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Força, energia e potência de usinagem

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Força, energia e potência de usinagem

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• NO CASO DO TORNEAMENTO, PODE-SE ESTABELECER A
SEGUINTE CORRELAÇÃO SIMPLIFICADA ENTRE A FORÇA
PRINCIPAL DE CORTE FC E A ÁREA DA SEÇÃO DE
USINAGEM:

FC = kC. A = kC.ap.f [N]

em que kc é a pressão específica de corte em [N/mm2]

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• OUTRO ELEMENTO PARA A DETERMINAÇÃO DA POTÊNCIA


DE CORTE É O FATOR DE REMOÇÃO DE METAL KN, O QUAL É
DEFINIDO COMO O VOLUME DE METAL REMOVIDO POR
UNIDADE DE POTÊNCIA NA UNIDADE DE TEMPO:

[mm3/min.kW]

• PC = potência de corte necessária no gume da ferramenta [kW]


• 1000.A.VC = volume de cavaco produzidos na unidade de
tempo [mm3.min-1]
• vC = velocidade de corte [m.min-1]

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• Estes dois conceitos são equivalentes e pode-se passar de um
valor para outro por um cálculo simples:

[kW]

[cm3/Ws]

• O VOLUME DE METAL EM [mm3] REMOVIDO POR MINUTO,


COM A POTÊNCIA DE CORTE DE UM [KW] É IGUAL AO
QUOCIENTE DE 60.106, PELA PRESSÃO ESPECÍFICA DE
CORTE [N/mm2].
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• A POTÊNCIA DE CORTE PC É A POTÊNCIA DISPONÍVEL NO
GUME DA FERRAMENTA E CONSUMIDA NA OPERAÇÃO DE
REMOÇÃO DE CAVACOS. É ELA QUE INTERESSA NOS
CÁLCULOS DE FORÇAS E PRESSÕES ESPECÍFICAS DE
CORTE.
• A POTÊNCIA DE ACIONAMENTO Pa É A POTÊNCIA
FORNECIDA PELO MOTOR MAQUINA FERRAMENTA. ELA
DIFERE DA POTÊNCIA DE CORTE PELAS PERDAS QUE
OCORREM POR ATRITO NOS MANCAIS, ENGRENAGENS,
SISTEMAS, DE LUBRIFICAÇÃO E REFRIGERAÇÃO, SISTEMA
DE AVANÇO, ETC.
• A POTÊNCIA DE AVANÇO, EMBORA SEJA UMA PARCELA
UTILIZADA NA OPERAÇÃO DE CORTE, NO TORNEAMENTO É
USUALMENTE TÃO PEQUENA EM RELAÇÃO À POTÊNCIA DE
REMOÇÃO DE CAVACOS, QUE É MAIS PRÁTICO INCLUI-LA
NO GRUPO DAS "PERDAS“.
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• a potência em vazio po é a potência consumida pela máquina
ferramenta ligada, com o mecanismo de avanço funcionando,
porém sem que tenha lugar qualquer operação de corte.
• O rendimento da máquina é:

• Um valor médio do rendimento das máquinas-ferramentas é da
ordem de 75%. Em altas velocidades, o rendimento pode cair
muito abaixo deste valor.
• Um método aproximado para determinar a ordem de grandeza
do rendimento de uma máquina-ferramenta, consiste em
determinar a potência em vazio correspondente a dada
velocidade de trabalho e calcular:

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• INFLUÊNCIA DAS VARIÁVEIS-PROCESSO NA FORÇA E
POTÊNCIA DE SORTE

• Velocidade de corte
• Todos os pesquisadores são unânimes em observar que na
faixa usual de velocidades de corte, estas quase não tem
influência sobre pressão específica kC e sobre a força de corte
FC.
• Para velocidades muito grandes, parece haver uma tendência
de diminuição da força de corte, o que tem ensejado a
realização de ensaios, quer em máquinas convencionais
(experiências da Escola Técnica de Dresden, com V = 2.600
m/min), quer com o emprego de canhões e foguetes
(experiências de Kronenberg para a Força Aérea Norte-
Americana, com velocidades superiores a 20.000 m/min).
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• A potência de corte nas faixas de velocidades usuais é
aproximadamente proporcional à velocidade, o que aliás se
conclui da constância da força de corte.

• 2.2 Dimensões de corte

• As dimensões de corte são o fator de influência preponderante
na força e na potência necessária para a usinagem. De um
modo geral verifica-se que a pressão específica de corte
diminui com as dimensões do cavaco, sendo esta diminuição
mais notável para um aumento do avanço do que para um
aumento da profundidade de corte O quadro abaixo, válido
para aço ABNT 1020, ilustra esta situação num caso prático.

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• A norma alemã AWF 158, edição de 1949, reconhecendo a


pequena influência da profundidade de corte, estabeleceu uma
tabela para as pressões específicas em que, além do material,
aparece apenas o avanço como variável. Esta tabela
reproduzida a seguir, acrescentando-se apenas, ao lado das
designações alemãs as designações ABNT dos aços
aproximadamente equivalentes (Tabela VIII.2).

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• Uma relação empírica ligando a pressão específica com o
avanço f e a profundidade de corte ap pode ser estabelecida
sob a forma:

ou FC = kC . ap . f = Ck ap(1-q) f (1-p) (VIII.4)

• Nas relações acima tem-se:


• Ck = uma constante cujo valor, depende primordialmente do
material da peça e do ângulo de saída ferramenta
• p e q = expoentes indicativos da influência de f e ap,
respectivamente.
• Dados da ASME fixam estes expoentes em p = 0,2 e q = 0,1
para aços. Já a análise dos valores fornecidos pela norma
alemã AWF 158 leva a valores p = 0,477 e q = 0.

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• Kienzle propõe unia fórmula bastante simples, visando


especialmente a aplicação prática:

• kC = kC1.1 h-mc ou seja, FC = kC1.1 b h1-mc (VIII.4)

• h = espessura do cavaco = f.sen k [mm]
• b = largura de corte = ap/sen k [mm]
• kC1.1 = pressão especifica de corte para um cavaco de A = b.h =
1x1 mm2

• A Tabela VIII.3 fornece a título de exemplo valores de 1-mc e
kC1.1 para alguns tipos de materiais.

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• Kronenberg recomenda a utilização de valores médios,
apresentando as fórmulas anteriores sob uma forma um pouco
modificada, ou seja:
• A = ap f = seção do cavaco [mm2]
• G = ap/f índice de esbeltez (varia usualmente entre 4 e 20).

• (VIII.5)

• em que:
• Cks = pressão específica obtida em ensaio pari uma seção de
usinagem de 1mm2 de área e um índice de esbeltez igual a 5
(Cks = Ck . 5g)
• g = 1/2(p-q); i = 1/2,(p + q)
• Para a força de corte tem-se:
• FC = kC.A = Cks (G/5)g A(1-i) (VIII.6) 15
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• Na aplicação da fórmula observe-se:
• Os valores de Cks são dados na Tabela VIII.4, para ferros
fundidos em função de sua dureza Brinell e para aços, em
função de sua resistência à tração.
• O expoente g vale:
• g = 0,120 para ferro fundido
• g = 0,160 para aço
• o expoente (1-i) vale:
• 1-i = 0,863 para ferro fundido
• 1-i = 0,803 para aço.

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• A influencia da esbeltez do corte é pequena. A pressão


específica de corte, para uma determinada seção de usinagem,
á mínima se o corte tiver um secção quadrada.

• Porém, do ponto de vista da vida da ferramenta, o corte


quadrado é desvantajoso, porque concentra um grande
esforço num pequeno comprimento de gume.

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• A força de corte aumenta numa proporção menor do que a
seção ap.f de usinagem.
• Do ponto de vista da força e da potência consumida, há, pois,
vantagem de utilizar, numa operação de desbaste, a máxima
seção de usinagem associada com uma baixa velocidade de
corte, para se obter uma Vida longa da ferramenta.
• Esta tendência é limitada, entretanto, como já foi visto, por:
a) máxima potência disponível no gume da ferramenta;
b) força máxima que a ferramenta pode suportar;
c) deflexões máximas permissíveis da máquina e da peça em
função da precisão desejada;
d) possibilidade de sujeição na placa;
e) tendência a vibrar;
f) acabamento superficial, que piora com o aumento das
dimensões do corte e com a redução da velocidade.
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• 2.3 Modo de atuação da ferramenta

• A fórmula de Kienzle se mostrou válida no cálculo da força de

corte nos diversos processos de usinagem com espessura h

constante do cavaco (tornear, plainar, furar, brochar) como

também no processos de usinarem com espessura variável

(fresagem, serramento, denteamento de engrenagens),

utilizando um valor médio hm.

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• 3. INFLUÊNCIA DAS VARIÁVEIS-FERRAMENTA NA FORÇA E
POTÊNCIA DE CORTE
– 3.1 Influência dos ângulos da ferramenta
• O ângulo de incidência αn, em virtude de variar
muito pouco nos casos usuais de usinagem, não
tem grande influência na força de corte. Se houver
necessidade de ângulos de incidência maiores,
pode-se levar em conta a seu efeito calculando
uma redução de 1% na força de corte por grau de
aumento do ângulo αn.

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• O ângulo de saída γn tem grande influência na


força de corte. Isto já é levado em conta na Tabela
VIII.4 de valores de Cks, segundo Kronenberg, pela
qual pode-se observar que a força de corte
aumenta de quase 50% quando o ângulo de saída
varia de +30° para um ângulo negativo de -15°.
• Pode-se computar o efeito do ângulo de saída γn, como segue:
• Correções só devem ser calculadas para variações de 10º em
relação aos dados experimentais.
• Para valores de γn menores que os experimentais, o aumento
da força de corte corresponde a 2% por grau de variação de γn.
• Para valores de y, maiores que os experimentais, a redução da
força de corte corresponde a 1,5% por grau de variação de γn,.
• Estas regras são válidas também para variações, em qualquer
direção, além de γn,= 0°. 21
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• 3.2 Desgaste da ferramenta

• Poucos dados experimentais correlacionam a força de corte

com o grau de cegamento da ferramenta. Deve-se observar que

os dados experimentais se referem quase sempre a ferramenta

afiada.

• Com o desgaste da ferramenta deve-se contar com valores de

50 a 100% maiores para a força de corte.

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• Exemplo de aplicação

• - Determinar a força e a potência de corte na usinagem de um


aço ABNT 1035 com uma ferramenta de 20° de ângulo de saída
e as seguintes condições de corte: avanço f=0,8mm/rot;
profundidade de corte ap = 8mm, velocidade de corte vc =
35m/min. Qual o motor elétrico a usar, admitindo um
rendimento de 70%.

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• Cálculo simplificado, com os dados da AWF 158, Tabela
VI11.2:
FC = kC.ap.f = 1520 X 0,8 X 8 = 9360 [N]
[kW]

• Cálculo mais rigoroso com os dados de Kronenberg:


FC = Cks (G/5)0,160 A0,803 [N/mm2]
onde: Cks = 2380 (ABNT 1035 tem aproximadamente 600 N/mm2 de
resistência à tração). Tabela VIII.4.
(G/5)0,160 = (10/5)0,160 = 1,12, pois G = 8/0,8 = 10
FC = 2380 X 1,12 X 4,44 = 11835 [N]
[kW]

• Segundo Kienzle (Tabela VIII.3)


FC = kC1.1 b h1-mc = 1990 x 8 x 0,80,74 = 13497 [N]
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• Material da ferramenta

• Salvo raras exceções, a força de corte e potência consumida


são independentes do material da ferramenta. Isto é válido
tanto para a ferramenta de aço carbono, como de aço rápido,
ligas fundidas ou metal duro.
• Para ferramentas de diamante, entretanto, tem-se encontrado
valores ás vezes excepcionalmente menores. Um exemplo
interessante neste sentido se encontra na usinagem do cobre,
no qual o emprego de uma ferramenta de diamante pode
reduzir a força e a potência de corte a menos de um quinto da
necessária para ferramenta de aço rápido.
• A explicação deste fenômeno está certamente relacionada com
o atrito cavaco-ferramenta e com a apreciável redução do fator
de recalque que se obtém na usinagem de cobre com
ferramenta de diamante.
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• Material da ferramenta

• Experiências de Altmeyer e Dawihl, na usinagem de aço Ck45


(equivalente ao ABNT 1045) e de ferro fundido centrifugado
com pastilhas de Al2O3 tem dado, de modo unívoco uma
redução de 10% na força de corte em relação a pastilhas de
metal duro K10 (cerca de 90% de WC e 6% de Co).

• Fluido de corte

• Tem efeito desprezível sobre a força e potência de corte em


altas velocidades. Em velocidades pequenas e médias, um bom
fluido de corte já pode provocar uma redução da potência e da
força de corte, em virtude da redução do atrito entre cavaco e
ferramenta, conforme mecanismo descrito no estudo da
velocidade de corte.
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• INFLUÊNCIA DAS VARIÁVEIS-PEÇA NA FORÇA E POTÊNCIA
DE CORTE
• Dureza
• Como uma primeira aproximação, pode-se dizer que a potência
consumida e a força necessária para a usinagem de um
material aumenta com a dureza do mesmo.
• Isto é evidente nas Tabelas VIII.1 a 4, em que são dados os
valores da pressão específica kC ou o valor Cks. Kronerberg
achou a seguinte relação aproximada para o ferro fundido:

• [N/mm2] (VIII.7)

• em que HB é a dureza Brinell, em [kg/mm2]
• γn é o ângulo de saída.

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• Em virtude da relação direta que existe entre a dureza Brinell
de um aço e a resistência à ruptura, tanto um como outro valor
pode ser utilizado para a determinação aproximada da força e
da potência necessária para a usinagem do material. Basta
termos uma tabela de conversão de dureza Brinell em
resistência à ruptura (σr ≅ 3,5 HB para aços carbono).
Kronenberg, resumindo resultados de inúmeros ensaios,
encontrou a seguinte relação aproximada para o aço:

• [N/mm2]
• em que:
• σr é a tensão da rutura à tração em [N/mm2]
• γn é o ângulo de saída normal em graus.
• Uma exceção importante nas relações acima, constituem os
assim chamados aços de corte fácil, que, em virtude de
determinados teores de enxofre ou de chumbo, em sua
composição, apresentam em geral uma pressão específica de 28
corte de 40% a 50% inferior à determinada pela relação acima.
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• Microestrutura

• Como tal, não tem, usualmente, efeito maior sobre a pressão

específica de corte, salvo se for associada com variações de

dureza ou da resistência do metal.

• Também aqui as variações da dureza são paralelas às

variações da pressão específica de corte, as quais podem ser

calculadas pelas fórmulas acima ou tiradas das tabelas, para

os casos de aço ou ferro fundido,

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• Encruamento e encruabilidade do material

• O trabalho a frio de um material, provoca o seu encruamento e


aumenta de dureza. Isto, entretanto, raramente provoca um
aumento da pressão específica de corte. Pelo contrário, o
encruamento freqüentemente provoca uma redução da força
necessária para o corte, em virtude da redução do grau de
encruabilidade.

• Efetivamente, de dois materiais de mesma dureza, aquele que


tiver a menor encruabilidade (expressa, por exemplo, pelo
coeficiente n de Meyer, como visto anteriormente), é o que
exigirá, normalmente, a menor força e potência de corte. 30
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• Temperatura da peça

• A usinagem se processa em geral, com a peça em temperatura

ambiente. No caso de aços de usinagem muito difícil, como

aços manganês, um aquecimento da camada superficial a ser

removida, a temperaturas da ordem de 800o C, por plasma,

pode reduzir a menos da metade a força de corte.

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• RENDIMENTO MÁXIMO DE USINAGEM

• O máximo rendimento econômico da usinagem é obtido


quando toda a potência disponível na máquina ferramenta é
utilizada, ao mesmo tempo que é assegurada uma vida
suficientemente longa para a ferramenta.

• Para um dado material a usinar, ambos os fatores, vida da


ferramenta e potência consumida, são funções das variáveis-
ferramenta. O problema consiste pois, em ajustar estas
variáveis de modo que a máquina seja integralmente
aproveitada e vida da ferramenta seja máxima. As equações e
tabelas precedentes ajudam a alcançar este objetivo. 32

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