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torneamento mecânico
João Alvarez Peixoto*
Universidade Federal do Rio Grande do Sul – UFRGS, Porto Alegre-RS, Brasil
*
Correspondência com autor
Endereço de email: japeixoto@bol.com.br, Tel +55-51-34977642, Cel. +55-51-96753742.
citados, considerando somente o material aço SAE-1020, Os fabricante de máquinas/ferramentas fornecem
como descrito na equaão 4. métodos de determinação da potência da máquina, como em
[9], mas são para aplicações em que são indicadas
Fc = f ( x ,v ,a , p ) (4) ferramentas do próprio fabricante, sendo o resultado muito
específico e condicional aquela máquina e ferramenta.
Definida a força de corte, as demais potências podem ser
Onde x é o ângulo de corte da ferramenta em graus, v é o determinadas. Em [2] indica as equações para determinar a
ângulo de saída da ferramenta em graus, fz é a velocidade de potência da máquina, descritas a seguir:
avanço em mm/rot, ap é a penetração em mm e Fc é a força
de corte em Kgf. π .d .n ; Velocidade de corte em [m/min] (5)
Vc =
Como aplicação deste modelo, o trabalho apresenta uma 1000
análise de variância da Fc em função de variações dos
parâmetros de entrada, forma que se possa determinar o Pm =
FC .Vc ; Potência mecânica em [CV] (6)
intervalo de confiança. 60.75
5000
exemplo, torno Nardini MS205 com resolução de fn de
0,02066 mm/rot. A Fig. 8 apresenta a relação entre as 4000
2000
x[º] ±0,083 [º]
1000
ν [º]± 0,083[º]
0
Fc(x,v,a,p) Fc[kgf] ± ??? [kgf] 370 375 380 385 390 395 400 405
fz[mm]± 0,02066[mm] Fc[kgf]
tarefa, sendo por fim analisado a significância do ângulo de SSE = SST − SS A − SSB − SS AB − SS AC − SSBC − SS ABC = 1.863
corte, do ângulo de saída e também dos operadores, a fim de
validar o experimento, realizado de forma aleatorizada. O cálculo dos graus de liberdade (GDLx) é definico como:
A tabela V apresenta uma matriz experimental realizada, GDLA = a − 1 = 1
onde é determinado dois diferentes operadores (1 e 2),
GDLB = b − 1 = 1
ângulos de corte de 30º e 45º e ângulos de saída de 6º e 12º,
sendo duas repetições realizadas. GDLC = c − 1 = 1
GDLAB = (a − 1)(b − 1) = 1
TABELA V GDL AC = (a − 1)(c − 1) = 1
MATRIZ EXPERIMENTAL
Ensaio Operador Ângulo cort Ângulo saída Força Corte GDLBC = (b − 1)(c − 1) = 1
1 1 45 12 504,5 GDL ABC = (a − 1)(b − 1)(c − 1) = 1
2 1 45 12 493,0 GDLTotal = (abcn − 1) = 15
3 2 30 6 620,4
GDLE = GDLT − GDLA − GDLB − GDLAB − GDLAC − GDLBC − GDLABC = 8
4 2 30 12 520,6
5 1 30 6 617,5
6 1 30 12 520,6 As medias quadráticas são definidas como:
7 1 30 12 529,8 SSx
MS X =
8 2 30 6 620,4 GDLx
9 2 45 6 671,5 O fator de análise é definido como:
10 1 45 12 511,4 MS X
Fo X =
11 1 45 6 623,3 MS E
12 2 30 12 516,0 E o “Ftabelado “ é definido como:
13 1 45 6 620,4 Ft (confiabilidade ; GDLx ; GDLerro)
14 2 45 6 614,6
15 1 30 6 635,0 A tabela Anova é apresentada na tabela VII, onde a análise
16 2 45 12 497,6 de significância se dá pela comparação entre os valores de Fo
e Ft, sendo que se Fo > Ft, o fator é significante, se Fo < Ft, o
Projeto de experimento fatorial completo [13] [14] com 3 fator não é significante.
fatores, sendo fator A o operador a 2 nívies (a=2), fator B o
TABELA VII 8,66%, partindo do suposto que os métodos gráficos são
TABELA ANOVA passíveis de erro de leitura. A análise da incerteza combinada
Fator SS GLD MS Fo Ft Significância sobre o modelo apresentou uma curva de probabilidade na
A 4,41 1 4,41 0,02 < 5,32 Não forma trapezoidal, sendo que as incertezas de entrada
B 121 1 121,0 0,52 < 5,32 Não
C 54.010 1 54.010 231,87 > 5,32 Sim
variavam de forma aleatória e com distribuição uniforme.
AB 113,4 1 113,4 0,49 < 5,32 Não A leitura de um instrumento gráfico como o nomograma
AC 304,5 1 304,5 1,31 < 5,32 Não proposto do Dino Ferraresi pode apontar erros de leitura em
BC 855,6 1 855,6 3,67 < 5,32 Não função de operadores distintos executando a leitura, porém o
ABC 269,0 1 269,0 1,15 < 5,32 Não projeto de experimentos mostrou que esta diferença não é
Erro 1.863 8 232,9
significativa. E que a diferença entre os ângulos de corte
Total 57.541 15
também não são significantes para o resultado de saída,
portanto, não há necessidade de muita precisão ao afiar a
O resultado da tabela VII leva as seguintes conclusões:
ferramenta de corte no que diz respeito ao valor do ângulo de
a. A diferença entre os operadores propostos (fator A) não é
corte.
significativa para os valores de esforço de corte;
O modelo reflete o comportamento do nomograma
b. A diferença entre os ângulos de corte propostos (fator B)
proposto por Dino Ferraresi. A questão que se apresenta para
não é significativa para os valores de esforço de corte;
trabalhos futuros é se este modelo corresponde ao ensaio
c. A diferença entre os ângulos de saídas propostos (fator C)
prático. Para tanto, se tornaria necessário realizar ensaios
é significativa para os valores de esforço de corte;
com os valores de ângulo de corte, ângulo de saída, avanço e
d. A interação entre os operadores e os ângulos de corte
penetração, medindo o esforço provocado sobre a ferramenta
propostos (fator A x fator B) não é significativo para os
de corte, através de um dinamômetro, correlacionando os
valores de esforço de corte;
resultados com os obtidos através do modelo, valendo-se do
e. A interação entre os operadores e os ângulos de saída
aplicativo proposto. Consta como proposta a trabalhos
propostos (fator A x fator C) não é significativo para os
futuros.
valores de esforço de corte;
f. A interação entre os ângulos de corte e os ângulos de saída
REFERÊNCIAS
propostos (fator B x fator C) não é significativo para os
valores de esforço de corte; [ 1 ]. FERRARESI, Dino. Usinagem dos Metais. São Paulo: Edgard
Blücher, 1970.
Para o fator que apresentou significância, fator C (ângulo [ 2 ]. FERRARESI, Dino. Valores das características de corte de diferentes
de saída), é realizado a comparação múltipla de médias [13], materiais para torneamento. São Paulo: ABM, 1980. 107p.
método de Fischer, definido pelas equações 12 e 13 : [ 3 ]. Forças e Potência de usinagem. Disponível em
Yi − Y j > LSD ; se verdadeiro significante. (12) http://www.ebah.com.br/forcas-e-potencias-na-usinagem-pdf-
a57141.html , acesso em 30/8/10.
2.MSerro (13) [ 4 ]. AMORIM, Heraldo. Torneamento. Disponível em <
LSD = T α
. http://www.ufrgs.br/gpfai/download/Torneamento.pdf>, acesso em
,GDLerro
2
n
25/8/10.
Então temos:
[ 5 ]. FLEISHER, J. ;SCHULZE, V. ; KOTSCHENREUTHER, J.
2.MS erro = 2.232,9 =35,19 Extension of Cutting Force Formulae for Microcutting. CIRP Journal
LSD = T α
. T 0,05 . of Manufacturing Science and Tecnnology 2, 2009, 70-80.
,GDLerro
2
n
2
,8
2
[ 6 ]. SHAW, Milton C. Metal Cutting Principles. Clarendon Press, Oxford.
O valor médio dos esforços de corte em função dos ângulos 1994.
de saída, tem-se:
[ 7 ]. EDWARDS, John G.. Lathe operation and maintenance. Cincinnati,
Y( 6 º) = 5.023,1 OH, EUA: Hanser Gardner Publications, 1948.
Y(12 º) = 4.093,5 [ 8 ]. TRENT, E. M.; Wright, Paul K.. Metal Cutting. Butterworth-
Heinemann, 4th edition, 2000.
A diferença entre as médias resulta em:
[ 9 ]. Católogo online Sandvik. Disponível em
Y6 º − Y12 º = 929,6 <www.sandvik.coromant.com.br>, acesso em 3/5/11.
Comparando com o LSD, 929,6 > 35,19, então a diferença [ 10 ]. SAGLAM, Haci; YALDZ, Suleyman; UNSACAR, Faruk. The effect
of tool geometry and curring speed on main cutting force and tool tip
entre as médias é significante. temperature. Materials and Design 28, 2007, 101-111.
[ 11 ]. GÜNAY, Mustafa; ASLAN, Ersan; KORKUT, Ihtsan; SEKER, Ulvi.
Investigation of the effect of rake angle on main cutting force.
VI. CONCLUSÕES International Journal of Machine Tools & Manufacture 44, 2004, 953-
959.
Determinar a potência necessária na máquina para [ 12 ]. BALBINOT A. BRUSAMARELLO. Instrumentação e Fundamentos
desenvolver operações de torneamento não é algo muito de Medidas – Volume 1, LCT 2006
complexo, pois os fabricantes de máquinas e ferramentas
dispõem expressões, ábacos, gráficos, etc. que auxiliam esta [ 13 ]. MONTGOMERY, D.C. “Design and Analysis of Experiments”. John
definição, porém, tais recursos são obtidos de forma empírica Wiley & Sons, 2001.
e relatam aplicações específicas de um processo. [ 14 ]. 2. RIBEIRO, José Luis; CATEN, Carla ten Caten. Projeto de
Quando nos deparamos com a necessidade de analisar a Experimentos. Série Monográfica Qualidade. Universidade Federal
incerteza combinada é que surge a necessidade de um modelo do Rio Grande do Sul. Porto Alegre, RS. 2010.
matemático completo.
O modelo definido apresentou uma tolerância considerada
aceitável, com erro médio em 0,33% e com erro máximo de