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ISCED – HUÍLA
SECÇÃO DE FILOSOFIA
Lubango
(2023)
INSTITUTO SUPERIOR DE CIÊNCIAS DA EDUCAÇÃO
ISCED – HUÍLA
SECÇÃO DE FILOSOFIA
O orientador:
Lubango
(2023)
DEDICATÓRIA
À minha amada família, meus irmãos, sobrinhos (as), tios (as), e primos, que
sempre me incentivaram a não desistir;
DEDICATÓRIA....................................................................................................7
AGRADECIMENTOS..........................................................................................8
RESUMO.............................................................................................................9
ABSTRAT..........................................................................................................10
INTRODUÇÃO.................................................................................................... 5
I. QUADRO TEÓRICO........................................................................................6
1.5.Objectivos da pesquisa..............................................................................7
1.8. Hipótese....................................................................................................8
II - QUADRO METODOLÓGICO.......................................................................10
CONCLUSÕES.................................................................................................57
SUGESTÕES....................................................................................................59
BIBLIOGRAFIA................................................................................................. 60
INTRODUÇÃO
Na realidade circundante nunca se observou algo tão nuclear que faz mergulhar de
forma precisa no tempo para então fornecer vivências do passado como se se
tivesse presente. Aliás, basta olhar para a função onírica se entenderá que para ela
se manifestar precisará fundamentalmente da linguagem como expressão de
partilha e a comunicação, mensagem que dá a lembrança de tudo que é legal; tal
como diz a autora Pinheiro (2005), não comunicar é impossível, porque mesmo não
querendo estamos emitindo mensagens para outro; neste sentido, até o silêncio
diante de uma situação é uma comunicação.
Objectivo geral:
Objectivos específicos:
1.8. Hipótese
Variáveis
Na verdade o tema constituído deste jeito ainda não foi abordado e desta feita
podemos declarar ser um tema novo e na verdade de difícil debate. Assuntos há que
foram abordados numa perspectiva particular, ou melhor, apenas tem abordagens
de termos simples na sua forma conceitual. Assim, o termo comunicação, fenómeno,
autonomia, transcendência e pessoa humana já foram abordados por muitos
autores; e nós decidimos fazer a junção de ambos para discutir de uma forma ampla
e decisiva apesar da escassez bibliográfica.
A “comunicação” é aqui uma partilha em comum que faz a cada um dos amigos, a
cada um dos que têm em comum esse algo que os relaciona, ser mais ele próprio,
tornar-se mais inteiramente ele, ao privar com o outro, ao conhecer o mundo através
do outro, dando-lhe a conhecer o mundo por intermédio da sua própria e única
identidade (Santos, Alves, e Serra, 2011, p.10).
II - QUADRO METODOLÓGICO
Com a utilização destes métodos será possível analisar vários aspectos entre eles
os dados e conteúdos colhidos sobre o tema em causa, ou seja, poder-se-á analisar
os problemas de ordem comunicacional para confrontar o com o desenvolvimento da
pessoa humana autónoma e sua influência ao transcender-se.
Utilizar-se-á estes métodos porque ajudaram na identificação das leis ou teorias que
constituirão ponto de partida para o desenvolvimento da pesquisa e na explicação
dos fenómenos particulares pelas generalizações.
Para Fortin (2009), ap. Mendes e Manuel (2016, p. 117) a população “é um grupo
de pessoas ou elementos que têm características comuns, sobre o qual se faz o
estudo”. De acordo com Fortin (2009), apud. Mendes e Manuel (idem), amostra “é a
fracção ou a porção de uma população junto da qual são recolhidas as informações
necessárias ao estudo”.
Resultados teóricos
Resultados práticos
Uma vez que a comunicação é o passo decisivo para uma boa compreensão da
pessoa humana, neste caso para conhecer a si a outros é indispensável que ele
transcenda-se como se fosse o dasein alcançado assim sua autonomia. Espero que
sua relação com o outro transcenda sua forma limitada de ser e por sinal desenvolva
suas aptidões e interesses colectivos.
CAPÍTULO I: ABORDAGEM TEÓRICA SOBRE A
COMUNICAÇÃO
A comunicação nas diversas fases estava e está cada vez mais competitiva devido à
necessidade de sobreviver ao ambiente de alta concorrência entre as as pessoas, o
que exige rapidez, flexibilidade e maior percepção na tomada de decisão do seu
próprio funcionamento. Com isso, tendemos apresentar a palavra comunicção em
diversas fases da vida coeçando na idade antiga.
Desde sua génese, o conceito de comunicação implica numa dimensão bem mais
alargada, do que simplesmente o acto enunciativo da fala. Ele representa um dos
fenómenos mais importantes da espécie humana. Compreendê-lo, implica voltar no
tempo, buscar as origens da fala, o desenvolvimento das linguagens e verificar como
e por que ele se modificou ao longo da história.
“Desde o início dos tempos o homem procura se comunicar, a princípio por gestos,
linguagem corporal ou verbal, mas percebe a necessidade de transmitir suas
mensagens e perpetuar seu conhecimento para outras gerações” (Dias, 2013, p.
22). A comunidade representa, por assim dizer, a própria base do processo social,
porque sem comunicação não há acção consciente, organizada e administrada.
Considerando essa omnipresença da comunicação é possível conceber o ser
humano como homo comunicador, pois tudo o que ele é (e possa vir a ser), tudo que
aconteceu ou acontecerá envolve a comunicação, uma vez que esta é cultura, e
cultura é a vida das pessoas.
Para Williams, apud Serra (2007, p. 69), “a palavra comunicação surgiu em língua
inglesa no século XV como «nome de acção», derivada do latim communicare, que
significa «tornar comum a muitos, partilhar”. É nesta entrelinha que segundo Serra
(idem, p. 70), “a partir dos finais do século XVII, a palavra estende o seu campo
semântico aos meios e vias de comunicação como estradas, canais e caminhos-de-
ferro, etc., confundindo-se a comunicação, de informações e ideias, com o
transporte, de coisas e pessoas” (Serra, 2007, p. 70). Para finalizar, o autor (idem)
acrescenta que “no século XX, sobretudo a partir dos anos 20 e, primeiro nos EUA,
a palavra comunicação passa a designar predominantemente os mídia como a
imprensa ou a rádio, distinguindo-se, assim, de forma clara entre a indústria da
comunicação propriamente dita e a indústria de transportes.
O ser humano vem se desenvolvendo a milhares de anos. Diversas foram as suas
classificações e as eras passadas até chegarmos a actual, chamada de Era da
Informação. Ao longo de todo este desenvolvimento, muitas formas de comunicação
surgiram e foram evoluindo, sendo a base necessária para o convívio dos indivíduos
em sociedade. A evolução humana está ligada directamente com a evolução da
tecnologia, das ferramentas utilizadas e desenvolvidas para auxiliar nos diversos
sectores da sociedade e, também, da comunicação humana em suas Eras e Idades.
A própria evolução humana, a melhoria da vida, a estruturação da sociedade e
outros importantes marcos para o ser humano teve a evolução das comunicações e
a própria comunicação como um pilar, (Barros, Souza & Teixeira, 2021).
Desde já começamos por aboradar aquele que tem a designação de pai da fiosofia,
Sócrates. Sócrates entendia a comunicação como o meio mais completo de dialogar
que permitia forçar o interlocutor a expor suas opiniões, com habilidade, emaranhá-
lo na teia obscura de suas próprias afirmativas, acabando por reconhecer sua
ignorância a respeito do que antes julgava não ter ou ter certeza”. Benoit (1996)
É daí que surge o método maiêutico ou de diálogo socrático que por su vez divide-se
em duas vertentes: a ironia e a maiêutica.
A ironia socrática relaciona-se ao acto de perguntar: “assume a posição de
questionador: age interrogando aqueles que dizem possuir algum saber, fingindo ter
a intenção de aprender algumas coisas com eles”.
Nisto segundo Maia (2008), é por meio do diálogo, do debate e de perguntas bem
elaboradas que, se induzia à reflexão com o rumo a um “conhecimento que traz em
si, os altos valores da existência humana”.
Agostinho apresenta sua concepção de linguagem, admitindo que esta tenha sido
instituída com a finalidade senão de ensinar e para aprender, através dos sentidos e
do pensamento.O verbo loquor aparece na Vulgata 139 vezes como uma fala
comprobatória divina. Está intimamente ligado à loquens, que significa falar de forma
expressiva.Todos são derivados de Locutio, o deus da fala, eloquentia (eloquência)
dom da palavra; eloquium (discurso); eloquor (exposição, revelação, explicação);
este último de muita afinidade com a intenção de Agostinho (Agostinho, 2015, P.
27).
Uma outra comparação que o autror faz é de que a dinâmica existente entre o
intelecto e a comunicação acontece em torno do conceito de "verbo" (traduzido por
alguns autores como palavra ou expressão). Para o Aquinate, verbo é uma
semelhança, uma similitude, da coisa inteligida (Aquino, 1953, p.215), significa, pois,
a coisa mediante o conceito, pois segundo o modo como se lhe entende, assim lhe
nomeia (FAITANIN. In: SANTOS. 2011. 12).
Os sinais, usados na linguagem, são de diversos tipos, como diz Faitanin: "sinal
é aquilo que serve para o conhecimento de outra realidade. A fala é a manifestação,
pela voz, da palavra interior que se concebe com a mente. A linguagem escrita, por
exemplo, é a fala expressada em formas gramaticais.Faitanin (2012)
Resseau, diz que os homens desenvolem meios, introduzem obstáculos entre suas
lamas, obsurecem suas relações e perdem a pureza de sua primeira comunicação.
Resseau mostra que a linguagem articulada não natural (ou inata) e os que afirmam
que o homem natural tem linguagem articulada estão transferindo para o homem
natural características do homem civil. Starobinski (1991)
Assim, pensando definir os atributos dos objetos,ele pôs seres lingüísticos, pois é a
lingua que, graças ás suas próprias categorias, permite reconhecê-las e classificá-
las. O que se quer provar para o autor é que o que podemos dizer delimita e
organiza o que podemos pensar; a lingua fornece a configuração fundamental das
propriedades das coisas reconhecidas pelo espírito (Benveniste 1966, p.63-74).
1.2. Outra sistematização do Processo da Comunicação Desde os
Primórdios à Actualidade
Neste sentido é crucial assumir que viver pressupõe comunicar quer seja consigo
mesmo, com os outros e, largamente, com os demais seres vivos. É nesta lógica
que Serra (2007, p. 69), fundamenta que a palavra comunicação “[...] envolve um
sentido duplo: ela pode ser (e é) interpretada seja como transmissão, «um processo
de sentido único», seja como partilha, «um processo comum ou mútuo»” (idem).
Noutros termos, Gonzaga e Tauchen (2018) esclarece que, embora a comunicação
seja inata, ela conhece a sua evolução, precisamente, na fase do homo sapiens,
este que para se comunicar fazia a “emissão de sons, [...], como por exemplo, emitir
um som cujo significado represente perigo” (p. 495). Na mesma lógica Bragança
(2009) assume que a comunicação sempre esteve presente na evolução do homem.
O próximo passo foi, então, o uso das mãos para uma série de gestos
comunicativos, e as primeiras representações simbólicas.
Os autores acima, afirmam que nos primeiros dias, a comunicação era da mesma
forma que outros mamíferos fazem, que respostas herdadas e instintivas eram
significativas na comunicação como um todo e que, nesta era, foram necessários
milhões de anos para que surgissem gestos, sinais e sons padronizados que fossem
adoptados como comunicação compartilhada e aprendida para que gerações futuras
também fizesse uso destes padrões entendidos.
DeFleur e Ball-Rokeach (1993), apud. Barros, Souza & Teixeira (2021, p. 5) “ainda
dizem que é mais significativo encarar o desenvolvimento humano dividindo sua
evolução em Idades, na qual, os ancestrais dos seres humanos fizeram avanços
sucessivos consideráveis em suas capacidades de registar, trocar e disseminar
informações”.
DeFleur e Ball-Rokeach (1993), apud. Barros, Souza & Teixeira (2021, p. 4),
auxiliam na compreensão do exposto quando afirmam:
De acordo com Bragança (2015) até porque corrobora com DeFleur e Ball-Rokeach
(1993, p. 9), sustenta que “a evolução da comunicação humana se deu em Eras.
Segundo ela, inicialmente houve a Era dos Símbolos e Sinais, há cerca de 90 mil
anos atrás, onde os indivíduos, hominídeos, não falavam”. A comunicação era a
base de gestos e sinais que seguiam um determinado padrão e eram passados de
geração em geração para que houvesse uma socialização de todos. Utilizavam-se
para a comunicação na Era dos Símbolos e Sinais ruídos e movimentos do corpo,
que eram traduzidos em símbolos e sinais e entendido por aqueles que estavam
envolvidos nos processos de comunicação. Aponta ainda que, nesta Era, não havia
a oralidade, porém, existia emissão de sons como ruídos, rosnados, roncos e
guinchos e que a conclusão da comunicação era imprecisa e as conclusões
prejudicadas e o ritmo da troca de informações era lento.
Nesta fase, a comunicação estava mais orientada para vertente estritamente divina,
isto é, Deus o centro de todas atenções. Nesta altura, o homem evoluiu
relativamente às novas descobertas e deu de costas viradas a ciência como tal,
preocupou-se apenas se conectar com o ser transcendental (os signos e a dimensão
simbólica).
“O homem chegou à associação dos sons e gestos para designar um objecto, dando
origem ao signo. Assim nasceram os signos, isto é, qualquer coisa que faz
referência à outra coisa ou ideia, e a significação, que consiste no uso social dos
signos” (Bordenave, 1982, p. 24).
Por outro lado, Bragança (2015) realça que após a Era da Fala, seguiu-se para a
Era da Escrita e, nesta, houve um período curto para a sua consolidação, passando
a ter sentido a partir do momento em que significados padronizados foram criados
para as representações pictóricas, sendo este considerado o primeiro passo para a
escrita. Na Era da Escrita, os Sumérios foram os primeiros a criar símbolos para
sons e, neste sentido, sílabas passaram a ser escritas, considerado o primeiro passo
para a escrita fonética. Seguindo a evolução da comunicação dentro da própria Era
da Escrita, o homem criou a própria escrita em papiros, pedras e placas de argila
para poder gravar, armazenar e transmitir suas mensagens.
Neste sentido, para fundamentar o valor da escrita, Recuero (2000) assume que a
escrita permitiu que o conhecimento ultrapassasse a barreira do tempo e que a
mensagem pudesse existir independente de um emissor, podendo ser recebida a
qualquer momento por alguém que soubesse decifrar o código. Permitiu também a
organização linear do pensamento, base da inteligência e cultura dos séculos
seguintes. Com a escrita desenvolveu-se também a ciência, criando várias raízes de
conhecimento científico e desenvolvendo a civilização. Com a ciência, o espaço
pôde ser reconfigurado, medido, transformado. A distância passou a ser algo
concreto, passível de ser medido. A escrita também esteve intimamente ligada com
a transmissão e desenvolvimento da cultura dos povos. E a cultura com o
desenvolvimento também da sociedade e da vida social. O impacto da escrita na
vida do homem foi tão forte que até hoje os historiadores determinam o fim da Pré-
história e o início da História, ou seja, da civilização e do desenvolvimento pela
provável data da invenção da escrita.
Com o passar dos tempos se torna comum a prática de copiar os livros, o que
acaba tomando muito tempo (essas cópias eram feitas manualmente pelos
chamados copistas) e espaço. Apesar de ter sido um salto enorme para a
comunicação a escrita alfabética também trazia os seus problemas, pois, os
manuscritos eram grandes, pesados e difíceis de transportar.
Apesar de a literatura ser unânime quanto ao país em que este avanço se deu, isto
é, Alemanha, por Gutemberg, o ano preciso é uma situação discutível, na medida
em que, Dias (2013, p. 24) assume que “a era da imprensa se deu em 1450”. Outra
tese sustenta que estamos diante da idade moderna, pois nesta fase a comunicação
ganhou outra dimensão, podendo assim sustentado que “a modernidade definia a
comunicação como: a partilha e participação em comum de algo por um conjunto
determinado ou indeterminado de indivíduos; emissão, transmissão e recepção por
meios convencionados e codificados de algo […]”, (Santos; Alves & Serra, 2011, p.
10).
Bragança (2015) fundamenta que a Era da Imprensa foi iniciada com o advento da
invenção da Prensa de Gutemberg, transformando a forma como as comunicações
escritas eram desenvolvidas. Antes da Era da Imprensa, a escrita era feita e
interpretada por quem a escrevia, podendo haver variações entre cópias feitas de
um mesmo documento, sem contar o tempo que os documentos levavam para
serem copiados. Ainda aponta que, partir o invento de Gutemberg, a própria
preservação da cultura foi modificada, com a possível difusão dos processos de
ensino e aprendizagem e a criação de empresas de difusão da comunicação, como
jornais e revistas.
Bragança (2015) também cita que houve outras invenções que revolucionaram as
comunicações, tais como o telégrafo e o próprio código Morse, considerado uma
evolução do próprio telégrafo.
Sobre a Era da Comunicação em Massa, Bragança (2009, p. 3) afirma seu início por
volta do Século XIX, com o advento da difusão de jornais, revistas e outras medias
que puderam ser distribuídas para o grande público, seguindo pela criação do
cinema, rádios e televisão, havendo assim, uma massificação da comunicação e a
criação de uma indústria cultural.
Por fim, Bragança (2009 ou 2015, p. 4) […] caracterizada esta era pela consolidação
da evolução dos sistemas de telecomunicações no Século XX e pela disseminação
da utilização do computador, responsável por uma evolução além das previsões e,
nela, concretizou-se a conquista do espaço, a criação e utilização de satélites de
comunicação que, revolucionaram as comunicações com a ampliação das
transmissões de rádio e televisão, assim como, das transmissões de dados, das
redes de computadores e da criação da Internet e consolidação do ciberespaço.
A comunicação, muitas vezes, é impedida de ser bem sucedida por alguns factores
que dependem tanto do remetente, destinatário quanto do ambiente ao qual se
encontram. Essa falha de comunicação é comumente relatada como ruído. O
publicitário Pires (2011) diz que os ruídos podem ser físicos; semântico por
dificuldades de compreensão; ou cultural, quando falta repertório para que a
mensagem seja compreendida. Dentre esses tipos pode haver o bloqueio, quando a
mensagem não é recebida e a comunicação é interrompida ou a filtragem, quando a
comunicação é efetuada, porém a mensagem é parcialmente recebida. Os ruídos
podem ser por parte do emissor ou do receptor. Falta de clareza nas ideias,
comunicação múltipla, problemas de codificação, bloqueio emocional, hábitos de
locução ou suposição acerca do receptor, são alguns tipos que podem ocorrer com
quem emite.
Counicação bilateral ( nos dois entidos), quando existe reciprocidade. Ex: no diálogo.
Na lógica dos argumentos acima, é importante realçar que, quer uma quer outra tese
nenhuma pode ser considera errada ou mais certa, pois, é conveniente afirmar que
as duas integram-se mutuamente. Sendo assim, a segunda tese baseia-se numa
invenção do ser humano concebida através da imitação dos sons emitidos pelos
animais e pelas coisas, confirmada pela quantidade de sons onomatopaicos
presentes em todas as línguas e pela maneira como a criança aprende a falar,
imitando os sons que ouve dos pais. Neste sentido é possível depreender três
elementos: primeiro – o sujeito que fala (e se exprime falando); segundo – o objecto
de que se fala (e se representa mediante a palavra); e terceiro – o interlocutor a
quem se fala e com quem se quer comunicar falando. Assim, é destes elementos
essenciais dos quais a linguagem depende.
Para Vigotsky (2001, pp. 2-3), “é com a linguagem, que veiculamos e exprimimos o
pensamento”, sendo para Lau e Kaparata (2006, p. 19) que o pensamento é o
“conjunto de ideias ou significados que o intelecto humano elabora e atribui aos
objetos refletidos no interior do seu mecanismo perceptivo”. Nesse sentido, “existe
um vinculo inseparável entre pensamento e ideia; tanto que sempre que o ser
humano pensa se produzem ideias que refletem e representam a realidade por ele
refletida”, logo verifica-se a manifestação da linguagem e da comunicação, visto que,
“[…] a linguagem é a condição obrigatória para a realização da autopoiese da
comunicação” (Marcondes, 2004, p. 486).
Conceituar a pessoa humana não é tarefa tão fácil porquanto várias correntes
apresentam suas perspectivas filosóficas, sendo umas mais naturalistas e outros
mais teológicos. O termo «pessoa», do ponto de vista etimológico, vem do grego
proswpon (prósopon) e do latim personare que significava máscara e, com o tempo,
sofreu influência de duas tradições culturais.
Para Siqueira, (2007, Pag 14), a pessoa humana é “ser dotado de característica
diferencial em relação a todos os outros animais: ele é ao mesmo tempo um ser
biológico e um ser cultural/simbólico”. No mesmo caminho segue Stoczkowski (1994,
p. 55) ao realçar que “é um ser dotado de um conjunto de características às quais se
atribui o estatuto de traços distintivos da nossa família biológica; contudo, explicar a
antropogênese é explicar as origens dessas características humanas”.
Diante dos termos ora definidos podemos destacar a perspectiva mais filosófica de
Japiassú e Marcondes (2001), que relaciona o conceito de pessoa, partindo da sua
origem latina que de persona, literalmente significa – máscara […], fundamentando
que pessoa humana refere-se às características de um indivíduo.
É importante ainda fundamentar que, apesar dos conceitos ora expostos, temos
necessariamente de apresentar o conceito da pessoa humana, consoante as
seguintes diferentes visões do saber:
Das abordagens ora exposta, é possível extrair que a noção de pessoa é herança da
Teologia e de vários outros saberes. Neste sentido, pode se depreender que a
pessoa humana é um animal racional, cuja forma de estar, ser e agir o aproxima à
imagem de Deus enquanto seu criador; é um ser que convivendo necessita de se
comunicar e comunicar com os outros e não só. Contudo, é a comunicação que lhe
vai permitir não ser um eremita, podendo através do meio transmitir aos outros
aquilo que se sabe.
“Por isso, a pessoa humana como relação, é condição de estar e ser-no-mundo com
os demais seres e coisas, e, com isso, não esteja apenas orientada para um
solipsismo, ou mesmo uma solidão fechada e desesperadora que angustia e oprime”
(Rodrigues, 2011, p. 81). Assim sendo, considera Boaventura que “a pessoa como
relação é abertura, projecção e orientação que tende ao transcendente, aos outros e
ao mundo”, (idem). Tal como realça Merino (1999, p. 95) que “o homem, como ser
relacionado, implica estar-orientado para, aberto a, intencionado a outras realidades
distintas de si que o situam e o condicionam em incessante simbiose”.
Sempre que comunicamos com alguém, temos um objectivo para cumprir, nesse
mesmo objectivo são utlizados vários códigos, Segundo Adler e Towne (2002) nós
comunicamos para atender a algumas necessidades básicas, são elas: físicas,
identitárias, sociais e ainda, alguns objectivos práticos que podem ser alcançados
através da comunicação, estes códigos utilizados são representados pelos nossos
pensamentos, desejos e sentimentos independente dos meios utlizados para
comunicação, essa transmissão de mensagem pressupõem necessariamente a
interacção de diversos factores. Resumidamente, os elementos que integram o
processo de comunicação, podem ser qualificados da seguinte maneira:
Emissor ou remetente: aquele que envia a mensagem, indecentemente
da forma oral, escrita, gestos, expressões, desenhos, entre outras. Pode
ser um indivíduo apenas ou um grupo, uma empresa, uma instituição ou
uma organização informativa (site, blog, Rádio, TV e etc.);
Mensagem: o conteúdo das informações transmitidas, daquilo que é
comunicado. Pode ser virtual, auditiva, visual e audiovisual;
Código: o código é um conjunto de sinais estruturados que pode ser
verbal ou não-verbal. Trata-se da maneira pela qual a mensagem se
organiza;
Codificar: transformar, num código conhecido para o emissor e receptor,
a intenção da comunicação;
Canal: é o meio utilizado para a transmissão da mensagem. O canal pode
ser uma revista, jornal, livro, rádio, internet, telefone, TV etc;
Receptor ou destinatário: Quem recebe a mensagem (lê, ouve, vê),
quem a decodifica. Também pode ser uma pessoa apenas ou um grupo;
Descodificar: decifrar (entender) o conteúdo da mensagem;
Ruídos na comunicação nada mais são do que qualquer elemento que
interfira no processo da transmissão de uma mensagem de um emissor
para um receptor. Os ruídos podem ser resultados de elementos internos
e externos;
Feedback: corresponde à informação que o emissor consegue obter e
pela qual sabe se a sua mensagem foi recebida e compreendida pelo
receptor.
Homo loquens significa o ser humano que fala e que busca meios para se
comunicar e se relacionar. A faculdade de falar não é apenas uma
capacidade que se coloca ao lado das outras, no mesmo plano. É a faculdade
que caracteriza o ser humano. O ser humano se distingue por sua capacidade
de falar, de dizer “é”. E é a linguagem que concede este “privilégio”.
Ou seja, se por um lado a abelha pode comunicar, por outro não pode
traduzir: a abelha que percebe um alimento pode passar a informação para
aquelas que não o perceberam; porém, as abelhas que não perceberam o
alimento não são capazes de transmitir nenhuma informação. É preciso, a
elas, que haja o primeiro objecto, e que ele efectivamente exista, não sendo o
caso da linguagem, a qual “não se contenta em ir de um primeiro a um
segundo, de alguém que viu a alguém que não viu, mas vai necessariamente
de um segundo a um terceiro, não tendo, nenhum deles, visto” (idem).
[…] o humano não sobreviveria sem a consciência, uma vez que esta lhe
permite se comunicar. É por isso que, considerando o hábito histórico de dar
nome às coisas a partir dos seus diferenciais mais salientes, pode-se chamar
o humano de «pequena-razão», já que, na perspectiva nietzschiana, todos os
corpos têm a grande razão, porém, somente o humano tem a pequena, que é,
justamente, a consciência. Está-se, nesse sentido, chamando-o pela sua
peculiaridade mais saliente, assim como procedemos com o porco-espinho, o
tubarão-martelo, o peixe-espada, etc. (Feil, 2013, p. 49).
De acordo com Feil (2013, p. 49), “não apenas a vida, em geral, não necessita da
consciência, como a vida dos próprios homens, em princípio, também não
necessitava”. Podiam “pensar, sentir, querer, recordar [...]: e, não obstante, nada
disso precisaria «entrar na consciência»” (Nietzsche, 2012, p. 221).
a) A televisão mostra aquilo que não podemos ver fisicamente, mas através
dela, como uma extensão de nossos olhos;
b) O rádio trouxe as notícias das quais não tínhamos conhecimento, como
uma extensão dos nossos ouvidos;
c) O telefone nos permitiu levar a voz a uma distância infinitamente maior
do que jamais se havia pensado. E assim sucessivamente, cada meio
representou uma extensão de uma capacidade natural dos seres
humanos;
d) A Internet, no entanto, através da Comunicação Mediada por
Computador, proporcionou a extensão de várias capacidades naturais.
Não apenas podemos ver as coisas que nossos olhos naturalmente não
vêem. Podemos interagir com elas, tocá-las em sua realidade virtual,
construir nosso próprio raciocínio não linear em cima da informação,
ouvir aquilo que desejamos, conversar com quem não conhecemos.
Fundamentalmente, podemos interagir com o que quisermos.
Neste sentido, pode-se afirmar que, assim como a Era da Escrita revolucionou as
comunicações para a humanidade, a Era dos Computadores e da Informação
também deve ser tida como outro marco histórico de revolução e evolução na
comunicação humana. Diversas tecnologias foram desenvolvidas e novas fronteiras
foram criadas, abertas e ampliadas, levando o homem a um universo nunca antes
imaginado em Eras anteriores. A produção do conhecimento a partir da Era dos
Computadores e da Informação passou a ser muito maior e muito mais dinâmica
quando comparada a todas as Eras anteriores, (Xavier, 2014).
Neste sentido, Bernardi (2007, p. 41) colabora com o pensamento acima introduzido,
a realçar que:
à Pessoa Humana
Heidegger sustenta que o que separa o homem dos outros entes é que os outros
«entes são fechados em seu universo circundante, o homem é graças à linguagem,
ai onde vem o ser». Assim, o Dasein é o ser do existente humano enquanto
existência singular e concreto: a essência do ser-aí (Dasein) reside em sua
existência (Existen), isto é, no facto de ultrapassar, de transcender, de ser
originariamente ser-no-mundo.
«Dasein como ser-ai transcende», significa: ele é na essência do seu ser, formador
de mundo; e formador no sentido múltiplo de que deixa acontecer o mundo, de que
com o mundo se dá uma visão originária (imagem) que não capta propriamente, se
bem que funciona justamente como pré-imagem (modelo que torna manifesto vor-
bild) para todo o ente manifesto do qual o ser-aí por sua vez parte, ( Christino, 2010,
p. 34), Heidegger (2008, p. 171).
b) Objecto: que representa a figura real em que se fala ou se trata. Ex: cão;
O ser humano é um ser da comunicação já por conta da própria criação das noções,
das ideias e dos conceitos envolver a actividade comunicativa. Em outras palavras,
não há a possibilidade de ele se desfazer da comunicação: “no caso humano, nós
não temos senão relações” (Martino, 2001a, p. 23). Não há actividades humanas
que não sejam constituídas por e nas relações. O que está em questão num choque
entre dois corpos, por exemplo, já não é apenas o choque em si, mas o sentido que
o humano dá a esse fenómeno. E ainda que tal humano desejasse que isso fosse
diferente, nada poderia fazer, já que jamais se apropria do objecto em si, mas
apenas da leitura que ele mesmo faz desse objecto (idem).
A comunicação humana pode ser encarada pelo ponto de vista da existência, uma
tentativa de superar a morte através da companhia dos outros, ou do ponto de vista
formal, ao envolver a produção e o armazenamento da informação. Ou seja, uma
comunicação que se estabelece a partir dos símbolos ordenados com o propósito de
represar as informações, ou quando as informações são trocadas através do diálogo
na esperança de gerar novas informações. O que é possível detectar nesses pontos
de vista é que as duas formas de comunicação estão entrelaçadas, isto é, uma
depende da outra para existir (Gonzaga & Tauchen, 2018, p. 496).
Segundo Mondin (2005, p. 19), “o individuo, onde, quando, e como vive, é fragmento
separado da estirpe considerada em sua totalidade, e a linguagem manifesta e
mantem este nexo eterno, o qual guia o destino do individuo e a história do mundo”.
Com este pensamento queremos traduzir a ideia de que a comunicação constitui um
valor ganho que impactou a vida do homem; que ultrapassa as descobertas do fogo
como premissa comunicacional; uma conquista que constitui um fenómeno
transcendental. Por isso, várias foram as teorias que buscaram entender o
desenvolvimento do homem até os dias actuais. Dai que a comunicação constitui um
ganho para além do fogo.
Para Gusttavo (2013), a própria invenção do fogo foi um marco histórico para a
evolução da humanidade e sobrevivência da espécie, porém, traz que a
comunicação pode ser considerada a mais importante, uma vez que, é através dela
que o homem diferencia-se dos outros animais. Assim, sendo a comunicação
fenómeno imanente ao próprio humano, o que pressupõe que o homem nasceu
comunicando, é possível, salvo melhor opinião afirmar-se que não há uma data
específica ou momento certo registado para o surgimento da comunicação, pois
sempre existiu e acompanhou todo o desenvolvimento da humanidade até aos dias
de hoje.
Para Biezunski, (1993, p. 57), “graças a descoberta sobre fogo, os autores clássicos
organizaram conteúdos referentes ao tema acima referido com um destaque mais
suave denominando energia”. Fruto de uma descoberta por homens mais antigos,
hoje notou-se uma sistematização do seu conteúdo chegando ao ponto de até
mesmo articular uma linguagem propriamente matemática. Estamos certos de que a
linguagem a qualquer altura enfatiza qualquer efeito tentando nos fazer chegar aos
dias de hoje. Tanto é que o fogo foi transmito por experiência e nos chegou por meio
da linguagem.
Em resumo, com o ganho além do fogo, queremos traduzir a ideia de que, embora a
comunicação se considere transcendente ao homem, o seu processo evolutivo deu-
se pela descoberta «a descoberta do fogo» e com ela, não só desenvolveu outros
campos, como também a forma de se comunicar; desenvolveu a linguagem,
codificou-a no processo de comunicação (estabelecendo regras), principalmente no
campo da escrita; este desenvolvimento abrangeu ao campo das novas tecnologias,
de tal sorte que, hoje, para obter informações ou conhecimentos nem sempre o
homem poderá deslocar-se, por exemplo: o estudo a distância por meio da internet,
através das redes sociais e demais meios. Neste sentido e demais exemplos não
escalpelados nesta obra, podemos sustentar «um ganho além do fogo».
CONCLUSÕES
O que o intelecto humano faz é perceber que há certo grau de perfeição nas
coisas e no próprio ser humano. Nisto é de perfeita corroboração entre os medievais
afirmando por meio do princípio de participação, ou seja, o homem é coparticipante
da perfeição de Deus, por meio de Jesus Cristo e, é possível ao intelecto humano
inferir que existe em Deus um grau de perfeição muito superior ao existente no ser
humano. Por exemplo, se há coisas boas e dóceis na realidade, então em Deus há
um grau muito superior de bondade e de doçura. Assim, ao nosso assunto, “A
Comunicação como Fenómeno Autónomo e Transcendental à Pessoa Humana”,
tarta de uma sincronização perfeita ente o homem com outro homem. Pela
comunicação, passando pelos sistemas ordenadamente linguísticos permite ao
homem ultrapassar seus limites para ser alguma coisa fora dele. A transcendência
possibilitou ao homem carregar consigo três dimensões básicas que passaram a
operar counicacionalmente: o vivido, o percebido e o imaginado
Claramente que não há linguagem se não há alguém que comunique. Mas ele não
fala se não tem nada para dizer e não há alguém para quem dizê-lo.
Pela fuidez da comunicação podemos nos deparar com a situação de que hoje nas
redes sociais alguém pode se tornar jornalista por um segundo e, uma comuniação
em lugar restrito pode chegar ao mais alto lugar pela partilha de uma informação nas
redes sociais; um vestuária, uma saudação, um réu que muda o discurso durante a
auscultação pode lhe dar a soltura ou permitir que fique mais tempo na prisão
condenação por se lhe achar acusação.
SUGESTÕES
Biezunski, M. (1993). História da Física Moderna.Av. João Paulo II, Lote 544-º.-1900
Lisboa: Instituto Piaget.
Duarte de Carvalho, (1900-pag 226-227). Do Big Bang à Pessoa Humana. Av. João
Paulo II. Lote 544, 2.º-1900-726 Lisboa: Instituto Piaget.
Gonçalves, M. (2007) .Comunicação pra quê?, 1ª.Edição. São Paulo: Editora All
Print.
Mondin, B. (1982 pag 42). Curso de Filosofia V.1. Rua Francisco Cruz, 229º 04117-
091 São Paulo (Brasil): Paulus.
Mondin, B. (2005). Curso de Filosofia V.3. Rua Francisco Cruz, 229º 04117-091 São
Paulo (Brasil): Paulus.
Xavier, R. A Internet Das Coisas – Por Um Mundo Mais Conectado. Blog Web And It
Student | Renatoxavier.Com. Agosto/2014. Disponível Em:<http://www.renatoxavier.
com/tecnologia/a-internet-das-coisas-por-um-mundo-mais-conectado.html>.
Acessado em 29/06/2015.
Xavier, R. A Internet Das Coisas – Por Um Mundo Mais Conectado. Blog Web And It
Student | Renatoxavier.Com. Agosto/2014. Disponível Em:<http://www.renatoxavier.
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Acessado em 29/06/2015.