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Última atualização jurisprudencial: 31/07/19 - Info 915 do STF (art. 20); Info 944 (art. 1º)
2) Siglas utilizadas:
MP (concursos do Ministério Público); M ou TJPR (concursos da Magistratura); BL (base
legal), etc.
##Atenção ##STF ##DOD: A Lei nº 7.716/89 pode ser aplicada para punir as condutas
homofóbicas e transfóbicas:
1. Até que sobrevenha lei emanada do Congresso Nacional destinada a implementar os
mandados de criminalização definidos nos incisos XLI e XLII do art. 5º da Constituição da
República, as condutas homofóbicas e transfóbicas, reais ou supostas, que envolvem aversão
odiosa à orientação sexual ou à identidade de gênero de alguém, por traduzirem expressões de
racismo, compreendido este em sua dimensão social, ajustam-se, por identidade de razão e
mediante adequação típica, aos preceitos primários de incriminação definidos na Lei nº 7.716,
de 08.01.1989, constituindo, também, na hipótese de homicídio doloso, circunstância que o
qualifica, por configurar motivo torpe (Código Penal, art. 121, § 2º, I, “in fine”);
2. A repressão penal à prática da homotransfobia não alcança nem restringe ou limita o
exercício da liberdade religiosa, qualquer que seja a denominação confessional professada, a
cujos fiéis e ministros (sacerdotes, pastores, rabinos, mulás ou clérigos muçulmanos e líderes
ou celebrantes das religiões afro-brasileiras, entre outros) é assegurado o direito de pregar e de
divulgar, livremente, pela palavra, pela imagem ou por qualquer outro meio, o seu pensamento
e de externar suas convicções de acordo com o que se contiver em seus livros e códigos
sagrados, bem assim o de ensinar segundo sua orientação doutrinária e/ou teológica, podendo
buscar e conquistar prosélitos e praticar os atos de culto e respectiva liturgia,
independentemente do espaço, público ou privado, de sua atuação individual ou coletiva,
desde que tais manifestações não configurem discurso de ódio, assim entendidas aquelas
exteriorizações que incitem a discriminação, a hostilidade ou a violência contra pessoas em
razão de sua orientação sexual ou de sua identidade de gênero;
3. O conceito de racismo, compreendido em sua dimensão social, projeta-se para além de
aspectos estritamente biológicos ou fenotípicos, pois resulta, enquanto manifestação de poder,
de uma construção de índole histórico-cultural motivada pelo objetivo de justificar a
desigualdade e destinada ao controle ideológico, à dominação política, à subjugação social e à
negação da alteridade, da dignidade e da humanidade daqueles que, por integrarem grupo
vulnerável (LGBTI+) e por não pertencerem ao estamento que detém posição de hegemonia em
uma dada estrutura social, são considerados estranhos e diferentes, degradados à condição de
marginais do ordenamento jurídico, expostos, em consequência de odiosa inferiorização e de
perversa estigmatização, a uma injusta e lesiva situação de exclusão do sistema geral de
proteção do direito.
STF. Plenário. ADO 26/DF, Rel. Min. Celso de Mello; MI 4733/DF, Rel. Min. Edson Fachin, j.
13/6/19 (Info 944).
Art. 2º (Vetado).
Parágrafo único. Se o crime for praticado contra menor de dezoito anos a pena é agravada de
1/3 (um terço).
Art. 10. Impedir o acesso ou recusar atendimento em salões de cabeleireiros, barbearias, termas
ou casas de massagem ou estabelecimento com as mesmas finalidades.
Art. 11. Impedir o acesso às entradas sociais em edifícios públicos ou residenciais e elevadores
ou escada de acesso aos mesmos: (DPEMS-2008)
Art. 12. Impedir o acesso ou uso de transportes públicos, como aviões, navios barcas, barcos,
ônibus, trens, metrô ou qualquer outro meio de transporte concedido.
Art. 13. Impedir ou obstar o acesso de alguém ao serviço em qualquer ramo das Forças
Armadas.
Art. 14. IMPEDIR ou OBSTAR, por qualquer meio ou forma, o casamento ou convivência
familiar e social.
Art. 16. CONSTITUI EFEITO DA CONDENAÇÃO a perda do cargo ou função pública, para o
servidor público, e a suspensão do funcionamento do estabelecimento particular por prazo não
superior a três meses. (TJAL-2008) (MPPE-2008) (TJDFT-2015) (TJSC-2019)
Art. 18. Os EFEITOS de que tratam os arts. 16 e 17 desta Lei NÃO SÃO AUTOMÁTICOS,
DEVENDO SER motivadamente declarados na sentença. (TJAL-2008) (TJPR-2011) (TJDFT-2012)
(TJSC-2019)
(TJPB-2015-CESPE): A perda do cargo ou função pública pelo servidor público está prevista como
efeito da condenação por crimes resultantes de preconceito de raça ou de cor, no entanto, para que
isso ocorra, deve o juiz declará-lo motivadamente na sentença. BL: arts. 16 e 18, Lei 7716.
Pena: reclusão de um a três anos e multa. (Redação dada pela Lei nº 9.459, de 15/05/97)
##Atenção ##STF ##DOD: O então Deputado Federal Jair Bolsonaro proferiu palestra no
auditório de determinado clube e ali fez críticas e comentários negativos a respeito dos
quilombolas e também de povos estrangeiros. No trecho mais questionado de sua palestra, ele
afirmou: “Eu fui em um quilombola em El Dourado Paulista. Olha, o afrodescendente mais leve lá pesava
sete arrobas. Não fazem nada! Eu acho que nem para procriador eles servem mais. Mais de um bilhão de
reais por ano gastado com eles. Recebem cesta básica e mais material em implementos agrícolas. Você vai em
El Dourado Paulista, você compra arame farpado, você compra enxada, pá, picareta por metade do preço
vendido em outra cidade vizinha. Por que? Porque eles revendem tudo baratinho lá. Não querem nada com
nada.” O STF entendeu que a conduta de Bolsonaro não configurou o crime de racismo (art. 20
da Lei nº 7.716/89). As palavras por ele proferidas estão dentro da liberdade de expressão
prevista no art. 5º, IV, da CF/88, além de também estarem cobertas pela imunidade parlamentar
(art. 53 da CF/88). O objetivo de seu discurso não foi o de repressão, dominação, supressão ou
eliminação dos quilombolas ou dos estrangeiros. O pronunciamento do parlamentar estava
vinculado ao contexto de demarcação e proveito econômico das terras e configuram
manifestação política que não extrapola os limites da liberdade de expressão. Além disso, as
manifestações de Bolsonaro estavam relacionadas com a sua função de parlamentar. Inclusive, o
convite para a palestra se deu em razão do exercício do cargo de Deputado Federal a fim de dar a
sua visão geopolítica e econômica do País. Assim, havia uma vinculação das manifestações
apresentadas na palestra com os pronunciamentos do parlamentar na Câmara dos Deputados,
de sorte que incide a imunidade parlamentar. STF. 1ª Turma. Inq 4694/DF, Rel. Min. Marco
Aurélio, j. 11/9/18 (Info 915).
Pena: reclusão de dois a cinco anos e multa.(Incluído pela Lei nº 9.459, de 15/05/97)
(TJSC-2017-FCC): Configura crime de preconceito de raça ou cor veicular símbolos que utilizem a
cruz suástica para fins de divulgação do nazismo. BL: art. 20, §1º, Lei 7716.
§ 2º Se qualquer dos crimes previstos no caput é cometido por intermédio dos meios de
comunicação social ou publicação de qualquer natureza: (Redação dada pela Lei nº 9.459, de
15/05/97)
Pena: reclusão de dois a cinco anos e multa.(Incluído pela Lei nº 9.459, de 15/05/97)
(PCPR-2013): Quantos aos crimes de racismo definidos na Lei 7.716/89, assinale a alternativa
correta: No caso de incitação ou induzimento ao preconceito racial praticado através da rede
mundial de computadores, poderá o juiz determinar a interdição da mensagem ou página de
informação. BL: art. 20, §3º, III da Lei 7716.
Art. 21. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação. (Renumerado pela Lei nº 8.081, de
21.9.1990)
Art. 22. Revogam-se as disposições em contrário. (Renumerado pela Lei nº 8.081, de 21.9.1990)
JOSÉ SARNEY
Paulo Brossard