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emprego. Ela o amava mas amor nem um suportaria um peso morto. Ameaçado ele procurou
e encontrou um trabalho que lhe parecia ideal. Passou pelo período de treinamento sem
qualquer problema.
Levantou da cadeira e resolveu caminhar pela nave. Passou pelo hangar dos robôs, tinha
espaço apenas para alguns robôs e ferramentas para manutenção e pequenos reparo. Foi ao
banheiro mijar mas ao abrir o zíper percebeu que não tinha vontade. Na cozinha comeu um
sanduiche de um presunto de marca genérica mas colocando um pouco de molho ficava com
um gosto bom, vivemos na era onde pomos gosto até no que não tem, pensou. Pôr fim chegou
a sala de navegação onde seu companheiro estava. Seu veterano era um homem de meia-
idade com um rosto cansado e com algumas rugas no rosto que lhe davam um ar de
experiência, não gostava muito de conversar com ele pois lembrava o seu falecido pai, não em
aparência mas e sim em atitude.
- É, um saco né novato?
- Cara, eu pensei que esse fosse o emprego perfeito pra mim, mas não aguento mais. Não tem
nada pra fazer.
- O segredo está em como você usa esse tempo novato. Eu trabalho aqui a seis anos, se eu não
tivesse nada pra fazer ficaria louco, mas invisto esse tempo em aprender coisas nova.
- Tipo o quê?
- Sim, demorei um pouco pra aprender, espero usar finalmente quando estiver passando por lá
daqui a seis meses.
- Puxa acho que vou aprender também, faço qualquer coisa para matar esse tédio, o senhor
me ensina?
- Muito obrigado.
O veterano começou a dar as lições iniciais ao novato. Repetia as frases no idioma marciano,
parecia meio frustrado no início porém pegou o jeito, a língua lhe era bem estranha, haviam
alguns sons que não existiam no idioma oficial de Titânia.
- Ora, então encontre outro meio de se distrair, eu passo meu tempo aqui aprendendo novos
idiomas. Você deve encontrar o seu jeito de passar o tempo.
- Sim, mas não esqueça. Seu trabalho aqui não passar o tempo e sim monitorar Agnes.
- Eu sei, mas ela sabe fazer o trabalho dela e não tem graça nem uma conversar com ela. Só
sabe falar sobre terra – o veterano deu um gargalhada alta.
- Essa garota não tem jeito mesmo, o cara antes de você ficava fazendo charadas para ela
resolver mas não deu certo.
- Não exagere rapaz, ela nasceu pra isso, se não fosse por esses robôs ela estaria presa na sala
dos servidores.
- Os superiores tem medo que ela se volte contra eles, por isso evitam ao máximo que ela
tenha contato com grandes contingentes de informações.
- É eu sei, mas mesmo assim tem outras quinze dela e há rumores de que vão fazer uma nova.
Sinceramente não entendo esses caras, e pra que precisam de tantas, duas ou três já não são o
suficiente?
- É uma boa pergunta, quem sabe o que se passa na mente dos chefões são outros chefões.
- Quando os técnicos dizem isso quer dizer que a coisa vai ficar feia.
- Feia como?
- Puta merda, não posso perder esse emprego – disse o novato saindo apressadamente da sala
de navegação.
- As pessoas acham que esse trabalho é fácil só porque é tedioso – murmurou o veterano.
Sentado de frente para os monitores ele via o motivo do aviso, parecia algo normal, era bem
comum ver sondas antigas que caíram em asteroides.
- Agnes, é só uma sonda velha o quê nisso é um estado de emergência.
- Desculpe ter feito alarde com relação a isso, mas como é procedimento eu vasculhei os
destroços e me conectei a máquina.
- E?
- Se precipitou? Olha acho que deve ser algum bug na sua programação, quer dizer uma IA tem
bug? Você não deveria aprender com esse erro?
Ele não sabia, mas aquele era o início de algo muito maior e nunca saberia que se ele estivesse
na sala de monitoramento e realizasse o procedimento que apagaria a IA Agnes os eventos
posteriores nunca aconteceriam.