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CONEXÃO UNIFAMETRO 2022

XVIII SEMANA ACADÊMICA


ISSN: 2357-8645

DIABETES MELLITUS TIPO II EM FELINOS: UMA REVISÃO


LITERÁRIA

Thales Dantas Leandro


Acadêmico do curso de Medicina Veterinária-Universidade de Fortaleza-Unifor
E-mail: thalesdantas@edu.unifor.br

Ana Karine Rocha de Melo Leite


Docentedo Curso de Medicina Veterinária- Universidade de Fortaleza- Unifor
E-mail:karineleite@unifor.br

Área Temática:Bem-estar animal, medicina veterinária preventiva e saúde pública veterinária


Área de Conhecimento: Ciências da Saúde
Encontro Científico:IX Encontro de Monitoria e Iniciação Científica

Introdução: O diabetes mellitus (DM) é um distúrbio crônico que tem como etiologia à
deficiência relativa ou absoluta de insulina. Sabe-se que a maioria dos casos de diabetes
espontânea acomete em gatos de meia-idade ou idosos. Ainda, dados mostram que há uma
ocorrência maior em gatos machos obesos mais que em fêmeas. O tratamento do DM em
gatos baseia-se na insulinoterapia associada a dietas pobres em carboidratos para minimizar a
demanda de produção de insulina pelas células β. Objetivo: Analisar as evidências científicas
disponíveis na literatura em relação ao diabetes mellitus tipo II em felinos. Metodologia:
Uma revisão bibliográfica de natureza analítica em relação ao diabetes mellitus tipo II em
felinos. A pesquisa foi realizada nas bases de dados: Google Acadêmico, Science Direct e
Minha Biblioteca. Foram utilizados: livros e artigos originais, ao qual apresentam texto
completo disponível nos idiomas inglês e português. Esses artigos foram publicados entre os
anos de 2005 a 2022. As palavras-chave utilizadas foram: diabetes; gato; revisão. A seleção
dos artigos ocorreu por meio da leitura dos títulos, dos resumos das publicações e dos livros,
tendo como objetivo refinar as amostras. Resultados e Discussão: O diabetes mellitus do tipo
II é uma endocrinopatia muito comum no gato, tendo a obesidade do felino como principal
fator de predisposição. Os felinos são animais carnívoros estritos, necessitando de nutrientes
ricos em proteína, quantidade moderada de gordura e mínimos valores de carboidratos, onde
esses últimos são amplamente encontrados em tecidos animais. Eles estão fisiologicamente
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adaptados a uma alimentação com metabolismo exclusivamente proteico e de caça livre como
forma de adquirir sua energia. Ademais, podemos associar essa causa à mudança do estilo de
vida da população em relação ao gato, principalmente o estilo mais caseiro e reservado do
gato doméstico. Além do peso como fator de risco, também há outros fatores que predispõem
a DM, como o sexo, a genética e a idade. Gatos machos castrados e não castrados acima de 7
anos estão eminentemente propensos a desenvolver DM se comparado com fêmeas. Além
disso, algumas raças se incluem como fatores genéticos de ocorrência comum como Maine
Coon, Russian Blue, Siamesa e Birmanesa. O diabetes tipo II tem como etiologias: o uso de
fármacos, a atuação de hormônios (GH, adrenalina, tiroxina, glicocorticoides, glucagon e
ACTH) ou, ainda, a resistência à secreção de insulina, ao qual pode resultar em uma
pancreatite, que é um achado clínico principalmente descrito em felinos obesos. Aliás, gatos
com diabetes mellitus comumente apresentam lesões degenerativas específicas localizadas
seletivamente nas ilhotas de Langerhans, enquanto o restante do pâncreas apresenta-se
normal. Isto ocorre devido à deposição seletiva de amiloide nas ilhotas, com alterações
degenerativas das células β, onde esta é a lesão pancreática mais comum em muitos gatos com
diabetes. O diabetes é tipicamente diagnosticado em gatos quando os sinais clínicos, como
polifagia, poliúria, polidipsia, perda de peso etc., são evidentes. O conhecimento da
fisiopatogenia do paciente felino (diagnóstico precoce, tratamento e manejo alimentar
correto). O diagnóstico diferencial para diabetes felina incluem hipertireoidismo, insuficiência
renal e a Síndrome de Cushing. Os principais achados na urinálise de um animal com diabetes
são: glicosúria, cetonúria e baixa concentração urinária. Os critérios diagnósticos para pré-
diabetes em gatos não foram definidos. No tratamento para o diabetes, uns dos focos
principais é o controle da obesidade e o controle do peso, e a maneira para se efetivar a
eficácia é por meio de manejo nutricional, dieta balanceada e atividade física controlada. A
terapia com insulina objetiva controlar a glicemia e evitar quadros de cetoacidose.
Considerações finais: O diabetes mellitus tipo II é uma endocrinopatia que está cada
ganhando cada vez mais espaço nas discussões atuais, tendo novas diretrizes que objetivam
um manejo mais adequado de gatos que se encontra nesta situação. Ademais, a desinformação
do tutor no manejo cotidiano e, também, a longevidade acabam levando o gato à obesidade,
principal fator de risco do diabetes.
Palavras-chave: Diabetes mellitus; Felino; Revisão.
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