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Máquinas Sı́ncronas

Wandecleya Martins
25 de Julho de 2003

1 Lista de Exercı́cios

1. Qual a diferença entre ângulo elétrico e ângulo mecânico?

• O ângulo mecânico corresponde ao ângulo fı́sico de disposição das


bobinas, é o ângulo de giro do motor.
• Ao passo que o ângulo elétrico concerne a defasagem entre as
tensões, que são ondas eletromagnéticas, e surgem em decorrencia
de variações no fluxo magnético, portanto também representando o
ângulo de distribuição do fluxo.

2. Quais as condições para que tenhamos um campo magnético girante de


módulo e velocidade angular constantes?

Contruir uma quantidade de enrolamentos equivalente ao número de fases


do sistema. Defasar as fases elétrica e mecanicamente (arranjo das bobi-
nas) de 2πn rd onde n simboliza o número de fases. Assegurando tais
parâmetros é comprovado experimentalmente o surgimento de um campo
girante com velocidade angular constante ω = 2πf rd/s e módulo igual-
mente constante de amplitude A = nφ 2 com φ representando o maior valor
de fluxo com a qual uma fase pode contribuir.
3. Defina fluxo total, fluxo concatenado e fluxo disperso.

• Fluxo disperso:O Fluxo confinado num caminho definido. Cam-


inho que costuma ser constituı́do com baixa relutância, objetivando
abrigar o maior quantidade possı́vel de fluxo, pois este será o fluxo
aproveitado pela máquina para realização de trabalho.
• Fluxo concatenado:É fluxo desperdiçado no ar que não percorre
um caminho definido.

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• Fluxo total:Todo o fluxo gerado, a adição do fluxo concatenado ao
disperso.

4. O que é Saturação? Por que e como ela ocorre?

A perda da propriedade magnética por um material.


Ela ocorre aplicando-se uma força magnetizante de tal amplitude que al-
inha seus domı́nios, quando este estado é alcançado, não há mais aumento
da densidade de fluxo para qualquer força magnética adicional aplicada.
Ocorre po causa de grandes elevações de temperatura.

5. De que trata a teoria das duas reatâncias numa máquina sı́ncrona e em


que ela se fundamenta? (fazer sı́ntese)

O efeito da reação de armadura corresponde ao de uma reatância indutiva


Xφ representando a tensão componente gerada pelo fluxo espacial funda-
mental criada pela reação de armadura. Essa reatância é chamada de de
reatância de magnetização ou de reação de armadura.
Finalmente no circuito equivalente para uma máquina de rotor cilindı́co
não saturado sob condições polifásicas equilibradas,ela é representada em
uma base por fase, pela tensão de excitação Ef em séria com uma impedância
simples. esta impedância denomina-se impedância sı́ncrona, da mesma
forma a reatância Xs é chamada sı́ncrona eleva em consideração todo fluxo
produzido pela corrente de campo. Numa máquina de motor cilı́ndrico não
saturado a freqüência constante, a reatância sı́ncrona é constante.
6. Liste razões do porque os geradores sı́ncronos serem construı́dos com campo
girante e não com armadura girante.

• Maior resistência nos dentes da armadura: pois numa armadura fixa


os dentes são mais largos e mais fortes, enquanto numa armadura
fixa seriam mais estreitos e mais frágeis, estando mais sujeito a danos
durante a operação e a instalação, tendo em vista que do giro do rotor
decorrem forças centrı́fugas elevadas.
• Diminuição do fluxo de dispersão: devido aos dentes de seção transver-
sal maior.
• Vantagens construtivas: as bobinas e as interligações podem ser con-
struı́das mais facilmente numa estrutura estacionária rı́gida do que
num rotor.
• Melhor ventilação.

7. Comente sobre as perdas existentes nas máquinas rotativas.

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• Perdas mecânicas: por ventilação, atrito nas escovas e nos mancais.
• Perdas por efeito joule: é a dissipação de energia intrı́nseca dos con-
dutores aos serem percorridos pela corrente elétrica. A inexistência
da condição ideal (que possivelmente será alcançada com o desen-
volvimento dos supercondutores), as condições d fluxo e freqüência
de funcionamento e as restrições impostas pela temperatura, secção,
comprimento e tipo do material (mensurada em termos de resistivi-
dade) compõem uma grandeza que traduz a dificulcade dos elétrons
passarem pelo condutor, a a conhecida resistência. Transpor essa
dificuldade implica ”gasto”de energia, na verdade tranformação da
energia elétrica em térmica, uma forma de energia que nas máquinas
estudadas não é aproveitada para a realização de trabalho mecânico
e portanto é classificada como dissipativa.
Por convenção o cálculo das perdas por efeito joule consideram a re-
sistência do enrolamento a 75◦ C c.c.. A perda na escova é considerada
somente na maquina c.c.,é admitida constante e igual 2v.
• Perdas no ferro a vazio: são as perdas por histerese e corrente de Fou-
cault que se originam da variação de densidade de fluxo no ferro da
máquina, com somente o enrolamento de campo principal energizado.
• Perdas suplementares: consistem nas perdas que aparecem da dis-
tribuição não uniforme de corrente no cobre, e das perdas adicionais
no ferro produzidas por distorção no fluxo magnético devido a cor-
rente de carga. São perdas difı́ceis de se determinar com precisão, por
isso são tomadas como 1% da saı́da de maquinas c.c.. Para maquinas
sı́ncronas e de indução estas perdas podem ser determinadas por en-
saios.

8. Diferencie pólos lisos de pólos salientes. Comente sobre a aplicabilidade


de cada um desses tipos.

• Pólos lisos: o enrolamento de campo é um enrolamento distribuı́do,


colocado em ranhuras e arranjado de modo a produzir um campo
aproximadamente senoidal de dois pólos. Usados em turbinas a vapor
e a gás e geradores acionados por turbinas, os turbogeradores. Pois
elas tem seu funcionamento otimizado com velocidades altas. Essas
máquinas normalmente são compostas por 2 ou 4 pólos.
• Pólos salientes: caracterı́stica de geradores hidrelétricos porque as
turbinas hidráulicas funcionam com velocidades relativamente baixas,
e um n◦ relativamente grande de pólos é necessário para produzir a
freqüência desejada. A construção de pólos salientes se adapta mais
a esta situação.
9. Explique a razão de circuitos magnéticos com entreferro terem seu com-
portamento determinado basicamente pela relutância do gap.

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Essa afirmação só é verdadeira se o ferro não estiver saturado,
pois caso contrário o comportamento preponderante é o do ferro e não do
entreferro.

F/Rs F/Rs
Φ= = (1)
1 + Rn /Rg 1 + (M0 /Mn )(En /g)(Ag /An )

O termo (M0 ·En ·Ag )/(Mn ·g·An ) é muito menor do que a unidade de modo
que o comportamento do circuito é determinado apenas pela relutância
do entreferro. Esta relutância, como depende de µ0 , é independente da
indução magnética.
10. Por que o motor sı́ncrono não possui conjugado de partida? Como se
obtém, então a sua partida? Explique.

O conjugado de partida é nulo devido a inércia elevada do rotor. Em um


segundo ele é atraı́do alternadamente nos sentidos horário e anti-horário
60 vezes (admitindo a freqüência de 60Hz), assim o torque resultante é
zero.
Os meios para parti-lo são: um motor CC acoplado ao eixo do motor
sı́ncrono, a utilização da excitatriz como motor CC para o mesmo fim, um
pequeno motor de indução com, no mı́nimo, um par de pólos a menos do
que os do motor sı́ncrono e a utilização dos enrolamentos de compensação
(forma mais simples e mais usada).
Leva-se o motor a uma velocidade próxima da sı́ncrona por um dos métodos
citados, os enrolamentos de compesasção , por exemplo, são condutores
em gaiola embutidos na face dos pólos do rotor para que a partida se dê
como a de um motor de indução do tipo gaiola, então no momento certo
se excitam os pólos do rotor e o motor entra em sincronismo.

11. Qual a principal justificativa para se usar um motor sı́ncrono em uma


planta, mesmo que a caracterı́stica de velocidade constante não seja im-
portante? Explique.

Melhorar o fator de potência geral do sistema, para qualquer carga.


E com isso é possivel aumentar a capacidade da fonte, permitindo suprir
cargas adicionais, reduzir as quedas de tensão na linha e uma melhor
regulaçao geral em termos de tensão, aumentar o rendimento geral do
sistema (linhas e equipamentos) e enfim um custo operacional menor como
conseqüência.
E todos esses benefı́cios podem ser explicados pela capacidade do motor
sı́ncrono entrgar sua potência mecânica e simultaneamente drenar do bar-
ramento uma corrente em avanço. Esta corrente pode ser utilizada para
aumentar o fator de potência.

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12. O que, porque e de quanto muda da operação de um gerador sı́ncrono de
60Hz em 50Hz, para a mesma excitação

Muda a velocidade (ωs que diminue, e com isso o torque desenvolvido é


maior. Isto acontece porque:

120f P
ωs = e T = (2)
P ω
Para dois geradores sı́ncronos com mesmo úmero de pólos e potências
iguais. A velocidade e a freqüência são diretamente proporcionais, en-
quanto o torque e a velocidade são inversamente proporcionais.
Um gerador sı́ncrono de 60Hz, em 50 Hz terá uma diminuição de 17% da
sua velocidade.

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