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7.1 INTRODUÇÃO
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identificação do íon fosfato. Porém, esta interferência pode ser evitada pela adição de
tioacetamida à solução acidificada com HCl e precipitando-o como As2S3.
3 H3AsO4 + 5 H2S ⇆ As2S3(s) + 2 S(s) + 8 H2O
Agentes redutores também interferem na reação de identificação do íon fosfato, destruindo
oíon molibdato. Eles são removidos oxidando-os comácido nítrico e evaporando a solução
próximo a secura para eliminar os óxidos voláteis.
A identificação do íon cromato se baseia na formação do CrO5 azul, quando uma solução
de cromato acidificada com HNO3 é tratada com peróxido de hidrogênio.
2 CrO42- + 2 H+ ⇆ Cr2O72- + H2O
Cr2O72- + 4 H2O2 + ⇆ 2 CrO5 + 5 H2O
Como o CrO5 é mais solúvel e mais estável em acetato de etila do que em meio aquoso, a adição
deste solvente ao meio concentra a cor azul do CrO5 tornando-a mais pronunciada.
A identificação do íon sulfato se baseia na precipitação deste íon como sulfato de bário,
que é muito pouco solúvel em meio ácido.
SO42- + Ba2+ ⇆ BaSO4(s)
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O íon sulfito em solução ácida é um agente redutor bastante ativo. Sua identificação se
baseia na oxidação à sulfato pelo permanganato, intensamente púrpura, que se reduz ao íon
Mn2+, incolor.
SO32- + 2 H+ ⇆ H2SO3
5 H2SO3 + 2 MnO4- ⇆ 2 Mn2+ + 5 SO42- + 4 H+ + 3 H2O
A presença de sulfato é detectada precipitando-o como BaSO4 em meio ácido, por meio de BaCl2,
SO42- + Ba2+ ⇆ BaSO4(s)
Todos os sulfitos ficam contaminados com sulfato por causa da oxidação atmosférica:
2 SO32- + O2 ⇆ 2 SO42-
Esta interferência bem como as causadas pelos íons cromatos,nitrato e nitrito que oxidam o íon
sulfito a sulfato em meio ácido, devem ser investigadas e removidas antes de realizar o teste de
identificação.
A identificação do íon iodeto se baseia na oxidação deste íon à iodo elementar pelo ácido
nitroso ou íons férrico.
NO2- + H+ ⇆ HNO2
2 I- + 2 HNO2 + 2 H+ ⇆ I2(s) + 2 NO2(g) + 2 H2O
2 I- + 2 Fe3+ ⇆ I2(s) + 2 Fe2+
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O iodo é extraído e concentrado pelo tetracloreto de carbonato, CCl4, no qual é mais solúvel que
em água, dando uma coloração violeta neste solvente. Como os íons brometo ou cloreto não
oxidados pelo HNO2 ou Fe3+, o teste pode ser executado na presença destes íons.
A identificação do íon brometo se baseia na oxidação deste íon à bromo livre pelo íon
permanganato em meio de ácido nítrico.
2 MnO4- + 10 Br- + 16 H+ ⇆ 5 Br2(g) + 2 Mn2+ + 8 H2O
O bromo é extraído e concentrado pelo tetracloreto de carbono, no qual é mais solúvel que em
água, e apresenta uma cor laranja naquele solvente. Os íons iodeto interferem no teste por que
são oxidados pelo MnO4-, de acordo com a reação:
2 MnO4- + 10 I- + 16 H+ ⇆ 5 I2(g) + 2 Mn2+ + 8 H2O
E, se presentes, devem ser removidos de acordo com o procedimento 7.
A identificação do íon cloreto se baseia na sua precipitação como AgCl de uma solução
ácida.
Ag+ + Cl- ⇆ AgCl(s)
Outros ânions que dão um precipitado com o íon prata não se formam em meio ácido (CrO42- e
PO43-), são voláteis em solução ácida (CO32-, SO32- e S2-), ou são destruídos por um agente
oxidante forte (C2O42-, I-, Br- e SCN-). O íon peroxidissulfato é o oxidante mais empregado.
S2O82- + 2 I- ⇆ I2(g) + 2 SO42-
A confirmação de que o precipitado é o AgCl é efetuada dissolvendo-o em solução de amônia e
reprecipitando este sal por acidificação da solução.
AgCl(s) + 2 NH3 ⇆ Ag(NH3)2+ + Cl-
Ag(NH3)2+ + Cl- + 2 H+ ⇆ AgCl(s) + 2 NH4+
A identificação do íon nitrito se baseia na reação que este ânion dá com a safranina em
meio ácido, com a imediata mudança de coloração da solução para azul intenso.
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A identificação do íon brometo se baseia na sua redução a amônia por metais ativos (Al ou
Zn) em meio alcalino.
3 NO3- + 8 Al + 5 OH- + 18 H2O ⇆ 3 NH3(g) + 8 Al(OH)4-
NO3- + 4 Zn + 7 OH- + 6 H2O ⇆ NH3(g) + 4 Zn(OH)4-
A amônia gasosa é então detectada por sua ação em papel de tornassol vermelho umedecido em
água.
NH3(g) + H2O ⇆ NH4+ + OH-
Os íons amônio interferem no teste por que liberam amônia na presença de uma base forte e, se
presentes, devem ser removidos de acordo com a Nota 6.
A identificação do íon oxalato se baseia na reação que este ânion dá com a formação de
um precipitado branco de oxalato de cálcio muito insolúvel, indicando a presença do oxalato.
C2O42- + Ca2+ ⇆ CaC2O4(s)
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Transfira 5 gotas da solução amostra para um tubo de centrífuga, adicione HNO 3 6 mol/L
gota a gota e com agitação, até reação ácida ao papel de tornassol, seguido de 2 gotas do ácido
em excesso. Aqueça a solução, durante um minuto, no banho-maria (nota 1). Retire o tubo do
banho e adicione à solução 20 gotas do reagente molibdato de amônio. Deixe o frasco em
repouso por 5 minutos. Um precipitado amarelo brilhante de molibdofosfato de amônio,
(NH4)3PO4.12MoO3, confirma a presença de fosfato (nota 2).
Transfira uma pequena quantidade de material sólido com auxílio de uma espátula
semimicro para uma caçarola ou cadinho de porcelana, adicione 3 a 4 gotas de H2SO4 18
mol/L(CAPELA) e misture completamente. Então adicione 10 a 12 gotas de álcool metílico,
CH3OH, e novamente misture. A seguir, acenda a mistura (não agite após a mistura se inflamar).
Se a mistura arde com uma chama verde no momento de acender, fica comprovada a presença
do íon borato. Uma chama verde que só aparece depois de 20 a 30 segundos ou quando se agita
a mistura, se deve ao cobre ou ao bário e deve ser ignorada.
Transfira 4 gotas da solução amostra para um tubo de centrífuga, torne a solução ácida
com HCl 6 mol/L e em seguida adicione uma gota de BaCl2 0,2 mol/L. O aparecimento de um
precipitado branco (BaSO4) comprova a presença do íon sulfato.
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Transfira 5 gotas da solução amostra para um tubo de centrífuga, adicione HCl 6 mol/L
gota a gota e com agitação, até reação ácida ao papel de tornassol e dilua com 10 gotas de água
destilada. Adicione 1 gota de BaCl2 0,2mol/L. Se formar precipitado, continue adicionando BaCl2,
gota a gota e com agitação, até precipitação completa. Centrifugue a solução caso se forme
precipitado (BaSO4) e transfira o líquido sobrenadante para outro tubo. Ao decantado adicione 2
gotas de KMnO4 0,02 mol/L. Se houver descoloração do permanganato púrpura e formação de um
precipitado branco (BaSO4), fica comprovada a presença de sulfito.
(a) Na ausência de sulfitos: Transfira uma pequena quantidade de sólido com auxílio de
uma espátula semimicro para um tubo de centrífuga cilíndrico. Adicione 2 gotas de H2SO4 6 mol/L
ao tubo e rapidamente introduza o conta gotas medicinal (não uma pipeta capilar) com uma gota
de solução de Ba(OH)2 0,2 mol/L na ponta, conforme mostra a Figura 7.1. O turvamento da gota,
devido a formação de um precipitado branco (BaCO3) confirma a presença de carbonato.
(b) Na presença de sulfitos: Transfira uma pequena quantidade de sólido para um tubo de
centrífuga cilíndrico e adicione 5 gotas de H2O2 a 3%. A seguir, proceda como descrito em (a).
Transfira 2 gotas da solução problema para um tubo de centrífuga, dilua com 3 gotas de
água e adicione HNO3 3 mol/L, gota a gota, até reação ácida ao tornassol. Adicione uma gota de
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Fe(NO3)3 0,2 mol/L e 5 gotas de tetracloreto de carbono. Agite vigorosamente para extrair o iodo.
A presença de iodeto é indicada pela cor violeta na camada inferior (nota 4).
(Os iodetos interferem neste teste). Transfira 5 gotas da solução amostra para um tubo de
centrífuga, torne a solução ácida com HNO3 6 mol/L e adicione 4 gotas do ácido, em excesso.
Acrescente 2 gotas de tetracloreto de carbono e então KMnO4 0,02 mol/L, gota a gota, agitando
após cada adição, até ser obtida uma “pérola” laranja ou até que a camada de água permaneça
rósea durante pelo menos um minuto (Nota 5). A presença de brometo é indicada pela camada
inferior alaranjada (do CCl4).
(Os sulfetos, brometos e iodetos interferem neste teste). Transfira 5 gotas da solução
amostra para um tubo de centrífuga, acidifique a solução com HNO 3 6 mol/L e adicione uma gota
de AgNO3 0,2 mol/L. Um precipitado branco, em forma de coágulos, pode ser AgCl. Centrifugue a
mistura e despreze o líquido sobrenadante. Adicione 5 gotas de NH3 6 mol/L ao precipitado e
agite. Se ele se dissolver, acidifique a solução com HNO3 6 mol/L. Se o precipitado voltar a se
formar, fica comprovada a presença de cloreto.
Transfira 5 gotas da solução problema para um tubo de centrífuga e adicione uma gota de
H2SO4 6 mol/L para acidificar. Então adicione 1 gota da solução de safranina, a imediata mudança
da coloração da solução para azul intenso, comprova a presença de nitrito.
(O íon amônio, NH4+, interfere neste teste). Transfira várias gotas da solução amostra
(Nota 6) para um tubo de ensaio seco e adicione um volume igual de NaOH 6 mol/L,
cuidadosamente, para não molhar as paredes superiores do tubo com a solução básica. Adicione
a solução alguns grânulos de zinco (ou alumínio) e empurre um chumaço de algodão (Nota 7) até
ficar a um terço da entrada do tubo. Aqueça a mistura ligeiramente no banho-maria para provocar
uma reação vigorosa.
O íon nitrato formará amônia nestas condições. Retire o tubo do banho e introduza a tira
de papel de tornassol vermelho, dobrada em forma de V e umedecida com água nas dobras,
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conforme mostra a Figura 7.2. As partes superiores do tubo sustentarão o papel de tornassol sem
que ele toque o algodão. Deixe o tubo em repouso por vários minutos. Se a base pontiaguda da
tira de papel do indicador ficar uniformemente azul, está comprovada a presença de nitrato.
Transfira 5 gotas da solução problema para um tubo de centrífuga adicione NH3 6 mol/L
gota a gota e com agitação, até reação básica ao papel de tornassol. Então adicione gota a gota
CaCl2 0,2 mol/L e misture bem. Um precipitado branco de oxalato de cálcio (CaC2O4.H2O) indica a
presença do oxalato.
NOTAS
1. A solução deverá atingir uma temperatura entre 40-50 ºC para que ocorra uma rápida reação
no estágio seguinte.
2. Pode-se formar MoO3, branco, se o fosfato estiver ausente ou se a solução se tornar quente
demais.
3. Se a concentração de cloreto é elevada, o permanganato irá se descolorindo lentamente mas
nenhum BaSO4 se formará.
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4. Teste alternativo para íon iodeto: Transfira 2 gotas da solução amostra para um tubo de
ensaio, dilua com 3 gotas de água e adicione H2SO4 6 mol/L, gota a gota, até reação ácida ao
tornassol. Acrescente alguns cristais de NaNO2 e 5 gotas de tetracloreto de carbono, CCl4.
Agite vigorosamente para extrair o iodo. Uma coloração violeta na camada inferior (fase do
CCl4) indica a presença de iodeto.
5. A cor violeta do MnO4- desaparece devido a formação de Mn2+, incolor. Se a cor violeta do
MnO4- persiste fica indicado que a oxidação do brometo foi incompleta.
6. Se, de antemão, já se souber que o cátion da substância simples é o íon amônio, este deve
ser removido antes de iniciar o teste do nitrato. Transfira a amostra para uma caçarola,
adicione 10 gotas de NaOH 6 mol/L e aqueça a mistura, sobre uma microchama, para reduzi-
la a um pequeno volume.
7. O algodão deve penetrar com folga e serve para filtrar algum borrifo.
8. Se sulfitos, carbonatos, iodetos, brometos, cloretos ou nitritos estão presentes, a mistura deve
ser aquecida suavemente durante algum tempo após adição de H2SO4 e antes de acrescentar
o álcool. Este aquecimento elimina o SO2, CO2, I2, Br2, HCl, H2S e NO2. Se estes compostos
não são eliminados, seus odores encobrirão o odor característico de acetato de etila. Deve-se
Ter o cuidado para que o aquecimento não seja tão intenso a fim de que o CH3COOH não
destile.
9. Se o ensaio é duvidoso, transfira uma pitada do sólido para uma caçarola ou cadinho de
porcelana, aqueça fortemente no bico de gás e observe se produz ou não uma carbonização
da matéria. A carbonização é facilmente reconhecida por desprendimento de fumos de odor
forte e penetrante de cabelo queimado, e o sólido se escurece. A carbonização comprova a
presença de acetato.
Outros reagentes: H2O2 a 3%; CH3OH (álcool metílico); CH3CH2OH (álcool etílico); CCl4
(tetracloreto de carbono); CH3COOC2H5 (acetato de etila); Safranina; Al metálico ou Zn metálico;
Papel de tornassol azul e vermelho; Papel de filtro.
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