Distrito Federal e
natureza jurídica definidos na lei complementar de que trata o § 22. dos Territórios aplica-se o que for fixado em lei específica do
§ 21. A contribuição prevista no § 18 deste artigo incidirá apenas respectivo ente estatal.
sobre as parcelas de proventos de aposentadoria e de pensão que §3º Aplica-se aos militares dos Estados, do Distrito Federal e dos
superem o dobro do limite máximo estabelecido para os benefícios do Territórios o disposto no art. 37, inciso XVI, com prevalência da
regime geral de previdência social de que trata o art. 201 desta atividade militar.
Constituição, quando o beneficiário, na forma da lei, for portador de
doença incapacitante. Da Defesa do Estado e Das Instituições Democráticas
§ 22. Vedada a instituição de novos regimes próprios de previdência CAPÍTULO I
social, lei complementar federal estabelecerá, para os que já existam, DO ESTADO DE DEFESA E DO ESTADO DE SÍTIO
normas gerais de organização, de funcionamento e de DO ESTADO DE DEFESA
responsabilidade em sua gestão, dispondo, entre outros aspectos, Art. 136. O Presidente da República pode, ouvidos o Conselho da
sobre: República e o Conselho de Defesa Nacional, decretar estado de
I - requisitos para sua extinção e consequente migração para o defesa para preservar ou prontamente restabelecer, em locais
Regime Geral de Previdência Social; restritos e determinados, a ordem pública ou a paz social ameaçadas
II - modelo de arrecadação, de aplicação e de utilização dos recursos; por grave e iminente instabilidade institucional ou atingidas por
III - fiscalização pela União e controle externo e social; calamidades de grandes proporções na natureza.
IV - definição de equilíbrio financeiro e atuarial; § 1º O decreto que instituir o estado de defesa determinará o tempo
V - condições para instituição do fundo com finalidade previdenciária de sua duração, especificará as áreas a serem abrangidas e indicará,
de que trata o art. 249 e para vinculação a ele dos recursos nos termos e limites da lei, as medidas coercitivas a vigorarem, dentre
provenientes de contribuições e dos bens, direitos e ativos de as seguintes:
qualquer natureza;
VI - mecanismos de equacionamento do deficit atuarial; I - restrições aos direitos de:
VII - estruturação do órgão ou entidade gestora do regime, a) reunião, ainda que exercida no seio das associações;
observados os princípios relacionados com governança, controle b) sigilo de correspondência;
interno e transparência; c) sigilo de comunicação telegráfica e telefônica;
VIII - condições e hipóteses para responsabilização daqueles que II - ocupação e uso temporário de bens e serviços públicos, na
desempenhem atribuições relacionadas, direta ou indiretamente, com hipótese de calamidade pública, respondendo a União pelos danos e
a gestão do regime; custos decorrentes.
IX - condições para adesão a consórcio público; § 2º O tempo de duração do estado de defesa não será superior a

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trinta dias, podendo ser prorrogado uma vez, por igual período, se Parágrafo único. Não se inclui nas restrições do inciso III a difusão de
persistirem as razões que justificaram a sua decretação. pronunciamentos de parlamentares efetuados em suas Casas
§ 3º Na vigência do estado de defesa: Legislativas, desde que liberada pela respectiva Mesa.
I - a prisão por crime contra o Estado, determinada pelo executor da
medida, será por este comunicada imediatamente ao juiz competente,
que a relaxará, se não for legal, facultado ao preso requerer exame Seção III
de corpo de delito à autoridade policial; DISPOSIÇÕES GERAIS
II - a comunicação será acompanhada de declaração, pela Art. 140. A Mesa do Congresso Nacional, ouvidos os líderes
autoridade, do estado físico e mental do detido no momento de sua partidários, designará Comissão composta de cinco de seus membros
autuação; para acompanhar e fiscalizar a execução das medidas referentes ao
III - a prisão ou detenção de qualquer pessoa não poderá ser superior estado de defesa e ao estado de sítio.
a dez dias, salvo quando autorizada pelo Poder Judiciário;
IV - é vedada a incomunicabilidade do preso. Art. 141. Cessado o estado de defesa ou o estado de sítio, cessarão
§4º Decretado o estado de defesa ou sua prorrogação, o Presidente também seus efeitos, sem prejuízo da responsabilidade pelos ilícitos
da República, dentro de vinte e quatro horas, submeterá o ato com a cometidos por seus executores ou agentes.
respectiva justificação ao Congresso Nacional, que decidirá por
maioria absoluta. Parágrafo único. Logo que cesse o estado de defesa ou o estado de
§5º Se o Congresso Nacional estiver em recesso, será convocado, sítio, as medidas aplicadas em sua vigência serão relatadas pelo
extraordinariamente, no prazo de cinco dias. Presidente da República, em mensagem ao Congresso Nacional, com
§6º O Congresso Nacional apreciará o decreto dentro de dez dias especificação e justificação das providências adotadas, com relação
contados de seu recebimento, devendo continuar funcionando nominal dos atingidos e indicação das restrições aplicadas.
enquanto vigorar o estado de defesa.
§7º Rejeitado o decreto, cessa imediatamente o estado de defesa. CAPÍTULO III
DO ESTADO DE SÍTIO DA SEGURANÇA PÚBLICA
Art. 144. A segurança pública, dever do Estado, direito e
Art. 137. O Presidente da República pode, ouvidos o Conselho da responsabilidade de todos, é exercida para a preservação da ordem
República e o Conselho de Defesa Nacional, solicitar ao Congresso pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio, através dos
Nacional autorização para decretar o estado de sítio nos casos de: seguintes órgãos:
I - comoção grave de repercussão nacional ou ocorrência de fatos
que comprovem a ineficácia de medida tomada durante o estado de I - polícia federal;
defesa; II - polícia rodoviária federal;
II - declaração de estado de guerra ou resposta a agressão armada III - polícia ferroviária federal;
estrangeira. IV - polícias civis;
Parágrafo único. O Presidente da República, ao solicitar autorização V - polícias militares e corpos de bombeiros militares.
para decretar o estado de sítio ou sua prorrogação, relatará os VI - polícias penais federal, estaduais e distrital.
motivos determinantes do pedido, devendo o Congresso Nacional § 1º A polícia federal, instituída por lei como órgão permanente,
decidir por maioria absoluta. organizado e mantido pela União e estruturado em carreira, destina-
Art. 138. O decreto do estado de sítio indicará sua duração, as se a:
normas necessárias a sua execução e as garantias constitucionais I - apurar infrações penais contra a ordem política e social ou em
que ficarão suspensas, e, depois de publicado, o Presidente da detrimento de bens, serviços e interesses da União ou de suas
República designará o executor das medidas específicas e as áreas entidades autárquicas e empresas públicas, assim como outras
abrangidas. infrações cuja prática tenha repercussão interestadual ou
§ 1º - O estado de sítio, no caso do art. 137, I, não poderá ser internacional e exija repressão uniforme, segundo se dispuser em lei;
decretado por mais de trinta dias, nem prorrogado, de cada vez, por II - prevenir e reprimir o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins,
prazo superior; no do inciso II, poderá ser decretado por todo o tempo o contrabando e o descaminho, sem prejuízo da ação fazendária e de
que perdurar a guerra ou a agressão armada estrangeira. outros órgãos públicos nas respectivas áreas de competência;
§ 2º - Solicitada autorização para decretar o estado de sítio durante o III - exercer as funções de polícia marítima, aeroportuária e de
recesso parlamentar, o Presidente do Senado Federal, de imediato, fronteiras;
convocará extraordinariamente o Congresso Nacional para se reunir IV - exercer, com exclusividade, as funções de polícia judiciária da
dentro de cinco dias, a fim de apreciar o ato. União.
§ 3º - O Congresso Nacional permanecerá em funcionamento até o § 2º A polícia rodoviária federal, órgão permanente, organizado e
término das medidas coercitivas. mantido pela União e estruturado em carreira, destina-se, na forma da
Art. 139. Na vigência do estado de sítio decretado com fundamento lei, ao patrulhamento ostensivo das rodovias federais.
no art. 137, I, só poderão ser tomadas contra as pessoas as § 3º A polícia ferroviária federal, órgão permanente, organizado e
seguintes medidas: mantido pela União e estruturado em carreira, destina-se, na forma da
I - obrigação de permanência em localidade determinada; lei, ao patrulhamento ostensivo das ferrovias federais.
II - detenção em edifício não destinado a acusados ou condenados § 4º Às polícias civis, dirigidas por delegados de polícia de carreira,
por crimes comuns; incumbem, ressalvada a competência da União, as funções de polícia
III - restrições relativas à inviolabilidade da correspondência, ao sigilo judiciária e a apuração de infrações penais, exceto as militares.
das comunicações, à prestação de informações e à liberdade de § 5º Às polícias militares cabem a polícia ostensiva e a preservação
imprensa, radiodifusão e televisão, na forma da lei; da ordem pública; aos corpos de bombeiros militares, além das
IV - suspensão da liberdade de reunião; atribuições definidas em lei, incumbe a execução de atividades de
V - busca e apreensão em domicílio; defesa civil.
VI - intervenção nas empresas de serviços públicos; § 5º-A. Às polícias penais, vinculadas ao órgão

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VII - requisição de bens. administrador do sistema penal da unidade federativa
a que pertencem, cabe a segurança dos estabelecimentos penais. assim como os militares dos Estados, Distrito Federal e Territórios
§ 6º As polícias militares e os corpos de bombeiros militares, forças (Polícias Militares e Corpos de Bombeiros Militares), por força da CF
auxiliares e reserva do Exército subordinam-se, juntamente com as nos artigos 42, § 1.º e art. 142, §3.º
polícias civis e as polícias penais estaduais e distrital, aos No contexto brasileiro, o STF já se manifestou sobre o assunto.
Governadores dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios.
§ 7º A lei disciplinará a organização e o funcionamento dos órgãos
responsáveis pela segurança pública, de maneira a garantir a
LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL DA PM
eficiência de suas atividades.
§ 8º Os Municípios poderão constituir guardas municipais destinadas LEI Nº 8.230, DE JULHO DE 2015
à proteção de seus bens, serviços e instalações, conforme dispuser a Vide Lei nº 9.387/2021, de 16 de dezembro de 2021, publicada no
lei. DOE nº 9.387, de 16 de dezembro de 2021
§ 9º A remuneração dos servidores policiais integrantes dos órgãos
relacionados neste artigo será fixada na forma do § 4º do art. 39.
§ 10. A segurança viária, exercida para a preservação da ordem DISPÕE SOBRE A PROMOÇÃO DOS PRAÇAS DA POLÍCIA
pública e da incolumidade das pessoas e do seu patrimônio nas vias MILITAR DO PARÁ (PMPA)
públicas:
I - compreende a educação, engenharia e fiscalização de trânsito,
além de outras atividades previstas em lei, que assegurem ao
cidadão o direito à mobilidade urbana eficiente; e A ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO PARÁ estatui e eu
II - compete, no âmbito dos Estados, do Distrito Federal e dos sanciono a seguinte Lei:
Municípios, aos respectivos órgãos ou entidades executivos e seus
agentes de trânsito, estruturados em Carreira, na forma da lei.
CAPÍTULO I
Chegamos a um dos tópicos mais relevantes do seu conteúdo, DAS DISPOSIÇÕES INICIAIS
dificilmente você não verá uma questão sobre segurança pública na Art. 1º Esta Lei estabelece os critérios e as condições que assegurem
sua prova. aos policiais militares do Quadro de Praças Policiais Militares em
Então bora esquematizar com a metodologia MARITUBENSE esse serviço ativo na Polícia Militar do Pará o acesso à graduação
tão importante artigo. imediata, mediante promoção de forma seletiva, gradual e sucessiva.
Art. 144: Segurança Pública Art. 2º A promoção é um ato administrativo e tem como finalidade
Dever do Estado básica o preenchimento seletivo das vagas pertinentes ao grau
Direito e responsabilidade de todos hierárquico superior, à medida que forem criadas, ativadas,
Exercida para: transformadas ou extintas as organizações policiais militares e as
Preservação da ordem pública funções definidas na Lei de Organização Básica da Corporação, por
Preservação da incolumidade das pessoas meio de criteriosos processos de escolha disciplinados por esta Lei.
Preservação da incolumidade do patrimônio § 1° Compete ao Comandante Geral da Polícia Militar a edição do ato
administrativo de promoção dos Praças.
Órgãos responsáveis pela segurança pública: § 2° As promoções previstas nesta Lei obedecerão rigorosamente ao
Polícia Federal planejamento do setor de pessoal da Corporação, elaborado com a
Polícia Rodoviária Federal finalidade de garantir o perfeito equilíbrio entre o efetivo e as funções
Polícia Ferroviária Federal existentes.
Polícias Civis
Polícias Militares e Corpos de Bombeiros Militares
Polícias Penais Federal, Estaduais e Distrital CAPÍTULO II
DA PROMOÇÃO DOS PRAÇAS
Podem ser criados outros órgãos fora do texto constitucional ou o rol Art. 3º A Promoção dos Praças da Polícia Militar do Pará deve
previsto no art. 144 é TAXATIVO? observar o limite do Quadro de Praças Policiais Militares (QPPM) e
Em termos simples, podemos afirmar que somente a Constituição Qualificações, nos seguintes termos:
Federal de 1988 é que determina quais são os órgãos responsáveis I - Qualificação Policial-Militar Particular de Praças
pela segurança pública, como a Polícia Federal, Polícia Rodoviária Combatentes (QPMP-0): Soldado, Cabo, 3º Sargento, 2º Sargento, 1º
Federal, Polícia Civil, Polícia Militar, entre outros. Sargento e Subtenente;
Essa lista não pode ser ampliada ou modificada pelos estados, II - Qualificação Policial-Militar Particular de Praças
municípios ou outras instâncias governamentais. Especialistas em Música (QPMP-1): Soldado, Cabo, 3º Sargento, 2º
Eles devem respeitar e utilizar os órgãos já estabelecidos na Sargento, 1º Sargento e Subtenente;
Constituição. III - Qualificação Policial-Militar Particular de Praças
Art.144, § 9º: Remuneração dos servidores policiais: Especialistas de Saúde, (QPMP-2): Soldado, Cabo, 3º Sargento, 2º
A remuneração dos servidores policiais integrantes dos órgãos Sargento, 1º Sargento e Subtenente.
relacionados neste artigo será fixada de acordo com o §4º do art. 39. Art. 3° A promoção dos praças na Polícia Militar do Pará, pelos
(remunerados via subsídio) critérios de antiguidade, merecimento, bravura, tempo de serviço e
post mortem, deve observar o limite dos respectivos Quadros, nos
Conheça algumas decisões que envolvem a guarda municipal no seguintes termos: (nova redação dada pela Lei n° 9.387, de 16 de
âmbito do STJ e STF. dezembro de 2021)

Antes de conhecer a jurisprudência do STF, devemos lembrar que o I - Quadro de Qualificação Policial-Militar Particular de Praças
direito de greve sempre foi proibido aos membros das

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Forças Armadas (Marinha, Exército e Aeronáutica),
Combatentes (QPMP-0): Soldado, Cabo, 3° Sargento, 2° Sargento, Parágrafo único. A antiguidade na graduação é contada a partir da
1° Sargento e Subtenente; (nova redação dada pela Lei n° 9.387, de data de promoção, ressalvados os casos de tempo não computável
16 de dezembro de 2021) de acordo com o Estatuto da Polícia Militar.
II - Quadro de Qualificação Policial-Militar Particular de Praças
Especialistas em Música (QPMP- 1): Soldado, Cabo, 3° Sargento, 2°
Sargento, 1° Sargento e Subtenente; ou (nova redação dada pela Lei Seção III
n° 9.387, de 16 de dezembro de 2021) Da Promoção por Merecimento
III - Quadro de Qualificação Policial-Militar Particular de Praças Art. 8º A promoção pelo critério de merecimento é aquela que se
Especialistas de Saúde (QPMP- 2): Soldado, Cabo, 3° Sargento, 2° baseia no conjunto de qualidades e atributos que distingue o Praça
Sargento, 1° Sargento e Subtenente. (nova redação dada pela Lei n° entre seus pares e que, uma vez quantificados nas fichas de
9.387, de 16 de dezembro de 2021) avaliação de desempenho profissional e de potencial e experiência
Parágrafo único. É vedada a promoção pelos critérios de antiguidade, profissional, passam a traduzir sua capacidade para ascender
merecimento, bravura, tempo de serviço e post mortem ao posto que hierarquicamente.
não esteja previsto no seu respectivo Quadro. (Parágrafo acrescido Parágrafo único. As fichas de avaliação de desempenho profissional e
pela Lei nº 9.387, de 16/12/2021) de potencial e experiência profissional serão tratadas n o regulamento
Art. 4° O ingresso no Quadro de Praças Policiais Militares (QPPM) e desta Lei.
Qualificações dar-se-á de acordo com o estabelecido na Lei nº 6.626,
de 3 de fevereiro de 2004, e alterações subsequentes.
Art. 5° O acesso às graduações do Quadro de Praças Policiais Seção IV
Militares ocorrerá mediante promoção ao grau hierárquico Da Promoção por Bravura
imediatamente superior, de acordo com os critérios estabelecidos Art. 9º A promoção por bravura é efetivada em razão de ato de
nesta Lei. caráter extraordinário e comprovada atitude de extrema coragem e
audácia que ultrapassem os limites normais do cumprimento dos
deveres naturais do policial militar e que sejam úteis ao conceito da
CAPÍTULO III Corporação pelo exemplo positivo.
DOS CRITÉRIOS DE PROMOÇÃO § 1° A promoção de que trata este artigo é da competência do
Seção I Governador do Estado por proposta do Comandante Geral e será
Das Disposições Gerais retroativa à data do ato de bravura.
Art. 6° As promoções na Polícia Militar do Pará dar-se-ão de acordo § 2° A comprovação do ato de bravura será realizada por meio de
com os seguintes critérios: I - antiguidade; apuração por um Conselho Especial, composto de três Oficiais PM,
II - merecimento; para esse fim designado pelo Comandante Geral.
III - bravura; § 2° A comprovação do ato de bravura será realizada por meio de
IV - tempo de serviço; apuração por um Conselho Especial, composto de 3 (três) Oficiais,
V - “post mortem”. sendo um presidente, no mínimo, no posto de Capitão, além de um
§ 1º As promoções por antiguidade, merecimento e tempo de serviço relator e um escrivão, para esse fim designados pelo Comandante-
serão efetuadas duas vezes por ano, nos dias 21 de abril e 25 de Geral. (nova redação dada pela Lei n° 9.387, de 16 de dezembro de
setembro, para as vagas computadas e publicadas oficialmente 2021)
conforme cronograma previsto no Regulamento desta Lei. § 3° Na promoção por bravura não se aplicam as exigências dos
§ 1° As promoções por antiguidade e merecimento serão efetuadas outros critérios estabelecidos nesta Lei.
duas vezes por ano, nos dias 21 de abril e 25 de setembro, para as § 4° Será proporcionado ao Praça promovido por bravura, quando for
vagas computadas e publicadas oficialmente conforme cronograma o caso, a oportunidade de satisfazer as condições de acesso à
previsto no regulamento desta Lei. (nova redação dada pela Lei n° graduação a que foi promovido, de acordo com a regulamentação
9.387, de 16 de dezembro de 2021) desta Lei.
§ 5° O ato de bravura deverá resultar de ação consciente e
voluntária, realizada com evidente risco de vida e da qual não se
§ 2º As promoções pelos demais critérios poderão ser realizadas a tenha beneficiado agente ou pessoa de seu parentesco até o 4° grau
qualquer tempo, conforme previsto nesta Lei. e cujo mérito transcenda valor, audácia e coragem, a quaisquer
§ 3º Em casos excepcionais poderá ocorrer à promoção por considerações de natureza negativa, quanto à importância ou
ressarcimento de preterição, na forma disciplinada no art. 32. impulsividade porventura cometida. (Parágrafo acrescido pela Lei nº
§ 4° As promoções por tempo de serviço serão efetuadas na data em 9.387, de 16/12/2021)
que a Praça incidir nas hipóteses previstas no art. 10. (Parágrafo § 6° O ato que venha a ser desempenhado decorrente de uma
acrescido pela Lei nº 9.387, de 16/12/2021) obrigação imposta por lei, nos exatos limites dessa obrigação, não
§ 5° O militar que tiver o processo de transferência para a inatividade será considerado como bravura, por ser inerente às atribuições do
devidamente iniciado não concorrerá à promoção, salvo no caso de cargo. (Parágrafo acrescido pela Lei nº 9.387, de 16 de dezembro de
promoção por tempo de serviço, obedecidos os critérios previstos 2021)
nesta Lei. (Parágrafo acrescido pela Lei nº 9.387, de 16/12/2021) Seção V
Da Promoção por Tempo de Serviço
Art. 10. A Promoção por tempo de serviço é aquela em que o Praça é
Seção II promovido à graduação imediata “a pedido” ou “ex officio”, sendo
Da Promoção por Antiguidade efetivada após o preenchimento das seguintes condições:
Art. 7º A promoção pelo critério de antiguidade é aquela que se I - “a pedido”, para Praça do sexo masculino:
baseia na precedência hierárquica de um graduado sobre os demais a) ter, no mínimo, trinta anos de serviço e, pelo menos, vinte e cinco
de igual graduação, dentro do número de vagas estabelecidas para anos de efetivo serviço;
cada qualificação particular policial-militar. I - a pedido, para praças do sexo masculino,

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que ingressarem até 31 de dezembro de 2021: (nova
redação dada pela Lei n° 9.387, de 16 de dezembro de 2021) processadas pela Comissão de Promoção de Praças imediatamente
a) ter, no mínimo, 30 (trinta) anos de serviço e, pelo menos, 25 após a análise e deferimento do requerimento.
(vinte e cinco) anos de efetivo serviço, somados aos acréscimos § 6º As promoções previstas nos incisos III e IV deste artigo
previstos no art. 24-G do Decreto-Lei n° 667, de 2 de julho de 1969; independem de requerimento, devendo ser processadas “ex officio”
(nova redação dada pela Lei n° 9.387, de 16 de dezembro de 2021) pela Comissão de Promoção de Praças na data em que o policial
b) ter cumprido, no mínimo, a metade dos interstícios previstos militar completar o tempo máximo de permanência no serviço ativo,
para cada graduação, obedecido os limites previstos no art. 3º desta qual seja, trinta anos de efetivo serviço para Praça do sexo masculino
Lei; e vinte e cinco anos de efetivo serviço para Praça do sexo feminino.
c) após cumprir as exigências previstas nas alíneas “a” e “b” § 7º Para fins do disposto nos §§ 5º e 6º deste artigo, os
deste inciso, requerer sua promoção à Comissão de Promoção de Comandantes, Chefes e Diretores dos órgãos da Polícia Militar
Praças; deverão fiscalizar e controlar o tempo de efetivo serviço de cada
II - “a pedido”, para Praça do sexo feminino: policial militar e informar com a devida antecedência, à Diretoria de
a) ter, no mínimo, vinte e cinco anos de serviço e, pelo menos, vinte Pessoal da Corporação, para o pronto assessoramento à Comissão
anos de efetivo serviço; de Promoção de Praças.
II - a pedido, para praças do sexo feminino, que ingressarem § 2° Os requerimentos de que tratam os incisos I, II e II-A do caput
até 31 de dezembro de 2021: (nova redação dada pela Lei n° 9.387, deste artigo deverão ser protocolados na Comissão de Promoção de
de 16 de dezembro de 2021) Praças no prazo de até sessenta dias antes das datas de promoção
a) ter, no mínimo, 25 (vinte e cinco) anos de serviço, previstas nesta Lei. . (nova redação dada pela Lei n° 9.387, de 16 de
observada a regra prevista no inciso I e parágrafo único do art. 24-G dezembro de 2021)
do Decreto-Lei n° 667, de 1969; (nova redação dada pela Lei n° § 3° Os praças promovidos com base no inciso III do caput deste
9.387, de 16 de dezembro de 2021) artigo passarão ex officio para a reserva remunerada, retroativa à
data do ato de promoção. . (nova redação dada pela Lei n° 9.387, de
16 de dezembro de 2021)
§ 4° Os praças promovidos com base no que dispõe este artigo
b) ter cumprido os interstícios previstos para cada graduação, deverão ser agregados no ato de suas respectivas promoções até a
obedecido os limites previstos no art. 3º desta Lei; publicação do ato de transferência para a reserva remunerada,
c) após cumprir as exigências previstas nas alíneas “a” e “b” devendo o Departamento-Geral de Pessoal, de imediato,
deste inciso, requerer sua promoção à Comissão de Promoção de providenciar, necessariamente nesta ordem, os processos de
Praças; desaquartelamento e reserva. . (nova redação dada pela Lei n° 9.387,
II- A - a pedido, para praças dos sexos masculino e feminino, que de 16 de dezembro de 2021)
ingressarem a partir de 1° de janeiro de 2022: (inciso acrescido pela § 5° As promoções previstas nos incisos I, II e II-A do caput deste
Lei nº 9.387, de 16 de dezembro de 2021) artigo serão processadas pela Comissão de Promoção de Praças
a) ter, no mínimo, 35 (trinta e cinco) anos de serviço e, pelo imediatamente após a análise e deferimento do requerimento. . (nova
menos, 30 (trinta) anos de efetivo serviço; (alínea acrescida pela Lei redação dada pela Lei n° 9.387, de 16 de dezembro de 2021)
nº 9.387, de 16 de dezembro de 2021) § 6° A promoção prevista no inciso III do caput deste artigo
b) ter cumprido os interstícios previstos nesta Lei; e (alínea independe de requerimento, devendo ser processada ex officio pela
acrescida pela Lei nº 9.387, de 16 de dezembro de 2021) Comissão de Promoção de Praças na data em que o policial militar
c) após cumprir as exigências das alíneas “a” e “b” deste completar o tempo máximo de permanência no serviço ativo,
inciso, requerer sua promoção à Comissão de Promoção de Praças; conforme o caso. . (nova redação dada pela Lei n° 9.387, de 16 de
(alínea acrescida pela Lei nº 9.387, de 16 de dezembro de 2021) dezembro de 2021)
III - “ex officio”, automaticamente à graduação imediata, para § 7° Para fins do disposto nos §§ 5° e 6° deste artigo, os
Praça do sexo masculino que completar trinta anos de efetivo serviço; Comandantes, Chefes e Diretores dos órgãos da Polícia Militar
III - ex officio, automaticamente, para o praça PM, masculino ou deverão fiscalizar e controlar o tempo de efetivo serviço de cada
feminino, que completar 35 (trinta e cinco) anos de efetivo serviço. policial militar e informar, com a devida antecedência, ao
(nova redação dada pela Lei n° 9.387, de 16 de dezembro de 2021) Departamento-Geral de Pessoal da Corporação, para o pronto
IV- “ex officio”, automaticamente à graduação imediata, para Praça do assessoramento à Comissão de Promoção de Praças. (nova redação
sexo feminino que completar vinte e cinco anos de efetivo serviço. dada pela Lei n° 9.387, de 16 de dezembro de 2021)
(inciso revogado pela Lei nº 9.387, de 16 de dezembro de 2021) § 8º As Praças promovidas com base no que dispõe este artigo,
§ 1° Os únicos requisitos para a promoção por tempo de serviço são quando transferidas para a inatividade, farão jus aos proventos
os previstos neste artigo. integrais do posto ao qual foi promovida, mantidos os vencimentos e
§ 2º Os requerimentos de que tratam os incisos I e II deste artigo vantagens que percebiam no serviço ativo, sem prejuízo aos
deverão ser protocolados a qualquer tempo na Comissão de acréscimos legais da inatividade, ficando vedado o cálculo dos
Promoção de Praças. proventos com base no posto imediatamente superior (REDAÇÃO
§ 3º Os Praças promovidos com base nos incisos de I a IV deste DADA PELA LEI Nº 8.388/16).
artigo passarão, “ex officio”, para a reserva remunerada, retroativa à
data do ato da promoção.
§ 4º Os Praças promovidos com base no que dispõe este artigo Seção VI
deverão ser agregados no ato de suas respectivas promoções até a Da Promoção “Post-Mortem”
publicação do ato de transferência para a reserva remunerada, Art. 11. A promoção “post-mortem” visa expressar o reconhecimento,
devendo a Diretoria de Pessoal, de imediato, providenciar, por parte do Estado, ao Praça que falecer no cumprimento do dever
necessariamente nesta ordem, os processos de desaquartelamento e ou em consequência dele, e será efetivada na data do falecimento,
reserva. em uma das seguintes situações:
§ 5º As promoções previstas nos incisos I e II deste artigo serão I - em ação de preservação da ordem pública ou em decorrência dela;
II- em consequência de ferimento recebido na

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preservação da ordem pública ou doença, moléstia ou
enfermidade contraída nessa situação ou que nela tenham sua causa c) 5 (cinco) anos na graduação de 3° Sargento, para
eficiente; promoção à graduação de 2° Sargento; (nova redação dada pela Lei
III- em consequência de acidente em serviço ou de doença, n° 9.387, de 16 de dezembro de 2021)
moléstia ou enfermidade que neles tenham sua causa eficiente. d) 5 (cinco) anos na graduação de 2° Sargento, para
§ 1° A promoção que resultar de qualquer das situações promoção à graduação de 1° Sargento, exceto para o 2° Sargento
estabelecidas nos incisos I, II e III independerá daquela prevista no § que na data de publicação desta Lei já se encontrar na respectiva
4° deste artigo. graduação; ou (nova redação dada pela Lei n° 9.387, de 16 de
§ 2° Os casos de morte por acidente, doença, moléstia ou dezembro de 2021)
enfermidade referidos neste artigo serão comprovados por atestado e) 5 (cinco) anos na graduação de 1° Sargento, para
de origem, sendo os termos do acidente, baixa ao hospital, papeletas promoção à graduação de Subtenente; (nova redação dada pela Lei
de tratamento em casas de saúde e demais registros relacionados ao n° 9.387, de 16 de dezembro de 2021)
infortúnio utilizados como meios subsidiários para esclarecer a II - apto em inspeção de saúde procedida pela Junta de
situação. Saúde da Corporação, até a data prevista no Regulamento desta Lei;
§ 3° No caso de falecimento do Praça, a promoção por bravura exclui III - apto em Teste de Aptidão Física (TAF) até a data prevista
a promoção "post-mortem" que resultaria das consequências de ato no Regulamento desta Lei; IV - ter sido incluído no Quadro de Acesso
de bravura. de sua respectiva qualificação;
§ 4° O Praça será também promovido “post-mortem” se na data do V - ter concluído com aproveitamento, até a data prevista para
falecimento satisfazia às condições de acesso e integrava os quadros o encerramento das alterações, o Curso de Adaptação à graduação
de acesso à promoção pelos critérios de antiguidade e merecimento. de 3º Sargento, para a promoção à graduação de 2º Sargento;
CAPÍTULO IV VI - ter concluído com aproveitamento, até a data prevista para
DAS VAGAS PARA PROMOÇÃO DE PRAÇAS o encerramento das alterações, o Curso de Aperfeiçoamento de
Art. 12. Serão computadas para fins de promoção, até a data de Sargento, para as promoções às graduações de 1º Sargento e
publicação do número de vagas pela Comissão de Promoção de Subtenente;
Praças, nos termos do Regulamento desta Lei, as vagas decorrentes VII- estar classificado, no mínimo, no Comportamento “Bom”; VIII -
de: existência de vaga nos termos do art.13 desta Lei.
I - promoção às graduações superiores; II - agregação; § 1º Para aprovação no Teste de Aptidão Física o candidato à
III - passagem para a inatividade; promoção deverá atingir, no mínimo, o conceito “regular”, conforme
IV- licenciamento, reforma administrativa e exclusão do serviço dispuserem normas específicas editadas pelo Comandante Geral da
ativo; V - falecimento; Corporação.
VI - criação, ativação ou transformação dos órgãos policiais-militares § 2º As condições de interstícios estabelecidas nesta Lei poderão ser
e das funções definidas na Lei de Organização Básica da reduzidas até a metade por ato do Governador do Estado, mediante
Corporação. proposta motivada do Comandante Geral da Corporação.
§ 1° As vagas são consideradas existentes: § 3º O curso de adaptação à graduação de 3º Sargento e o curso de
a) na data da assinatura do ato que promove, agrega, passa à aperfeiçoamento de Sargento terão sua duração, grades curriculares
inatividade, licencia e exclui a bem da disciplina e reforma e critérios de seleção definidas por ato do Comandante Geral da
administrativamente, salvo se no próprio ato for estabelecida outra Corporação.
data; § 4º A incapacidade física temporária verificada na Inspeção de
b) na data oficial do óbito; Saúde não impede o ingresso em Quadro de Acesso nem a
c) como dispuser a lei, no caso de aumento de efetivo. consequente promoção à graduação superior.
§ 2° A existência de vaga a ser preenchida para determinada § 5º No caso de incapacidade física definitiva ou de incapacidade
graduação implicará o surgimento de vaga para as graduações temporária por prazo superior a dois anos, o Praça será reformado,
inferiores nas promoções futuras, sendo esta sequência interrompida conforme dispuser o Estatuto dos Policiais Militares da PMPA.
na graduação em que houver preenchimento por excedente. § 5°-A Caso o militar esteja afastado por motivo de licença para
§ 3° Não preenche vaga o Praça que, estando agregado, venha a ser tratamento de saúde própria (LTSP) e for convocado para a inspeção
promovido e continue na mesma situação. de saúde, deverá comparecer à junta de saúde, mesmo que tenha
CAPÍTULO V sido julgado incapaz temporariamente, salvo dificuldade insuperável
DAS CONDIÇÕES BÁSICAS PARA PROMOÇÃO devidamente justificada ao Presidente da Junta, no prazo de 48
Art. 13. Constituem condições indispensáveis para a promoção do (quarenta e oito) horas após a inspeção de saúde. (Parágrafo
Praça à graduação imediatamente superior, exclusivamente pelos acrescido pela Lei nº 9.387, de 16 de dezembro de 2021)
critérios de antiguidade e merecimento: § 6º A prestação das informações referentes ao disposto no inciso I
I - para todas as Qualificações Policiais-Militares Particulares deste artigo é de atribuição da Diretoria de Pessoal da Polícia Militar
de Praças (QPMP-0, QPMP-1, QPMP-2), ter completado, até a data do Pará.
de promoção, os seguintes interstícios mínimos: § 6° A prestação das informações referentes ao disposto no inciso I
a) seis anos na graduação de Soldado, contados a partir da do caput deste artigo é de atribuição do Departamento-Geral de
data de conclusão do Curso de Formação de Praças, para promoção Pessoal da Polícia Militar do Pará. (nova redação dada pela Lei n°
à graduação de Cabo; 9.387, de 16 de dezembro de 2021)
b) seis anos na graduação de Cabo, para promoção à § 7° O Praça, incapacitado temporariamente, promovido nessa
graduação de 3º Sargento; condição, de acordo com o parecer da Junta de Saúde, deverá
c) quatro anos na graduação de 3º Sargento, para promoção à satisfazer o requisito de aptidão no Teste de Aptidão Física após a
graduação de 2º Sargento; sua promoção, no período correspondente ao interstício da nova
d) quatro anos na graduação de 2º Sargento, para promoção à graduação até a data da definição do Limite Quantitativo da próxima
graduação de 1º Sargento, exceto para o 2º Sargento que na data de promoção que vier a concorrer, como condição para ingressar no
promulgação desta Lei já se encontrar na respectiva graduação; referido Limite Quantitativo à promoção à graduação imediatamente
e) três anos na graduação de 1º Sargento, superior. (Parágrafo acrescido pela Lei nº 9.387, de 16

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para promoção à graduação de Subtenente. de dezembro de 2021)
§ 8° Os praças que venham a ser revertidos e readaptados para a § 1º A proporção mencionada no inciso II deste artigo será retomada
atividade-meio, na forma da lei, poderão realizar o Teste de Aptidão a partir de onde ela tenha sido interrompida.
Física adaptado à situação em que se encontrarem. (Parágrafo § 2º No caso de o Praça preencher os requisitos que lhe permitam ser
acrescido pela Lei nº 9.387, de 16 de dezembro de 2021) promovido tanto por antiguidade quanto por merecimento, este será
§ 9° O período de cumprimento das punições disciplinares será promovido com base no critério de merecimento, preenchendo-se a
computado como tempo de efetivo serviço para efeito da contagem vaga por antiguidade pelo Praça imediatamente mais moderno que se
do interstício no grau hierárquico a que se refere o inciso I, alíneas “a” enquadre nos critérios e condições previstos nesta Lei e não esteja
a “e”, do caput deste artigo. (Parágrafo acrescido pela Lei nº 9.387, na situação prevista na primeira parte deste parágrafo.
de 16 de dezembro de 2021) Art. 16. A promoção por merecimento será feita com base no Quadro
CAPÍTULO VI de Acesso por Merecimento obedecida rigorosamente a ordem de
DO PROCESSAMENTO DAS PROMOÇÕES DOS PRAÇAS PM classificação meritória, nos termos do regulamento desta Lei.
Art. 14. O processamento das promoções obedecerá ao seguinte: Parágrafo único. Para promoção por merecimento às graduações de
I- fixação de datas-limites para remessa de documentos dos 2º Sargento, 1º Sargento e Subtenente, as vagas computadas serão
Praças a serem apreciados para posterior ingresso nos Quadros de preenchidas de acordo com a ordem de classificação meritória obtida
Acesso; por cada um deles.
II- fixação de limites quantitativos de antiguidade para ingresso Art. 17. O processo referente à promoção com base no critério de
dos Praças nos Quadros de Acesso por Antiguidade e Merecimento, antiguidade ou merecimento tem início com a inclusão do candidato
conforme regulamento desta Lei; no Quadro de Acesso respectivo.
III- inspeção de saúde dos Praças incluídos nos limites acima; Art. 18. O ato administrativo que tenha por objeto a promoção do
IV- Testes de Aptidão Física; Praça é consubstanciado sob a forma de portaria do Comandante
V- apuração de vagas a preencher; Geral e publicado em Boletim Geral da Corporação.
VI- remessa dos Quadros de Acesso ao Comandante Geral da Art. 19. A Comissão de Promoção dos Praças Policiais Militares
Corporação; VII - organização dos Quadros de Acesso; (CPP) é o órgão encarregado do processamento das promoções dos
VIII- publicação dos Quadros de Acesso; praças PM.
IX- remessa ao Comandante Geral da Corporação das CAPÍTULO VII
propostas para as promoções; DOS QUADROS DE ACESSO
X- Promoções. Art. 20. Quadros de Acesso são relações nominais dos Praças à
Parágrafo único. O processamento das promoções obedecerá o promoção, após satisfeitas as condições básicas, organizadas a
cronograma constante no Regulamento desta Lei, no qual também se partir:
especificam atribuições e responsabilidades. (Parágrafo revogado I- do mais antigo, observando-se a ordem de antiguidade
pela Lei nº 9.387, de 16 de dezembro de 2021) estabelecida, quando se tratar de Quadro de Acesso por Antiguidade
§ 1° O processamento das promoções obedecerá ao cronograma (QAA);
constante no regulamento desta Lei, no qual também serão II- do mais bem colocado na apuração das Fichas de
especificadas atribuições e responsabilidades. (Parágrafo acrescido Avaliação, quando se tratar de Quadro de Acesso por Merecimento
pela Lei nº 9.387, de 16 de dezembro de 2021) (QAM).
§ 2° O Limite Quantitativo é a relação de policiais militares com § 1º Havendo empate entre candidatos à promoção, na pontuação de
interstício completo de cada graduação, na respectiva qualificação, que trata o inciso II, prevalecerá a antiguidade, que determinará entre
até a data da promoção, conforme o art. 13, nos seguintes termos: estes a ordem de classificação.
(Parágrafo acrescido pela Lei nº 9.387, de 16 de dezembro de 2021) § 2º Para promoção pelos critérios de antiguidade e merecimento, é
I - para as promoções às graduações de Cabo e 3° Sargento, condição imprescindível ter o candidato o seu nome previamente
será organizado Limite Quantitativo em número de graduados igual a incluído no Quadro de Acesso por Antiguidade (QAA) ou no Quadro
duas vezes o número estimado de vagas existentes até as datas de de Acesso por Merecimento (QAM), respectivamente.
30 de janeiro, para as promoções de 21 de abril, e 30 de junho, para Art. 21. Os Quadros de Acesso deverão ser publicados em boletim,
as promoções de 25 de setembro; e (inciso acrescido pela Lei nº conforme cronograma previsto nesta Lei.
9.387, de 16 de dezembro de 2021) Art. 22. Não poderá constar de nenhum Quadro de Acesso o Praça:
II - para as promoções às graduações de 2° Sargento, 1° I - cujo comportamento esteja classificado como “insuficiente” ou
Sargento e Subtenente, será organizado Limite Quantitativo em “mau”;
número de graduados igual a 3 (três) vezes o número estimado de II- considerado não habilitado para o acesso em razão de não ter
vagas existentes até as datas de 30 de janeiro, para as promoções de atingido, quando se tratar de Sargentos, no mínimo:
21 de abril, e 30 de junho, para as promoções de 25 de setembro. a) conceito “regular” na avaliação de desempenho profissional,
(inciso acrescido pela Lei nº 9.387, de 16 de dezembro de 2021) na graduação atual;
§ 3° As vagas computadas por ocasião da publicação do Quadro de b) metade da pontuação máxima possível na avaliação de
Acesso poderão ser iguais, menores ou maiores ao número de vagas potencial e experiência profissional, na graduação atual;
anteriormente estimadas na publicação do Limite Quantitativo. III - preso preventivamente ou em flagrante delito;
(Parágrafo acrescido pela Lei nº 9.387, de 16 de dezembro de 2021) IV - condenado à pena privativa da liberdade, mesmo que
Art. 15. As promoções por antiguidade e merecimento serão beneficiado por livramento condicional ou suspensão condicional da
efetuadas nas seguintes proporções em relação ao número de vagas: pena;
I- para as graduações de Cabo e 3º Sargento, serão V - que esteja submetida a Conselho de Disciplina ou
efetivadas exclusivamente pelo critério de antiguidade; Processo Administrativo Disciplinar Simplificado que possa ensejar o
II- para as graduações de 2º Sargento, 1º Sargento e licenciamento a bem da disciplina;
Subtenente, serão efetivadas com base nos critérios de antiguidade e VI - que tenha atingido o limite de idade para permanência no
merecimento, obedecendo à proporção de uma vaga por antiguidade serviço ativo ou vá atingi-lo até a data da promoção;
seguida de uma vaga por merecimento. VII - em gozo de licença para tratar de interesse particular; VIII
- que esteja na condição de desertor;

40
IX- incapacitado definitivamente para o serviço policial-militar, I - apresentar proposta dos Quadros de Acesso ao
segundo parecer da Junta de Saúde da Corporação; Comandante Geral para fins de aprovação e publicação;
X - considerado desaparecido ou extraviado. II - examinar e emitir parecer nos recursos relativos à
§ 1º Quando o fato tiver ocorrido em consequência de serviço e não promoção;
constituir ilícito infamante, lesivo à honra, ao pundonor e ao decoro da III - apreciar os processos e propor, se for o caso, as
classe policial-militar, a Comissão de Promoção de Praças poderá, promoções por ato de bravura e “post- mortem”;
por maioria de votos, decidir pela inclusão nos Quadros de Acesso do IV - apreciar as fichas de avaliação previstas nesta Lei;
Praça que incidir na hipótese prevista no inciso III do “caput” deste V - avaliar a Ficha Individual de Alterações dos candidatos à
artigo. promoção para fins de elaboração do QAM;
§ 2º Considera-se ilícito infamante, lesivo à honra, ao pundonor e ao VI - elaborar e encaminhar ao Comandante Geral a proposta
decoro da classe policial militar, a inobservância de quaisquer dos de promoção;
preceitos da ética policial-militar, previstos no Estatuto dos Policiais VII - buscar as informações relativas aos candidatos à
Militares e no Código de Ética e Disciplina da Corporação. promoção para fins de composição dos Quadros de Acesso.
§ 3º O conceito a que se refere a alínea “a” do inciso II deste artigo § 3° A regulamentação desta Lei poderá prever outras atribuições e
resultará da média das avaliações realizadas por meio de ficha responsabilidades da Comissão de Promoção de Praças no tocante
própria para esse fim. ao processamento das promoções.
§ 4º A comprovação do potencial e da experiência a que se refere a Art. 28. A Comissão de Promoção de Praças decidirá por maioria de
alínea “b” do inciso II deste artigo será atestada pela Comissão de votos de seus membros, computado o de seu Presidente.
Promoção de Praças em ficha própria para este fim. Art. 29. Todas as deliberações da Comissão de Promoção requerem
§ 5° Será excluído de qualquer Quadro de Acesso o Praça que incidir a participação da totalidade de seus membros, podendo o
em uma das circunstâncias previstas neste artigo ou ainda: Comandante Geral nomear substituto na hipótese de algum membro
a) for nele incluído indevidamente; estar ausente ou impossibilitado de participar dos trabalhos.
b) for promovido; Art. 30. O cronograma de eventos da Comissão de Promoção de
c) em decorrência de falecimento; ou Praças será tratado no Regulamento desta Lei.
d) por passar à situação de inatividade.
Art. 23. Será excluído do Quadro de Acesso por Merecimento já
organizado, ou dele não poderá constar, o Praça que agregar ou CAPÍTULO IX DOS RECURSOS
estiver agregado: Art. 31. Da composição dos Quadros de Acesso caberá recurso à
I - por motivo de gozo de licença para tratamento de saúde Comissão de Promoção de Praças.
de pessoa da família, por prazo superior a seis meses contínuos; § 1º O Praça que se sentir prejudicado em relação à composição dos
II - em virtude de se encontrar no exercício de cargo público Quadros de Acesso ou ao ato de promoção terá cinco dias úteis, a
civil temporário, não eletivo, inclusive da Administração Indireta; partir da publicação do ato em Boletim da Polícia Militar, para
III- por ter passado à disposição de órgão do Governo Federal, apresentar pedido de reconsideração.
do Governo Estadual, de Território ou do Distrito Federal e do Art. 31. Da composição do Limite Quantitativo e dos Quadros de
Governo Municipal, para exercer função de natureza civil; Acesso caberá recurso de reconsideração à Comissão de Promoção
IV- em conformidade com o disposto no inciso II do § 8º do art. de Praças. (caput alterado pela Lei nº 9.387, de 16 de dezembro de
14 da Constituição Federal. 2021)
Parágrafo único. Para ser incluído ou reincluído no Quadro de Acesso § 1° O Praça que se sentir prejudicado em relação à composição do
por Merecimento, o Praça abrangido pelo disposto neste artigo deve Limite Quantitativo ou do Quadro de Acesso ou ao ato de promoção
reverter à Corporação pelo menos trinta dias antes da data de terá 5 (cinco) dias úteis, a partir da publicação do ato em Boletim da
promoção. Polícia Militar, para apresentar pedido de reconsideração. (parágrafo
Art. 24. O Praça agregado que estiver no efetivo desempenho de alterado pela Lei nº 9.387, de 16 de dezembro de 2021)
cargo ou função considerada de natureza policial-militar, concorrerá à § 2° A Comissão de Promoção de Praças terá oito dias úteis para
promoção pelo critério de antiguidade e merecimento previsto nesta analisar e decidir sobre o recurso apresentado, devendo a decisão
Lei, desde que obedecido o § 4º do art. 23 desta Lei. ser publicada em Boletim da Polícia Militar.
Art. 25. A composição do Quadro de Acesso e o ato de promoção do CAPÍTULO X
Praça poderão ser objetos de recurso administrativo, a ser DAS DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS
apresentado ao Presidente da Comissão de Promoção dos Praças, Art. 32. O Praça, extraordinariamente, será promovido em
nos termos do art. 31 desta Lei. ressarcimento de preterição, desde que seja reconhecido o seu direito
Art. 26. O Praça que tiver o processo de transferência para a à promoção quando:
inatividade devidamente iniciado não concorrerá à promoção prevista I - cessar sua situação de desaparecido ou extraviado; II - for
nesta Lei, salvo no caso de promoção por tempo de serviço, absolvido em Conselho de Disciplina;
obedecida as condições previstas no art. 10 desta Lei. II - for absolvido em Conselho de Disciplina ou em processo
CAPÍTULO VIII administrativo que tenha como objeto o licenciamento a bem da
DA COMISSÃO DE PROMOÇÃO DE PRAÇAS disciplina, para praças sem estabilidade; (inciso alterado pela Lei nº
Art. 27. A Comissão de Promoção dos Praças (CPP) da Corporação 9.387, de 16 de dezembro de 2021)
tem caráter permanente e será constituída nos termos da Lei III - tiver sido prejudicado por comprovado erro administrativo;
Organização Básica da Corporação. IV - tiver solução favorável ao recurso interposto.
§ 1° À exceção dos membros natos, não poderão funcionar na Parágrafo único. A promoção do Praça feita em ressarcimento de
Comissão de Promoção os membros que tenham como candidatos preterição será efetuada segundo os critérios de antiguidade ou
ao Quadro de Acesso parentes até o terceiro grau em linha reta, merecimento, recebendo ele o número que lhe competir na escala
colateral e os afins na mesma situação. hierárquica como se houvesse sido promovido na época devida,
§ 2º São atribuições da Comissão de Promoção de Praças: independentemente da existência de vaga. (Parágrafo revogado pela
Lei nº 9.387, de 16 de dezembro de 2021)

41
§ 1° A promoção do Praça feita em ressarcimento de preterição será providências”; nº 7.106, de 12 de fevereiro de 2008, que “altera e
efetuada segundo os critérios de antiguidade ou merecimento, acrescenta dispositivos à Lei nº 5.250, de 29 de julho de 1985, e dá
recebendo ele o número que lhe competir na escala hierárquica como outras providências”; e nº 7.200, de 10 de setembro de 2008, que
se houvesse sido promovido na época devida, independentemente da “altera e acrescenta dispositivos à Lei nº 6.669, de 27 de julho de
existência de vaga. (parágrafo acrescido pela Lei nº 9.387, de 16 de 2004, que dispõe sobre as carreiras de Cabos e Soldados da Polícia
dezembro de 2021) Militar e do Corpo de Bombeiros Militar do Pará, suas promoções no
§ 2° No caso de promoção em ressarcimento de preterição, será quadro de praças, e dá outras providências”, e o Decreto nº 4.242, de
exigido o Teste de Aptidão Física e a inspeção de saúde para sua 22 de janeiro de 1986, que regulamenta para a Polícia Militar do Pará
efetivação, contemporâneos ao reconhecimento da preterição. a Lei nº 5.250, de 29 de julho de 1985.
(parágrafo acrescido pela Lei nº 9.387, de 16 de dezembro de 2021) Art. 41. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação. PALÁCIO
Art. 33. A promoção indevidamente não efetivada será objeto de DO GOVERNO, 13 de julho de 2015.
ressarcimento de preterição desde que requerida pelo interessado ou
providenciada pela Administração no prazo de cinco anos, contados
da data em que a respectiva promoção deveria ocorrer. SIMÃO JATENE
Art. 34. Fica extinto o Processo Seletivo Interno para os Cursos de Governador do Estado
Formação de Cabos (CFC) e de Formação de Sargentos PM (CFS).
Art. 35. É vedado ao Praça concorrer à promoção em qualificação ou
especialidade diversa da sua. DOE Nº 32.927, DE 14 JUL 15
Art. 36. Os órgãos integrantes da Polícia Militar do Pará mencionados
nesta Lei são aqueles previstos nos arts. 5º, 49 e 50, e Anexo III, da
Lei Complementar nº 053, de 7 de fevereiro de 2006.
Art. 37. Os Praças que na data de 15 de janeiro de 2014 tenham LEI COMPLEMENTAR Nº 142, DE 16 DE DEZEMBRO DE 2021.
atingido o tempo de trinta anos de efetivo serviço, se homem, e vinte
Institui o Sistema de Proteção Social dos Militares do Estado do Pará;
e cinco anos de efetivo serviço, se mulher, não se aplica o
regramento dos incisos III e IV do art. 10 desta Lei no que se refere altera e revoga dispositivos da Lei Complementar Estadual n° 039, de
ao ingresso “ex officio” na Reserva Remunerada. 09 de janeiro de 2002; revoga dispositivos da Lei Estadual n° 4.491,
Art. 37 A. Os interstícios previstos no art. 13 não se aplicam aos de 28 de novembro de 1973, da Lei Estadual n° 5.162-A, de 16 de
praças que na data da publicação desta Lei encontrem-se nas outubro de 1984 e da Lei Estadual n° 5.251, de 31 de julho de 1985.
respectivas graduações, os quais deverão cumprir, respectivamente
os seguintes interstícios: (inserido pela Lei nº 9.387, de 16 de
dezembro de 2021) TÍTULO I
I - 6 (seis) anos na graduação de Soldado, contados a partir
da data de conclusão do Curso de Formação de Praças, para DO SISTEMA DE PROTEÇÃO SOCIAL DOS MILITARES DO
promoção à graduação de Cabo; (inciso inserido pela Lei nº 9.387, de ESTADO DO PARÁ.
16 de dezembro de 2021)
II - 6 (seis) anos na graduação de Cabo, para promoção à Art. 1° Esta Lei Complementar cria o Sistema de Proteção Social dos
graduação de 3° Sargento; (inciso inserido pela Lei nº 9.387, de 16 de Militares do Estado Pará, ao qual estão sujeitos os Policiais Militares
dezembro de 2021) e Bombeiros Militares do Estado do Pará, ativos, inativos e seus
III - 4 (quatro) anos na graduação de 3° Sargento, para pensionistas, estabelecido pelos arts. 24-A a 24-J do Decreto-Lei n°
promoção à graduação de 2° Sargento; (inciso inserido pela Lei nº 667, de 02 de julho de 1969, regulamentando o inciso XXI do art. 22
9.387, de 16 de dezembro de 2021)
da Constituição Federal, com redação dada pela Emenda
IV - 4 (quatro) anos na graduação de 2° Sargento, para
Constitucional n° 103, de 12 de novembro de 2019.
promoção à graduação de 1° Sargento, exceto para o 2° Sargento
que na data de publicação desta Lei já se encontrar na respectiva Parágrafo único. O regime jurídico dos militares temporários será
graduação; e (inciso inserido pela Lei nº 9.387, de 16 de dezembro de regulado em lei.
2021)
V - 3 (três) anos na graduação de 1° Sargento, para Art. 2° O Sistema de Proteção Social dos Militares do Estado Pará é
promoção à graduação de Subtenente. (inciso inserido pela Lei nº o conjunto integrado de direitos, serviços e ações permanentes e
9.387, de 16 de dezembro de 2021) interativos, de remuneração, pensão militar, saúde e assistência, de
Parágrafo único. Os militares que forem promovidos às graduações caráter retributivo, nos termos desta Lei Complementar e das
imediatamente superiores após a publicação desta Lei deverão
regulamentações específicas e de acordo com as seguintes
cumprir os interstícios, de acordo com a previsão do inciso I do caput
finalidades:
do art. 13. (parágrafo inserido pela Lei nº 9.387, de 16 de dezembro
de 2021) I - proporcionar benefício de inatividade ao militar e de pensão militar
Art. 38. Aplicam-se, no que couber, as disposições desta Lei ao para os beneficiários previstos nesta Lei Complementar;
Corpo de Bombeiros Militar, sem prejuízo das demais normas
aplicáveis àquela Corporação. II - garantir o pagamento da remuneração da inatividade decorrente
Art. 39. Esta Lei deverá ser regulamentada, no que couber, no prazo de ato de concessão praticado pelas autoridades competentes;
de cento e oitenta dias, contado a partir de sua publicação.
Art. 40. Ficam revogadas as Leis nº 5.250, de 29 de julho de 1985, III - dar cobertura aos eventos de incapacidade definitiva para o
que “dispõe sobre as promoções de Praças da Polícia Militar do Pará serviço ativo, invalidez, morte e idade avançada; e
e dá outras providências”; nº 6.669, de 27 de julho de 2004, que
“dispõe sobre as carreiras de Cabos e Soldados da Polícia Militar e IV - suprir as necessidades de saúde e assistência aos militares
do Corpo de Bombeiros Militar do Pará, suas estaduais e seus dependentes.

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promoções no quadro de praças, e dá outras
Parágrafo único. São princípios básicos do Sistema de Proteção da assistência aos militares, da ativa e na inatividade, e a seus
Social dos Militares do Estado Pará: dependentes são:

I - custeio dos benefícios de inatividade e pensão militar mediante I - contribuição do militar para o Fundo de Assistência Social da
contribuições obrigatórias dos militares estaduais, ativos e inativos, e Polícia Militar (FASPM);
dos pensionistas; e
II - contribuição do militar por cada dependente cadastrado no Fundo
II - cobertura de eventuais insuficiências financeiras decorrentes do de Assistência Social da Polícia Militar (FASPM);
pagamento da remuneração da inatividade e da pensão militar, sem
natureza contributiva, pelo Tesouro Estadual. III - contribuição do militar para o Fundo de Saúde da Polícia Militar
(FUNSAU);
TÍTULO II
IV - adicional da contribuição do militar por cada dependente
DA ASSISTÊNCIA AOS MILITARES, A SEUS DEPENDENTES E cadastrado no Fundo de Saúde da Polícia Militar (FUNSAU); e
AOS BENEFICIÁRIOS DE PENSÃO MILITAR ESPECIAL (Redação
dada pela Lei Complementar nº 149, de 20 de maio de 2022) V - contribuição do Tesouro Estadual, na forma do regulamento.
CAPÍTULO I DISPOSIÇÕES GERAIS Parágrafo único. Os Fundos de que trata os incisos do caput deste
Art. 3° O Estado proporcionará assistência ao militar, aos seus artigo são destinados aos policiais e bombeiros militares do Estado do
dependentes e aos beneficiários de pensão militar especial, de Pará.
acordo com as normas estabelecidas no presente Título. (Redação Art. 7° A contribuição mensal do militar para Fundo de Assistência
dada pela Lei Complementar nº 149, de 20 de maio de 2022) Social da Polícia Militar (FASPM) corresponde a 2% (dois por cento)
Art. 4° São considerados dependentes do militar, desde que assim do soldo do militar.
declarados por ele na organização militar competente: Parágrafo único. O gozo dos benefícios instituídos com recursos do
I - o cônjuge ou o companheiro com quem viva em união estável, na Fundo de Assistência Social da Polícia Militar (FASPM) é exclusivo do
constância do vínculo; e militar que for contribuinte, excetuando-se as ações de
responsabilidade do Estado.
II - o filho ou o enteado:
Art. 8° A assistência aos dependentes do militar fica condicionada a
a) menor de 21 (vinte e um) anos de idade; ou contribuição para o Fundo de Assistência Social da Polícia Militar
(FASPM), de acordo com os seguintes percentuais:
b) inválido.
I - 2% (dois por cento) do soldo do militar para os dependentes
§ 1° Podem, ainda, ser considerados dependentes do militar, desde previstos nos incisos I e II do caput do art. 4° desta Lei
que não recebam rendimentos e sejam declarados por ele na Complementar; e
organização militar competente:
II - 1% (um por cento) do soldo do militar para cada dependente
I - o filho ou o enteado estudante menor de 24 (vinte e quatro) anos previsto no § 1° do art. 4° desta Lei Complementar.
de idade;
Art. 9° Para a constituição do Fundo de Saúde da Polícia Militar
II - o pai e a mãe; e (FUNSAU), visando, especialmente, à cobertura da assistência aos
III - o tutelado ou o curatelado inválido ou menor de 18 (dezoito) anos dependentes, cada militar contribuirá com valores a serem
de idade que viva sob a sua guarda por decisão judicial. estabelecidos pelo Conselho de Administração do referido Fundo,
acrescido de dotações orçamentárias provenientes do Tesouro
§ 2° A condição de dependente pode subsistir após a morte do Estadual.
militar, desde que aquele seja beneficiário de pensão militar.
Parágrafo único. Para cada um dos dependentes que vier a ser
Art. 5° A inscrição dos dependentes mencionados na alínea “b” do cadastrado no Fundo de Saúde da Polícia Militar (FUNSAU), o militar
inciso II do caput do art. 4° e nos incisos I, II e III do § 1° do art. 4° pagará um adicional da sua contribuição, cujo valor será estabelecido
desta Lei Complementar depende de comprovação dos requisitos pelo Conselho de Administração.
especificados em relação a cada classe, devendo se fazer
acompanhar dos documentos exigidos por regulamento. (Redação Art. 10. O militar ao ser transferido para a inatividade somente será
dada pela Lei Complementar nº 149, de 20 de maio de 2022) excluído como contribuinte do Fundo de Assistência Social da Polícia
Militar (FASPM) e/ou do Fundo de Saúde da Polícia Militar (FUNSAU)
Parágrafo único. A comprovação da união estável é imprescindível se assim o requerer por escrito.
para efeito de inscrição como beneficiário da assistência, na forma do
regulamento. § 1° Caso a exclusão não seja requerida na forma do caput deste
artigo, o militar continuará contribuindo automaticamente,
CAPÍTULO II resguardando, portanto, manifestação inicial materializada no
requerimento de inclusão nos respectivos fundos.
DAS CONTRIBUIÇÕES
§ 2° Havendo descontinuidade do desconto da contribuição, dada a
Art. 6° As contribuições ao Sistema de Proteção
mudança do órgão pagador, o militar continuará
Social dos Militares do Estado do Pará para custeio

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coberto pelos atendimentos do Fundo de Assistência
Social da Polícia Militar (FASPM) e/ou do Fundo de Saúde da Polícia I - após o sepultamento do militar, deverá a pessoa que o custeou,
Militar (FUNSAU) até que o desconto se regularize. mediante a apresentação do atestado de óbito, solicitar o reembolso
da despesa, comprovando-a com recibos em seu nome, dentro de 30
§ 3° Todas as mensalidades não recolhidas por conta da (trinta) dias, sendo-lhe, em seguida, reconhecido o crédito e paga a
descontinuidade referida no § 2° deste artigo, serão lançadas importância correspondente aos recibos até o valor-limite
imediatamente após a regularização. estabelecido no caput deste artigo;
CAPÍTULO III II - caso a despesa com o sepultamento, paga de acordo com o inciso
DA ASSISTÊNCIA SOCIAL I deste parágrafo, seja inferior ao valor do auxílio-funeral
estabelecido, a diferença será paga aos beneficiários habilitados à
Art. 11. As ações prioritárias da assistência social aos militares e seus pensão militar, mediante petição à autoridade competente; e/ou;
dependentes destinam-se ao atendimento de programas de
assistência à educação, ao lazer, à habitação e ao funeral, na forma III - decorrido o prazo fixado no inciso I deste parágrafo, sem
do regulamento. reclamação do auxíliofuneral por quem o haja custeado, será o
mesmo pago aos beneficiários habilitados à pensão militar, mediante
Parágrafo único. O regulamento poderá prever ações petição à autoridade competente, no prazo de até 05 (cinco) anos a
complementares às ações prioritárias previstas no caput deste artigo, contar da data do óbito do militar.
com vistas a oferecer outros benefícios assistenciais aos contribuintes
do Fundo de Assistência Social da Polícia Militar (FASPM). Art. 16. Fica autorizada a aquisição de coroa de flores às expensas
do Estado, com a finalidade de prestar homenagem póstuma aos
Art. 12. As despesas decorrentes dos serviços de assistência social militares falecidos fora de serviço, desde que contribuintes do Fundo
prestados aos militares e seus dependentes serão providas pelo de Assistência Social da Polícia Militar (FASPM).
Fundo de Assistência Social da Polícia Militar (FASPM), cujos
recursos são provenientes do Tesouro Estadual, de contribuições dos Art. 17. O Estado poderá pagar auxílio-funeral no valor de 02 (dois)
militares, de transferências federais e de convênios e serão alocados salários-mínimos vigentes no país ao militar na hipótese de
no Orçamento Geral do Estado, em unidade orçamentária criada falecimento de dependente que seja contribuinte do Fundo de
especificamente para esse fim. Assistência Social da Polícia Militar (FASPM), na forma do
regulamento.
Parágrafo único. O montante dos recursos do Tesouro Estadual que
constituírem receita do Fundo de Assistência Social da Polícia Militar Seção II
(FASPM), será definido pela lei orçamentária de cada exercício. Do Auxílio-morte (Incluída pela Lei Complementar nº 149, de 20 de
Seção I maio de 2022)

Do Funeral (Incluída pela Lei Complementar nº 149, de 20 de maio de Art. 17-A. A cobertura por acidente de trabalho de que trata o inciso III
2022) do caput do art. 48 da Constituição Estadual será concedida aos
beneficiários de pensão militar especial, sob a forma de auxílio-morte.
Art. 13. O Estado assegurará, independentemente de contribuição,
serviço de assistência funeral ao militar falecido por meio de recurso Parágrafo único. As expressões “acidente de trabalho” e “acidente em
alocado no orçamento do Fundo de Assistência Social da Polícia serviço” são equivalentes para fins de concessão do auxílio de que
Militar (FASPM). trata o caput deste artigo.

Parágrafo único. A assistência funeral constitui-se no conjunto de Art. 17-B. Os beneficiários de pensão militar especial farão jus ao
medidas adotadas pelo Estado, quando solicitado, desde o óbito até o pagamento deauxíliomorte no valor de R$ 70.000,00 (setenta mil
sepultamento condigno do militar. reais), em parcela única, após o registro da pensão militar especial
pelo Tribunal de Contas do Estado do Pará.
Art. 14. O militar falecido em serviço terá todas as despesas com os
serviços funerários custeadas integralmente pelo Estado, inclusive as § 1° As despesas decorrentes do auxílio-morte serão de
referentes ao traslado do local do óbito para o local de sepultamento responsabilidade exclusiva do Estado do Pará, mediante a alocação
e as decorrentes da necessidade de urna e serviços especiais. de recursos ao Instituto de Gestão Previdenciária e de Proteção
Social do Estado do Pará (IGEPPS), nos termos do art. 41 desta Lei
Art. 15. O Estado pagará, por meio do Fundo de Assistência Social da Complementar.
Polícia Militar (FASPM), um auxílio-funeral correspondente a 02 (dois)
soldos do posto de Capitão, quando o militar falecer fora de serviço. § 2° O valor referido no caput deste artigo será objeto de rateio entre
os beneficiários da pensão militar especial, na forma do art. 30 desta
§ 1° Na hipótese do caput deste artigo, os dependentes do militar Lei Complementar.
falecido poderão optar, mediante formulário próprio, pela prestação
do serviço de assistência funeral até o valor limite estabelecido, a ser § 3° Compete ao Instituto de Gestão Previdenciária e de Proteção
realizada por empresa contratada pelo Fundo de Assistência Social Social do Estado do Pará (IGEPPS), a gestão, a concessão e o
da Polícia Militar (FASPM). pagamento de auxílio-morte aos beneficiários de pensão militar
especial.
§ 2° Caso não seja realizada a opção referida no § 1° deste artigo,
devem ser observadas as seguintes providências CAPÍTULO IV
para a concessão do auxílio-funeral:

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DA ASSISTÊNCIA À SAÚDE CAPÍTULO I

Art. 18. O Estado proporcionará aos militares e seus dependentes DISPOSIÇÕES GERAIS
assistência à saúde, assim entendida como conjunto de atividades
relacionadas com a conservação ou recuperação da saúde, Art. 22. A gestão dos benefícios referentes à inatividade e pensão
abrangendo serviços profissionais de saúde, bem como o militares compete ao Instituto de Gestão Previdenciária e de Proteção
fornecimento, a aplicação de meios, os cuidados e demais atos Social do Estado do Pará (IGEPPS), sob a orientação superior do
médicos e paramédicos necessários, por meio das organizações dos Conselho Estadual do Sistema de Proteção Social dos Militares,
serviços de saúde da Polícia Militar do Pará e Corpo de Bombeiros compreendendo:
Militar do Pará e das organizações de saúde do Estado, na forma do I - quanto ao segurado:
regulamento.
a) reserva; e
Parágrafo único. Nas localidades onde não houver organização de
saúde do Estado, ou quando a complexidade do caso exigir, os b) reforma.
militares poderão ser internados ou realizar o tratamento necessário
c) auxílio-acidente; (Incluído pela Lei Complementar nº 149, de 20 de
em organizações de saúde particulares, na forma do regulamento.
maio de 2022)
Art. 19. O militar da ativa, quando acidentado em serviço ou portador
II - quanto aos beneficiários:
de doença decorrente ou adquirida em serviço, terá tratamento e
hospitalização totalmente custeados pelo Estado. a) pensão militar por morte;
§ 1° O militar da ativa ou na inatividade não enquadrado no caput b) pensão militar por extravio; e
deste artigo terá tratamento e hospitalização custeados pelo Estado,
na forma do regulamento. (Incluído pela Lei Complementar nº 149, de c) pensão militar especial.
20 de maio de 2022)
§ 1° Benefícios são prestações de caráter pecuniário a que faz jus o
§ 2° Fica assegurado ao militar da ativa ou na inatividade o segurado ou seus beneficiários, conforme a respectiva titularidade.
atendimento emergencial em hospitais da rede particular mais
§ 2° Os benefícios serão concedidos nos termos da Constituição
próxima do local de ocorrência de acidente em serviço, até a
Federal, da Constituição Estadual e da legislação infraconstitucional
estabilização do seu quadro clínico, na ausência de hospitais das
em vigor aplicáveis aos militares, observados os regramentos
redes estadual e/ou municipal ou de hospitais conveniados ao
introduzidos por esta Lei Complementar.
Sistema Único de Saúde (SUS). (Incluído pela Lei Complementar nº
149, de 20 de maio de 2022) Art. 23. Para o cumprimento do disposto no art. 22 desta Lei
Complementar, compete ao Instituto de Gestão Previdenciária e de
§ 3° As despesas decorrentes do atendimento emergencial de que
Proteção Social do Estado do Pará (IGEPPS):
trata o § 2° deste artigo serão pagas pela respectiva Corporação
Militar ao hospital da rede particular, após a apresentação de Nota I - executar, coordenar e supervisionar os procedimentos
Fiscal e/ou outros documentos relativos à prestação do serviço, nos operacionais de concessão de reserva remunerada, reforma, auxílio-
quais constem a discriminação do gasto efetuado durante a acidente e pensão; (Redação dada pela Lei Complementar nº 149, de
internação no referido nosocômio, na forma do regulamento. (Incluído 20 de maio de 2022)
pela Lei Complementar nº 149, de 20 de maio de 2022)
II - executar as ações referentes à inscrição e ao cadastro de
Art. 20. As despesas decorrentes dos serviços de assistência à saúde segurados e beneficiários;
prestados aos militares e seus dependentes serão providas pelo
Fundo de Saúde da Polícia Militar (FUNSAU), cujos recursos são III - processar a concessão e o pagamento de reserva remunerada,
provenientes do Tesouro Estadual, de contribuições dos militares, de reforma, auxílioacidente e pensão; (Redação dada pela Lei
transferências federais e de convênios e serão alocados no Complementar nº 149, de 20 de maio de 2022)
Orçamento Geral do Estado, em unidade orçamentária criada
IV - acompanhar o Plano de Custeio do Sistema de Proteção Social
especificamente para esse fim.
dos Militares do Estado do Pará; e
Parágrafo único. O montante dos recursos do Tesouro Estadual que
V - gerenciar o fundo contábil-financeiro do Sistema de Proteção
constituírem receita do Fundo de Saúde da Polícia Militar (FUNSAU),
Social dos Militares do Estado do Pará.
será definido pela lei orçamentária de cada exercício.
Art. 24. Compete ao Conselho Estadual do Sistema de Proteção
Art. 21. O militar contribuinte do Fundo de Saúde da Polícia Militar
Social dos Militares:
(FUNSAU), ficará isento de qualquer indenização pelas despesas
decorrentes da assistência à saúde prevista neste Capítulo. I - estabelecer diretrizes gerais e apreciar as decisões de políticas
aplicáveis ao Sistema de Proteção Social dos Militares;
TÍTULO III
II - definir, observando a legislação de regência, as diretrizes e regras
DA GESTÃO DAS RESERVAS REMUNERADAS, REFORMAS,
relativas à aplicação dos recursos econômico-financeiros do Sistema
AUXÍLIOACIDENTE E PENSÕES MILITARES (Redação dada pela
Lei Complementar nº 149, de 20 de maio de 2022)

45
de Proteção Social dos Militares, à política de benefícios e à § 1° Todos os membros deverão ter formação de nível superior.
adequação entre o plano de custeio e de benefícios;
§ 2° Cada um dos membros natos elencados nos incisos I a IX do
III - participar, acompanhar e avaliar sistematicamente a gestão do caput deste artigo deverá indicar como suplente, preferencialmente,
Sistema de Proteção Social dos Militares; seu substituto legal em casos de impedimentos, ausências ou
licenças.
IV - apreciar e aprovar, anualmente, os planos e programas de
benefícios e custeio do Sistema de Proteção Social dos Militares; § 3° Os representantes dos segurados e beneficiários de pensão
militar, bem como seus suplentes, serão indicados conjuntamente
V - apreciar e aprovar as propostas de programação orçamentária do pelos Comandantes-Gerais da Polícia Militare do Corpo de Bombeiros
Sistema de Proteção Social dos Militares; Militar, mediante proposição escrita remetida ao Governador do
VI - acompanhar e apreciar, mediante relatórios gerenciais por ele Estado em até 15 (quinze) dias úteis, contados da publicação de
definidos, a execução dos planos, programas e orçamentos do edital específico no Diário Oficial do Estado, respeitando
Sistema de Proteção Social dos Militares; procedimento constante de regulamentação.

VII - acompanhar e fiscalizar a aplicação da legislação pertinente ao § 4° Os integrantes do Conselho Estadual do Sistema de Proteção
Sistema de Proteção Social dos Militares; Social dos Militares, na qualidade de representante dos militares
deverão contar com, no mínimo, 10 (dez) anos de efetivo serviço nas
VIII - apreciar a prestação de contas anual a ser remetida ao Tribunal Corporações.
de Contas do Estado, podendo, para tanto, contratar auditoria
externa, a custo do Fundo do Sistema de Proteção Social dos § 5° O representante a que se refere o inciso XIII do caput deste
Militares do Estado do Pará; artigo será eleito por meio de procedimento previsto em regulamento,
sendo que as associações representativas:
IX - elaborar e aprovar seu regimento interno e eventuais alterações;
I - devem estar constituídas há pelo menos 5 (cinco) anos;
X - manifestar-se em caráter deliberativo sobre a aplicação das
normas do sistema de proteção social referente a conflitos de II - somente podem ser compostas por militares ativos e inativos; e
interpretação dela decorrentes; e III - não podem possuir qualquer natureza sindical.
XI - deliberar sobre os casos omissos no âmbito das regras aplicáveis Art. 26. O mandato dos membros do Conselho Estadual do Sistema
ao Sistema de Proteção Social dos Militares. de Proteção Social dos Militares é de 2 (dois) anos, podendo ser
Parágrafo único. As decisões proferidas pelo Conselho deverão ser reconduzidos uma única vez, por igual período, à exceção dos
publicadas no Diário Oficial do Estado. referidos nos incisos de I a VIII do caput do art. 25 desta Lei
Complementar que terão assento enquanto investidos nos cargos
Art. 25. O Conselho Estadual do Sistema de Proteção Social dos especificados, dada sua qualidade de membros natos.
Militares, órgão superior de deliberação colegiado, terá 15 (quinze)
membros efetivos e respectivos suplentes, nomeados pelo Parágrafo único. A participação no Conselho Estadual do Sistema de
Governador do Estado, com a seguinte composição: Proteção Social dos Militares não será remunerada, sendo
considerada atividade de relevante interesse público.
I - o Presidente do Instituto de Gestão Previdenciária e de Proteção
Social do Estado do Pará, que o presidirá; Art. 27. O Conselho Estadual do Sistema de Proteção Social dos
Militares reunir-se-á ordinariamente 1 (uma) vez por mês, e
II - o Comandante-Geral da Polícia Militar do Pará; extraordinariamente quando convocado, com a presença da maioria
absoluta de seus conselheiros, e deliberará por maioria simples, salvo
III - o Comandante-Geral do Corpo de Bombeiros Militar do Pará;
exceção prevista nesta Lei Complementar ou em seu regulamento.
IV - o Chefe da Casa-Militar da Governadoria;
Art. 28. O presidente do Conselho Estadual do Sistema de Proteção
V - o Secretário de Estado de Planejamento e de Administração; Social dos Militares terá direito à voz e voto, inclusive de desempate.

VI - o Secretário de Estado de Segurança Pública e Defesa Social; CAPÍTULO II

VII - o Secretário de Estado da Fazenda; DOS SEGURADOS

VIII - o Chefe do Departamento-Geral de Pessoal da Polícia Militar do Art. 29. São segurados obrigatórios os militares do Estado ativos, da
Pará; reserva remunerada e os reformados.

X - 2 (dois) militares representando os segurados ativos; Art. 30. São considerados segurados, na qualidade de beneficiários
da pensão militar, na seguinte ordem de prioridade e condições:
XI - 2 (dois) militares representando os segurados inativos;
I - primeira ordem de prioridade:
XII - 1 (um) representante dos beneficiários de pensão militar; e
a) cônjuge ou companheiro ou que comprove união estável como
XIII - 1 (um) representante indicado pelas entidade familiar;
associações de militares.

46
b) pessoa separada de fato, separada judicialmente ou divorciada do II - o segurado obrigatório que for demitido, licenciado ou excluído a
instituidor, ou exconvivente, desde que perceba pensão alimentícia; bem da disciplina;

c) filhos ou enteados até 21 (vinte e um) anos de idade ou até 24 III - filho ou enteado até 21 (vinte e um) anos de idade que não
(vinte e quatro) anos de idade, se estudantes universitários ou, se comprove estar regulamente matriculado em curso de nível superior,
inválidos, enquanto durar a invalidez; e salvo se for inválido;

d) menor sob guarda ou tutela até 21 (vinte e um) anos de idade ou, IV - o filho ou enteado de qualquer condição que alcançar 24 (vinte e
se estudante universitário, até 24 (vinte e quatro) anos de idade ou, quatro) anos, mesmo que esteja regularmente matriculado em curso
se inválido, enquanto durar a invalidez. de nível superior, salvo se for inválido;

II - segunda ordem de prioridade: a mãe e o pai que comprovem V - o cônjuge pelo abandono do lar reconhecido por sentença judicial
dependência econômica do militar; e transitada em julgado, anulação do casamento, separação judicial,
divórcio ou separação de fato, salvo se lhe tiver sido assegurada a
III - terceira ordem de prioridade: o irmão órfão, até 21 (vinte e um) percepção de alimentos;
anos de idade ou, se estudante universitário, até 24 (vinte e quatro)
anos de idade, e o inválido, enquanto durar a invalidez, comprovada a VI - o companheiro pela cessação da união estável com o militar e
dependência econômica do militar. não lhe for assegurada a prestação de alimentos;

§ 1° A concessão da pensão aos beneficiários de que tratam as VII - o enteado e o menor tutelado com a perda da dependência
alíneas “a” e “c” do inciso I do caput exclui desse direito os econômica, a percepção de alimentos, a percepção de renda mensal
beneficiários referidos nos incisos II e III do caput deste artigo. própria ou proveniente de seus genitores superior a 50% (cinquenta
por cento) do limite estabelecido para os benefícios do Regime Geral
§ 2° A pensão será concedida integralmente aos beneficiários de Previdência Social ou o recebimento de outro benefício
referidos na alínea “a” do inciso I do caput deste artigo, exceto se for previdenciário pago pelos cofres públicos;
constatada a existência de beneficiário que se enquadre no disposto
nas alíneas “b”, “c” e “d” do referido inciso. VIII - o cônjuge ou companheiro do militar falecido, pelo casamento
ou pelo estabelecimento de união estável; e
§ 3° No caso de mais de 1 (um) beneficiário do inciso I do caput deste
artigo, o beneficiário referido na alínea “a” fará jus à metade do IX - o maior inválido, pela cessação da incapacidade permanente.
benefício e os beneficiários referidos nas alíneas “c” e “d” repartirão
igualmente a outra metade do benefício, observado o § 4° deste § 1° A perda da qualidade de segurado não prejudica o direito à
artigo. inatividade, para cuja concessão tenham sido preenchidos todos os
requisitos, segundo a legislação em vigor à época em que estes
§ 4° A cota destinada à pessoa separada de fato, separada foram atendidos, salvo na hipótese do inciso II do caput deste artigo.
judicialmente ou divorciada do instituidor, ou ao ex-convivente, desde
que perceba pensão alimentícia, corresponderá à pensão alimentícia § 2° Não será concedida pensão militar aos beneficiários do militar
arbitrada, na forma da lei civil. que falecer após a perda desta qualidade, salvo se preenchidos os
requisitos para obtenção da inatividade, na forma do § 1° deste
§ 5° No caso de beneficiário inválido para fins de inscrição e artigo.
concessão do benefício, a incapacidade permanente será apurada
por perícia médica de Junta Militar de Saúde, na forma do § 3° Na hipótese do inciso II do caput deste artigo, o beneficiário
regulamento. perderá, também, a qualidade de segurado.

§ 6° A invalidez deverá ser contemporânea à instituição do benefício. Art. 35. Não se poderá, para efeito dos direitos ou prestações
previstos no Título IV desta Lei Complementar, considerar normas de
§ 7° O regulamento disporá sobre a comprovação de dependência inscrição no Sistema de Proteção Social dos Militares do Estado do
econômica, quando exigida. Pará e de perda da condição de segurado ou beneficiário distintas
das que estão estabelecidas neste Título.
Art. 31. A qualidade de segurado representa condição essencial para
aferição de qualquer direito ou prestação previstos no Título IV desta CAPÍTULO III
Lei Complementar.
DAS CONTRIBUIÇÕES
Art. 32. No que se refere aos segurados referidos no art. 29 desta Lei
Complementar a inscrição é automática, resultando do início do Art. 36. As contribuições devidas ao Sistema de Proteção Social dos
exercício no posto ou graduação. Militares do Estado do Pará para custeio da inatividade e pensão
militares são:
Art. 33. Os beneficiários referidos no art. 30 desta Lei Complementar
deverão ser inscritos pelo segurado, permitindo-se que promovam I - contribuição dos segurados ativos, inativos e dos beneficiários de
sua própria inscrição, se o militar tiver falecido sem tê-la efetivado. pensão militar à razão de 10,5% (dez inteiros e cinco décimos por
cento) sobre a totalidade da base de contribuição;
Art. 34. Perderá a qualidade de segurado:
II - contribuição mensal do Estado, à razão de 18% (dezoito por
I - o segurado obrigatório ou o beneficiário que vier a cento), incidente sobre a mesma base de cálculo das contribuições
falecer; dos segurados; e

47
III - contribuição complementar do Estado, para cobertura de eventual Art. 40. As contribuições não recolhidas nos prazos estabelecidos
diferença entre o valor das contribuições, relacionadas nos incisos I e nesta Lei Complementar ficam sujeitas a juros de mora de 0,5% (meio
II, arrecadadas no mês anterior, e o valor necessário ao pagamento por cento) ao mês e correção monetária pelo Índice Nacional de
dos benefícios. Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), calculado pelo Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), ou outro índice que
§ 1° O 13° (décimo terceiro) salário será considerado para fins de venha a substituí-lo.
incidência da contribuição a que se refere esta Lei Complementar.
Art. 41. A Secretaria de Estado de Planejamento e Administração
§ 2° Compete ao ente federativo a cobertura de eventuais (SEPLAD), alocará ao Instituto de Gestão Previdenciária e de
insuficiências financeiras decorrentes do pagamento das pensões Proteção Social do Estado do Pará (IGEPPS), mensalmente, os
militares e da remuneração da inatividade, que não tem natureza recursos financeiros necessários ao pagamento dos benefícios de
contributiva. proteção social.
Art. 37. Para fins da contribuição prevista no inciso I do caput do art. Art. 42. Nas hipóteses de cessão, licenciamento ou afastamento do
36 desta Lei Complementar, considera-se base de cálculo: militar, o cálculo da contribuição de que trata este Título será feito
I - quanto ao segurado ativo, o soldo, acrescido das vantagens com base na remuneração do posto ou graduação de que o militar for
pecuniárias permanentes estabelecidas em lei, excluído o seguinte: titular.

a) diárias para viagens; Art. 43. Na cessão, quando o pagamento da remuneração seja ônus
do cessionário, será de responsabilidade desse órgão ou entidade:
b) ajuda de custo em razão de mudança de sede;
I - o desconto da contribuição devida pelo segurado;
c) indenização de transporte;
II - o custeio da contribuição devida pelo órgão de origem; e
d) salário-família;
III - o repasse das contribuições, de que tratam os incisos I e II, ao
e) auxílio-alimentação; Instituto de Gestão Previdenciária e de Proteção Social do Estado do
Pará (IGEPPS).
f) auxílio-fardamento;
§ 1° Caso o cessionário não efetue o repasse das contribuições ao
g) auxílio-transporte;
Instituto de Gestão Previdenciária e de Proteção Social do Estado do
h) gratificação de complementação de jornada operacional; e Pará (IGEPPS), nos prazos de que tratam os arts. 38 e 39 desta Lei
Complementar, caberá ao órgão de origem efetuá-lo, buscando o
i) parcela percebida em decorrência do exercício de cargo em reembolso de tais valores.
comissão ou função de confiança.
§ 2° O termo, ato ou outro documento de cessão ou afastamento do
II - quanto ao segurado inativo e aos beneficiários de pensão militar, o militar com ônus para o cessionário deverá prever a responsabilidade
valor integral do benefício. deste pelo desconto, recolhimento e repasse das contribuições ao
Sistema de Proteção Social dos Militares do Estado do Pará,
Parágrafo único. Quando o segurado inativo ou o beneficiário da
conforme valores informados mensalmente pelo órgão de origem.
pensão militar for portador de doença incapacitante prevista no
regulamento a que se refere o inciso V do art. 89 desta Lei Art. 44. Não incidirão contribuições para o Sistema de Proteção Social
Complementar, a contribuição incidirá apenas sobre as parcelas de dos Militares do Estado do Pará sobre as parcelas remuneratórias
remuneração de reserva e de reforma e de pensões que superem o não componentes da remuneração do posto ou graduação, pagas
dobro do limite máximo estabelecido para os benefícios do Regime pelo ente cessionário ao militar cedido ou transferido para a reserva
Geral de Previdência Social. remunerada em virtude do exercício de mandato eletivo.
CAPÍTULO IV Art. 45. O militar afastado ou licenciado temporariamente do exercício
do posto ou graduação sem recebimento de remuneração pelo
DO RECOLHIMENTO
Estado somente contará o respectivo tempo de afastamento ou
Art. 38. As contribuições devidas pelos segurados e beneficiários de licenciamento para fins de reserva remunerada ou reforma, mediante
pensão militar serão descontadas de ofício pelos setores o recolhimento mensal das contribuições.
encarregados do pagamento das respectivas remunerações e
Parágrafo único. A contribuição efetuada pelo militar na situação de
pensões e recolhidas ao Instituto de Gestão Previdenciária e de
que trata o caput deste artigo não será computada para efeito de
Proteção Social do Estado do Pará (IGEPPS) até o 12° (décimo
cumprimento do requisito de tempo de atividade de natureza militar
segundo) dia do mês subsequente, sob pena de responsabilidade
exigido para concessão de benefício de proteção social.
civil, penal e administrativa do responsável pelo órgão inadimplente.
CAPÍTULO V
Art. 39. As contribuições devidas pelo Estado deverão ser recolhidas
mensalmente ao Instituto de Gestão Previdenciária e de Proteção DO PLANO DE CUSTEIO DO SISTEMA DE PROTEÇÃO SOCIAL
Social do Estado do Pará (IGEPPS) até o 12° (décimo segundo) dia DOS MILITARES DO ESTADO DO PARÁ
do mês subsequente.
Art. 46. O Plano de Custeio do Sistema de Proteção
Social dos Militares do Estado do Pará será aprovado
48
pelo Conselho Estadual do Sistema de Proteção Social dos Militares, III - a aplicação de recursos em operações ativas que envolvam
anualmente, constando obrigatoriamente, a programação e o interesses do Estado, bem como na utilização para aquisição de bens
correspondente regime financeiro, devendo ser revisto sempre que e valores mobiliários do Estado, de suas autarquias, fundações,
houver revisão de remuneração dos inativos e beneficiário da pensão empresas públicas e sociedades de economia mista; e
militar.
IV - a utilização de recursos do Fundo para custeio de despesas
CAPÍTULO VI administrativas acima de 2% (dois por cento) do valor total das
despesas com remuneração e pensões dos segurados vinculados ao
DO FUNDO DO SISTEMA DE PROTEÇÃO SOCIAL DOS Sistema de Proteção Social dos Militares instituído por esta Lei
MILITARES DO ESTADO DO PARÁ Complementar, relativamente ao exercício financeiro anterior.
Art. 47. Fica instituído o Fundo do Sistema de Proteção Social dos Art. 50. As aplicações financeiras dos recursos do Fundo do Sistema
Militares do Estado do Pará, de natureza contábil, vinculado ao de Proteção Social dos Militares do Estado do Pará serão realizadas
Instituto de Gestão Previdenciária e de Proteção Social do Estado do diretamente ou por intermédio de instituições especializadas
Pará (IGEPPS), com a finalidade de prover recursos, exclusivamente, credenciadas para esse fim pelo Instituto de Gestão Previdenciária e
para o pagamento dos benefícios relativos à inatividade e pensão de Proteção Social do Estado do Pará (IGEPPS), após aprovação
militar. pelo Conselho Estadual de Proteção Social dos Militares, de acordo
Parágrafo único. Os militares ficam vinculados ao Fundo do Sistema com as seguintes diretrizes:
de Proteção Social dos Militares do Estado do Pará a partir de seu I - garantia real de investimento;
ingresso na respectiva Corporação, na forma da lei.
II - segurança e rentabilidade de capital;
Art. 48. Constituem receita ou patrimônio do Fundo do Sistema de
Proteção Social do Militares dos Estado do Pará: III - liquidez; e

I - as contribuições dos militares, ativos e inativos, bem como dos IV - atualização monetária e juros.
beneficiários de pensão militar, nos termos do inciso I do caput do art.
36 desta Lei Complementar; Parágrafo único. Poderá ser instituído pelo Conselho Estadual de
Proteção Social dos Militares Comitê de Investimentos destinado a
II - as contribuições do Estado do Pará, nos termos dos incisos II e III orientar as aplicações financeiras de que trata o caput deste artigo.
do caput do art. 36 desta Lei Complementar;
Art. 51. As receitas, as rendas e os resultados das aplicações dos
III - as doações, legados e rendas extraordinárias ou eventuais; recursos disponíveis serão empregados exclusivamente na
consecução das finalidades previstas nesta Lei Complementar, no
IV - os rendimentos de seu patrimônio, tais como os obtidos com aumento do valor real do patrimônio do Fundo do Sistema de
aplicações financeiras ou com o recebimento de contrapartida pelo Proteção Social dos Militares do Estado do Pará na obtenção de
uso de seus bens; recursos destinados ao custeio de suas atividades finalísticas,
V - os recursos provenientes de convênios, contratos, acordos ou permitida, no entanto, a remuneração da instituição financeira que
ajustes de prestação de serviços; aplicar os recursos e ativos do Fundo, nos termos definidos pelo
Conselho Estadual de Proteção Social dos Militares.
VI - os recursos de operações de crédito decorrentes de empréstimos
e financiamentos junto a organismos nacionais e internacionais para Art. 52. A gestão do Fundo do Sistema de Proteção Social dos
capitalização do Fundo; Militares do Estado do Pará deverá, dentre outros princípios
aplicáveis à administração pública, obedecer:
VII - os recursos oriundos da compensação financeira entre o Regime
Geral de Previdência Social e o Sistema de Proteção Social dos I - às diretrizes gerais de gestão, investimento e alocação dos
Militares, na forma prevista na legislação federal; e recursos aprovados pelo Conselho Estadual de Proteção Social dos
Militares;
VIII - demais dotações orçamentárias.
II - o sistema de registro contábil individualizado de cada militar e do
Art. 49. Observadas as diretrizes de investimento estabelecidas pelo Estado do Pará; e
Conselho Estadual de Proteção Social dos Militares, a aplicação dos
recursos do Fundo do Sistema de Proteção Social dos Militares do III - ao pleno acesso dos segurados às informações relativas à gestão
Estado do Pará, instituído por esta Lei Complementar, obedecerá às do sistema ora instituído.
normas estabelecidas pelo Conselho Monetário Nacional, sendo Art. 53. O exercício financeiro coincidirá com o ano civil e a
expressamente vedado: contabilidade obedecerá às normas gerais públicas da administração
I - a utilização de recursos para empréstimos de qualquer natureza, financeira.
inclusive à União, Estados, Distrito Federal, Municípios, entidades de Art. 54. Os orçamentos, a programação financeira e o balanço do
administração indireta, bem como aos segurados e beneficiários de Fundo do Sistema de Proteção Social dos Militares do Estado do
pensão militar; Pará obedecerão aos padrões e às normas instituídos por legislação
II - a aplicação dos recursos em títulos públicos, à exceção daqueles específica, ajustados às suas peculiaridades. Parágrafo único. Ao
de emissão do Governo Federal;

49
final de cada exercício financeiro, deverá ser realizado o balanço II - proporcional, com base em tantas cotas de remuneração do posto
geral, elaborado por entidades ou profissionais legalmente ou da graduação quantos forem os anos de serviço, se transferido
habilitados. para a inatividade sem atingir o referido tempo mínimo.

Art. 55. As importâncias devidas ou recebidas a mais pelos segurados § 1° O tempo de serviço a ser cumprido pelos militares que
ou seus dependentes serão ressarcidas ao Fundo do Sistema de ingressaram no serviço ativo até o dia 31 de dezembro de 2021, para
Proteção Social dos Militares do Estado do Pará, podendo ser ter direito à remuneração integral, será de 30 (trinta) anos, se homem,
parceladas na forma do regulamento. e 25 (vinte e cinco) anos, se mulher, devendo cumprir o tempo de
serviço faltante para atingir os referidos tempos, acrescido do
Art. 56. Os saldos positivos do Fundo do Sistema de Proteção Social percentual previsto no art. 24-G do Decreto-Lei n° 667, de 1969.
dos Militares do Estado do Pará, apurados em balanço ao final de
cada exercício financeiro, serão transferidos para o exercício § 2° É assegurado o direito adquirido na concessão de inatividade
seguinte, a crédito do correspondente Fundo. remunerada aos militares e de pensão militar aos seus beneficiários,
a qualquer tempo, desde que tenham sido cumpridos, até 31 de
Art. 57. O Fundo do Sistema de Proteção Social dos Militares do dezembro de 2021, os requisitos exigidos pela lei vigente do ente
Estado do Pará terá contabilidade própria, em unidade gestora federativo para obtenção desses benefícios, observados os critérios
vinculada ao Instituto de Gestão Previdenciária e de Proteção Social de concessão e de cálculo em vigor na data de atendimento dos
do Estado do Pará (IGEPPS), cujo Plano Geral de Contas requisitos.
discriminará as receitas realizadas e despesas incorridas, as reservas
técnicas, as provisões, os saldos patrimoniais e outros elementos, de Art. 61. A remuneração do militar reformado por incapacidade
forma a possibilitar o acompanhamento permanente do seu permanente decorrente do exercício da função ou em razão dela é
desempenho e a sistemática avaliação de sua situação financeira, integral, calculada com base na remuneração do posto ou da
econômica e patrimonial. graduação que possuir por ocasião da transferência para a
inatividade remunerada.
TÍTULO IV
Art. 62. A remuneração na inatividade é irredutível e deve ser revista
DA INATIVIDADE, DO AUXÍLIO-ACIDENTE E DA PENSÃO MILITAR automaticamente na mesma data da revisão da remuneração dos
(Redação dada pela Lei Complementar nº 149, de 20 de maio de militares da ativa, para preservar o valor equivalente à remuneração
2022) do militar da ativa do correspondente posto ou graduação.
CAPÍTULO Art. 63. A remuneração na inatividade é devida aos militares quando
I DISPOSIÇÕES GERAIS forem desligados da ativa em virtude de:

Art. 58. A transferência para a inatividade e a pensão militar são de I - reserva remunerada;
competência exclusiva do Instituto de Gestão Previdenciária e de II - reforma; e
Proteção Social do Estado do Pará (IGEPPS), mediante publicação
de ato específico no Diário Oficial do Estado. III - retorno à inatividade, inclusive após ter sido convocado para o
serviço ativo, quando já se encontrava na reserva remunerada.
CAPÍTULO II
Parágrafo único. O militar de que trata o caput deste artigo continuará
DA REMUNERAÇÃO NA INATIVIDADE a perceber a sua remuneração até o mês anterior ao da publicação
Seção I da portaria de transferência para a inatividade, excluídas as parcelas
e benefícios cujo recebimento está condicionado ao efetivo exercício
Disposições Preliminares da atividade de natureza militar, na forma da lei.
Art. 59. Remuneração na inatividade é a retribuição pecuniária que o Art. 64. No caso de retorno à atividade por meio da convocação, nos
militar percebe na inatividade, quer na reserva remunerada, quer na termos dos arts. 72, 73 e 78 desta Lei Complementar, o militar poderá
situação de reformado, também designada de proventos. optar entre a remuneração da ativa ou inatividade.
Parágrafo único. O soldo constitui a parcela básica da remuneração a Art. 65. Cessa o direito à percepção da remuneração na inatividade
que faz jus o militar na inatividade, sendo o seu valor igual ao na data:
estabelecido para o soldo do militar da ativa do mesmo posto ou
graduação. I - do falecimento;

Art. 60. A remuneração na inatividade, calculada com base na II - do ato de demissão, para o Oficial militar; e
remuneração do posto ou da graduação que o militar possuir por III - do ato de exclusão ou licenciamento a bem da disciplina da
ocasião da transferência para a inatividade remunerada, a pedido, Corporação Militar, para o Praça.
pode ser:
Seção II
I - integral, desde que cumprido o tempo mínimo de 35 (trinta e cinco)
anos de serviço, dos quais no mínimo 30 (trinta) anos de exercício de Do Regime Remuneratório da Inatividade
atividade de natureza militar; ou
Art. 66. O regime remuneratório do militar inativo é
composto das seguintes parcelas:
50
I - soldo integral ou cotas de soldo; Art. 67. A passagem do militar à situação de inatividade, mediante
transferência para a reserva remunerada se efetua:
II - gratificações, nos percentuais previstos em lei:
I - a pedido; ou
a) gratificação de risco de vida;
II - de ofício.
b) gratificação de habilitação militar;
Art. 68. A transferência para a reserva remunerada observará as
c) gratificação de tempo de serviço; seguintes diretrizes:
d) gratificação de serviço ativo; I - a transferência para a reserva remunerada do militar que tenha
e) gratificação de localidade especial; realizado qualquer curso ou estágio de duração superior a 6 (seis)
meses, por conta do Tesouro Estadual, deverá ocorrer após 3 (três)
f) gratificação de representação por graduação; e anos de seu término, sob pena de ter que indenizar todas as
despesas correspondentes à realização do referido estágio ou curso,
g) gratificação de tropa.
inclusive as diferenças de vencimentos, observado o devido processo
§ 1° VETADO. legal pela Corporação Militar de origem;

§ 2° As parcelas de que trata o caput deste artigo integrarão a II - não será concedida transferência para a reserva remunerada, a
remuneração na inatividade de acordo com a hipótese de passagem pedido, ao militar que estiver cumprindo penalidade de qualquer
à inatividade, previstas neste Título. natureza;

§ 3° Por ocasião de sua passagem para a inatividade, o militar tem III - a transferência para a reserva remunerada, a pedido, será
direito a tantas cotas de soldo quantos forem os anos de serviço, concedida ao militar independentemente de estar respondendo a
computáveis para a inatividade, até o máximo de: inquérito ou processo em qualquer jurisdição; e

I - 35 (trinta e cinco) anos, para os militares estaduais de carreira do IV - o período compreendido entre a data de desaquartelamento do
serviço ativo, que tenham ingressado a partir de 1° de janeiro de militar, nos termos do art. 323 da Constituição Estadual, e a data da
2022; publicação do ato de transferência para a reserva não será
considerado tempo de efetivo serviço.
II - 30 (trinta) anos, se homem, e 25 (vinte e cinco) anos, se mulher,
para os militares que tenham ingressado até 16 de dezembro de Art. 69. A transferência para a reserva remunerada, de ofício,
2019, e tenham direito adquirido na concessão de transferência para verificar-se-á sempre que o militar incidir em um dos seguintes casos:
a reserva remunerada, desde que tenham sido cumpridos os referidos
I - atingir as seguintes idades limites:
tempos de serviço, até 31 de dezembro de 2021; e
a) para os Oficiais dos Quadros de Combatentes, de Saúde,
III - 30 (trinta) anos, se homem, e 25 (vinte e cinco) anos, se mulher,
Complementar e de Capelão:
acrescido do percentual de que trata o art. 24-G do Decreto-Lei n°
667, de 1969, para os militares de carreira do serviço ativo que 1. Coronel PM/BM - 67 anos;
tenham ingressado até 31 de dezembro de 2021, e que não tenham
cumprido os requisitos do inciso II deste parágrafo. 2. Tenente-Coronel PM/BM - 65 anos; (Redação dada pela Lei
Complementar nº 149, de 20 de maio de 2022)
§ 4° Para efeito de contagem dessas cotas, a fração de tempo igual
ou superior a 180 (cento e oitenta) dias será considerada 1 (um) ano. 3. Major PM/BM - 64 anos; (Redação dada pela Lei Complementar nº
149, de 20 de maio de 2022)
§ 5° A remuneração dos militares integrantes da reserva remunerada
e reformados pelo atingimento dos limites etários de permanência 4. Capitão PM/BM - 56 anos; (Redação dada pela Lei Complementar
respectivos não sofrem qualquer tipo de acréscimo ou redução de nº 149, de 20 de maio de 2022)
vantagem pecuniária. 5. 1° Tenente PM/BM - 56 anos; ou (Redação dada pela Lei
§ 6° Para efeito de cálculo o soldo será dividido em cotas de soldo, Complementar nº 149, de 20 de maio de 2022)
correspondendo cada uma a 1/35 (um trinta e cinco avos) de seu 6. 2° Tenente PM/BM - 56 anos; (Redação dada pela Lei
valor para os militares de carreira do serviço ativo que ingressem a Complementar nº 149, de 20 de maio de 2022)
partir de 1° de janeiro de 2022.
b) para os Oficiais dos Quadros de Administração e Especialistas:
§ 7° Para efeito de cálculo o soldo será dividido em cotas de soldo,
correspondendo cada uma a 1/30 (um trinta avos) de seu valor, se 1. Capitão PM/BM - 65 anos; (Redação dada pela Lei Complementar
homem e 1/25 (um vinte e cinco avos), se mulher, para os militares de nº 149, de 20 de maio de 2022)
carreira do serviço ativo que tenham ingressado até 31 de dezembro
de 2021. 2. 1° Tenente PM/BM - 65 anos; ou (Redação dada pela Lei
Complementar nº 149, de 20 de maio de 2022)
CAPÍTULO III
3. 2° Tenente PM/BM - 65 anos; ou
DA RESERVA REMUNERADA
c) para os Praças:

51
1. Subtenente PM/BM - 65 anos; (Redação dada pela Lei Art. 71. A transferência do militar para a reserva remunerada pode ser
Complementar nº 149, de 20 de maio de 2022) suspensa na vigência do estado de guerra, estado de sítio ou em
estado de emergência, em caso de mobilização e de imperiosa
2. 1° Sargento PM/BM - 65 anos; (Redação dada pela Lei necessidade de segurança pública.
Complementar nº 149, de 20 de maio de 2022)
Seção Única
3. 2° Sargento PM/BM - 65 anos; (Redação dada pela Lei
Complementar nº 149, de 20 de maio de 2022) Da Convocação Para o Serviço Ativo

4. 3° Sargento PM/BM - 56 anos; (Redação dada pela Lei Art. 72. O militar da reserva remunerada poderá ser convocado para o
Complementar nº 149, de 20 de maio de 2022) serviço ativo por ato do Governador do Estado para:

5. Cabo PM/BM - 56 anos; ou (Redação dada pela Lei Complementar I - compor Conselho de Justificação;
nº 149, de 20 de maio de 2022)
II- ser encarregado de Inquérito Policial Militar ou incumbido de outros
6. Soldado PM/BM - 56 anos; (Redação dada pela Lei Complementar procedimentos administrativos, na falta de Oficial da ativa em
nº 149, de 20 de maio de 2022) situação hierárquica compatível com a do Oficial envolvido; e/ou

II - ultrapassar 2 (dois) anos, contínuos ou não, em razão de licença III- realizar tarefas, por prazo certo.
para tratar de interesse particular;
§ 1° O militar convocado nos termos do caput deste artigo terá os
III - ultrapassar 2 (dois) anos contínuos em razão de licença para direitos e deveres dos da ativa de igual situação hierárquica, exceto
tratamento de saúde de pessoa de sua família; quanto à promoção, a que não concorrerá, e contará como acréscimo
esse tempo de serviço.
IV - ultrapassar 2 (dois) anos, contínuos ou não, em virtude de ter
passado a exercer cargo, emprego ou função pública civil temporária, § 2° Na hipótese do inciso III do caput deste artigo, a convocação terá
não eletiva, inclusive da administração indireta, ressalvada a hipótese prazo fixado no ato que a efetivar e observará o seguinte:
prevista no inciso XVI do art. 37 da Constituição Federal, com
prevalência da atividade militar; I - havendo conveniência para a Corporação Militar, a convocação
poderá ser renovada; e
V - tomar posse em cargo, emprego ou função pública civil
permanente, ressalvada a hipótese prevista no inciso XVI do caput do II - se concluída a tarefa antes do prazo fixado, o militar será
art. 37 da Constituição Federal, com prevalência da atividade militar; dispensado ou ser-lhe-á atribuído outro encargo de interesse da
(Redação dada pela Lei Complementar nº 149, de 20 de maio de Corporação, respeitado o prazo estabelecido no ato da convocação.
2022) Art. 73. A convocação poderá também ser efetuada nos seguintes
VI - ser diplomado em cargo eletivo, na forma prevista em lei; ou casos:
(Redação dada pela Lei Complementar nº 149, de 20 de maio de I - em se tratando de Oficiais, para:
2022)
a) compor comissões de estudos ou grupos de trabalhos, em
VII - atingir 35 (trinta e cinco) anos de efetivo serviço, atividades de planejamento administrativo ou setorial;
independentemente dos limites de idade elencados no inciso I do
caput deste artigo. (Incluído pela Lei Complementar nº 149, de 20 de b) prestar assessoria ou acompanhar atividades especializadas ou
maio de 2022) peculiares, de caráter temporário, e que escapem às atribuições
normais e específicas dos órgãos de direção da respectiva
§ 1° A transferência para a reserva remunerada de ofício será Corporação Militar; e/ou
processada na medida em que o militar for enquadrado em um dos
incisos do caput deste artigo, ficando na condição de agregado, na c) exercer o planejamento e comando das ações operacionais a
forma da lei, até a data indicada no ato oficial de transferência para a serem desenvolvidas pelo militar convocado.
inatividade, e o tempo nessa condição será considerado como serviço
II - em se tratando de Praças, para:
ativo, para todos os efeitos.
a) constituir o suporte necessário ao desempenho das tarefas
§ 2° O ato de transferência para a reserva remunerada não terá
tratadas no inciso I; e/ou
efeitos retroativos, salvo na hipótese do inciso VI do caput deste
artigo, que terá eficácia a partir da data da diplomação. b) integrar a segurança patrimonial e/ou o policiamento interno em
órgão ou entidade da administração pública. Parágrafo único. A
Art. 70. O militar empossado em cargo público permanente estranho à
convocação prevista no caput deste artigo será efetivada:
sua carreira, ressalvadas as hipóteses de acumulação de cargos
prevista no inciso XVI do art. 37 da Constituição Federal, será I - com ônus total para o Tesouro Estadual, nos casos previstos nas
transferido para reserva de ofício e fará jus ao posto ou graduação alíneas “a” e “b” do inciso I e na alínea “a” do inciso II; ou
ocupada no momento da passagem para a inatividade.
II - mediante convênio, nos casos previstos na alínea “c” do inciso I e
Parágrafo único. O militar transferido para a reserva, na forma do na alínea “b” do inciso II.
caput deste artigo, deverá observar o disposto no §
10 do art. 37 da Constituição Federal.

52
Art. 74. A convocação somente poderá ser efetuada mediante III - assessoria militar e guarda na sede do Tribunal de Contas dos
aceitação voluntária do militar. Municípios;

Parágrafo único. Fica vedada a convocação de militares que IV - assessoria militar e guarda na sede do Ministério Público;
ingressaram na reserva na forma dos incisos V e VI do art. 69 desta
Lei Complementar. V - guarda e serviços referentes à atividade-meio na Secretaria de
Estado de Segurança Pública e Defesa Social (SEGUP) e nas
Art. 75. O militar da reserva remunerada convocado nos termos dos Corporações Militares;
arts. 72 e 73 desta Lei Complementar não sofrerá alteração de sua
situação jurídica e, durante a convocação, fará jus a: VI - guarda nos estabelecimentos penais;

I - uniformes e equipamentos, nos casos da alínea “c” do inciso I e da VII - condução de veículos do Sistema de Segurança Pública, em
alínea “b” do inciso II do art. 73; atividade-meio;

II - alimentação; e VIII - condução e operação de veículos de grande porte como ônibus,


caminhões e cavalos mecânicos com carretas, nas Corporações
III - diárias, ajudas de custo e transporte, quando em deslocamento, Militares;
face à realização de tarefas fora da sede.
IX – assessoria militar e guarda na sede e unidades escolares da
§ 1° O uniforme e o equipamento serão os de uso regulamentar, Secretaria de Estado de Educação (SEDUC); ou (alterado pela lei
fornecidos pelo órgão superior da Corporação Militar. complemntar nº 165 de 28 de abril de 2023);

§ 2° A alimentação será proporcionada nas mesmas condições da X – administração em órgão da administração direta e indireta que
que é fornecida ao pessoal ativo no desempenho da atividade do promovam políticas e ações de inclusão social, prevenção e
designado. enfrentamento à violênci em territporios vulneráveis. (alterado pela lei
complemntar nº 165 de 28 de abril de 2023);
§ 3° As diárias, a ajuda de custo e o transporte serão proporcionados
nas condições e valores estabelecidos na legislação de remuneração § 1° Compete ao Comandante da respectiva Corporação Militar a
para a situação hierárquica alcançada em atividade. expedição dos atos necessários à efetivação dos militares
convocados nas assessorias, que poderá implicar a substituição dos
Art. 76. A convocação de militares da reserva remunerada será militares da ativa pelos convocados nas respectivas assessorias.
proposta pelo Comandante-Geral da respectiva Corporação ao Chefe
do Poder Executivo, de forma justificada e instruída com prova de § 2° A convocação será por prazo certo, em período que não exceda
aprovação em inspeção de saúde realizada por Junta Militar de a 2 (dois) anos, podendo ser renovada sucessivamente por igual
Saúde. período, até o limite de idade de 65 (sessenta e cinco) anos.

Parágrafo único. O Chefe do Poder Executivo, caso concorde com a § 3° O militar da reserva remunerada não poderá ser convocado para
convocação, expedirá o ato pertinente. o exercício das atividades previstas no caput deste artigo, após
cessado o prazo estabelecido no § 2° deste artigo.
Art. 77. Os militares convocados nos termos dos arts. 72 e 73 desta
Lei Complementar poderão ser dispensados: Art. 79. É condição para a convocação prevista no art. 78 desta Lei
Complementar que o militar:
I - a pedido; ou
I - tenha passado para a reserva remunerada, no mínimo, no
II - ex officio: comportamento “bom”;
a) por conclusão do prazo de convocação; II - tenha, no momento da convocação, as seguintes idades limites:
b) por haverem cessado os motivos da convocação; a) para Oficiais superiores: 63 anos;
c) por interesse ou conveniência da Administração, a qualquer tempo; b) para Capitães e Oficiais subalternos: 63 anos; ou
ou
c) para Praças: 63 anos.
d) por ter sido julgado fisicamente incapaz para o desempenho do ato
ou tarefa para o qual foi convocado, em inspeção de saúde realizada III - seja considerado apto em inspeção de saúde por Junta Militar de
por Junta Militar de Saúde, a qualquer tempo. Saúde;

Art. 78. Além das hipóteses de convocação previstas nos arts. 72 e IV - seja considerado apto em teste de aptidão física; e
73 desta Lei Complementar, o militar da reserva remunerada poderá
ser convocado, mediante aceitação voluntária, por ato do Governador V - obtenha o parecer favorável do Comandante-Geral.
do Estado, permanecendo na inatividade, nos seguintes casos: Parágrafo único. O convocado ficará administrativamente vinculado
I - assessoria militar e guarda nas sedes e órgãos dos Poderes da ao setor de pessoal da respectiva Corporação Militar, que manterá
União, do Estado e dos Municípios; cadastro atualizado dos interessados em serem convocados.

II - assessoria militar e guarda na sede do Tribunal de Art. 80. O planejamento e a supervisão dos
Contas do Estado; convocados, nos termos do art. 78 desta Lei

53 Complementar, far-se-á de acordo com decreto do


Chefe do Poder Executivo, que especificará, em especial, o seguinte: à conta de dotações orçamentárias próprias de cada Poder, órgão ou
entidade beneficiado pela prestação do serviço, incluindo:
I - critérios para inscrição e formação dos cadastros;
I - auxílio mensal;
II - padrões de treinamento;
II - diárias e transporte;
III - normas de divulgação aos militares da reserva;
III - auxílio-alimentação; e
IV - critérios para uso de uniforme;
IV - auxílio-fardamento.
V - critérios para o teste de aptidão física;
Art. 85. As convocações previstas nesta Seção sujeitam o militar:
VI - critérios para a inspeção de saúde; VII - critérios para uso de
armamento; e I - ao cumprimento das normas disciplinares em vigor na respectiva
Corporação Militar; e
VIII - forma dos atos de convocação e dispensa.
II - às normas administrativas e de serviço em vigor no Poder, órgão
Art. 81. O militar convocado nos termos do art. 78 desta Lei ou entidade onde tiver atuação.
Complementar não sofrerá alteração em sua situação jurídico-
funcional e, durante a designação, fará jus a: CAPÍTULO IV

I - auxílio mensal, de natureza jurídica indenizatória, correspondente a DA REFORMA


2 (dois) soldos de seus respectivos postos ou graduações, o qual não
será base de cálculo para quaisquer vantagens, inclusive as Art. 86. A passagem do militar à situação de inatividade, mediante
decorrentes de tempo de serviço, e não será passível de reforma, será sempre de ofício, e ocorrerá nas seguintes hipóteses:
incorporação; I - atingir as seguintes idades limites de permanência na reserva
II - auxílio-fardamento, pago uma vez por ano, no valor referente a 1 remunerada:
(um) soldo do seu respectivo posto ou graduação; a) para Oficiais superiores: 72 anos;
III - armamento e equipamentos, quando for o caso; b) para Capitães e Oficiais subalternos: 68 anos;
IV - auxílio-alimentação, nos mesmos padrões pagos aos militares c) para Subtenentes, 1° Sargento e 2° Sargento: 68 anos; ou
ativos;
d) para 3° Sargento, Cabo e Soldado: 68 anos.
V - diárias e transporte, quando em deslocamento, em face da
realização de tarefas fora da sede do Município, proporcionados nas II - ser julgado incapaz definitivamente para o serviço da respectiva
condições e valores estabelecidos na legislação para a mesma Corporação Militar;
situação hierárquica em atividade;
III - estar agregado há mais de 2 (dois) anos, por ter sido julgado
VI - férias remuneradas; e incapaz, temporariamente, mediante homologação de Junta Militar de
Saúde, conforme regulamentação, mesmo que se trate de moléstia
VII - 13° salário. curável;
Art. 82. O militar convocado nos termos do art. 78 desta Lei IV - ser condenado à pena de reforma prevista no Código Penal
Complementar poderá ser dispensado: Militar, por sentença transitada em julgado; e
I - a pedido; ou V - ser punido com a reforma administrativa disciplinar.
II - ex officio: Parágrafo único. O ato de reforma não terá efeitos retroativos, salvo
a) por conclusão do prazo de convocação; nas hipóteses dos incisos I e III do caput deste artigo, que terá
eficácia a partir da data de aniversário do militar ou da data da
b) por interesse ou conveniência da Administração; declaração de incapacidade definitiva por Junta Militar de Saúde, na
forma do regulamento.
c) por ter obtido dispensa de saúde por mais de 60 (sessenta) dias,
contínuos ou não, no período de 1 (um) ano; Art. 87. No caso do inciso I do caput do art. 86 desta Lei
Complementar, deverá ser observado o seguinte:
d) por ter sido julgado incapaz para o desempenho da designação,
em inspeção realizada por Junta Militar de Saúde, anualmente ou I - o Instituto de Gestão Previdenciária e de Proteção Social do
extraordinariamente; ou e) ter atingido 65 (sessenta e cinco) anos de Estado do Pará (IGEPPS), mensalmente, organizará a relação de
idade. militares que atingiram o limite de permanência na reserva
remunerada;
Art. 83. O número máximo de militares convocados, nos termos do
art. 78 desta Lei Complementar, não poderá exceder 5% (cinco por II - a reforma será automática e declarada por ato, com vigência a
cento) do efetivo fixado em lei. partir da data em que o militar tiver completado o limite de
permanência na reserva remunerada; e
Art. 84. As despesas decorrentes da convocação
prevista no art. 78 desta Lei Complementar correrão
54
III - a situação de inatividade do militar da reserva remunerada não Art. 93. O militar julgado incapaz definitivamente por doença mental
sofrerá solução de continuidade, exceto quanto às condições de por Junta Militar de Saúde, nos casos em que necessária a curatela e
mobilização estabelecidas em lei. enquanto não ocorrer a designação judicial do curador, poderá ser
representado por dependente indicado no art. 4° desta Lei
Art. 88. O militar reformado na forma do inciso V do caput do art. 86 Complementar, desde que este comprove a responsabilidade pelos
desta Lei Complementar não terá alterado o fundamento de sua cuidados com o militar.
reforma, salvo decisão administrativa ou judicial que modifique a pena
disciplinar, na forma da lei. § 1° Quando não houver dependentes, outros parentes ou
responsáveis, a respectiva Corporação Militar poderá adotar as
Art. 89. A incapacidade definitiva pode sobrevir em consequência de: providências necessárias junto às instituições competentes para a
I - ferimento recebido em operações militares ou manutenção da interdição judicial do militar e/ou a garantia de seu tratamento em
ordem pública; instituição apropriada.

II - enfermidade contraída em operações militares ou na manutenção § 2° Na hipótese do caput deste artigo, deverá ser observado o
da ordem pública, ou enfermidade cuja causa eficiente decorra de seguinte:
uma dessas situações; I - somente após a interdição judicial o processo de reforma deverá
III - acidente em serviço; ser encaminhado ao Instituto de Gestão Previdenciária e de Proteção
Social do Estado do Pará (IGEPPS); e
IV - doença, moléstia ou enfermidade adquirida em tempo de paz,
com relação de causa e efeito às condições inerentes ao serviço; II - o ato de reforma não poderá ser revisto em razão do
reestabelecimento da saúde do militar.
V - doenças que incapacitem definitiva, total e permanentemente para
qualquer atividade remunerada, conforme previsto em regulamento; Art. 94. Concedida a reforma, será o ato publicado, implantado na
ou folha de pagamento e apreciado, para fins de registro, pelo Tribunal
de Contas do Estado.
VI - acidente ou doença, moléstia ou enfermidade, sem relação de
causa e efeito com o serviço. Parágrafo único. Caso seja denegado o registro do ato pelo Tribunal
de Contas do Estado, o benefício será cancelado até a folha de
§ 1° Os casos de que tratam os incisos I a IV do caput deste artigo pagamento do mês subsequente à data de publicação da decisão no
serão objeto de apuração administrativa, na forma do regulamento, Diário Oficial do Estado.
observando-se os seguintes prazos:
Art. 95. A remuneração do militar reformado por uma das situações
I - 1 (um) dia útil para comunicar o acidente; e previstas nos incisos I a V do caput do art. 89 desta Lei
Complementar é composta da seguinte forma:
II - 90 (noventa) dias úteis para requerer a instauração de apuração.
I - soldo integral do posto ou graduação ocupado quando da
§ 2° O militar julgado incapaz por um dos motivos constantes nos
transferência para a inatividade; e
incisos I ao VI do caput deste artigo somente poderá ser reformado
após a homologação, por Junta Militar de Saúde, da inspeção de II - gratificações, nos percentuais previstos em lei:
saúde que concluir pela incapacidade definitiva, na forma do
regulamento. a) gratificação de risco de vida;

Art. 90. O militar da ativa julgado incapaz definitivamente por um dos b) gratificação de habilitação militar;
motivos constantes dos incisos I a V do caput do art. 89 desta Lei c) gratificação de tempo de serviço;
Complementar será reformado com qualquer tempo de serviço.
d) gratificação de serviço ativo;
Art. 91. O militar que, em inspeção de saúde, for julgado incapaz
definitivamente para o serviço e vier a falecer antes da efetivação de e) gratificação de localidade especial;
sua reforma, será considerado reformado para todos os efeitos legais,
a contar da data do óbito. f) gratificação de representação por graduação; e

Art. 92. O militar reformado por incapacidade definitiva e que ainda g) gratificação de tropa.
não atingiu o limite de idade de permanência no serviço ativo será Art. 96. A remuneração do militar reformado por uma das situações
submetido, periodicamente, à inspeção de saúde por Junta Militar de previstas no inciso VI do caput do art. 89 desta Lei Complementar é
Saúde, na forma do regulamento, e, se julgado apto, será revertido ao composta da seguinte forma:
serviço ativo e empregado na atividade-meio.
I - quando julgado incapaz para o serviço militar, podendo prover
Parágrafo único. Realizada a inspeção de saúde referida no caput meios para sua subsistência:
deste artigo e constatado o agravamento da incapacidade, o militar
fará jus ao reenquadramento legal da reforma e à revisão da a) soldo proporcional ao tempo de serviço referente ao posto ou
respectiva remuneração, desde que comprovada relação com a graduação ocupado na ativa; e
causa originária.
b) gratificações, nos percentuais previstos em lei:

55
1. gratificação de risco de vida; Constituição Estadual será concedida ao militar reformado por
incapacidade definitiva, em consequência de uma das hipóteses dos
2. gratificação de habilitação militar; e incisos I a IV do caput do art. 89 desta Lei Complementar, sob a
3. gratificação de tempo de serviço. forma de auxílio-acidente.

II - quando julgado inválido, impossibilitado total e permanentemente § 1° As expressões “acidente de trabalho” e “acidente em serviço”
para qualquer trabalho, não podendo prover meios para sua são equivalentes para fins de concessão do auxílio de que trata o
subsistência: caput deste artigo.

a) soldo integral do posto ou graduação ocupado quando da § 2° Para efeito de concessão de auxílio-acidente, considera-se
transferência para inatividade; e acidente em serviço as hipóteses previstas no § 2° do art. 107 desta
Lei Complementar. Art. 98-B. O militar reformado por incapacidade
b) gratificações, nos percentuais fixados em lei: definitiva, em consequência de uma das hipóteses dos incisos I a IV
do caput do art. 89 desta Lei Complementar, fará jus ao pagamento
1. gratificação de risco de vida;
de auxílio-acidente no valor de R$ 30.000,00 (trinta mil reais), em
2. gratificação de habilitação militar; parcela única, após finalizada a apuração a que se refere o § 1° do
art. 89 desta Lei Complementar.
3. gratificação de serviço ativo;
Parágrafo único. As despesas decorrentes do auxílio-acidente serão
4. gratificação de localidade especial; de responsabilidade exclusiva do Estado do Pará, mediante a
alocação de recursos ao Instituto de Gestão Previdenciária e de
5. gratificação de tempo de serviço;
Proteção Social do Estado do Pará (IGEPPS), nos termos do art. 41
6. gratificação de representação por graduação; e desta Lei Complementar. Art. 98-C. Compete ao Instituto de Gestão
Previdenciária e de Proteção Social do Estado do Pará (IGEPPS), a
7. gratificação de tropa. gestão, a concessão e o pagamento de auxílio-acidente, uma vez
concluídos os procedimentos de reforma e a apuração a que se refere
Art. 97. A remuneração do militar punido com a reforma administrativa
o § 1° do art. 89 desta Lei Complementar.
disciplinar é composta da seguinte forma: I - soldo proporcional ao
tempo de serviço referente ao posto ou graduação ocupado na ativa; CAPÍTULO V
e II - gratificações, nos percentuais previstos em lei: a) gratificação de
risco de vida; b) gratificação de habilitação militar; e c) gratificação de DAS PENSÕES MILITARES
tempo de serviço. Seção Única Da Readaptação
Seção I
Art. 98. O militar declarado incapaz definitivamente poderá requerer a
Da Pensão Militar por Morte
permanência no serviço ativo, com emprego na atividade-meio, no
mesmo posto ou graduação, hipótese em que será readaptado, na Art. 99. O falecimento do militar, ativo ou inativo, implica a concessão
forma prevista em regulamento. do benefício de pensão militar por morte, que será igual à
remuneração integral do militar, excluída a parcela de auxílio-
§ 1° O disposto no caput deste artigo somente se aplica em caso de
invalidez.
incapacidade física.
§ 1° Até o esgotamento do prazo previsto no inciso I do caput do art.
§ 2° O militar deverá ser readaptado em atividade compatível com a
100, a remuneração do militar falecido será paga, de modo provisório,
sua capacidade física, desde que julgado apto, por Junta Militar de
aos beneficiários do rol do inciso I do art. 30 desta Lei Complementar
Saúde, para o exercício da nova atividade, atendida a conveniência
e que tenham sido inscritos em vida pelo militar, na forma desta Lei
do serviço.
Complementar e do regulamento.
§ 3° O readaptado poderá ser reavaliado a qualquer tempo pela Junta
§ 2° Não efetuado o requerimento de pensão no prazo do estipulado
Militar de Saúde, por solicitação do Chefe de Departamento-Geral ou
no inciso I do caput do art. 100 desta Lei Complementar, os
Diretor de Pessoal ou por manifestação fundamentada do
beneficiários ficam sujeitos à obrigação de devolução dos valores
Comandante, Chefe ou Diretor do militar.
recebidos, na forma do regulamento.
§ 4° Não sendo possível a manutenção da readaptação, o militar será
Art. 100. A pensão militar por morte será devida ao conjunto de
reformado, a qualquer tempo, por meio de avaliação de Junta Militar
beneficiários de acordo com o rol definido no art. 30 desta Lei
de Saúde.
Complementar, a contar:
§ 5° O militar, uma vez readaptado, ficará sujeito à reforma, caso
I - do óbito, quando requerida em até 90 (noventa) dias;
incorra em outra hipótese de passagem à situação de inatividade.
II - do requerimento, quando requerida após o prazo previsto no inciso
CAPÍTULO IV-A
I;
DO AUXÍLIO-ACIDENTE (Incluído pela Lei Complementar nº 149, de
III - da data do cancelamento de benefício inacumulável, quando
20 de maio de 2022)
houver.
Art. 98-A. A cobertura por acidente de trabalho de

56
que trata o inciso III do caput do art. 48 da
§ 1° Se o beneficiário for absolutamente incapaz à data do óbito, não pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), calculado pelo
tem início a contagem do prazo previsto no inciso I do caput deste Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), ou por outro
artigo, enquanto perdurar essa condição jurídica. índice que venha a substituí-lo para reajustamento de benefícios e
será pago de forma proporcional aos demais beneficiários, de acordo
§ 2° Na hipótese do § 1° deste artigo, o prazo somente começará a com as suas cotas e o tempo de duração de seus benefícios.
ser contado quando cessada a causa impeditiva da prescrição,
retroagindo-se os efeitos financeiros da pensão à data do óbito ou à § 3° Em qualquer caso, fica assegurada ao Instituto de Gestão
do requerimento, conforme o caso. Previdenciária e de Proteção Social do Estado do Pará (IGEPPS), a
cobrança dos valores indevidamente pagos em função de nova
§ 3° Os valores recebidos na forma do § 1° do art. 99 desta Lei habilitação. Art. 104. Concedida a pensão militar por morte, será o ato
Complementar são considerados como adiantamento da pensão publicado, implantado na folha de pagamento e apreciado, para fins
militar. de registro, pelo Tribunal de Contas do Estado.
§ 4° A pensão militar poderá ser requerida a qualquer tempo, porém Parágrafo único. Caso seja denegado o registro do ato pelo Tribunal
as prestações mensais se sujeitam ao prazo de prescrição de Contas do Estado, o benefício será cancelado até a folha de
quinquenal. pagamento do mês subsequente à data de publicação da decisão no
Art. 101. O benefício da pensão militar por morte é irredutível e deve Diário Oficial do Estado.
ser revisto automaticamente, na mesma data da revisão das Seção II
remunerações dos militares da ativa, para preservar o valor
equivalente à remuneração do militar da ativa do posto ou graduação Da Pensão Militar por Extravio
que lhe deu origem.
Art. 105. A pensão militar por extravio será devida uma vez
§ 1° A perda da qualidade de um dos beneficiários não implicará a comprovado o estado de extraviado ou de morte presumida em
reversão da sua respectiva cota aos demais. virtude de catástrofe, acidente ou desastre, na forma das leis
aplicáveis aos militares.
§ 2° Com a extinção da cota do último beneficiário, extingue-se a
pensão. § 1° No caso de desaparecimento do militar por motivo de catástrofe,
acidente ou desastre, a pensão será devida, mediante o
Art. 102. A concessão da pensão militar por morte não será protelada processamento da justificação, nos termos da lei federal.
pela falta de habilitação de outro possível beneficiário.
§ 2° Decorridos 6 (seis) meses do primeiro dia do desaparecimento
§ 1° Qualquer inscrição ou habilitação posterior, que importe em ou extravio, terá início a habilitação dos beneficiários à pensão militar
exclusão ou inclusão de beneficiário, só produzirá efeito a contar da e será cessado o pagamento da remuneração, quando se iniciará o
data da respectiva inscrição ou requerimento. pagamento da pensão militar, na forma do regulamento.
§ 2° O cônjuge ausente, nos termos da Lei Federal n° 10.406, de 10 § 3° Na hipótese de reaparecimento do militar, assim apurado na
de janeiro de 2002, não exclui do direito à pensão militar por morte o forma da lei, deverá ser efetuado o pagamento da diferença entre a
companheiro ou companheira, que somente fará jus ao benefício, a remuneração a que faria jus e a pensão paga a seus beneficiários, se
partir da data de sua efetiva inscrição ou requerimento. for o caso.
§ 3° Protocolado requerimento para inclusão no rateio de pensão § 4° Exceto na hipótese de desaparecimento, extravio ou deserção, a
militar por morte, o Instituto de Gestão Previdenciária e de Proteção concessão da pensão aos beneficiários do militar ficará condicionada
Social do Estado do Pará (IGEPPS), procederá de ofício à habilitação à declaração judicial de morte presumida, nos termos do disposto na
provisória do requerente, exclusivamente para fins de rateio dos Lei Federal n° 10.406, de 2002.
valores com outros beneficiários, vedado o pagamento da respectiva
cota até conclusão do processo administrativo. Art. 106. À pensão militar por extravio aplica-se o disposto na Seção I
deste Capítulo, no que for compatível.
Art. 103. Ajuizada a ação para reconhecimento da condição de
beneficiário, este poderá requerer a sua habilitação provisória ao Seção III
benefício de pensão militar por morte, exclusivamente para fins de
rateio dos valores com outros beneficiários, vedado o pagamento da Da Pensão Militar Especial
respectiva cota até o trânsito em julgado da respectiva ação, Art. 107. A pensão militar especial será devida ao conjunto de
ressalvada a existência de decisão judicial em contrário. beneficiários, de acordo com o rol definido no art. 30 desta Lei
§ 1° Nas ações em que o Instituto de Gestão Previdenciária e de Complementar, do militar morto em uma das seguintes hipóteses:
Proteção Social do Estado do Pará (IGEPPS), for parte, este poderá I - em campanha ou em ato de serviço;
proceder de ofício à habilitação provisória da referida pensão,
exclusivamente para efeitos de rateio, descontando-se os valores II - em decorrência de ferimentos ou doenças derivados das
referentes a esta habilitação das demais cotas, vedado o pagamento condições inerentes ao serviço, assim reconhecidos por Junta Militar
da respectiva cota até o trânsito em julgado da respectiva ação, de Saúde; ou
ressalvada a existência de decisão judicial em contrário.
III - por acidente em serviço.
§ 2° Julgada improcedente a ação prevista no caput

57
ou no § 1° deste artigo, o valor retido será corrigido
§ 1° Para efeito de concessão de pensão militar especial, considera- I - do óbito, quando requerida em até 90 (noventa) dias;
se acidente em serviço o estritamente ocorrido nas seguintes
circunstâncias: II - do requerimento, quando requerida após o prazo previsto no inciso
I; e
I - por fato relacionado, mediata ou imediatamente, com as
atribuições militares, ainda que ocorrido em horário ou local diverso III - da data do cancelamento de benefício inacumulável, quando
daquele determinado para o exercício de suas funções; houver.

II - em decorrência de agressão sofrida e não provocada pelo militar, § 1° Se o beneficiário for absolutamente incapaz à data do óbito, não
no exercício regular de suas atribuições funcionais; tem início a contagem do prazo previsto no inciso I do caput deste
artigo, enquanto perdurar essa condição jurídica.
III - por situação ocorrida no percurso da residência para o trabalho e
vice-versa, desde que ligada diretamente à atividade exercida; § 2° Na hipótese do § 1° deste artigo, o prazo somente começará a
ser contado quando cessada a causa impeditiva da prescrição,
IV - em treinamento; e/ou retroagindo-se os efeitos financeiros da pensão à data do óbito ou à
do requerimento, conforme o caso.
V - em represália, por sua condição de militar.
§ 3° O direito de requerer a pensão militar especial prescreve em 5
§ 2° Não se aplica o disposto neste artigo quando o acidente for (cinco) anos.
resultado de crime, transgressão disciplinar, imprudência, imperícia,
negligência ou desídia imputados ao militar morto. Art. 112. Farão jus à pensão militar especial os beneficiários do militar
da reserva remunerada convocado, nos termos desta Lei
§ 3° As circunstâncias do óbito do militar deverão ser apuradas pela Complementar, que venha a falecer em serviço.
respectiva Corporação, que se pronunciará sobre a efetiva ocorrência
de uma das hipóteses previstas no caput deste artigo. Art. 113. A pensão militar especial será concedida por ato do Chefe
do Poder Executivo, que será publicado no Diário Oficial do Estado.
Art. 108. A pensão militar especial é acumulável com as demais
pensões militares previstas nesta Lei Complementar. § 1° Uma vez publicado o ato concessivo, a pensão militar especial
será implantada na folha de pagamento e apreciada pelo Tribunal de
Parágrafo único. A pensão militar especial é inacumulável com Contas do Estado, para fins de registro.
qualquer benefício previdenciário.
§ 2° Caso seja denegado o registro do ato pelo Tribunal de Contas do
Art. 109. A pensão militar especial é composta das seguintes Estado, o benefício será cancelado até a folha de pagamento do mês
parcelas: subsequente à data de publicação da decisão no Diário Oficial do
I - soldo integral ou cotas de soldo; e Estado.

II - gratificações, nos percentuais previstos em lei: Art. 114. À pensão militar especial aplica-se o disposto na Seção I
deste Capítulo, no que for compatível.
a) gratificação de risco de vida;
CAPÍTULO VI
b) gratificação habilitação militar; e
DAS DISPOSIÇÕES COMUNS À RESERVA REMUNERADA,
c) gratificação de tempo de serviço. REFORMA E PENSÕES MILITARES
§ 1° Se ocorrer a promoção post mortem do militar, o valor do soldo Art. 115. Os benefícios serão modificados ou extintos, de acordo com
será o do novo posto ou graduação. a lei vigente ao tempo da ocorrência do fato modificativo ou extintivo,
ressalvado o direito adquirido.
§ 2° As parcelas que compõem a pensão especial militar devem
considerar os valores previstos na norma que vigorava na data do Art. 116. Os benefícios serão pagos diretamente ao titular ou
óbito do militar. beneficiário, salvo em caso de extravio, moléstia contagiosa ou
impossibilidade de locomoção, quando serão pagos a procurador com
§ 3° Os percentuais e os valores obedecerão à legislação própria de
instrumento público, cujo mandato não terá prazo superior a 6 (seis)
cada parcela.
meses.
§ 4° Excluem-se da composição da pensão militar especial as
Art. 117. O pagamento devido ao beneficiário civilmente incapaz será
vantagens de natureza indenizatória, bem como as vantagens que
feito ao seu representante legal, admitindo-se, na falta deste e por
decorrem especificamente da atividade, na forma da lei.
período não superior a 6 (seis) meses, o pagamento a herdeiro
Art. 110. A pensão militar especial será reajustada pelo Índice legítimo, civilmente capaz, mediante termo de compromisso firmado
Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), publicado pelo Instituto no ato do recebimento.
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), ou por outro índice que
Parágrafo único. O procurador se sujeita à responsabilidade civil e
venha a substituí-lo.
criminal pelo recebimento indevido do benefício, bem como pela falta
Art. 111. A pensão militar por morte será devida ao conjunto de de comunicação de qualquer ato que invalide o seu instrumento ou o
beneficiários de acordo com o rol definido no art. 30 próprio falecimento do representado.
desta Lei Complementar, a contar:

58
Art. 118. O militar inativo e o beneficiário de pensão militar deverão Art. 122. Os valores devidos a segurado inativo ou beneficiário da
fazer, anualmente, a prova de vida perante o Instituto de Gestão pensão que vier a falecer antes do seu recebimento serão pagos aos
Previdenciária e de Proteção Social do Estado do Pará (IGEPPS), na seus sucessores mediante apresentação de alvará judicial ou formal
forma do que dispuser o regulamento. de partilha.

Art. 119. O 13° (décimo terceiro) salário será devido aos militares da Art. 123. O tempo de contribuição para Regime Próprio de
reserva remunerada, reformados e beneficiários de pensão militar e Previdência ou para o Regime Geral de Previdência Social poderá ser
equivalerá ao valor da respectiva remuneração ou da pensão contado para efeito de reserva e reforma, salvo se já utilizado para
referente ao mês de dezembro de cada ano. recebimento de outro benefício previdenciário, devendo ser realizada
a devida compensação financeira entre os regimes e o Sistema de
Parágrafo único. No ano da ocorrência do fato gerador ou extintivo do Proteção Social dos Militares do Estado do Pará, na forma prevista
benefício de proteção social, o cálculo da prestação obedecerá à em lei.
proporcionalidade da manutenção do benefício no correspondente
exercício, equivalendo cada mês decorrido, ou fração de dias superior Art. 124. O tempo de serviço militar efetivamente prestado e não
a 15 (quinze), a 1/12 (um doze avos). contribuído, anterior a 11 de janeiro de 2002, data da entrada em
vigor da Lei Complementar Estadual n° 039, de 09 de janeiro de
Art. 120. Serão descontados dos benefícios: 2002, será contado como tempo de contribuição, para fins de
I - as contribuições ao Sistema de Proteção Social dos Militares do inatividade, no âmbito do Sistema de Proteção Social dos Militares do
Estado do Pará; Estado do Pará.

II - as restituições dos valores de benefícios recebidos indevidamente; Parágrafo único. É expressamente vedada, para efeitos de reforma e
reserva remunerada no âmbito do Sistema de Proteção Social dos
III - o imposto de renda retido na fonte, ressalvadas as disposições Militares do Estado do Pará, a contagem de tempo de contribuição
legais; fictício a contar de 11 de janeiro de 2002.
IV - a pensão de alimentos decretada em decisão judicial ou na forma Art. 125. Para efeito de concessão de reforma ou reserva remunerada
do art. 733 da Lei Federal n° 13.105, de 16 de março de 2015; constitui-se em incumbência do órgão de origem do militar a instrução
completa do processo de inativação, na forma do regulamento.
V - as contribuições facultativas devidas pelo segurado às respectivas
associações e entidades sociais instituídas por militares, na forma da Art. 126. A perda da condição de militar em decorrência da aplicação
lei; de punição disciplinar implica a perda dos direitos previstos nesta Lei
Complementar, sem prejuízo do aproveitamento do tempo de
VI - as consignações facultativas, nos termos das respectivas normas
contribuição em outro regime de proteção social ou previdenciário.
estaduais; e
TÍTULO V
VII - outros descontos instituídos por lei.
DAS DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS
§ 1º Na hipótese do inciso VI do caput deste artigo, o desconto
incidente sobre o benefício de proteção social não poderá ser Art. 127. O prazo de decadência do direito ou da ação do segurado
superior a 40% (quarenta por cento) do seu valor bruto, assim ou beneficiário para a revisão do ato de concessão, indeferimento,
entendido aquele anterior aos descontos previstos nos incisos I a V cancelamento ou cessação de benefício e do ato de deferimento,
do caput deste artigo. (Redação dada pela Lei Complementar nº 154, indeferimento ou não concessão de revisão de benefício é de 05
de 1º de julho de 2022) (cinco) anos contados do registro pelo Tribunal de Contas do Estado.
§ 2° Para a cobertura das despesas administrativas das Art. 128. É de 05 (cinco) anos o prazo para a Administração anular os
consignações de que tratam os incisos V e VI do caput deste artigo, atos praticados com fundamento nesta Lei Complementar de que
deverá ser cobrada a reposição de custos definida por norma decorram efeitos favoráveis para os militares, seus dependentes e
regulamentar. beneficiários de pensão militar, contados da data em que foram
praticados.
Art. 121. Para os descontos em folha, a que se refere o art. 120 desta
Lei Complementar, são estabelecidos os seguintes limites: § 1° Havendo comprovada má-fé, o prazo previsto no caput deste
artigo conta-se da data do conhecimento do ato pela autoridade
I - quando determinados por lei ou regulamento, quantia estipulada
competente para a sua anulação.
nesses atos;
§ 2° No caso de efeitos patrimoniais contínuos, o prazo para anular
II - até 70% (setenta por cento) para os descontos previstos nos
contar-se-á da percepção do primeiro pagamento.
incisos I, III e IV do art. 120 desta Lei Complementar; e
Art. 129. A prescrição quinquenal das dívidas passivas, bem assim
III - até 30% (trinta por cento) para os demais não enquadrados nos I
todo e qualquer direito ou ação contra o Estado do Pará e/ou o
e II do caput deste artigo.
Instituto de Gestão Previdenciária e de Proteção Social do Estado do
Parágrafo único. Em nenhuma hipótese o consignante poderá receber Pará (IGEPPS), seja qual for a sua natureza, será disciplinada nos
em folha de pagamento a quantia líquida inferior a 30% (trinta por termos do Decreto Federal n° 20.910, de 06 de janeiro de 1932, e do
cento) da remuneração da inatividade ou da pensão Decreto-Lei n° 4.597, de 19 de agosto de 1942.
militar.
59
Art. 130. O recebimento indevido, total ou parcial, de benefício de (trinta) anos, se homem, e 25 (vinte e cinco) anos, se mulher, com o
qualquer natureza importa na obrigação de devolução ao Tesouro acréscimo previsto no Decreto-Lei n° 667, de 1969; ou
Estadual do valor auferido indevidamente, com atualização monetária,
independentemente de ação, podendo ser efetuada compensação II - 20% (vinte por cento) quando o tempo computado for inferior a 30
com eventuais créditos em favor do interessado. (trinta) anos.

Parágrafo único. Caso não seja possível realizar o desconto em folha, Parágrafo único. Fica assegurado aos militares que ingressaram na
deverão ser adotadas as providências para a inscrição em dívida respectiva Corporação até 31 de dezembro de 2021 e venham a
ativa e cobrança extrajudicial ou judicial. contar, no momento da transferência para a inatividade, com mais de
30 (trinta) anos de serviço, se homem, e 25 (vinte e cinco) anos de
Art. 131. Os proventos e as pensões militares em pagamento quando serviço, se mulher, com o acréscimo previsto no Decreto-Lei n° 667,
da entrada em vigor desta Lei Complementar passam a integrar o de 1969, o cálculo de seus proventos referidos ao soldo do posto ou
Sistema de Proteção Social dos Militares do Estado do Pará, graduação imediatamente superior, se na Corporação existir,
aplicando-se-lhes os parâmetros de cálculo e atualização constantes observado o seguinte:
da legislação vigente à data em que completados os requisitos para a
passagem à inatividade e à data do óbito, respectivamente. I - o Oficial ocupante do último posto da hierarquia de sua Corporação
terá o cálculo da remuneração tomando-se por base o soldo do seu
Art. 132. A concessão dos benefícios de reserva remunerada e de próprio posto, acrescido de 20% (vinte por cento); e
reforma é regulada pela legislação vigente à data em que o segurado
reunir os requisitos para passagem à inatividade e os de pensão II - o Subtenente, quando transferido para a inatividade, terá o cálculo
militar, pela legislação em vigor na data do óbito ou do extravio, de sua remuneração de acordo com o soldo do posto de 2° Tenente.
respeitadas as normas de transição previstas na presente Lei Art. 135. O militar da ativa que foi ou venha a ser reformado por
Complementar e o direito adquirido. incapacidade definitiva e considerado inválido, impossibilitado total e
Art. 133. O segurado em gozo de licença sem remuneração permanentemente para qualquer trabalho, não podendo prover os
contribuirá para o Sistema de Proteção Social dos Militares do Estado meios de sua subsistência, fará jus a um auxílio-invalidez, no valor de
do Pará durante o período de afastamento, recolhendo a contribuição, 25% (vinte e cinco por cento) da soma do soldo com a gratificação de
inclusive a do Estado do Pará que incidiria sobre a sua remuneração, tempo de serviço, desde que satisfaça a uma das condições,
diretamente ao Instituto de Gestão Previdenciária e de Proteção declarada por Junta Militar de Saúde:
Social do Estado do Pará (IGEPPS), por meio de documento próprio I - necessite de assistência ou de cuidados permanentes de
de arrecadação. enfermagem; ou
§ 1° Durante o período de licença sem remuneração, permanece o II - necessite de internação em instituição apropriada.
vínculo com o Sistema de Proteção Social dos Militares do Estado do
Pará. § 1° Para a continuidade do direito ao recebimento do auxílio-
invalidez, o militar ficará obrigado a apresentar anualmente
§ 2° O não recolhimento de, no mínimo, 03 (três) contribuições declaração de que não exerce qualquer atividade remunerada,
consecutivas ou não, desde que por responsabilidade do segurado, pública ou privada, e, a critério da Administração, será submetido,
importará na suspensão do exercício dos direitos de proteção social periodicamente, à inspeção de saúde de controle, na forma do
dispostos nesta Lei Complementar e possibilitará inscrição em dívida regulamento.
ativa.
§ 2° O auxílio-invalidez será suspenso automaticamente se:
§ 3° No retorno do período de licença sem remuneração, o militar
deverá, no prazo de até 90 (noventa) dias, apresentar à respectiva I - verificado que o militar exerce ou exerceu, após o recebimento do
Corporação Militar certidão que ateste a regularidade das auxílio-invalidez, qualquer atividade remunerada, sem prejuízo de
contribuições para o Sistema de Proteção Social dos Militares do outras sanções cabíveis; e/ou
Estado do Pará.
II - em inspeção de saúde, for constatado não se encontrar nas
§ 4° Ocorrendo o óbito do militar que estiver com seus direitos condições previstas no caput deste artigo.
suspensos em relação a um dos Fundos referidos nesta Lei
§ 3° O militar de que trata o caput deste artigo terá direito ao
Complementar por período ininterrupto de até 01 (um) ano, os
transporte dentro do território estadual, se obrigado a se afastar de
benefícios devidos aos seus dependentes poderão ser pagos, desde
seu domicílio para ser submetido à inspeção de saúde, na forma do
que efetuado o recolhimento das quantias devidas, sujeitas a juros de
regulamento.
mora e correção monetária.
§ 4° O auxílio-invalidez não poderá ser inferior ao soldo de Cabo.
Art. 134. Fica assegurado o adicional de inatividade aos militares que
ingressaram na respectiva Corporação até 31 de dezembro de 2021, Art. 136. Fica assegurado o direito adquirido à incorporação pelo
calculado mensalmente sobre a remuneração e em função da soma exercício de representação, cargo em comissão ou função gratificada
dos anos de serviço, nas seguintes condições: aos militares que, até a data da publicação da Lei Complementar
Estadual n° 044, de 23 de janeiro de 2003, completaram período
I - 35% (trinta e cinco por cento) quando o tempo computado for de 30
mínimo exigido em lei para a aquisição da vantagem, devendo tal

60
parcela integrar a base de contribuição para o Sistema de Proteção e inativos e dos beneficiários de pensão militar, observados os
Social dos Militares do Estado do Pará. critérios que preservem o equilíbrio financeiro e atuarial, e os demais
critérios estabelecidos nesta Lei Complementar.
Parágrafo único. Aos militares que, na data da publicação da Lei ....................................................................................................... Art.
Complementar Estadual n° 044, de 2003, possuíam direito adquirido 2° O Regime de Previdência Estadual, reorganizado por esta Lei, visa
à incorporação do adicional por exercício de representação, cargo em assegurar o direito relativo à previdência aos servidores públicos, aos
comissão ou função gratificada e que exerceram desde aquela data segurados do Regime e seus dependentes obedecendo aos
ou que vierem a exercer referidos cargos ou funções, é vedada a seguintes princípios e diretrizes: I - financiamento obrigatório,
percepção simultânea da vantagem incorporada com a representação mediante recursos provenientes da Administração Pública direta,
devida em razão do exercício de tais cargos ou funções, ressalvado o autarquias, inclusive as de regime especial, das fundações estaduais,
direito de opção. do Ministério Público, do Ministério Público junto a Tribunal de Contas
Art. 137. Não haverá restituição de contribuições, excetuado o caso e das contribuições dos servidores, ativos e inativos, membros dos
de recolhimento indevido. Poderes Públicos mencionados no art. 1° e beneficiários de pensão
militar;
Art. 138. Os processos relacionados à pensão militar terão prioridade ...................................................................................................... IX -
de tramitação em relação aos demais processos que envolvam pleno acesso dos segurados às informações relativas à gestão do
concessão de direitos remuneratórios. regime e participação de representantes dos servidores públicos,
ativos e inativos, nos colegiados e instâncias de decisão em que seus
Art. 139. Fica o Poder Executivo Estadual autorizado a abrir crédito
interesses sejam objeto de discussão e deliberação, nos termos da
no Orçamento da Seguridade Social, no exercício de 2022, na forma
presente lei.
dos incisos I e II do art. 41 da Lei Federal n° 4.320, de 17 de março
......................................................................................................
de 1964.
.......................... Art. 14.
§ 1° Os recursos necessários à abertura do crédito referido no caput .........................................................................................
deste artigo correrão nos termos do § 1° do art. 43 da Lei Federal n° ........................ § 5° As disposições do inciso X deste artigo não se
4.320, de 1964. aplicam aos dependentes cônjuge, companheiro ou companheira de
policiais civis, bem como de ocupantes de cargos de monitor
§ 2° Fica o Poder Executivo Estadual autorizado a suplementar o socioeducativo ou agente penitenciário, cujo óbito decorra de
valor previsto no caput deste artigo, na forma do art. 43 da Lei agressão sofrida no exercício ou em razão da função, os quais farão
Federal n° 4.320, de 1964. jus à pensão vitalícia, independentemente da sua idade e equivalente
à remuneração do cargo.
§ 3° Os créditos iniciais serão provenientes da ação
......................................................................................................
(projeto/atividade) 9028 – Encargos com a Previdência Social dos
.......................... Art. 15. Não se poderá, para efeito previdenciário
Servidores da Área Militar, programados na UO 84202 – Fundo
estadual, considerar normas de inscrição no Regime, de suspensão e
Financeiro de Previdência do Estado do Pará, de acordo com suas
de perda da condição de segurado e beneficiário distintas das
respectivas fontes de recursos (01 – Tesouro Estadual) e (290 –
estabelecidas na presente Lei, inclusive em relação aos Membros do
SPSM).
Ministério Público e dos Tribunais de Contas.
§ 4° O Poder Executivo abrirá os créditos necessários com a ação ......................................................................................................
(projeto/atividade) de nome “Encargos com a Previdência Social dos .......................... Art. 36. A concessão dos benefícios de
Servidores da Área Militar” em favor do Fundo do Sistema de aposentadoria é regulada pela legislação vigente à data da
Proteção Social dos Militares do Estado do Pará. inatividade e os de pensão, pela legislação em vigor da data do óbito,
respeitadas as normas de transição previstas na presente Lei e o
Art. 140. O Instituto de Gestão Previdenciária do Estado do Pará direito adquirido. Art. 36-A. Será utilizada a média aritmética simples
(IGEPREV), criado pela Lei Complementar Estadual n° 039, de 2002, dos salários de contribuição e das remunerações adotados como
passa a ser denominado Instituto de Gestão Previdenciária e base para contribuições ao regime próprio de previdência social,
Proteção Social do Estado do Pará (IGPPS). atualizados monetariamente, correspondentes a 100% (cem por
cento) do período contributivo desde a competência julho de 1994 ou
Art. 141. A Lei Complementar Estadual n° 039, de 2002, passa a
desde o início da contribuição, se posterior àquela competência.
vigorar com a seguinte redação:
......................................................................................................
“Art. 1° Esta Lei Complementar institui o Regime de Previdência dos ......................... § 6° Poderão ser excluídas da média as
Servidores do Estado do Pará, englobando os Poderes Executivo, contribuições que resultem em redução do valor do benefício, desde
Legislativo e Judiciário, as autarquias, inclusive as de regime que mantido o tempo mínimo de contribuição exigido, vedada a
especial, e fundações estaduais, o Ministério Público Estadual, os utilização do tempo excluído para qualquer finalidade, inclusive para o
Ministérios Públicos junto aos Tribunais de Contas do Estado e dos acréscimo a que se referem os §§ 2° e 5° deste artigo, para a
Municípios, os Tribunais de Contas do Estado e dos Municípios, os averbação em outro regime previdenciário ou para a obtenção dos
magistrados, os Conselheiros dos Tribunais de Contas do Estado e proventos de inatividade de que trata o art. 42 da Constituição
dos Municípios, os membros do Ministério Público Estadual, os Federal.
membros do Ministério Público junto aos Tribunais de Contas do ......................................................................................................
Estado e dos Municípios e os aposentados, objetivando assegurar o .......................... Art. 37. Os benefícios de prestação continuada de
gozo dos benefícios nela previstos, mediante a aposentadoria e pensão serão modificados ou
extintos, de acordo com a lei vigente ao tempo da
61
contribuição do Estado, dos servidores públicos ativos
ocorrência do fato modificativo ou extintivo, ressalvado o direito pagamento das aposentadorias ou das pensões, o Estado poderá
adquirido. propor, quando necessário, a alocação de recursos orçamentários
...................................................................................................... destinados à cobertura de eventuais insuficiências técnicas reveladas
.......................... Art. 40. O 13° (décimo terceiro) salário será devido no Plano de Custeio do FUNPREV.
aos segurados aposentados e beneficiários de pensão militar, e ......................................................................................................
equivalerá ao valor da respectiva remuneração, dos proventos ou da .......................... Art. 84.
pensão referente ao mês de dezembro de cada ano. .........................................................................................
...................................................................................................... ........................
.......................... Art. 42. ......................................................................................................
......................................................................................... .......................... II - contribuição dos servidores públicos inativos e
........................ VI - as contribuições facultativas devidas pelo respectivos beneficiários de pensão à razão de 14% (catorze por
segurado às respectivas representações sindicais ou associações de cento), sobre a parcela dos proventos de aposentadoria e pensão que
servidores estaduais, independentemente de natureza classista, cujo supere o limite máximo estabelecido para os benefícios do Regime
desconto será efetuado desde que o segurado o permita, mediante Geral de Previdência Social de que trata o art. 201 da Constituição
sua prévia e expressa solicitação; Federal, ressalvado o disposto no § 1° do art. 218 da Constituição
...................................................................................................... Estadual;
.......................... § 1° Na hipótese do inciso VII o desconto incidente ......................................................................................................
sobre o benefício previdenciário não poderá ser superior a 1/3 (um ........................ VI - contribuição complementar do Estado, através de
terço) da remuneração do servidor estadual. seus Poderes, autarquias e fundações públicas, para cobertura de
...................................................................................................... eventual diferença entre o valor das contribuições, relacionadas nos
.......................... Art. 44-B. É de 5 (cinco) anos o prazo para a incisos I, II e IV deste artigo, arrecadadas no mês anterior, e o valor
Administração anular os atos de natureza previdenciária de que necessário ao pagamento dos benefícios previdenciários;
decorram efeitos favoráveis para os destinatários, contados da data ......................................................................................................
em que foram praticados. § 1° Havendo comprovada má-fé do .......................... Art. 86. Considera-se base de cálculo para fins de
beneficiário, o prazo previsto no caput conta-se da data do contribuição ao Regime de Previdência Estadual a remuneração total
conhecimento do ato pela autoridade competente para a sua ou subsídios totais assim entendidos como o vencimento ou
anulação. § 2° No caso de efeitos patrimoniais contínuos, o prazo subsídios.
para anular contar-se-á da percepção do primeiro pagamento. ......................................................................................................
...................................................................................................... .......................... Art. 87. As contribuições devidas pelos segurados
.......................... Art. 51. O tempo de contribuição federal, estadual ou serão descontadas de ofício pelos setores encarregados do
municipal será contado para efeitos de aposentadoria, assim como o pagamento das respectivas remunerações e subsídios e recolhidas
tempo de serviço correspondente para efeito de disponibilidade. Art. ao IGEPPS até o 12° (décimo segundo) dia do mês subsequente, sob
52. É expressamente vedado, para efeitos de aposentadoria neste pena de responsabilidade civil, penal e administrativa do responsável
regime previdenciário, a contagem de tempo de contribuição fictício. pelo órgão ou entidade inadimplente, independente do disposto no
Art. 53. Para efeito de concessão de aposentadoria constitui-se em art. 91, parágrafo único, desta Lei Complementar.
incumbência do órgão de origem do servidor a instrução completa do ......................................................................................................
processo de inativação, inclusive com juntada de certidão que .......................... Art. 91-A. Nas hipóteses de cessão, licenciamento
comprove a legalidade das promoções e vantagens concedidas. ou afastamento de servidor, o cálculo da contribuição ao regime
...................................................................................................... próprio de previdência social do Estado do Pará será feito com base
.......................... Art. 60-B. Constituirão receita ou patrimônio do na remuneração do cargo efetivo de que o servidor for titular,
IGEPPS: observados:
...................................................................................................... ......................................................................................................
.......................... I - os Fundos de que tratam os arts. 70 e 70-A desta .......................... Art. 91-B. Na cessão ou no afastamento para
Lei Complementar, bem como o Fundo do Sistema de Proteção exercício de mandato eletivo de servidores, em que o pagamento da
Social do Militares do Estado do Pará; remuneração ou subsídio seja ônus do cessionário ou do órgão de
...................................................................................................... exercício do mandato, será de responsabilidade desse órgão ou
.......................... Art. 61. entidade:
......................................................................................... ......................................................................................................
........................ .......................... § 2° O termo, ato ou outro documento de cessão ou
...................................................................................................... afastamento do servidor com ônus para o cessionário ou o órgão de
.......................... VIII - quatro representantes dos segurados ativos, exercício do mandato deverá prever a responsabilidade deste pelo
indicados dentre os servidores públicos; Art. 64. Os integrantes do desconto, recolhimento e repasse das contribuições previdenciárias
Conselho Estadual de Previdência, na qualidade de representante ao regime próprio de previdência social do Estado do Pará, conforme
dos servidores públicos do Estado do Pará, ativos e inativos, deverão valores informados mensalmente pelo órgão ou entidade de origem.
contar com, no mínimo, 10 (dez) anos de efetivo exercício em cargo ......................................................................................................
público efetivo estadual. .......................... Art. 91-C. Na cessão ou afastamento de servidores
...................................................................................................... sem ônus para o cessionário ou para o órgão de exercício do
.......................... Art. 73. Sem prejuízo de sua contribuição mandato, continuará sob a responsabilidade do órgão ou entidade de
estabelecida nos incisos IV e V do art. 84 desta Lei origem o recolhimento e o repasse, ao IGEPPS, das
Complementar e das transferências vinculadas ao contribuições correspondentes à parcela devida pelo
62
servidor e pelo ente. Lei Complementar nº 149, de 20 de maio de 2022, publicada no DOE
...................................................................................................... nº 34.986, de 27 de maio de 2022 – EDIÇÃO EXTRA
.......................... Art. 91-D. Não incidirão contribuições para o regime
próprio de previdência social do Estado do Pará, para o regime *Alterada pela Lei Complementar nº 154, de 1º de julho de 2022,
próprio de previdência social do ente cessionário ou de exercício do publicada no DOE nº 35.031, de 1º de julho de 2022,
mandato, nem para o Regime Geral de Previdência Social, sobre as
parcelas remuneratórias não componentes da remuneração do cargo L E I Nº 6.626, DE 3 DE FEVEREIRO DE 2004.
efetivo, pagas pelo ente cessionário ou decorrentes de exercício do Vide Lei nº 7.783/2014 de 09 de janeiro de 2014. DOE nº 32.559 de
mandato, ao servidor cedido ou licenciado para exercício de mandato 10 de janeiro de 2014;
eletivo em outro ente federativo, exceto na hipótese em que houver a Vide Lei nº 8.342 de 14 de janeiro de 2016. DOE nº 33050 de 18 de
opção pela contribuição facultativa ao regime próprio de previdência janeiro de 2016;
social do ente de origem, conforme § 2° do art. 86 desta Lei. Vide Lei n º 8.971 de 13 de janeiro de 2020. DOE nº 34089, de 14 de
Parágrafo único. Aplica-se ao servidor cedido ou afastado para janeiro de 2020;
exercício de mandato eletivo no mesmo ente a base de cálculo de Vide Lei nº 9.387 de 16 de dezembro de 2021. DOE nº 34.803, de 20
contribuição estabelecida em lei. Art. 91-E. O servidor afastado ou de dezembro de 2021.
Vide Lei nº 10.028, de 1º de setembro de 2023. DOE Nº 35.530, de
licenciado temporariamente do exercício do cargo efetivo sem
04 de setembro de 2023.
recebimento de remuneração ou de subsídio pelo ente federativo
somente contará o respectivo tempo de afastamento ou licenciamento
para fins de aposentadoria, mediante o recolhimento mensal das Dispõe sobre o Ingresso na Polícia Militar do Pará (PMPA) e dá
contribuições. Parágrafo único. A contribuição efetuada pelo servidor outras providências. A ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO
na situação de que trata o caput não será computada para PARÁ estatui e eu
cumprimento dos requisitos de tempo de carreira, tempo de efetivo sanciono a seguinte Lei:
exercício no serviço público e tempo no cargo efetivo para concessão TÍTULO I
de aposentadoria. DAS DISPOSIÇÕES PRELIMINARES CAPÍTULO ÚNICO
...................................................................................................... DO OBJETO E DAS DEFINIÇÕES
.......................... Art. 92-A. Art. 1º. Esta Lei estabelece normas para o ingresso na Polícia Militar
...................................................................................... ........................ do Estado do Pará.
§ 3° O período de licença sem remuneração contará como tempo de Art. 2° Para efeito desta Lei, são estabelecidos os seguintes
conceitos e definições:
contribuição para fins de aposentadoria, caso seja realizado o devido
I - CANDIDATO: homem ou mulher brasileiro(a) que se
recolhimento. § 4° No retorno do período de licença sem apresente voluntariamente para ingressar na PMPA;
remuneração, o servidor deverá, no prazo de até 90 (noventa) dias, II - PRAÇA: policial militar que ocupa graduação situada na
apresentar ao órgão de origem a Certidão de Situação Previdenciária escala hierárquica de Soldado até Subtenente;
(CSP) e, se houver débito previdenciário, autorizar o desconto da III - PRAÇA ESPECIAL: denominação atribuída aos
dívida em folha. Aspirantes-a-Oficial e aos alunos dos Cursos de Formação de Policial
...................................................................................................... Militar; (redação dada pela Lei 8.342/2016)
........................” Art. 142. Ficam extintos 6 (seis) cargos de Chefe de IV - INSCRIÇÃO: ato pelo qual o candidato é relacionado para
Seção de Comando Intermediário, padrão GEP-DAS-011.3, previstos se submeter a concurso público; (redação dada pela Lei 8.342/2016)
no Anexo II da Lei Complementar Estadual n° 053, de 7 de fevereiro V - MATRÍCULA: ato concomitante à incorporação, no qual o
de 2006. Art. 143. Revogam-se: I - da Lei Estadual n° 4.491, de 28 de candidato aprovado e classificado no concurso público fica vinculado
novembro de 1973, os seguintes dispositivos: a) as Seções II a IV do à sua escola de formação ou adaptação; (redação dada pela Lei
8.342/2016)
Capítulo V do Título II, e seus arts. 57 a 69; b) o Título III, e seus arts.
VI - INCORPORAÇÃO: ato de inclusão do candidato aprovado
83 a 104; c) arts. 119 e 120; e d) art. 127. II - o art. 18, caput e §§ 1°
e classificado em concurso público no estado efetivo da Corporação,
e 2°, da Lei Estadual n° 5.162-A, de 16 de outubro de 1984; III - da tomando posse no cargo; (redação dada pela Lei 8.342/2016)
Lei Estadual n° 5.251, de 1985, os seguintes dispositivos: a) incisos II VII - NOMEAÇÃO: ato de provimento do cargo de Oficial
e III do caput do art. 52; b) §§ 1° a 4° do art. 52; c) § 2° do art. 55; d) pertencente aos Quadros de Oficial Capelão (QOCPM),
o art. 56; e) os art. 58 a 61; f) § 4° do art. 66; g) § 3° do art. 71; h) a Complementar (QCOPM) e de Saúde (QOSPM), que ocorre
Seção VI do Capítulo I do Título III, e seus art. 75 a 80; i) as Sessões concomitantemente à incorporação, cuja competência é privativa do
II e III do Capítulo II do Título IV, e seus arts. 101 a 113; j) art. 138, Governador do Estado do Pará.
caput e parágrafo único; k) art. 146; e l) art. 154. IV - da Lei VIII- OFICIAL: policial militar que ocupa posto situado na escala
Complementar Estadual n° 039, de 2002, os seguintes dispositivos: hierárquica de 2º Tenente até Coronel.
a) alínea “d” do inciso I do art. 3°; b) § 4° do art. 3°; c) inciso IV do art.
5°; d) Seção IV do Capítulo III do Título I, e seu art. 24; e) incisos III, TÍTULO II DO INGRESSO
VII e VIII do art. 84; e f) inciso VII do § 1° do art. 86. Art. 144. Esta Lei CAPÍTULO I
DA INSCRIÇÃO AO CONCURSO PÚBLICO
Complementar entra em vigor na data da sua publicação, cumprindo
Art. 3° A inscrição ao concurso público será realizada conforme
à Administração Estadual, no prazo de 180 (cento e oitenta) dias dispuserem as regras editalícias e o regulamento desta Lei.
contados desta data, adotar todas as medidas necessárias à sua § 1º O concurso será precedido de autorização governamental e
implementação. PALÁCIO DO GOVERNO, 16 de dezembro de 2021. realizado em data designada pelo Comandante-Geral.
HELDER BARBALHO Governador do Estado *Lei Complementar nº § 2º São requisitos para a inscrição ao concurso:
142, de 16 de dezembro de 2021, publicada no DOE a) ser brasileiro;
nº 34.803, de 20 de dezembro de 2021; *Alterada pela
63
b) ter idade compreendida entre 18 (dezoito) e 30 (trinta) anos Art. 5º À comissão organizadora do concurso público compete:
para o concurso ao Curso de Formação de Oficiais e ao Curso de I - elaborar o edital dos concursos públicos e providenciar a
Formação de Praças; (redação dada pela LEI N° 8.971, DE 13 DE publicação no Diário Oficial do Estado, submetendo-o
JANEIRO DE 2020) antecipadamente à apreciação jurídica do órgão competente da
c) ter até 35 (trinta e cinco) anos para o concurso ao Curso de PMPA e à aprovação do Comandante-Geral;
Adaptação de Oficiais; (redação dada pela LEI N° 8.971, DE 13 DE II - providenciar a elaboração e a aplicação do exame de
JANEIRO DE 2020) conhecimentos e coordenar e fiscalizar os demais exames;
d) provar o cumprimento das obrigações eleitorais e militares; III - controlar e supervisionar o concurso;
e) estar em pleno exercício dos direitos políticos; IV - organizar e remeter para publicação no Diário Oficial do
f) gozar de saúde física e mental; Estado a relação dos candidatos aprovados em cada etapa do
g) não haver sido condenado criminalmente por sentença concurso e do resultado final, após a homologação pelo Comandante-
judicial transitada em julgado, ou sofrido sanção administrativa geral da PMPA.
impeditiva do exercício de cargo público; V - aferir os títulos dos candidatos, quando o concurso for de
h) ter altura mínima de 1,60 m (um metro e sessenta provas e títulos, conforme dispuserem as normas editalícias e a
centímetros), se homem, e de 1,55 m (um metro e cinquenta e cinco legislação pertinente.
centímetros), se mulher; (redação dada pela LEI N° 8.971, DE 13 DE Art. 6º A seleção será constituída das seguintes etapas:
JANEIRO DE 2020) I - prova de conhecimentos ou prova de conhecimentos e
I) ter reputação ilibada na vida pública e privada e títulos, conforme dispuser o edital;
comportamento social compatível com o exercício do cargo policial II - avaliação psicológica; III - avaliação de saúde;
militar; IV - teste de avaliação física;
j) ter sido licenciado da organização militar a que serviu, no V - investigação de antecedentes pessoais.
mínimo, no comportamento bom, se for o caso; § 1º Será lavrada ata para cada etapa, a qual deverá ser devidamente
k) declarar concordância com todos os termos do edital. publicada.
l) ser habilitado para conduzir veículo automotor, possuidor da § 2º A classificação no concurso será determinada pelo resultado da
Carteira Nacional de Habilitação, em categoria prevista no edital do prova de conhecimentos ou da prova de conhecimentos e títulos,
concurso. (redação dada pela Lei 8.342/2016) conforme dispuser o edital.
§ 3º Para os efeitos de aferição da idade constante no § 2º, serão § 3º O candidato eliminado em quaisquer das etapas não poderá se
consideradas as seguintes datas: submeter às subseqüentes.
I - idade mínima na data da matrícula no cargo para o qual se § 4º A avaliação de saúde compreenderá os exames antropométrico
inscreveu no concurso público, na hipótese da alínea "b"; e médico.
II - idade máxima na data de inscrição no concurso público,
nas hipóteses das alíneas "b" e "c". SEÇÃO I
§ 4º A apuração da reputação e do comportamento social, a que se DA PROVA DE CONHECIMENTOS OU PROVA DE
refere a alínea "i" do § 2º deste artigo, abrangerá o tempo anterior ao CONHECIMENTOS E TÍTULOS
ingresso e será realizada pelo órgão competente da PMPA, em Art. 7º A prova de conhecimentos será constituída de avaliação
caráter sigiloso, comprovada mediante certidões. escrita, podendo conter, nos termos do edital:
§ 5º O requisito previsto na alínea “m” deverá ser comprovado no ato I - questões de natureza objetiva;
da incorporação e matrícula para os cursos de formação. II - questões de natureza dissertativa e/ou discursiva; III -
§ 6º Para o preenchimento de cargos no Quadro de Oficiais, o questões de natureza prático- profissional.
requisito previsto na alínea “b” do § 2º deste artigo não será exigido § 1º Será eliminado o candidato que não atingir a nota mínima exigida
dos policiais militares da Polícia Militar do Pará, desde que possuam, na prova de conhecimentos, estabelecida para o concurso, conforme
no máximo, quinze anos de efetivo serviço, a ser comprovado até a dispuser o edital.
data da matrícula (redação dada pela LEI N° 8.971, DE 13 DE § 2º Nos cinco dias úteis, subsequentes à publicação da lista de
JANEIRO DE 2020) candidatos aprovados na prova de conhecimentos, caberá recurso
§ 7° É vedado o ingresso no cargo de policial militar de candidato na fundamentado, conforme dispuser o edital.
condição de pessoa com deficiência, em virtude das atribuições e § 3º Nos dois dias úteis subseqüentes à publicação da lista de
especificidades do cargo, de acordo com o art. 3°, inciso II, do candidatos aprovados no exame de conhecimentos poderá ser
Decreto Federal n° 9.508, de 24 de setembro de 2018, que apresentado recurso fundamentado, por protocolo, nos locais e
regulamenta a Lei Federal n° 13.146, de 6 de julho de 2015. (redação formas indicados no edital, o qual será julgado pela comissão do
dada pela LEI N° 9.387, DE 16 DE DEZEMBRO DE 2021) concurso em sessão plenária, da qual não caberá novo recurso.
Art. 7º-A Os títulos e os respectivos pesos que vão compor a prova de
CAPÍTULO II DA SELEÇÃO títulos serão definidos no edital, observada a legislação pertinente,
Art. 4º O concurso público para admissão de policiais militares ficará tendo a referida prova caráter apenas classificatório.
sob a responsabilidade de uma comissão organizadora nomeada pelo Parágrafo único. Caberá recurso nos três dias úteis subsequentes à
Comandante-Geral da Corporação. publicação do resultado da prova de títulos.
§ 1º A Polícia Militar poderá contratar instituições ou profissionais
habilitados para elaborar, aplicar e corrigir os exames necessários à SEÇÃO II
realização do certame, ficando a comissão organizadora responsável DA AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA
pelo acompanhamento, monitoramento e fiscalização das etapas do Art. 8° A avaliação psicológica, de caráter eliminatório, será aplicada
concurso. pelo Setor de Psicologia da PMPA, por meio de uma comissão de
§ 2º O Comandante-Geral da Polícia Militar poderá celebrar convênio, Oficiais Psicólogos PM, ressalvadas as hipóteses dos §§ 1º e 2º do
acordo, ajuste e outros instrumentos congêneres com a Secretaria de art. 4º desta Lei.
Estado de Administração para a realização dos concursos públicos Parágrafo único. Os psicólogos contratados nas hipóteses dos §§ 1º e
para o ingresso na Corporação. 2º do art. 4º desta Lei deverão ser credenciados no

64
Conselho Regional de Psicologia 10ª Região - CRP 10
– e habilitados em avaliação psicológica, ficando a comissão de comportamento, controlando as a fim de que a manifestação dessas
Oficiais Psicólogos do CIPAS/PMPA responsável pelo emoções seja adequada ao meio em que está inserido, adaptando-se
acompanhamento e supervisão desta etapa. às exigências ambientais, preservando a capacidade de raciocínio e o
Art. 9º-A avaliação psicológica tem como objetivo analisar se as autocontrole em suas ações;
características do candidato estão de acordo com o perfil exigido para VIII - controle da agressividade e da ansiedade: capacidade do
frequentar os cursos de formação ou de adaptação para o cargo a ser candidato de controlar a manifestação da energia agressiva,
exercido. direcionando-a de forma benéfica para si e para a sociedade;
§ 1º A avaliação de que trata o caput deste artigo será realizada IX - adaptação e resiliência: capacidade de enfrentar e superar
mediante o emprego de um conjunto de técnicas e instrumentos regularmente condições adversas, perigosas ou arriscadas inerentes
científicos validados pelo Conselho Federal de Psicologia - CFP, que à atividade policial;
propicie um prognóstico a respeito do desempenho do candidato, X - resistência à frustração e a pressão: habilidade em manter
suas características intelectivas, motivacionais e de personalidade suas atividades laborais em bom nível quando privado da satisfação
compatíveis com a multiplicidade, periculosidade e sociabilidade de uma necessidade pessoal e/ou profissional, garantindo a não
inerentes às atribuições das diversas funções institucionais da PMPA, interferência em seu desempenho profissional;
além do porte e uso de arma de fogo. XI - sociabilidade e competência no relacionamento
§ 2º A avaliação psicológica é composta das seguintes fases: interpessoal: capacidade de perceber e interagir com o outro
I - aplicação coletiva dos testes de personalidade, de adequadamente, cooperar, trabalhar em grupo e de estabelecer
inteligência e de habilidades específicas; vínculos afetivos;
II - entrevista individual e/ou dinâmica de grupo. XII - deferência e obediência às normas e regras: capacidade
§ 3º Na avaliação psicológica poderão ser utilizados, além dos citados de observância e acatamento integral das leis, regulamentos, normas
no parágrafo anterior, outros instrumentos e técnicas autorizados pelo e disposições, traduzindo-se em cumprimento do dever para com a
Conselho Federal de Psicologia, de acordo com a necessidade de instituição e com seus superiores hierárquicos;
cada cargo a ser preenchido, conforme dispuser o regulamento ou o XIII - empatia: tendência para desenvolver a sensibilidade de se
edital. colocar no lugar do outro, percebendo as emoções alheias;
§ 4º Na avaliação psicológica o candidato não receberá nota, sendo XIV - assistência (altruísmo): capacidade de prestar auxílio ao
considerado indicado ou contraindicado para o exercício do cargo, de outro em situações de perdas, danos, emergência e outros
acordo com decisão fundamentada. infortúnios;
Art. 10. O candidato indicado deverá apresentar perfil conforme XV - responsabilidade e persistência: tendência de levar até o
estabelecer o edital, de acordo com o curso proposto: capacidade de término qualquer trabalho iniciado por mais difícil que possa parecer,
comando e liderança; capacidade de julgamento/percepção e com padrão de excelência;
iniciativa; produtividade e tomada de decisão; maturidade; confiança; XVI - fluência verbal/comunicação: facilidade para utilizar as
estabilidade emocional; controle da agressividade e da ansiedade; construções linguísticas na expressão do pensamento, por intermédio
adaptação e resiliência; resistência à frustração e à pressão; de verbalização clara e eficiente, manifestando- se com
sociabilidade e competência no relacionamento interpessoal; desembaraço;
deferência e obediência às normas e regras; empatia; assistência; XVII - atenção concentrada e difusa: capacidade de focalizar
responsabilidade e persistência; fluência estímulos estabelecendo relações entre eles, processando e
verbal/comunicação; atenção concentrada e difusa; memória; selecionando apenas um estímulo na atenção concentrada e diversos
inteligência; demonstração de ausência de fobia; ordenação e estímulos do ambiente simultaneamente na atenção difusa;
organização de pensamentos. XVIII - memória: capacidade de reter, adquirir e armazenar
§ 1º São características conforme perfil: informações disponíveis e necessárias ao desempenho da profissão,
I - comando e liderança: habilidade para agregar as forças tais como fisionomias, cenários, situações, regulamentos, etc.;
latentes existentes em um grupo, canalizando- as no sentido de XIX - inteligência: potencial de desenvolvimento cognitivo do
trabalharem de modo harmônico e coeso na solução de problemas candidato avaliado para análise, aliado à receptividade para
comuns, visando atingir objetivos predefinidos; facilidade para incorporar novos conceitos, bem como reestruturar os já
comandar, conduzir, coordenar e dirigir as ações das pessoas, para estabelecidos, a fim de dirigir adequadamente o seu comportamento;
que atuem com excelência e motivação; XX - fobias: medo irracional, incapacitante ou patológico de
II - julgamento/percepção: capacidade de abordar e resolver situações específicas com animais, altura, água, sangue, fogo, etc.,
problemas em situações diversas de forma lógica, dedutiva e que levam o indivíduo a desenvolver evitações ou crises de pânico;
analítica; XXI - ordenação e organização de pensamentos: será
III - iniciativa: capacidade de influenciar o curso dos investigada na característica fluência verbal/comunicação, quando se
acontecimentos, colocando-se de forma assertiva e proativa diante reportar às construções linguísticas na expressão do pensamento; na
das necessidades de tarefas ou situações, com disposição para agir característica julgamento/percepção, quando abordar resoluções
ou empreender uma ação; diversas de forma lógica, dedutiva e analítica, bem como na
IV - produtividade e tomada de decisão: o processo pelo qual o produtividade e tomada de decisão.
indivíduo escolhe algumas ou apenas uma entre muitas alternativas § 2º Nas características de atenção, memória e inteligência, o
para as ações a serem realizadas. A decisão é tomada a partir de candidato deverá estar dentro ou acima da faixa mediana nos
probabilidades, possibilidades e/ou alternativas julgadas pertinentes; escores, devendo as demais características do perfil ser consideradas
V - maturidade: consiste num padrão comportamental de acordo com as tabelas de percentis dos testes escolhidos pela
demonstrado pelo candidato compatível com o estágio de comissão designada.
desenvolvimento cronológico, intelectual, emocional e afetivo; VI - Art. 10-A. Será considerado indicado o candidato que participar de
confiança: capacidade própria para atingir objetivos propostos, bem todas as fases da avaliação psicológica e apresentar o perfil
como a convicção de ser capaz de fazer ou realizar alguma coisa; estabelecido para o exercício do cargo pretendido, em conformidade
VII - estabilidade emocional: habilidade do candidato para com o descrito no art. 10 desta Lei.
reconhecer as próprias emoções diante de um Art. 10-B. O candidato que faltar a qualquer fase da

65
estímulo qualquer antes que interfiram em seu avaliação psicológica será considerado eliminado.
Art. 10-C. Será considerado contraindicado para o exercício do cargo, I - avaliações antropométrica e médica, que se basearão na
levando em conta as peculiaridades institucionais, o candidato que análise de exames laboratoriais, de exames de imagens e de laudos
apresentar as seguintes características: médicos apresentados pelos candidatos;
I - prejudiciais: controle emocional inadequado; tendência II - avaliação clínica, referente às suas condições
depressiva; agressividade e ansiedade inadequadas; baixa tolerância oftalmológica, odontológica e antropométrica, conforme previsto no
à frustração; dificuldade de adaptação e acatamento de normas, edital.
regras e leis; inteligência inferior à média; fluência § 1º A avaliação de saúde do candidato avaliará se este dispõe de
verbal/comunicação inadequada; baixo potencial de liderança; condições de saúde física e mental que o tornem apto ao exercício
presença de fobias; empatia, assistência, responsabilidade e das atividades próprias da função policial- militar.
persistência diminuídas; § 2º De posse do resultado dos exames laboratoriais e de imagens,
II - restritivas: sociabilidade inadequada; insegurança; bem como dos laudos médicos previstos no art. 17-D, a junta de
imaturidade; atenção e/ou memória com percentis inferiores; análise, saúde do concurso procederá para que o candidato submeta-se às
percepção, julgamento e iniciativa avaliações oftalmológica, odontológica e antropométrica.
inadequados; baixa produtividade e tomada de decisão; baixa § 3º A avaliação antropométrica avaliará o candidato quanto ao peso,
capacidade de cooperar e realizar trabalhos em grupo. altura, relação peso/altura por intermédio do Índice de Massa
§ 1° Para que o candidato seja eliminado do concurso deverá ter Corpórea (IMC), considerando os seguintes parâmetros:
incorrido em um dos critérios de corte abaixo estabelecidos: I - quatro I - o cálculo do IMC será realizado pela fórmula IMC = Kg/m2 (onde o
ou mais características prejudiciais; peso, em quilogramas, é dividido pelo quadrado da altura, em
II - três características prejudiciais e uma restritiva; metros); II - o IMC que aprovará o candidato deverá estar entre 18 e
III - duas características prejudiciais e duas restritivas; IV - 25;
uma característica prejudicial e três restritivas. §4º Os candidatos que apresentem IMC entre 25 e 30 à custa de
Art. 10-D. A avaliação psicológica será realizada simultaneamente a hipertrofia muscular serão avaliados individualmente pela junta de
todos os candidatos em igualdade de condições, em dias, locais e saúde do concurso.
horários divulgados previamente em edital, ficando vedado tratamento Art. 17-A. O candidato considerado aprovado na prova de
privilegiado a qualquer candidato, bem como a realização desta etapa conhecimentos ou na prova de conhecimentos e títulos e indicado na
fora do estabelecido em edital. avaliação psicológica submeter-se-á, em seguida, à avaliação de
Art. 10-E. No término do concurso a instituição contratada deverá saúde.
encaminhar à PM, no prazo de noventa dias, o material avaliativo Art. 17-B. A avaliação de saúde será procedida por Junta de Saúde
realizado pelos candidatos indicados, qual ficará sob da Corporação, composta por Oficiais Médicos com atuação nas
responsabilidade dos Oficiais Psicólogos do CIPAS/PM. áreas de clínica geral, oftalmologia e cardiologia, bem como Oficiais
§ 1º O material avaliativo a que se refere o caput é composto dos Cirurgiões Dentistas, que julgarão os casos de aptidão e inaptidão do
testes psicológicos corrigidos e laudados, das entrevistas e dos candidato, ressalvadas as hipóteses dos §§ 1º e 2º do art. 4º desta
resultados da dinâmica de grupo. Lei.
§ 2º Nos casos em que mesmo após o ingresso do candidato, haja Art. 17-C. A avaliação de saúde possui caráter eliminatório e tem
necessidade urgente de manuseio do material psicológico, tais como como objetivo avaliar se as condições de saúde física e mental do
por determinação judicial e apuração de questão disciplinar, o prazo candidato o tornam apto ou inapto a frequentar os cursos de que trata
de envio do material avaliativo do candidato é de quinze dias. esta Lei.
§ 3º No caso dos contraindicados que forem incluídos posteriormente Art. 17-D. Por ocasião da avaliação de saúde prevista durante os
por decisão judicial, o material avaliativo também deverá ser concursos de admissão para ingresso nos cursos de Formação ou
encaminhado no prazo de quinze dias. Adaptação da Polícia Militar, cada candidato deve apresentar
Art. 10-F. A contraindicação na avaliação psicológica não pressupõe, obrigatoriamente à Junta de Inspeção de Saúde o resultado dos
necessariamente, a existência de transtornos mentais, mas indica que seguintes exames complementares e laudos especializados
o candidato avaliado não apresenta o perfil exigido para os cargos da realizados nos últimos três meses:
PMPA. I - exames de sangue: hemograma, glicemia, uréia,
Art. 11. (REVOGADO PELA LEI Nº 8.342/16) creatinina, VDRL, HBSAg (Antígeno Austrália), Anti Hbe, Anti Hbc
Art. 12. Não será levada em consideração qualquer alteração (IgG e IgM), Anti HCV, sorologia para toxoplasmose, mononucleose,
psicológica ou fisiológica passageira, na data estabelecida para a chagas e sífilis, Anti-HIV I e II, Anti-HTLV I e II, TGO, TGP, colesterol
realização da avaliação psicológica. total, HDL, LDL, triglicerídeos, Beta HCG (candidata feminina);
Art. 13. (REVOGADO PELA LEI Nº 8.342/16) II - exame toxicológico laboratorial: baseado em matriz
Art. 14. O candidato contraindicado poderá interpor recurso e solicitar biológica (Queratina / Cabelo / Pelos);
entrevista devolutiva da contraindicação, no prazo máximo de três III - EXAME RADIOGRÁFICO (RX): com seus respectivos
dias úteis após a publicação do resultado da avaliação psicológica. laudos para tórax PA e perfil, coluna vertebral cervical, torácica,
Parágrafo único. O candidato poderá, mediante requerimento, ter lombar e sacra em ortostase, crânio AP e perfil;
acesso à decisão fundamentada sobre sua avaliação psicológica. IV - exame de urina - EAS;
Art. 15. (REVOGADO PELA LEI Nº 8.342/16) V - ecocardiograma bidimensional com Doppler, com laudo; VI
Art. 16. Regras complementares à avaliação psicológica serão - teste ergométrico com laudo;
estabelecidas em regulamento posterior, em caso de atualização de VII - eletroencefalograma com laudo; VIII - tonometria;
critérios estabelecidos pelo Conselho Federal de Psicologia. IX - biomicroscopia;
X - motricidade ocular extrínseca; XI - senso cromático, com
SEÇÃO III laudo; XII - audiometria tonal, com laudo; XIII - citologia oncótica;
DA AVALIAÇÃO DE SAÚDE XIV - ultrassonografia: pélvica e mamária bilateral, para
candidatas do sexo feminino;
Art. 17. A avaliação de saúde é realizada por meio de três tipos de XV - EXAME PSIQUIÁTRICO: emitido por psiquiatra
avaliação: devidamente registrado na especialidade junto ao CRM

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e filiado à Sociedade Brasileira de Psiquiatria.
§ 1º O candidato será considerado inapto na Avaliação de Saúde nos pulmonar ou suas sequelas; erisipela; eritema nodoso; estenoses
casos em que apresentar alteração dos exames que represente arteriais/venosas; fístula arteriovenosa congênita ou adquirida; flebite;
qualquer uma das condições de inaptidão para o serviço policial- insuficiência venosa crônica; varizes em membro inferior
militar, previstas no art. 17-E desta Lei. (excetuando- se o quadro inicial); úlceras dos membros inferiores;
§ 2º Todas as patologias psiquiátricas são consideradas síndrome pós-flebítica; úlceras de pressão; linfangite; linfedema;
incapacitantes, inclusive o alcoolismo. edema idiopático de membro; linfocele; lúpus eritematoso, sistêmico
§ 3º Será automaticamente eliminado do concurso o candidato que, ou não; poliarterite nodosa; polineuropatia periférica de qualquer
na data e horário determinados para a realização da inspeção de etiologia; síndrome de Klippel Trenaunay; síndrome de Raynaud;
saúde, não se encontrar em condições de saúde compatível com o doença de Raynaud; síndrome pós-erisipela; síndrome do túnel do
cargo ao qual está concorrendo, ou deixar de apresentar um dos carpo; síndrome do desfiladeiro cérvico- torácico e microangiopatia
exames previstos nesta etapa. trombótica; tromboangeite obliterante (TAO); dissecção cirúrgica
§ 4º A critério da banca examinadora, o candidato deverá, às suas arterial ou venosa; punção venosa central; cicatriz de cirurgia vascular
expensas, providenciar de imediato qualquer outro exame arterial, venosa ou linfática; hemangioma; tumor vascular, benigno
complementar não mencionado nesta Lei, que se torne necessário e/ou maligno;
para firmar um diagnóstico, visando dirimir eventuais dúvidas, V - apresentar no sistema musculoesquelético: perda de
podendo ainda, a critério da banca examinadora, ser convocado para substância óssea com redução da capacidade motora; limitação da
novo exame clínico. amplitude fisiológica de quaisquer articulações; instabilidades
Art. 17-E. As causas que implicam em inaptidão do candidato durante articulares tipo luxações recidivantes ou habituais, instabilidade
a Avaliação de Saúde são as seguintes: ligamentares isoladas ou generalizadas de qualquer etiologia; desvio
I - altura inferior a um metro e sessenta centímetros para o sexo de eixo fisiológico do aparelho locomotor, como sequela de fraturas;
masculino e inferior a um metro e cinquenta e cinco centímetros para cifoses superiores a 45 graus, escoliose superior a 10 graus,
o sexo feminino; (Alterada pela LEI N° 9.387, DE 16 DE DEZEMBRO espondilólise e espondilolistese, de natureza congênita ou adquirida;
DE 2021) deformidade de cintura escapular, do cotovelo, punho ou mão e dos
I - possuir tatuagem que atente contra o pudor do policial dedos; hérnia de disco da coluna vertebral; desvios do tornozelo e
militar e comprometa o decoro da classe; que expressem qualquer articulações subtalar, desvios das articulações médio társicas e do
tipo de preconceito quanto a religião ou raça, faça apologia ao crime antepé; preexistência de cirurgia em plano articular; obliquidade
ou relacione o portador da tatuagem a qualquer associação pélvica com ou sem discrepâncias de complemento dos membros
criminosa; (Alterada pela LEI N° 8.971, DE 13 DE JANEIRO DE inferiores (maiores que 8mm), Genu Varum ou Valgum (superiores a
2020) 5 graus); alterações
II - possuir tatuagem de grandes dimensões, capaz de cobrir congênitas e sequelas de osteocondrites; doença infecciosa óssea e
os membros superiores, cabeça e pescoço e que fiquem visíveis articular (osteomielite) ou sequelas que levem à redução significativa
quando da utilização dos uniformes previsto no Regulamento de de mobilidade articular e força muscular que sejam incompatíveis com
Uniformes da Polícia Militar do Estado do Pará, exceto o de educação a atividade policial-militar; alteração de eixo que comprometa a força
física; e a estabilidade dos membros superiores e inferiores; discopatia;
III - apresentar, por ocasião da avaliação clínico geral, um dos luxação recidivante; fratura viciosa consolidada; pseudoartrose;
seguintes quadros: bócio, exoftalmia, anisocoria, alopecias doença inflamatória e degenerativa ósteoarticular; artropatia gotosa;
patológicas, hiperidrose; desnutrição e hipovitaminoses; ausência tumor ósseo e muscular; distúrbios osteomusculares relacionados ao
(congênita ou adquirida, total ou parcial) de dedos das mãos e/ou dos trabalho ou lesões por esforço repetitivos;
pés; ausência (congênita ou adquirida, total ou parcial) de parte do VI - apresentar no sistema cardiorrespiratório: má formação de
corpo humano que impeça ou dificulte o exercício de atividade qualquer parte do aparelho cardiorrespiratório, anomalias genéticas
policial-militar ou mesmo a execução de qualquer exercício e/ou congênitas; insuficiência cardíaca, insuficiência coronariana,
necessário para o aprimoramento físico; cicatriz decorrente de insuficiência valvular cardíaca; infarto agudo do miocárdio; bloqueios
cirurgia neurológica, abdominal, vascular, cardíaca, torácica, e/ou qualquer outro transtorno da condução; retrações/abaulamentos
ortopédica, urológica, ginecológica, de cabeça ou de pescoço; cicatriz torácicos; sopros cardíacos; arritmias cardíacas; lesões valvulares;
decorrente de acidente, ferimento ou queimadura, quando deformante doença reumática cardíaca; doença hipertensiva (essencial ou
ou que impeça (ou dificultem) o exercício de atividade policial militar secundária); hipotensão; insuficiência respiratória de qualquer
ou mesmo a execução de qualquer exercício necessário ao etiologia, asma, bronquite; cicatrizes operatórias toraco-cardíacas;
aprimoramento físico; cicatriz decorrente de ferimento por arma de endocardites, miocardites, pericardites; infecções agudas ou crônicas
fogo, arma branca ou material explosivo, quando deformante ou que (e/ou suas sequelas) das vias aéreas em qualquer porção; enfisema
impeça (ou dificultem) o exercício de atividade policial-militar ou pulmonar; doença pulmonar obstrutiva crônica, bronquectasias,
mesmo a execução de qualquer exercício necessário ao pneumoconioses, pneumonites, edema pulmonar; afecções
aprimoramento físico; necróticas/supurativas e abscessos das vias aéreas superiores e
IV - apresentar no sistema vascular: aneurisma em qualquer inferiores; doenças da pleura; doenças infectocontagiosas;
localização ou tamanho; arteriopatia funcional; arterite; artrite antecedentes de pneumotórax e/ou derrame pleural; traqueostomias;
reumatoide; ataque isquêmico transitório; aterosclerose de aorta; tumores benignos e/ou malignos deste sistema;
aterosclerose de artéria de membro, cervical ou visceral; acidente VII - apresentar no sistema digestivo: doenças das glândulas
vascular cerebral (isquêmico ou hemorrágico); cefaleia vascular salivares, doenças da língua, doenças dos lábios e mucosa oral;
(enxaqueca); celulite (infecção) ou abscesso ativo em qualquer parte doenças do esôfago, varizes esofagianas, esofagites, doenças
do corpo; claudicação intermitente; síndrome da compressão da veia gástricas, úlcera gástrica, ulcera bulbar/duodenal; hérnias e
cava superior ou inferior; circulação colateral na região eventrações primárias e/ou rescidivadas; enterites e colites (colite
cefálica/cervical, no tórax, no abdome ou em membro; eczema agudo ulcerativa, crohn); transtornos vasculares dos intestinos; íleo
ou crônico; diabetes mellitus de qualquer tipo; diabetes insipidus; paralítico; pólipos intestinais; fissura, fístulas e abscessos anorretais;
fibromialgias; doença de Takayasu, doença dos capilares; insuficiências hepáticas de qualquer etiologia; hepatomegalia;
embolia/trombose de qualquer artéria ou veia em síndromes ictéricas; etilismo; fibrose/cirrose hepáticas;

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estágio agudo, crônico ou com sequelas; embolia ascites com qualquer volume; pancreatites;
verminoses sem tratamento; síndromes de máabsorção intestinal; visualização do conduto auditivo externo e da membrana timpânica;
cicatrizes de laparotomia; tumores benignos e/ou malignos deste otites externas; otites médias agudas, crônicas e mastoidites; perda
sistema; auditiva e/ou zumbido que dificulte o exercício da função policial
VIII - apresentar na pele e anexos: infecções agudas e crônicas, militar; distúrbios de equilíbrio; cicatrizes de cirurgias otológicas;
impetigo, linfadenite, hidrosadenite; pênfigo, lúpus, afecções bolhosas deformidades nasais congênitas ou adquiridas, destruição do
de origem patológica; eritema nodoso; sequelas de radioterapia; esqueleto nasal, desvio septal; rinopatias e rinosinusopatias;
sequelas de queimaduras de qualquer parte do corpo humano, amigdalites crônicas; patologias da laringe (inflamatórias, infecciosas,
deformante e/ou que impeça (ou dificulte) o exercício da função tumorais, degenerativas, congênitas, pós- traumáticas); surdo-mudez
policial-militar ou mesmo a execução de qualquer exercício e tartamudez; deformidades congênitas ou adquiridas da região
necessário para o aprimoramento físico; dermatites de contato de palatofaríngea; tumores benignos e/ou malignos deste sistema;
qualquer parte do corpo humano que impeça ou dificulte o exercício XIV - apresentar no sistema ginecológico: neoplasias malignas;
da função policial-militar ou mesmo a execução de qualquer exercício cistos ovarianos não funcionais; lesões uterinas e todas as patologias
necessário para o aprimoramento físico; tumores malignos e/ou ginecológicas adquiridas, exceto se insignificantes e desprovidas de
benignos deste sistema; potencial mórbido; anomalias congênitas com repercussão funcional
IX - apresentar no sistema urogenital masculino: hipospádia, ou com potencial para morbidade; mastites específicas; tumor
epispádia, estenose de meato uretral, criptorquidia, hidrocele, maligno da mama; endometriose comprovada;
varicocele, ausência/atrofia testicular uni/bilateral, hipogonadismo, XV - odontológico: cárie extensa com comprometimento da
doenças sexualmente transmissíveis, hidronefrose, cálculos do polpa, com a presença de lesão periapical; raízes residuais com
sistema urinário, hematúria, leucocitúria, insuficiência renal, elevação presença ou não de lesão periapical, o que torna as raízes
dos valores laboratoriais de uréia e creatinina, cicatrizes de inaproveitáveis proteticamente; dentes com presença de restaurações
lombotomia; orquites, epididimites; patologias renais funcionais; deficientes, com presença de infiltração ou de cimentos provisórios;
alterações congênito genéticas do sistema urogenitais, funcionais dentes fraturados com presença de comprometimento endodôntico;
e/ou anatômicas; tumores benignos e/ou malignos deste sistema; presença de periodontite avançada; anomalias de desenvolvimento
X - apresentar no sistema nervoso (central e periférico): de lábios, língua, palato, que prejudiquem a funcionalidade do
doenças inflamatórias, abscessos, flebites e tromboflebites, sequelas aparelho estomatognático, com ou sem prejuízo da estética; ausência
das doenças inflamatórias; atrofias como sequelas de patologias do de dentes anteriores superiores e inferiores que comprometam a
sistema nervoso central e/ou periférico; doenças estética, a fonética e a funcionalidade do sistema estomatognático,
degenerativas e suas sequelas; doenças desmielinizantes; esclerose com tolerância de aparelhos que substituam as ausências, desde que
múltipla; epilepsia, síndromes convulsivas; neurocisticercose; cefaleia satisfaçam a estética e a função; lesões císticas, anomalias
vascular (enxaqueca); acidentes vasculares cerebrais (isquêmicos ou congênitas, alterações ganglionares ou alterações inespecíficas que
hemorrágicos); transtornos dos nervos, das raízes nervosas e dos comprometam a funcionalidade da cavidade oral; neoplasias da
plexos nervosos; ciatalgias; mono e polineuropatias dos membros; cavidade oral (benigna ou maligna); lesões précancerígenas
doenças da junção mioneural e dos músculos; miopatias; síndromes (leucoplasias, hiperqueratoses, etc.); distúrbios da fala impeditivos às
paralíticas, hidrocefalia; patologias congênito- genéticas do sistema exigências da atividade policial-militar, que exigem facilidade de
nervoso; cicatrizes de craniotomia, laminectomia; tumores benignos dicção e expressão no relacionamento com o público e com a tropa;
e/ou malignos deste sistema; tratamento ortodôntico sem comprovação de que se encontra com
XI - apresentar no sistema endócrino: doenças da glândula acompanhamento, ou seja, há a obrigatoriedade de apresentação de
tireoide (hiper/hipotireoidismos), bócio, diabetes mellitus (qualquer laudo do ortodontista, vedado laudo emitido por cirurgião dentista
tipo) e suas complicações, diabetes insipidus e suas complicações; clínico; prótese sem funcionalidade, bem como desajustada, com
cirurgias da tireoide/paratireóide; alterações endócrinas e exócrinas comprometimento da estética e função; ausência de seis elementos
do pâncreas; transtornos da glândula paratireoide e suas molares, com tolerância de aparelhos que substituam as ausências
complicações; síndrome de Cushing, síndrome de Addison; em cada arcada, ou seja, há obrigatoriedade de dez elementos
transtornos adrenogenitais. transtornos das glândulas suprarrenais; dentais naturais; disfunção da ATM;
hiperaldosteronismo; disfunções endócrinas ovarianas/testiculares; XVI - odontológico: cárie extensa com comprometimento da
disfunções poliglandulares; disfunções do timo; tumores benignos polpa, com a presença de lesão periapical; raízes residuais com
e/ou malignos deste sistema; presença ou não de lesão periapical, o que torna as raízes
XII - apresentar no sistema oftalmológico: será observada a inaproveitáveis proteticamente; dentes com presença de restaurações
Escala de SNELLEN na acuidade visual: defi cientes, com presença de infiltração ou de cimentos provisórios;
a) sem correção: serão considerados aptos os candidatos com dentes fraturados com presença de comprometimento endodôntico;
acuidade visual mínima de 0,7 (zero vírgula sete) em cada olho presença de periodontite avançada; anomalias de desenvolvimento
separadamente ou apresentar visão 1,0 (um) em um olho e no outro de lábios, língua, palato, que prejudiquem a funcionalidade do
no mínimo 0,5 (zero vírgula cinco); aparelho estomatognático, com ou sem prejuízo da estética; ausência
b) com correção: serão considerados aptos os candidatos com de dentes anteriores superiores e inferiores que comprometam a
acuidade visual igual a 1,0 (um) em cada olho separadamente, com a estética, a fonética e a funcionalidade do sistema estomatognático,
correção máxima de 1,50 (um e meio) dioptrias esférica ou cilíndrica; com tolerância de aparelhos que substituam as ausências, desde que
c) observações: nas ametropias mistas será levado em conta satisfaçam a estética e a função; lesões císticas, anomalias
seu equivalente esférico; os candidatos deverão comparecer ao congênitas, alterações ganglionares ou alterações inespecífi cas que
exame com as lentes dos óculos atualizadas, não sendo permitido o comprometam a funcionalidade da cavidade oral; neoplasias da
exame com lente de contato; as patologias oculares serão analisadas cavidade oral (benigna ou maligna); lesões précancerígenas
individualmente de acordo com o critério médico especializado. (leucoplasias, hiperqueratoses, etc.); distúrbios da fala impeditivos às
Patologias degenerativas da conjuntiva e córnea; ceratocone; exigências da atividade policial-militar, que exigem facilidade de
tumores; estrabismos de qualquer tipo (forias e tropias); dicção e expressão no relacionamento com o público e com a tropa;
discromatopias e acromatopias em qualquer das suas variantes; tratamento ortodôntico sem comprovação de que se encontra com
XIII - apresentar no sistema acompanhamento, ou seja, há a obrigatoriedade de

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otorrinolaringológico: cerúmen que impossibilita a apresentação de laudo de cirurgião dentista; prótese
sem funcionalidade, bem como desajustada, com comprometimento tentativa com um intervalo máximo de uma hora entre a primeira e a
da estética e da função; ausência de 6 (seis) elementos molares, com segunda tentativa, para sua recuperação física.
tolerância de aparelhos que substituam as ausências em cada § 2º O teste de avaliação física será aplicado em pelo menos dois
arcada, ou seja, há obrigatoriedade de 10 (dez) elementos dentais dias seguidos ou não, a critério da comissão nomeada, de acordo
naturais; disfunção da ATM. (Alterada pela LEI N° 8.971, DE 13 DE com o número de candidatos a serem avaliados, condições climáticas
JANEIRO DE 2020) e infraestrutura disponível para sua realização.
XVII - apresentar exame toxicológico positivo para substâncias Art. 18-D. Os testes e índices mínimos do teste de avaliação física
entorpecentes ilícitas; XVIII - apresentar demais moléstias e obedecerão às normas relacionadas a seguir, para ambos os sexos,
deficiências físicas e mentais que inabilitem o candidato para as conforme índices mínimos dos seguintes exercícios físicos:
atividades inerentes ao cargo, consoante disposições do edital ou I - para os Cursos de Formação:
regulamento. a) flexão/sustentação de braço na barra fixa horizontal: 4
§ 1º Os motivos de inaptidão serão divulgados somente ao candidato (quatro) repetições para o sexo masculino e 16 (dezesseis) segundos
ou ao seu representante legal, atendendo-se aos ditames da Ética de sustentação para o sexo feminino; (Alterado pela LEI N° 9.387, DE
Médica. 16 DE DEZEMBRO DE 2021)
§ 2º Será automaticamente eliminado do concurso o candidato que, b) flexão abdominal sobre o solo com duração de 1 (um)
na data e horário determinados para a realização da avaliação de minuto: 40 (quarenta) repetições para o sexo masculino e 35 (trinta e
saúde, não se encontrar em condições cinco) repetições para o sexo feminino; (Alterado pela LEI N° 9.387,
de saúde compatível com o cargo ao qual está concorrendo, ou DE 16 DE DEZEMBRO DE 2021)
deixar de apresentar um dos exames previstos para essa etapa. c) flexão de braço no solo: 30 (trinta) repetições para ambos
§ 3º O exame clínico e a entrega dos exames acima descritos serão os sexos, sendo a execução para os homens em 4 (quatro) apoios
realizados nas datas fixadas em edital específico de convocação. (mãos e pés) e para as mulheres em 6 (seis) apoios (mãos, joelhos e
§ 4º O candidato deverá providenciar, às suas expensas, os exames pés); e (Alterado pela LEI N° 9.387, DE 16 DE DEZEMBRO DE 2021)
necessários. d) corrida com duração de 12 (doze) minutos: 2.400 (dois mil e
§ 5º Em todos os exames, além do nome do candidato, deverão quatrocentos) metros para o sexo masculino e 2.000 (dois mil) metros
constar, obrigatoriamente, a assinatura e o registro no órgão de para o sexo feminino; e (Alterado pela LEI N° 9.387, DE 16 DE
classe específico do profissional responsável, sendo motivo de DEZEMBRO DE 2021)
inautenticidade desses a inobservância ou a omissão dessas II - para o Curso de Adaptação de Oficiais:
informações. § 6º Os exames entregues serão avaliados pela Junta a) flexão/sustentação de braço na barra fixa horizontal: 2
de Saúde, em complementação ao exame clínico. (duas) repetições para o sexo masculino e 12 (doze) segundos de
§ 7º A Junta de Saúde, após a análise do exame clínico e dos sustentação para o sexo feminino; (Alterado pela LEI N° 9.387, DE 16
exames dos candidatos, emitirá apenas parecer da aptidão ou DE DEZEMBRO DE 2021)
inaptidão do candidato, conforme os ditames da Ética Médica. § 8º b) flexão abdominal sobre o solo com duração de 1 (um)
Não serão recebidos exames médicos fora do prazo estabelecido em minuto: 37 (trinta e sete) repetições para o sexo masculino e 32 (trinta
edital. e duas) repetições para o sexo feminino; (Alterado pela LEI N° 9.387,
Art. 17-F. Nos três dias úteis subsequentes à publicação do resultado DE 16 DE DEZEMBRO DE 2021)
da Avaliação de Saúde os candidatos poderão apresentar recurso c) flexão de braço no solo: 27 (vinte e sete) repetições para
fundamentado, conforme modelo constante no edital, o qual será ambos os sexos, sendo a execução para os homens em 4 (quatro)
analisado e julgado pela comissão organizadora. apoios (mãos e pés) e para as mulheres em 6 (seis) apoios (mãos,
SEÇÃO IV joelhos e pés); e (Alterado pela LEI N° 9.387, DE 16 DE DEZEMBRO
DO TESTE DE AVALIAÇÃO FÍSICA DE 2021)
Art. 18. O candidato apto na avaliação de saúde submeter-se-á ao d) corrida com duração de 12 (doze) minutos: 2.200 (dois mil e
exame de aptidão física individual, denominado teste de avaliação duzentos) metros para o sexo masculino e 1.800 (um mil e oitocentos)
física. metros para o sexo feminino. (Alterado pela LEI N° 9.387, DE 16 DE
Art. 18-A. O teste de avaliação física será aplicado por comissão DEZEMBRO DE 2021)
composta por Oficiais e Praças da Polícia Militar especialistas na Art. 18-E. Os testes físicos terão a seguinte descrição e execução:
área, detentores do Curso Militar de Educação Física realizado nas I - flexão na barra fixa horizontal para candidatos do sexo
Polícias Militares ou Forças Armadas do Brasil, ou Educadores masculino:
Físicos graduados, detentores do Curso de Licenciatura em a) posição inicial: ao comando de “em posição”, o candidato
Educação Física, ressalvadas as hipóteses dos §§ 1º e 2º do art. 4º deverá ficar suspenso na barra horizontal, sendo a largura da pegada
desta Lei. aproximadamente a dos ombros. A pegada das mãos deverá ser em
Art. 18-B. O teste de avaliação física, de presença obrigatória e de pronação (dorsos das mãos voltados para o corpo do executante),
caráter eliminatório, será realizado pela comissão organizadora e visa cotovelos em extensão, não podendo haver nenhum contato dos pés
avaliar o condicionamento físico do candidato, exigindo os índices com o solo e todo o corpo estando completamente na posição
mínimos de desempenho físico necessários no desenvolvimento das vertical;
atividades físicas inerentes ao policial militar, durante os cursos de b) execução: ao comando de “iniciar”, o candidato deverá
formação ou de adaptação. flexionar os cotovelos, elevando o seu corpo até que o queixo
Art. 18-C. O candidato deverá comparecer em data, local e horário a ultrapasse o nível da barra, sem tocar a barra com o queixo e sem
serem determinados previamente, divulgados no Diário Oficial do hiperextensão do pescoço. Em seguida, deverá estender novamente
Estado, com roupa e calçado apropriados à prática da educação os cotovelos, baixando o seu corpo até a posição inicial. Esse
física, munido de documento de identidade original, com foto, capaz movimento
de identificá-lo. completo, finalizado com o retorno à posição inicial, corresponderá a
§ 1º Os testes físicos serão realizados em até duas tentativas, com um exercício completo;
exceção da corrida, que será realizada em apenas uma tentativa. II - sustentação na barra fixa horizontal para candidatos do
Caso o candidato não alcance o Índice mínimo na sexo feminino:

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primeira tentativa, poderá realizar uma segunda
a) posição inicial: a candidata deverá posicionar-se sob a novamente os braços, estendendo-os simultaneamente para erguer o
barra, pisando sobre um ponto de apoio, caso necessário. Ao tronco até que os braços fiquem totalmente estendidos, o que
comando de “em posição”, a candidata empunhará a barra em corresponderá a um exercício completo. Cada candidata deverá
pronação (dorso das mãos voltados para o corpo do executante), executar o número máximo de flexões de braços sucessivas, sem
cotovelos flexionados, mantendo o pescoço acima da barra fixa (sem interrupção do movimento. O ritmo das flexões de braços será opção
tocá-la), com o corpo na posição vertical, pernas estendidas e da candidata e não há limite de tempo.
podendo os pés estar em contato com o ponto de apoio; VI - corrida de doze minutos para candidatos de ambos os
b) execução: ao comando de “iniciar”, será iniciada a sexos:
cronometragem do tempo de permanência da candidata na posição a) execução: o(a) candidato(a), em uma única tentativa, terá o tempo
estendida, e caso haja o ponto de apoio, este será retirado, devendo de doze minutos para percorrer a distância mínima exigida, em uma
a candidata permanecer sustentada apenas com o esforço de seus pista oficial de atletismo ou em local plano previamente demarcado,
membros superiores, com os cotovelos flexionados, mantendo o com identificação da metragem ao longo do trajeto; a metodologia
pescoço acima da barra e sem apoiá- lo, e o corpo na posição vertical para a preparação e execução do teste obedecerá aos seguintes
e pernas estendidas, dentro do tempo previsto para sua execução. critérios: o(a) candidato(a) poderá deslocar-se em qualquer ritmo,
III - flexão abdominal em um minuto para candidatos de ambos correndo ou caminhando, podendo, inclusive, parar e depois
os sexos: prosseguir; será informado o tempo que restar para o término da
a) posição inicial: os candidatos deitados de costas, na prova, quando faltar um minuto, através de um silvo de apito,
posição completamente horizontal de todo o corpo em relação ao podendo no entanto o(a) candidato(a) utilizar relógio para controlar o
solo, com os membros, as costas e a cabeça em contato pleno com o seu tempo durante a prova; ao passar pelo local determinado, cada
solo, pernas estendidas, os braços atrás da cabeça, com os cotovelos candidato(a) deverá dizer o seu nome ou número em voz alta para o
estendidos e dorso das mãos tocando o solo; avaliador; após soar o apito encerrando o teste, o(a) candidato(a)
b) execução: após o silvo de apito, os candidatos começarão a deverá parar o trajeto e permanecer no local onde encerrou a prova,
primeira fase do teste, realizando um movimento simultâneo no qual podendo continuar caminhando lateralmente na pista, no ponto em
os joelhos deverão ser flexionados, os pés deverão tocar o solo, o que se encontrava quando soou o apito de término da prova,
quadril deverá ser flexionado (posição sentado) e os cotovelos aguardando a presença do avaliador, que irá aferir mais precisamente
deverão alcançar ou ultrapassar os joelhos pelo lado de fora do corpo a metragem percorrida.
com os braços estendidos. Em seguida e sem interrupção, os VII - os candidatos poderão desistir de realizar os testes que
candidatos deverão voltar à posição inicial, realizando o movimento compõem o Teste de Avaliação Física, por escrito, em formulário
inverso. O movimento completo, finalizado com o retorno à posição próprio a ser fornecido pela comissão organizadora;
inicial, corresponderá a um exercício completo; VIII - os casos de alteração psicológica e/ou fisiológica
IV - apoio de frente sobre o solo para candidatos do sexo temporária ou permanente que impossibilitem a realização dos testes
masculino, em quatro apoios: ou que diminuam a capacidade física dos candidatos não serão
a) posição inicial: o candidato deverá se posicionar em levados em consideração, não sendo dispensado nenhum tratamento
decúbito ventral, apoiando as palmas das mãos no solo, ficando as privilegiado;
mãos ao lado do tronco com os dedos apontados para a frente e os IX - o resultado do Teste de Avaliação Física será publicado no
polegares tangenciando os ombros, permitindo, assim, que as mãos Diário Oficial do Estado do Pará, no quadro de aviso do Quartel do
fiquem com um afastamento aproximadamente à largura do ombro. Comando-Geral da PMPA, nos Quadros de Avisos dos Quartéis da
Os braços devem ficar totalmente estendidos, mantendo os pés PMPA sediados nos municípios polos e/ou na página na internet da
próximos e apoiados sobre o solo, deixando o corpo em uma posição comissão organizadora ou da Polícia Militar do Pará.
horizontal em relação ao solo; Art. 18-F. São condições que implicam na eliminação do candidato: I -
b) execução: o candidato deverá abaixar o tronco e as pernas faltar ou chegar atrasado para o exame físico;
ao mesmo tempo, flexionando os braços paralelamente ao corpo até II - for considerado inapto por não ter atingido o índice mínimo
que o cotovelo alcance ou ultrapasse a linha das costas, sem que o exigido em qualquer um dos cinco testes aplicados e acima descritos
corpo (a parte frontal) encoste no solo. Elevará, então, novamente os ou não realizar os testes físicos na data prevista, seja por qualquer
braços, estendendoos simultaneamente para erguer o tronco e as motivo de alterações psicológicas e/ou fisiológicas temporárias ou
pernas até que os braços fiquem totalmente estendidos, o que permanentes;
corresponderá a um exercício completo. Cada candidato deverá III - deixar a candidata gestante de apresentar atestado
executar o número máximo de flexões de braços sucessivas, sem médico, emitido até quarenta e oito horas antes da realização do
interrupção do movimento. O ritmo das flexões de braços será opção Teste de Avaliação Física, por médico especialista habilitado para
do candidato e não há limite de tempo. emitilo, atestando que ela pode realizar o teste de avaliação física,
V - apoio de frente sobre o solo para candidatos do sexo e/ou não assinar o Termo de Responsabilidade fornecido pela
feminino, em seis apoios: comissão organizadora;
a) posição inicial: a candidata policial-militar deverá se IV - desistir, por escrito, de realizar qualquer um dos testes que
posicionar em decúbito ventral, apoiando as palmas das mãos no compõem a etapa de Avaliação Física.
solo, ficando as mãos ao lado do tronco com os dedos apontados Art. 18-G. Nos três dias úteis subsequentes à publicação do resultado
para a frente e os polegares tangenciando os ombros, permitindo, dos testes de avaliação física, os candidatos poderão apresentar
assim, que as mãos fiquem com um afastamento aproximadamente à recurso fundamentado, conforme modelo constante no edital, o qual
largura do ombro. Os braços devem ficar totalmente estendidos, será analisado e julgado pela comissão organizadora do concurso.
mantendo os pés próximos e apoiados sobre o solo juntamente com Art. 18-H. A investigação de antecedentes pessoais, de caráter
os joelhos, deixando o tronco em uma posição horizontal em relação eliminatório, dar-se-á durante o transcurso do concurso, por meio de
ao solo; investigação no âmbito social, funcional, civil e criminal, a fim de
b) execução: a candidata deverá abaixar o tronco, flexionando buscar os elementos que demonstrem se o candidato possui
os braços paralelamente ao corpo até que o cotovelo alcance ou idoneidade moral e conduta ilibada, imprescindíveis para o exercício
ultrapasse a linha das costas, sem que o corpo (a das atribuições inerentes ao cargo a que concorre,

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parte frontal) encoste no solo. Elevará, então, devendo ser aplicada pela Polícia Militar.
§ 1º Deverá ser constituída comissão para fins de avaliação dos I - permissão para incorporação;
dados apurados na investigação de antecedentes pessoais, a qual II - informação sobre a conduta militar.
considerará apto ou inapto o candidato. Art. 23. Satisfeitas as condições para o ingresso, o Comandante
§ 2º A investigação de antecedentes pessoais abrangerá o tempo Geral da PMPA providenciará a matrícula dos candidatos aprovados
anterior ao ingresso e será realizada pela Polícia Militar, nos termos que ingressarão no estado efetivo da Corporação.
que dispuser o edital ou ato normativo expedido pelo Comando da Art. 24. Será considerado nulo o ingresso na PMPA processado com
Corporação. infringência de qualquer dispositivo desta Lei.
§ 3º O candidato considerado inapto na investigação de antecedentes § 1º Caberá ao Comandante-Geral da PMPA apurar, por meio de
pessoais poderá, mediante requerimento, ter acesso à decisão processo administrativo, se a irregularidade preexistia à data do
fundamentada sobre sua inaptidão. ingresso e as responsabilidades dela decorrentes.
§ 4º O candidato considerado inapto poderá interpor recurso no prazo § 2º Se ficar apurado que a irregularidade preexistia ao ingresso, este
máximo de três dias úteis após publicação do respectivo ato. será anulado.
§5º A investigação de que trata o caput deste artigo deverá se Art. 25. O ingresso nos quadros da Polícia Militar obedecerá ao
fundamentar por meio de provas admitidas na legislação e caberá ao voluntariado, de acordo com esta Lei, respeitadas as prescrições da
edital disciplinar a matéria. Lei do Serviço Militar e seu Regulamento.
CAPÍTULO III Art. 26. É vedada a reinclusão, salvo para dar cumprimento à decisão
DAS CONDIÇÕES PARA INGRESSO judicial e nos casos de deserção, extravio e desaparecimento.
Art. 19. O ingresso na Polícia Militar ocorrerá por meio de Art. 27. O ingresso na PMPA é privativo de candidatos que,
incorporação ou nomeação, após aprovação em concurso público de aprovados e classificados no concurso público, atendam aos
provas ou de provas e títulos, o qual se regerá pelas regras que forem requisitos de inscrição no certame seletivo e de matrícula no Curso de
estabelecidas no respectivo edital, observadas as normas do inciso X Formação ou Adaptação.
do § 3° do art. 142 da Constituição Federal e as constantes desta Lei Parágrafo único. Em caso de candidato pertencente à carreira militar
e de seu regulamento. federal, estadual ou distrital, exigir-se-á, ainda, o licenciamento da
Parágrafo único. O ingresso se efetivará: organização militar em que serviu com o comportamento, no mínimo,
I - pela incorporação e matrícula do praça especial ou do bom.
praça, por ato do Comandante- Geral; Art. 27-A. Após a incorporação e matrícula, caberá à Corregedoria-
II - pela nomeação do oficial, por ato do Governador do Geral da Corporação a apuração, por meio de processo
Estado. administrativo, de possíveis vícios anteriores ao ato de ingresso, que
SEÇÃO V possam torná-lo nulo.
DA INVESTIGAÇÃO DOS ANTECEDENTES PESSOAIS Art. 28. O ingresso nos Quadros da PMPA dar-se-á:
Art. 20. Para a matrícula nos cursos realizados na Corporação serão I - no posto de Segundo Tenente, se o concurso for para
observadas as condições relativas ao perfil psicológico, à admissão ao Quadro de Oficiais Capelães (QOCPM), Complementar
nacionalidade, idade, aptidão intelectual, (QCOPM) e de Saúde (QOSPM);
capacidade física e mental, idoneidade moral. Parágrafo único. O II - no posto de Segundo Tenente, se o concurso for para
disposto neste artigo e no anterior aplica-se aos candidatos ao admissão ao Quadro de Oficiais Policiais Militares (QOPM), após o
ingresso nos quadros de oficiais em que é exigido o diploma de Aluno Oficial PM (Cadete) concluir o Curso de Formação de Oficiais e
estabelecimento de ensino superior reconhecido pelo Ministério da o período de Aspirante-a-Oficial; (Alterada pela LEI N° 8.971, DE 13
Educação. DE JANEIRO DE 2020)
Art. 21. Ao candidato aprovado e classificado no concurso, de acordo III - na graduação de Soldado PM, se o concurso for para
com o número de vagas ofertadas, será garantido o direito à matrícula admissão ao Quadro de Praças, após a conclusão do Curso de
no Curso de Formação ou de Adaptação Policial Militar, no período de Formação de Praças PM.
validade do concurso. Art. 29. Não ingressará na PMPA o candidato que tenha sido
§ 1º Para a matrícula no Curso de Formação de Oficiais, será exigido licenciado ou excluído disciplinarmente da carreira militar federal,
do candidato o diploma de Curso de Bacharel em Direito, expedido estadual ou distrital.
por instituição de ensino reconhecida pelo Ministério da Educação,
além de outros requisitos previstos nesta Lei e nas normas editalícias. CAPÍTULO IV
(Alterada pela LEI N° 8.971, DE 13 DE JANEIRO DE 2020) DOS CURSOS DE FORMAÇÃO E DE ADAPTAÇÃO SEÇÃO I
§ 2º Para a matrícula no Curso de Adaptação de Oficiais, será exigido DOS CURSOS DE FORMAÇÃO
do candidato o diploma de curso de graduação, expedido por Art. 30. A Polícia Militar do Pará possui os seguintes cursos de
instituição de ensino reconhecida pelo Ministério da Educação, além formação:
de outros requisitos previstos no regulamento desta Lei e/ou nas I - Curso de Formação de Praças PM (CFP), com duração
normas editalícias. mínima de seis meses;
§ 3º Para matrícula no Curso de Formação de Praças PM, será II - Curso de Formação de Oficiais (CFO), com duração
exigido do candidato o certificado ou atestado de conclusão do ensino mínima de dezoito meses.
médio, além de outros requisitos previstos no regulamento desta Lei § 1º Os alunos dos cursos de formação têm direito apenas ao soldo
e/ou nas normas editalícias. do círculo a que pertencem.
§ 4º Para matrícula no Curso de Formação de Oficiais Combatentes § 2º Fica assegurado o direito de opção de remuneração aos alunos
do Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Pará, será exigido de curso de formação já integrantes de uma das Corporações
diploma de graduação superior, expedido por instituição de ensino Militares do Estado do Pará.
reconhecida pelo Ministério da Educação, além de outros requisitos § 3º O regramento de que trata o § 1º deste artigo não se aplica aos
previstos no edital e demais normas aplicáveis. (incluído pela lei nº alunos do Curso de Formação de Oficiais, os quais terão direito de
10.028, de 1º de setembro de 2023) receber, além do soldo, as gratificações, indenizações e vantagens
Art. 22. No caso de reservista, o Comandante-Geral da PMPA previstas na legislação em vigor;
solicitará, à Força Armada na qual o candidato

71
aprovado serviu, os seguintes documentos:
§ 4º Os alunos do Curso de Formação de Oficiais serão Art. 33. (REVOGADO PELA LEI Nº 8.342/16) Art. 34. (REVOGADO
hierarquicamente superiores aos Alunos do Curso de Habilitação de PELA LEI Nº 8.342/16) Art. 35. (REVOGADO PELA LEI Nº 8.342/16)
Oficiais. Art. 36. Após a conclusão do Curso de Formação ou de Adaptação, o
§ 5º Durante o período de realização dos Cursos de Formação, o policial militar poderá requerer sua exclusão da Corporação:
Praça Especial ou o Praça poderá ser excluído ou licenciado da I - sem indenização aos cofres públicos, quando contar mais de cinco
Corporação por meio de processo administrativo, nos casos previstos anos de formado; II - com indenização das despesas relativas à sua
no Código de Ética da PM e nos seguintes casos: preparação e formação, quando contar menos de cinco anos de
I - inaptidão para o serviço policial-militar; formado.
II - falta de vigor físico atestado nas atividades de educação § 1º A exclusão, a pedido, só será concedida mediante indenização
física; III - insuficiência no aproveitamento escolar; de todas as despesas correspondentes, acrescidas, se for o caso,
IV - indisciplina. das previstas no inciso II, quando o policial militar tiver realizado
Art. 31. Os candidatos que frequentarem o Curso de Formação de qualquer curso ou estágio, no País ou no exterior, e não tenham
Praças PM em unidades do interior obrigam-se a servir na unidade ou decorridos os seguintes prazos:
área de circunscrição onde realizou a preparação, pelo período I - dois anos, para cursos ou estágios de duração igual ou
mínimo de três anos. inferior a seis meses;
§1º O Curso de Adaptação de Oficiais possuidores de graduação II - três anos, para cursos ou estágios de duração superior a
superior corresponderá ao Estágio Probatório preliminar, com seis meses e igual ou inferior a dezoito meses;
duração de 12 (doze) meses. III - cinco anos, para cursos ou estágios de duração superior a
§ 2º Os cursos de Formação de Policiais-Militares terão os seguintes dezoito meses.
prazos de duração: I - Curso de Formação de Oficiais - no máximo, § 2º O cálculo das indenizações a que se refere o inciso II e o § 1º
de quatro anos; deste artigo será efetuado pela organização policial-militar
II - Curso de Formação de Sargentos - no máximo, de doze meses; III encarregada das finanças da Polícia Militar, de forma proporcional ao
- Curso de Formação de Soldados - no máximo, de dez meses. tempo de serviço não-prestado, nos termos do decreto de
§ 3º Os prazos estipulados nos §§ 1° e 2° poderão ser alterados em regulamentação desta Lei.
razão de situação especial ou necessidade do serviço, desde que § 3º O Policial Militar que solicitar sua exclusão da Corporação não
motivado pelo Comandante-Geral, autorizado pelo Governador do terá direito a qualquer remuneração, sendo a sua situação militar
Estado e não comprometa o grau superior do Curso de Formação de definida pela Lei do Serviço Militar.
Oficiais. Art. 36-A. O Oficial integrante do Curso de Adaptação de Oficiais será
nomeado na Instituição no posto de 2º Tenente, na condição de
SEÇÃO II Oficial-Aluno, assim permanecendo enquanto durar o curso de
DO CURSO DE ADAPTAÇÃO DE OFICIAIS adaptação, continuando no mesmo posto após a conclusão do curso
Art. 32. O Curso de Adaptação de Oficiais destina-se ao ingresso nos com aproveitamento e seguindo carreira na condição de Oficial da
Quadros de Saúde, Complementar e de Capelão, possuidores de Corporação.
graduação superior, com duração mínima de nove meses, dos quais TÍTULO III
no mínimo três meses serão destinados ao estágio probatório, DAS DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS
condição essa que o habilitará à efetivação ao primeiro posto do seu Art. 37. Aplicam-se as disposições desta Lei ao Corpo de Bombeiros
respectivo quadro. Militar, sem prejuízo das demais normas aplicáveis a essa
§ 1° O Oficial-Aluno que não satisfizer as condições para efetivação Corporação.
no primeiro posto de Oficial PM será demitido por ato do Governador Art. 37-A. O número de vagas ofertadas nos concursos para o
do Estado, mediante proposta do Comandante-Geral da Corporação, ingresso na Corporação será definida em edital, observado o
após a realização de Conselho de Justificação. quantitativo legal e a disponibilidade orçamentária.
§ 2° Durante o período de realização do Curso de Adaptação, o § 1º As vagas de que trata o caput deste artigo serão definidas com
Oficial-Aluno será demitido por ato do Governador do Estado, percentagens para os sexos masculino e feminino, conforme a
mediante proposta do Comandante-Geral da Corporação, após a necessidade da administração policial- militar.
realização de Conselho de Justificação, nos seguintes casos: § 2º O preenchimento das vagas para o concurso referente às
I - inaptidão para o serviço policial-militar; categorias do Quadro de Saúde de que trata a Lei de Organização
II - falta de vigor físico atestado nas atividades de educação Básica da Polícia Militar poderão ser definidas por especialidades no
física; III - insuficiência no aproveitamento escolar; edital do concurso, de acordo com as necessidades da Corporação.
IV - indisciplina. Art. 37-B. Durante os Cursos de Formação e Adaptação, os policiais
§ 3° Nos atos de recrutamento e seleção de capelães civis e militares poderão solicitar seu desligamento, respeitadas as
militares, será mantido o princípio da proporcionalidade, e o número prescrições da Lei do Serviço Militar aos que não prestaram serviço
de capelães das diversas religiões professadas equivalerá ao número militar inicial, ensejando:
dos respectivos adeptos, apurado em censo religioso anual. I - licenciamento do aluno do CFS e do aluno CFP; II - licenciamento
§ 4° O concurso público de capelão será específico para cada credo do aluno do CFO;
que tenha alcançado o quociente religioso, o qual é obtido dividindo- III - demissão do Oficial-Aluno do Curso de Adaptação de
se o efetivo geral pelo número das vagas fixadas em lei. Oficiais;
§ 5° Os candidatos a Capelão devem ser apresentados pela IV - retorno à situação anterior, nos casos dos alunos do CFO
autoridade religiosa do credo selecionado. e CADO, quando oriundos do efetivo da PMPA.
§ 6º Nos atos de recrutamento e seleção de capelães civis e militares, Parágrafo único. O policial militar que solicitar seu desligamento do
será assegurada a participação da denominação religiosa que, sem curso, nos termos dos incisos I, II e III do caput deste artigo, não terá
ter alcançado o quociente religioso, conte com, no mínimo, um direito a qualquer indenização ou remuneração, sendo a sua situação
décimo de adeptos na entidade, isolada ou cumulativamente, com militar definida pela Lei Federal n° 4.375, de 17 de agosto de 1964.
denominações afins na sua doutrina, tendo a mesma direito a um (Alterado pela LEI N° 9.387, DE 16 DE DEZEMBRO DE 2021)
capelão. Art. 37-C. A Polícia Militar adotará as providências

72
necessárias para que o Curso de Formação de Oficiais
e o Curso de Formação de Praças de que tratam os §§ 1º e 2º do art. Subtenente 1.684,73
21 desta Lei, tenham a titulação de pós-graduação e graduação
tecnológica, respectivamente.
Art. 38. Aplicar-se-ão, no que couber, as disposições da Lei do PRAÇAS ESPECIAIS Aluno CFP 1.320,03
Serviço Militar e seu Regulamento.
Aluno Oficial (Cadete) 1.684,73
Art. . 39. Decreto do Poder Executivo regulamentará, no que couber,
a presente Lei. Aspirante-à-Oficial 1.684,73
Art. 40. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.
Art. 41. Revogam-se as disposições em contrário, em especial os
arts. 10,11,12 e 116 da Lei nº 5.251, de 31 de julho de 1985
PALÁCIO DO GOVERNO, 3 de fevereiro de 2004.
SIMÃO JATENE LEI N° 9.500, DE 28 DE MARÇO DE 2022
Governador do Estado
Dispõe sobre a revisão geral dos vencimentos dos servidores civis e
LEI Nº 9.954, DE 26 DE JUNHO DE 2023 militares, ativos, inativos e pensionistas, integrantes da Ad-
ministração Direta, das Autarquias e Fundações Públicas do Poder
Dispõe sobre os valores dos soldos dos círculos de Praças e de Executivo Estadual, bem como sobre a concessão de reajuste aos
Praças Especiais dos quadros de ativos e inativos da Polícia Militar profissionais do magistério da rede pública de ensino do Estado do
do Pará e do Corpo de Bombeiros Militar do Pará. Pará.
A Assembleia Legislativa do Estado do Pará, estatui e eu sancio- no a
A ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO PARÁ estatui e eu seguinte Lei:
sanciono a seguinte Lei:
Art. 1º Ficam estabelecidos os valores dos soldos dos círculos de Art. 1º Fica concedido aos servidores civis e militares, ativos, inativos
Praças e de Praças Especiais dos quadros de ativos e inativos da e pensionistas, integrantes da Administração Direta, das Autarquias e
Polícia Militar do Pará e do Corpo de Bombeiros Militar do Pará, das Fundações Públicas do Poder Executivo Estadual, o percentual
conforme Anexo Único desta Lei. de 10,5% (dez inteiros e cinco décimos por cento), a titulo de revisão
Parágrafo único. Os valores dos soldos previstos no caput deste geral, a incidir sobre vencimento-base, provento e pensão, conforme
artigo também se aplicam a Praças e Praças Especiais inativos, bem Tabelas que compõem o Anexo I desta Lei.
como a seus pensionistas, cuja remuneração e pensão militar sejam Parágrafo único. As sociedades de economia mista e empre- sas
alcançadas pela regra da paridade. públicas dependentes do Orçamento do Tesouro Estadual para
Art. 2º O reajuste concedido por esta Lei aos soldos dos círculos de pagamento de pessoal ficam autorizadas, observados os seus esta-
Praças e de Praças Especiais dos quadros de ativos e inativos da tutos e/ou negociações coletivas, a conceder revisão geral da re-
Polícia Militar do Pará e do Corpo de Bombeiros Militar do Pará será muneração de seus empregados no mesmo percentual referido no
compensado por ocasião de eventual revisão geral que venha a ser caput deste artigo.
concedida aos servidores públicos estaduais no ano de 2023. Art. 2º Fica concedido o mesmo percentual de revisão geral previsto
Art. 3º As despesas decorrentes da aplicação desta Lei correrão por no art. 1º desta Lei ao padrão-base dos cargos em comis- são do
conta da dotação orçamentária prevista no Orçamento Fiscal e de Grupo GEP-DAS, aos valores nominais das funções gratifica- das
Seguridade Social e observarão os limites impostos pela Lei Com- existentes no âmbito da Administração Direta, das Autarquias e
plementar Federal nº 101, de 4 de maio de 2000 e a capacidade Fundações Públicas do Estado do Pará, ao vencimento- base dos
orçamentária e financeira do Estado. cargos mencionados na Lei Estadual no 7.519, de 10 de maio de
Art. 4º Revoga-se a Lei Estadual nº 9.271, de 28 de maio de 2021. 2011, e aos valores nominais das gratificações de que tratam os arts.
Art. 5º Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação, pro- 1o e 3o, §1o da Lei Estadual no 6.830, de 13 de fevereiro de 2006,
duzindo efeitos financeiros a partir de 1º de julho de 2023. arts. 12 e 12-B da Lei Estadual no 6.563, de 1o de agosto de 2003,
PALÁCIO DO GOVERNO, 26 de junho de 2023. HELDER art. 53 da Lei Estadual no 7.584, de 28 de dezembro de 2011, art. 29
BARBALHO da Lei Estadual no 7.594, de 28 de dezembro de 2011, art. 10-A da
Governador do Estado Lei Estadual no 6.813, de 25 de janeiro de 2006, art. 1o da Lei
Estadual no 7.794, de 14 de janeiro de 2014, art. 13 da Lei Es- tadual
ANEXO ÚNICO no 8.633, de 19 de junho de 2018 e art. 3o e Anexo II da Lei Estadual
QUADRO DE SOLDO DOS CÍRCULOS DE PRAÇAS E PRAÇAS no 9.322, de 6 de outubro de 2021.
ESPECIAIS Art. 3º Os valores correspondentes à gratificação de plantão de que
trata o §4o do art. 61 da Lei Complementar Estadual no 022, de 24 de
janeiro de 1994, aplicáveis aos cargos de Delegado de Polícia e
demais cargos da carreira policial civil, assim como os valores re-
CÍRCULO GRAU HIERÁRQUICO SOLDO ferentes às gratificações de plantão e sobreaviso previstas no art. 1o
da Lei no 6.106, de 14 de janeiro de 1998, passam a ser os fixados
PRAÇAS Soldado 1.320,03
nas Tabelas que integram o Anexo II desta Lei.
Cabo 1.386,03 Art. 4º As disposições constantes desta Lei se aplicam aos inati- vos
e pensionistas, conforme as regras constitucionais e legais inci-
Terceiro Sargento 1.455,34 díveis, referentes à forma de cálculo dos benefícios previdenciários e
de proteção social.
Segundo Sargento 1.528,10 Art. 5º O Anexo III da Lei no 7.594, de 2011, passa a vigorar com os
Primeiro Sargento 1.604,51 valores fixados no Anexo III das Tabelas inclusas a esta Lei.
Art. 6º Fica reajustada a Grade de Vencimentos do Quadro Per-
manente do Grupo Ocupacional do Magistério da
Educação Básica pelo índice total de 33,24% (trinta e
73
três inteiros e vinte e quatro centésimos por cento), alcançado direitos naturais de todos os seres humanos, bem como definiu
mediante a composição, para fins compensatórios, do percentual que a proteção e promoção dos direitos humanos são
pertinente à revisão geral de que trata o art. 1o desta Lei e aumento responsabilidades primordiais dos Governos.
real concedido a titulo de valo- rização da carreira. Além disso, os direitos humanos são universais e indivisíveis,
Parágrafo único. O Anexo III da Lei Estadual no 7.442, de 7 de visando proteger os direitos a vida, a liberdade, igualdade e
outubro de 2010, que trata da Grade de Vencimentos do Quadro segu- rança pessoal, o que leva ao respeito integral a dignidade
Permanente do Grupo Ocupacional do Magistério da Educação Bá- humana.
sica, observará os valores fixados no Anexo IV desta Lei.
Art. 7º Fica concedido abono complementar para os servidores civis e Os direitos humanos se orientam pelas seguintes expressões:
militares, ativos e inativos, e pensionistas do Poder Executivo que - Direitos do homem: empregada aos direitos conexos ao
receberam remuneração mensal inferior a R$ 1.212,00 (um mil na- tural, direito a vida.
duzentos e doze reais) nos meses de janeiro, fevereiro e março de - Direitos humanos em sentido estrito: direitos conexos
2022. positi- vados em tratados e convenções internacionais
§1º O valor do abono, para os servidores civis e militares, ativos e - Direitos fundamentais: quando os tratados dos direitos
inativos, e pensionistas, corresponde à diferença de remuneração hu- manos foram incorporados no ordenamento jurídico do
mensal até o limite necessário para atingir o valor de R$ 1.212,00 (um Estado.
mil duzentos e doze reais), apurado mensalmente no período de que
trata o caput deste artigo, cujo pagamento dar-se-á em par- cela A doutrina aponta certa distinção entre direitos humanos e di-
única. reitos fundamentais, sustentando que direitos fundamentais são
§2º O abono previsto neste artigo não integra para nenhum efeito a os direitos reconhecidos positivamente pela ordem
base de cálculo da remuneração e será extinto automatica- mente constitucional.
após o pagamento de que trata o §1o. Direitos Humanos são a concretização das exigências de liber-
§ 3º Em observância ao princípio da paridade, o disposto neste artigo dade, igualdade e dignidade humana, as quais devem ser
aplica-se aos militares da reserva remunerada e da reforma ex-officio, reconhe- cidas nos ordenamentos jurídicos nacionais e
no que couber. internacionais, em cada momento histórico.
Art. 8º As despesas decorrentes da aplicação desta Lei correrão por Desta forma, é possível notar que os direitos fundamentais são
conta da dotação prevista no Orçamento Fiscal e da Seguridade direitos humanos positivados no ordenamento jurídico.
Social e observarão os limites impostos pela Lei Complementar Fe-
deral no 101, de 4 de maio de 2000, e a capacidade orçamentária e Terminologia
financeira do Estado. Os direitos essenciais do indivíduo contam com ampla diversi-
Art. 9º Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação, com efeitos dade de termos e designações: direitos humanos, direitos funda-
financeiros a partir de 1o de abril de 2022, ressalvado o dis- posto no mentais, direitos naturais, liberdades públicas, direitos do
art. 7º, cujos efeitos financeiros retroagirão a 1o de janeiro de 2022, homem, direitos individuais, direitos públicos subjetivos,
estendendo-se até 31 de março de 2022. liberdades funda- mentais. A terminologia varia tanto na doutrina
quanto nos diplo- mas nacionais e internacionais.
PALÁCIO DO GOVERNO, 28 de março de 2022. O ilustre doutrinador José Afonso da Silva explica que a amplia-
ção e transformação dos direitos fundamentais do homem são
as grandes responsáveis pela dificuldade para se obter um
conceito sintético e preciso a respeito desta espécie, até porque
os direitos humanos fundamentais, em sua concepção
atualmente conhecida, surgiram como produto da fusão de
DIREITOS HUMANOS várias fontes, desde a conjuga- ção de pensamentos filosófico-
jurídicos até as ideias surgidas com o cristianismo e com o
Conceito direito natural.
O homem ao longo da história percorreu um longo caminho Todavia, a melhor doutrina vem apontando para o fim da he-
marcado por lutas, principalmente causadas pelo desejo de lucro terogeneidade, ambiguidade e ausência de consenso no tocante
e poder, visto que traz a herança da personalidade humana à esfera conceitual e terminológica, rechaçando a utilização, ao
desde os primórdios dos tempos, de extinto animal. Para me- nos como termos genéricos, das expressões: liberdades
eliminar, ou pelo menos diminuir essa personalidade “não públicas, direitos individuais e direitos subjetivos públicos.
social” é indispensável a educação para “retirar o homem dos A expressão “direitos individuais”, por exemplo, mostra-se in-
resquícios de sua condição primitiva”. suficiente para figurar como gênero dos direitos, pois, limita-se
Os direitos humanos surgiram como um dos fatores mais im- ao rol das liberdades e direitos civis. De igual modo, a expressão
portantes para a convivência do homem em sociedade, refinando “di- reitos subjetivos públicos” denota o exercício do direito de
seu comportamento. acordo com a vontade do titular, o que fere as características de
A expressão direitos humanos representa o conjunto das ativi- inalienabi- lidade e irrenunciabilidade típicas destes direitos.
dades realizadas de maneira consciente, com o objetivo de Contudo, ainda que estas expressões não sejam adequadas para
assegu- rar ao homem a dignidade e evitar que passe por abarcar todas as dimensões dos direitos objetos deste estudo,
sofrimentos. elas não se excluem e também não são incompatíveis, apenas se
A concepção contemporânea de direitos humanos, foi estabe- distinguem por suas esferas de alcance, positivação e
lecida internacionalmente nem 1948, pela Declaração Universal consequên- cias práticas.
de Direitos Humanos, pouco tempo depois das crueldades De fato, os “direitos humanos” exprimem certa consciência ética
cometidas pelos nazistas na Segunda Guerra Mundial. Referida universal, e por isso estão acima do ordenamento jurídico de
declaração foi ratificada pela Declaração dos Direitos Humanos cada Estado, sendo a expressão preferida nos documentos
de Viena, em 1993, onde os direitos humanos e as interna- cionais.

74
liberdades fundamentais fo- ram declarados
Já os direitos fundamentais são compreendidos como princí- genérica e abs- tratamente, são os Pactos Internacionais de
pios que resumem a concepção do mundo e informam a Direitos Civis e Políticos e o de Direitos Econômicos, Sociais e
ideologia política de cada ordenamento jurídico, no sentido de Culturais.
consagrar o As normas de alcance especial são destinadas a indivíduos ou
grupos específicos, tais como: mulheres, refugiados, crianças
en- tre outros. Dentre as normas especiais do sistema global da
NOÇÕES DE DIREITOS HUMANOS ONU, destacam-se a Convenção contra a Tortura e outros
Tratamentos ou Penas Cruéis, Desumanos e Degradantes, a
Convenção para a
respeito à dignidade humana, garantir a limitação do poder e
visar o pleno desenvolvimento da personalidade humana no Eliminação da Discriminação contra a Mulher, a Convenção para
âmbito na- cional. a Eliminação de todas as formas de Discriminação Racial e a
José Joaquim Gomes Canotilho, que utiliza a expressão direitos Conven- ção sobre os Direitos da Criança.
do homem em lugar da expressão direitos humanos, explica: “As Nos sistema global da ONU, o Brasil ratificou a maior parte dos
ex- pressões direitos do homem e direitos fundamentais são instrumentos internacionais de proteção aos direitos huma- nos,
frequen- temente utilizadas como sinônimas. Segundo a sua tais como o Pacto Internacional de Direitos Civis e Políticos, em
origem e sig- nificado poderíamos distingui-las da seguinte 24/01/92; o Pacto de Direitos Econômicos, Sociais e Culturais,
maneira: direitos do homem são direitos válidos para todos os 24/01/92; a Convenção para a Eliminação de toda a
povos e em todos os tem- pos (dimensão jusnaturalista- Discriminação contra a Mulher, em 01/02/84; a Convenção para a
universalista); direitos fundamentais são os direitos do homem, Eliminação de todas as formas de Discriminação Racial, em
jurídico-institucionalmente garantidos e limitados espacio- 27/03/68; e a Con- venção sobre os Direitos da Criança, em
temporalmente. Os direitos do homem arran- cariam da própria 24/09/90. Porém, o Brasil ainda não reconhece a competência
natureza humana e daí o seu carácter inviolável, intemporal e dos seus órgãos de supervisão e monitoramento, os respectivos
universal; os direitos fundamentais seriam os direitos Comitê de Direitos Humanos, o Comitê contra a Discriminação
objetivamente vigentes numa ordem jurídica concreta”. Racial, o Comitê contra a Tortura, no que tange à apreciação de
A teoria positivista considera essa indagação como despida de denúncias de casos individuais de viola- ção dos direitos
sentido, pois, parte da premissa de que não há direito fora da or- humanos.
ganização política estatal, fora do direito posto, escrito. Mas essa Assim, o Brasil aderiu aos mencionados tratados internacio-
concepção, notavelmente, demonstra-se incompatível com o nais, porém, ainda não reconhece a competências de seus
reco- nhecimento da existência de direitos humanos, pois a órgãos de supervisão, impede a fiscalização de suas obrigações
característi- ca de tais direitos consiste, como proclamaram os interna- cionais por parte daqueles órgãos. Na prática, tal fato
revolucionários americanos e franceses no século XVIII, no fato representa a impossibilidade de tais órgãos receberem
de valerem contra o Estado. denúncias individuais de casos de violações de direitos
Seja como for, eventual conflito entre normas internacionais e humanos ocorridos no país, através do sistema de petições ou
internas, em matéria de direitos humanos, invoca a aplicação da denúncias individuais. A possibilidade de acionar outros órgãos
norma mais favorável ao ser humano, pois a proteção da internacionais de supervisão, além da Comis- são Interamericana
dignidade da pessoa é a finalidade última e a razão de ser de de Direitos Humanos da OEA, seria uma garan- tia a mais da
todo o sistema jurídico. proteção dos direitos humanos no Brasil.
Quanto ao âmbito da discussão em torno da melhor termino- Assim, no sistema global, além do sistema de denúncias indivi-
logia a ser adotada, temos que a utilização da expressão direitos duais, há também o sistema de investigações e o de relatórios.
humanos fundamentais possui o condão de reforçar a unidade Ao ratificar os tratados internacionais mencionados, o Brasil
es- sencial e indissolúvel entre os direitos humanos e os direitos assumiu a obrigação de enviar relatórios periódicos para os
funda- mentais e, por essa razão, torna-se a mais adequada a Comitês e de su- jeitar-se a uma eventual investigação sobre a
este estudo, porque, além de referir-se a princípios que resumem situação dos direitos humanos no seu território. Uma forma de
a concepção do mundo, também informa a ideologia política de participação e de inter- venção das organizações de direitos
nosso ordena- mento jurídico. humanos no sistema da ONU é o encaminhamento de relatórios
No qualificativo fundamentais, como bem explica José Afonso da próprios aos respectivos Comitês, para que sejam analisados
Silva, acha-se a indicação de que se trata de situações jurídicas juntamente com os relatórios enviados pelos Estados.
sem as quais a pessoa humana não se realiza, não convive e, às O sistema da ONU possui dois tipos de procedimento: os con-
vezes, nem mesmo sobrevive, interpretação perfeitamente vencionais e os não convencionais.
compa- tível com os demais direitos. O procedimento convencional requer a sua previsão expressa
Trata-se, então de ênfase e valorização da condição humana em tratados, pactos e convenções internacionais, e é
como atributo para o exercício desses direitos. Com isso, o supervisiona- do pelos órgãos internacionais de supervisão, os
adjetivo “humanos” significa que tais direitos são atribuídos a Comitês (através do sistema de denúncias, relatórios e
qualquer indi- víduo, sendo assim considerados “direitos de investigações).
todos”. Os procedimentos não convencionais são mecanismos não
previstos em tratados que contribuem para a maior eficácia do
Estrutura normativa sis- tema internacional de proteção. Os mecanismos não
1. Sistema Global de Proteção dos Direitos Humanos: convencionais são bastante específicos e são acionados em
instru- mentos de alcance geral e especial caso de não assinatura dos tratados internacionais pelos países
O sistema global de proteção dos direitos humanos, da ONU, violadores de direitos hu- manos num caso específico, como por
contém normas de alcance geral e de alcance especial. As exemplo, o sistema de ações urgentes. Nestes casos, a ONU
normas de alcance geral e destinadas a todos os indivíduos, analisará as violações com base em requisitos como a

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persistência, a sistematicidade, a gravidade e a prevenção, para
decidir se intervirá através de um dos seus órgãos, tomando Fundamentação
providências concretas. Em relação à fundamentação para os direitos humanos é possí-
vel notar que correntes filosóficas buscam explicar em que
2. Sistema Regional Interamericano de Proteção aos momen- to, qual a origem dos direitos humanos.
Direitos
Humanos: instrumentos de alcance geral e especial A primeira corrente que deve ser lembrada numa prova, é a
O sistema interamericano de proteção aos direitos humanos, do corrente jus filosófico, também chamado de corrente ético jurídi-
qual participam os estados membros da OEA, integra o sistema co. Essa corrente idealizada pelo filosofo Perelman, entende que
regional de proteção juntamente com os sistema europeu e a os direitos humanos surgem em decorrência da consciência
siste- ma africano. moral do povo.
O sistema interamericano de promoção dos direitos humanos A segunda corrente, que também deve ser lembrada no mo-
teve início formal com a aprovação da Declaração Americana de mento de se fazer uma prova é a corrente jus naturalista. Para
Di- reitos e Deveres do Homem em 1948 na Colômbia. A esta corrente os direitos humanos são inatos, ínsitos ao ser
Declaração Americana é um instrumento de alcance geral que humano, vale dizer, não se trata de criação humana, mas sim
integra o siste- ma interamericano, destinada a indivíduos valores que precedem a criação humana e existem desde o
genéricos e abstratos, estabelecendo os direitos essenciais da momento em que o ser humano nasce na sociedade.
pessoa independente de ser nacional de determinado Estado, Para esta corrente que é extremamente relevante e que será
tendo como fundamento os atributos da pessoa humana. Além retomada quando tratarmos das características dos direitos
da Declaração Americana, há outros instrumentos de alcance huma- nos, os direitos humanos antecedem a criação do Estado
geral que fazem parte do sistema interamericano, como a e também das normas, prestando-se a limitação e ao
Convenção Americana sobre os Direitos Humanos ou “Pacto de direcionamento do Es- tado na execução de políticas que
San José” (1969), ratificada pelo Brasil em 25/09/92. conduzam a melhoria das condi- ções de vida do homem.
Além dos instrumentos de alcance geral, os sistema interame- Terceira corrente, também deve ser lembrada, é a corrente
ricano também é integrado por instrumentos de alcance especial, positivista. Para essa corrente que também exprime o momento
tais como: a Comissão Interamericana de Direitos Humanos e a em que surgem os direitos humanos, na realidade eles surgiriam
Cor- te Interamericana de Direitos Humanos. Ao ratificar a quando advém uma criação normativa, e que refletem aspirações
Convenção Americana, o Brasil aceitou compulsoriamente a e manifestações presentes na sociedade. Para esta corrente, na
competência da Comissão para receber denúncias de casos rea- lidade, somente surgem esses direitos no momento em que
individuais de violações de direitos humanos. advém uma alteração normativa ou uma criação de uma norma
Assim, no caso do Brasil, até o presente, o único órgão interna- que revela, na realidade, o pensamento vigente na sociedade.
cional que têm competência para aceitar denúncias de casos O jurista Alexandre de Morais, de toda sorte, realiza um traba-
indi- viduais; e a Comissão Interamericana conforme estabelece lho de complementação destas correntes o que inclusive se
a Con- venção Americana no seu artigo 44: “Qualquer pessoa ou conhe- ce como acertado, o doutrinador aponta que na realidade
grupo de pessoas, ou entidade não-governamental legalmente os direi- tos humanos eles se complementam em relação a essas
reconhecida em um ou mais Estados-membros da Organização, correntes, e por que isso acontece?
pode apresentar à Comissão petições que contenham denúncias Porque os direitos humanos surgem a partir da consciência mo-
ou queixas de viola- ção desta Convenção por um Estado-parte”. ral do povo e revelam valores de ordem superior presentes e
Além do recebimento de denúncias, a Comissão tem duas fun- inatos a todos os serem humanos, que passam a ser
ções: promover e estimular em termos gerais os direitos reconhecidos pelo ordenamento jurídico vigente na sociedade.
humanos através da elaboração de relatórios gerais; elaborar Portanto, em que pesem as distinções das correntes aqui apre-
estudos e rela- tórios sobre a situação dos direitos humanos nos sentadas, é possível identificar um complemento entre elas, e em
países membros da OEA; realizar visitas in loco aos países uma prova, seria importante concluir o raciocínio mencionando
membros e, apresentar um Relatório Anual na qual são que todas elas possuem esse caráter complementar a fim de
reproduzidos relatórios finais dos casos concretos, nos quais já demons- trar que os direitos humanos, eles acabam permeando
houve uma decisão sobre a respon- sabilidade internacional dos vários mo- mentos da vida em sociedade.
países denunciados. A publicação de um relatório final no
Relatório Anual da Comissão divulgado para os Estados Teoria crítica dos Direitos Humanos.
membros da Assembleia Geral da OEA é a sanção mais forte a Segundo resenha de Nildo Inácio, para a reflexão teórica domi-
que pode estar submetido um Estado, que ainda não tenha nante, os direitos “são” os direitos; quer dizer, os direitos
reconhecido a competência da jurisdição da corte humanos se satisfazem tendo direitos. Os direitos, então, não
Interamericana, proveniente do sistema interamericano. seriam mais que uma plataforma para se obter mais direitos.
A Corte Interamericana, diferentemente da Comissão, é um ór- Nessa perspectiva tradicional, a ideia do “que” são os direitos se
gão de caráter jurisdicional, que foi criado pela Convenção reduz à extensão e à generalização dos direitos. A ideia que
Ameri- cana sobre Direitos Humanos com o objetivo de inunda todo o discurso tradi- cional reside na seguinte fórmula:
supervisionar o seu cumprimento, como função complementar a o conteúdo básico dos direitos é o “direito a ter direitos”.
função conferida pela mesma a Comissão. Quantos direitos! E os bens que tais direi- tos devem garantir? E
Assim, a legitimidade processual para o envio de casos para a as condições materiais para exigi-los ou co- locá-los em prática?
Corte é somente concedida para a Comissão os Estado-parte, E as lutas sociais que devem ser colocadas em prática para
não sendo permitido o envio de casos pelas próprias vítimas de poder garantir um acesso mais justo a uma vida digna? Em
viola- ções, seus representantes, familiares ou pelas comparação entre a perspectiva tradicional e a perspectiva
organizações não-go- vernamentais. Para que os casos não crítica dos direitos humanos, fundamental diferença existe entre
sejam encaminhados à Corte primeiramente terão que passar uma teoria e outra em relação a questão da neutralidade. A teoria
pelo exame da Comissão, esgotan- do o seu tradicional dos direitos humanos, aqui considerada

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procedimento aquela que as- sume as bases de um modelo
juspositivista do fenômeno jurídico internacional da dignidade 1ª geração ou dimensão: direitos civis e políticos: direito à vida,
da pessoa humana, pretende uma te- oria pura do direito, ou à liberdade, à propriedade, à segurança e à igualdade, volta- dos
seja, afastar ou, no mínimo, neutralizar o comprometimento à tutela das liberdades públicas. Expressam poderes de agir, re-
ideológico do plano jurídico. É preciso retirar do fenômeno conhecidos e protegidos pela ordem jurídica a todos os seres
jurídico tudo aquilo que não seja propriamente jurídico, ou seja, huma- nos, independentemente da ingerência do estado,
retirar da produção da teoria do direito as questões políti- cas e correspondendo ao status negativo (negativus ou libertatis) da
sociais (KELSEN, 2003, p. 1). O que é diametralmente oposto da Teoria de Jellinek, em que ao indivíduo é reconhecida uma esfera
teoria crítica dos direitos humanos, ou seja, esta é uma teoria individual de liberdade imune à intervenção estatal;
comprometida com os anseios sociais (HERRERA FLORES, 2ª geração ou dimensão: direitos sociais, econômicos e cul-
2001, p. 85 a 91), onde “o desafio consiste em nos defender da turais: direitos de cunho positivo, que exigem prestações
avalanche ideológica provocada por um neoliberalismo positivas do Estado para a realização da justiça social e do bem-
agressivo e destruidor das conquistas sociais” estar social, além das liberdades sociais: liberdade de
(HERRERAFLORS, 2001, p. 72) Ressalta-se que o fundamento da sindicalização, direito de greve e direitos trabalhistas. São
‘impureza’ da teoria crítica reside justamente na alienação do pretensões do indivíduo ou do grupo ante o Estado, exigindo a
real, do vivido, pela teoria tradicional (HERRERA FLORES, 2009, sua intervenção para atendimento das necessidades do
p. 86). indivíduo, correspondendo ao status positivo (positivus ou
Não seria engano dizer que em um aspecto ambas as perspec- civitatis) da Teoria de Jellinek: ao indivíduo é possível exigir do
tivas aqui discutidas dos direitos humanos concordam. Trata-se Estado determinadas prestações positivas;
da afirmação de que os direitos humanos existem em função de 3ª geração ou dimensão: direitos de solidariedade ou de fra-
uma concepção de dignidade humana. Entretanto, o significado ternidade: direito ao meio-ambiente ecologicamente equilibrado,
do con- ceito ‘dignidade humana’ não é o mesmo para estas à segurança, à paz, à solidariedade universal, ao
teorias, ob- viamente. As teorias tradicionais se valeram de um desenvolvimento, à comunicação e à autodeterminação dos
idealismo na construção da ideia de dignidade humana, povos. Não têm por finali- dade a liberdade ou igualdade
utilizando, sobretudo, a máxima kantiana (KANT, 2008, [s.p]) de individual, mas preservar a própria existência do grupo.
que aquilo a que não se pode ser atribuído um valor, tem Destinam-se à proteção do homem em coleti- vidade social,
dignidade. Em contrapartida, a te- oria crítica propõe construir a sendo de titularidade difusa ou coletiva;
dignidade a partir de uma perspectiva material com relação aos 4ª geração ou dimensão: direitos de globalização e universa-
processo de lutas pela implementação de melhores condições de lização: direito à democracia direta, ao pluralismo, à informação
vida. Nesse sentido, a dignidade, segundo propõe Herrera e os direitos relacionados à biotecnologia. Constituem a base de
Flores, deve se estruturar sob dois conceitos, quais sejam, le- gitimação de uma possível globalização política e
atitudes e aptidões para lutar pelos processos de implemen- concretização da sociedade universal e aberta do futuro.
tação de melhores condições de vida. Para compreender José Adércio Leite Sampaio, com reservas no sentido de que, em
melhore esta ideia, vejamos o que diz o próprio autor: função do multiplicado mundo das necessidades, encontramos
[...] reafirmamos o que as lutas da humanidade contra as injus- as quatro gerações, de alguma forma, presentes, e atentos a uma
tiças e opressões aportaram a tradição ocidental antagonista. mescla de tempo de surgimento com a estrutura dos direitos, ad-
As- sim fazemos apelando ao sufixo latino tudine, que significa mite a classificação dos direitos fundamentais em gerações: a
“o que faz algo”. Por exemplo, multidão: o que faz muitos, o que dos direitos civis e políticos – respondem a necessidades de
nos une a outros. Então, das nossas lutas antagonistas, liberdade e participação máximas com igualdade e solidariedade
propomos uma idéia de dignidade baseada em dois conceitos mínimas, projetadas em direitos mais nacionais que
que compartilham tal sufi- xo latino: a atitude, ou consecução de internacionais; a dos di- reitos sociais, econômicos e culturais,
disposições para fazer algo, e a aptidão, ou aquisição do como projeções de igualdade máxima, participação, liberdade e
suficiente poder e capacidade para reali- zar o que estamos solidariedade mínimas, promovi- dos tanto no plano interno
dispostos previamente a fazer. Se os direitos hu- manos, como quanto internacional; a dos direitos de fraternidade pressupõem
produtos culturais ocidentais, facilitam e generalizam a todas e a máximas solidariedade, igualdade, liber- dade e participação.
todos ‘atitudes’ e “aptidões” para fazer, estamos diante da São os direitos de síntese: paz, desenvolvimen- to, meio
possibilidade de criar ‘caminhos de dignidade’ que possam ser ambiente ecologicamente equilibrado, biodireitos, direitos
trilhados não somente por nós, mas por todos aqueles que não virtuais e comunicacionais, as minorias, a mulher, a criança, o
se conformem com as ordens hegemônicas e queiram enfrentar idoso e os portadores de necessidades especiais.
as “fa- lácias ideológicas” que bloqueiam a nossa capacidade 5ª geração ou dimensão: direito à paz. Trata-se de concepção
cultural de propor alternativas (Herrera flores, 2009, p. 116). intelectual defendida por Paulo Bonavides, após os atentados de
11 de setembro. Há quem defenda, no entanto que essa
A teoria proposta por Herrera Flores, além de redefinir ou re- dimensão dos direitos humanos se referiria aos direitos virtuais,
conceitualizar os direitos humanos como processos de lutas cibernéticos etc.
sociais por dignidade, que adquire sentido, sobretudo, no
contexto de ex- pansão, ao nível global, da ideologia neoliberal e
suas consequên- cias, situa o objetivo desta teoria que é buscar EVOLUÇÃO HISTÓRICA DOS DIREITOS HUMANOS E A
incluir todas e todos aqueles que foram excluídos dos processos CONSTITUIÇÃO FEDERAL BRASILEIRA DE 19881
hierárquicos de acessos aos bens, com uma visão dos direitos
humanos em uma perspecti- va que tenha como elemento A historicidade é característica marcante dos direitos humanos e
fundamental a realidade material na qual vivem as pessoas, essencial no seu entendimento. Assim, tais direitos e garantias
considerando o direito como um instrumen- to de implementação fun- damentais, com suas faculdades e instituições, somente
da dignidade, e não um fim em si mesmo. fazem sentido num determinado contexto histórico. O caráter da
historicidade explica ainda que os direitos humanos possam ser
Teoria das gerações dos direitos proclamados e aceitos em determinada época,

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desaparecendo em outras, ou que se modifiquem
com o passar do tempo. Evidencia-se, dessa maneira, a índole assim que surgem os denominados direitos de segunda geração,
evolutiva dos direitos ditos fundamentais. Essa evolução tem frutos de um momento em que a pos- tura absenteísta do Estado
como impulso as lutas pela defesa de novas liberdades em face já não correspondia satisfatoriamente às exigências do
de poderes antigos, já que os direitos fundamentais costumam momento. Neste momento, o princípio da igualdade material
ir-se afir- mando paulatinamente, e em face das novas roupagens ganha importante destaque, levando a uma intensa inter- venção
assumidas pelo poder. do Estado no domínio econômico e à orientação das Políti- cas
Dessa maneira, o recurso à História mostra-se fundamental para Públicas a objetivos de realização de justiça social. Tais direitos
que, à vista do nascimento e desenvolvimento dos direitos dizem respeito, por exemplo, ao direito à educação, à
funda- mentais, cada um deles se torne melhor compreendido. alimentação, ao trabalho, à previdência social.
Cabe ressaltar aqui importante esclarecimento terminológico. Posteriormente, têm-se o surgimento dos direitos de terceira
Conforme classifi- cação da doutrina jurídica alemã, os direitos geração. O direito à paz, ao desenvolvimento, à conservação do
fundamentais seriam os direitos humanos positivados nas patrimônio histórico e cultural, ao meio ambiente
Constituições, nas leis, nos tratados internacionais, ou seja, ecologicamente equilibrado encontram aqui guarida e sua
seriam, de fato, um fruto do reconhecimento oficial de direitos reivindicação se insere no contexto histórico da revolução
humanos. Assim, fala-se usualmente em direitos fundamentais tecnocientífica. São concebidos, para a proteção da coletividade
típicos e atípicos, o que, entretanto, não afasta a possibilidade e não apenas para o homem in- dividualmente considerado,
de tratar a todos eles como direitos humanos porque ineren- tes caracterizando-se, desta maneira, pela titularização difusa ou
à dignidade humana. coletiva.
Dessa maneira, tendo em vista o histórico de desenvolvimento Impende ressalvar que tal classificação dos direitos humanos em
dos direitos humanos, o cristianismo marca impulso relevante gerações tem o único objetivo de situar o momento histórico de
para o acolhimento da ideia de uma dignidade única do homem, sua concepção, não podendo perder-se de vista que tais direitos
a ensejar uma proteção especial. É importante evidenciar que e garantias fundamentais formam um conjunto uno e indivisível e
entende-se os di- reitos humanos em seu sentido material como que tal distinção entre gerações apenas revela seu caráter
pretensões que, em cada momento histórico, se descobrem a cumula- tivo, devendo-se “tratar os direitos humanos
partir da perspectiva do valor da dignidade humana. Dessa globalmente, de modo justo e equitativo, com o mesmo
maneira, o ponto característico que serviria para definir um fundamento e a mesma ênfase”, conforme proclamou
direito como fundamental seria a sua intenção de explicitar o acertadamente a Conferência Mundial dos Di- reitos Humanos,
princípio da dignidade da pessoa humana. realizada em Viena em 1993.
Nos séculos XVII e XVIII, as teorias contratualistas, tipicamente No caso brasileiro, a Constituição Federal de 1988 foi passo sig-
liberais vêm enfatizar o papel de primazia do indivíduo em nificativo e fundamental para a instituição de direitos e garantias
relação ao Estado. Este existe, ou deveria existir, para servir aos fundamentais além dos mecanismos próprios que efetivariam a
cidadãos, sendo uma instituição voltada essencialmente para sua proteção. Já no âmbito do Preâmbulo da atual Constituição,
garantir-lhes os direitos básicos. É nesse contexto que surgem per- cebe-se a importância de tal temática, que “há de erigir-se
as liberdades individuais fundamentais, anteriores ao próprio como o pilar ético-jurídico-político da própria compreensão da
Estado, como a de consciência, de culto, de liberdade de Constitui- ção”. Dessa maneira, restou consignado no texto
reunião, de imprensa. São os primeiros direitos a serem preambular que a inspiração fundamental dos trabalhos da
positivados, de onde a denominação de direitos de primeira Assembleia Constituinte tinha o objetivo precípuo de “instituir
geração, relacionados fundamentalmente a um âmbito de um Estado Democrático, des- tinado a assegurar o exercício dos
autonomia pessoal refratária às expansões do poder estatal. São direitos sociais e individuais, a liberdade a segurança”.
também de- nominados de direitos negativos, na medida em que Entretanto, em que pese o avanço excepcional verificado em
exigem uma abstenção, uma prestação negativa, um não-fazer matéria de direitos humanos, crítica usual ao texto constitucional
por parte do Estado. diz respeito ao seu caráter prolixo, exageradamente minucioso e
Essas ideias influenciaram decisivamente a Declaração de detalhista, com a previsão de inúmeras matérias que, a princípio
Direitos da Virgínia, de 1776 e a Declaração dos Direitos do não requereriam tratamento constitucional, inclusive no que diz
Homem e do Cidadão, de 1789. Tais declarações, que respeito à matéria dos direitos fundamentais, podendo ser pre-
posteriormente iriam propagar-se mundo afora exercendo, por vistas em sede infraconstitucional. Tal característica dificultaria
sua vez, influência fundamental em vários movimentos de as periódicas e necessárias alterações que devem ser realizadas
libertação dos povos, “representaram a emancipação histórica pelo constituinte derivado para adaptar a constituição aos
do indivíduo perante os grupos sociais aos quais ele sempre se diferentes momentos históricos.
submeteu: a família, o clã, o estamento, as organizações Na verdade tal “deficiência” se revela uma virtude. Em decor-
religiosas”. rência do caráter efetivamente basilar, fundamental dos direitos
humanos, na medida em que se relacionam com a dignidade
única do ser humano, tal conjunto de direitos deve ser
continuamente ampliado e aprofundado. Tanto assim o é que é
Todavia, o descaso para com os problemas sociais, associado princípio constitu- cional a proibição do retrocesso, significando
com as consequências perversas do processo de que tudo aquilo que já foi conquistado não pode ser perdido, as
industrialização em curso na Europa, como a crescente garantias não podem regredir, indicando que o único caminho
desigualdade socioeconômi- ca, a miséria de grandes possível é no sentido da ampliação dos direitos e garantias
contingentes populacionais, o impacto do crescimento fundamentais e do aperfeiçoa- mento dos seus mecanismos de
demográfico além do surgimento e desenvolvimento do proteção e efetivação.
movimento socialista gerou novas reivindicações. Assim, o Esta- Louvável, portanto, a atitude de incluir entre os direitos e ga-
do não deveria somente se abster de praticar determinados atos, rantias fundamentais previstos no texto constitucional brasileiro
respeitando o direito à propriedade e outras liberdades individu- fi- guras tão díspares quanto o direito à duração razoável do
ais, por exemplo, mas deveria ser imposto a ele processo e o direito ao meio ambiente

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um papel ativo na realização da justiça social. É ecologicamente equilibrado.
Finalmente, por que seria a constituição o local apropriado a duas técnicas políticas, dependerá a sobrevivência do homem,
receber tais normas protetivas de direitos humanos? A em sua eminente dignidade de pessoa.
conclusão fundamental é de Paulo Gustavo Gonet Branco: Para entender um pouco melhor a relação entre a responsa-
O avanço que o direito constitucional apresenta hoje é resulta- bilidade do Estado e os direitos humanos, vamos acompanhar
do, em boa medida, da afirmação dos direitos fundamentais em seguida parte do texto de Tatiana Botelho, “Direitos
como núcleo da proteção da dignidade da pessoa e da visão de Humanos sob a Ótica Da Responsabilidade Internacional”,
que a Constituição é o local adequado para positivar as normas vejamos:
assegu- radoras dessas pretensões. Correm paralelos no tempo A proteção internacional aos direitos humanos teve início com a
o reconhe- cimento da Constituição como norma suprema do chamada proteção diplomática, cuja origem se deu no sistema
ordenamento jurídico e a percepção de que os valores mais das cartas de represálias, sistema em que aquele que sofreu
caros da existência humana merecem estar resguardados em algum dano em território estrangeiro apela para o Estado de sua
documento jurídico com força vinculatória máxima, indene às naciona- lidade para que este exija a reparação do Estado
maiorias ocasionais formadas na efervescência de momentos responsável pelo dano.
adversos ao respeito devido ao ho- mem. O fundamento da proteção diplomática está no suposto dever
internacional de todos os estados de fornecer um tratamento
con- siderado internacionalmente adequado aos estrangeiros em
DIREITOS HUMANOS E RESPONSABILIDADE DO ESTADO seu território.
Então, o dano ao estrangeiro é um dano indireto ao Estado de
sua nacionalidade.
A proteção dos direitos humanos não pode, cingir-se ao terri- A Corte Permanente de Justiça Internacional decidiu que o Es-
tório onde cada Estado atua. A época contemporânea assistiu ao tado, ao conceder a proteção diplomática a seu nacional, está, na
surgimento de aparelhos estatais, dotados de poderes verdade, afirmando ser o direito de ver respeitadas as regras de
incomensu- ravelmente maiores do que os detidos por qualquer Direito Internacional.
organização política em épocas anteriores. Esse reforço Embora a responsabilidade internacional do Estado por viola-
descomunal de poderes, acoplado à teoria da soberania absoluta ção de direitos humanos tenha como origem a responsabilidade
do Estado, criou situações de esmagamento completo da pessoa in- ternacional do Estado por danos causados a estrangeiros
humana, como nas trágicas experiências nazista e stalinista alterou o enfoque, antes direcionado ao Estado, agora, no
deste século. Impõe-se, portanto, um controle internacional indivíduo.
sobre a ação de cada Estado, no que tan- ge ao respeito aos A natureza das obrigações de proteção aos direitos humanos
direitos humanos.2 consagra o indivíduo como principal preocupação da
Ora, a situação do direito internacional vigente está longe de ser responsabili- dade internacional por violação dos direitos
satisfatória, nesse particular (como em vários outros, aliás). O humanos.
princípio de não-ingerência dos Estados, ou de organismos A lesão ao homem, em seus direitos naturais não é uma le- são
inter- nacionais, nos assuntos internos de outros Estados, direta ao Estado, não havendo porque encontrar motivos para
inscrito no art. 2º, § 7º, da Carta das Nações Unidas, tem servido explicar a intervenção do Estado na defesa destes direitos visto
de pretexto para se evitar a aplicação de sanções internacionais a natureza objetiva das obrigações de proteção de direitos
aos Estados para se evitar a aplicação de sanções internacionais humanos.
aos Estados que violam sistematicamente os direitos da pessoa Assim, o desenvolvimento da responsabilidade internacional do
humana. Trata-se, obvia- mente, de um pretexto, uma vez que, a Estado por violação dos direitos humanos não é feito através da
toda evidência, a violação de direitos humanos não é assunto de proteção diplomática, mas sim, através do Direito Internacional
competência interna dos Es- tados, mas interessa, antes, a toda dos Direitos Humanos, que fornece ao indivíduo um rol de
a humanidade. direitos in- ternacionalmente consagrados e, ao mesmo tempo
A aceitação dos indivíduos como sujeitos do direito das gentes, acesso a instân- cias internacionais para que seja averiguada a
com legitimidade para recorrer diretamente às instâncias interna- lesão a esses direitos. Foi somente após a segunda guerra
cionais, tem sido parcimoniosamente admitida. Ela existe, no mundial, com o nascimen-
âmbito da Organização dos Estados Americanos, pelo disposto to da ONU que a responsabilidade internacional foi discutida. An-
no art. 44 da Convenção de São José de Costa Rica, que criou a tes dela, em 1927, foi convocado a Conferência Internacional
Comissão Interamericana de Direitos Humanos. Mas essa para
medida, por si só, tem sido perfeitamente inócua, dado que há
sempre a possibilidade de os Estados recusarem a jurisdição codificação do direito internacional. Esta foi realizada em Haia, e
internacional. o tema da responsabilidade internacional do Estado foi estudado
A proteção dos direitos humanos é uma questão de organiza- na sua comissão de número 3, sem sucesso.
ção de poderes na sociedade. É claro que, nessa organização, os A Assembleia geral da ONU, assim, adotou em 7 de dezembro de
poderes do Estado (os chamados Poderes Públicos) assumem 1953 a Resolução 799, na qual requereu à Comissão de Direito
pa- pel decisivo. Mas a experiência histórica indica que uma Internacional o início de estudos visando à codificação dos
sociedade bem organizada deve sempre manter uma boa cópia princí- pios de Direito Internacional que regem a
de poderes nas mãos dos próprios cidadãos, como o necessário responsabilidade do Es- tado.
corretivo aos desvios e abusos que acabam sempre por se Após várias tentativas de codificar esta responsabilidade inter-
instalar na organização estatal. Afinal, superada a polêmica entre nacional foi somente em 2001 que se fez uma Convenção sobre o
os adeptos da democra- cia direta e os da democracia assunto que possui 58 artigos divididos em quatro partes.
representativa, é preciso convir na necessidade de cada um Na primeira parte, com 27 artigos, refere-se aos princípios ge-
desses sistemas completar e aperfeiçoar o outro. Da sábia rais da responsabilidade internacional, ao fato ilícito de acordo
montagem de mecanismos de fertilização recíproca, entre esses com Direito Internacional, à existência de uma violação de norma
ou descumprimento de obrigação internacional, à

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imputação a um Es- tado de fato de terceiro e
finalmente às circunstâncias de exclusão da ilicitude da conduta O artigo número 1 do projeto de Convenção sobre responsabi-
estatal. lidade internacional da Comissão de Direito Internacional da
A segunda parte refere-se às formas e graus de responsabili- ONU afirma que todo fato internacionalmente ilícito do Estado
dade internacional do Estado, determinando as consequências e acarreta responsabilidade internacional do mesmo.
as espécies de reparação admitidas pelo direito internacional, A jurisprudência internacional considerou a responsabilidade
conten- do 14 artigos. dos Estado como sendo um princípio geral do Direito
A terceira parte com 13 artigos estabelece um procedimento de Internacional. O princípio pelo qual qualquer conduta do Estado
implementação da responsabilidade internacional do Estado e a que caracteriza um fato internacionalmente lícito acarreta a
aplicação das sanções além de suas condições de licitude. responsabilidade inter- nacional do Estado é um dos princípios
Na quarta parte, existem disposições gerais em cinco artigos, enfatizados pelas decisões judiciais.
estabelecendo o uso subsidiário do Direito Consuetudinário Para que se possa entender como funciona a responsabilidade
sobre o tema, além da responsabilização individual do agente internacional deve-se conceituar obrigação primária e
público pa- ralelamente a responsabilização do Estado. secundária. As normas primárias são aquelas que contém
É difícil conceituar responsabilidade, mas, pode-se afirmar que obrigações de Direi- to Internacional cujo descumprimento
seu conceito, fundamento e consequências dependem do grau enseja a responsabilidade internacional do Estado. As
de coesão social e da visão do justo em cada comunidade secundárias são regras abstratas que têm o objetivo de
humana. determinar se houve violação à norma primária e quais são as
André de Carvalho Ramos conceitua responsabilidade jurídica consequências resultantes da violação.
como sendo a imputabilidade a um sujeito de direito de efeito do As normas primárias são regras de conduta que quando viola-
ordenamento jurídico, quando sucede determinado acontecimen- das fazem nascer às obrigações secundárias.
to, significando a vulneração da esfera jurídica de outrem, não A responsabilidade independe do conteúdo da norma violada,
im- portando a fonte da imputação de consequências jurídicas e assim, os Estados podem chegar a um consenso sobre as regras
quais as consequências no momento. de responsabilização por fatos ilícitos, sem necessariamente
Deve ser entendido que o conceito de responsabilidade é jus- acorda- rem sobre o conteúdo da norma primária transgredida.
tificado pelo fato do ser humano ter o direito de ser respeitado A responsabilização do Estado visa superar o conflito existente
en- quanto pessoa e não prejudicado em sua existência. entre condutas contraditórias de um Estado (a aceitação de
É por este motivo que quando alguém reconhece ter feito in- deter- minada obrigação e depois seu descumprimento),
justiça a terceiro, deve reconhecer também a necessidade de engendrando o nascimento, por seu turno, de novas relações
repa- rar devidamente o dano causado. jurídicas. O artigo 1º do projeto de convenção sobre a
Ao mesmo tempo aquele que sofreu o dano exige a reparação responsabilidade internacional do Estado é elástico o suficiente
como direito seu e faz o outro responsável porque este é pessoa. para abarcar todas as consequências possíveis advindas da
Os fundamentos da responsabilidade são: alterum nom laedere, constatação do fato internacionalmente ilíci- to, tanto as de
ho- nest vivere e suum cuique tribuere, ou seja, não lesar ao cunho meramente reparatório, quanto as de cunho
próximo, viver honestamente e dar a cada um o que é seu, sancionatório.
respectivamente. Para ocorrer a responsabilidade se torna A responsabilidade pode ser dividida em duas grandes espé-
necessária uma se- quência de elementos. Ocorrência de um cies, a penal e a civil. Na penal as obrigações secundárias
suporte fático (violação de uma esfera política de uma pessoa), almejam impor sanções punitivas ao indivíduo como retribuição
nexo causal entre o fato, ao mal cau- sado e prevenção à ocorrência de condutas
ou ato, e o dano, além da culpa na conduta lesiva, semelhantes no futuro. Na civil, as obrigações secundárias têm
eventualmente. Desta sequência de elementos surge uma conteúdo reparatório de cunho patrimonial em geral.
consequência, o de- Um problema encontrado nesta dicotomia advém da máxima
ver de reparação imputado a alguém, não necessariamente ao societas delinquere non potest, ou seja, a sanção penal só pode
cau- sador do dano. Além da pretensão reparatória ou ser aplicada a indivíduos e nunca a entes morais como os
indenizatória, a responsabilidade internacional por violação dos Estados. Este
direitos humanos tem ainda a pretensão punitiva para a
responsabilidade criminal. entendimento prestigia o Estado enquanto sujeito privilegiado do
Não é somente o dever jurídico de abstenção da conduta cau- direito internacional e dotado da igualdade soberana em face dos
sadora de danos a outrem que consubstancia a outros Estados.
responsabilidade, pelo contrário, é a titularidade passiva da Devem por esta razão, serem punidos os indivíduos que agindo
pretensão reparatória ou indenizatória que, como conteúdo de em nome do Estado lesam os direitos de outrem. Outros
uma relação jurídica é direta- mente decorrente de uma norma. gravames são: falta de consenso na definição dos ilícitos penais,
A responsabilidade como direito objetivo aparece como a fei- internacio- nalmente falando e a falta de órgão competente para
ção essencialmente garantidora da ordem jurídica. A imputação julgar os Es- tados nessas infrações. Há quem diga que o
do dever de indenizar, quando houver causado dano a outrem Conselho de Seguran- ça da ONU poderia ser o órgão julgador
importa atribuir consequências desfavoráveis àquele que desde que fosse abolido o direito de veto que determinados
desatendeu a um breve dever de não-vulneração da esfera países tem e sua competência fosse ampliada a estes casos.
jurídica alheia. Cita-se também, a Corte Internacional de Justiça que, no
No âmbito internacional, a responsabilidade é essencial ao sis- momento, falece do caráter obrigatório de suas penas,
tema jurídico, sendo seu fundamento de direito internacional um sujeitando-as a faculdade dos Estados.
princípio da igualdade soberana entre os Estados. Isto ocorre Na violação de direitos humanos consagra-se a responsabilida-
por- que um Estado não pode reinvindicar para si uma condição de objetiva do Estado violador, uma vez que o dever de
jurídi- ca que não reconhece para outro Estado. A reparação nasce sempre que houver a violação de uma norma
responsabilidade é de regra apresentada como obrigação primária in- ternacional. Não se verifica a existência ou ausência
internacional de reparação em face da violação do elemento volitivo ou psíquico do agente, ou

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prévia de norma internacional. seja, não se comprova dolo ou culpa deste. Basta à
comprovação do nexo causal entre a conduta e o dano em si. como norma constitucional a dispositivos de direitos humanos
inseridos em tratados ratificados pelo Brasil, estaria afastada a
Responsabilidade internacional por violação de direitos hu- concepção do STF.
manos
A responsabilização internacional do Estado por violação de
O fato ilícito é composto por um elemento subjetivo e outro direitos humanos originada por ato judicial pode ocorrer em
objetivo. O primeiro é a identificação da conduta atribuída a de- duas hipóteses: quando a decisão é tardia ou Inexistente
terminado Estado e o segundo é o nexo entre a conduta estatal e (ausência de remédio judicial), ou quando a decisão judicial em
a violação de obrigação internacional. seu, mérito é violadora de direitos humanos.
Quanto ao fato ilícito ser atribuído a determinado Estado, po-
demos ver que tal questão torna-se complexa na medida em que
o Estado, pessoa jurídica ou moral de Direito Internacional, não DIREITOS HUMANOS NA CONSTITUIÇÃO FEDERAL
pos- sui existência física, sendo seu comportamento fruto de
comporta- mento de seus órgãos. A Constituição Federal brasileira adota a aplicabilidade imediata
Outro conceito que se deve ter em mente é o de imputabili- dade, das normas definidoras dos direitos e garantias fundamentais,
como sendo o elemento que vincula a conduta do agente ao nos termos do artigo 5º, parágrafo primeiro:
Estado responsável. Como já se viu, o Estado enquanto ente Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer
público comete atos ilícitos através de seus agentes sendo natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros
necessário ava- liar quais desses atos podem vincular o Estado. residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade,
Pouco importa a interpretação dada pelo direito interno quan- to à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
à imputação, já que, o direito internacional não está vinculado a § 1º As normas definidoras dos direitos e garantias fundamentais
este. Neste sentido a Corte Permanente de Justiça Internacional têm aplicação imediata.
re- futou o uso de direito interno, mesmo a própria Constituição,
como escusa legítima para o inadimplemento de obrigação Desta forma, prevalece para o direito internacional o status de
internacional. Então, o Brasil, ao ratificar tratados internacionais norma constitucional aos tratados que versem sobre direitos
de direitos humanos, dada a teoria geral da responsabilidade huma- nos devidamente ratificados pelo Brasil.
internacional do Estado, tem a obrigação internacional de Como princípio de direito internacional aplicado a esta questão
respeitar e garantir direi- tos humanos devendo zelar que os atos supracitada tem-se a primazia da norma mais favorável, face à
do poder executivo, as de- cisões do poder judiciário e as pro- teção internacional dos direitos humanos.
normas constitucionais legais sejam No entendimento de Cançado Trindade: no presente domínio de
compatíveis com os direitos elencados nestes tratados. proteção, não mais há pretensão de primazia do direito interna-
Na relação entre direito internacional e direito interno o prisma cional ou do direito interno, como ocorria na polêmica clássica e
que deve ser observado é como direito interno vê o direito su- perada entre monistas e dualistas. No presente contexto, a
interna- cional, ou seja, como as normas internacionais são primazia é da norma mais favorável às vítimas, que melhor as
incorporadas ao direito interno. Neste sentido temos duas proteja, seja ela norma de direito internacional ou de direito
correntes: a dualista e a monista. interno.
A monista estabelece a possibilidade de aplicação direta e au- O principal infrator dos direitos humanos de acordo com a ju-
tomática das normas de direito internacional pelos agentes do risprudência internacional é o poder executivo. Os agentes públi-
po- der estatal. cos deste poder violam as regras internacionais quando agindo
A Dualista exige a transformação da “norma” internacional em de acordo com as normas internas ou de modo ultra vires, ou
direito interno através de normas legislativas internas, que ainda, se omitindo injustificadamente transgridam os direitos
incorpo- rariam as regras de conduta expostas humanos. Atos ultra vires ocorre quando determinado órgão
internacionalmente. estatal atua exceden- do os limites de sua competência fixados
pelo Estado. O estado pela sua própria conduta em escolher o
NOÇÕES DE DIREITOS HUMANOS agente que ultrapassou as com- petências oficiais do órgão,
responde pela escolha dos mesmos. Fal- tou, portanto, ao
Estado, o dever de diligência em evitar tais atos.
Assim, para o Estado invocar norma de direito internacional só Quanto aos atos particulares tem que ser observado que são as
poderia fazê-lo após a incorporação desta, o que seria o mesmo condutas de agentes estatais agindo a título privado, sendo em
de estar aplicando uma norma interna. regra impossível o Estado ser responsabilizado por estes atos, já
No Brasil, a praxe republicana de incorporação interna de tra- que exercido por um particular, que por coincidência é também
tados internacionais exige a aprovação do tratado pelo um agente estatal.
Congresso (fase do decreto legislativo) e a posterior Só existe uma hipótese em que o estado se responsabiliza e o
promulgação do mesmo pelo Poder Executivo (fase do decreto ponto relevante desta responsabilização está na omissão da
executivo). realiza- ção dos atos de particulares.
Abre-se a seguinte questão: as normas internacionais que ver- Então a omissão dos agentes públicos em face de atos particu-
sam sobre direitos humanos entrariam no direito interno como lares, pode acarretar a responsabilidade do Estado por violação
leis ordinárias ou constitucionais? Embora o Supremo Tribunal dos direitos humanos. É necessário que além da violação aos
Federal estabeleça que estas normas estejam adstritas às direitos humanos exista o não desempenho do dever do agente
limitações im- postas constitucionalmente, os internacionalistas estatal em prevenir o resultado.
afirmam que por estar expresso na Constituição como Quanto ao Poder Legislativo, a violação de direitos humanos por
fundamento da República Fe- derativa do Brasil a dignidade da leis internas é feita, em geral, de modo indireto. Com efeito, são
pessoa humana, tendo em vista ainda o artigo 4º, II, confirmando atos administrativos ou judiciais que, embasados em leis, violam
a prevalência dos direitos huma- nos e o artigo 5º direitos humanos.

81
§ 2º assegurando a incorporação automática
O texto constitucional conferiu, portanto, especial proteção aos sociedade brasileira a ponto de inviabilizar os processos de
direitos humanos. Por isso, com a entrada em vigor de um desenvolvimento e de consolidação da democracia no país. [...]
tratado internacional de direitos humanos, toda norma Com o objetivo de limitar, controlar e reverter as graves vio-
preexistente incompatível com seus preceitos perde lações de direitos humanos e implementando uma
automaticamente a vigência, observando-se sempre em caso de recomendação da Conferência Mundial de Direitos Humanos
conflito, a norma mais favorável à vítima. realizada em Viena em 1993 - na qual o Brasil teve papel muito
Com a Emenda Constitucional nº 45, que introduziu na atuante, pois foi o em- baixador Gilberto Sabóia quem coordenou
Constituição de 1988 o § 3º do art. 5º, os tratados e convenções o comitê de redação da Declaração e Programa de Viena ¾ o
internacionais sobre direitos humanos aprovados, em cada Casa governo Fernando Henrique Cardoso decidiu integrar como
do Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos política de governo a promoção e realização dos direitos
votos dos respectivos membros, passaram a ter status humanos propondo um plano de ação para direitos humanos.
equivalentes às emendas constitucionais. Em 7 de setembro de 1995, o Presidente anun- ciava: ‘Chegou a
Os demais tratados sobre Direitos Humanos, sem a aprovação hora de mostrarmos, na prática, num plano nacio- nal, como
desse quórum, têm status supralegal e os Tratados e vamos lutar para acabar com a impunidade, como vamos lutar
Convenções Internacionais de assunto geral, que não tratam para realmente fazer com que os direitos humanos sejam res-
sobre Direitos Humanos, têm status de Lei ordinária. peitados’.
Ao assumir esse compromisso, o governo brasileiro reconhece a
TRATADOS INTERNACIONAIS NO ORDENAMENTO JURÍDICO obrigação do estado de proteger e promover os direitos
BRASILEIRO humanos e os princípios da universalidade e da indivisibilidade
Tratados Status dos direitos humanos. [...]”.3
Tratados Internacionais que versem sobre Direitos Humanos O principal mecanismo utilizado para exteriorizar e planejar a
aprovados em cada casa do Congresso, em 2 turnos por 3/5 dos Política Nacional de Direitos humanos é o Programa Nacional de
respectivos membros. Direitos Humanos.
Emenda 3 PINHEIRO, Paúlo Sérgio; MESQUITA NETO, Paulo de. Direitos
Constitucional
Tratados Internacionais sobre Direitos Humanos, mas não
aprovados em 2 turnos por 3/5 dos membros de cada casa do A Revolução Constitucionalista de 1932 e a voz dos que se le-
Congresso. vantaram contra a prepotência precipitaram a convocação da As-
Supralegal sembleia Constituinte, em 1933.4
Tratados internacionais que não versem sobre Direitos Vencidos no embate das armas os paulistas foram historica-
Humanos. Lei Ordinária mente vencedores. Graças a sua resistência. o arbítrio de 193o
teve de ceder.
POLÍTICA NACIONAL DE DIREITOS HUMANOS Antecipando os trabalhos da Constituinte, um projeto de Cons-
tituição foi elaborado por uma Comissão que veio a ficar
conhecida como Comissão do Itamarati. Recebeu esse nome,
Política nacional é o instrumento que estabelece o patamar e como fruto do uso, porque se reunia ao Palácio do Itamarati.
orienta as ações governamentais futuras, buscando o A Comissão do Itamarati foi nomeada pelo Governo Provisório.
aperfeiçoa- mento de alguma das esferas consideradas Dela faziam parte figuras destacadas do mundo político e
essenciais para a socie- dade. No caso, o Brasil adota como uma jurídico do pais como Afrânio MeIo Franco, Carlos Maximiliano,
de suas políticas nacionais os direitos humanos, sendo que a José Américo de Almeida, Temístocles Cavalcanti e João
aborda em detalhes em Progra- mas Nacionais de Direitos Mangabeira. Este último exerceu um singular papel de vanguarda
Humanos, reelaborados periodicamente de acordo com as novas advogando, na Comissão do Itamarati, as teses mais avançadas
necessidades sociais. para sua época.
“A política nacional de direitos humanos do Estado brasileiro, O anteprojeto constitucional foi bastante discutido no interior da
desenvolvida desde o retorno ao governo civil em 1985, e de Assembleia Constituinte. For criada uma Comissão Constitucio-
forma mais definida, desde 1995, pelo governo do Presidente nal. Nomearam-se relatores parciais que se encarregaram de
Fernando Henrique Cardoso, reflete e aprofunda uma concepção estu- dar os diversos capítulos do anteprojeto elaborado pela
de direitos humanos partilhada por organizações de direitos Comissão do Itamarati. Foi escolhida uma Comissão de Revisão,
humanos desde a resistência ao regime autoritário nos anos para dar aca- bamentos ao texto, antes que fosse votado pela
1970. Pela primeira vez, entretanto, na história republicana, Assembleia Cons- tituinte.
quase meio- século depois da Declaração Universal de Direitos A participação popular foi, entretanto, bastante reduzida. Um dos
Humanos de 1948, os direitos hu- manos passaram a ser motivos dessa carência de participação foi a censura à impren-
assumidos como política oficial do governo, num contexto social sa. Esta vigorou durante todo o período de funcionamento da
e político deste fim de século extremamente adverso para a Cons- tituinte.
maioria das não-elites na população brasileira. [...] Apesar dessa censura extremamente deplorável, a Constitui- ção
Em meados dos anos oitenta, já começava a ficar claro que o de 1934 restabeleceu as franquias liberais, suprimidas pelo pe-
desenvolvimento econômico e social e a transição para ríodo autoritário que se seguiu à Revolução de 1930. As
democra- cia, ainda que necessários, não eram suficientes para franquias foram mesmo ampliadas.
conter o au- mento da criminalidade e da violência no Brasil.
Ficava patente que esse fenômeno constituía um grande Os tratados internacionais de direitos humanos têm como fonte
obstáculo e uma ameaça aos processos de desenvolvimento e o Direito Internacional dos Direitos Humanos, surgido do pós
de consolidação da democracia. A questão era saber se esta guer- ra da Segunda Guerra Mundial, tendo seu desenvolvimento
tendência de banalização da crimina- lidade, da violência e da pode ser atribuído a uma resposta às monstruosas violações de
morte poderia ser controlada e revertida ou se ela direitos humanos da era Hitler e à crença de que

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acabaria por consumir os recursos humanos da parte destas violações po- deria ser prevenida se
um efetivo sistema de proteção internacional de direitos — foram fun- damentais para a ratificação destes importantes
humanos existisse. instrumentos de proteção dos direitos humanos.
Neste cenário fortalece-se a ideia de que a proteção dos direi- Segundo o Art. 5º, § 2º da CF, os direitos e garantias expressos
tos humanos não deve se reduzir ao domínio reservado do nesta Constituição não excluem outros decorrentes do regime e
Estado, em âmbito exclusivo à jurisdição doméstica, dado seu dos princípios por ela adotados, ou dos tratados internacionais
relevante in- teresse internacional. em que a República Federativa do Brasil seja parte.
Com o surgimento da Organização das Nações Unidas em 1948, Com efeito, quando um tratado internacional ingressa no or-
é aprovada a Declaração Universal dos Direitos Humanos, como denamento jurídico acrescenta outros direitos e deveres para os
um código de princípios e valores universais a serem cidadãos.
respeitados pelos Estados, considerado como marco do Para o tratado internacional ingressar no ordenamento jurídi- co
desenvolvimento do Direito brasileiro deve ser observado um procedimento complexo, que
4 http://www.dhnet.org.br/direitos/militantes/herkenhoff/livro1/ exige o cumprimento de quatro fases: a negociação (bilateral ou
dhbrasil/br5.html multilateral, com posterior assinatura do Presidente da
........................................................ República), submissão do tratado assinado ao Congresso
... Nacional (que dará referendo por meio do decreto legislativo),
ratificação do tratado (confirmação da obrigação perante a
comunidade internacional) e a promulgação e publicação do
tratado pelo Poder Executivo[].

Internacional dos Direitos Humanos, a partir do qual são O §1° e o §2° do artigo 5° existiam de maneira originária na
adotados inúmeros tratados internacionais voltados à proteção Constituição Federal, conferindo o caráter de primazia dos
de direitos fundamentais. direitos humanos, desde logo consagrando o princípio da
Forma-se o sistema normativo global de proteção dos direitos primazia dos di- reitos humanos, como reconhecido pela
humanos, no âmbito das Nações Unidas. Este sistema doutrina e jurisprudência majoritários na época. “O princípio da
normativo, por sua vez, é integrado por instrumentos de alcance primazia dos direitos huma- nos nas relações internacionais
geral (como os Pactos Internacionais de Direitos Civis e Políticos implica em que o Brasil deve incor- porar os tratados quanto ao
e de Direitos Econômicos, Sociais e Culturais de 1966) e por tema ao ordenamento interno brasi- leiro e respeitá-los. Implica,
instrumentos de al- cance específico, como as Convenções também em que as normas voltadas à proteção da dignidade em
internacionais que buscam responder a determinadas violações caráter universal devem ser aplicadas no Brasil em caráter
de direitos humanos. prioritário em relação a outras normas”[].
Ao lado do sistema normativo global, surge o sistema norma- Regra geral, os tratados internacionais comuns ingressam com
tivo regional de proteção, que busca internacionalizar os direitos força de lei ordinária no ordenamento jurídico brasileiro porque
humanos no plano regional, particularmente na Europa, América somente existe previsão constitucional quanto à possibilidade
e África. da equiparação às emendas constitucionais se o tratado
Os sistemas global e regional não são dicotômicos, mas com- abranger ma- téria de direitos humanos.
plementares. Inspirados pelos valores e princípios da Declaração Antes da Emenda Constitucional nº 45/04 que alterou o quadro
Universal, compõem o universo instrumental de proteção dos quanto aos tratados de direitos humanos, era o que acontecia,
direi- tos humanos, no plano internacional. ou seja, tratados de direitos humanos possuem caráter de lei
A crescente participação brasileira frente ao sistema interna- ordinária, mas isso não significa que tais direitos eram menos
cional de proteção dos direitos humanos tem como marco o importantes. Na verdade, após a Constituição de 1988 passou-se
proces- so de democratização do país, deflagrado em 1985, a a afirmar que os tratados de direitos humanos são mais do que
partir do qual o Estado Brasileiro passou a ratificar relevantes leis ordinárias, mas fontes de direitos implícitos, o que mostra a
tratados internacio- nais de direitos humanos. primazia dos direitos humanos.
Tido como marco inicial do processo de incorporação de tra- O precedente histórico da declaração dos tratados internacio-
tados internacionais de direitos humanos pelo Direito Brasileiro, nais como fonte de direito implícitos foi o questionamento pelo
a ratificação, em 1989, da Convenção contra a Tortura e Outros Par- tido MDB com relação à LC nº 5. Tal partido político
Tra- tamentos Cruéis, Desumanos ou Degradantes possibilitou brasileiro que abrigou os opositores do Regime Militar de 1964
que inú- meros outros importantes instrumentos internacionais ante o poderio go- vernista da Aliança Renovadora Nacional
de proteção dos direitos humanos foram também incorporados (ARENA). Organizado em fins de 1965 e fundado no ano
pelo Direito Bra- sileiro, sob a égide da Constituição Federal de seguinte, o partido se caracterizou por sua multiplicidade
1988, tais como: a) a Convenção Interamericana para Prevenir e ideológica graças sobretudo aos embates entre os “autênticos”
Punir a Tortura, em 20 de julho de 1989; b) a Convenção sobre os e “moderados” quanto aos rumos a seguir no enfrentamento ao
Direitos da Criança, em 24 de setembro de 1990; c) o Pacto poder militar. Inicialmente raquítico em seu desempenho
Internacional dos Direitos Civis e Políticos, em 24 de janeiro de eleitoral, experimentou grande crescimento no go- verno de
1992; d) o Pacto Internacional dos Direitos Econômicos, Sociais Ernesto Geisel obrigando os militares a extinguirem o bi-
e Culturais, em 24 de janeiro de 1992; partidarismo e assim surgiu o Partido do Movimento
e) a Convenção Americana de Direitos Humanos, em 25 de Democrático Brasileiro em 1980. A LC nº 5 previa que eram
setem- bro de 1992; f) a Convenção Interamericana para Prevenir, inelegíveis não só os condenados por certos crimes, mas
Punir e Erradicar a Violência contra a Mulher, em 27 de também quem estivesse sendo processado por estes. Foi
novembro de 1995. As inovações introduzidas pela Carta de 1988 efetuada a arguição incidental de incons- titucionalidade,
— especialmen- identificando no padrão de confronto o princípio do estado de
te no que tange ao primado da prevalência dos direitos inocência, que na época era implícito (uma vez que previsto na
humanos, como princípio orientador das relações internacionais Declaração Universal de Direitos Humanos de 1948). O TRE não

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acolheu a tese, mas o TSE sim (4x3). Contudo, o STF caçou a
decisão (7x4). Ficou impedida, assim, a candidatura do MDB.
Logo, todos os tratados que ingressaram no ordenamento jurí-
dico após a Constituição Federal de 1988 são mais que leis
ordiná- rias, mas efetivas fontes de direitos implícitos. A
exemplo, pode-se mencionar os pactos internacionais dos
direitos civis e políticos e dos direitos econômicos, sociais e
culturais, ambos de 1966, e a Convenção Americana sobre
Direitos Humanos de 1969, que en- traram em vigor no
ordenamento em 1992; e a Convenção sobre a tortura de 1984,
que entrou em vigor no Brasil em 1991. A questão é que tais
tratados não passaram pelo procedimento similar ao da Emenda
Constitucional para aprovação, uma vez que a alteração
constitucional que passou a assim estabelecer data de 2004:
Ainda, segundo o Art. 5º, § 3º, os tratados e convenções inter-
nacionais sobre direitos humanos que forem aprovados, em
cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três
quintos dos votos dos respectivos membros, serão equivalentes
às emendas constitucionais.
Com o advento da Emenda Constitucional nº 45/04, que in-
troduziu o §3º ao artigo 5º da Constituição Federal, os tratados
in- ternacionais de direitos humanos foram equiparados às
emendas constitucionais, desde que houvesse a aprovação do
tratado em cada Casa do Congresso Nacional e obtivesse a
votação em dois turnos e com três quintos dos votos dos
respectivos membros.
Logo, a partir da alteração constitucional, os tratados de direi-
tos humanos que ingressarem no ordenamento jurídico
brasileiro, versando sobre matéria de direitos humanos, irão
passar por um processo de aprovação semelhante ao da emenda
constitucional. Não há dúvidas de que os tratados internacionais
posteriores à emenda, aprovados pelo quórum de 3/5, em dois
turnos, têm sta- tus de norma constitucional. Atualmente, está
nesta condição a Convenção Internacional de Direitos da Pessoa
Portadora de Defici- ência (Decreto nº 6949/09).
Mas e quanto aos demais tratados?
Há posicionamentos conflituosos quanto à possibilidade de
considerar como hierarquicamente constitucional os tratados
inter- nacionais de direitos humanos que ingressaram no
ordenamento jurídico brasileiro anteriormente ao advento da
referida emenda. A posição predominante foi estabelecida pelo
Supremo Tribunal Fe- deral na discussão que se deu com
relação à prisão civil do deposi- tário infiel, prevista como legal
na Constituição e ilegal no Pacto de São José da Costa Rica
(tratado de direitos humanos aprovado antes da EC nº 45/04 e
depois da CF/88). O Supremo Tribunal Federal fir- mou o
entendimento pela supra legalidade do tratado de direitos
humanos anterior à Emenda (estaria numa posição que
paralisaria a eficácia da lei infraconstitucional, mas não
revogaria a Constituição no ponto controverso). Logo, o tratado
de direitos humanos ante- rior à Emenda Constitucional nº 45/04
é mais do que lei ordinária, e por isso paralisa a lei ordinária que
o contrarie, porém menos que o texto constitucional. Criou-se,
então, uma necessidade de dupla compatibilidade das leis
ordinárias.
É possível que um tratado de direitos humanos anterior à
Emenda Constitucional nº 45/04 adquira caráter constitucional?
Sim, basta que este tratado seja submetido a uma nova votação
no Congresso Nacional, desta vez nos moldes da Emenda (2
turnos, quórum de 3/5). Feito isto, se encerraria qualquer
controvérsia e o caráter do tratado passaria a ser de norma
constitucional.

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