Leia-me antes:
pelo objetivo de justificar a desigualdade e destinada
- A última atualização legislativa se deu com a Lei nº
12.735, de novembro de 2012.
- Os artigos que estão dentro das caixas pontilhadas
foram aqueles que eu já vi serem cobrados em
provas. Não significa que a leitura da lei não deve ser
feita na íntegra.
- Se for usar o arquivo no Word, use o atalho CTRL +
L para localizar palavras e/ou artigos no documento.
P. ex., CTRL+L “2020”, para ver todas as atualizações
e jurisprudências do ano corrente. Ou CTRL+L +
“multa” para ver os artigos que contemplam essa
expressão.
- O material foi elaborado e atualizado por
@rolandonaposse, mas fique livre para editar
conforme a sua necessidade. Bons estudos!
LEI Nº 7.716, DE 5 DE JANEIRO DE
1989.
Define os crimes
Mensagem de veto
resultantes de
Vide Lei nº 12.735, de 2012
preconceito de raça
Texto compilado
ou de cor.
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, faço saber que o
Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte
Lei:
Art. 1º Serão punidos, na forma desta Lei, os
crimes resultantes de discriminação ou preconceito
de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional.
Art. 2º (Vetado).
Art. 3º Impedir ou obstar o acesso de alguém,
devidamente habilitado, a qualquer cargo da
Administração Direta ou Indireta, bem como das
concessionárias de serviços públicos.
Pena: reclusão de dois a cinco anos.
Parágrafo único.  Incorre na mesma pena quem,
por motivo de discriminação de raça, cor, etnia,
religião ou procedência nacional, obstar a promoção
funcional.
Art. 4º Negar ou obstar emprego em empresa
privada.  Nacional destinada a implementar os mandados de
Pena: reclusão de dois a cinco anos.
§ 1o  Incorre na mesma pena quem, por motivo
de discriminação de raça ou de cor ou práticas
resultantes do preconceito de descendência ou
origem nacional ou étnica:
I - deixar de conceder os equipamentos
necessários ao empregado em igualdade de
condições com os demais trabalhadores;
II - impedir a ascensão funcional do empregado
ou obstar outra forma de benefício profissional;
III - proporcionar ao empregado tratamento
diferenciado no ambiente de trabalho,
especialmente quanto ao salário.
§ 2o  Ficará sujeito às penas de multa e de
prestação de serviços à comunidade, incluindo
atividades de promoção da igualdade racial, quem,
em anúncios ou qualquer outra forma de
recrutamento de trabalhadores, exigir aspectos de
aparência próprios de raça ou etnia para emprego
cujas atividades não justifiquem essas exigências.
Art. 5º Recusar ou impedir acesso a
estabelecimento comercial, negando-se a servir,
atender ou receber cliente ou comprador.
Pena: reclusão de um a três anos.
Art. 6º Recusar, negar ou impedir a inscrição ou
ingresso de aluno em estabelecimento de ensino
público ou privado de qualquer grau.
Pena: reclusão de três a cinco anos.
Parágrafo único. Se o crime for praticado contra
menor de 18 (dezoito) anos a pena é agravada de
1/3 (um terço).
Trata-se da maior pena prevista na lei.
Art. 7º Impedir o acesso ou recusar
hospedagem em hotel, pensão, estalagem, ou
qualquer estabelecimento similar.
Pena: reclusão de três a cinco anos.
Art. 8º Impedir o acesso ou recusar
atendimento em restaurantes, bares, confeitarias,
ou locais semelhantes abertos ao público.
Pena: reclusão de um a três anos.
Art. 9º Impedir o acesso ou recusar ao controle ideológico, à dominação política, à
atendimento em estabelecimentos esportivos, casas subjugação social e à negação da alteridade, da
de diversões, ou clubes sociais abertos ao público. dignidade e da humanidade daqueles que, por
Pena: reclusão de um a três anos. integrarem grupo vulnerável (LGBTI+) e por não
Art. 10. Impedir o acesso ou recusar pertencerem ao estamento que detém posição de
atendimento em salões de cabeleireiros, barbearias, hegemonia em uma dada estrutura social, são
termas ou casas de massagem ou estabelecimento considerados estranhos e diferentes, degradados à
com as mesmas finalidades. condição de marginais do ordenamento jurídico,
Pena: reclusão de um a três anos. expostos, em consequência de odiosa inferiorização
Art. 11. Impedir o acesso às entradas sociais em e de perversa estigmatização, a uma injusta e lesiva
edifícios públicos ou residenciais e elevadores ou situação de exclusão do sistema geral de proteção
escada de acesso aos mesmos: do direito. STF. Plenário. ADO 26/DF, Rel. Min. Celso
Pena: reclusão de um a três anos. de Mello; MI 4733/DF, Rel. Min. Edson Fachin,
Art. 12. Impedir o acesso ou uso de transportes julgados em em 13/6/2019 (Info 944).
públicos, como aviões, navios barcas, barcos, ônibus,
trens, metrô ou qualquer outro meio de transporte § 1º Fabricar, comercializar, distribuir ou
concedido. veicular símbolos, emblemas, ornamentos,
Pena: reclusão de um a três anos. distintivos ou propaganda que utilizem a cruz
Art. 13. Impedir ou obstar o acesso de alguém suástica ou gamada, para fins de divulgação do
ao serviço em qualquer ramo das Forças Armadas. nazismo.
Pena: reclusão de dois a quatro anos. Pena: reclusão de dois a cinco anos e multa.
§ 2º Se qualquer dos crimes previstos no caput
Art. 14. Impedir ou obstar, por qualquer meio
é cometido por intermédio dos meios de
ou forma, o casamento ou convivência familiar e
comunicação social ou publicação de qualquer
social.
Pena: reclusão de dois a quatro anos. natureza: 
Art. 15. (Vetado). Pena: reclusão de dois a cinco anos e multa.
A incitação ao ódio público contra quaisquer
Art. 16. Constitui efeito da condenação a perda
do cargo ou função pública, para o servidor público, denominações religiosas e seus seguidores não está
protegida pela cláusula constitucional que assegura
e a suspensão do funcionamento do
estabelecimento particular por prazo não superior a a liberdade de expressão. Assim, é possível, a
depender do caso concreto, que um líder religioso
3 (três) meses.
seja condenado pelo crime de racismo (art. 20, §2º,
Art. 17. (Vetado).
da Lei nº 7.716/81) por ter proferido discursos de
Art. 18. Os efeitos de que tratam os arts. 16 e
ódio público contra outras denominações religiosas
17 desta Lei não são automáticos, devendo ser
e seus seguidores. STF. 2ª Turma. RHC 146303/RJ,
motivadamente declarados na sentença.
rel. Min. Edson Fachin, red. p/ o ac. Min. Dias Toffoli,
Art. 19. (Vetado). julgado em 6/3/2018 (Info 893).
Art. 20. Praticar, induzir ou incitar a
discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, § 3º No caso do parágrafo anterior, o juiz
religião ou procedência nacional. poderá determinar, ouvido o Ministério Público ou a
Pena: reclusão de um a três anos e multa. pedido deste, ainda antes do inquérito policial, sob
pena de desobediência:
1. Até que sobrevenha lei emanada do Congresso I - o recolhimento imediato ou a busca e
apreensão dos exemplares do material respectivo;
criminalização definidos nos incisos XLI e XLII do art. II - a cessação das respectivas transmissões
5º da Constituição da República, as condutas
radiofônicas, televisivas, eletrônicas ou da
homofóbicas e transfóbicas, reais ou supostas, que publicação por qualquer meio;
envolvem aversão odiosa à orientação sexual ou à
III - a interdição das respectivas mensagens ou
identidade de gênero de alguém, por traduzirem páginas de informação na rede mundial de
expressões de racismo, compreendido este em sua
computadores.
dimensão social, ajustam-se, por identidade de razão § 4º Na hipótese do § 2º, constitui efeito da
e mediante adequação típica, aos preceitos
condenação, após o trânsito em julgado da decisão,
primários de incriminação definidos na Lei nº 7.716, a destruição do material apreendido.
de 08.01.1989, constituindo, também, na hipótese
Art. 21. Esta Lei entra em vigor na data de sua
de homicídio doloso, circunstância que o qualifica, publicação.
por configurar motivo torpe (Código Penal, art. 121,
Art. 22. Revogam-se as disposições em
§ 2º, I, “in fine”); contrário.
2. A repressão penal à prática da homotransfobia
Brasília, 5 de janeiro de 1989; 168º da
não alcança nem restringe ou limita o exercício da Independência e 101º da República.
liberdade religiosa, qualquer que seja a
denominação confessional professada, a cujos fiéis e
ministros (sacerdotes, pastores, rabinos, mulás ou
clérigos muçulmanos e líderes ou celebrantes das
religiões afro-brasileiras, entre outros) é assegurado
o direito de pregar e de divulgar, livremente, pela
palavra, pela imagem ou por qualquer outro meio, o
seu pensamento e de externar suas convicções de
acordo com o que se contiver em seus livros e
códigos sagrados, bem assim o de ensinar segundo
sua orientação doutrinária e/ou teológica, podendo
buscar e conquistar prosélitos e praticar os atos de
culto e respectiva liturgia, independentemente do
espaço, público ou privado, de sua atuação
individual ou coletiva, desde que tais manifestações
não configurem discurso de ódio, assim entendidas
aquelas exteriorizações que incitem a discriminação,
a hostilidade ou a violência contra pessoas em razão
de sua orientação sexual ou de sua identidade de
gênero;
3. O conceito de racismo, compreendido em sua
dimensão social, projeta-se para além de aspectos
estritamente biológicos ou fenotípicos, pois resulta,
enquanto manifestação de poder, de uma
construção de índole histórico-cultural motivada