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PRÁTICA 11.

CARACTERIZAÇÃO DE GRUPOS FUNCIONAIS


OBJETIVO:
Caracterizar e identificar hidrocarbonetos insaturados através do teste de bromo e teste de Baeyer, álcoois utilizando teste de Lucas.
Caracterzar e identificar aldeídos e cetonas realizando os testes com a 2,4-dinitrofenilhidrazina, Teste de Tollens e Teste do halofórmio.

INTRODUÇÃO

1.1. CARACTERIZAÇÃO DE HIDROCARBONETOS


Teste de Bromo (Br2/CCl4)
Compostos insaturados alifáticos reagem com a solução de bromo (Br2/CCl4) através de suas ligações olefínicas (C=C) ou
acetilênicas (CC). A solução de bromo possui uma cor vermelha ou laranja, dependendo da concentração, que desaparece
imediatamente devido à ocorrência de reação. Trata-se de uma reação de adição eletrofílica do bromo à dupla ou tripla ligação com
produção de dibromo vicinal ou tetra-bromo, respectivamente, que são substâncias incolores.
Hidrocarbonetos saturados e hidrocarbonetos aromáticos com cadeia lateral alifática também podem descorar a solução de
bromo. Esta é uma reação bem mais lenta que a anterior, só ocorrendo na presença de luz ou calor. Trata-se de uma reação de
substituição radicalar que se passa com a eliminação de HBr.

Teste de Baeyer (KMnO4/HO-/H2O)


Ligações olefínicas e acetilênicas são rapidamente atacadas por uma solução aquosa de permanganato de potássio neutra ou
levemente alcalina (Teste de Baeyer). Trata-se de uma reação de oxidação branda de alcenos e alcinos com formação de glicóis e -
dicetonas, respectivamente. A cor violeta do permanganato desaparace e surge uma cor marrom, sob forma de precipitado, devido a
formação de MnO2 no meio reacional.
Os alcinos verdadeiros produzem -ceto-aldeídos. Este teste é necessário para confirmação de insaturação, pois o teste de
bromo, por si só, não é suficiente para tal fim, uma vez que alguns compostos etilênicos simetricamente substituídos reagem lentamente
nas condições de ensaio com bromo.

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1.2. CARACTERIZAÇÃO DE ÁLCOOIS

Teste de Lucas (ZnCl2/HCl)

Os álcoois terciários e secundários reagem com uma solução de cloreto de zinco em ácido clorídrico concentrado com a
formação de uma mistura heterogênea difásica ou pelo aparecimento de uma emulsão de aspecto leitoso (Teste de Lucas). Os álcoois
terciários reagem rapidamente, enquanto que os álcoois secundários reagem após alguns minutos. Os álcoois primários não dão bons
resultados diante do reagente de Lucas.

1.2. CARACTERIZAÇÃO DE ALDEÍDOS E CETONAS

Os aldeídos são compostos com a fórmula geral RCHO, enquanto que as cetonas tem fórmula geral R-CO-R’. Os grupos R e R'
podem ser alifáticos ou aromáticos.
Tanto aldeídos, como cetonas contêm o grupo carbonila C=O, e por isso é freqüente designá-los coletivamente por compostos
carbonílicos. As propriedades químicas dos aldeídos e cetonas devem-se em grande parte, ao grupo carbonila.

Teste da 2,4-dinitrofenilhidrazina

Aldeídos e cetonas reagem com a 2,4-dinitrofenilhidrazina para produzir os derivados 2,4-dinitrofenilhidrazonas na forma de
precipitados amarelos ou vermelhos.

Teste de Tollens

Os aldeídos reagem com íons prata do reativo de Tollens para produzir prata metálica (espelho de prata). A reação é positiva
também para os açúcares redutores, polihidroxifenóis, aminofenóis, hidroxilaminas e outros agentes redutores. O reagente de Tollens é
preparado da segunte forma: em um tubo de ensaio coloque 1 mL de uma solução 5 % de nitrato de prata. Em seguida, adicione uma
gota de uma solução de hidróxido de sódio 10 % e agite. Junte à mistura, 2 mL de uma solução de hidróxido de amônio 10 %, gota a gota
com agitação, até que o precipitado de hidróxido de prata se dissolva totalmente, obtendo-se uma solução transparente.

2
O
O

O NH4 + Ag + 3NH3 + H2O


O
+ 2[Ag(NH3)2]OH
H
prata
butanal reagente de Tollens butirato de amônio metálica

Teste do iodofórmio

Compostos oxigenados neutros contendo o grupo CH3C=O ligado a hidrogênio ou grupos alquila ou arila dão iodofórmio com solução de
hipoiodito (I2 + HO-).

O
O

+ 3I2 + 4NaOH O Na + CHI3 + 3NaI + 3H2O

2-pentanona butanoato de sódio iodofórmio

Álcoois secundários do tipo RCH(OH)CH3 também dão teste positivo, devido à formação de metilcetonas.

O
OH

+ I2 + NaOH + 2NaI + 2H2O

2-pentanol 2-pentanona

PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL

Fique atento à orientação a seguir:


Ao final de cada teste, descarte o resíduo no frasco separado para cada teste;
Anote os resultados na tabela da página seguinte;
As amostras 1 e 3 estão na capela.

Hidrocarbonetos (Amostras 1, 2 e 3)

4.1. Teste de Bromo


Em três tubos de ensaio limpos e secos coloque quatro gotas das três amostras a serem testadas (amostras 1, 2 e 3). Adicione 0,5 mL da
solução de bromo e observe os resultados. Observe se houve descoramento da cor vermelha. Se sim, o teste deu positivo. Se não houver
descoramento, exponha o(s) tubo(s) a ação da luz e tire suas conclusões.

4.2. Teste de Baeyer


Em três tubos de ensaio limpos coloque quatro gotas das amostras 1, 2 e 3 e adicione 0,5 mL da solução aquosa de permanganato de
potássio. Observe os resultados e tire conclusões.

Álcoois (Amostras 4, 5 e 6)

4.3. Teste de Lucas


Em três tubos de ensaio limpos coloque quatro gotas das amostras 4, 5 e 6 e adicione a cada um deles vinte gotas do reagente de Lucas.
Observe os resultados e tire suas conclusões.

Aldeídos e Cetonas (Amostras 7, 8 e 9)

4.4. Teste com a 2,4-dinitrofenilhidrazina

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Coloque em 3 tubos de ensaio 0,5 mL da solução de 2,4-dinitrofenilhidrazina. Em seguida, adicione 2 gotas da amostra que se quer
identificar (amostra 7, 8 e 9). A formação de um precipitado amarelo ou vermelho, indica teste positivo.

4.5. Teste de Tollens


Coloque 1 ou 2 gotas da amostra (7, 8 ou 9) em um tubo de ensaio limpo e seco e adicione 0,5 mL do reagente de Tollens recentemente
preparado. A formação de um espelho de prata constitui um teste positivo.
Depois de realizado o teste, lavar o tubo com água e após com ácido nítrico diluído. O fulminato de prata, que é muito explosivo quando
seco, pode estar presente no resíduo e dessa maneira será eliminado.

4.6. Teste do halofórmio – teste para metilcetonas


Dissolva 1 ou 2 gotas da amostra (7, 8 ou 9) em 1 mL de água. Em seguida coloque 1 mL de uma amostra de iodeto de potássio 6 % e
adicione lentamente, com agitação, 1 mL de uma solução alcalina de hipoclorito de sódio. No teste positivo, a cor marron desaparece e
surge um precipitado amarelo (que é o iodofórmio com p.f. 120 oC).

Tabela de resultados

Amostra Teste Observação P ou N Conclusão/ Identificação


1 Bromo
2 Bromo
3 Bromo
1 Baeyer
2 Baeyer
3 Baeyer
4 Lucas
5 Lucas
6 Lucas
7 Dinitrofenilhidrazina
8 Dinitrofenilhidrazina
9 Dinitrofenilhidrazina
7 Tollens
8 Tollens
9 Tollens
7 Halofórmio
8 Halofórmio
9 Halofórmio
P para positivo/ N para negativo

PERGUNTAS DE REVISÃO

1. Indique teste(s) que permita(m) diferenciar:


a) ciclohexano de hexeno
b) álcool terc-butílico de álcool n-butílico
2. Um tubo de ensaio contém uma substância com a fórmula molecular C4H8O cujas características são descritas a seguir. Qual a estrutura deste composto?
a) Teste de Tollens: negativo
b) Teste da 2,4-difenilhidrazina: positivo
c) Teste do iodofórmio: positivo

BIBLIOGRAFIA
Pavia, D. L. et al; Alencastro, R. B. (Trad.). Química Orgânica Experimental – Técnicas de escala pequena, 2a Ed., Porto Alegre, Bookman,
2009.
Vogel, I. Química Orgânica- Análise orgânica qualitativa, vol.3, 3a Ed., Livros Técnicos Científicos S/A; Rio de Janeiro, 1979.

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