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Texto Revisado e Atualizado pela Profª Marta Pinheiro

UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ


INSTITUTO DE CIÊNCIAS EXATAS E NATURAIS
FACULDADE DE QUÍMICA
DISCIPLINAS: LABORATÓRIO DE QUÍMICA ANALÍTICA QUALITATIVA (EN-03091)
ANÁLISE QUÍMICA QUALITATIVA (EN-03045)

TEXTO N.º 7: ENSAIOS ESPECÍFICOS DE ÂNIONS

7.1 INTRODUÇÃO

As informações obtidas no curso da análise de cátions e a observação da solubilidade do


sólido em água podem indicar a presença ou ausência de determinados íons. Igualmente os
testes de eliminação podem indicar a ausência de determinados ânions e a presença de outros.
No entanto, para cada mistura de sais existem normalmente vários ânions cuja presença ou
ausência não se pode estabelecer com nenhum dos procedimentos anteriores. Devem ser
realizados ensaios específicos para cada um deles, que estão descritos nos procedimentos de
números 1 a 13 deste texto.
Estes ensaios específicos são independentes da análise dos cátions. Eles permitem
identificar nitrato em um fertilizante ou fosfato em uma levedura, sem executar a análise
sistemática dos cátions.
A ordem seguida para realizarem-se os ensaios específicos se baseia nos seguintes fatos:
se arseniatos estão presentes, devem ser removidos antes de realizar-se o ensaio de fosfatos
pois interferem com o mesmo. Os sulfitos interferem nos ensaios dos carbonatos e, se estão
presentes, devem ser removidos antes de ensaiar os carbonatos. Sulfetos, iodetos e brometos
interferem com o ensaio de cloretos. O ânion iodeto interfere do íon brometo. Em conseqüência, o
ensaio de sulfito deve ser realizado antes do ensaio do íon carbonato. A presença de arsênio deve
ser confirmada antes da realização do ensaio do íon fosfato, e os halogenetos e sulfetos devem
ser identificados na seguinte ordem: sulfetos, iodetos, brometos e cloretos. Para o ensaio de
sulfatos, boratos, cromatos, nitratos, nitritos e acetatos, a ordem não tem importância.

Identificação do íon Fosfato, PO42-

A identificação do íon fosfato se baseia na precipitação do molibdofosfato de amônio,


(NH4)3PO4.12MoO3, amarelo brilhante, quando excesso de molibdato de amônio é adicionado a
uma solução ácida de íon fosfato.
PO43- + 12 MoO4 2- + 24 H + + 3 NH4+ ⇆ (NH4)3PO4.12MoO3(s) + 12 H2O
A precipitação se desenvolve mais rapidamente na temperatura de 40-50ºC e em presença de
excesso de HNO3.
O íon arseniato também reage com o moblidato de amônio formando um precipitado
amarelo insolúvel de molibdoarseniato de amônio, (NH4)3PO4.12MoO3, interferindo na

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identificação do íon fosfato. Porém, esta interferência pode ser evitada pela adição de
tioacetamida à solução acidificada com HCl e precipitando-o como As2S3.
3 H3AsO4 + 5 H2S ⇆ As2S3(s) + 2 S(s) + 8 H2O
Agentes redutores também interferem na reação de identificação do íon fosfato, destruindo
oíon molibdato. Eles são removidos oxidando-os comácido nítrico e evaporando a solução
próximo a secura para eliminar os óxidos voláteis.

Identificação do íon Borato, BO33- ou BO2- ou B4O72--

Quando se trata um borato com H2SO4 concentrado, se forma ácido ortobórico.


BO2- + H+ + H2O ⇆ H3BO3
B4O72- + 2 H+ + 5 H2O ⇆ 4 H3BO3
BO33- + 2 H+ ⇆ H3BO3
A identificação do íon borato se baseia na reação de esterificação entre o ácido ortobórico e o
álcool metílico na presença de ácido sulfúrico concentrado, para formar o ester volátil, borato de
metila.
H3BO3 + 3 CH3OH ⇆ (CH3)3 BO3(g) + 3 H2O
O ácido sulfúrico concentrado atua como agente desidratante, absorvendo água e deslocando o
equilíbrio da reação para a direita.
O borato de metila arde como uma chama verde característica, quando queimado na presença de
ar.
2 (CH3)3 BO3(g) + 9 O2(g) ⇆ 6 CO2(g) + 9 H2O + B2O3(s)

Identificação do íon Cromato, CrO42-

A identificação do íon cromato se baseia na formação do CrO5 azul, quando uma solução
de cromato acidificada com HNO3 é tratada com peróxido de hidrogênio.
2 CrO42- + 2 H+ ⇆ Cr2O72- + H2O
Cr2O72- + 4 H2O2 + ⇆ 2 CrO5 + 5 H2O
Como o CrO5 é mais solúvel e mais estável em acetato de etila do que em meio aquoso, a adição
deste solvente ao meio concentra a cor azul do CrO5 tornando-a mais pronunciada.

Identificação do íon Sulfato, SO42-

A identificação do íon sulfato se baseia na precipitação deste íon como sulfato de bário,
que é muito pouco solúvel em meio ácido.
SO42- + Ba2+ ⇆ BaSO4(s)

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Identificação do íon Sulfito, SO32-

O íon sulfito em solução ácida é um agente redutor bastante ativo. Sua identificação se
baseia na oxidação à sulfato pelo permanganato, intensamente púrpura, que se reduz ao íon
Mn2+, incolor.
SO32- + 2 H+ ⇆ H2SO3
5 H2SO3 + 2 MnO4- ⇆ 2 Mn2+ + 5 SO42- + 4 H+ + 3 H2O
A presença de sulfato é detectada precipitando-o como BaSO4 em meio ácido, por meio de BaCl2,
SO42- + Ba2+ ⇆ BaSO4(s)
Todos os sulfitos ficam contaminados com sulfato por causa da oxidação atmosférica:
2 SO32- + O2 ⇆ 2 SO42-
Esta interferência bem como as causadas pelos íons cromatos,nitrato e nitrito que oxidam o íon
sulfito a sulfato em meio ácido, devem ser investigadas e removidas antes de realizar o teste de
identificação.

Identificação do íon Carbonato, CO32-

A identificação do íon carbonato se baseia na capacidade que o dióxido de carbono tem de


precipitar como BaCO3 de uma solução saturada de Ba(OH)2.
CO2(g) + Ba2+ + 2 OH- ⇆ BaCO3(s) + H2O
O gás carbônico é gerado quando a amostra é tratada com os ácidos.
Carbonato do metal + m H+ ⇆ Men+ + CO2(g) + H2O
O íon sulfito interfere no teste por que desprende gás SO2 quando tratado com ácidos. Este gás
reage com a solução de Ba(OH)2 formando um precipitado branco de BaSO3
SO2(g) + Ba2+ + 2 OH- ⇆ BaSO3(s) + H2O
Esta interferência pode ser removida pela adição de peróxido de hidrogênio, que oxida o íon
sulfito a sulfato.
SO32- + H2O2 ⇆ SO42- + H2O

Identificação do íon Iodeto, I-

A identificação do íon iodeto se baseia na oxidação deste íon à iodo elementar pelo ácido
nitroso ou íons férrico.
NO2- + H+ ⇆ HNO2
2 I- + 2 HNO2 + 2 H+ ⇆ I2(s) + 2 NO2(g) + 2 H2O
2 I- + 2 Fe3+ ⇆ I2(s) + 2 Fe2+

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O iodo é extraído e concentrado pelo tetracloreto de carbonato, CCl4, no qual é mais solúvel que
em água, dando uma coloração violeta neste solvente. Como os íons brometo ou cloreto não
oxidados pelo HNO2 ou Fe3+, o teste pode ser executado na presença destes íons.

Identificação do íon Brometo, Br-

A identificação do íon brometo se baseia na oxidação deste íon à bromo livre pelo íon
permanganato em meio de ácido nítrico.
2 MnO4- + 10 Br- + 16 H+ ⇆ 5 Br2(g) + 2 Mn2+ + 8 H2O
O bromo é extraído e concentrado pelo tetracloreto de carbono, no qual é mais solúvel que em
água, e apresenta uma cor laranja naquele solvente. Os íons iodeto interferem no teste por que
são oxidados pelo MnO4-, de acordo com a reação:
2 MnO4- + 10 I- + 16 H+ ⇆ 5 I2(g) + 2 Mn2+ + 8 H2O
E, se presentes, devem ser removidos de acordo com o procedimento 7.

Identificação do íon Cloreto, Cl-

A identificação do íon cloreto se baseia na sua precipitação como AgCl de uma solução
ácida.
Ag+ + Cl- ⇆ AgCl(s)
Outros ânions que dão um precipitado com o íon prata não se formam em meio ácido (CrO42- e
PO43-), são voláteis em solução ácida (CO32-, SO32- e S2-), ou são destruídos por um agente
oxidante forte (C2O42-, I-, Br- e SCN-). O íon peroxidissulfato é o oxidante mais empregado.
S2O82- + 2 I- ⇆ I2(g) + 2 SO42-
A confirmação de que o precipitado é o AgCl é efetuada dissolvendo-o em solução de amônia e
reprecipitando este sal por acidificação da solução.
AgCl(s) + 2 NH3 ⇆ Ag(NH3)2+ + Cl-
Ag(NH3)2+ + Cl- + 2 H+ ⇆ AgCl(s) + 2 NH4+

Identificação do íon Nitrito, NO2-

A identificação do íon nitrito se baseia na reação que este ânion dá com a safranina em
meio ácido, com a imediata mudança de coloração da solução para azul intenso.

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Identificação do íon Nitrato, NO3-

A identificação do íon brometo se baseia na sua redução a amônia por metais ativos (Al ou
Zn) em meio alcalino.
3 NO3- + 8 Al + 5 OH- + 18 H2O ⇆ 3 NH3(g) + 8 Al(OH)4-
NO3- + 4 Zn + 7 OH- + 6 H2O ⇆ NH3(g) + 4 Zn(OH)4-
A amônia gasosa é então detectada por sua ação em papel de tornassol vermelho umedecido em
água.
NH3(g) + H2O ⇆ NH4+ + OH-
Os íons amônio interferem no teste por que liberam amônia na presença de uma base forte e, se
presentes, devem ser removidos de acordo com a Nota 6.

Identificação do íon Acetato, C2H3O2-

Quando se trata um acetato com H2SO4 concentrado, se libera ácido acético. A


identificação do íon acetato se baseia na reação esterificação entre o ácido acético e um álccol
para formar um ester. Como os ésteres são, em geral, mais voláteis que os ácidos orgânicos de
peso molecular similar, são mais facilmente detectados quando em estado de vapor.
CH3COO- + H+ ⇆ CH3COOH
CH3COOH + CH3CH2OH ⇆ CH3COOCH2CH3 + H2O
Os ânions sulfito, carbonato, iodeto, brometo, sulfeto ou nitrito, por formarem produtos voláteis
quando tratados com ácido sulfúrico, interferem mascarando o odor do éster. Estes ânions são
removidos por aquecimento da amostra com H2SO4 concentrado.

Identificação do íon Oxalato, C2O42-

A identificação do íon oxalato se baseia na reação que este ânion dá com a formação de
um precipitado branco de oxalato de cálcio muito insolúvel, indicando a presença do oxalato.
C2O42- + Ca2+ ⇆ CaC2O4(s)

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7.2 PARTE EXPERIMENTAL

Procedimento 1: Identificação do íon fosfato, PO42-, em ausência de arseniatos

Transfira 5 gotas da solução amostra para um tubo de centrífuga, adicione HNO 3 6 mol/L
gota a gota e com agitação, até reação ácida ao papel de tornassol, seguido de 2 gotas do ácido
em excesso. Aqueça a solução, durante um minuto, no banho-maria (nota 1). Retire o tubo do
banho e adicione à solução 20 gotas do reagente molibdato de amônio. Deixe o frasco em
repouso por 5 minutos. Um precipitado amarelo brilhante de molibdofosfato de amônio,
(NH4)3PO4.12MoO3, confirma a presença de fosfato (nota 2).

Procedimento 2: Identificação do íon borato, BO33- ou BO2- ou B4O72--

Transfira uma pequena quantidade de material sólido com auxílio de uma espátula
semimicro para uma caçarola ou cadinho de porcelana, adicione 3 a 4 gotas de H2SO4 18
mol/L(CAPELA) e misture completamente. Então adicione 10 a 12 gotas de álcool metílico,
CH3OH, e novamente misture. A seguir, acenda a mistura (não agite após a mistura se inflamar).
Se a mistura arde com uma chama verde no momento de acender, fica comprovada a presença
do íon borato. Uma chama verde que só aparece depois de 20 a 30 segundos ou quando se agita
a mistura, se deve ao cobre ou ao bário e deve ser ignorada.

Procedimento 3: Identificação do íon cromato, CrO42-

Transfira 2 gotas da solução amostra para um tubo de centrífuga, adicione 10 gotas de


água e torne a solução levemente ácida com HNO3 6 mol/L. Adicione 10 gotas de acetato de etila
e uma gota de H2O2 a 3%, agite a mistura vigorosamente e deixe as fases se separarem. Uma
coloração azul na fase orgânica confirma a presença do íon cromato.

Procedimento 4: Identificação do íon sulfato, SO42-

Transfira 4 gotas da solução amostra para um tubo de centrífuga, torne a solução ácida
com HCl 6 mol/L e em seguida adicione uma gota de BaCl2 0,2 mol/L. O aparecimento de um
precipitado branco (BaSO4) comprova a presença do íon sulfato.

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Procedimento 5: Identificação do íon sulfito, SO32-

Transfira 5 gotas da solução amostra para um tubo de centrífuga, adicione HCl 6 mol/L
gota a gota e com agitação, até reação ácida ao papel de tornassol e dilua com 10 gotas de água
destilada. Adicione 1 gota de BaCl2 0,2mol/L. Se formar precipitado, continue adicionando BaCl2,
gota a gota e com agitação, até precipitação completa. Centrifugue a solução caso se forme
precipitado (BaSO4) e transfira o líquido sobrenadante para outro tubo. Ao decantado adicione 2
gotas de KMnO4 0,02 mol/L. Se houver descoloração do permanganato púrpura e formação de um
precipitado branco (BaSO4), fica comprovada a presença de sulfito.

Procedimento 6: Identificação do íon carbonato, CO32-

(a) Na ausência de sulfitos: Transfira uma pequena quantidade de sólido com auxílio de
uma espátula semimicro para um tubo de centrífuga cilíndrico. Adicione 2 gotas de H2SO4 6 mol/L
ao tubo e rapidamente introduza o conta gotas medicinal (não uma pipeta capilar) com uma gota
de solução de Ba(OH)2 0,2 mol/L na ponta, conforme mostra a Figura 7.1. O turvamento da gota,
devido a formação de um precipitado branco (BaCO3) confirma a presença de carbonato.
(b) Na presença de sulfitos: Transfira uma pequena quantidade de sólido para um tubo de
centrífuga cilíndrico e adicione 5 gotas de H2O2 a 3%. A seguir, proceda como descrito em (a).

Figura 7.1: Teste do carbonato

Procedimento 7: Identificação do íon iodeto, I-

Transfira 2 gotas da solução problema para um tubo de centrífuga, dilua com 3 gotas de
água e adicione HNO3 3 mol/L, gota a gota, até reação ácida ao tornassol. Adicione uma gota de

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Fe(NO3)3 0,2 mol/L e 5 gotas de tetracloreto de carbono. Agite vigorosamente para extrair o iodo.
A presença de iodeto é indicada pela cor violeta na camada inferior (nota 4).

Procedimento 8: Identificação do íon brometo, Br-

(Os iodetos interferem neste teste). Transfira 5 gotas da solução amostra para um tubo de
centrífuga, torne a solução ácida com HNO3 6 mol/L e adicione 4 gotas do ácido, em excesso.
Acrescente 2 gotas de tetracloreto de carbono e então KMnO4 0,02 mol/L, gota a gota, agitando
após cada adição, até ser obtida uma “pérola” laranja ou até que a camada de água permaneça
rósea durante pelo menos um minuto (Nota 5). A presença de brometo é indicada pela camada
inferior alaranjada (do CCl4).

Procedimento 9: Identificação do íon cloreto, Cl-

(Os sulfetos, brometos e iodetos interferem neste teste). Transfira 5 gotas da solução
amostra para um tubo de centrífuga, acidifique a solução com HNO 3 6 mol/L e adicione uma gota
de AgNO3 0,2 mol/L. Um precipitado branco, em forma de coágulos, pode ser AgCl. Centrifugue a
mistura e despreze o líquido sobrenadante. Adicione 5 gotas de NH3 6 mol/L ao precipitado e
agite. Se ele se dissolver, acidifique a solução com HNO3 6 mol/L. Se o precipitado voltar a se
formar, fica comprovada a presença de cloreto.

Procedimento 10: Identificação do íon nitrito, NO2-

Transfira 5 gotas da solução problema para um tubo de centrífuga e adicione uma gota de
H2SO4 6 mol/L para acidificar. Então adicione 1 gota da solução de safranina, a imediata mudança
da coloração da solução para azul intenso, comprova a presença de nitrito.

Procedimento 11: Identificação do íon nitrato, NO3-

(O íon amônio, NH4+, interfere neste teste). Transfira várias gotas da solução amostra
(Nota 6) para um tubo de ensaio seco e adicione um volume igual de NaOH 6 mol/L,
cuidadosamente, para não molhar as paredes superiores do tubo com a solução básica. Adicione
a solução alguns grânulos de zinco (ou alumínio) e empurre um chumaço de algodão (Nota 7) até
ficar a um terço da entrada do tubo. Aqueça a mistura ligeiramente no banho-maria para provocar
uma reação vigorosa.
O íon nitrato formará amônia nestas condições. Retire o tubo do banho e introduza a tira
de papel de tornassol vermelho, dobrada em forma de V e umedecida com água nas dobras,

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conforme mostra a Figura 7.2. As partes superiores do tubo sustentarão o papel de tornassol sem
que ele toque o algodão. Deixe o tubo em repouso por vários minutos. Se a base pontiaguda da
tira de papel do indicador ficar uniformemente azul, está comprovada a presença de nitrato.

Figura 7.2: Teste do nitrato

Procedimento 12: Identificação do íon acetato, C2H3O2-

Transfira cerca de 20 a 30 mg de sólido para um tubo de ensaio, adicione 2 a 3 gotas de


H2SO4 18 mol/L e misture completamente (Nota 8), adicione 5 gotas de álcool etílico,C2H5OH, e
misture outra vez. Aqueça o tubo no banho-maria por 2 minutos. Retire o tubo do banho e cheire
com precaução os vapores que escapam. Um odor de fruta, devido ao acetato de etila,
CH3COOC2H5, indica a presença de acetato (Nota 9).

Procedimento 13: Identificação do íon oxalato, C2O42-

Transfira 5 gotas da solução problema para um tubo de centrífuga adicione NH3 6 mol/L
gota a gota e com agitação, até reação básica ao papel de tornassol. Então adicione gota a gota
CaCl2 0,2 mol/L e misture bem. Um precipitado branco de oxalato de cálcio (CaC2O4.H2O) indica a
presença do oxalato.

NOTAS

1. A solução deverá atingir uma temperatura entre 40-50 ºC para que ocorra uma rápida reação
no estágio seguinte.
2. Pode-se formar MoO3, branco, se o fosfato estiver ausente ou se a solução se tornar quente
demais.
3. Se a concentração de cloreto é elevada, o permanganato irá se descolorindo lentamente mas
nenhum BaSO4 se formará.

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4. Teste alternativo para íon iodeto: Transfira 2 gotas da solução amostra para um tubo de
ensaio, dilua com 3 gotas de água e adicione H2SO4 6 mol/L, gota a gota, até reação ácida ao
tornassol. Acrescente alguns cristais de NaNO2 e 5 gotas de tetracloreto de carbono, CCl4.
Agite vigorosamente para extrair o iodo. Uma coloração violeta na camada inferior (fase do
CCl4) indica a presença de iodeto.
5. A cor violeta do MnO4- desaparece devido a formação de Mn2+, incolor. Se a cor violeta do
MnO4- persiste fica indicado que a oxidação do brometo foi incompleta.
6. Se, de antemão, já se souber que o cátion da substância simples é o íon amônio, este deve
ser removido antes de iniciar o teste do nitrato. Transfira a amostra para uma caçarola,
adicione 10 gotas de NaOH 6 mol/L e aqueça a mistura, sobre uma microchama, para reduzi-
la a um pequeno volume.
7. O algodão deve penetrar com folga e serve para filtrar algum borrifo.
8. Se sulfitos, carbonatos, iodetos, brometos, cloretos ou nitritos estão presentes, a mistura deve
ser aquecida suavemente durante algum tempo após adição de H2SO4 e antes de acrescentar
o álcool. Este aquecimento elimina o SO2, CO2, I2, Br2, HCl, H2S e NO2. Se estes compostos
não são eliminados, seus odores encobrirão o odor característico de acetato de etila. Deve-se
Ter o cuidado para que o aquecimento não seja tão intenso a fim de que o CH3COOH não
destile.
9. Se o ensaio é duvidoso, transfira uma pitada do sólido para uma caçarola ou cadinho de
porcelana, aqueça fortemente no bico de gás e observe se produz ou não uma carbonização
da matéria. A carbonização é facilmente reconhecida por desprendimento de fumos de odor
forte e penetrante de cabelo queimado, e o sólido se escurece. A carbonização comprova a
presença de acetato.

REAGENTES NECESSÁRIOS PARA A EXECUÇÃO DO EXPERIMENTO

Ácidos: HCl 6 mol/L; HNO3 6 mol/L; H2SO4 6 mol/L; H2SO4 18 mol/L.


Bases: NaOH 6 mol/L; NH3 6 mol/L; Ba(OH)2 0,2 mol/L.
Sais: Na3PO4 0,2 mol/L; Na2CrO4 0,2 mol/L; Na2SO4 0,2 mol/L; Na2SO3 0,2 mol/L; NaI 0,2 mol/L;
NaBr 0,2 mol/L; NaCl 0,2 mol/L; NaNO2 0,2 mol/L; NaNO3 mol/L; Na2C2O4 0,2 mol/L ; AgNO3 0,2
mol/L; (NH4)2MoO4 0,2 mol/L; KMnO4 0,02 mol/L; Fe(NO3)3 0,2 mol/L; CaCl2 0,2 mol/L ; BaCl2 0,2
mol/L; Na2B4O7 sólido; CH3COONa sólido.

Outros reagentes: H2O2 a 3%; CH3OH (álcool metílico); CH3CH2OH (álcool etílico); CCl4
(tetracloreto de carbono); CH3COOC2H5 (acetato de etila); Safranina; Al metálico ou Zn metálico;
Papel de tornassol azul e vermelho; Papel de filtro.

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