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4C ,llfe/

NUTRI AO
DEPLA TAS
Um Manual para Melhorar o Manejo da Nutrição de Plantas
~
----
VERSÃO ' MÉTRICA
~ ~~c-=--==~==-=~~~~y.;=~."'~ ~
I
-
NUTRIÇAO
4C DE PLANTAS
Prefácio, Agrade cimento s
Capítulo 1
Metas da Agricultura
Sus tentável .... ...... ....... .. ... ... ....... ......... .... .......... ... .... .. .... .. .. .. .................................... .... ........ ........... .............. ...... .... ... ....... .. ..... ... ..... l · l
Capítulo 2 2.1 Fonte certa. na dose ce rta. na época certa e no local certo ............................. .. ... ... ............... 2· l
O Conceito de Manejo 2.2 Princípios elas práticas de suporte ............... .. .... ... ......... ...... ... .. ..................... ....... .. ... ... ............. . 2·2
de Nutrientes 4C 2.3 Os 4Cs integrados ao sistema ele plant io ..... .. .. .. .... ........... ...... ..... ............ ... ........ .... ... .. ............. 2.3
2.4 Melhoria contínua por me io da ava liação dos resultados .. ........ ..... ......................... .... ........... 2.5
Capítulo 3 3.1 Q ual é a orige m dos nut rie ntes? ................ .. ......... .. .......... .... ........ .............. ..... ..... ... ....... ........ ... 3.2
Fonte Certa 3.2 Seleciona ndo a fo nte certa ......... ....... ...... ... ......... .......... ..... .......... ... .. ............ .......... ... ..... .... .. .... . 3·3
3.3 Ti pos ele fertiliza ntes .. ....... ..... ..... ........... ............ ........... .... .. .... .... ........... ..... .. ................... ...... ..... 3·4
3.4 T ipos de fontes orgâ nicas: estercos, compostos ... .... ................................. .............. .. .......... ..... 3.5
3.5 Interações dos nutrientes ....... ................ ........ ....... ........... ........ ....................... .. ...... .. ......... ...... ... 3·7
Módulos de aprendizagem. _
O 3.1•1 Fonte certa de K melhora o rendimento e a qualidade ela banana na lndia ...... . 3·8
O 3.2· l Equilíbrio entre fontes o rgâ nicas e minerais para o milho na África ...... ...... ........ 3.9
3.3·x Fonte específica de nutriente ... .. .................... ...... ..................... .......... .... ................. 3·10
O Uráa .......... ....... ...... .... ............... 3-10 □ Cloreto de potâssio ... ......... .. .... .. ... ... ... .3-22
O ]{itrato de amônio-Ureia ............... 3- 11 □ Su!fato de potássio ..... ................. ...... ..3-23
O Amônia ............ ........... ....... ......... 3-12 □ Su!fa!o de potássio e magnésio ......... .. ...3-24
O Su!fato de amônia ............... .......... 3-13 O K1tralo de po!ássio ......... .................... .3-25
O Nitrefoifa/0........ ..... ........... .. ........ 3-14 O Kiese,ita ......................... ... ................3-26
O Nitrato de amónio ...... ... ..... ........... 3- 15 O Enxofre ..... ......... .............. ......... .. ......3-27
O Foif!}to monoamônico .................... 3-16 □ 1íossu!fatos ...................................... .3-28
□ Foifato diam.ônico................... ...... 3- 17 O .Mistura granulada................... .......... .3-29
□ Polifoifato ............. ...................... 3-18 O Fertili;:_anle revestido ............................ 3-30
O Supe,joifato simples ...................... 3-19 O Gesso ... .................................... ......... 3-31
□ Supe,joifato triplo......................... 3-20 □ Calcário .......................... .................. 3-32
□ Foifato de rocha........ .................... 3-21
O 3.5·1 Equilíbrio entre N e K melhora o rendimento e a eficiência no uso de N ........ 3-33
Capítulo 4 4.1 Avaliar a demanda de nutrientes da planta ............................................. ................... .......... .... 4·2
Dose certa 4.2 Avaliar o fornecimento ele nutrientes pelo solo ................................. ................. .. ................... 4-3
4.3 Avaliar todas as fontes ele nutrientes disponíveis ........................ .............................................4·5
4.4 Prever a eficiência no uso do fertilizante .. ........................................................... ..................... 4-7
4.5 Considerar os impactos nos recursos do solo ........ ...................... ................. .............. .. ............ 4·8
4.6 Considerar a dose econõmica específica ...................................... .. .......... ....... ................ ....... 4· 11
Mód1tlos de aprendizagem
O 4.1·1 A adubação nitrogenada de trigo e milho na Argentina é melhor determinada
pela avaliação do N disponível no solo antes do plantio ........................................... 4· 12
O 4.1 ·2 Cálculo das doses de fertilizante em cereais usando a diagnose por subu-ação ...... .4. [3
O 4.6·1 Doses ótimas econõmicas de N para o algodão em solo argilo·siltoso , no
Alabama, mudam pouco com as mudanças nos preços ..................................... .4-14
O 4.6-2 Doses ótimas econômicas de N para o milho variaram apenas ligeiramente
com as condições de mercado ao longo de 10 anos ................................................... 4· 14
Capítulo 5 5.1 Analisar a marcha de absorção da planta ..... .. ................. .................. ................................ .. .... . 5. \
Época certa 5.2 Analisar a dinâmica de forn ecimento de nutrientes do solo ............................. ....... ............... 5·-1
5.3 Analisar a dinâmica de perda de nutrientes do solo ............. .. ...... .......... ................... ............. 5-5
5.4 Avaliar a logística das operações no campo ...... .. .................. .............................. .. ................... 5.5
Módulos de aprendizagem
O 5.1-1 Produção de trigo com aplicação tardia de N estimada pela coloração da fo lha .......... .. 5.7
O 5.1 -2 Uso ele N em sincronia com a demanda da cultura diminui o nitrato no solo .... 5-7
O 5.1·3 Absorção de N, P e K por videiras é aíetada pela é poca de aplicaç:io ................ 5·8
O 5.1·4 Parcelamento da dose aume nta a disponibllldade dt~ Cano a me ndoi m ............. 5·8
O 5.2-1 Solos íérteis possibilitam maior llexll>ilidadc na c poca de apllcação de P e K ... 5.9
O 5.3-1 Adubação nitrogenada na primavera aumenta o aproveitamento ele N e a
lucratividade do milho no sul de Minnesot.i ................... .. ........................................... 5.9
••
............ 1
Capítulo 6 G. I Crescimen to radicu la r ela planta .............................................................................................. 6· l 1
Local certo G.2 Práticas para a loca lização ele nutrientes ................................................................................. 6·3
G.3 Reação do solo e da raiz à localização em faixa ................................................. .......... ......... 6-4 1
G.4 Adubação fo li ar .... ............................................ ........................ .................. ............................... fi.fi
G.5 Manejo da variabilidade espacia l ................................................. .................... .. ..... ................ 6-7 1
Módulos de aprendiz agem
O G.2- 1 Minimização da perda de amônia com a colocação do fertilizante no "local 1
certo". no cultivo ele cana·de·açúcar e milho no Brasil. ............. ................................ 5.9
1
Capítulo 7 7.1 Sistemas de culti vo ................................... ...... ........ .............................. ..................................... 7-I
Adaptando as práticas 7.2 Manejo adaptativo ................................................... .............................. .................................... 7-1 1
em toda a fazenda 7.3 Além dos sistemas d e cultivo ............................................ ....................................................... 7-3
7.4 Apoio à decisào .... .. .. ............................. .. .................... ... ................................ ........................... 7-3 1
Estudos de Caso
o 7.1-1 Influência do sistema de culti vo na eficiência de uso do nutriente e na 1
produtividade d as culturas no Brasil ...................................................................... 7.5
o 7,1 .2 Adaptação do manejo de N ao regime de irrigação em batata, na C hina ......... 7.5 1
o 7.2·1 Manejo adaptativo de N para solos utilizando dados locais da produção
d e milho no Centro·Üeste dos Estados Unidos .. ..... .............................................. 7.7
1
o 7.3·1 Escolha de práticas de manejo de P em trigo com base no perfil dos agricultores ... 7·8 1
o 7.3.2 Otimização da adubação nitrogenada com fertilizante de liberação controlada ...... 7.9
o 7.3-3 Balanço de nutrientes em fazendas leiteiras ......................................................... 7· 10 1
o 7.4-1 Uso do Nuhienl Expert aumentou a rentabilidade da produção de milho ......... 7· 11
Capítulo 8 8.1 Diagnose visual e sintomas de deficiência nutricional .......................................................... 8· 1
-- 1
Práticas de Suporte 8.2 Análise de solo ............................................................................ .......... .................................... 8·3
8.3 Metodologia da análise d e solo ................... .......... ...... .............................. .............................. 8·6 1
8.4 Análise de planta ......... ........ ........... .......................................................................................... 8·7
8.5 Interpretação dos resultados da análise de solo e de planta .............. .................................. 8·9
8.G Parcela com omissão de nutrientes ....................................... .............................. .................. 8· 11
Estudo de Caso
O 8.2·1 Histórico d e cultivo influencia na decisão sobre a profundidade da
amostragem de solo ............................................... ...... .............................. ............. 8•12

Capítulo 9 9.1 Planos de manejo de nutrientes ................................................................. ........ ...................... 9· l


Planejamento e 9.2 Plano de manejo de nutrientes 4C ............................. ................... .......................................... 9•1
Responsabilidade no 9.3 Medidas e indicadores de desempenho ..................................... ..................... ........................ 9·2
Manejo de Nutrientes 9.4 Eficiência de uso do nutriente como indicador de desempenho ........................................ . 9-4
9.5 Passos para desenvolver um plano de manejo de nutrientes 4C ......................................... 9·5 1
9.G Exemplo de planilha do plano 4C ............................................................... .................. ......... 9•6
9.7 Comparando normas regulamentadoras e voluntárias para os planos de manejo 1
de nutrientes .. .................. ........... ............................ .................................................................... 9·8
9.8 Manejo dos impactos ambientais ...................... .......... ............ ................................................. 9·9 1.
9.8.1 Manejo dos impactos ambientais cio N .... .. .................... ....................................................... 9•10
9.8.2 Manejo dos Impactos ambientais do P ............................................ ................ ...................... 9· 10
9.9 Manejo do sinergismo ....... .............................................................. ....... ... .... .................... .. .... 9· 13
Estudos de Caso
O 9.1 · l Planos d e manejo d e nutrieutes e m cana·d e·açúcar na Aus1ráliu ............ .......... 9· l-t
O 9.l ·2 Manejo de nulrientes 4C redu z as emissões de gns de efc ilO estu fa .................. 9· 16
O 9.1·3 Manejo da éÍg ua e dos nutrient('s melhora a quaHdade do len~·ol freáti ro ....... 9. \ 7
O 9,1 ·4 Manejo da adubaçf10 fos!'éllada pur meio d a análise d e solo melhora
a produçilo d e alimentos e o desempc uho ambiental na Chiua .................... .... 9· L9

Glossário, Solução das Resenhas, Símbolos e Abreviações .................................................. .. .................... A· l


.

Pref~1cic)

O MANEJO ADEQUADO DE NUTRIENTES


das plantas somente será possível se forem
observados os critérios técnicos estabelecidos pela
pesquisa cientifica. Tais critérios podem ser agrupados
Por ser um manual que engloba resultados de várias
regiões ecológicas, e por ser respeitada a originalidade das
informações, a lgumas práticas podem não ter aplicação
direta em todas as condições regionais e, portanto, não
em princípios gerais universais, sendo que a definição das devem ser generalizadas. Porém, lembramos que outros
melhores práticas para cada região específka deve ser inúmeros exemplos podem ser criados a partir das diretrizes

.... realizada segundo as condições e estudos locais.

Este manual tem por objetivo principal difundir os


estabelecidas pela pesquisa nacional.

O manual representa o esforço do setor de nutrição de


princípios gerais do manejo de nutrientes 4C , definido plantas na divulgação dos princípios gerais que norteiam o
como o uso da fonte certa de fertilizante , na dose certa, no uso adequado dos produtos fertilizantes, o que se traduzirá,
local certo e na época certa. Por meio dele são fornecidas com certeza, em maior sustentabilidade da atividade
as bases científicas para o manejo adequado da nutrição das agrícola, do ambiente e da sociedade.
plantas visando melhorar o desempenho do sistema agrícola
em suas dimensões econômica, social e ambiental. Com votos de um bom aprendizado para todos e que este
manual possa ser de grande auxílio no manejo adequado
O material foi enriquecido com exemplos práticos , na dos nutrientes das plantas cultivadas.
forma de estudos de caso e módulos de aprendizagem, que
representam diferentes situações agroeconômicas ao redor
do mundo, nas quais pelo menos um dos princípios gerais
foi destacado em função da pesquisa científica local. Luís lgnácio Prochnow
Diretor do IPNI Brasil, Região Sul-Sudeste

Valter Casarin
Diretor Adjunto do IPNI Brasil, Região Norte-Nordeste

Eros Francisco
Diretor Adjunto do IPNl Brasil, Região Centro-Oeste


a

• •
1
l

'

-.

Capítulo 'G)
••
METAS DA AGRICULTURA SUSTENTÁVEL

H
Á CERCA DE 30 ANOS, o Advisory Pa nei on da multiplicidade de definições de sustentabilidade. há
Food Secwity, Agriculture, Forestry, and Environment um consenso geral em relação a um denominador comum
(1987) foi questionado por Gro Harmlem Brundtland, entre os atributos que a caracterizam. Um desses importan-
então presidente da World Commission on Environment and tes atributos é o da sua multidimensionalidade. O conceito
Development (WCED), sobre como a humanidade poderia de sustentabilidade não se aplica apenas a uma dimensão
ser protegida da fome de forma ecologicamente sustentável. (por exemplo, social, econôm ica ou ambiental) de forma
Em seu relatório ao WCED eles afirmaram: "Nas próximas isolada. mas a todas e las ao mesmo tempo.
décadas, os sistemas mundiais de produção de alimentos se
A aplicação de tal visão multidimensional à agricultura
defrontarão com um grande desafio, talvez o maior entre os
pode ser facilitada se a classi11cação tradicional dos compo-
que poderão enfrentar novamente. O esforço necessário para
ne ntes social, econômico e ambiental for ainda mais explici-
aumentar a produção de alimentos em ritmo concomitante
tada. Uma maneira eficiente de visualizar a multiplicidade
com o aumento de uma demanda sem precedentes, manten-
dos recursos envolvidos no funcionamento da agricultura é
do a integridade ecológica essencial dos sistemas alimentares,
agrupá-los como bens ou capital em cinco ca tegorias. como
é colossal, tanto em magnitude como em complexidade.
foi sugerido por UNCTAD-UNEP (2008):
Dados os obstáculos a serem superados, muitos deles produ-
zidos pelo homem, pode-se falhar com mais facilidade cio que ♦ Capital natural. Este cap ital compreende os recursos
obter êxito ". Essa avaliação sóbria é tão aplicável atualmente que são utilizados para a produção de alimentos, fibras
como foi na época . e madeira, notadamente terra, água e ene rgia. assi m
Este relatório do Advisory Panei constituiu a base elas reco- como os utilizados na produção e transporte de insumos
mendações sobre segurança alimentar e sustentabilidade do necessários (por exemplo, matérias-primas para fertiliza n-
relatório de Brundtlancl, intitulado Our Co111111011 /~1t11re (1987) . tes). Além disso, o capital natural também é a fonte ele
O rela tório abordou a crescente preocupação "com a dete- alimento natural o u silvestre e de importantes serviços
rioração acelerada do a.Jllhiente humano e dos recursos ambie ntais, tais como eliminação de resíduos, ciclagem
naturais e as conseq uências dessa deterioração para o de nutrientes, formação do solo, controle biológico de
desenvolvimento econômico e social". O desa11o ele pragas, regu lação cio clima, habitats ela vida selvagem ,
aumentar a produção de alime ntos de forma economica- pro teção cont ra tempestades e controle de inuncb ções,
mente viável. mant endo a integridade eco lóg ica dos sistemas sequestro ele carbono e polinização.
alimentares, é o principal objetivo da agricultura suste ntüvel.
♦ Capital social Este está ligado às normas. valon:'S e
Existem numerows conceitos sobre agricullu ra suste ntüvel. atitudes que levam as pessoas a coo1wrar t• qu<' ~L' refletem
porém, quase todos en fati zam a necessid ade de ajustar as em ação coletiva mutu,1111cnte lwnéfica. C 0111u1lidade~ com
demandas ne~c-cntes de produção se m co mprome ter m pouca inl0raç,io, íalta d1• confiança e dt• parcerias. e.,tão
recursos 11aturais d os quais d e pe nd e a agri cultura . Apesar mab Pxpostas i'ls difkuldadl's a1 11bientai\ P à i11~cgura11.,:a

NlfTRIÇÃO DE PLANTAS 4C
a lime nt ar. A o rga nização d e agricultores em coo perati vas No entanto, a implementação do Ma nejo de Nu tri entes 4C
o u em grupos d e dese nvolvim ent o tecnológico incentiva ta mbém pode promover aumento do cap ital socia l, hum ano
o trabalho conjunto e o compartilh amento de co nheci- e físico. O d ese nvolvimento de práticas locais de manejo,
m ento e recursos. por exe mplo, implica em traba lhos de pesq uisa nas áreas
d os agricultores, exigindo sua participação ati va, o q ue no r-
♦ Capital humano. Este inclui a ca pacidade total inerente
malmente res ulta em melhor comunicação entre tod os os
aos indivíduos, a qu al é basead a e m conhecimento, habi-
interessad os d o se tor agrícola (ag ricultores, pesquisad o res,
lidades, saúde e nutrição. A contribuição d esses ativos
e mpresá ri os e representantes d o gove rno). Além disso, o
d epende do nível de uso das habilidad es pessoais, o
níve l d e escolaridade dos participantes também irá aumen-
qual é favorecido por me io da promoção da participação
ta r por meio de ati vidad es formais e não-formais. H á inú-
e da educação - form al e não-formal - e do suprimento
meros exemplos de organizações de sucesso dirigid as por
d e cuidados adequados à saúde. A participação dos
agri cultores, que geram e difundem tecnologias agrícolas.
agricultores no processo de geração de novas alternativas
tecnológicas (por meio d e pesquisa aplicada na proprie- A adoção de novas tecnologias de ponta relacionadas ao
dade, por exemplo) é uma iniciativa que contribui para Manejo de Nutrientes 4C também pode ter consequências
o desenvolvimento do capital humano. Melhor educação positivas sobre o capital físico , porque geralmente engloba
é evidentemente essencial quando práticas agrícolas , melhor infraestrutura de acesso aos mercados - para entradas
como o manejo de fertilizantes, precisam ser melhoradas. e saídas - e melhor comunicação. Boas estradas são necessá-
rias para trazer fertilizantes e outros insumos e transportar as
♦ Capital fisico . É o estoque de recursos materiais
colheitas. O acesso crescente por membros da comunidade
construidos pelo homem, tais como edifícios, infraestru-
agrícola às informações atualizadas, por meio de telefones
tura de mercado, sistemas de irrigação, redes de comu-
celulares e ferramentas de comunicação digital, reflete em
nicação, ferramentas, máquinas e sistemas de energia e
melhores recursos de comunicação para a sociedade.
transporte, que aumentam a produtividade do trabalho.
O acesso aos mercados é frequentemente limitado pela Quando visto de forma ampla e integrada, o Manejo de
falta de infraestrutura de comunicação adequada. Nutrientes 4C pode apresentar efeitos potenciais de longo
alcance sobre a sustentabilidade dos sistemas agrícolas, que
♦ Capital financeiro. Este capital está relacionado ao
fluxo de dinheiro no sistema, que é dependente de se estendem além dos benefícios imediatos na nutrição das
fatores como preços, custos, receitas, margens de lucro,
culturas. II!I
poupança, crédito e subsídios. A pobreza permanece
como o maior obstáculo para o desenvolvimento da
,
agricultura e da segurança alimentar - especialmente
nos países em desenvolvimento - porque impede que as
pessoas tenham acesso aos meios que poderiam melhorar
suas vidas.
,,.
A sustentabilidade dos sistemas agrícolas pode ser avaliada r
pelo seu impacto sobre os ativos descritos acima. Tecnolo-
gias agrícolas que conduzem ao crescimento persistente dos
capitais natural, social , humano, físico ou financeiro podem
ser consideradas sustentáveis. Por sua vez, visto que os sis-
temas agrícolas interagem com os cinco tipos de capital de
forma cíclica, possuir grandes estoques desses cinco tipos de
ativos favorece, ainda, o seu funcionamento .

11 sustentabilidade rio., .,i,t, m!I, ,1_~1ín,/r1, /"'ti,- ,, 1 111.-i/i,/,1 li,/,. ".,
O Manejo de Nutrientes 4C é uma ferramenta essencial no i111/w r/11 11u m/ntal 11at11111I..111ri11I, h111,1,111t1.Ji,1c11 ,. ;11 11111 ,-, 11 ,,. '
desenvolvimento de sistemas agrícolas sustentáveis porque
sua aplicação pode ter vários impactos positivos nos ativos
mencionados acima . REFERÊNCIAS
Há uma ligação direta entre a aplicação da fonte certa Advisory Panei on Food Securlty, Agriculture, Forestry , a nel Envi-
de nutrientes, na dose certa, na época certa e no local
certo, e os impactos benéficos sobre os componentes do
ronment & Worlcl Conunission on Environme nt a nel Developme nt.
Food 2000: Global policies for susta inable agriculture. Lo nd o n:
Zed 13ooks, 1987. 131 p.

capital natural evidenciados por melhor desempenho da
UNCTAD-UNEP. United Natio ns Confere nce 0 11 Tracle anel
cultura, melhor qualidade do solo , diminuição da poluição
Dcveiopme nl - Unitecl Natio ns Environme nt Prog ramme. Organic
ambi ental e proteção ela vida selvagem . Da mesma forma, agriculture aud food security in Africa. Ge neva. Swi1ze rl a ncl
efe itos posilivos são esperados no capital flnancelro com o 2008. 47 p. (D ocumcnt UN CTAD/DITCff ED/2 007/1 5). '
aumento cios lucros cios agricultores, trazendo melhoria na
WCED. World Commisslon on Environnwnt and Development.
qualidade d e vida e aumento da atividade econômica em Our COllllDOD future . New York: Oxford Unive rsicy Press, 1987.
suas comunid ad es. 400 p.

NUTRIÇÃO DE PLANTAS 4C
~

Capítulo ~
O CONCEITO DE MANEJO DE NUTRIENTES 4C

•, O
MANEJO DA NUTRIÇÃO DE PLANTAS se
aplica a uma vasta gama de sistemas, desde exten-
sas áreas de pastagens, utilizadas para pastejo , até a
A adubação certa - fonte, dose, época e local - está ligada
aos objetivos do desenvolvimento sustentável (Figura 2.1).
Para qualquer sistema de produção vegetal, os interessados
produção intensiva de culturas anuais, plantações, e mesmo do setor agrícola precisam definir os objetivos gerais, mas os
t 0 cultivo controlado de frutas , verduras e plantas ornamen-
gerentes estão melhor preparados para a escolha das práti-
tais em estufa. Tais sistemas estão localizados em diversos cas. Para d efinir as metas, os interessados precisam entender

.
4 solos e climas ao redor do mundo. Este ca pítulo tem como
objetivo descrever os princípios comuns da nutrição vegetal
como o manejo d a nutrição da planta afeta o desempenho
do sistema vegetal. Estas pessoas incluem não somente os
através desses diversos sistemas e fornecer um roteiro para o gerentes e seus assessores, mas também aqueles que com-
aperfeiçoamento continuo das práticas envolvidas no manejo pram os produtos e vivem no ambiente do sistema. Como
dos nutrientes das plantas. os sistemas de produção vegetal estão muito difundidos - e as
pessoas depe ndem deles para alimentação, combustível, fibras
e estética-, basicamente todos são interessados e m algum
2.1 Fonte Certa, na Dose Certa, na Época grau. Assim, a definição de desempenho do sistema incluirá
Certa e no Loca l Certo a produtividade e a rentabilidade (dimensão econômica).
A aplicação da fonte certa d e nutrientes, na dose certa, na seus impac tos no solo, água, ar e biodiversidade (dimensão
época certa e no local certo é o conceito central do Manejo ambiental) e seus impactos na qualidade ele vicia e nas opor-
de Nutrientes 4C. Estes quatro "certos" são todos necessn rios tunidades ele emprego (dimensão social). As metas esµ ec ificas
para o manejo sustentável da nutrição d as plantas - mc1nejo da empresa precisam estar alinhadas às metas gerais para o
que aum ent a a produtividade das plantas e elas culluras. clPse nvo lvitnento sustentável da região.
C onforme descrito no ca pitulo anterior, a susten1abiliclacl e Para ser considerado "certo", o manejo da adubação d eve
engloba as dimensões eco nômica, socia l e ambicntc1I. Todas sustentar as metas centrais de desempPnho estabelecidas
as três dimensões devem ser incluídas na avali ação de qtrnl- pelo interessado. No entanto, o agricultor, o gere nte da terra .
quer prática de manejo d e nutrie ntes no intuilo ele d ete rmi- é qul'm tornar:\ a decisão final 11a escolha dus práLic.:is -
nar se é ela é o u não ·• certa" . adaptadas ao solo local. clima , condi~·õcs de pro dução das

NUTRIÇÃO DE PLANTAS 4C
lavo urns e no rmas loca is - que melh or cumprem os o bj eti vos.
Uma vez que tais co ndições loca is podem influe ncia r na cleci-
s{10 nnal sobre a prática a ser ado tada . incluindo o dia da sua
imp le mc ntaçiío. é conve nie nte a to mada el e decisiío local com
base na in íormaçiio co rreta ele suporte.

2.2 Princípios das Práticas de Suporte


f<ísica , q uímica e bio logia sã o as ciê ncias que estabelece m os
princípios funda me ntais para a nu trição mi ne ra l das p lan tas.
A ap li cação dessas ciê ncias ao manejo prá tico da nu trição
el as pl antas levou ao desenvolvime nto das d iscipli nas cie ntífi-
cas de ferti lidade do solo e nu trição de plantas.
Princípios científicos específi cos o rie nta m o desenvolvime nto
d as prá ticas qu e d e te rmina m a ío nte, a dose, a é p oca
e o loca l certo. A lguns exem plos d e princípios e prá ticas
Figura 2.1 O conceito sobre manejo de nutrientes 4C define essenciais são a presentad os na Tabela 2.1. Estes e o ut ros
a fonte certa, a dose ce rta , a época certa e o importa ntes princípi os da nu trição de pla ntas serão descritos
local certo para a aplicação de fertilizantes como
s e ndo as práticas que produzem os resultados com mais de talhes nos próximos q ua tro capít ulos.
econômicos, sociais e ambientais no ecossistema O s princípios são os mesm os em todo o mund o, porém ,
da planta , desejados por todos os interessados do
s etor agrícola . como são colocados em prá tica localmente, va ria m e m
fun ção das condições específicas de solo. cultura , clima e

Tabela 2 .1 Exe mplos de princípios científicos-chave e práticas associadas.

Época Local r

♦ Garantir o
,-
♦ Avaliar a dinâmica ♦ Identificar o padrão
Exemplos de fornecimento fornecimento de de absorção pela de enraizamento
princípios adequado de nutriente de todas cultura e o da cultura
científicos-chave nutrientes as fontes fornecimento pelo
♦ Gerenciar a
♦ Adequar-se às ♦ Avaliar a demanda solo
variabilidade
propriedades do pela planta ♦ Determinar a época espacial
solo de risco de perda

♦ Fertilizante comercial ♦ Análise de solos ♦ No pré-plantio ♦ À lanço


♦ Estrume animal
para nutrientes
♦ No plantio ♦ Faixa/ cova/ injeção
,
Exemplos de ♦ Cálculo da economia
escolhas práticas ♦ Composto ♦ No florescimento ♦ Aplicação em ta xa
♦ Balanço da remoção variável
♦ Resíduo da cultura ♦ Na frutificação
pela cultura

NUTRIÇÃO DE PLANTAS 4C
Fonte, dose, época e local são os componentes necessários e suficientes pa ra descrever qualquer aplicação de nutrientes em qualquer cultura.

ambiente, e das condições sociais e econômicas. Agriculto- 2.3 Os 4Cs Integrados ao Sistema de Plantio
res e consullores devem estar seguros de que as práticas que Os quatro "certos" estão interligados. Eles devem trabalhar
selecionam e que aplicam localmente estão de acordo com em sincronia um com o outro e com o meio ambiente que
esses princípios. circunda a planta, o solo, o clima e o manejo . Na maior
parte dos sistemas em que as plantas são gerenciadas para
Os quatro "certos " são uma forma simples de se avaliar se
fornecer alimentos, rações, fibras, combustível e benefícios
uma dada cullura foi fertilizad a corretamente. A pergunta
estéticos, os solos são o meio no qual as plantas crescem.
"foi forn ecida à cultura uma fonte certa de nutrientes, na
A fertilidade adequada cio solo é uma necessidade básica
dose certa, na época certa e no local certo?" auxilia agricul-
para que as plantas cresçam ele forma produtiva. Embora a
tores e consultores a identificar oportunidades de melhoria
fertilidade seja vilal para a produtividade. nem todos o solos
na fertilização de cada cu ltura específica, em cada campo
férteis são produtivos. Drenagem pobre, seca, insetos, doenças
específico. e outros fatores podem limitar a produtividade, mesmo
Existe um equilíbrio adequado entre os 4Cs. Ele ajuda a quando os níveis ele todos os nutrientes estão adequados às
evitar demasiada ênfase em um componente em detrimento plantas. Para entender plenamente a fertilidade do solo é
necessário conhecer outros fatores que manté m ... ou li111itam ...
de outros. A dose, por exemplo, devido a sua simp licidade
a produtividade.
e ligação direw com o custo, pode , algumas vezes, ser supe-
renfatizada em delrímcnto de outros fatores . ronte, época As plantas dependem do solo para obter suporte mecànico,
e local são os componentes mais frequentemente ignorados ;_\gua , ar e nutrienl\'S. Elas ta111bé111 dependem ele fatores
e devem ser co nsid erados para melhorar o desempenho da externos, co mo luz e temperatura. Todos esses fatores estão
cultura. ligados entre si e inllucncla m de várias 111anein1s o cresci-
mento elas plantas e a nbsorção ele nutrientes. Uma vez que

NUTRIÇÃO DE PLANTAS 4C
co mpac tação, sa linidade, te mpe ra tu ra . prec ipitação
8/od/vorrldsdo e radiação so lar. Eles interage m co m o ma nejo d a
nutrição ela pla nta.
Muitos aspectos d o dese mpe nho são influe nciados
tanto pela cultu ra e ma nejo do solo como pelo
manejo dos nutrie ntes a plicados. Por exe mplo ,
Balanço de a eficiê ncia de utilização dos nutrie ntes é maior
nutrientes
quando uma cultivar com pote ncial de alto re ndi-
ProduliVldado
me nto é cultivada. O s indicadores de desempe nho
mostrados na Figura 2.2 ilustra m a complexidade
do sistema agrícola.
Os sistemas de produção são complexos e podem
reagir de maneira inesperada à aplicação de nutrien-
tes. Assim , a ciência, ao apoiar uma prática específica
Eslebilldade
da produçao de aplicação de nutrientes, precisa descrever a forma
como ela fun ciona no nível básico (por ex emplo,
a química) e mensurar os resultados em relação ao
Figura 2.2 Os indicadores de desempenho refletem os aspectos
desempenho do sistema (por exemplo, a agronomia) .
s ociais, econômicos e ambientais do s istema
plantà-solo-elima. A se leção dos indicadores e de sua Todas as ciências que medem os impactos no desem-
prioridade depende dos valo res do interessado. penho dos sistemas são importantes para o aperfei-
çoamento contínuo das práticas de manejo.

a água e o ar ocupam os espaços dos poros no solo, fatores


que afetam a água necessariamente influenciam o solo e
o ar. Por sua vez, a água afeta a temperatura do solo . A
disponibilidade de nutrientes é influenciada por todos os
três: ar, temperatura, água, .. .e mais, à medida q ue a raiz Perguntas ,
cresce, a planta fica sensível a estresses adicionais, incluindo
compactação e profundidade do solo e presença de mu itos
tipos de organismos nele presentes.
l. O aspecto mais importante do desenvolvimento
A nutrição das plantas é, portanto, parte de um sistema sustentável é
dinâmico, variando segundo o lugar e a época. A resposta à a. econômico.
aplicação de nutrientes varia de acordo com os fatores acima b. social.
mencionados, por isso, o manejo da nutrição de plantas é c. ambiental.
uma atividade específica do local. No âmbito dos sistemas d. um balanço dos três.
de produção, os nutrientes são constantemente removidos do
solo sob a forma de produtos de origem vegetal e animal e 2. Princípios científicos orientam o desenvolvimento de
por processos de lixiviaçâo, volatilização e erosão. Algumas a. grupos interessados do setor agrícola.
formas de nutrientes podem ser fixadas por meio de reações b. combinações específicas e localizadas de
químicas com minerais de argila e outros constitu intes dos fonte , dose, época e local.
solos. Matéria orgânica e organismos do solo imobilizam, e c. emissões de óxido nitroso.
depois liberam, os nutrientes. d. metas de sustentabilidade.
As práticas da nutrição de plantas interagem com o ambien-
te do sistema planta-solo-clima (Figura 2.2). Para que o 3. Fonte certa, dose certa, época certa e local certo são
uso de fertilizantes seja sustentável, ele deve melhorar a. independentes entre si e de outras práticas.
o desempenho do sistema. O desempenho do sistema é b. interconectadas mas independentes de
influenciado não só pelos 4Cs, mas também pela forma outras práticas de manejo.
como eles in teragem com as outras práticas de manejo, c. interconectadas mas ligadas a outras práticas
tais como preparo do solo, drenagem, seleção de cultivares, de manejo.
proteção de plan tas, controle de plan tas daninhas, entre d. independentes do manejo do fertilizante.
outras. O sistema p lanta-so lo-clima inclui fato res como
potencial de rendimen to ge nélico, ervas dan inhas, insetos,
doenças, micorrizas, textura e estrutura do so lo, drenagem,
',

NUTRIÇÃO DE PLANTAS 4C
Adoção das 8PM e Avaliação,--_ __ ___._,
Nível politico - regu lamentar, ~ • FATORES LOCAIS
infraestrutura , desenvolvimento de produto •
• Clima
APOIO À DECISÃO com base • Políticas
Nível reg ional - ♦ em princípios científicos
pesqu isadores da área • Posse da terra
agronômica , • Tecnolog ias
prestad ores de
serviços ag rícolas ENTRADA • Financiamento
Recomendação da fonte certa , dose certa , • Preços
época certa e local certo (BPM)
• Logística
• Manejo

... Nível da fazenda


Produtores,
Consultores
DECISÃO
Aceitar, rever ou rejeitar
• Clima
• Solo
• Demanda da cultura
AÇÃO • Perdas potenciais
Mudança na prática • Vulnerabilidade do
ecossistema

AVALIAÇÃO DO RESULTADO
Sistema de cultivo
Desempenho da sustentabilidade

Figura 2.3 A adoção do ma nejo de nutrie ntes 4 C leva a boas práticas de manejo (BPM ) por meio de ciclos contínuos de ava liação
da decisão no contexto dos fato res locais.

2.4 Melhoria Contínua por Meio da Avaliação para produção eficiente e conservação dos recursos pelo uso
dos Resultados da aprendizagem participativa, por meio de uma avaliação sis-
temática e continua. Para uma boa 01ientação nesse processo,
Pelo exposto anteriormente, e por meio das Figuras 2.1 e 2.2,
é importante que os consultores agronômicos tenham nível de
descreveu-se o âmbito do manejo da nutrição vegetal e as exi-
certificação e capacitação pro fissional.
gências na melhoria das práticas de adubação. Neste ponto, é
preciso dar atenção mais detalhada às atividades das pessoas Agricultores e gestores identificam os aspectos ambientais e
que fa zem as melhorias acontecerem. O conceito de Manejo de sociais relacionados, com o pro pósito de manter suas empresas
Nutrientes 4C prevê ciclos de ação e avaliação dos resultados viáve is para as gerações futuras. A re ntabilidade econômica,
de desempenho em diversos níveis (Figura 2.3). Destes ciclos no entanto, é essencial para a sustentabilidade de qua lque r
podem participar produtores e consultores agronômicos no empresa e às vezes pod e e ntra r em conflito com as metas
nível de exploração, cientistas agronômicos e agro-prestado res de desempenho ambie ntal e social. A mo tivação para os
de serviços no nível regional e líderes do governo e da gestores aborda rem mais ple na me nte os três aspectos pode
indústria no nível político. Cada nível se esforça para facilitar ser forn ecida por programas que incluem reconhecime nto
a adaptação das práticas aos fatores específicos locais a fim d e àqueles que se detaca m em te rmos de ma nejo e ficiente (cré-
atingir as metas de desempenho em sustentabilidade. ditos de carbono, po r exemplo, relacio nados à mitigação de
gases de efeito estufa) .
Na fazenda, ou no nível do sistema de produção local, produ-
tores e seus consultores tomam decisões - com base nos fatores No nível regional está incluída a indúsu-ia de agro-serviços
locais - e as implementam. Eles ava liam, então, os resultados (distribuidores ele insumos agrícolas e prestadores de serviços),
de suas decisões para determinar qual é a próxima decisão visto que ela to ma decisões que afetam a capacidade de
a ser tomada dentro do ciclo. De form a Idea l, a avaliação do entrega das font es certas de nutrit' ntes para as pla nta~. nas
desempenho prático deveria ser feita com base cm todos os quantidades certas e 11a época t• locais certos para atender a
Indicadores considerados importantes para os int eressados. dcnrn nda dos produtores. Há desafios logísticos 11a entrega e
Basicamente, essa é a prática de manejo adaptativo - um d istribuiçi'lo ele fc- rtilizaute~ que a indústria dt' agro-serviços
processo contínuo de desenvolvimento das melhores práticas r, rcc isa cnfrc-111ar.

NUTRIÇÃO OE PLANTAS 4C
No nível regional também estão incluídos os cientistas agro-
nôm icos que trabalh am para desenvolver e fornecer suporte
à decisão dos gesto res. Eles colabora m com a recomendação li
de fonte, dose, época e loca l certo - novamente e m relação Perg11ntas ?
o
aos fato res especifkos do local. Sistemas de apoio à dec isão
necessitam de avaliação e aperfeiçoamento continuo para aco- :

modar mudanças na disponibilidade de tecnologia e mudanças 4. De aco rd o com os princípios de suste ntabilid ade,
no sistema planta-solo-clima . Os resultados obtidos por meio os interessados devem forn ecer informações para
softwares de sistemas de suporte à dec isão requerem valida- seleção de
ção nas condições de campo. A validação pode incluir muitos a. indicadores de dese mpenho.
dos indicadores de desempenho já utilizados no plano prático. b. práticas loca is especifi cas.
Prestadores de serviços agrícolas do setor privado também c. font e, dose, época e local.
podem parti cipar de tal validação por meio da criação ele d . práticas de manejo de fertilizantes.
bases de dados regionais de resposta das cu lturas. A participa-
ção profissional dos consultores agronômicos e dos cientistas 5. A decisão final sobre a seleção da combinação
agrícolas pode contribuir para a melhoria do suporte à decisão regional de fonte , dose. época e local deve ser
fornecido pelos consultores agronômicos comerciais. feita por
a. autoridades regulatórias.
O nível político envolve o quadro regulamentar e institucional b. um gerente da cultura.
no qual operam produtores, gestores, consultores, bem como c. um pesquisador científico qualificado.
a indústria de agro-serviços e as instituições de pesquisa e d. equipes de interessados.
extensão. Nele está incluído o processo de decisão relacionado
à infra-estrutura - que permite o transporte e a entrega de 6. Práticas de manejo de fertilizantes devem ser
nutrientes e de commodities agrícolas - e ao suporte à educação validadas por meio da avaliação do desempenho
e pesquisa. A atividade industrial no desenvolvimento de com base em
novos produtos fertilizantes também desempenha papel impor- a. aumentos no rendimento da cultura em
tante. O nível político deve incluir fóruns de discussão, onde parcelas de pesquisa.
todos os interessados traduzam suas ideias em indicadores b. aumentos no rendimento da cultura em
de desempenho ou metas. Sempre que possível, deve-se estabe- parcelas na propriedade.
lecer as metas em termos de desempenho do sistema, ao invés c. todos os indicadores considerados impor-
de se aplicar regras a práticas específicas, pois estas alinham-se lantes pelos interessados.
melhor com as iniciativas em curso e provavelmente resultam d. benefícios ambientais.
em progresso real no aumento da sustentabilidade.
7. Uma ciência com base na prática do manejo de
O conceito sobre Manejo de Nutrientes 4C relaciona as práti- fertilizantes é aquela que é
cas de manejo às metas de sustentabilidade em todos os níveis, a. baseada em experimentação local no passado.
incluindo o da fazenda . Solicitar aos agricultores que definam b. consistente com os princípios científicos e
suas metas de sustentabilidade incentiva-os a maior compro· validada por testes no campo.
metimento e participação. A adoção de um plano de manejo
de nutrientes 4C inclui a identificação de tais metas.
c. especificamente descrita em regulamentos. l
d. ambientalmente neutra. '
Os indicadores de desempenho podem ser apresentados de
- 1
várias formas. O intervalo de tempo escolhido para o processo
é importante. Mudanças a curto prazo podem ser enganosas.
Considerando que a sustentabilidade é um processo de longo
prazo, deve-se incentivar o uso do maior intervalo de tempo
possível. O contexto pode ser importante. Quando o balanço
de nutrientes é apresentado, mostram-se apenas os resultados
de excesso, déficit ou razão entre entradas e saídas do sistema,
e O quadro geral de íluxo de nutrientes não fica aparente. A
apresentação do íluxo e balanço completo de nutrientes pod e,
muitas vezes, leva r a uma percepção mais segura do que real-
mente ocorre em determinada situação.

NUTRIÇÃO DE PLANTAS 4C
Conclusão
FONTE, DOSE, ÉPOCA E LOCAL estão totalm e nte
Perguntas (
o
interligados no manejo cios nutrie ntes. É possíve l que para
uma dada situação ex ista mais cio que um a co mbina ção
adequada d esses íatores, poré m , quando há mudança
em um d e les. os outros també m podem mudar. Os 4Cs
8. A combinação da fonte certa de íertilizante, da elevem íuncionar e m sincronia um com o outro, co m o
dose, é poca e do local certo de aplicação garan te sistema de c ultivo e com o manejo do ambiente. O Manejo
a. produtividades possivelmente maiores. de Nutrientes 4C e níatiza o impacto dessas opções de
b. mínima perda de nutrientes para a água. combinações de manejo sobre os resultados , ou desempe-
c. mínima perda ele nutrientes para a atmosíera.
nho, visando melhorar a sustentabi lid ade.
d. melhor chance ele atingir as metas ele susten-
tabilidade. Cada aplicação de nutrie ntes pode ser descrita como uma
combinação de fonte , dose, época e local. Os princípios
9. O indicador de desempenho mais importante no científicos fundam en tais que governam a escol ha adeq uad a
manejo de nutrientes é d e cada item são específi cos para cada categoria. Os
a. eficiência de uso de nutrientes .
• b. produtividade.
c. qualidade da cultura.
próximos quatro capítu los, 3 a 6, descrevem separada-
mente os princípios específicos de cada um dos 4Cs . Eles
são seguidos pelos capítulos 7 a 9, que, mais uma vez,
d. determinado pelos interessados do setor concentram-se na integração dos 4Cs no manejo adaptativo
agrícola. de todos os sistemas agrícolas, nas práticas de apoio às
decisões relacionadas à escolha das combinações 4C e na
10. Os indicadores de desempenho refletem o avanço responsabilidade para tal manejo integrado, expresso em
do manejo de nutrientes no auxílio à melhoria da
planos de manejo de nutrientes.
a. qualidade da água.
b. qualidade do ar.
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the foundallon oí best management practices for íertilizer Bett~~
C rops, v. 91, n. 4, 1997. ·

NUTRIÇÃO DE PLANTAS 4C
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1

Capítulo ·~
PRINCÍPIOS CIENTÍFICOS DE APOIO
FONTE CERTA
O s princípios científicos íundamentais que definem a fonte cer- para o milho, mas pode ser prejudicial à qualidade do
• ta para um conjunto específico de condições são os seguintes:
♦ Considerar a dose, a época e o local de aplicação.
íumo e de algumas frutas. Alguns fertilizantes fosfatados
podem con ter Ca e S disponíve is para as plantas e
pequenas quantidades de Mg e micronutrientes.
♦ Fornecer os nutrientes em formas disponíveis
♦ Controlar os efeitos dos elementos não-nutritivos.

• para a planta. O nul.Jiente aplicado está disponível para


a planta ou está em uma forma que, em tempo útil , se
torna disponível para a planta no solo.
Alguns depósitos naturais de roch a íosíática. por exemplo .
contém elementos-traços não-nutritivos. O nível de adição
desses elementos deve ser mantido dentro de limites acei-
♦ Adequar a fonte às propriedades fisicas e
táve is.
quúnicas do solo. Alguns exemplos incluem: evitar
a aplicação d e nitrato em solos inundados, a ap licação Estes princípios fundamentais estão imegrados nos conceitos
superfi cial d e ureia em solos com pH elevado, etc. que vão ser apresentados neste capítulo.

♦ Reconhecer os sinergismos entre os elementos Todas as plantas necessitam de. pelo menos, 17 elemenros
nutrientes e as fontes. A lguns exemplos incluem essenciais para com pletar seu ciclo de vida. Estes incluem os
interação íósforo-zinco, nitrogênio-íósforo, íerlilizanle no 14 nutrientes minera is apresentados na Tabela 3.1 e os
complemento ao esterco, ele. três e lementos não-minerais: carbono (C) . hidrogê nio (1-1)
e oxigênio (O). Os macro nutrientcs são exigidos cm quan-
♦ Conhecer a compatibilidade da mistura. Determi-
tidades re lativa me nte elevadas pelas plantas. enquanto os
nadas combinações de font es atrae m umidade quando
micronut rie ntes são util izados em quantidades me nores.
misturadas, o que limita a uniformidade ele ap licação
Muitos solos nati vos apresenwm disponibilidade muito
do material mistu rado; o tamanho dos grânu los deve ser
baixc1 ele um o u ma is eleme ntos essencia is. n;.io permitindo
semelhante para evilar a segregação d o produto, etc.
que ílS cultu ras ex pressem seu potcnck1l gené tico de cresci-
♦ Reconhecer os beneficios e as interações dos 11 ie 1110. Em ecossistemas não Íl'rtilizados. as pla nta~ nativas
elementos associados. /\ rnaior part e ci os nulrie 111rs aclap ta 111-sc às dl'fil'iêncic1~ de nutriente~ limitando a taxa dP
poss ui um íon acompanhan te que pude ser benéfi co, ne u- ncscin1e11Lo - llllla ('S tratl;gia que gera l111e11 te n,ill ~ élCe itáve l
tro ou prejudicial i1 cultu ra. Por exemplo, o cloreto (C I) pe los agric ul ton•s envolvidos co111 ;1 produ~·jo de alimentos e
que aco mpanha o K no cloreto de potáss io 1' bC'n(•l1co retornos ecm 1ô 111icos.

NUTRIÇÃO DE PLANTAS 4C · FONTE CERTA


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,. _.. . . . . - ---11 - . . . . .... .... .. '1 .... - ~.. 1
Tabela 3.1 Característi cas importa ntes dos nutrientes m inerais das pl antas.

Forma principal nas Número relativo de


Categoria Nutriente Símbolo Forma primária de absorção
reservas do solo átomos nas plantas
---
Macronutriente Nitrogênio N Nitrato, N03·; am ônia , NH, Matéria orgânica 1 milhão

Ma cronutri ente Fósforo p Fosfato , HP0/ ·, H2P0, Matéria orgânica, minera is 60.000

Macronutriente Potássio K Íon potássio, K • Minerais 250.000

Macronutriente Cál cio Ca Íon cálcio, Ca 2 • Minerais 125.000

Macronutriente Magnésio Mg Íon magnésio, Mg2 ' Minerais 80.000

Macronutriente Enxofre s íon sulfato, S0.2· Matéria orgânica , minerais 30.000

Micronutriente Cloro CI íon cloreto, c1· Minerais 3 .000

Micronutriente Ferro Fe Íon ferroso, Fe 2


' Minerais 2.000

Micronutriente Boro B Ácido bórico, H3803 Matéria orgânica 2.000

Micronutriente Manganês Mn Íon manganês, Mn 2 ' Minerais 1.000

Micronutriente Zinco Zn íon zinco, Zn 2 ' Minerais 300

Micronutriente Cobre Cu Íon cúprico, Cu 2 ' Matéria orgânica , minerais 100


2 Matéria orgânica, minerais 1
Micronutriente Molibdênio Mo Íon molibdato, Mo0 4 ·

2
Micronutriente Níquel Ni Íon níquel , Ni ' Minerais 1

Elementos adicionais - incluindo sódio (Na), cobalto (Co) e silício (Si) - mostram-se essenciais ou benéficos em algumas espécies de
plantas.

Cada nutriente desempenha funções específicas na planta; veis para as plantas. Leguminosas que são removidas do cam-
alguns são relativamente simples, enquanto outros parti- po para produção de feno ou alimentação animal não deixam
cipam de reações bioquímicas extremamente complexas. grandes quantidades de N residual no solo. Leguminosas que
Uma vez dentro da planta , a fonte original do nutriente são cultivadas e deixadas no local (adubo verde) contribuem
mineral não é mais importante. com o N fixado para nutrir as culturas subsequentes e cons-
truir a matéria orgânica do solo. A quantidade de N residual
3 .1 Qual é a origem dos nutrientes? de uma cultura de cobertura pode variar muito, dependendo
Quando as concentrações de alguns nutrientes estão abaixo da espécie da planta e das condições locais.
do nível ideal no solo, os agricultores geralmente comple- Estercos e compostos são excelentes fontes de nutrientes
mentam a oferta nativa com outros recursos internos ou para as plantas quando utilizados adequadamente. Os estercos
externos da propriedade. Nos recursos da fazenda podem contém todos os elementos essenciais para as plantas, embora
ser incluídos: esterco animal , plantas leguminosas de cober- suas proporções relativas sejam, muitas vezes, diferentes
tura e resíduos de culturas. Recursos externos podem incluir das quantidades relativas necessárias. Considerando que
vários nutrientes, processados ou não, e corretivos do solo. algumas formas de N, P e S são orgânicas, elas requerem
Todos os nutrientes, exceto N, são derivados de minerais um período de desagregação (mineralização) antes de serem
que ocorrem naturalmente no solo. Complexas indústrias, convertidas em formas assimiláveis pelas raízes. Compostos
e m várias partes do mundo, foram desenvolvidas para submetidos à decomposição controlada durante um período
extrair esses nutrientes e concentrá-los em formas práticas de incubação resultam em produto orgânico relativamente
para manuseio e transporte, e que fornecem os nutrientes estável e de decomposição mais lenta, quando comparados
prontame nte disponíveis para as raízes das plantas. Alguns aos estercos. Os nutrientes contidos nos estercos e nos com-
minerais podem ser usados diretamente como fonte de postos vieram do pasto e do feno colhido nos campos que
nutrientes para as plantas ou como corretivos do solo, mas provavelmente receberam fertilizantes - nut1ie ntes adiciona-
muitos outros necessilam de processamento para aumentar dos ao ciclo elas culturas de campos próximos e distantes. É
a solubilidade ou concentrar os nutrientes, visando aumentar claro que os animais não produze m nutrientes durante sua
a efi ciência ele transporte. Minerais insolúveis liberam os digestão. mas apenas excretam o que não é absorvido na
nutrie ntes muito lentament e para a solução do solo . sua alimentação.
Leguminosas (como alfafa, trevo, ervllhaca e feijão) são Quase todos os nuu·ientes e ntram nas plamas a través cio
capazes de hospedar bactérli.ls (Nhi;:,ohia, /Jm19 1diizobia, sistema radicular. A principal forma de absorção é mostrada
Si11or/<i7-obio e outrns) em nódulos racliculares. Nesses nódulos, na Tabela 3.1 . A adubação foli a r pocle ser útil em algumas
o gás Ni atmosférico é convertido e m formas ele N cllsponí- situações, como para superar o desenvolvimento de uma

NUTRIÇÃO DE PLANTAS 4C · FONTE CERTA


def1ciênc ia ou para comp lementar o fornecime nto de
nutrie ntes durante os períodos de pico de demanda. No en- /,'
tanto. as plantas são adaptadas para obter a maior parte dos
nutri entes da solu ção do solo atra vés das suas raízes.
Perg1-1ntas (l_, '
3.2 Selecionando a Fonte Certa 1. Um dos sete princípios científicos que definem a
fonte certa para um conjunto especíl1co ele condi-
A ideia de selecionar a fonte mais adequada d e nutrientes
ções é
parece um conceito simples, mas muitos fatores precisa m ser
a. aplicar somente as formas ele nutrientes dispo-
considerados ao se fa ze r essa escolha. Além dos seis princí-
níveis para as plantas.
pios cientíl1cos fundamentais mencionados an teri ormente,
b. adequar a fonte às propriedades físicas e
fatores como problemas na entrega ele fertili za ntes, preo-
quím icas do solo.
cupações com o ambien te, preço cio produto e limitações
c. ignorar a compatibilidade ela mistura.
econõmicas são importa ntes. As decisões podem ser inílu en-
d. evitar a aplicação ele elementos associados.
ciadas pela disponibilidade dos materiais e pela clistãncia para
obtê-los. A acessibilidade aos equipamentos para ap licação de 2. Um elemento é considerado essencial ao crescimento
fertili za ntes também pode limitar as escolhas. Ao tomar essas ela planta se
decisões. a tendência é conl1ar na tradição e ex periência, mas a. o solo contém somente peq uenas quantidades
a revisão periódica desses fatores permite aos agricultores dele.
obter o máximo benefício desses recursos valiosos e cio inves- b. as plantas o requerem na sua forma elementar.
timento econõmico signil1cativo que representam, e permite a c. todas as plantas precisam dele para completar
consideração de novos materiais fertilizantes. seu ciclo de vicia.
A seleção da fonte certa de fertili zantes começa com a deter· d. ele é capaz de ser absorvido pelas plantas.
minação de quais nutrientes são realmente necessários para
3. A seleção da fonte certa ele fertilizante deve ser
cumprir as metas de produção. Nutrientes limitantes podem
baseada em
ser determinados por meio de: análises de solo e planta ,
a. tradição e experiência.
testes de tecidos, parcelas com omissão de nutrientes, sen-
b. somente no preço.
sores de cor da folha ou sintomas visuais de deficiência (ver
c. somente no único nutriente em falta.
Capítulo 8) . Para todos estes testes, a determinação precisa ser
d. na determinação de quais nutrientes são limi-
feita antes da decisão da aplicação de fertilizantes. A suposi-
tantes.
ção, apenas, de quais são os nutrientes necessários pode levar
a inúmeros problemas associados a sub ou super-dosagem,
4. As formas quünicas de P e K nos fertilizantes são
podendo conduzir à deficiência de nutrientes especíl1cos, até
tornar-se grave, além de resultar em baixo retorno econõmico a. expressas como equivalentes em P20 5 e K20.
se os nutrientes aplicados em excesso já estiverem presentes
b. P2Os e KzO.
P e K.
• em concentrações adequadas .
É comum focar-se em um único nutriente em falta e excluir
c,
d. convertidas em forma elementar pela multipli·
cação por 2,29.
1

os outros. Por exemplo, o fornecimento inadequado de N é


fácil de ser detectado pelos sinais visíveis que a planta apre-
senta - crescimento atro11ado e fo lhas cloróticas. No entanto,
0 benefício máximo do N aplicado só será obtido se outras
Para verificar as respostas, veja a página A-7.
_J
del1ciências (tais como ele P ou K) forem também corrigidas.
Todos os nutrientes funcionam em conjunto para sustentar o
crescimento adequado da planta. de N, 15 kg ele P20 5 e 20 kg ele K20. Para fertili za ntes que
contêm outros nutrientes. são incluídos núme ros adicionais

• Cada nutriente está disponível em diferentes formas quími-


cas, as quais sofrem reações únicas depois ele entrar no solo.
Independentemente ela fonte original e ela reatividade no
solo , os nutrientes elevem estar em forma solúvel e disponí-
com o símbolo químico cio nutriente: por exemplo, um fertili-
zante 21 -0-0-24S contém 21 %ele N e 24%ele S.
Note que as formas químicas ele P e K nos fertilizantes não
vel antes que possam ser absorvidos pelas plantas. são ex pressas em P20 5 o u K10. Prefere ncia lme nte , a forma

.'
ele óxido é a unidade traclicio11al usada para represe 111ar
Os fer1ilizantes normalmente são vendidos na forma de esses fertlll za ntes. O conte údo ele fósforo e po1á.sslo nos
fórmulas. que representam a garantia mínima cio fabrica nte. fertiliza ntes é expresso e m equivale ntes ele P10 ; e ele K. 0 ,
A fórmula é constituída ele uma série ele números que reve - 1
respectivamente. Para converter a forma de óxido e m fo rma
lam o conte údo ele cada nutriente na mistura. ex presso em elementar, são utilizados os seguintes fa tores de c011versão:
percentagem , ou seja, quilogramas ele nutrientes por peso cll'
100 kg ele fer tili zante mineral. O primeiro número repre- P2Ü 5 X 0,437 = p
senta o total de N; o segundo, o P disponível como P20 5 p X 2.29 = P1Ü ;
equivalente , e o terceiro . o K solú vel co mo K20 equivalente. K10 X 0.830 = K
Por exe mplo , 100 kg ele um adubo 10-15-20 rn11 térn IO kg K x l.20 = Ki O

NUTRIÇÃO DE PLANTAS 4C · FONTE CERTA


Pergt1ntas r


Figura 3.1 Três tipos de fertilizantes compostos (contêm
uma combinação de N, P e K em cada grãnulo).
5. Mistura granulada pode ser útil para
a. aplicações de um único nutriente.
b. fornecer diferentes doses de nutrientes para
atender necessidades específicas.
c. eliminar a segregação potencial das partículas.
d. macronutrientes sem micronutrientes.
3.3 Tipos de Fertilizantes
A escolha do tipo de fertilizante a ser utilizado é, frequente· 6. Os fertilizantes fluidos são populares porque
mente, uma das primeiras decisões a serem tomadas. a. são misturados com fertilizantes granulados.
b. podem ser facilmente adicionados à água de
Mistura de grânulos - consiste na combinação de
irrigação.
vários fertilizantes granulados e m um lote que vai atender
c. são feitos de componentes de menor custo.
às necessidades es pecíficas d e um clie nte. As misturas são
d. reúnem múltiplos nutrientes em uma única
ajustadas com diferentes doses d e nutrie ntes para condi-
partícula.
ções específicas de solo e cultura. Elas são populares por-
que são feitas com componentes mais baratos e misturadas
com equipamento relativamente simples e econômico. Os
partículas durante o transporte ou aplicação (Figura 3.2). A
componentes individuais do fertilizante devem ser química
distribuição uniforme d e micronutrientes na zona radicular
e fisicamente compatíveis para mistura e armazenamento.
também é possível quando estes são incluídos na mistura
Atenção deve ser dada à possibilidade de segregação dos granulada. Existem certas proporções de nutrientes que geral-
componentes individuais que pode ocorrer durante o trans- mente estão disponíveis para várias aplicações agronômicas e
porte e a manipulação. Operadores da mistura de fertilizan- que facilitam a decisão na escolha do fertilizante.
tes estão conscientes desta preocupação e tentam igualar o
tamanho das partículas de diferentes nutrientes para minimi- Fertilizantes fluidos são populares porque permite m a
zar a segregação dos materiais durante o transporte.
Mistura granulada - é uma mistura de múltiplos nutrientes
em uma única parlicula de fertilizante sólido (Figura 3.1). Esta
mistura d e muitos nutrientes
em uma única solução ho-
mogênea, clara, que pode ser
'
difere da mistura de fertilizantes individuais, a qual resulta em aplicada de modo uniforme no
uma composição média de nutrientes. Cada partícula granula- campo. Estas soluções podem
da libera uma mistura de nutrientes à medida que se dissolve ser misturadas e aplicadas
no solo e elimina o potencial d e qualquer segregação de como fertilizante de arranque,
em faixa subsuperficial con-
centrada, ou por gotejamento,
em aplicação superficial. Elas
costumam ser adicionadas à
água de irrigação. Os fertili-
0 0 zantes fluidos são fáceis de serem Fertili::a11tcjluiclo
K
Mistura de grânulosK manuseados e são excelentes
ln
, @ veículos para uma variedade de micronutrientes, herbicidas
e pesticidas. Com a mistura d e vários ma teriais pode-se
reduzir o número de viagens ao campo, diminuindo. desse
modo, a compactação do solo e o consumo d e combustível.
Nem todos os fertilizantes fluidos são com pa tíve is quando
misturados. A Figura 3.3 fornece diretrizes para a mistura
ele materiais fluidos, considerando a compatibilidade entre
e les. É sempre recomend,1vel colocar uma pequena quanti-
dade d!' fer tiliza nte e m um frasco para testar a adequação
ela mistura, ,mtes de misturar grandes quantidades.
Figura 3.2 Distribuição de nutrientes no solo comparando-se
mistura de grãnulos e mistura granulada. A distribuição A aplicação d e fertilizante flui do junto com a agua de irriga-
mais uniforme proporcionada pela mistura granulada ção (fcrtirrigação) é nonnalme nte feita para poupar traba-
pode ser Importante quando os nutrientes são aplica- lho , aumentar a flexibilidadt> dl' temporiza~·ão na aplicação
dos em doses baixas. Já a mistura de grânulos é pos- d e nutrie ntes e me lhorar a elki(•ncia do nutriente. Isto é
sível combinar a dose recomendada de cada nutriente.
feito nos sistemas de irriga<;ão pressurizada (po r exemplo,

NUTRIÇÃO DE PLANTAS 4C - FONTE CERTA

.............,,.

'

At, nçlo: Esto quodro conlóm Informações bo.soodaa om opiniões do pessoa, da


lndúslrin de far11Uzonto1 . Estai Informações 16m apenas con\tor Informativo, como
gula gemi . Nom 8 Fluld Fertlllzer FoundaUon. nem 01 contribuintes, gorantem a
vornddede dns Informações. Consune o fobrtcanteffomeced'Of do produto e tam~m
reaHze um leste de compoUbllldndo antes de reallz.ar a m..tura flnol.

·eompollver·, resulta em mistura goriJJmenle oceltável.


'CompaUbllldade !Imitada·, geralmente compalfvel dontro dos llmlles de solubUldade
•eompallbiUdade multo llmltoda·, geralmente misturas lncompatlvel1.
·incompolfvets·, geralmente mistura atou comblnoçõe1 porigolas.
â Gera calor slgnlnca1Jvo.

Solu~o do nitrato do omOnlo: 20-0-0


uçlo de nitrato de omõnlo e ureln , URAN: 28/32-00
Solução de sulfato de amOnlo: 8--0.().9$
Solução de pollfosfato do omOnlo: 10-34-0
Solução de dorelo de omOnlo: 6-0-0-16CI â
Solução de Hos5ulfa\o de omõnlo, ATS:12-04-265 à
Solução do Uossullato do pc!Aulo, KTS . 0-0-25-175
Tiossutfato de c:áldo, CaTS: 6%Ca 10%S
TIOSSlltfato de magnéslo. MgTS: 10%S 4%Mg
Solução de nitrato de amõnlo o cálcio: 17-0-0 8,8Co
Solução de nitrato de cá1<:io: 8-0-0-11Ca
Sol

Nitrato de amõnlo: 34-0-0


NittalO de cáldo: 15,5-0-0-19Ca
Cloreto de potássio: 0-0-62
Ni1rato de potãsslo: 1J.-0-16
N'rtrato de magnésk>: 10-0-0-9Mg
Fosfato monoamllnio, (Técnico): 12-61-ll
Fosfato monopctãsslco: (0.52-34)
PoKac:ld (0-60.20)

Figura 3.3 Compatibilidade das misturas de fertilizantes fluidos (adaptada de Fluid Fertilizer Foundation , 2009).

por gotejamento, microaspersão ou pivôs) e na irrigação por nutrição radicular. Muitos materiais de alta solubilidade são
sulcos. É importante que os nutrientes utilizados usados como fertilizantes foliares para atender
na fertirrigação não causem entupimento do a deficiência potencial de cada nutriente. A
equipamento de irrigação ou não se precipitem solução pulverizada sobre a superfície foliar
antes de alcançar a área-alvo. geralmente é diluída, de modo a evitar danos
Há excelentes fertilizantes, que são compatíveis com salinos (osmóticos) à folhagem. Porém, quando
qualquer tipo de sistema de irrigação. Particular a concentração de fertilizante é muito elevada,
atenção deve ser dada ao se adicionar fertilizantes o tecido foliar pode ficar desidratado e danifi-
fosfatados em água de irrigação rica em Ca ou cado (fenômeno comumente d esignado como
Mg, a fim de evitar a precipitação química e o queima das folhas). As recomendações contidas
entupimento dos tubos e emissores. Deve-se lem- nos rótulos dos produtos elevem ser seguidas
brar também que a distribuição de nutrientes por corretamente para se obter o máximo benefício
meio da fertirrigação pode não ser tão uniforme nutricional.
quanto à proporcionada pelo sistema de distribui-
ção de água no campo. Aplicação foliar d e Fertilizantes em suspensão - são obtidos por
.fertili za 111 1, meio ela suspensão ele partículas muito pequenas
Os fertilizantes fluidos também são utilizados em uma solução. Argilas ele suspensão ou agen-
na nutrição foliar por meio da pulverização de solução nu- tes ele gelificação são usados para ev itar que as partículas ele
triente sobre as folhas . Esta técnica pode ser particularmente fe rtilizante decantem no líquido. As suspensões permitem
eficiente na correção ou prevenção das carências nutricionais o uso d e materiais fertilizantes com menor solu bilidade,
ou para atender os períodos de pico de demanda ele nutrie n- co mparados aos que pode m ser usados nas soluções claras,
tes, quando a absorção pelas raízes pode ser insuficiente para e a o btenção ele maior concentração de nutrie111es. Grandes
responder às necessidades da planta. No entanto, a nutriç[IO quantidades ele micronutrientes podem ser incorporadas
foliar geralmente é considerada como um complemento da nas suspensões, bem roma herbicidas e inseticidas que ni:io

NUTRIÇÃO DE PLANTAS 4C - FONTE CERTA


são adeq uados para mistura nas so lu ções claras. Normal - atm osfera , principalmente quando a ureia é ap li cada na
mente, usa-se algu m tipo de agitação no tanqu e para manter superfície do solo.
a homogeneidade ela suspensão. Bicos maiores são utilizados
Materiais poliméricos são polímeros líquidos desenvol-
para a apli cação de suspensões, comparad os aos usados
vidos para se ligarem temporariamente a cát ions do solo
para aplicação el e soluções cla ras.
com o objetivo de reduzir as reações químicas que podem
Fertilizantes de eficiência melhorada não são um sim- diminuir a so lu bilidade do P.
ples grupo de materiais , mas consistem de produtos ou tec-
nologias qu e geralmente aumentam muito mais a eílclêncla 3.4 Tipos de Fontes Orgânicas: Estercos,
de uso do fertili za nte do que as práti cas e mat eriais padrões. Compostos
Fertilizantes de liberação lenta e controlada Materiais orgânicos podem ser excele ntes fontes de macro
podem ser úteis para melhorar a eílciência de uso dos e micronutrientes para a cultura. Considerando que estes
nutrientes. Existem vários mecanismos para controlar a materiais são extremamente variáveis, dependendo da fonte,
liberação de nutri entes d e uma partícula de fertilizante. manuseio e processamento, apenas os princípios gerais serão
O mais comum é quando um revestimento protetor tratados aqui.
de polímero ou de S é adicionado a um fertilizante Grande parte do N no esterco e nos compostos está pre-
no intuito de controlar a dissolução e a liberação dos sente em complexos orgânicos que devem ser convertidos
nutrientes (Figura 3.4) . As taxas de liberação normais em amônia ou nitrato por microrganismos do solo (minera-
variam de algumas semanas a vários meses. Outros lizados) antes de serem absorvidos pelas raízes. Taxas de
fertilizantes de liberação lenta podem apresentar baixa mineralização são determinadas pela atividade microbia-
solubilidade ou resistência à decomposição microbiana na, a qual varia de acordo com fatores ambientais (como
para controle da liberação de nutrientes. Cada um des- temperatura e umidade), propriedades do material orgânico
ses produtos pode ser adequado para um determinado (corno relação C:N e teor de lignina) e aplicação (incorpo-
conjunto de condições, porém, isso não significa que eles ração) do material orgânico. A falha no sincronismo entre
sejam apropriados para todas as condições. Produtos es- a liberação de N e a absorção pela cultura pode levar à
pecíficos devem ser combinados a condições adequadas escassez de N e a deficiências nutricionais nas plantas, ou à
de solo , cultura e ambiente para obter o máximo bene- liberação excessiva de N para além da época de crescimento
fício . Geralmente, o N é o nutriente-alvo para liberação (Figura 3.5). Em muitos fertilizantes, a relação N:P não
controlada, mas· há circunstâncias nas quais a liberação está em equilíbrio com os requisitos das plantas. Quando
controlada de outros nutrientes também é desejável. estercos são adicionados para atender às exigências das
culturas em N, o fornecimento de P pode exceder em 3 a
5 vezes a demanda das culturas. A aplicação de esterco a
longo prazo pode resultar em acúmulo de P, a menos que
seja dada maior atenção a esse desequilíbrio.
Estercos animais variam enormemente em sua compo-
sição química e física devido à alimentação específica do
animal e às práticas de manejo dos dejetos. No esterco, o
N está presente em compostos orgânicos e inorgânicos. O
N no esterco fresco ílca em forma instável porque a amônia
pode ser facilmente perdida por volatilização. A aplicação
de esterco fresco ou dejetos na superfície do solo pode
Ureia
resultar em grandes perdas de N por volatilização em
- Selante a lgumas situações. A época de aplicação e a localização são
Enxofre fatores importantes a serem considerados para minimizar tais
perdas. A estimativa da dose certa de esterco a ser aplicada
Figura 3.4 Exemplo de fertilizante revestido. deve começar com uma cuidadosa análise química cio con-
teúdo de nutrientes e com a previsão das taxas ele minera-
lização de N após a aplicação. A maior parte do P nos
Inibidores químicos e biológicos às vezes são
adubos e compostos está sob a forma de fosfato inorgânico
adicionados aos fertilizantes para melhorar ou interrom-
e todo o K está presente como K• inorgânico, prontamente
per temporariamente reações multo especlílcas do solo.
disponível para absorção pelas plantas.
Inibidores da nitrll1cação são aditivos que retardam a
conversão de amónio em nitrato no solo, o que pode Compostos geralmente contêm baixas concentrações de
reduzir a possibilidade d e lixivlação ou desnltriílcação. nutrientes. Materiais clevldameme compostados normalmente
Inibidores da urease, uma outra classe d e adi ti vos, se decompõem lentamente e se comportam como uma fonte
pod em ser utilizados com ureia para atrasar temp~rarla· de liberação lenta de N ao longo de meses ou anos. Os com-
mente sua transfor mação em amônia, por lnatlvaç·ao da postos podem variar enormemente em qualidade. maturidade
urcasc>, uma enzima comum no solo. Esse atraso pod e e teor de nutrientes, dependendo dos nrnterlals Incluídos, das
reduzir as perdas por volatilização ela amónia pílrn a condições do processo e do seu manejo.

NUTRIÇÃO DE PLANTAS 4C · FONTE CERTA

-
bem e ntend id as ou documentadas, mas elas são conhecid as
por ocorrerem no fe rtili zante, no solo, na zona rad icular e
no interior da planta. Interações favo ráveis (sinergismos) são
observadas entre alguns nutrientes. Interações indesejáveis
(antago nismo) podem ser evitad as co m o mo nitoramento
do nível de nutri entes por me io da análise d o solo e da
planta , para evitar condições extremas.
Alguns exemplos de interações entre nutrientes inclue m :
(i) a prese nça d e NH/ pode melhorar a disponibilidade
ele P, aumentando, assim , o crescimento d as plantas, (ii)
Tempo
a adubação excessiva com K pode diminuir a absorção
de Mg por algumas forra geiras, resultando em problemas
nutricionais para o gado (tetania dos pastos) ou maior inci-
dência de febre do leite e placentas retidas em vacas leite i-

• ras, (iii) altas concentrações de P no solo podem interferir


CD
.,
'E
:s:, na assimilação de Zn em algumas plantas, (iv) o aumento
z
do pH do solo após a adição do calcário pode aumentar a
disponibilidade de P e Mo, mas reduzir a solubilidade de
Cu, Fe, Mn e Zn.
Não há uma única fonte certa de nutrientes para todas as
Tempo
condições. Sempre que possível , a necessidade específica de
Figura 3.5 O sincronismo entre a liberação de nutrientes e
nutrientes deve ser determinada antes da aplicação. Fatores
a demanda da planta é um desafio quando se como disponibilidade de fertilizante, reações do nutriente
utiliza materiais orgânicos. As fontes orgânicas no solo, equipamento para aplicação e retorno econõrnico
com baixa relação C:N podem liberar nutrientes precisam ser considerados. Estas decisões complexas devem
mais rapidamente em relação à demanda da ser continuamente reavaliadas para se fazer a seleção certa
planta (A). O material orgânico com alta relação
C:N pode não liberar nutrientes com suficiente dos fertilizantes. llil
rapidez para atender as necessidades nutricio-
nais da planta durante seu crescimento (B). REFERÊNCIAS
Havlin, J. L. et al. Soil fertility and fertilizers: an
3 .5 Interações dos nutrientes introduction to nutrient management. 7th edition. Upper
Saddle River: Pearson Prentice Hall, 2005.
As interações ocorrem quando a forma química ou a con-
centração de um nutriente específico influencia o comporta- UNIDO-IFDC. Fertilizer manual. Dordrecht, the Nether-
mento de outro nutriente. Estas interações não são sempre lands: Kluwer Academic Publishers, 1998.

Perguntas (!) 9. Em curto período de tempo após a aplicação, o fosfato de


monoamõnio (MAP) é diferente do fosfato de diamõnio
(DAP) porque
7. Fertilizantes de liberação controlada podem melhorar a. DAP fornece fósforo em forma mais disponivel para
a eficiência de uso do nutriente a planta.
a. sob condições específicas de campo. b. o nitrogênio no DAP será usado mais prontamente
b. igualmente para todos os nutrientes. pela planta.
c. pela inativação da enzima urease. c. somente o MAP se converterá em polifosfato.
d . sob todas as condições de campo. d. o pH do solo ao redor do grãnuJo de MAP será menor.

8. Inibidores da urease reduzem as perdas de amõnia 10. A maior parte dos fertilizantes potásskos
de forma mais acentuada quando aplicados com a. contém potássio em diferentes formas químicas.
1 a. ureia em cobertura, na superfície do solo. b. difere principalmente quanto aos ânlons acompa-
b. ureia incorporada no solo. nhantes.
c. suJfato de amõnlo em cobertura, na superfície c. eleve ser selecionada somente com base no preço.
do solo. d. é mais efetiva do que o esterco como fon te d e
d. ureia e nitrato de amônlo incorporados ao solo. potássio.

- --
As qu esto es 9 o 10 se reíere m ao materlnl cio s módu los apresentados n~ seção 3.3 , nas páginas seguintes.

NUTRIÇÃO DE PLANTAS 4C - FONTE CERTA


Módulo 3 .1-1 A fonte certa de potássio melhora o rendimento e a qualldade da banana na Índia. O
potássio é um nutriente importante na produção de banana, tanto para o rendimento quanto para a
qualidade. O sulfato de potássio (K 2 S0 4 ou SOP) tem menor índ ice sa lino e fo rn ece S para a planta, em
comparação ao cloreto de potássio (KCI ou MOP), que fornece o clo reto (CI· ), além do K. Estudo sobre a
nutrição da bananei ra no su l do estado indiano de Tami l Nadu mostrou benefícios na apl icação de SOP,
em comparação com MOP, como indicado na Figura 1 abaixo.
Adaptada de: Kumar, A. R. e Kuma r, N. EurAsia n Jou rn al of BioSciences, v. 2, n. 12, p. 102-109, 2008.

30

15

o
Peso do cacho Brix Conteúdo re lativo Conteúdo de Catalase. Atividade da
kg % de água cl orofila total 10 unidades/mini red utase de nitrato.
g/10 g mg/10 g g peso fresco mg/1O g/h

Figura 1 Peso do cacho de banana , Brix (açúcares solúveis totais), teor relativo de água e parâmetros fotossintéticos
(teor de clorofila , cata /ase e atividade da redutase de nitrato) relativos ao uso de cloreto de potássio (MOP) e
sulfato de potássio (SOP) como fontes de_potássio.

NUTRI ÇÃO DE PLANTAS 4C - FONTE CERTA


Módulo 3.2-1 Equilíbrio entre fontes orgânicas e minerais para o milho na África. Estudos realizados
na África Subsaariana (ASS) mostram que o usodefertilizantesésem pre mais rentável e eficiente em cam-
pos férteis. Quando os solos estão degradados, é necessária a restauração da fertilidade do solo por meio
da adubação equilibrada e de adições de matéria orgânica para atingir alta produtividade das culturas.
Outras opções para o manejo da fertilidade do solo, como adição de esterco, rotação de culturas e pousio,
são mais eficientes quando estrategicamente combinadas com fertilizantes . Em ensaios realizados no
campo, com diferentes níveis de fertilidade do solo em muitos locais da ASS, a aplicação isolada de
N resultou em maior aumento da produtividade de milho em condições de alta e média fertilidade do
solo. A adição de P também promoveu aumento significativo na produtividade em campos com
fertilidade elevada, porém, nos campos com fertilidade média foi necessária a adição de cátions básicos
(K e Ca ) e de micronutrientes (Zn e B) para aumentar significativamente o rendimento das culturas em
patamares acima do obtido no tratamento com N. Nos campos com baixa fertilidade, os rendimentos
aumentaram menos que 1 t ha·1 pela aplicação de N e menos que 2 t ha·1 pela aplicação de N, P, K, Ca ,
Zn e B. Em tais condições, é necessária a adição de fontes orgânicas para aumentar a matéria orgânica
do solo e a retenção de nutrientes e água, sincronizar melhor a oferta de nutrientes com a demanda das
culturas e melhorar a qualidade do solo pelo aumento da biodiversidade.
Fonte: Zingore, S. Better Crops with Plant Food, v. 95, n. 1, p. 4-6, 2011.

7
1□ Controle D N l!!I N+ P D N+ P+ K+ Ca + Zn + B 1
6
Doses do
nutriente
~

5 kll ha'
Cll
.e N = 120
...... P=30
a, 4 K= 60
'O
Cll
'O Ca = 20
:~ 3 Zn = 5

'O 8=5
....o
a. 2

o
Baixa Média Alta
Fertilidade do solo

NUTRIÇÃO DE PLANTAS 4C · FONTE CERTA


Ureia
Módulo 3.3-1 A ureia é o fertilizante nitrogenado sólido mais amplamente utilizado no mu ndo. Geralmente, a
ureia também é encontrada na natureza , uma vez que é expelida na urina dos animais. o alto teo r de N na ureia
torna eficiente seu transporte até as fazendas e sua aplicação nos campos.

Produção. A produ ção de ureia envolve a reação controlada do gás amônia (N H3 ) e do dióxido de carbono (CO)
sob temperatura e pressão elevadas. A ureia fundida é moldada em esferas em equipamento especializa do de
granulação ou endurecida em forma comprimida enquanto cai de uma torre.

Durante a produção de ureia, duas molécu las po dem, inadve rt idamente, interagir e forma r um composto
denominado biureto, que pode se r prej udicia l quando pulve rizado sobre a fo lhagem das pla ntas. A ureia
comercial contém apenas peq uenas quantidades de bi ureto devido às condições cui dadosamente controladas
durante sua fabricação. No entanto, a ureia especial, com baixo teo r de biureto, está disponível pa ra aplicações
específicas.

Fábricas de ureia estã o localiza das em todo o mundo, porém mais comumente situadas próximas a instala ções
de prod ução de am ônia (NH 3 ), visto ser esta o prin cipal insumo para a produção de ureia. A ureia é tra nsporta da
em todo o mundo por navio, barcaça, ferrovia e caminhões .

Propriedades químicas
Fórm ula quím ica: CO(NH 2 ) 2
Conteúdo de N: 46% N
Sol ubilidade em água (20°C): 1,080 g L.: 1

Uso agrícola. A ureia é utilizada de muitas formas como fonte de N para o cresci mento da planta. É mais comu-
mente misturada ao solo ou aplicada à sua superfície. Devido à sua alta sol ubilidade, pode ser dissolvida em
água e aplicada ao solo, adicionada à água de irrigação ou pulverizada sobre a folhagem das plantas. Em pulve-
rizações foliares, a ureia pode ser rapidamente absorvida pelas folhas.

Após o contato da ureia com o solo ou as plantas, uma enzima (urease), que ocorre naturalmente, começa a
converter rapidamente a ureia em NH 3 , em processo denominado hidrólise. Durante esse processo, o N da ureia
fica suscetível a perdas gasosas indesejáveis na forma de NH 3 • Várias técnicas de manejo podem ser usadas para
minimizar a perda deste valioso nutriente.
A hidrólise da ureia é um processo rápido, que ocorre normalmente dias após a sua aplicação. As plantas podem
utilizar pequenas quantidades de ureia diretamente como fonte de N, mas elas usam mais comumente o amónio
(NH/) e o nitrato (N0 3 · ) , que são produzidos após a ureia ser transformada pela urease e por microrganismos
do solo.
f
Práticas de manejo. A ureia é uma excelente fonte de N para as plantas. Por se dissolver
facilmente na água , a ureia aplicada na superfície do solo se move com a chuva ou a água
de irrigação. Dentro do solo, a ureia se movimenta livremente com a água até que seja
hidrolisada para formar NH 4• . Cu idados devem ser tomados para minim izar as perdas de
N que ocorrem para a atmosfera e para as águas superficiais e subterrâneas. As perdas
l
de amônia por volatilização podem ser controladas por meio de cuidadoso manejo da
época e do local de aplicação. Deve-se evitar aplicações de ureia quando o fertilizante
for permanecer na superfície do solo por longo período de tempo. Perdas indesej áveis
de N podem resultar na diminuição do rendimento e da qualidade da cultura.

A ureia é um fertilizante com elevado teor de N, que tem boas propriedades de armazenamento e que provoca
mínima corrosão no equ ipamento de aplicação. Quando manejada adequadamente, é uma excelente fonte de N
para as plantas.

Uso não-agrícola. A ureia normalmente é utilizada em várias indústrias. É usada em usinas de energia e
sistemas de exaustão de diesel para reduzir as emissões de óxido nitroso (NO,) dos gases. Pode ser usada como
suplemento proteico na dieta de animais ruminantes, como o gado. Muitos produtos químicos industriais comuns
utilizam a ureia como componente essencial.

Fonte: http://www.ipnl.netjspecifics


NUTR IÇÃO DE PLANTAS 4C · FONTE CERTA
Nitrato de amônio-Ureia
Módulo 3.3-2 Soluções de fertlllzantes líquldos ou adubos fluldos são populares em multas áreas porque
são seguros, apropriados para mistura com outros nutrientes e outros produtos químicos e são facilmente
apllcávels. A solução de nitrato de amônia [NH 4 N03 ) e ureia [CO(NH 2 h) contendo 28% a 32% de N é o
fertilizante nitrogenado fluido mais popular.

Produção. O nitrato de amônio-ureia (URAN} é um fertilizante líquido relativamente simples de ser produzido.
Uma solução aquecida contendo ureia dissolvida é misturada à uma solução aquecida de nitrato de amônio resul-
tando em um fertilizante líquido claro. Metade do N total vem da solução de ureia e a outra metade da solução de
nitrato de amônia. O URAN é feito em lotes, em algumas instalações, ou em processo contínuo, em outras.
Nenhuma emissão ou resíduo ocorre durante a mistura.
Visto que o URAN é uma solução concentrada de N, sua solubilidade aumenta à medida que a temperatura
aumenta. As soluções de URAN são mais diluídas nas regiões com inverno mais frio para evitar que os com-
ponentes nitrogenados se precipitem em forma de cristais. Portanto, a concentração de N nos fertilizantes
comerciais variam entre 28% e 32%, dependendo da área geográfica. Geralmente, um inibidor de corrosão é
adicionado à solução final para proteger o aço nos tanques de armazenamento.

Propriedades químicas

28% ~ 30%N 32% ~


Composição(% em peso}
Nitrato de amônio: 40 42 44
Ureia: 30 33 35
Água: 30 25 20
pH da solução: aproximadamente 7

Uso agrícola. Soluções de URAN são amplamente utilizadas como fonte de N para a nutrição das plantas. A
porção N03 · (25% do total de N} está prontamente disponível para a absorção pelas plantas. A fração NH; (25%
do total de N} também pode ser diretamente assimilada pela maioria das plantas, mas é rapidamente oxidada
por bactérias do solo para formar N03 • • A porção ureia restante (50% do total de N} é hidrolisada por enzimas do
solo para formar NH;, que é posteriormente transformada em N03• em grande parte dos solos.
Soluções de URAN são extremamente versáteis como fonte de nutrientes para as plantas. Devido às suas
propriedades químicas, o URAN é compatível com muitos outros nutrientes e produtos químicos agrícolas, sendo
frequentemente misturado a soluçôes contendo P, K e outros nutrientes das plantas. Os adubos líquidos podem
ser misturados para satisfazer com precisão as necessidades específicas de um solo ou da cultura.
Soluções de URAN normalmente são injetadas no solo abaixo da superfície, pulverizadas sobre a superfície do
solo, gotejadas em faixa sobre a superfície, adicionadas à água de irrigação ou pulverizadas sobre as folhas das
plantas, como fertilizante foliar. No entanto, o URAN pode danificar a folhagem se aplicado diretamente sobre
algumas plantas, sendo, assim, necessária sua diluição com água.

Práticas de manejo. O URAN é uma excelente fonte nitrogenada para as plantas. No entanto, visto que metade do
N total está presente na forma de ureia, é necessário o manejo da época e da localização do adubo para evitar per-
das por volatilização. Quando o URAN permanece na superfície do solo por longos períodos de tempo (alguns dias},
as enzimas do solo convertem a ureia em NH/, e parte dele pode ser perdida como gás amônia. Portanto, o URAN
não deve permanecer sobre a superfície do solo por muito tempo, a fim de evitar perdas significativas do adubo.
Inibidores que retardam essas transformações do N à vezes são adicionados. Logo que o URAN é aplicado ao solo,
a ureia e as moléculas de N03 • se movem livremente com a água no solo. O NH 4 • será retido no solo nos primeiros
contatos com os pontos de troca de cátions na argila ou na matéria orgânica. No período de 2 a 10 dias, a maior
parte da ureia será convertida em NH.' e sua mobilidade será reduzida. O NH/ originalmente adicionado mais o
NH; proveniente da ureia serão, por fim, convertidos em NQ3 • pelos microrganismos do solo.

Fonte: http:/ /www.ipni.net/specifics


NUTRIÇÃO DE PLANTAS 4C • FONTE CERTA

'6UUu , • ., , • ·•
Amônia
Módulo 3.3-3 A amônia (NH3) é a base para a Indústria de fertlllzantes nitrogen ados. Ela pode ser aplicada
diretamente no solo, como nutriente pa ra a planta, ou conver tida em uma variedade de fertilizantes nitrogenados
comuns. Precauções especiais de segurança e de manejo são necessárias.
Produção_ Quase 80% da atmosfera da Terra é composta de gás N , mas em forma química e biologicamente não
2
utilizável. No início dos anos 1900, foi desenvolvido o processo Haber-Bosch para combinação de N2 e hidrogênio (H 2 )
sob condições de alta temperatura e pressão. A reação é: (3H2 + N2 ➔ 2 NH3 ]

Hastes aplicadoras
Propriedades químicas

Amõnia anidra (NH 3 )


Conteúdo de N: 82% N
Ponto de ebu lição: -33ºC
Hidróxido de amõnio (NH40H )
Conteúdo de N: 20% a 24% N
pH: Posterior Frontal
11a 12

Muitos materiais combustíveis fósseis podem ser usados como fonte de H2 , mas o gás natural (metano) é o mais comum.
Portanto, a maior parte da produção de NH 3 ocorre em locais onde existe um fornecimento prontamente disponível de gás
natural.
A amônia encontra-se em forma de gás na atmosfera, mas é transportada em estado líquido por com pressão ou refrige-
ração abaixo do seu ponto de ebulição (-33 ºC). Ela é embarcada, globalmente, em navios refrigerad os, vagões pressuri-
zados e dutos de longa distância.
Uso agrícola. A amônia é o fertilizante comercial com maior conteúdo de N, o que a torna uma fonte popular do
nutriente, apesar do perigo potencial que representa e das práticas de segurança que são necessárias para sua
utilização. Quando aplicada diretamente no solo, a amônia é um líquido
pressurizado que se transforma em vapor imediatamente após sair
do tanque. A amônia geralmente é colocada na profundidade de, no
mínimo, 10 a 20 cm abaixo da superfície do solo, ou de tal forma que
a sua perda como vapor para a atmosfera seja evitada . Vários tipos de
facas e hastes pu xadas por trator são utilizados para posicionar a amõn ia
no local correto. A amõnia reage rapidamente com a água do solo para
formar amônio (NH; ), o qual é retido nos sítios de troca de cátions do
solo. Algumas vezes, a amônia é dissolvida em água para a produção
de hidróxido de amônia, um fertilizante nitrogenado líquido popular.
O hidróxido de amônio não precisa ser injetado tão profundamente no
solo quanto a amônia, o que proporciona vantagens durante a aplicação no campo e tem menos exigências quanto
'

à segurança. O hidróxido de amônio é frequentemente adicionado à água de irrigação e usado em condições de solo
inundado.
Prát icas de manejo. O manuseio da amônia requer atenção quanto à segurança. Em instalações de armazenamento e
durante a aplicação no campo deve-se usar equipamento de proteção individual adequado. Visto que ela é muito solúvel em
água , a amônia livre pode reagir rapidamente com a umidade do corpo e causar danos graves em órgãos como pulmões e
olhos. Não deve ser transferida ou aplicada sem o treinamento de segurança adequado.
Imediatamente após a sua aplicação, a elevada concentração de NH 3 em torno do local de injeção causa uma inibição
temporária dos microrganismos do solo. No entanto, a população microbiana se recupera à medida que a NH se converte em
3
NH ', se difunde a partir do ponto de aplicação e, em seguida, se converte em nitrato. Do mesmo modo, para evitar danos
dur~nte a germinação, as sementes não podem ser colocadas em estreita proximidade com a zona de aplicação recente de
NH 3 • A fuga inadvertida de NH 3 para a atmosfera deve ser evitada tanto quanto possível. As emissões de NH 3 estão ligadas
à neblina atmosférica e às alterações na composição química da água de chuva. A presença de elevadas concentrações de
NH 3 em águas de superfície pode ser prejudicial para os organismos aquáticos.
Usos não-agrícolas. Mais de 80%da produção de NH 3 é utilizada para fertil izante, ou para aplicação direta ou para produção
de fertilizantes nitrogenados sólidos e líquidos. No entanto, existem muitos outros usos Importantes para a al!lônia em aplicações •
Industriais. Produtos de limpeza domésticos são feitos a partir de uma solução de 5%a 10% de NH 3 dissolvida em água (de modo
a formar hidróxido de amônia). Devido às suas propriedades de vaporização, o NH 3 é amplamente utilizado como refrigerante.

Fonte: http://www.ipni.net/specllics

NUTRI ÇÃO DE PLANTAS 4C - FONTE CERTA



' Sulfato de amônio

Módulo 3.3-4 O sulfato de amónio [(NH 4 }i 50 4 ) foi um dos primeiros fertlllzantes nitrogenados produzidos e o
mais amplamente utlllzado na produção agrícola. Atualmente, é menos utilizado, mas especialmente valioso
onde ambos os nutrientes, N e S, são requeridos. Sua elevada solubilidade proporciona versatilidade para uma
série de aplicações agrícolas.

Produção. O sulfato de amônio (SA) tem sido produzido há mais de 150 anos. Inicialmente, foi fabricado a partir da
amônia liberada durante a fabricação do gás de carvão, usado para iluminar cidades, ou do coque de carvão, utilizado
para produzir aço. É obtido pela reação de ácido sulfúrico e amônia quente. O tamanho dos cristais resultantes é
determinado pelo controle das condições de reação. Quando o tamanho desejado é alcançado, os cristais são secos e
• selecionados por tamanhos específicos de partícula . Alguns materiais são revestidos com condicionador para reduzir a
poeira e a solidificação das partículas.

'
1
A maior parte da demanda atual de sulfato de amônia é atendida pela produção de subprodutos de várias indústrias.
Por exemplo, o sulfato de amônia é um co-produto no processo de fabricação do nylon. Certos subprodutos que contêm
amônia ou ácido sulfúrico são comumente convertidos em sulfato de amônio para uso na agricultura. Embora sua cor
possa variar de branco a bege, ele é frequentemente vendido como cristal altamente solúvel que apresenta excelentes
propriedades de armazenamento. O tamanho da partícula pode variar de acordo com a finalidade a que se destina .

• Propriedades químicas
Fórmula química: (NH.hSO•
Conteúdo de N: 21%
Conteúdo de S: 24%
Solubilidade em água: 750 g L:1
pH da solução: 5a6
' Cristais de (NH,) 2 S0•

\ Uso agrícola. O sulfato de amônio é utilizado principalmente onde há necessidade de suplementação de N e S para
satisfazer a exigência nutricional das plantas em crescimento. Visto que contém apenas 21% de N, existem outras fontes
de fertilizantes que são mais concentradas e econômicas em relação ao manuseio e transporte. No entanto, ele fornece
uma excelente fonte de S que desempenha numerosas funções essenciais nas plantas, incluindo a síntese de proteínas.
Pelo fato da fração N estar presente sob a forma de amônio, o sulfato de amônia é frequentemente utilizado em solos
alagados para a produção de arroz. Nesses solos, evita-se o uso de fertilizantes à base de nitrato devido às perdas
por desnitrificação.

Nas pulverizações de herbicidas em pós-emergência costuma-se adicionar solução contendo sulfato de amônio dis-
solvido para melhorar a eficácia no controle das plantas daninhas. Esta prática de aumentar a eficácia do herbicida
com o acréscimo de sulfato de amônia é particularmente eficiente quando a fonte de água contém concentrações
.. significativas de magnésio, cálcio ou sódio. O sulfato de amônia com alto grau de pureza geralmente é usado para
evitar o entupimento dos bicos pulverizadores.

• Práticas de manejo. Após a adição no solo, o sulfato de amônio dissocia-se rapidamente nos seus componentes
amônia e sulfato. Caso permaneça na superfície do solo, o amônia pode ficar suscetível a perdas gasosas em condições
alcalinas. Nessas situações, é aconselhável a incorporação do fertilizante ao solo logo que possível ou sua aplicação
antes da irrigação ou de uma precipitação predita.

A maior parte das plantas é capaz de utilizar ambas as formas de N (amônia e nitrato) para o crescimento. Em solos
quentes, os microrganismos irão rapidamente converter amônio em nitrato pelo processo de nitrificação [NH; + 20
2
➔ N0 •
3
+ H2 0 + 2H ' ). Esta reação microbiana gera acidez [H'], o que acabará por diminuir o pH do solo após o uso
repetido do adubo. O sulfato de amônia tem efeito acidificante no solo devido ao processo de nitrificação ... porém, não
pela presença de sulfato, que tem efeito insignificante sobre o pH . O potencial acidificante do sulfato de amônio é maior
do que o do nitrato de amônio, em equivalente quantidade de N, por exemplo, visto que todo o N do sulfato de amônia
será convertido em nitrato, enquanto apenas metade do N do nitrato de amônio será convertido nessa forma .
• Usos não-agrícolas. O sulfato de amônia é comumente adicionado a produtos de panificação como condicionador da


1
massa . É também um componente do pó em extintores e agentes à prova de chama. Ele é utilizado em muitas aplicações
nas indústrias química, têxtil, farmacêutica e de celulose.

Fonte: http://www.lpni.net;specillcs

NUTRIÇÃO DE PLANTAS 4C · FONTE CERTA


N itrofosfato

Módulo 3 .3-5 A produção e a aplicação do nltrofosfato é amplamente regional; sua utilização é centrada
onde esta tecnologia é vantajosa. O processo utiliza o ácido nítrico, ao invés de ácido sulfúrico, para o trata-
mento do fosfato de rocha e não resulta em subprodutos, como gesso.

Produção. A maior parte dos fertilizantes fosfatados comerciais é produzida pela reação da rocha fosfática
bruta com ácido sulfúrico ou fosfórico. O processo com ácido sulfúrico para produção de fertilizantes
fosfatados resulta em grande quantidade de sulfato de cálcio (gesso), subproduto que incorre em custos
adicionais para a disposição final do produto. O nitrofosfato difere dos demais porque envolve a reação
da rocha fosfática com ácido nítrico. O ácido nítrico é produzido pela oxidação da amônia com o ar, sob
temperaturas elevadas. A principal vantagem desse processo é que pouca ou nenhuma entrada de S é
necessária. Com o processo de produção de nitrofosfato, o excesso de Cada rocha fosfática é convertido
no fertilizante nitrato de cálcio, de grande valor, em vez de gesso. O processo foi desenvolvido na Noruega e
grande parte da produção mundial ainda ocorre na Europa.

A reação geral é: fosfato de rocha + ácido nítrico ➔ ácido fosfórico+ nitrato de cálcio+ ácido fluorídrico. O
ácido fosfórico resultante é muitas vezes misturado a outros nutrientes para formar fertilizantes compostos
contendo vários nutrientes em um único pelete. O nitrato de cálcio ou o nitrato de amônio co-gerados são
vendidos separadamente.

Propriedades químicas

A composição química do nitrofosfato varia de


acordo com a combinação de nutrientes utilizados
para compor o grânulo final. As fórmulas mais
comuns incluem:
20-20-0, 25-25-0, 28-14-0, 20-30-0, 15-15-15,
17-17-17, 21-7-14, 10-20-20, 15-20-15 e
12-24-12
21-7-14 formulado com 16-16-16 formulado com
sulfato de potássio cloreto de potássio

Uso agrícola. A composição em nutrientes do nitrofosfato pode variar amplamente, dependendo da utilização
pretendida. É importante selecionar a composição adequada para cada cultura específica e exigência do
solo. O nitrofosfato é vendido na forma de grânulos e é utilizado para aplicação direta no solo. Geralmente é
espalhado sobre a superfície do solo, misturado ao solo na zona radicular, ou aplicado em faixa concentrada
abaixo da superfície do solo antes do plantio.

Práticas de manejo. O nitrofosfato contém quantidades variáveis de nitrato de amônio, o que atrai umidade.
Para prevenir o endurecimento ou empedramento, esses fertilizantes geralmente são embalados em sacos
estanques e protegidos da umidade antes da entrega ao agricultor.

Fonte: http://www.ipni.net/specifics
Nitrato de amônio
Módulo 3.3-6 O nitrato de amônlo foi o primeiro adubo nitrogenado sólido produzido em larga escala, mas sua
popularidade diminuiu nos últimos anos. Tem sido uma fonte de N comum porque contém nitrato, amônia e um teor
relativamente alto de nutrientes.

Produção. A produção de nitrato de amônia em larga escala começou na década de 1940, quando foi utilizado na
fabricação de munições durante a guerra. Após o final da Segunda Guerra Mundial, o nitrato de amônia tornou-se
disponível como fertilizante comercial. A produção de nitrato de amônia é relativamente simples: o gás amônia reage
com o ácido nítrico de modo a formar uma solução concentrada e consideravelmente quente.

O fertilizante perolizado é formado à medida que gotas de solução concentrada de nitrato de amônia (95% a 99%)
caem de uma torre e se solidificam. Grânulos de baixa densidade são mais porosos do que grânulos de alta densi-
dade e são os preferidos para uso industrial, enquanto grânulos de alta densidade são utilizados como fertilizantes.
O nitrato de amônia granulado é preparado através da pulverização da solução concentrada sobre pequenos grânulos
em um tambor rotativo.
Visto que o nitrato de amônia é higroscópico e atrai facilmente a umidade do ar, geralmente é estocado em armazéns
equipados com ar condicionado ou em sacos selados. O adubo sólido geralmente é revestido com um composto anti-
endurecimento para evitar aderência e empedramento.
Pequenas quantidades de minerais de carbonato são por vezes adicionadas antes da solidificação, o que elimina as
propriedades explosivas do nitrato de amônia. Estes aditivos diminuem a concentração de N e são moderadamente
solúveis, tornando o produto modificado menos adequado para aplicação em sistemas de irrigação (fertirrigação).

O nitrato de amõnio granulado


Propriedades químicas fornece quantidades iguais
de N-nitrato e N-amõnio e
Fórmula química: NH.N03 sua aplicação tem sido muito
Conteúdo de N: 33% a 34% adequada para hortaliças e
Solubilidade em água (20 ºC): 1.900 g l:1 forrageiras

Uso agrícola. O nitrato de amônia é um fertilizante popular visto que fornece metade do N na forma de nitrato
e metade na forma de amônia. O nitrato movimenta-se facilmente com a água do solo para as raízes, onde fica
imediatamente disponível para absorção pelas plantas. A fração amônia é absorvida pelas raízes ou gradualmente
convertida em nitrato pelos microrganismos do solo. Muitos produtores de hortaliças preferem uma fonte de nitrato
prontamente disponível para a nutrição vegetal e usam o nitrato de amônia. É popular para pastagem e adubação do
feno, uma vez que é menos suscetível a perdas por volatilização quando deixado na superfície do solo, comparado
aos fertilizantes à base de ureia.
o nitrato de amônia geralmente é misturado a outros fertilizantes, mas estas misturas não podem ser armazenadas
f por longos períodos de tempo devido à higroscopicidade. A solubilidade muito alta do nitrato de amônia o torna
adequado para a fabricação de soluções para pulverização foliar ou fertirrigação.
1 Práticas de manejo. O nitrato de amônia é um fertilizante nitrogenado popular devido à facilidade de manuseio e ao
alto conteúdo de nutrientes. É muito solúvel no solo e, em condições de umidade, a porção nitrato pode avançar para
1 além da zona radicular. O nitrato também pode ser convertido em óxido nitroso (gás) em condições muito úmidas pelo
processo de desnitrificação. O amônia não está sujeito a perdas consideráveis até que seja oxidado a nitrato.

Preocupações em relação à utilização ilegal do fertilizante para a fabricação de explosivos levou a uma rigorosa
regulamentação governamental em muitas partes do mundo. Restrições à venda e ao transporte têm desmotivado
alguns revendedores de fertilizantes a trabalhar com esse material.

Usos não-agrícolas. Uma forma de nitrato de amônia perolizada, de baixa densidade, é amplamente utilizada como
explosivo na indústria de mineração, para exploração de pedreiras, e no setor de construção. É intencionalmente porosa
para permitir uma rápida absorção de óleo combustível (denominado ANFO).
Embalagens de resfriamento instantâneo são feitas com dois sacos - um contendo nitrato de amônia seco e outro
contendo água. Quando a barreira de separação dos sacos é rompida, o nitrato de amônio clissolve-se rapidamente, em
reação endotérmica, diminuindo a temperatura da embalagem em 2 a 3 ºC, de forma muito rápida.

Fonte: http://www.ipni.net/specifics

NUTRIÇÃO DE PLANTAS 4C - FONTE CERTA


Fosfato monoamônico
Módulo 3 .3-7 O fosfato monoamônlco (MAP ) é uma fonte de P e N amplamente utlllzada. Nos últimos anos,
seu uso aumentou rapidamente. Ele é feito de dois componentes com uns na indústria de fertilizantes e tem o
maior teor de P entre os fertilizantes sólidos comu ns.

Produção. O processo para a fa bricação de MAP é relativamente simples. No método usual, faz-se reagir amônia
(NH ) e ácido fosfó rico (Hl04 ) na propo rção de 1:1 e a mistura resultante é solidificada em um granu lado r. O
segundo método consiste em introduzir os dois materiais de partida em um reator de tubo central onde a reação gera
calor para evaporar a água e solidifica r o MAP. Variaçôes desses métodos ta mbém estão em uso para a produção de
MAP. Uma va ntagem de se produzir MAP é que pode-se util iza r Hl 0 4 de qual idade infe rior, comparado a outros fos-
fatos que, muitas vezes, necessitam de um grau mais puro de ácido. O teor de P20 5 equivalente do MAP varia entre
48% e 61%, dependendo da quantidade de impureza no ácido. A composição mais comum do fertilizante é 11-52-0.

Propriedades químicas
Fórmula química: NH. H2PO.
Conteúdo de N: 10% a 12%
Conteúdo de P20 s: 48% a 61%
Solubilidade em água (20 ºC): 370 g L.: 1
pH da solução: 4,0 a 4,5

Uso agrícola. Durante muitos anos, o MAP tem sido um importante fertilizante granulado. É solúvel em água e
dissolve-se rapidamente no solo se houver umidade adequada . Após a dissolução, os dois componentes básicos do
fertil izante se separam novamente para liberar NH; e H/04 -. Ambos os nutrientes são importantes para sustentar o
crescimento saudável das plantas. O pH da solução que envolve o grânulo é moderadamente ácido, fazendo do MAP
um fertilizante especialmente desejável em solos de pH neutro e elevado. Estudos agronômicos mostram que não
há diferença significativa , quanto à nutrição fosfatada, entre os vários fertilizantes fosfatados comerciais sob muitas
condiçôes.

O MAP granulado é aplicado em faixas concentradas abaixo da superfície do solo,


na proximidade das raízes em crescimento, ou em faixas na superfície. Também é
comumente aplicado em cobertura, por todo o campo, e misturado na superfície do
solo no plantio. Na forma de pó, é um importante componente dos fertilizantes em
suspensão. Quando o MAP é produzido com Hl04 especialmente puro, dissolve-se
prontamente em solução transparente, que pode ser utilizada em pulverização foliar
ou adicionada à água de irrigação. O teor de P20 5 equivalente do MAP de alta pureza
geralmente é 61%.

Práticas de manejo. Não existem precauçôes especiais associadas à utilização do MAP. A ligeira acidez associada a
este fertilizante reduz o potencial de perda de NH 3 para o ar. O MAP pode ser aplicado em estreita proximidade com
as sementes em germ inação sem haver preocupação com danos relacionados à NH 3 • A aplicação do MAP em faixa
protege o p da fixação pelo solo e facilita o sinergismo entre o amônio e a absorção de fosfato pelas ra ízes.

Quando o MAP é utilizado como adubo foliar ou adicionado à água de irrigação não deve ser misturado a fertilizantes
contendo cálcio ou magnésio. O MAP tem boas propriedades de armazenamento e manipulação. Algumas impurezas
químicas (tais como ferro e alumínio) natura lmente servem como condicionador para evitar endurecimento. O MAP
altamente puro pode requerer a adição de condicionador ou um tratamento especial para evitar endurecimento e
empedramento. Tal como acontece com todos os fertilizantes fosfatados, práticas de manejo apropriadas devem ser
utilizadas para minimizar qualquer perda de nutriente para a superfície ou água de drenagem.
uma fonte de MAP com alta pureza é usada como ingrediente em alimentos para animais. O NH/ é sintetizado em
proteína e o Hlo. - é utilizado em uma variedade de funçôes metabólicas nos animais.

u sos não-agrícolas. O MAP é usado em extintores de incêndio comumente encontrados em escritóri os, escolas e
lares. O spray do extintor dispersa o pó fino de MAP, que cobre o combustível e rapidamente extingue a chama.

Fonte: http://www.ipnl.net;specifics

NUTRIÇ O OE PLANTAS 4C - FONTE CERTA


Fosfato diamônlco
Módulo 3.3-8 O fosfato dlamõnlco (DAP) ó o fertlllzante fosfatado mais amplamente utlllzado no mundo,
É feito a partir de dois componentes comuns na indústria de fertilizantes e é popular devido ao seu teor relati-
vamente elevado de nutrientes e às suas excelentes propriedades físicas.

Produção. O fosfato de amônia se tornou disponível na década de 1960 e o DAP rapidamente se tornou o mais
popular nesta classe de produtos. É formulado em reação controlada de ácido fosfórico com amônia, na qual a
suspensão quente é em seguida arrefecida, granulada e peneirada . O DAP tem excelente comportamento e
propriedades de armazenamento. A fórmula pad rão do DAP é 18-46-0 e os produtos ferti lizantes com menor teor
de nutrientes não podem ser rotulados como DAP.
Os insumos necessá rios para a produção de 1 tonelada de DAP são: 1,5 a 2 t de rocha fosfática, 0,4 t de S para
dissolver a rocha e 0,2 t de amônia. Muda nças na oferta ou no preço de qualq uer desses insumos terão impactos
no preço e na disponibilidade de DAP. O alto teor de nutrientes do DAP colabora na redução dos custos de frete,
manuseio e aplicação. O DAP é produzido em muitos locais do mundo e é uma comm odity amplamente negociada.

Propriedades químicas
Fórmula química: (NH4)iHP04
Conteúdo de N: 18%
Conteúdo de P20 s: 46%
Solubilidade em água (20 ºC): 588 g l 1
pH da solução: 7,5 a 8,0

Uso agrícola. O DAP é uma excelente fonte de P e N para a nutrição das plantas. É altamente solúvel e, portanto,
dissolve-se rapidamente no solo para liberar o fosfato e o amônia disponíveis para as plantas. Uma propri edade
notável do DAP é o pH alcalino que se desenvolve em torno do grânulo em dissolução.

Como a amônia é liberada na dissolução dos grânulos de DAP, a amônia volátil pode
ser prejudicial para as mudas e raízes das plantas que estão próximas. Este dano
potencial é mais comum quando o pH do solo é maior que 7, uma condição que
normalmente existe em torno do grânulo em dissolução. Para evitar a possibilidade
de danos às mudas, cuidados devem ser tomados para evitar a aplicação de altas
concentrações de DAP perto das sementes em germinação.

O amônio presente no DAP é uma excelente fonte de N e será gradualmente


convertido em nitrato pelas bactérias do solo, resultando em queda subsequente
no pH. Por conseguinte, o aumento no pH do solo ao redor dos grânulos de DAP tem
efeito temporário. Este aumento inicial no pH do solo vizinho ao grânulo pode influenciar as reações localizadas do
fosfato e da matéria orgânica do solo.

Práticas de manejo. Existem diferenças quanto à reação química inicial do adubo no solo entre os vários
fertilizantes fosfatados comerciais, mas essas diferenças tornam-se menores ao longo do tempo (em semanas ou
meses) e mínimas até que a nutrição das plantas seja afetada. Comparando-se DAP e fosfato monoamõnico (MAP)
no campo nota-se que, com bom manejo do fertilizante, na maior parte dos resultados, ocorre pouca ou nenhuma
diferença no crescimento e na produtividade das plantas.

Usos não-agrícolas. O DAP é utilizado em muitas aplicações como retardante de fogo. Por exemplo, uma mistura
de DAP e outros ingredientes pode ser espalhada em uma floresta para evitar a queima pelo fogo. Essa mistura se
torna, então, uma fonte de nutrientes depois que cessa o p~rigo de incêndio. O DAP é utilizado em vários processos
industriais, como, por exemplo, no acabamento de metais. E comumente adicionado ao vinho, para sustentar a
fermentação de leveduras, e na manufatura de queijos, para suprir com nutrientes o meio de cultura inicial.

Fonte: http://www.ipni.net;specifics

NUTRIÇÃO DE PLANTAS 4C · FONTE CERTA


Polifosfato
Módulo 3.3-9 A deficiência de fósforo llmlta o crescimento e a produti-
vidade das plantas em multas partes do mundo. Visto que muitos solos
são pobres em P, este nutriente geralmente é adicionado para melhorar o Ortorosíalo Pirofosfalo Trifosfato

rendimento e a qualidade das culturas. O fósforo é derivado de depósitos


geológicos distribuídos em todo o globo. O polifosfato é um excelente ferti li-
zante líquido amplamente utilizado na agricultura.
Tollafosfalo Pontafosfalo Hexafosfato

Produção. O ácido fosfórico é o material de partida para a produção da maior


parte dos fertilizantes fosfatados comerciais. No entanto, sua acidez e algumas
das suas propriedades químicas dificultam o seu uso direto. Quando o ácido fosfórico e a amônia estão reagindo,
a água é expulsa e as moléculas individuais de fosfato se ligam entre si para formar um fertilizante líquido de poli-
fosfato.
Uma única molécula de fosfato é chamada de ortofosfato. "Poli" se refere a múltiplas moléculas de fosfato ligadas
em cadeia. Cada ligação entre moléculas de fosfato tem um nome, que varia de acordo com o seu comprimento,
embora polifosfato seja o termo geral que inclui todas estas moléculas ligadas.
Os polifosfatos de amônia mais comuns apresentam a seguinte composição de N-P2 05-Kp: 10-34-0 ou 11-37-0. Os
polifosfatos oferecem a vantagem de possuir elevado teor de nutrientes em forma de fluido claro, livre de cristais,
que é estável em grande intervalo de temperatura e tem longa vida de armazenamento. Muitos nutrientes se mistu-
ram bem com os polifosfatos, tornando-os um excelente veículo para micronutrientes.

Propriedades químicas Fórmula fertlllzante


Nome 10-34-0 11-37-0
Densidade, kg L- 1
1,39 1,43
pH 5,9 6,1

Uso agrícola. No polifosfato, entre metade a três quartos do P está presente nos polímeros em forma de cadeia. o
P remanescente (ortofosfato) está prontamente disponível para a absorção pelas plantas. As cadeias de polímeros
de fosfato são primeiramente quebradas em moléculas simples de fosfato pelas enzimas produzidas por microrga-
nismos do solo e das raízes das plantas. Alguns dos polifosfatos serão decompostos sem a ação das enzimas. A ativi-
dade enzimática é mais rápida em solos úmidos e quentes. Metade dos compostos de polifosfato são convertidos
em ortofosfato no prazo de uma a duas semanas. Em condições frias e secas, a conversão pode demorar.

Visto que os fertilizantes polifosfatos contém uma combinação de ortofosfatos e polifosfa-


tos, as plantas são capazes de utilizar esta fonte de forma muito eficiente. A maior parte
dos fertilizantes fluidos que contém P possuem polifosfato de amônia na sua composição.
Adubos fluidos são comumente utilizados na produção agrícola, mas não são amplamente
utilizados pelos proprietários. Os fertilizantes fluidos são convenientes para os agricultores
já que podem ser facilmente misturados a outros nutrientes e produtos químicos e cada
gota do líquido possui exatamente a mesma composição. Na maior parte dos casos, a
decisão de se usar fertilizantes sólidos ou fluidos é baseada no preço dos nutrientes, nas
preferências de manuseio do fertilizante e nas práticas de campo, e não nas diferenças
agronômicas significativas.

Práticas de manejo. O polifosfato de amónio é usado principalmente como fonte de P para as plantas. Conside-
rando que o P tem mobilidade limitada na maior parte dos solos, esforços devem ser feitos para colocar o adubo
perto das raízes em desenvolvimento. Práticas devem ser adotadas para minimizar o movimento do P do solo para a
água adjacente. O excesso de P na água superficial pode estimular o crescimento de algas indesejáveis.

Uso não-agrícola. O fosfato é um componente essencial na nutrição humana. O polifosfato é um aditivo alimentar
aprovado e não exige precauções especiais para manuseio. Compostos de polifosfato são amplamente utilizados
como retardante de fogo em muitos produtos, incluindo madeira, papel, tecido e plástico. Também é utilizado como
retardante de incêndios florestais. O modo de ação do polifosfato de amônia envolve a formação de uma camada
carbonizada após a queima, impedindo, assim, o aparecimento de chamas adicionais.
Fonte: http:j/www.ipnl.net/specifics

NUTRIÇÃO DE PLANTAS 4C - FONTE CERTA


Superfosfato simples

Módulo 3.3-10 O superfosfato slmples (SSP) foi o primeiro fertlllzante mineral a ser comerclallzado e levou
ao desenvolvlmento da moderna Indústria de nutrientes das plantas. Este já foi o fertilizante mais comumente
utilizado, mas atualmente outros fertilizantes fosfatados já substituem o SSP devido ao seu conteúdo relativamente
baixo de P.

Produção. A indústria moderna de fertilizantes foi lançada em 1840 ao se descobrir que a adição de ácido sulfúrico ao
fosfato natural produzia um excelente fertilizante solúvel, denominado de superfosfato. Ossos de animais terrestres
foram utilizados pela primeira vez nesta reação, mas depósitos naturais de rocha fosfática (apatita) logo substituíram
o suprimento limitado de ossos. O processo de produção de SSP é semelhante ao que ocorre naturalmente com os os-
sos ou a apatita nos solos ácidos. A técnica básica mudou muito pouco desde o século passado. O fosfato de rocha
é colocado para reagir com o ácido sulfúrico para formar um semi-sólido, o qual arrefece durante várias horas em
local apropriado. O material é então transportado para uma pilha de armazenamento onde permanecerá várias
semanas para o processo de cura. O material endurecido é, então, moído e peneirado até ao tamanho apropriado
de partícula ou granulado. A reação química geral é:
CaJ(P0 4h (rocha fosfática] + 2 H2S04[ácido sulfúrico]-+ Ca(H 2 P04h [fosfato monocálcico] + 2 CaS04 [gesso]

O SSP pode ser facilmente produzido em pequena escala para atender às necessidades regionais. Visto que o SSP
contém tanto fosfato monocálcico (MCP, também chamado de dihidrogenofosfato de cálcio) quanto gesso, não
existem problemas com a eliminação do subproduto fosfogesso, como ocorre com a produção de outros fertilizantes
fosfatados comuns.
O SSP também é conhecido como superfosfato comum e superfosfato normal. É por vezes confundido com o super-
fosfato triplo (ST), o qual é produzido por meio da reação de fosfato de
ror.hr1 r.om ~r.irlo fosfórir.o.

Propriedades químicas

Conteúdo de P20s: 16% a 20%


Conteúdo de Ca: 18% a 21%
Conteúdo de S: 11% a 12%
pH: <2
Superfosfato simples granulado

Uso agrícola. O SSP é uma excelente fonte de três nutrientes para as plantas. A reação do componente p no
solo é semelhante a de outros fertilizantes solúveis. A presença de ambos, P e S, no SSP pode ser uma vantagem
agronômica nos solos onde ambos os nutrientes estão deficientes. Estudos agronômicos atestam que o SSP geral-
mente se mostra superior aos outros fertilizantes fosfatados devido ao S e/ou Ca que contém. Quando localmente
disponível, o SSP tem uso generalizado na adubação de pastagens, onde P e S são necessários. Como fonte isolada
de P, o SSP muitas vezes é mais caro do que outros fertilizantes mais concentrados, perdendo, portanto, em popu-
laridade.

Práticas de manejo. Não existem precauções agronômicas especiais ou de manuseio para o SSP. A sua eficiência
agronômica é semelhante à de outros fertilizantes fosfatados, secos ou líquidos.
A perda de P no escoamento superficial de campos fertilizados pode contribuir para os problemas de qualidade da
água. Práticas agrícolas que minimizem essa perda devem ser implementadas.
Usos não-agrícolas. O SSP é usado principalmente como fonte de nutrientes para as plantas. No entanto, 0 MCP e
o gesso (os dois principais ingredientes do SSP) são amplamente utilizados em muitos produtos. Por exemplo, 0 MCP
geralmente é adicionado para enriquecer a alimentação animal. Também é comumente utilizado como agente de
fermentação na culinária. O gesso é amplamente usado na Indústria de construção, bem como em alimentos e produtos
farmacêuticos.

Fonte: http://www.ipni.net/speclfics

MI rrA l ~Ãn D E'. PLANTAS 4C - F'ONTE'. ~E'ATA


Superfosfato triplo
Módulo 3.3-11 O superfosfato triplo (SST) foi um dos primeiros fertilizantes com alto teor de P amplamente
utlllzados no século 20. Tecnicamente, é conhecido como dihidrogeno fosfato de cálcio e como fosfato monocál-
cico - [Ca(H 2P04)i·H20] . É uma excelente fonte de P, porém, seu uso tem diminuído à medida que outros fertilizan-
tes fosfatados tem se tornado mais populares.

Produção. A produção de SST é relativamente simples. O SST não granulado é comumente produzido fazendo-se
reagir fosfato de rocha finamente moído com ácido fosfórico líquido em misturador tipo cone. O SST granulado
é feito de forma semelhante, porém a mistura resultante é pulverizada como revestimento sobre as partículas
pequenas para a formação de grânulos com o tamanho desejado. O produto resultante de ambos os métodos
de produção é deixado em processo de cura durante várias semanas, quando então as reações químicas são
lentamente concluídas. A química e o processo de reação podem variar, dependendo das propriedades da rocha
fosfática.

O superfosfato triplo está


Propriedades químicas disponível nas formas
granulada (foto) e não
Fórmula química: Ca(H2P04)2 · H20
granulada
Conteúdo de P20s: 44%a 48%
Conteúdo de Ca: 13% a 15%
P solúvel em água: Geralmente > 90%
pH da solução: 1a3

Uso agrícola. O SST possui diversas vantagens agronômicas, as quais fizeram dele uma fonte popular de P por
muitos anos. Entre os adubos sólidos que não contêm N, ele apresenta o maior teor de P. Mais de 90% do P total
no SST é solúvel em água, o que o torna, desse modo, rapidamente disponível para a absorção pelas plantas.
Após a umidade do solo dissolver o grânulo, a solução concentrada do solo torna-se ácida. O SST também contém
15% de cálcio (Ca), fornecendo um nutriente adicional para as plantas.
O principal uso do SST ocorre nas misturas de fertilizantes sólidos para aplicação à lanço na superfície ou em
faixa concentrada abaixo da superfície do solo. Também é desejável na adubação de plantas leguminosas, como
alfafa e feijão, para as quais não é necessária adubação nitrogenada adicional para suplementar a fixação
biológica.
Práticas de manejo. A popularidade do SST diminuiu porque seu conteúdo total de nutrientes (N + P20 5) é me-
nor, comparado aos fertilizantes fosfatados amonlacais, tal como fosfato de monoamônio, que contém 11% de N
e 52% de P20 5 • O custo de produção do ST pode ser mais elevado do que o dos fosfatos amoniacais, tornando a
economia do SST menos favorável em algumas situações.

No manejo dos fertilizantes fosfatados deve-se evitar as perdas de P no escoamento superficial da água no campo.
A perda de fósforo do solo agrícola pode contribuir para o estímulo do crescimento de algas indesejadas nas
águas de superfície. Práticas adequadas de manejo de nutrientes podem minimizar esse risco.

Usos não-agrícolas. O fosfato monocálcico é um ingrediente importante do fermento em pó. O fosfato mono-
cálcico ácido reage com um componente alcalino para produzir dióxido de carbono - o fermento utilizado em
muitos produtos de padaria. O fosfato monocálcico é comumente adicionado à dieta dos animais como um
suplemento mineral importante, tanto de fosfato como de Ca.

Fonte: http://www.ípni.net/specifics

NUTRIÇÃO DE PLANTAS 4C - FONTE CERTA


Fosfato de rocha
Módulo 3.3-12 Adições de fósforo são necessárias em grande parte das áreas agrícolas do mundo para
melhorar a fertilidade do solo e a produção vegetal. A aplicação direta de rocha fosfática não transformada
(FR) no solo pode ser uma valiosa fonte de nutrientes para as plantas em condições específicas, mas há vários
fatores e limitações a serem considerados.

Produção. O fosfato de rocha é obtido a partir de depósitos geológicos localizados ao redor do mundo. A apatita,
um mineral de fosfato de cálcio, é o principal constituinte do FR. É extraída principalmente de depósitos marinhos
sedimentares, sendo uma pequena quantidade
obtida de fontes ígneas. A maior parte do FR é recu-
perada através da mineração de superfície, embora
uma parte seja extraída de minas subterrâneas.

O minério é inicialmente peneirado e algumas das


impurezas removidas perto do local de mineração.
A maior parte do FR é utilizada para a produção de
fertilizantes fosfatados solúveis, enquanto outra
parte é utilizada para aplicação direta no solo. Embora o FR seja uma valiosa fonte de P para as plantas, a aplica-
ção direta no solo nem sempre é apropriada. Sua eficácia depende parcialmente das impurezas minerais que
ocorrem naturalmente, tais como argila, carbonato, ferro e alumínio (AI). A eficácia do FR para aplicação direta é
estimada em laboratório através da dissolução da rocha em solução contendo ácido diluído para simular as condi-
ções do solo. Fontes classificadas como altamente reativas são as mais adequadas para aplicação direta no solo.

A utilização direta do FR evita o processamento adicional associado à conversão da apatita em uma forma solúvel.
O processamento mínimo do FR pode resultar em uma fonte de nutrientes de custo mais baixo e torná-lo aceitável
nos sistemas de produção de culturas orgânicas.

Uso agrícola. Quando um fertilizante fosfatado solúvel em água é adicionado ao solo, ele se dissolve rapidamente
e reage para formar compostos de baixa solubilidade. Quando o FR é adicionado ao solo, ele se dissolve lentamen-
te, liberando os nutrientes gradualmente; porém, a taxa de dissolução pode ser demasiado lenta para sustentar o
crescimento adequado das plantas em alguns solos. Para otimizar a eficácia do FR, os seguintes fatores devem ser
considerados:
• pH do solo: O FR requer solos ácidos para ser uma fonte efetiva de nutrientes. Geralmente, o uso do FR não é
recomendado em solos com pH superior a 5,5. A adição de calcário para elevar o pH do solo e reduzir a toxici-
dade de AI pode retardar a dissolução do FR.
• Capacidade de fixação de P do solo: A dissolução do FR aumenta com a maior capacidade de fixação de p do
solo (como alto teor de argila).
• Propriedades do solo: Baixo teor de cálcio e alta quantidade de matéria orgãnica no solo tendem a acelerar a
dissolução do FR.
• Localização: A aplicação a lanço e a incorporação do FR com o cultivo aceleram a reação com o solo.
• Espécie: Algumas espécies de plantas podem utilizar melhor o FR devido à excreção de ácidos orgânicos de
suas raízes no solo circundante.
• Época: O tempo requerido para a dissolução do FR exige que a sua aplicação seja feita antes que ocorra a
demanda pela planta.

Práticas de manejo. Nem todas as fontes de FR não transformadas são apropriadas para aplicação direta no solo.
Além disso, muitos solos não são adequados para uso do FR. O teor total de P de um material não é um bom indicador
do seu potencial de reatividade no solo. Por exemplo, muitas fontes ígneas de FR são ricas em P total, mas são de
baixa reatividade e fornecem nutrição mínima para as plantas porque dissolvem-se muito lentamente. No entanto, os
fungos mlcorrízicos podem auxiliar na aquisição de P em materiais de baixa solubilidade em alguns ambientes.

Mais de 90%do FR é convertido em adubo fosfatado solúvel quando reage com o ácido. Esta reação química é
semelhante à que o FR sofre quando reage com a acidez do solo. A eficácia agronômica e econômica do FR pode ser
equivalente à dos fertilizantes fosfatados solúveis em água, em algumas circunstâncias, mas as condições específicas
devem ser consideradas ao se fazer essa escolha.

Fonte: http://www.ipnl.net/specifics

NUTRIÇÃO DE PLANTAS 4C • FONTE CERTA


Cloreto de potássio
Módulo 3.3-13 Os fertlllzantes potásslcos são comumente utlllzados para ellmlnar as deficiências da planta.
Ond e os solos não podem fornecer a quantidade de K exigida pelas cu lturas, é necessário fornecer este
nutriente essencial para a planta na forma de ferti lizante. Potassa é um te rmo gera l uti lizado pa ra descreve r
vários fertilizantes contendo K utilizados na agricu ltu ra . O cloreto de potássio (KCI), a fonte mais comumente
utilizada , também é conhecido corno rnuriato de potássio ou MOP (muriato é o antigo nome de qua lquer sa l
contendo cloreto) . O potássio está sempre presente nos minerais como cátion de carga +1 (K•).

Produção. Depósitos de potássio profund amente enterrados


são encontrados em todo o mundo. O minera l domina nte é a Propriedades químicas
silvita (KCI ) mist urada com ha lita (cloreto de sód io), as quais Fórmula qu ímica: KCI
formam um minera l misto denominado de silvinita. Grande 0-0-60
Anál ise do fertil izante:
parte dos mi nerais de K é extraída de antigos depósitos ma ri-
Conteúdo de K20 : 60% a 63%
nhos profundos, abaixo da superfície da Terra. Em segu ida,
Conteúdo de C/· : 45% a 47%
são transportad os para uma ins-
Solubilidade em água (20 ºC): 344 g l1
talação de processamento, onde o
minério é moído e os seus sais de K pH da solução: cerca de 7
são separados dos sais de sódio. A
cor do KCI pode variar de vermelho a branco, dependendo da fo nte de silvi nita. O tom
avermelhado vem de pequenas quantidades de óxido de ferro. Não há diferen ças agro-
nômicas entre as formas vermelha e branca de KCI.
Uma parte do KCI é produzida por injeção de água quente em profundidade no solo
para dissolver o mineral solúvel silvinita. Depois disso, a salm oura é bombeada de volta
No cloreto de potássio, para a superfície, onde a água é evaporada. No Mar Morto e no Great Salt La ke (Utah), a
a relação entre os dois evaporação solar é usada para recuperar os valiosos sa is de potássio da água salgada .
elementos é de 1 :1.

Uso agrícola. O cloreto de potássio é o fertil izante potássico mais amplamente utilizado
devido ao seu custo relativamente baixo e por incluir mais K do que a maioria das outras fontes ... 50% a 52% de K
(60% a 63% Kp) e 45% a 47% de c1·.
Mais de 90% da produção global de potássio é usada para a nutrição das plantas. O cloreto de potássio é frequen-
temente espalhado sobre a superfície do solo antes do plantio e
cultivo. Também pode ser aplicado em fai xa concentrada perto
da semente. Visto que a dissolução do fertilizante irá aumentar a
concentração de sal solúvel, a faixa de KCI é colocada ao lado da
semente, a fim de evitar danos à planta em germinação.

O cloreto de potássio dissolve-se rapidamente na água do solo.


O K• é mantido nos sítios de troca de cátions carregados
negativamente da argila e da matéria orgânica. A porção C/· O cloreto de potássio é encontrado em vá ria s
move-se facilmente com a água . Uma classe especialmente pura tona lidades e tamanhos de partíc ulas.
de KCI pode ser dissolvida para a produção de adubos fluidos ou
aplicada através dos sistemas de irrigação.

Práticas de manejo. O cloreto de potássio é ut ilizado principalmente como fonte nutricional de K. No entanto, exis-
tem regiões onde as plantas respondem favoravelmente à aplicação de CI ·. O cloreto de potássio geralmente é o
material preferido para satisfazer essa necessidade. As doses usuais de KCI não provocam impactos significativos
sobre a água ou o ar. Elevadas concentrações de sal ao redor do fertilizante dissolvido podem ser o fator mais im-
portante a ser considerado no manejo do KCI.

usos não-agrícolas. O potássio é essencial para a saúde humana e animal. Ele deve ser ingerido regularmente,
porque não é armazenado no corpo. O cloreto de potássio p_ode ser utilizado corno substituto do sal para os indiví-
duos que estão sob dieta restrita de sal (cloreto de sódio). E usado como agente de degelo e tem va lor fertil izante
depois que o gelo derrete. Também é ulil izado em amacladores de água para substituir o cál cio na água .

Fonte: http://www.lpnl.net;specifics

NUTRIÇÃO DE PLANTAS 4C - FONTE CERTA


Sulfato de potássio
Módulo 3 .3-14 O fertllizante potássico geralmente é utilizado para melhorar o rendimento e a qualidade
das plantas que crescem em solos que apresentam déficit no abastecimento adequado desse nutriente
essenclal. Grande parte dos fertilizantes potássicos vem de antigos depósitos de sal localizados em todo o
mundo. A palavra "potassa" é um termo geral que se refere mais frequentemente ao cloreto de potássio (KCI),
mas também se aplica a todos os outros fertilizantes contendo K, tal como o sulfato de potássio (K 2S04 ou SOP).

Produção. O potássio é um elemento relativamente abundante na crosta terrestre e a produção de fertilizantes


potássicos ocorre em todos os continentes habitados. No entanto, o K2S04 raramente é encontrado em forma
pura na natureza. Em vez disso, encontra-se naturalmente misturado a sais que contêm Mg, Na e CI. Estes mine-
rais exigem processamento adicional para separar os seus componentes. Historicamente, o K2S04 foi produzido
através da reação do KCI com ácido sulfúrico. No entanto, descobriu-se mais tarde que vários minerais do solo
podem ser manipulados para produzir K2S04, e este é, atualmente, o método mais comum de produção. Por
exemplo, minerais que contêm K naturalmente (tais como cainita e schoenita) são extraídos e cuidadosamente
enxaguados com soluções de água e sal para remover os subprodutos e produzir K2S04. Processo similar é usado
para extrair K2SO4 do Great Salt Lake, em Utah, e de depósitos minerais no subsolo.

No Novo México (EUA), o K2S04 é separado do mineral langbeinita pela reação deste com solução de KCI, o que
remove os subprodutos (tais como Mg) e deixa o K2S04. Técnicas de processamento similares são usadas em
muitas partes do mundo, dependendo da disponibilidade de matérias-primas.

Propriedades químicas

Fórmula: K2S04
Conteúdo de K20: 48%a 53%
Conteúdo de S: 17% a 18%
Solubilidade (25 ºC): 120 g L.:1 '

pH da solução: cerca de 7

Uso agrícola. As concentrações de K no solo frequentemente são muito baixas para sustentar o crescimento
adequado das plantas. O potássio é necessário para completar muitas funções essenciais nas plantas, como a
ativação de reações enzimáticas, síntese de proteínas, formação de amido e açúcares e regulação do fluxo de
água nas células e folhas.
O sulfato de potássio é uma excelente fonte de K e S para as plantas. A porção K
do K2S04é igual a de outros fertilizantes potássicos comuns. No entanto, também
fornece uma fonte valiosa de enxofre (S), que às vezes se encontra deficiente para
o crescimento das plantas. OS é necessário para a síntese de proteínas e para
a função enzimática. Existem certos solos e culturas para os quais a adição de
c1- deve ser evitada. Neste caso, o K2S04 torna-se uma fonte muito adequada de
K. A solubilidade do sulfato de potássio representa um terço da solubilidade do
KCI, por isso, geralmente não é utilizado na água de irrigação, a menos que haja
necessidade adicional de S.
o K2S04 geralmente está disponível em vários tamanhos de partículas. As partículas finas(< 0,015 mm) são
utilizadas para a fabricação de soluções para irrigação ou fertilizantes foliares, uma vez que se dissolvem mais
rapidamente. Pulverizações foliares de K2S04 constituem uma forma prática de fornecer K e S para as plantas,
complementando os nutrientes absorvidos do solo. Danos foliares podem ocorrer se a concentração for muito
elevada.

Práticas de manejo. O K2 S04 frequentemente é utilizado na adubação de culturas em substituição ao KCI quando
o c1- é indesejável. O índice salino parcial do K2 S0 4 é menor do que o de alguns outros fertilizantes potássicos
comuns. A condutividade elétrica (CE) da solução de K2S0 4 é menos de um terço da CE de solução semelhante de
KCI (10 mmol L· 1) . Quando altas doses de K2S04 são necessárias, geralmente recomenda-se aplicá-las em doses
parceladas. Isso ajuda a evitar o acúmulo de K na planta e também minimiza qualquer dano potencial do sal.

Fonte: http://www.lpnl.net/specilics

NUTRIÇÃO OE PLANTAS 4C - FONTE CERTA


Sulfato de potássio e magnésio: langbeinlta
Módulo 3.3-15 A langbelnlta é uma fonte rara para a nutrição das plantas uma vez que os três nutrientes
essenciais estão naturalmente combinados em um único mineral. Ele fornece um suprimento prontamente
disponível de K, Mg e S para as plantas em crescimento.

Produção. A langbeinita é um material geológico diferenciado encontrado em apenas alguns locais do mundo.
Fontes comerciais de langbeinita vêm de minas subterrâneas perto de Ca rlsbad, no Novo México (EUA), que
começaram a ser exploradas comercialmente em 1930. Esses depósitos fora m formados há milhões de anos,
quando diversos sais, incluindo a langbeinita, foram se acumulando após a evaporação dos leitos dos oceanos
antigos. Esses depósitos de sal foram enterrados sob centenas de metros de sedimentos. Atualmente, a camada
de langbeinita é extraída com grandes máquinas de perfuração, lavada para remover as impurezas e, em seguida,
triturada em vários tamanhos de partículas. A langbeinita é considerada um fertilizante potássico, embora também
contenha quantidades significativas de Mg e S. A presença de óxido de ferro fornece um tom avermelhado a algumas
partículas da langbeinita.

Propriedades químicas

Fórmula química: K2S04•2MgS04


Conteúdo de K20: 21% a 22%
Conteúdo de Mg: 10% a 11%
Conteúdo de S: 21%a 22%
Solubilidade em água (20 ºC) 240 g l:1
pH da solução: cerca de 7

Uso agrícola. A langbeinita é um fertilizante popular utilizado principalmente quando vários nutrientes são
necessários para prover a nutrição adequada da planta. Tem a vantagem de possuir K, Mg e S dentro de uma única
partícula, o que ajuda a proporcionar uma distribuição uniforme dos nutrientes quando é espalhada no campo.
Devido ao fator econõmico, a langbeinita não pode ser recomendada para satisfazer a necessidade total de K de
uma cultura. Em vez disso, a dose de aplicação pode ser baseada na necessidade de Mg e/ ou s.

A langbeinita é totalmente solúvel em água, mas sua dissolução é mais


lenta, comparada a de outros fertilizantes potássicos comuns, porque
suas partículas são mais densas. Por isso, não é adequada para disso-
lução e aplicação por meio de sistemas de irrigação, a menos que seja
finamente moída. Ela tem pH neutro, o que não contribui para a acidez
ou alcalinidade do solo. Isso a diferencia de outras fontes comuns de Mg,
como a dolomita, que aumenta o pH do solo, e do S elementar ou sulfato
de amõnio, que diminuem o pH do solo.

Operação de mineração subterrânea Ela é comumente utilizada quando se deseja um fertilizante livre de c1 -,
tal como no cultivo de culturas sensíveis ao c1- (alguns vegetais e culturas
arbóreas). A langbeinita é um fertilizante concentrado em nutrientes, com um índice salino total relativamente
baixo. Em alguns países, fontes particulares de langbeinita foram certificadas para uso em agricultura orgânica.

Práticas de manejo. A langbeinita não tem restrições de uso ambiental ou nutricional quando utilizada em
doses agronômicas normais. Uma forma de langbeinita é vendida como fonte de K, Mg e S na dieta alimentar de
animais e aves. Todos os três nutrientes são necessários para a nutrição animal e cada um deles tem um papel
metabólico específico necessário para a saúde animal. Essa fonte alimentar é reconhecida como segura por agências
governamentais. Tal como acontece com todos os nutrientes das plantas, as melhores práticas de manej o devem ser
observadas para se utilizar corretamente esse recurso. Uma partícula de tamanho especial deve combinar com uma
necessidade específica.

Uso não-agrícola. Não há aplicações Industriais importantes para a langbeinlta, além da agricultura.

Fonte: http://www.lpnl.net;speclfics

NUTRIÇÃO DE PLANTAS 4C - FONTE CERTA


' Nitrato de potássio
Módulo 3.3-16 O nitrato de potássio (KNO 3 ) é uma fonte solúvel de dois macronutrlentes essenciais
para as plantas. Comurnente, é utilizado como fertilizante em culturas de alto valor, que se beneficiam
da nutrição com nitrato (N0 3· ) e de uma fonte de potássio (K•) sem cloro (CI·).

Produção. O nitrato de potássio (ou NOP) é comum ente produzido por meio da reação do cloreto de potássio
(KCI) com uma fonte de nitrato. Dependendo dos objetivos e dos recursos disponíveis, o nitrato pode vir do
nitrato de sódio, do ácido nítrico ou do nitrato de amónio. O KN03 resultante é idêntico, independentemente
do processo de fabricação. O nitrato de potássio é normalmente vendido como material cristalino solúvel em
água, especialmente destinado a ser dissolvido e aplicado com a água, ou na forma de pérolas para aplicação
no solo. Tradicionalmente, este composto é conhecido como salitre.

700 - - - - - - - - - - - -
Propriedades químicas

Fórmula química: KNOa


Conteúdo de N: 13%
Conteúdo de K20: 44% a 46%
li
Solubilidade em água (20 ºC): 316 g l 1
pH da solução: 7 a 10 10 30

'
20 40

Tomperalura da égua rc)

Solubilidade em água dos fertilizantes potássicos comuns

Uso agrícola. O KN03 é especialmente utilizado em condições onde é necessária uma fonte altamente solúvel de
K e isenta de cloro. Nele, todo o N está prontamente disponível para a absorção pelas plantas na forma de nitrato,
que não requer ação adicional microbiana e transformação no solo. Agricultores que cultivam vegetais de alto valor
e pomares às vezes preferem utilizar uma fonte de nitrato na intenção de aumentar a produção e a qualidade. O
nitrato de potássio contém uma proporção relativamente elevada de K, com relação N:K de aproximadamente 1:3.
Muitas culturas têm demandas elevadas de K e podem remover tanto ou mais K do que N na colheita.
Aplicações de KN03 no solo são feitas antes do período de crescimento da planta
ou como suplemento durante a fase de crescimento. A solução diluída é, por vezes,
pulverizada sobre a folhagem das plantas para estimular os processos fisiológicos ou
corrigir as deficiências nutricionais. A aplicação folia r de K durante o desenvolvimento
do fruto pode ser vantajosa para algumas culturas, visto que esta fase de crescimento,
frequentemente com altas demandas de K, coincide com a fase de diminuição da
atividade radicular e da absorção de nutrientes. Também é comumente utilizado para
a produção de plantas em estufa e cultivo hidropônico.
Práticas de manejo. Ambos os nutrientes, N e K, são necessários para as plantas
na manutenção da qualidade da colheita, formação de proteína, resistência a doen-
ças e eficiência no uso da água. Portanto, o KN0 3 frequentemente é aplicado ao solo,
ou através do sistema de irrigação, durante a fase de crescimento para sustentar o
Cristais e pérolas de KNOJ
crescimento adequado da planta.
o nitrato de potássio representa apenas uma pequena parcela do mercado mundial de fertilizantes potássicos. Éuti-
lizado principalmente nos locais onde sua composição e propriedades únicas são capazes de proporcionar benefícios
específicos para os produtores. Isso inclui o seu uso em várias culturas de alto valor e especialização, bem como em
culturas de grãos e fibras. Éfácil de ser manuseado e aplicado e é compatível com muitos outros fertilizantes.
A solubilidade relativamente elevada do KN03 sob condições quentes permite o uso de solução mais concentrada,
comparado a outros fertilizantes potássicos comuns. Assim, é necessário o manejo cuidadoso da água para
impedir que o nitrato se movimente abaixo da zona radicular.
Usos não-agrícolas. O nitrato de potássio tem sido multo utilizado na fabricação de fogos de artifício e pólvora.
Também é comumente utilizado para manter a qualidade dos alimentos, como carne e queijo. Dentifrícios
contêm KN0 3 para aliviar a sensibilidade dentária. A mistura de KN0 3 e nitrato de sódio (NaN0 3 ) é usada para
o armazenamento de calor em Instalações que utilizam energia solar.

Fonte: http://www.ipnl.net/specifics

NUTRIÇÃO DE PLANTAS 4C · FONTE CERTA


Kieserita
Kieserlta é um mineral de ocorrência natural, quimicamente conhecida como sulfato de magnésio monohi-
dratado (MgS0 4-H 2 0). É extraída de depósitos geológicos marinhos e fornece uma fonte solúvel de Mg e S para
as plantas.
Produção. A kieserita é extraída principalmente de depósitos minerais subterrâneos profundos localizados na Alemanha.
Está presente nos restos de oceanos antigos, que foram evaporados e estão agora enterrados sob a superfície da
terra . Estes recursos minerais contêm vários nutrientes valiosos para as plantas. O minério é trazido para a superfície
do solo onde os sais de magnésio são separados dos sais de potássio e de sódio utilizando-se um único processo,
denominado separação eletrostática a seco (ESTA).
A kieserita, na forma cristalina fina, é vendida para aplicação direta no solo. Na forma granulada, é mais adequada
para ser espalhada mecanicamente ou para mistura a granel com outros fertilizantes.

Propriedades químicas

Fórmula química: MgS04-H20


Conteúdo de Mg: 16% (kieserita fina);
15% (kieserita granulada)
Conteúdo de S: 22% (kieserita fina);
20% (kieserita granulada)
Solubilidade: 417 g L- 1 (20ºC) Kieserita fina Kieserita granulada

pH da solução: 9

Uso agrícola. A kieserita fornece formas altamente concentradas de dois nutrientes essenciais para a planta - Mg e S.
Visto que as aplicações de kieserita não têm qualquer efeito significativo
sobre o pH do solo, ela pode ser utilizada em todos os tipos de solo,
independentemente do pH. É comumente utilizada antes ou durante o
período de crescimento para satisfazer as necessidades nutricionais das
plantas. Devido à sua alta solubilidade, pode ser utilizada para fornecer
Mg e S durante os períodos de pico de demanda das culturas. Dado que a
kieserita é um mineral extraído de jazidas naturais do solo, é considerada
como fonte orgânica de nutrientes por algumas agências de certificação
orgânica.
Operação de mineração para recuperar
kieserita A kieserita em si não é utilizada como adubo foliar ou em sistemas de
fertirrigação, mas serve como matéria-prima para produção do sal de
Epsom (MgS04-7H 2 0), que é totalmente solúvel e adequado tanto para aplicação foliar como para fertirrigação.

Práticas de manejo. Muitos solos são pobres em Mg e necessitam de nutrientes suplementares para sustentar
o rendimento e a qualidade das culturas. Solos de textura arenosa e solos com baixo pH (como os solos tropicais
altamente intemperizados) são frequentemente caracterizados pelo baixo suprimento de Mg para as plantas. Nessas
condições, elevar o teor de Mg no solo é um pré-requisito para uma fertilização adequada.
Nas áreas com elevada precipitação recomenda-se aplicações de Mg divididas em duas ou mais doses, a fim de evitar
perdas por lixiviação. Solos de clima temperado, com maior teor de argila, podem apresentar maiores teores de Mg e
muitas vezes são menos propensos a perdas do elemento por lixiviação.
As doses para aplicação de fertilizantes magnesianos variam de acordo com fatores como: exigência específica da
cultura, quantidade removida durante a colheita e capacidade dos minerais do solo de liberar a quantidade adequada
de Mg, em tempo hábil, para garantir o rendimento e a qualidade das culturas. As doses para aplicação de kieserita
estão na faixa de 200 a 300 kg ha-1 para muitas culturas. Demandas adicionais de Mg e S dura nte os picos de consumo,
no período de crescimento das plantas, podem ser atendidas pela aplicação foliar de materiais como sal de Epsom ou
outras fontes solúveis do nutriente.

Fonte: http://www.ipni.net/specifics
" Enxofre

Módulo 3.3-18 O enxofre é amplamente distribuído pelo mundo em multas formas. Em alguns solos, não
r há S suficiente para atender às necessidades da cultura . Há excelentes fertilizantes contendo S que podem
ser utilizados para tratar a deficiência das plantas.
1
Produção. O enxofre é um elemento relativamente abundante na crosta terrestre. Ele é extraído como S elementar
puro de depósitos vulcânicos e de minas de sal. Atualmente, é obtido como co-produto do processamento de
• combustíveis fósseis. Carvão, petróleo bruto e gás natural normalmente contém entre 0,1% e 4% de S, o qual é
removido durante a refinação ou purificação de gases de combustão. Muitos minerais comuns são usados como
fontes de S na agricultura.
OS elementar tem uma temperatura de fusão relativamente baixa (115 ºC), de modo que muitas vezes é trans-
portado e manuseado no estado líquido quente até que seja transformado em produto final. A maior parte da
produção global de Sé convertida em ácido sulfúrico {H 2S04 } para processamento posterior. A principal aplicação
do ácido sulfúrico é na produção de fertil izantes fosfatados.

Fontes comuns de enxofre

Não-solúvel S elementar
Semi-solúvel Gesso (15%a 17%S)
Solúvel Sulfato de amônia (24% S), sal de Epsom (13% S),
kieserita (23% S), langbeinita (22% S),
sulfato de potássio (18% S), tiossulfato (10%a 26%S) Enxofre elementar Pastilhas de enxofre
contendo pequenas
Uso agrícola. OS elementar não é solúvel em água e precisa ser oxidado por bactérias do quantidades de argila
solo (como Thiobacillus, por exemplo) a sulfato (S04 2") antes de ser absorvido pelas raízes das para melhorar a
plantas. A reação geral no solo é: 2S + 30 2 + 2H 20-+ 2H 2S0 4 • A velocidade desse processo dispersão e oxidação

• microbiano é regida por fatores ambientais, tais como temperatura e umidade do solo, bem
como pelas propriedades físicas do S.
As plantas utilizam quase exclusivamente o sulfato como fonte básica na sua nutrição, sendo convertido em muitos
componentes essenciais, tais como proteínas e enzimas. Várias abordagens têm sido utilizadas para aumentar a
conversão de S elementar em sulfato disponível para as plantas. A velocidade de oxidação do S elementar está
diretamente relacionada ao tamanho das partículas, sendo que as partículas menores têm maior área de super-
fície para a ação das bactérias do solo. Por conseguinte, as partículas grandes de S podem exigir meses ou anos
de ação biológica para que quantidades significativas de sulfato sejam oxidadas. Partículas finas, na forma de pó,
são rapidamente oxidadas, mas não são fáceis de serem aplicadas.
Uma técnica para aumentar a taxa de oxidação de S é a adição de pequenas quantidades de argila ao S fund ido
antes do produto esfriar e formar grânulos pequenos (pastilhas). Quando adicionada ao solo, a argila se expande
com a água e a pastilha se desintegra em partículas finas que são rapidamente oxidadas.
Camadas muito finas de S elementar podem ser incorporadas durante a fabricação dos grânulos de fertilizante.
Esses se oxida rapidamente e fica disponível para a absorção pelas plantas. Essa reação pode ter um impacto
positivo na disponibilidade de alguns micronutrientes para as plantas, como zinco (Zn) e ferro (Fe), que se tornam
mais solúveis com a diminuição do pH. OS elementar finamente moído é, por vezes, adicionado a suspensões
de fertilizantes. OS elementar é amplamente utilizado como fungicida para proteção de culturas - o sulfeto de
hidrogênio tóxico se desenvolve a partir da interação do S elementar com o tecido fúngico vivo.
os elementar e o ácido sulfúrico são normalmente utilizados na recuperação de solos que contêm sódio em
excesso e no tratamento da água de irrigação.
Práticas de manejo. O enxofre está disponível em muitas formas para atender às exigências específicas da cultura.
os elementar geralmente é aplicado com bastante antecedência ao período de demanda das culturas, visto que
é necessário um período adicional para ocorrer oxidação bacteriana e conversão do sulfato. Considerando que o
sulfato é um ânion , pode ficar sujeito à perda por lixlviação, semelhante ao que ocorre com o nitrato. No entanto,
não há impactos ambientais adversos associados a concentrações normais de sulfato na água.

Usos não-agrícolas. O enxofre é amplamente utilizado em produtos de consumo e aplicações industriais. É comu-
mente convertido em sulfato antes de ser utilizado, por exemplo, em tecidos, borracha , detergentes e papel.

Fonte: http:/ /www.lpni.net;speclfics

NUTRIÇÃO DE PLANTAS 4C · FONTE CERTA


Tiossulfatos
2
Módulo 3.3-19 Os tlossulfatos (S20 3 ) são líquldos claros que fornecem uma fonte de S e podem ser
utlllzados em várias situações. Eles também contêm outros nutrientes, incluindo N como amônia (ATS),
potássio (KTS), cálcio (CaTS) ou magnésio (MgTS).

Produção. O tiossulfato de amônia (ATS) é o fertilizante líquido com enxofre mais popular. Ele é produzido pela
reação de dióxido de enxofre, S elementar e solução aquosa de amônia. Outros tiossulfatos comuns são produzidos
de forma semelhante.
Os tiossulfatos são altamente solúveis em água e compatíveis com muitos outros adubos fluidos. O ATS geralmente
é misturado com ureia e nitrato de amônia (URAN) para a produção de um fertilizante amplamente utilizado com a
fórmula 28-0-0-5 (5% S).

Propriedades químicas
Fórmula Nome Conteúdo de Densidade pH
comum nutrientes kg L· 1
(NH4)~203 ATS 12% N, 26% S 1,34 7,0a 8,5
K2S203 KTS 25% K20 , 17% S 1,46 7,5 a 8,0 Tiossulfato
CaS203 CaTS 6% Ca, 10% S 1,25 6,5 a 8,0 [S,0 ,'1 Sulfato
(s0:1
MgS203 MgTS 4% Mg, 10% S 1,23 6,5 a 7,5

Uso agrícola. Depois de aplicado ao solo, a maior parte do tiossulfato reage rapidamente para formar tetrationato,
o qual, em seguida, é convertido em sulfato. Geralmente, o tiossulfato não está disponível para absorção pelas
plantas até que seja convertido em sulfato. Em solos quentes, esse processo é em grande parte concluído no
período de uma a duas semanas.
O tiossulfato é um agente redutor químico e também produz acidez após a oxidação do S. Devido a essas proprie-
dades, as moléculas de tiossulfato têm efeitos únicos sobre a química e a biologia do solo. Por exemplo, a aplica-
ção de ATS em faixa melhora a solubilidade de alguns micronutrientes. Deve-se seguir as orientações locais caso o
tiossulfato seja colocado em doses máximas na linha de sementes.
o tiossulfato pode retardar a velocidade da hidrólise da ureia, a conversão de ureia em amônia (NH/) e reduzir as
perdas de gás amônia (NH 3) quando quantidades suficientes de ATS são misturadas com URAN. Provavelmente,
este efeito inibidor seja devido mais à formação e à presença de tetrationato intermediário do que propriamente à
ação do tiossulfato. A nitrificação - conversão de NH 4 • a nitrato - também diminui na presença de ATS. Embora o
pH inicial do tiossulfato seja próximo de neutro, ele se oxida para formar ácido sulfú-
rico, e o NH/ no ATS irá formar ácido nítrico, resultando, assim, em ligeira acidifica-
ção do solo na zona de aplicação.
os tiossulfatos podem ser aplicados através de sistemas de irrigação por superfície,
aspersão e gotejamento. Muitos deles são usados em pulverizações foliares como
uma fonte rápida de nutrição para a planta (não recomendado com ATS).

Práticas de manejo. Deficiências de enxofre são observadas em culturas em todo o


mundo. Os tiossulfatos são materiais fertilizantes valiosos porque são fáceis de manu-
sear e aplicar, requerem medidas de segurança mínimas e são compatíveis com outros
fertilizantes comuns. No entanto, esses fertilizantes não devem ser misturados com
soluções altamente ácidas uma vez que isto causará a decomposição da molécula de
tiossulfato e subsequente liberação de dióxido de enxofre gasoso, que é nocivo.

usos não-agrícolas. Os tlossulfatos têm muitas aplicações Industriais. No processamento fotográfico são utiliza-
dos para ligar os átomos de prata presentes na película ou no papel. O tlossulfato de sódio é usado em sistemas
de tratamento de água para remover o cloro. É também utilizado para a extração de ouro, uma vez que forma um
complexo forte com esse metal em um processo atóxico.

Fonte: http://www.lpni.net/specifics

NUTRIÇÃO DE PLANTAS 4C · FONTE CERTA


Mistura granulada
Módulo 3.3-20 Muitos solos requerem a adição de vários nutrientes essenciais para corrigir as deficiências das
plantas. Os agricultores têm como opção selecionar uma combinação de fertilizantes simples ou utilizar um
fertilizante que contém vários nutrientes combinados em cada partícula . Essa combinação de fertilizantes pode
oferecer vantagens como: comodidade no campo, economia e facilidade no atendimento às necessidades nutri-
cionais das culturas.

Produção. As misturas granuladas são produzidas a partir de materiais fertilizantes básicos, tais como NH 3 , fosfato de
amônia, ureia, Se sais de potássio. Existem muitos métodos para a fabricação desses fertilizantes, sendo os processos
de fabricação específicos determinados pelos componentes básicos disponíveis e pelo conteúdo de nutrientes que se
deseja no produto final. Aqui estão quatro exemplos breves.
Métodos de compactação (aglomeração) envolvem a ligação de pequenas partículas de fertilizante por meio de
compactação, agente de cimentação ou ligação química. Várias proporções de nutrientes podem ser combinadas
utilizando-se partículas de tamanhos insignificantes, as quais podem não ser adequadas para outras aplicações.
No método da acreção os fertilizantes são formados por meio de repeti-
das adições de fina película de lama nutriente, as quais sofrem secagem ~
contínua, criando-se múltiplas camadas até que o grânulo atinja o tamanho
desejado.
Reatores de tubo central são usados para derreter quimicamente NH 3,
L--------=-------'
ácidos contendo Sou P e outros nutrientes - tais como fontes de K e micronutrientes-, formando um fertilizante sólido,
com o conteúdo desejado de nutrientes.
O processo do nltrofosfato envolve a reação da rocha fosfática com ácido nítrico para formar uma mistura de compostos
contendo N e P. Caso seja adicionada uma fonte de K durante o processo, resultará em fertilizante sólido com N, P e K.

Uso agrícola. A mistura granulada contém numerosos nutrientes em cada grânulo. Ela difere da mistura de grânulos,
pois nesta os adubos são misturados para formar uma composição média de nutrientes desejada. Devido a essa dife-
rença, a mistura granulada pode ser espalhada no solo, de modo que cada grânulo libera uma mistura de nutrientes à
medida que se dissolve no solo, sem apresentar problemas de separação das fontes de nutrientes durante o transporte
ou aplicação. Pode-se obter uma distribuição uniforme de micronutrientes em toda a zona radicular quando esses
elementos são incorporados às misturas granuladas.
Esses fertilizantes são especialmente eficientes para aplicação inicial, antes do plantio.
Existem fórmulas comerciais disponíveis para condições específicas de solo e cultura . A
simplicidade é uma das vantagens apresentadas pela mistura granulada, porém não permite
a mistura de fertilizantes para atender aos requisitos específicos das culturas.

Prát icas de manejo. As misturas granuladas são às vezes mais caras, comparadas à mistura
ou combinação de fontes primárias de nutrientes, uma vez que exigem processamento adicional.
No entanto, quando todos os fatores envolvidos na manipulação e utilização dos nutrientes são
considerados, as misturas granuladas podem oferecer grandes vantagens.
O nitrogênio é o nutriente que mais frequentemente precisa de cuidados para ser manejado e reapli-
cado durante o crescimento das plantas. Pode não ser possível suprir o solo com suficiente Nantes
do plantio e atender toda a demanda da planta usando apenas misturas granuladas, sem aplicar em
exc~sso alguns ~os outros nu~ríentes. Ass_im, é aconse!hável utilizar a mistura granulada no início do
penado de crescimento e, mais tarde, aplicar o N fert1l1zante de acordo com a necessidade.
A misturas granuladas são normalmente produzidas regionalmente para atender as necessidades das culturas locais. Há
grande variedade de propriedades químicas e físicas que podem ser ajustadas para satisfazer essas necessidades. Por
exemplo, o desejo de minimizar a perda de P no escoamento das águas pluviais na área urbana levou algumas comunida-
des a restringir a adição de P nas misturas granuladas vendidas para o cultivo de gramas e plantas ornamentais. Solos de
uma região que normalmente apresentam baixo teor de um nutriente específico podem se beneficiar com o incremento
desse elemento na mistura granulada.

Propriedades químicas. As fórmulas químicas variam amplamente. Misturas granuladas comuns Incluem:
10-10-10, 12-12-12, 17-17-17, 21-7-14, e multas outras formulações.

Fonte: http://www.lpnl.neVspeclfics

NUTRIÇÃO DE PLANTAS 4C · FONTE CERTA


Fertilizante revestido
Módulo 3.3-21 Diferentes revestimentos têm sido apllcados sobre partículas de fertlllzantes para controlar
sua solubllldade no solo. O controle da taxa de liberação de nutrientes pode oferecer vários benefícios
ambientais, econômicos e no rendimento das culturas.
Produção. Muitos materiais têm sido utilizados como revestimentos de fertilizantes solúveis. Os revestimentos são
mais comumente aplicados em fertilizantes nitrogenados granulados ou perolizados e, às vezes, em fertilizantes
multi-nutrientes. Dado que a ureia apresenta o maior teor de N entre os fertilizantes solúveis comuns, ela é o material
de base para a maior parte dos fertilizantes revestidos.
O enxofre elementar (S) foi o primeiro material para revestimento amplamente utilizado. O processo envolve a pulve-
rização de S fundido sobre grânulos de ureia, seguida por aplicação de cera vedante para fechar quaisquer fissuras
ou imperfeições no revestimento. O aperfeiçoamento desse processo foi adotado posteriormente, quando a camada
de S foi coberta com uma fina camada de polímero orgânico.
Outros fertilizantes revestidos são produzidos através da reação de vários polímeros à base de resina sobre a super-
fície do grânulo de fertilizante. Uma outra técnica combina polímeros de polietileno de baixa permeabilidade com
revestimentos de elevada permeabilidade. Os materiais e os processos de revestimento variam entre os fabricantes.
A composição e a espessura da camada de revestimento do fertilizante são cuidado-
samente ajustadas para controlar a taxa de liberação de nutrientes nas aplicações
específicas. O período de liberação de nutrientes dos fertilizantes pode variar de
algumas semanas a vários meses, de acordo com informações descritas no rótulo do
produto. Os fertilizantes revestidos são mais ca ros do que os materiais não revestidos
em virtude da despesa adicional associada à adição do revestimento na partícula de
fertilizante.

Uso agrícola. Os fertilizantes revestidos são usados em várias situações na agricultura e horticultura. Eles fornecem
um suprimento prolongado de nutrientes que oferece muitos benefícios. Estes incluem:
• Liberação contínua de nutrientes, que pode diminuir a lixiviação e as perdas gasosas.
• Redução dos custos de mão de obra e aplicação , eliminando a necessidade de múltiplas aplicações do fertili-
zante.
• Maior tolerância das plântulas à proximidade dos fertilizantes.
• Nutrição mais uniforme e melhor crescimento e desempenho das plantas devido à liberação prolongada de
nutrientes.
o máximo benefício dos fertilizantes revestidos só é alcançado quando o período de liberação de nutrientes é
sincronizado com os períodos de absorção de nutrientes pelas plantas.

Práticas de manejo. Prever o padrão de liberação de nutrientes dos fertilizantes revestidos nas amplas condições
de solo e cultivo é complexo, uma vez que a liberação é controlada por vários fatores ambientais. Por exemplo, muitos
fertilizantes revestidos liberam mais rapidamente os nutrientes com o aumento da umidade e da temperatura do solo.
Alguns produtos dependem da atividade microbiana do solo para a liberação dos nutrientes. Assim, a compreensão
do mecanismo de liberação de nutrientes é necessário para se obter o máximo proveito dos fertilizantes revestidos.

Alguns materiais de revestimento são relativamente frágeis e estão sujei-


tos a desgaste e quebra sob condições de ambiente agressivo. Portanto,
a manipu lação excessiva deve ser evitada sempre que possível.

Usos não-agrícolas. A tecnologia de liberação controlada é importante


e tem muitas aplicações. Talvez a utilização mais conhecida seja a da
liberação controlada de fármacos, que podem ser ingeridos com menor
frequência e mantidos em concentração constante na corrente sanguínea.
Materiais revestidos são também utilizados para fins veterinários e para controle de pragas.

Fonte: http://www.ipni.net/specifics

.._.,1Tatrln nc nt ........ ., A- -· · -- --
Gesso
Módulo 3.3-22 O gesso é um mineral comum retirado de depósitos superficiais e subterrâneos. Ele pode
ser uma fon te valiosa de Ca e S para as plantas e proporcionar benefícios para as propriedades do solo,
em cond ições específicas.

Produçâo. O gesso encontra-se nas formas de cristal e de rocha . Geralmente, resulta da evaporação da água
salina e é um dos minerais mais comuns em condições sedimentares. As rochas de cor branca ou cinza são
extraídas de depósitos subterrâneos ou a céu aberto; em seguida, são trituradas, peneiradas e utilizadas para
uma variedade de fins, sem processamento adicional. O gesso agrícola geralmente consiste de CaS0 4•2H20
(dihidratado). Sob condições geológicas de alta temperatura e pressão, o gesso é convertido em anidrita (CaS0 4
sem água).
O gesso é um subproduto das usinas alimentadas a combustíveis fósseis, onde o Sé obtido a partir da dessulfuri-
zação dos gases de combustão. O gesso também é um subproduto do processamento da rocha fosfática em ácido
fosfórico. O gesso reciclado das placas de parede é finamente moído e usado para aplicação no solo.

Propriedades químicas

Tipo de
sulfato de cá lcio Fórmula e composição Solubilidade
Dihidratado (gesso) CaS0. • 2H20 2,05 g L-1
[23%Ca, 18%S, 21% água]
Anidro caso. [29% ca, 23% SJ 2,05 g L-1
Semi-hidratado caso. • ½ H20 [Reverte-se em
(gesso de Paris) gesso quando se
adiciona água]

Uso agrícola. O gesso geralmente é adicionado ao solo como fonte de


nutrientes ou para modificar e melhorar as propriedades do solo. O gesso
é pouco solúvel em água, porém, é 100 vezes mais solúvel do que o calcário
em solos de pH neutro. Quando aplicado ao solo, sua solubilidade
depende de vários fatores, incluindo tamanho das partículas, umidade
e propriedades do solo. O gesso se dissolve em água para liberar Ca 2•
e S0 4 2·, sem impacto direto significativo no pH do solo. Em contraste, o
calcário irá neutralizar a acidez de solos com pH baixo. Em regiões com
subsolos ácidos, o gesso é, muitas vezes, utilizado como fonte relativa-
mente solúvel de Ca para redução da toxicidade de alumínio.

Alguns solos se beneficiam do gesso como fonte de Ca. Em solos com excesso de sódio (Na), o Ca liberado do
gesso se liga com maior afinidade do que o Na nos sítios de troca de cátions, liberando, assim, o Na para ser
lixiviado da zona radicular. O uso de gesso na reparação de solos com elevados teores de Na geralmente resulta na
melhoria das propriedades físicas do solo - tal como a redução da densidade, aumentando a permeabilidade e a
infiltração de água e diminuindo as crostas do solo. Na maior parte das situações, a adição de gesso, por si só, não
diminui a compactação dos solos argilosos e compactados.
Práticas de manejo. É bem conhecido o uso do gesso para fornecimento de Ca ao amendoim, o qual apresenta
um padrão de crescimento único. Geralmente, o gesso é espalhado na superfície do solo e misturado na zona radi-
cular. Existe equipamento que permite que o gesso seja finamente moído para ser distribuído através do sistema de
irrigação. Às vezes, o gesso é perolizado para aplicação mais prática em jardins domésticos e campos de golfe.

Usos não-agrícolas. A principal utilização do gesso é como material de construção (paredes e forros). Para fins de
construção, o gesso é moído e aquecido (calcinado) para remover a maior parte da água, resultando em argamassa
semi-hidratada (gesso de Paris). Posteriormente, quando a água é aclicionada ao pó, sofre expansão e endurece. o
gesso é amplamente utilizado em multas outras aplicações, tais como para condicionamento de água. nas Indústrias
alimentícias e farmacêuticas, e como retardador ela fixação de cimento.

Fonte: http://www.lpnl.net;speclfics

NUTRIÇÃO OE PLANTAS 4C - FONTE CERTA


Calcário
Módulo 3.3-23 O carbonato de cálclo, prlnclpal componente do calcário, é amplamente utlllzado para
neutrallzar a acidez do solo e fornecer Capara a nutrição das plantas. O termo "cal" se aplica a vários
produtos. porém. para uso agrícola em geral, se refere ao calcário moído.

Produção. O calcário é uma rocha sedimentar comum encontrada em depósitos geológicos generalizados. Ao longo
dos anos, tem sido usado como material de construção - um agente de cimentação-, e na agricultura, para corrigir
os solos ácidos. Em geral, o calcário agrícola (cal agrícola) é definido como qualquer substância que contém Ca ou
Mg e é capaz de neutralizar a acidez do solo. Muitos materiais podem ser classificados como calcário agrícola.
O calcário é extraído de pedreiras e de minas e geralmente requer esmagamento mecânico antes de ser utilizado.
A textura do calcário é uma característica importante para se determinar a rapidez com que reage com a acidez do
solo. Partículas menores reagem rapidamente, uma vez que existe maior área de superfície exposta para a reação
química. Partículas maiores reagem mais lentamente, porém, são fontes de neutralização do ácido que se susten-
tam a longo prazo. O tamanho das partículas geralmente está expresso no rótulo do produto.
Outros materiais no calcário, como a argila, podem reduzir sua pureza e capacidade de neutralizar a acidez. A
eficiência do calcário é avaliada com base na sua capacidade de neutralização relativa, tomando como padrão o
carbonato de cálcio puro (CaCO), um valor que é expresso como porcentagem equivalente em carbonato de cálcio
(Eeaco,). O calcário é mais solúvel em solos ácidos do que em solos neutros ou alcalinos. A presença de CaC03 é
detectada pela efervescência, quando uma gota de ácido forte é aplicada ao solo.

Propriedades químicas

Calcárlo/Calclta - carbonato de cálcio [CaC03]. Na maior parte insolúveis em água, mas a solubilidade
aumenta em meio ácido (contém um máximo de 40% de Ca).
Dolomlta - carbonato de cálcio e magnésio [Ca-Mg(C03)2]. Na maior parte insolúveis em água, mas a
solubilidade aumenta em meio ácido (contém de 2% a 13% Mg).
Calcário hidratado - hidróxido de cálcio [Ca(OH)2]. Relativamente insolúvel em água; forma solução
com pH >12.
Calcário queimado/ Cal viva - Óxido de cálcio [CaO]. Reage com água para formar calcário hidratado.

Uso agrícola. O calcário é utilizado principalmente para elevar o pH do solo ácido e reduzir a concentração de
alumínio (AI) na solução do solo. O pouco desenvolvimento da cultura em solos ácidos se deve em grande parte ao
AI solúvel, que é tóxico para o sistema radicular de muitas plantas. O calcário reduz o AI solúvel do solo através de
duas reações:
1) CaC03 + H20 ➔ Ca 2' + 20H- + C02
2) Al 3' [solúvel]+ 30H- ➔ Al(OHb [Insolúvel]
Adições de calcário também fornecem significativas quantidades de Ca (e possivelmente de Mg) para a nutrição das
plantas. Alguns benefícios secundários da neutralização da acidez do solo com calcário incluem:
• Aumento da disponibilidade de P,
• Melhor fixação de N pelas leguminosas,
• Aumento da mineralização do N e nitrificação,
• Melhor uso da água, recuperação de nutrientes
e melhor desempenho da planta, com sistema
radicular mais desenvolvido.

Práticas de manejo. A quantidade de calcário necessária para atingir o pH desejável do solo pode ser facilmente
determinada em laboratório. O calcário é comumente espalhado uniformemente sobre o solo e depois misturado na
zona radicular. A neutralização da acidez do solo não é um processo a ser realizado uma só vez, mas é necessário
repeti-lo periodicamente, dependendo do solo e das condições ambientais. As doses de aplicação geralmente são
medidas em toneladas por hectare.

Usos não-agrícolas. De todos os materiais da Terra, o calcário é um dos mais amplamente utilizados. Além de
seu emprego na construção civil, é usado em diversas aplicações, tais como controle de poluição do ar, sistemas de
tratamento de água potável e de águas residuais, estabilização do solo, medicamentos, antiácidos e cosméticos.

Fonte: http://www.lpni.neVspecifics

NUTRIÇÃO DE PLANTA 4C - FONTE CERTA


' .
Módulo 3. 5-1 O equllíbrlo da nutrição com N e K é a chave para melhorar o rendimento e a eficiência no uso
de N. Neste exemplo em Ohio, Estados Unidos, o benefício máximo do adubo nitrogenado aplicado foi obtido
somente quando a deficiência secundária de K foi corrigida .
Fonte: Murrell e Munson. Better Crops with Plant Food, v. 83, n. 3, p. 28-31, 1999.

14,0

--
'7
ro
..e 12,5
~
o K no solo: 139 mg kg·1
..e 1
.E 11 ,0
Produtividade: 13,2 t há
Q)
Dose de N: 200 kg ha·1
"O
Q)
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ro 9,5
"O
·s;: K no solo: 80 mg kg·1
:.:;
:::,
"O Produtividade: 10,5 t ha·1
o 8,0
• 1.... Dose de N: 314 kg ha-1
o...

6,5
o 90 180 270 360
1
Dose de N fertilizante (kg ha- )

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NUTRIÇÃO DE PLANTAS 4C · FONTE CERTA


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Capítulo @
PRINCÍPIOS CIENTÍFICOS DE APOIO
DOSE CERTA
O s princípios científicos fund amentais q ue definem a d ose compostos, biossólidos, resíduos de colheitas, deposição
certa para um conjunto específico de condições são os atmosférica e da água de irrigação, bem como nos fertili·
seguintes: zantes comerciais.
♦ Considerar a fonte, a época e o local de aplicação. ♦ Prever a eficiência de uso do fertilizante. Alguma
♦ Avaliar a demanda de nutrientes da planta. O perda é inevitável, assi m, para atender a demanda da
rendimento está d iretamente relacionado à quantidade planta, essa quantidade d eve ser estimada.
de nutrientes absorvidos pela cultu ra até a maturidade. ♦ Considerar os impactos sobre o solo. Se as saídas
Assim , a seleção de uma meta de rendimento significativa, de nutrientes de um sistema de cultivo forem superiores
aliada ao manejo corre to d a cultura e dos nutrientes e de às entradas, a fertilidade do solo diminuirá a longo
sua variabilidad e dentro dos campos e entre as estações, prazo.
são guias importantes na estimativa da demanda total d e
♦ Considerai· a dose econômica e specifica. Para
nutrientes pela cultu ra.
os nut rientes que não são re tidos no so lo, a dose de
♦ Utilizar métodos adequados para avaliar a dispo- aplicação ma is econô mica é aq uela acima da qual
nibilidade de nutrientes no solo. Práticas utilizadas não haverá retorno fin anceiro economicamente viável
podem incluir análise de solo e de planta, experimentos (lei dos rend imentos decresce ntes). Para os nutrientes
de resposta, parcelas com omissão de nutrientes, etc. retidos no solo , d eve·se considerar esse va lor para as
♦ Avaliar todas as fontes de nutrientes dis1>oní- cultu ras fu turas. Avaliar a proba bilidade de prever as
veis . Na maior parte d as faze ndas, a avaliação inclui a doses economicamente ótimas e o efe ito sobre os rendi·
quan tidade e a disponibilidade de nutrientes em esterco, mentas líq uid os deco rrentes dos erros de prev isão.

NUTR IÇÃO DE PLANTAS 4C · FONTE CERTA


A fa lta ou o excesso na aplicação de um dete rminado nutrien- outras palavras, a defici ê ncia el e um nutrie nt e não pod e ser
te pod e le r co nsequên cias econômicas e/ou ambientais na supe rada pe lo excesso ele outro. Assim , todos os 17 e lementos
produção agríco la . Quando o fert ilizante e outras fontes de esse ncia is devem estar prese ntes em quantidades suficientes
nutrientes tê m custo re lativamente baixo, co mparado ao va lor para satisfazer as exigências da cu ltura. A dose certa es tá
ela colheita a ser produzida, não há muito ince ntivo para se co ndi cionada à font e, à época e ao loca l ele ap licação. A
fazer uma recomendação co rre ia ele nutrientes, a menos que fon te de nutrientes precisa li berar a quantid ade certa de e le-
a cu ltura respo nda negativamente aos níveis excessivos de me ntos disponíveis no momento ce rto e no lugar certo para
nutrientes (por exemplo, o excesso de N ca usa acamamento ate nd e r às necessidades das plantas e m desenvolvimento.
e m culturas de grãos peq ue nos, red uz o teor ele açúcar em
b e terraba ou provoca crescimento vegetativo excess ivo em 4.1 Avaliar a demanda de nutrientes da planta
algodoeiro) ou uma consequência ambienta l relacionada ao
Um princípio cientifico-chave para selecionar a dose certa de
nutriente seja reconhecida e valorizada (por exemplo, a con-
fertilizantes é ajustar a oferta de nutrientes com a demanda
taminação de corpos d 'água por P) . No e nta nto, em épocas
de nutrientes da planta. A demanda de nutrientes se refere
de altos custos de nutrientes e/ou baixos preços elas safras,
à quantidade total de nutrientes que deve ser absorvida pela
o interesse do produtor no dese nvolvime nto d e progra mas
cultu ra durante se u período de desenvolvimento. Alguns
eficientes de fe rtili zação a ume nta consideravelmente.
destes nutrie ntes serão removidos do campo na colhe ita da
A Lei de Liebig, ta mb ém conhecida por Lei do Mínimo, cultu ra, ao passo que o restante será reciclad o, voltando
afirma que o rendimento de uma cultura será determinado para o siste ma como resíduo da colheita. Em alguns casos,
pelo e lemento presente e m quantidade mais limitante. Em os va lo res de absorção e os de remoção de nutrientes serão

Tabela 4.1 Total de nutrientes absorvidos pela parte aérea de algumas culturas.

- - - - - - - - - - - - - - kg absorvido/t·• - - - - - - - - - - - - - -
Cultura* Região
N P20s K20 s
Alfafa (MS) Arge ntina 27 5,7 25 3,5
Amendoim Índia 63 12 37 3,9
Arroz Estados Unidos 16 8,4 24
Batata China 4,5 1,0 7,1
Beterraba China 4,8 1,4 9,3
Cana-de-açúcar China 1,8 0,4 2,1
Canola China 43 27 87
Cártamo Índ ia 39 8,4 22 13
Cevada Argentina 26 9,2 24 4,2
Ervilhas verdes Índia 42 15 31 4,3
Fumo China 39 12 71
Girassol Argentina 40 25 35 5
Grama bermuda Estados Unidos 23 6,0 25
Grão-de-bico Índia 46 8,4 50
Laranja Ch ina 2,6 0,8 3,6
Milho Estados Unidos 18 9,6 25
Mostarda Índia 33 15 11 14
Pera China 5,0 2,0 5,0
Pêssego China 4,5 1,5 5,0
Soja Estados Unidos 82 18 38
Sorgo Índia 22 13 34
Tomate Índ ia 2,8 1,3 3,8
Trigo, primavera Estados Unidos 37 13 26
Trigo , Inverno Estados Unidos 32 11 33
Uva China 5,6 5,2 8,5
·• MS = com base na matéria seca; de outro modo, o conteúdo de umidade está baseado 110 padrao - das normas de comerc1allzaçao-
ou no padrão de umidade estabelecido. _ .
.. Os coeficientes de absorção de nutrientes repo rtados podem variar regio nalmente, dependendo das condlçoes de cresc11nento.
sempre que possível, utilizar os dados locais disponíveis.

NUTRIÇÃO DE PLANTAS 4C • FONTE CERTA


se melha ntes, co mo na colheita de for rage m para íe no , na
qu al a m aior parte da bio massa de superíície é re movid a.
Em o utras situações, tal como na produção ele grãos de ce re-
ais, a pe nas uma parte d os nutrientes totais absorvidos pelas
Pergt111tas
pla ntas é removida do campo.
1. Um dos sete princípios íunda me ntais científi cos q ue
As pla ntas necessita m de nutrie ntes em qu antid ades diíe-
define m a dose certa para um conjunto específico
re ntes. Em ge ral, os mac ronutrie ntes são necessários e m
de condições é
maiores quantidades. Em solos d e clima tempe rado, os
a. avaliar todas as fontes disponíveis de nutrientes.
macronutrientes denominados primários (N, P e K) limitam
b. assumir a alta efi ciência de uso do íertilizante.
o rendimento das culturas mais íreque nteme nte do que os
c. colocar mais ênfase na economia.
d enominados secundários (Ca, Mg e S) . Esta distinção entre
d . aplicar o que a planta precisa.
primário e secundário pode não ser aplicável em muitos solos
tropicais. A demanda total de nutrientes de uma determinada 2. Macronutrientes são denominados primários porque
cultura pode ser calculada multiplicando-se o rendimento a a. são absorvidos em maiores quantidades do
ser obtido por essa cultura (meta de rendimento) pelo coefi- que os outros nutrientes.
ciente específico, mostrado na Tabela 4.1. Os micronutrien- b. limitam mais frequentemente o rendime nto
tes são necessários em quantidades menores. das culturas do que os denominados secun-
Quanto maior o rendimento, maior será a necessidade de dários.
nutrientes. O desafio está em determinar a meta de rendi- c. foram os primeiros nutrientes descobertos.
mento para definir a adubação. Algumas orientações úteis: d. são mais caros do que os secundários.
♦ A meta de rendimento deve ser realista e desafiadora. 3. A Lei do mínimo, de Liebig, estabelece que a
♦ Para a definição de metas de rendimento realistas a produtividade da cultura será determinada por
proposta comum é visar 80% do potencial de rendimento a. N, P e K.
(sem limitação de água e nutrientes) de uma cultura em b. Ca, Mg e S.
uma determinada condição climática. Modelos de simu- c. Micronutrientes.
lação de culturas podem ajudar a determinar o potencial d. o elemento presente em quantidade mais
de rendimento. limitante.
♦ A meta de rendimento pode ser definida como o valor
4. Avaliar a demanda das plantas envolve a seleção de
situado entre o rendimento acima da média e o rendi-
uma meta de rendimento realista porque
mento máximo obtido recentemente naquele campo
a. a absorção de nutrientes é proporcional ao
específico, ou em um campo de produção com histórico
rendimento.
de manejo semelhante.
b. o rendimento não pode exceder a meta
♦ Outro método comumente sugerido é definir a meta de escolhida.
10% acima da produtividade média de 3 a 5 anos das c. a quantidade a ser aplicada deve ser igual à
culturas que não sofreram perdas graves de rendimento quantidade absorvida do nutriente.
devido a seca, excesso de chuvas ou pragas. Esse método d. condições climáticas que promovem rendi-
requer que os registros de campo individuais sejam mentos excepcionais reduzem a eficiência de
mantidos e que somente os campos com potencial de uso do nutriente. 1
produção semelhante sejam considerados na elaboração
das estimativas. 1

♦ A meta de rendimento não limita a produtividade no


período de vários anos. Um clima excepcionalmente da cultura afetam a dose anual de fertili zantes requerida.
favorável , que resulta em rendimentos extraordinários, Além do potencial de produção, outros fatores que muitas
muitas vezes também resulta em liberação excepcional vezes são considerados para estimar a demanda de nutrientes
de nutrientes do solo ou eficiência anormalmente elevada pelas plantas são: siste ma de cultivo, produtividad e cio so lo
na utilização de nutrientes. e relação entre fertilizante e preço da cultura. Equações
Um dos grandes desafios a serem enfrentados ao se utilizar e modelos que predizem o re ndime nto e a a bsorção ele
os rendimentos como base para a determinação das doses nutrientes também estão sendo utilizados pa ra ajustar as
de fertilizantes é a grande variação que ocorre nos níveis de recomendações das doses de N.
rendimento em um ambiente de ano para ano, bem como
entre as estações de crescimento dentro de um ano, onde 4.2 Avaliar o fornecimento de nutrientes pelo solo
várias culturas são cultivadas. A resposta da cultura à apll· Parte da d emanda de nutrientes da pla nta é suprida pelo
cação de forti117.ante também varia em íunção do ambiente, solo. A capacidade do solo c m forn ecer nutrie ntes para uma
independentemente do seu potencial de rendimento. Tanto cultura cm crescime nto de pe nde de vârios mecanismos.
o potencial de rendimento quanto a capacidade de resposta Estes incluem:

NUTRIÇÃO DE PLANTAS 4C · FONTE CERTA

... 1111, .... ~


♦ minC'ralização e imobilização ele nulricnlcs na mat éria Todos os cinco meca nismos lislaclos ante ri o rm en te, que
o rgã ni ca cio solo:
influenciam o fornecimento de nutrientes, são a fe tados pelas
♦ aclsorção e clessorção ele nutrientes no solo; ca rac terísti cas físicas ci o so lo. como textura . tipo e quanlicla -
cle ele argila ; ca ra cterísti cas químicas, co mo pl-1 ; e co ndições
♦ reações de precipitação e disso lu ção qu e regulam a
climáticas, co mo te mperatura , umidade e aeração. A Tabe-
quantidade de nutri ent es na so lução do solo;
la 4.2 lista diversos fatores qu e afetam a disponibilidade el e
♦ reações de reduç ão/ox ida ção que alteram a es peciação e nutrientes no solo para a planta .
a solubilidade de nutri ent es rnultivalenles;
A melhor ferramenta para delerminar a contribuição cio solo
♦ inlerceptação radicular. fluxo ele massa e difusão ele no forne cimento de nutrientes para a planta é a análise d e
nutrientes na solução a ser absorvida pe las raízes elas solo. Informações detalhadas sobre a amostragem e a análise
plantas. ele solo podem ser encontradas no Capítulo 8. Embora a
aná lise de solo seja eficiente para a determinação da dose
A maté ria orgânica cio solo contém grande parte cios certa ele fertilizante , ela não está sempre disponível ou não é
nutrie ntes necessários ao crescimento das plantas. Muitos utilizada em muitas regiões do mundo, devido às limitações
desses nutrientes existem em quantidades muito pequenas; ele infraestrutura. A análise de solo não é uma ferramenta
no e ntanto, em alguns sistemas de cultivo, a matéria orgâ- sempre confiável para estimar a disponibilidade de alguns
nica do solo pode ser a font e predominante de nutrientes, nutrientes móveis, como N e S, em áreas úmidas e de alta
principalmente de N e S. A quantidade de matéria orgânica precipitação. Sob tais situações, a resposta da cultura em
mineralizada em formas disponíveis de nutrientes varia de experimento com omissão de nutrientes pode ser utilizada
acordo com a quantidade e o tipo de matéria orgânica e como indicadora do teor de nutrientes no solo. O rendimento
com a presença de condições favoráveis para a decomposição de um talhão no qual um determinado nutriente foi omitido
microbiana. Esses fatores também dificultam prever as quan- (mas com aplicação suficiente de todos os outros nutrientes
tidades de nutrientes que ficarão disponíveis para as plantas limitantes) serve como estimativa indireta da capacidade do
durante o período de desenvolvimento. solo no fornecimento do nutriente. enq uanto a diferença de
rendimento entre um talhão plenamente adubado e outro
onde o nutriente foi omitido revela a resposta potencial da
cultura a adições do nutriente em questão.

Tabela 4.2 Fatores que afetam a disponibilidad e de nutrientes no solo 1 .

Fator N p K s CaeMg Micros


pH do solo X X X X X X
Umidade X X X X X X
Temperatura X X X X X X
Aeração X X X X X X
Matéria orgânica do solo X X X X X

Teor de argila X X X X X X

Tipo de argi la X X X X
Resíduos de cu ltura X X X X X X

Compactação do solo X X

Estado do nutriente do solo X X X

Outros nutrientes X X X X

Tipo de cultura X X X X

Capacidade de troca de cátions (CTC) X X X

Saturação por bases (%) X

1 •
Esta tabela forn ece urna 11sta ·
1ncom pi e la de fatores e se destina apenas a exemplificar os fatores predominantes e as sernelhanças entre os nutrientes.

NUTRIÇÃO DE PLANTAS 4C - FONTE CERTA


4 .3 Avaliar Todas as Fontes de Nutrientes
Disponíveis

Ao selecionar a dose certa de fertilizantes é preciso considera r nutrie ntes dessas fontes podem va riar amplamente e são
a contribuição de todas as fontes disponíveis para atender às difíceis de serem estimadas; no entanto, esforços devem ser
exigências nutricionais das plantas. Algumas de las inclue m feitos para registrá-las. Os teores médios de nutrie ntes em
fontes nativas - aquelas que não são ap licadas ao solo, algu ns estercos estão listados na Tabela 4.3; estes variam
como resíduos de cu ltu ras e adubos verdes - , estercos muito entre regiões e fazendas e, para serem aplicados,

.....
-
animais, compostos, biossóli dos, deposição a tmosférica
e água de irrigação. A quantidade e a disponibilidad e d e
recomenda-se utiliza r unidades locais apropriadas ou análise
do material em laboratório.

Tabela 4.3 Matéria seca e composição em nutrientes de alguns estercos animais (Havlin et ai., 2005).

Nutriente, kg t"1
Sistema de
Matéria seca N
Tipo de animal t ratamento de
% P20 s K20
resíduos Tot al **
Disponível *

Sistemas de manuseio de sólidos


Suíno Sem cama 18 3 5 4,5 4

Com cama 18 2,5 4 3,5 3,5


Gado de corte Sem cama 15 2 5,5 3,5 5
Com cama 50 4 10,5 9 13
Gado de leite Sem cama 18 2 4,5 2 5
Com cama 21 2,5 4,5 2 5
Aves domésticas Sem cama 45 13 16,5 23 17
Com cama 75 18 28 22,5 17
Compostagem 76 22 34 32 22,5
Sistemas de manuseio de líquidos

Suíno Composto líquido 4 10 18 13,5 9,5


Vala de oxidação 2,5 6 12 13,5 9,5
Lagoa 1 1,5 2 1 0,2
Gado de corte Composto líquido 11 12 20 13,5 17
Vala de oxidação 3 8 14 9 14,5
Gado de leite Lagoa 1 1 2 4,5 2,5
Composto líquido 8 6 12 9 14,5
Aves domésticas Lagoa 1 1,2 2 2 2,5
Composto líquido 13

.
32 40 18 48
* Principalmente N-NH, ', que está disponível para a planta durante a safra .
** N-NH,' mais N orgânico, o qual tem liberação lenta.
Fonte: Sutton et ai. (1985), Univ. of Minn. Ext. Buli. AG-F0-2613 .

... .

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A fixação simbiótica rea lizada pelas leguminosas é consi-
derada uma das mais importantes fontes nati vas de N nos
solos. Muitas orientações de manejo de nutrientes apresentam
Perg1111 tas ajustes na dose de N para as culturas em rotação com
leguminosas. No entanto, as quantidades fixadas de N e sua
dispo nibilidade para as culturas subsequentes estão sujeit~s
5. A melhor ferramenta para avaliar o fo rnecimento
a am pla variação, devido a uma série de fatores. Uma esll·
de nutrientes do solo é a análise de solo, pois ma tiva das quantidades anuais de N fixadas por várias legu-
a. análise de solo confiável está disponível em minosas é ap resentada na Tabela 4.4. Enquanto a presença
todo o mundo.
de leguminosas pode influenciar as decisões sobre as doses
b. análise de solo pode ser eficiente na deter- de N a serem aplicadas nas culturas subseque ntes, o desem-
minação da dose certa de fertilizantes.
penho das leguminosas, Incluindo nod ulação, rendimento
c. análises de solo confiáveis para N estão
e N residual, está diretamente ligado à adu bação adequada
disponiveis para áreas de alta pluviosidade.
com outros nutrientes, principalmente P e K.
d. análises de solo prevêem a Interceptação de
nutrientes pelas raízes da planta.
Tabela 4.4 Variação estimada da fixação anual de
6. Fontes nativas de nutrientes Incluem nitrogên io por algumas leguminosas.
a. biossólidos.
Leguminosa N fixado, kg ha·1 ano·1
b. compostos.
c. resíduos de culturas. Alfafa 150-250
d. água de irrigação. Trevo 100-150
Ervilhaca 50-150
7. A fixação simbiótica de N é uma importante fonte
nativa de N nos solos, porque Soja 50-150
a. os microrganismos do solo fixam o N em Feijão 30-50
todas as espécies de culturas.
Ervilha 3-250
b. as leguminosas podem fixar grandes quanti-
dades de N. Lentilha 3-190
e. as leguminosas podem fixar grandes quanti- Amendoim 35-200
dades de P e K. Os valores relatados são médias de várias fontes. Estimativas loca is
d. as culturas que sucedem uma leguminosa devem ser utilizadas para determinar as doses de apl icação.
precisam de mais N.
1 1

1 1
Os resíduos de culturas contêm quantidades substanciais de
nutrientes para as plantas. A reciclagem desses resíduos no
solo contribui para o enriquecimento de nutrientes no solo.
Por outro lado, a remoção dos resíduos vegetais conduz à
diminuição da quantidade de nutrientes no campo, particu-
larmente de K. e deve ser considerada como um compo-
nente negativo no equilíbrio de nutrientes. A reciclagem dos
resíduos de plantas, além de contribuir para o aumento do
conteúdo de nutrientes no solo, também melhora o balanço
de carbono orgânico, a umidade e o regime de temperatura
do solo, aumenta a estrutura do solo e auxilia no controle
da erosão. As quantidades médias de nutrientes removidas
com a palha ou a forragem , em várias culturas, são mostradas
na Tabela 4.5. A quantidade de nutrientes removida do
campo nos resíduos da colheita pode variar dependendo da
quantidade de chuva e das condições atmosféricas as quais
foram expostos, e de outros fatores, como altura de corte da
cultura.
As culturas de cobertura Incluem uma grande variedade de
espécies de plantas (mais comumente grarnineas e legum ino-
sas) que são plantadas nas entressafras ou são semeadas nas
e ntrelinhas de pomares ou vinhas. Elas a_juda m a reduzir a
e rosão do solo e a lixlvlação de nitrato e cont1i bue m, após
sua decomposição, com o aporte de matéria orgânica e

NUTRIÇÃO DE PLANTAS 4C - FONTE CERTA


nutrientes para as culturas subsequentes. C ulturas leguminosas Conside re, por exe mplo , uma cu ltu ra com re ndime nto ele
de cobe rtura forn ecem N adic io nal por me io da fi xação 9.500 unidades.
biológica. A quantidade de N fixado de pende de muitos Estudos em parcelas com om issão de nutrientes indicam
fatores , porém , uma vez que a duração do crescim ento e a que a EA para N (EAN) no loca l é d e 20 (aumento de
biomassa acum ul ada na é poca de corte de um a cultura de 20 unidades de grãos por unidade de N aplicad o) e o ren-
cobertura geralmente são menores do que na é poca em que dimento esperado no talhão com omissão de N é de 6.000
essa cultura completa seu ciclo, a quantidade fixada de N unidades. As unidades utilizadas para rendime nto e para
deverá ser menor do que a mostrada na Tabela 4.4. dose de fertilizante precisam ser as mesmas (por exem plo ,
O forn ecimento de nutrie ntes das fontes nativas para a cultu- kg ha·1 de grãos e kg ha- 1 de fe rtilizante nitrogena do) . A
ra é altamente variável, por isso, deve-se utiliza r, sempre que dose de fertilizante é calculada da seguinte form a:
disponíveis, as diretrizes loca is para ajustar adequadamente Dose de N = (rendimento possível - rendimento com
as recomendações das doses de fertilizantes. omissão de N)/EAN

4.4 Prever a Eficiência no Uso do Fertilizante Usando os núme ros do exemplo acima, a recomendação de
N seria:
A eficiência no uso do fertilizante (EUF) é um fator impor-
tante a ser considerado na determinação da dose necessária Dose de N = (9.500 - 6.000)/20 = 175 unidades
de fertilizantes. O tema geral sobre eficiência no uso do
nutriente é tratado com maior profundidade no Capítulo 9. Outro método para o cálculo da EUF, às vezes usado para
Todas as recomendações fazem suposições implícitas sobre determinar a dose necessária de nutrientes, é o da eficiência
a EUF ou estas estão explicitamente presentes nas equações de recuperação (ER). Eficiência de recuperação é o aumento
usadas para o cálculo das recomendações. Mesmo com a na absorção do nutriente pela parte aérea da planta (para
adoção das boas práticas de manejo 4C, a quantidade de a maior parte das culturas) em relação à dose aplicada do

• fertilizante utilizada pela cultura é inferior a 100%. Embora


os produtores se esforcem para minimizar as perdas e
nutriente. É calculada como:

ER = (U - U 0)/F
aumentar a eficiência, alguns nutrientes aplicados também
podem ser utilizados por organismos do solo, principal- Em que: 1) U é o total de nutriente absorvido pela parte aérea
mente quando os níveis de matéria orgânica estão sendo da planta (biomassa) com a aplicação do nutriente;
construídos. A eficiência na absorção de nutrientes muitas 2) U 0 é o total de nutriente absorvido pela parte

.
vezes também é adversamente prejudicada por mecanismos aérea da planta sem a aplicação do nutriente;
inerentes de perda que existem em todas as áreas de cultivo. 3) F é a quantidade aplicada de nutriente na forma
A EUF também varia de acordo com fatores específicos de fertilizante .
do local, incluindo clima, tipo de solo e sistema de cultivo.
Esta equação pode ser rearranjada para permitir o cálculo
É por isso que os ajustes de eficiência devem ser incluídos
da dose necessária de adubo, sendo: F = (U - UJ / ER.
quando se determina a dose necessária de fertilizante. O
Como no exemplo anterior, para EA, os valores de rendi-
principal objetivo do manejo de nutrientes 4C é utilizar prá-
mento das parcelas com omissão de nutrientes podem ser
ticas que incorporem a fonte certa, a época certa e o local
utilizados, porém, neste caso, os rendimentos devem ser
certo em sistemas de cultivo bem manejados para aumentar a
convertidos em absorção, normalmente usando valores
EUF e estimar a dose certa.
típicos de absorção por unidade de produção de culturas,
• Um método utilizado para avaliar a EUF, e que é útil na
determinação da dose necessária de nutriente, é o cálculo
tais como os citados na Tabela 4.1. A variação normal dos
valores de ER no campo para N aplicado aos cereais é de
l da eficiência agronômica (EA). Eficiência agronõmica é a
0,3 a 0,5 (30% a 50%). Quando são aplicadas as boas práticas
de manejo, pode-se aumentar a faixa para 0,5 a 0,8 (50% a
• medida do ganho de produção por unidade de fertilizante
aplicado. É calculada pela fórmula:
80%). Usando os rendimentos do exemplo citado, para EA,
e assumindo 0,0215 unidades de absorção de N por unidade
• EA = (Y - Y0)/F
Na qual: 1) Y é o rendimento da cultura com aplicação do
de rendimento e uma ER de 0,50, a dose de fertilizante é
calculada da seguinte forma:
nutriente; Dose de N = ((9.500 x 0,0215) - (6.000 x 0,0215))/0,50 =
2) Y0 é o rendimento da cultura sem aplicação do 150 unidades
nutriente;
3) F é a quantidade aplicada do nutriente.
A faixa comum de valores da EA é de 10 a 25; acima de 20
em sistemas bem gerenciados, com baixas doses de nutrientes
em relação ao ideal, ou com baixo forn ecimento ele nutrientes
pelo solo.

NUTRIÇÃO DE PLANTAS 4C • FONTE CERTA


4.5 Considerar os Impactos nos Recursos do
Solo

A nutrição da pla nta afeta a qualidade do solo de vá ri as Perguntas '( ?


ma ne iras. Em primeiro lugar, qu ando os nutrientes estão
presentes na pla nta e m níveis suficientes para o timi za r seu
crescimento, a qua ntidade de ca rbo no orgâ nico adi ciona- 8. Um expe rimento conduzido e m parcela com
da ao solo pelas plantas é g ra nde, maior do que quando omissão de nutrientes mostrou que o valor de Y
o crescime nto das plantas é limitado pe los nutrientes. A era 9.000 kg ha·1, de Y0 era 7.500 kg ha·1 e a EAN
era 15. Qual é a dose de N recomendada para a
m a ior contribuição em carbo no ajuda a mante r e a construir
mesma cultura, em kg ha·1, em condições seme-
a m atéria o rgânica do solo - fato r-chave na manutenção da
estrutura d o solo - ou mesmo retardar seu esgotame nto no lhantes de campo?
solo. Por sua vez, isso influ encia a capacidade de retenção a. 50.
b . 100.
d e água do solo e muitas outras propriedades importantes
c. 150.
pa ra o crescimento das culturas. Em segundo lugar, muitos
d . 200.
nutrientes são re tidos no solo, e a taxa de sua adição
influencia os níveis das suas frações disponíveis no solo ao
longo do te mpo. 9. A eficiência de recuperação dos fertilizantes nítro-
genados aplicados em cereais é
a. 10% a 25%.
O s nutrientes acumulados nos solos incluem P, K e grande
b. > 20% em sistemas bem manejados.
parte daqueles relatados na análise de solo (ver Capítulo 8
c. 30% a 50%.
para obter mais informações sobre análise de solo). Quando
d. 50% a 80%.
os solos apresentam teores muito baixos desses nulrientes,
é necessário aplicar doses consideravelmente maiores em
10. A longo prazo, os níveis de nutrientes disponíveis
relação à quantidade removida pela cultura para propor-
são mantidos em níveis ótimos, em grande parte
cionar altos rendimentos. Por oulro lado, quando os solos
dos solos, quando a quantidade de nutrientes
têm níveis muito elevados desses nutrientes, quantidades
aplicada
menores do que as removidas pela cultura podem ser
a. excede a absorvida pela cultura.
suficientes. Quando os solos apresentam níveis desejados
b. é menor do que a removida pela cultura.
ou ótimos desses nutrientes, admite-se que esses níveis serão f
c. é igual a removida pela cultura.
mantidos enquanto a quantidade total de nutrientes aplicada
d. é igual a absorvida pela cultura.
a cada ano for igual à quantidade de nutrientes removida
pela colheita. A Tabela 4.5 apresenta os coeficientes de
remoção de nutrientes para algumas culturas. Embora sejam
valores representativos para as culturas listadas, os valores
reais podem variar consideravelmente, conforme ilustrado
na Tabela 4.6. Por essa razão, deve-se utilizar os dados
locais sempre que possível.

Alguns solos podem requerer adições de nutrientes que


excedem ou são menores que a quantidade removida pelas
culturas para manter os níveis desejados no solo. Exemplos
incluem os solos que fixam P ou K por sorção, precipitação
química ou aprisionamento (oclusão) entre as camadas de
argila. Em outros solos, pode estar ocorrendo mineralização
t
de P ou K dos minerais do solo ou da fração orgânica. Por
essa razão, recomenda-se, normalmente, analisar os solos a
cada 3 a 5 anos em relação aos nutrientes relidos, como P
e K, para determinar se os níveis apresentados na análise
de solo estão de fato sendo mantidos no nível desejado. A
análise de solo ajuda a determinar se as doses de nutrientes
aplicadas devem ser maiores, iguais ou menores do que as
quantidades removidas na colheita.


NUTRIÇÃO DE PLANTAS 4C. FONTE CERTA
..
Tabela 4.5 Nutrientes removidos (exportados) na co lheita de algumas cu ltu ras.

Remoção (kg t 1 )*

N P20s K2 0 s
Cultura**
6,0 25 2,7
Alfafa (MS) 26
Algodão (fibra) 64 28 38

Algodão (palha) 9,4 3,3 11

Alpiste-dos-pra dos (Phalaris arundinacea) (MS) 15 6,6 13

Am endoim 35 5,5 8,5

Amendoim (palha) 16 3,4 12

Arroz (grãos) 13 6,7 3,6

Arroz (pal ha ) 8,3 2,7 21

Aveia (grãos) 24 8,8 5,9 2,2

Aveia (palha) 6,0 3,2 19 2,3

Aveia (palha por tonelada de grãos) 9,7 5,0 29 3,4

Azevém (MS) 22 6,0 22


Batata (folhagem) 2,0 0,5 3,0 0,2

Batata (tubérculo) 3,2 1,2 5,5 0,3


Beterraba (parte aérea) 3,7 2,0 10 0,2
Beterraba (raiz) 1,9 1,1 3 ,7 0,2
Bromus sp. (MS) 16 5,0 23 2,5
Cana-de-açúcar 1,0 0,7 1,8
Canola (grãos) 38 24 40 6,8
Centeio (grãos) 25 8,2 5,5 1,8
Centeio (palha por tonelada de grãos) 14 3,8 27 2,5
Centeio (palha) 6,0 1,5 11 1,0
Cevada (grãos) 21 8,3 6,7 1,9
Cevada (palha) 6,5 2,6 20 1,5
Cevada (palha por tonelada de grãos) 8,3 3,3 25 2,1
Comichão (Lotus corniculatus) (MS) 23 5,5 21
Ervilhaca (MS) 29 7,5 25
Festuca (MS) 19 6,0 27 2,9
Feijão (seco) 50 13 15 8,7
Grama de jardim (MS) 18 6,5 27 2,9
Grama forquilha (Paspa/um notatum) 22 6,0 18
Hortelã (óleo) 1.900 1.100 4.500
Linho (grão) 45 13 11 3,4
Linho (palha) 13 2,9 39 2,7
Milheto (grãos) 28 8,0 8,0 1,6
Milheto (palha) 7,7 2,2 20
Milho (grãos) 12 6,3 4,5 1,4
Milho (palha) 8,0 2,9 20 1,3
Milho (palha por tonelada de grãos) 8,0 2,9 20 1,3
Milho silagem (67% água) 4 ,9 1,6 3,7 0 ,6
Mi lho silagem (67% água) (palha por tonelada de grãos) 29 9,1 21 3,2
Pasto Bermuda 23 6,0 25
Poa pratensis (MS) 15 6,0 23 2,5

NUTRIÇÃO DE PLANTAS 4C - FONTE CERTA


Remoção (kg t 1 )*
Cultura** N P20s K20 s
Sorgo (grão) 13 7,8 5,4 1,2
Sorgo (palha ) 14 4,2 21 3,0
Sorgo (palha por ton elada de grãos) 11 3,2 17 2,4
Soja (grão) 55 12 20 3 ,0
Soja (forragem) (MS) 23 5,5 13 2,5
Soja (palha) 20 4,4 19 3,1
Soja (palha por tonelada de grãos) 18 4 ,0 17 2,8
'!!
Sorgo (grão) 13 7 ,8 5,4 1 ,2
Sorgo (palha) 14 4,2 21 3,0
Sorgo (palha por tonelada de grãos) 11 3,2 17 2,4
Sorgo-sudão (MS) 15 4,8 17 2,9
Switchgrass (MS) 6 ,0 29
11 I!
Timothy (MS) 13 5,5 21 1 ,0
Tomate 1,3 0,5 2,9
Tabaco (folhas) 36 9,0 57 6,0
Trevo híbrido (MS) 21 5,5 27 1 ,5
Trevo vermelho (MS) 23 6,0 21 1,5
Trigo (palha) 7,6 1,9 15 2,7
Trigo (palha por tonelada de grãos) 12 2,7 20 2,3
Trigo (inverno) (grãos) 19 8,0 4,8 1,7
"!
Trigo (primavera) (grãos)
Trigo sarraceno
25
17
9,5
5,0
5,5
4,4
1 ,7

* os coeficientes de remoção de nutrientes podem variar regionalmente, dependendo das condições de cultivo. Use os dados disponíveis do local
sempre que possível.
-
** MS = com base na matéria seca, caso contrário, o teor de umidade é o padrão convencional de comercialização ou o teor de umidade indicado.

Exemplo: Utilizando os dados da Tabela 4.5 , uma cultura de milho que produz 10 t ha·1 remove 63 kg de P 2O 5 do solo
(10 x 6,3 = 63). Assim, para a manutenção do P2O 5 no solo, a aplicação será de 63 kg ha·1•

-
Tabela 4.6 Variabilidade na quantidade removida de nutrientes na parte colhida de milho, soja e trigo, em Missou ri,
EUA (Nathan, 2011).

Remoção (kg t 1 )

Milho Soja Trigo

N P20s K20 N P205 K20 N P205 ~o


Média 12,0 6,2 4 ,5 46,8 11,5 18,5 18,5 8,0 5,2
Mediana 12,0 6,1 4 ,3 45,7 11,7 18,7 18,7 8,2 5,0
Mínimo 7,0 4,1 2,1 32,8 7,0 12,3 12,2 5 ,0 3 ,3 ..,
Máximo 17,3 10,4 7,7 61,8 14,8 22,3 25,2 11,0 7,8
CV % 13,0 17,1 23,4 11,8 14,1 10,6 14,4 13,3 17,5
Número 511 509 512 269 270 267 177 179 174

Amostras de grãos recolhidas de todos os municípios do Estado, em 3 anos. Dois terços das amostras situam-se entre mais e menos um CV em
relação ã média.

NUTRIÇÃO DE PLANTAS 4C - FONTE CERTA


4.6 Considernr ;i Dose Econômica Específica A maior íl ex ibilidade permite que os agricullores tirem van-
tagem das condições ele mercado e das flutuações nos preços
A dose ótima econômica ele nutriente (DOEN) é cleílnicla
dos íertilizan tes. Índices mais elevados de preços (altos custos
como a dose ele nutriente que irá resu ltar em maior retorno
dos insumos em relação ao va lor da cu ltu ra) sugerem o uso
monetário para o nutriente ap licado na cultura e m questão .
ele melhores práticas ele manejo para determinar as doses
Geralme nte, essa d ose será menor cio que a dose ótima
d e íerti lizantes necessárias para otimiza r o rendimento e a re n-

..
agrônomica ele nutriente (DOAN), que é a dose mínima que
tabilidade das cultu ras. Índices mais baixos de preços {baixos
resulta em produtividade máxima ela cultura. e irá diminuir se
custos dos insumos em relação ao valo r da cu ltu ra) muitas
houver aumento cios custos e o preço ela cultura se mantiver
vezes resultam em menor risco em relação à rentabilidade: no
estável. Por outro lad o, se o preço elas co111111oditir.r aumentar e
entanto, o risco ambiental associad o à ap licação excessiva de
o dos insumos permanecer estável, a DOEN irá se aproximar
nutrientes é maior. Veja o item 8.5 para obter mais detalhes.
d a DOAN . Muitas vezes, as ílutuaçôes nos preços elas culturas
:;~
e dos íertilizantes ocorrem simultaneamente, a relação entre
Em qualquer cená rio econômico, o manejo de risco é melhor
as entradas e saídas permanece a mesma e a DOEN não é
:9 signiílcativamente aíetacla.
conduzido quando são observados os princípios científicos

••
para a seleção da dose certa d e fertilizantes. [til
Alcançar a DOEN é o enfoque normalmente utilizado para
nutrientes como N e S, que são móveis no solo e não são REFERÊNCIAS

-..
retidos de um ano para o outro. Para os nutrien tes que são
retidos no solo, incluindo P e K, os benefícios da ap licação IPNI. Nutrients rem.oved in h arve s t e d portion o f
de nutrientes são de longo prazo na natureza e, portan to, crop. Norcross, GA, 2005 . [On-line].
os seus custos geralmente são amo rtizados ao longo de
~ vários anos. Quando se visa construir a íertilidade do solo,
Havlin , J. L. et ai. Soil fertility a nd fertilizers : an
introduction to nutrient management. 7th edition. Pearson
as doses de nutrie ntes ap licadas geralmente estão acima da
Prentice Hall. NJ, USA, 2005 .
DOEN, considerando a resposta da cultura e m um ano, mas

• podem se tornar econômicas ao longo do tempo, quando


são consideradas as respostas d os anos seguintes.
Ladha, J. K. et al. Advances inAgronom.y. v. 87, p. 85-176,
2005.

...
1
1 Os benefícios da construção dos níveis de fertilidade do solo
na faixa ótima incluem maior flexibilidad e na escolha da
fonte, da dose, d a época de aplicação e do local de aplicação.
Nathan, M. lm.proving accuracy of nutrient remova!
estimates status report. University of Missouri ,
Colombia, 20 11.

••

NUTRIÇÃO OE PLANTAS 4C · FONTE CERTA

d una: ............
.... ..... ..
~
. .............. _.
-- ~

~ Módulo 4.1-1 A adubação nitrogenada exigida pelo trigo e pelo milho na Argentina é melhor determinada por
melo da avaliação do N disponível no solo antes do plantio. De fato , a avaliação do N (inorgânico) disponível na
época de plantio tem sido uma ferramenta útil para determinar as necessidades de fertil izantes nitrogenados em
regiões sub-úmidas e semi-áridas em todo o mundo. Em uma área específica, o nível de N disponível no plantio
acima do qual não se espera resposta à adubação nitrogenada pode ser estimado. Essa metodologia tem sido
calibrada com sucesso para trigo e milho em várias áreas da região dos Pampas na Argentina. As doses de N
fertilizante (Nf) são estimadas pela diferença entre o nível de NREQ e a quantidade de N-N0 3 • determinada antes
do plantio: Nf = NREQ · X
Em que: Nf é a quantidade de fertilizante nitrogenado a ser aplicada,
NREQ é o N do solo mais o fertilizante nitrogenado requerido,
X é a quantidade de N-No3 • no solo na profundidade de 0-60 cm.
Na Figura 1 , se a análise de solo no plantio indica a disponibilidade de 70 kg ha-1 de N-NoJ·, o rendimento seria
de 7.700 kg ha-1. Assim, se o rendimento viável no campo específico é de 10.000 kg ha-1, deve-se atingir um
NREQ de 150 kg ha·1 de N disponível, e a dose de N recomendada será de 80 kg ha- 1.
Níveis de NREQ para trigo e milho, de acordo com os rendimentos esperados em áreas com diferentes solos e
climas, são mostrados na Tabela 1.
Fonte: Blanchini A.; Garcia, F.; Melchior!, R. ln: Hatfield, J.; Follet, R. (Eds.). Nitrogen in the environment: sources, problems,
and management. San Diego, CA: Elsevier-Academic Press, 2008. p. 105-124.

14.000
. . .. .
..
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12.000 . :,·" .
. .. . . ...
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E,
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1
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"O 8.000 ·
. .. . .
J2
·s" ·:
. Produtividade= 1800.1x'""
"O 6.000 R' = 0.4934
e
a. N = 83 experimentos (8 locals. 2000 a 2004)
4.000 ·
o 50 100 150 200 250 300 350 400

N-Nitralo no solo (O a 60 cm+ N Fertilizante). kg ha·'

Figura 1. Relação entre N (N-NoJ·) disponível no solo e produtividade de milho em 83 experimentos de campo instalados
em 8 áreas experimentais por ano (2000 a 2004), na região central dos Pampas.

Tabela 1. Produtividades esperadas correspondem às exigências de N em diferentes áreas.

Nível de NREQ Produtividade


Área (N-No3·, 0-60 cm) esperada Referência
1
· · · · · - · · · • • • kg ha· • · · • • • · · · • • ·

Trigo
Sudeste de Buenos Aires 125 3.500 González Montaner et ai., 1991
Sudeste de Buenos Aires 17,5 5.000-5.500 González Montaner et ai., 2003
Centro e Sul de Santa Fé 92 3.500-4.000 Salvagiotti et ai., 2004
Sudeste de Santa Fé e 100-150 3.200-4.400 García e~ ai., 2006
Córdoba
-------
MIiho
Norte de Buenos Aires 150 9.000 Ruiz et ai., 2001
1
Norte de Buenos Aires 160-17i0 10.000 Alvarez et ai., 2003

Centro e Sul de Santa Fé 135 < 9.500 Salvagiotti et ai., 2004


162 > 9.500
Sudeste de Santa Fé e 150,200 1\.0.000-11.000 Rede CREA, Sudeste de Santa
Córdoba 1 Fé,2009

NUTRIÇÃO DE PLANTAS 4C - FONTE CERTA


Módulo 4.1-2 Cálculo das doses de fertilizante em cereais usando a diagnose por subtração de nutrientes.
A técnica da omissão de nutrientes para o cálculo das doses de fertilizantes a serem aplicadas nos cerea is
(arroz, trigo, milho) utiliza a informação sobre o rendimento de grãos obtida em parcelas com omissão e com
fornec imento completo do nutriente em questão . Outros nutrientes são aplicados para garantir que não haja
elementos limitantes à produ ção. A produtividade obtida na parcela com omissão é usada como uma estima-
tiva indireta da capacidad e de fornecimento , pelo solo, do nutriente omitido. A diferença entre o rendimento
de grãos obtido na parcela com omissão e aquele obtido na parcela ad ubada com um nível suficiente do
nutriente pode ser utilizada para est ima r a dose de fertiliza nte exigida para a produção de diferen tes metas
de produtividades.

Tabela 1 . Prod utividade obti da em experi mento utilizando pa rce la com omissão
de nut rie nte em t rigo de inve rn o, na Índia.
Tratamento Produtividade, kg ha·1

1. Dose compl eta de N, P e K 5.5 56

2. Omissão de N; doses completas de P e K 1.667

Considera ndo que a dose de N aplicada no tratamento "completo" foi de 150 kg ha- 1, a eficiê ncia agronômica
(EAN) desta parcela foi de (5.556 - 1.667)/150 ou 26 kg de grãos por kg de N fertilizante.

Assum indo-se semelhante capacidade de suprimento de N do solo e nível de efi ciência (26 kg/ kg) para
outros campos da região, a Tabela 2 mostra as doses resultantes que pod eriam ser recomendadas para
diferentes metas de produtividades (por exemplo, campos #1 e #2 ). Se uma parcela com omissão de N foi
conduz ida na área com uma cultura anterior diferente e apresentou produtividade semelhante à apresenta-
da no campo #3 abaixo, aquela informação também pode ser utilizada no cá lculo da dose.

Tabela 2. Cálculo da dose de N para três campos com trigo de inverno.


Produtividade Pro d utlvldade
Campo Dose de N
esperada, da parcela com
# calculada, kg ha·1
kg ha·1 omissão, kg ha·1

1 6.500 1.667 (6 .500 - 1.667)/26 = 186


2 4.500 1.667 (4,500 - 1 .667)/26 = 109
3 6.500 2 .500 (6.500 - 2.500)/26 = 154

Comparados aos valores obtidos em muitos ensaios, a EANcalculada a partir dos dados da Tabela 1 é re-
lativamente alta (ver Seção 4.4 e Tabela 3 ). As recomendações serão mais precisas quando são utilizados
valores locais para o cálculo da EAN, produtividade da parcela com omissão do nutriente e produtividade
esperada.

Tabela 3. Variação da EANem experimentos agronômicos com cereais na Índia.


Somente N N com aplicação Prática do agricultor, Manejo local
Cultura
apllcado1 de Pe K1 PunJab 2 do nutriente
3
Milho 4-7 7-14 - 26-28
3
Trigo 7-12 17-24 - 20-28
4
Arroz 7-12 14-23 8 -10 2 2-34

1 Biswas , P. P.; Sharma, P. D. lndian Journal of Fertil isers, v. 4, n. 7, p. 59-62, 2008.


2 Khurana , H. S. et ai .. Agronomy Journal, v. 9 9, p. 1436-1447, 2007.
3 IPNI , 2011 (dados não publicados).

• Singh, 8. et ai. Field Crops Research, v. 126, p. 63-69, 2012.

".

A técnica da omissão de nutrientes é uma ferramenta adicional para o manejo da adubação e pode ser
uma boa alternativa nas regiões do mundo onde os serviços de análise de solo con fiáveis não estão disponí-
veis. Esta situa ção predomina em mu itos pa íses em desenvolvimento .

NUTRIÇÃO DE PLANTAS 4C · FONTE CERTA


Módulo 4.6-1 Doses ótimas econômicas de N para o algodão em solo argilo-slltoso, no Alabama,
mudam pouco com as mudanças nos preços. Neste exemplo, ain da que os preços de algodão e de N
variem significativamente, eles geralmente variam em conjunto, mantendo a relação entre preço e custo
relativamente constante e a dose ótima econômica de N relativamente estável .
Adaptada de: Snyder, C. S. e Stewart, W. M. Using the most profitable nitrogen rate in your cotton
production system . Norcross: PP/, 2005. [On-line] .

Preço do algodão (US$)


Preço do N
1.15/kg 1.37/kg 1.58/kg 1.81/kg
(US$/ kg) Dose econômica ótima de N, kg ha- 1

1.10 91 94 96 99

1.21 88 92 95 97

1.32 87 91 93 96

1.43 85 88 92 95

1.54 83 86 91 94

1.65 81 85 90 93

Módulo 4.6-2 Doses economicamente ótimas de N para o milho variaram apenas ligeiramente com
as condições de mercado ao longo de 10 anos. Nas regiões centro-oeste e noroeste de Indiana, a dose
média necessária de N para o milho cultivado após soja foi estimada em 192 kg ha- 1 • A dose economica-
mente ótima de N - definida como a dose na qual o último incremento de fertilizante traz como retorno um
aumento de produtividade suficiente para pagar a si própria - depende da relação de preços e é geralmente
mais baixa. Entre 2000 e 2009, a relação entre preço de N-fertilízante e preço de grãos de milho (expressa
como $/t N dividido por $/t de grãos) variou entre 5 e 10 (a maior proporção reflete fertilizantes relativa-
mente mais caros). As doses recomendadas de N (kg ha-1) dentro dessa gama de índices de preços são
mostradas na tabela abaixo.
Adaptada de: Camberato et ai. Nitrogen management guidelines for Indiana. 2011. [On-line].

Preço do mllho, US$/t


Custo do N
US$/t $110 $130 $150 $170 $190 $210
1
Dose de N, kg ha-

$ 440 181 183 184 185 185 186

$ 660 177* 178 180 181 183 183

$ 880 171 175 177 178 179 180

$1,100 167 170 173 175 177 178

$1,320 162 166 169 171 174 175

$1,540 156 162 166 168 170 172

$ 1,760 152 158 162 165 168 170

$1,980 148 153 158 16 2 165 167

$2,200 142 149 155 159 162 165

* Valores real çados em verde represe ntam recomendações de doses econõmicas ótimas de N (kg ha- 1 ) nas rela-
ções de preço entre 5 e 10 (expressas como $/t N dividido por $/ t grão),

NUTRIÇÃO DE PLANTAS 4C - FONTE CERTA


Capítulo @
PRINCÍPIOS CIENTÍFICOS DE APOIO
ÉPOCA CERTA
O s princ1p1os científicos fundamentais que definem a época ♦ Analisar a dinâmica de perda de nutrientes do
certa para um conjunto especifico de condições são os seguintes: solo. Po r exemplo, em regiões temperadas, as perdas por
lixiviação te ndem a ser mais freque ntes na primavera e no
♦ Considerar a fonte, a dose e o local de aplicação.
o utono.
♦ Analisar a marcha de absorção da planta. O s
nu trientes devem ser aplicados concomita ntemente com ♦ Avaliar a logística das operações no campo. Por
a de manda sazonal de nutrientes da cultura, a qual e xemplo, as múltiplas a plicações de nutrientes podem
d epende da d ata de plantio, das caracterís ticas de cres- o u não ser compatíveis com as aplicações de defensivos
cime nto das pla ntas, da sensibilidade às d efi ciê ncias e m agrícolas. As a plicações de nutrientes não devem atrasar
fases particulares de crescimento, e ntre o ut ros. as o perações que dependem cio tempo, como o plantio.

♦ • Analisar a dinâmica de fornecunento de nutrien-


tes do solo. A minera lização da matéria orgânica d o 5.1 Analisar a marcha de absorção da planta
solo dispo nibili za grandes qua ntidades de alguns A an.ílise da d inâ mica e dos padrões ele consumo da cu ltu-
nutrient es, porém , se a necessidade de consumo da ra pod e ser um impor ta nte componente na determinação da
cultu ra preced er essa li beração, a ocorrê ncia ele de l1- época adequada ele ap licação do nutriente. A absorçáo dos
clê ncias pode li mitar a produtivid ade. principa is nutrientes e os padrões de acúmu lo ele matéria

NUTRIÇÃO DE PLANTAS 4C - ÉPOCA CERTA

-
seca são simil ares p;ira a ma io ri a d as culturas e, ge ra l- ocorrência ele picos de prod uti vida de. como por exemplo.
m e nt e. apresentam curva com trajelóri a sigmoicl al ou em quand o se ini cia um período chu voso após um períod o
"S" (Figura 5.1) . Esta é ca rac teri za da pela absorção bas tan- seco.
te lenta no início, atingind o o máx im o durante a rápid a fase
de cresci mento e d eclinand o co m a matura ção da cultu ra. Capara amendoim. O amendoim é especialmente
A taxa d e absorção d e nutrient es el a pl anta não é co nsla nt e se nsível à defi ciência d e Ca. El eva d os níve is d e Ca dis-
durante todo o cicl o. Aplicações programadas e loca li zadas, ponível são necessá ri os na região d o sol o ond e as vagens
e m fases espec íficas de cresc imento , pod em ser favorá veis estão se desenvolvendo ; assim , às vezes são rea lizad as
à produtividade e/ou qu alidad e em a lguns sistemas ele pro- aplicações de fontes solúveis d e Ca (sulfato d e cá lcio o u
dução para alguns nutrie ntes, prin cipalmente N. Aplicações nitrato de cá lcio) antes do floresci mento da planta.
programad as e locali zad as também pod em ser favoráveis
para redu zir os impac tos ambientais ca usados pela perda d e ♦ Mn para soja. Aplicações foliares d e Mn no início do
nutrientes do solo . ciclo da soja são realizadas frequ ente me nte e m áreas
onde aparecem sintomas de deficiência no tecido vegetal.
Existem muitos exemplos de aplicações programadas e loca-
lizadas de nutrientes baseadas nas fases de desenvolvimento
Outro fator a ser considerado e m relação à é poca d e apli-
das culturas, porém, somente alguns serão apresentados:
cação é a sensibilidad e da cultura às deficiências específicas
♦ Aplicação de N e K em algodão. Na produção de de nutri entes, frequ entemente relacionadas às condições do
algodão, grande parte do N e do K é absorvida após o sur- solo. Algumas culturas são mais propensas a certas deficiên-
gimento da primeira flor ou no início da fase reprodutiva. cias que outras: assim , culturas suscetíveis podem requerer
Esta informação é importante para garantir que quantidades épocas específicas para aplicação de fertilizantes.
adequadas desses nutrientes estejam disponíveis quando a
demanda é maior. Em algumas ocasiões, a aplicação foliar
de N, e mesmo de K, no surgimento da primeira flor pode
melhorar a produtividade e/ou a qualidade do algodão.
♦ Aplicação de N em culturas de grãos pequenos,
como trigo. Várias recomendações para o trigo se refe-
rem à aplicação de N na semeadura, enquanto a maior P erguntas {!; '
parte acontece em cobertu ra , antes do aparecimento
do primeiro nó. Na fase tardia de crescimento, quando
o trigo inicia o espigamento, a maior parte cio N já foi
absorvida , e se boas práticas de manejo da ad ubação
nitrogenada não forem feitas antes desta fase a produti-
1. Um dos cinco princípios científicos que defmem o
momento certo para um conjunto específico de
condições é:
a. aplicar os nutrientes pouco antes da fase de
,
vidade será prejudicada. Embora a produtividade seja enchimento dos grãos.
determinada na fase de espigamento, em alguns sistemas b. avaliar a logística das operações no campo.
de produção a aplicação tardia de N, durante essa fase, c. permitir a lenta mineralização dos nutrientes
pode aumentar o teor de proteína nos grãos. Isto pode do solo.
ser vantajoso quando há prêmio pago por proteína. Cui- d. aplicar os nutrientes pouco antes do
dados devem ser tomados na aplicação tardia para evitar aume nto dos riscos de lixiviação.
danos que poderiam causar impactos no enchimento dos
grãos (por exemplo, queimadura da folha bandeira) . 2. A absorção dos principais nutrientes pela maior
♦ Árvores frutíferas. Árvores frutíferas são plantas parte das culturas geralmente segue uma curva,
perenes com diferentes características de absorção e em relação ao tempo, cuja forma é denominada
distribuição de N em relação à maioria das culturas. Um a. sigmóide.
bom exemplo é a uva, que tem três fases distintas para a b. rombóide.
absorção de nutrientes: (i) período entre a brotação/iní- c. esferóide.
cio do desenvolvimento foliar e novos brotos/desenvolvi- d. linear.
mento de frutos , (ii) período entre início e desenvolvi-
mento de frutos e (iii) período após o desenvolvimento 3. A aplicação de fertilizante nitrogenado na fase de
até a maturação dos frutos. espigan1en10 do trigo pode aumentar
a. a produtividade.
♦ Culturas tropicais semi-perenes. Para cu lturas b. o enchimento dos grãos.
como denclê ou banana, que têm colheitas contínuas, a c. a proteína nos grãos.
época correta de aplicação dependerá principalmente das d. a qualidade cio amido nos grãos.
condições climátiCéls e da ocasião propícia para aplicação.
No entanto, é Importante considerar antecipadamente u

NUTRIÇÃO DE PLANTAS 4C - ÉPOCA CERTA


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~
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Ve o v0 V12 V18 R1 R2 R3 R4 RS R6

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Maio Junho Julho Agosto Setembro
■ Folhas ■ Caule, pendão, casca D Grãos

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25
l
o
o 16 38 51 66 81 94 112 126 1-10

Dias após o plantio

Figura 5.1 Nitrogênio acumulado nos diferentes órgãos do milho (A) e absorção acumulada de N nos momentos de pico de demanda (colunas
verdes) e época recomendada de aplicação (setas vermelhas) para o arroz (B).
Fontn: A) Adaptada de: How a Com Plant Develops. Iowa State Unlverslty, Speclal Report No. 48, November 2008;
B) Adaptada de: Bertsch, F. Estudlos de absorclón de nutrientes como apoyo a las recomendaclones de fertílización. lnformaciones
Agronómicas, v. 57, p. 1·10, 2005.

NUTRIÇÃO DE PLANTAS 4C • ÉPOCA CERTA


NITROGtâNIO
ATMOSFi!RICO
ÓXIDO
N, NITROSO
N,O

AMÔNIA
NH,

Ciclo do PERDA POR


LIXMAÇÃO

Nitrogênio ·-·
Figura 5.2 Ciclo •gerald do ·nitrogênio.
- d Como
-
o- ciclo
-
do N• é mais complexo e dinâmico do que o dos outros nutrientes , as d.1scussoes
-
reaciona
1 as a epoca e ap 11caçao sao mais comumente centradas no fertilizante nitrogenado.
r

5.2 Analisar a Dinâmica de Fornecimento de pode ser prontamente convertido em formas fracamente
Nutrientes do Solo solúveis e formas indisponíveis de P. Portanto, nesses
ambientes, é comum aplicar anuaJmente fertilizantes fos-
A maior parte dos solos tem capacidade de suprir pelo me- fatados concentrados em faixa, no plantio, para aumentar
nos algumas das necessidades nutricionais de uma cultura. a disponibilidade às culturas.
Geralmente, quanto mais arenoso ou intemperizado é o
solo, menor é a sua capacidade de fornecimento de nutrien- Uma boa compreensão das transformações do N e de
tes. A capacidade de fornecimento de nutrientes do solo é outros nutrientes no solo é fundamental para a avaliação da
importante para o componente dose dos 4Cs, mas pode dinâmica de suprimento de nutrientes do solo. O nitrooênio
influenciar a época de aplicação, assim como as exigências. é absorvido como nitrato (NQ 3· ) ou amónio (NH/ ). o:1ras
Em termos gerais, quanto maior a capacidade do solo em formas de N devem ser convertidas em nitrato ou amõnio
reter e fornecer um nutriente à cultura, e disponibilizá-lo ao para que a planta possa utilizá-las. A Figura 5.2 mostra
longo da fase de crescimento, menor será a necessidade de uma representação resumida do ciclo do N e como é sua
dinâmica e transformação. Em um determinado solo, 0 N
enfatizar o momento crítico para aplicação desse nutriente.
disponível para a planta é fornecido tanto pela mineraliza-
Seguem dois exemplos contrastantes:
ção da matéria orgânica do solo como pelo nitrato e amónio
♦ Para muitos solos agrícolas, os fertilizantes fosfatados e residual. Em climas áridos, o nitrato pode se acumular no
potássicos podem ser fornecidos uma vez para suprir as solo e ser utilizado cm várias safras. Onde a precipitação é
necessidades de uma ou várias safras. Após aplicados, P elevada, o nitrato é mais facilmente removido do solo por
e K são mantidos no solo e permanecem disponíveis às lixiviação c/m1 desnitrificação. O nitrogê nio pode enu.ir no
cuiluras ao longo do tempo. solo a partir ela atmosfera por v,\rias vias, ou pode ser adi-
♦ Alguns solos allamcnte alcalinos, 011 solos bastante áci- cionado como fertilizantes, resíduos d e culturas ou estercos.
dos, comuns cm regiões tropicais, têm alta capacidade de Entre os nutrientes, o N tem o ciclo mais complexo, uma
fixação de P. O fertilizan te fosfatad o aplicado nestes solos vez que está sujeito a mais transformações e perdas.

NUTRIÇÃO DE PLANTAS 4C - ÉPOCA CERTA


Outro íator importante na ava liação ela d inâmica de forn e- de vá rias a plicações de N d ura nte a safr a por meio da
e.li cimento do nu trie nte pelo solo é o nível dos elementos na fertirrigação, otimi zando a época de ap licação de forma a
análise do solo. A análise do solo não é uma ciência exa la corres po nder à de ma nda da cu ltura . Assim, controlando a
que fo rnece uma resposta absoluta se haverá ou não res posta é poca de aplicação, a efi ciência de uso dos nutrientes pode
à aplicação de fe rtiliza ntes em um determin ado momento. ser melhorada e o potencia l de perd as reduz ido.
Existem muitos outros fatores que afetam o sistema. A análise
de solo fo rnece, ou pelo menos d á uma ideia, da pro babi-
5.4 Avaliar a Logística das Operações no Campo
lidade de resposta à aplicação de íertili za ntes em relação a A logística d e distri b uição de fertili za ntes, as operações de
um nutriente específico. Geralmente, quanto maior o nível ca mpo e os eq ui pa mentos d e a pl icação são fa tores impor-
do nutriente na análise do solo, menor será a necessidade de tantes que afe tam as decisões e m re lação ao mome nto da
aplicação de fertili za ntes e maior será a llexibilidade na época a plicação. V isto que e m muitas regiões o ta ma nho das
d e aplicação. Consulte a Seção 8.5 para obter mais detalhes. propried ad es tê m aumentad o, há necessidad e de ajusta r
Ao avali ar a dinâmica ele fornecimento el e nutriente cio solo a logística d e pla ntio e o mome nto de e ntrad a na á rea. A
o profissional d eve considerar o ciclo cio nutriente es pecífico. aplicação antecipada de fertiliza ntes, ta l como ocorre com
Questões-chave incluem: a aplicação no outono para as cultu ras plantad as na prima-
vera, pode redu zir a pressão sobre as operações d e pla ntio
♦ Existem problemas ele imobilização ou outros processos
e permitir um mome nto mais o portuno d e plantio. Ge ra l-
que podem interromper o fornecimento ele nutrientes?
mente, a aplicação antecipada d e fertilizantes fosfat ad os e
♦ O solo tem potencial para comprometer a disponibilida-
potássicos é considerada uma práti ca sensata, po is o risco d e
de dos nutrientes adicionados ao longo do tempo (por perdas é pequeno no intervalo d e te mpo entre a a plicação e
exemplo, P em solos altamente ácidos ou alcalinos) ? o período de desenvolvimento da cultura; no entanto, como
Essas e outras questões irão afetar de alguma forma as deci- mencionado anteriormente, deve-se te r caute la na a plicação
sões sobre época, dose, local e fonte de fertilizante. antecipada de N, principalmente onde há elevado risco d e
perda do elemento por lixiviação e/ou desnitrificação.
5.3 Analisar a Dinâmica de Perda de
Em áreas tropicais, é importante estar pre parado para as
Nutrientes do Solo condições climáticas adequadas. No entanto, análises de

• As perdas de N e P dos sistemas de cultivo geralmente causam


grande preocupação visto que, além de acarretar impactos
econômicos negativos, podem criar problemas ambientais
solo e de planta devem ser realizadas com bastante ante-
cedência, de modo a orientar e assegurar a aquisição e o
armazenamento adequado de fertilizantes. Os fertilizantes
específicos. O nitrogênio pode ser perdido por várias vias, devem estar disponíveis semanas antes do momento previsto
incluindo a lixiviação de nitrato, o escoamento superficial nos para aplicação. O manejo inadequado dos fertilizantes pode
campos e perdas gasosas. O nitrogênio no solo tende a ser conduzir a sérios problemas em alguns sistemas tropicais.

• convertido na forma de nitrato. Devido à sua carga negativa,


o nitrato não é atraído pelas cargas negativas das partículas
Por exemplo, se N e K não forem aplicados juntos, pode
ocorrer desequilíbrio entre os nutrie ntes, predispondo as
de argila e matéria orgânica. Assim, esta forma fica livre para plantas ao ataque de pragas, como está bem documenta do
ser lix.iviada com o movimento da água no perfil do solo. O para as pragas de folhas de dendê , que se beneficiam do
fósforo é muito menos suscetível à lixiviação, mas pequenas alto teor de N e baixo teor de K na folhagem.
perdas de P podem causar grandes impactos na qualidade da Fertilizantes de liberação lenta e outras tecnologias d e
água. As perdas de P no campo ocorrem principalmente por eficiência melhorada podem ser ferramentas úteis quando
escoamento superficial. Em alguns solos, as perdas via canal a logística exige uma única aplicação em época que
de drenagem podem ser significativas, e em solos com teores normalmente seria inadequada. O preço dessas tecnologias
muito altos de P a lixiviação pode ocasionar perdas se o tradicionalmente tem limitado a sua utilização na produção
lençol freático for muito raso. A aplicação localizada de ferti- agrícola comercial, porém, com o aumento do preço dos
lizantes fosfatados abaixo da superfície do solo pode diminuir nutrientes e da preocupação com as questões ambie ntais.
significativamente o risco de perda. mudanças na logística e/ou nos produtos utilizados têm se
Em solos e ambientes climáticos onde há potencial tornado mais viáveis economicamente em sistemas intensivos,
significativo de perdas de nutrientes, a época de aplicação como nas culturas tropicais, como banana. por exemplo, em
deve ser focada e específica. Por exemplo, a aplicação que o número total de aplicações pode ser redu2ido de forma
de N no outono, antecedendo o plantio na primavera de significativa, economizando dinheiro e mão de obra. lllJ
culturas como milho, somente deve ser praticada em áreas
geográficas onde é baixo o risco de perdas no final do REFERÊNCIAS
outono, quando a temperatura do solo estiver abaixo de Bruulsema, T . W. (Ed). Managing crop nitrogcn for
10 "C, sendo esperado um contínuo resfriamento. As weathcr. Norcross, GA: IPNI, 2008.
aplicações de pré-plantio na primavera e/ou em cobertura Ma, L.; Ahttja, L. R.; Bruulsema, T. W. (Ecls) . Quantifying
geralmente oferecem menor risco de perda e maior and undcrstanding plant nitrogen uptake for systems
rentabilidade, e são preferíveis às aplicações de outono , modeling. Boca Raton: Taylor anel Francis Group. LLC. 2009.
apesar dos desafios logísticos. Em contraste, alguns sistemas Schepers, J. S.; Raun, W. R. (Eds) . Agronomy Monograph
com milho irrigado permitem aos produtores a realizaçüo 49. Madison: American Society of Agronomy, lnc., 2008.

NUTRIÇÃO DE PLANTAS 4C - ÉPOCA CERTA


Pergtlntas 1

4. O nitrato pode se acumular nos solos e ser utilizado 8. Em solos com alta capacidade de fixação de P, a época
em múltiplas safras agrícolas em apropriada para aplicação do P é
a. climas úmidos. a. anualmente, após a emergência da cultura.
b. climas áridos. b. anualmente, no plantio.
c. solos orgânicos. c. a cada dois anos.
d . solos altamente alcalinos. d. a cada três anos.

5. A época de aplicação do nutriente é mais Importante 9. Para culturas plantadas na primavera, a vantagem da
para aplicação de N na primavera, ao invés da aplicação no
a. N.
Inverno anterior, inclui
b. P. a. temperaturas do solo mais quentes.
c. K. b. menor interferência com outras operações de
d. Mo.
campo.
c. menor risco de perda e maior lucratividade.
6. A nitrificação envolve a conversão de: d. plantio em tempo oportuno.
a. nitrato em dióxido de nitrogênio (NOz).
b. nitrato em óxido nitroso (N 20).
10. Tecnologias de fertilizantes com eficiência melhorada,
c. amônia em nitrogênio (Nz).
que controlam o tempo de liberação do nutriente,
d. amônia em nitrato (N03-).
podem ser adequadas para
7. Em reglôes climáticas com elevada pluviosidade o
nitrato é prontamente removido dos solos por
a. llxiviação.
a. melhorar a logística das operações no campo.
b. somente culturas de alto valor, como banana.
c. liberação mais rápida de nutrientes às culturas.
d. aplicação de qualquer nutriente.
.
b. nitrificação.
c. imobilização.
d. volatilização do NH3.

NUTRIÇÃO DE PLANTAS 4C • ÉPOCA CERTA


~ Módulo 5 .1-1 Resposta da produção de trigo à aplicação tardia de N estimada por melo da coloração da
folha, com o uso de clorofllômetro (SPAD). A prática convencional recomendada para adubação nitrogena-
da de trigo no noroeste da Índia é de 50% da necessidade de N aplicados na base (na semeadura} e os 50%
restantes aplicados na fase de iniciação da raiz na coroa (IRC) (fase de desenvolvimento 13 da escala Zadoks).
Como mostra a Tabela abaixo, a aplicação de N no estádio de perfilhamento máximo (PM ; fase de desenvolvi-
menta 22 da escala Zadoks} aumentou o rendimento nos 3 anos quando as doses aplicadas na base e na IRC
somaram 80 kg ha- 1 ou menos, e em 2 dos 3 anos quando as doses foram mais elevadas. O trigo respondeu à
aplicação tardia de N na fase de PM quando os valores SPAD estiveram abaixo de 44.
Fonte: Adaptada de Bijay-Si ngh , et ai. Agronomy Journal, v. 94, p. 821-829, 2002.

Aplicação de fertlllzante nitrogenado, kg ha·1 N Rendimento de grãos de trigo, t ha-1

Basal IRC PM Total 1996-1997 1997-1998 1998-1999

o o o o - 1,7 a * 1,8 a
o o 30 30 - 3,1 b 2,7 b
30 30 o 60 3,3 a 3,7 c 2,9 c
30 30 30 90 4,1 b 4,5 d 3,7 d
40 40 o 80 3,9 b 4,2 d 3,6 d
40 40 30 110 4 ,5 c 5,0 e 4,2 e
50 50 o 10 0 4,1 b 5,1 e 4,4 f
50 50 30 130 4,5 c 5,2 e 4,7 g
60 60 o 120 4,6 c 5,1 e 4,8 g
60 60 30 150 4,8 e 5,1 e 5,1 h

* Na col una, médias seguidas pela mesma letra não diferem significativamente entre si a 0,05 de probabilidade pelo teste de Duncan.

Módulo 5.1-2 A aplicação de N em sincronia com a demanda da cultura diminui o nitrato no solo. A maior
demanda de N pela cu ltura do trigo ocorre próximo ao início do alongamento do colmo (fase de desenvolvimento
31 da escala Zadoks). Sincronizar a aplicação de N às necessidades da cultura pode ajudar a melhorar a eficiência
de utilização e resultar em maiores lucros para o agricultor e menos efeitos adversos ao meio ambiente.
Produtores de t rigo no noroeste do México aplicam rotineiramente 75% da dose recomendada de N (250 kg ha·1 )
três semanas antes da semeadura, e o restante da dose cinco semanas após o plantio. Riley et ai. (2001) campa-
raram a prática dos agricultores a uma prática a lternativa que consistia na aplicação de 33% do N no plantio, e o
restante cinco semanas após o plant io. Eles verificaram que a prática alternativa melhorou a absorção de nutrientes
e diminuiu a perda por lixiviação em cerca de 60% em relação à prática dos agricultores (ver figura ), além de
apresentar comparáve l retorno econômico ao agricultor."

6
Fonte: Riley, W. J.; Ortiz-Monasterio, I.; Matson, P. A. Nutrient Cycling in Agroecosystems, v. 61, n. 3, p. 223-236. 2001.

~
Concentrações de N mineral na solução
200 FP9596 0 - 15,m (a)
•···· • -· -·· 15- 30 cm do solo mensuradas durante o cultivo
z 150 convenciona l de trigo (FP9596) e com
. o --- ~ ' a utilização de prática alternativa
O) 100
(ALT9596).
3 50
~ ~-- --···-·········· · -=·· · · ·
~ ~- -- ~~ --- - . .,.. ___ - -- - .. . _,.., --:-
F. 1 e P se referem às datas de adubação,
OM o Irrigação e plantio, respectivamente. O
z FI p FI 1 1 1 1 1 N mineral, nas fom1as NO,· ·• NO, . foI
Q) avaliado com o uso de l1símetros. que
-o
(b)

-A.
o 30 ALT9596 -0- O - 15 cm 1 extraem a solução do solo a 70 cm de
·i ... -•--- - 15 • 30 cm profundidade.
~ 20 o 30 - 60 cm 1
e
Q)
1
o 10 -
.m.:
e
o
t) o ~, ........ --- -- ~ .. .. - ~...e- ~~~~ 1

1 FP FI 1 1 1 1
1 - - - - - - - - - -

NUTRIÇÃO DE PLANTAS 4C · ÉPOCA CERTA


Módulo 5.1-3 Padrões de absorção de N, P e K em videiras, localizadas em Shaanxi, China, são influenciados
pela época de aplicação dos nutrientes. Um estudo foi realizado em Fufeng County, na planície Guanzhong, em
Shaanxi, China, para identificar a absorção de nutrientes por videiras com 7 anos de idade de acordo com a fase
de desenvolvimento da planta. A figura abaixo mostra o aumento no con teúdo de N, P e K durante a estação de
crescimento. Entre 30 de março e 30 de novembro as plantas acumularam, em média, mais de 102 kg ha- 1 de N,
33 kg ha 1 de P2 0 5 e 140 kg ha I de K20 principa lmente em três fases distintas: 1) período entre brotação/ início
do desenvolvimento foliar e novos brotos/desenvol vimento de frutos, 2) período entre início do desenvolvimento
dos frutos e expa nsão dos frutos e 3) período após a expansão dos frutos até a matu ridade dos frutos. Estes
períodos apresentaram, respectivamente, 38%, 29% e 29% do N total acumulado, 22%, 29%, e 31% do P acumu-
lado e 26%, 46% e 17% do K acumulado. De acord o com as ca racterísticas de absorção dos nut rientes du rante
as fases de desenvolvimento, a adubação nitrogenada deve ser parcelada entre as três fases de dema nda do
nutriente acima descritas. Cerca de 50% da recomendação de P deve ser apl icada antes da expansão dos frutos
e 70% da recomendação de K deve ser aplica da antes do florescimento e apareci mento de novos brotos.
Fonte: Tong, Y., et ai. Better Crops with Plant Food, v. 94, n. 2, p. 29-31, 2010.

180
., -+- N
ro
.e 160

--- KP
-
Ol P,0 5
:=.. 140 donnência
ro
"E
ro 120 maturidade
a.
ro
e 100
Q)
"E
a., crescimento do
·.::: 80 fruto jovem
:5
e brotação e
Q)
60
"O
crescimento inicial
o da folhagem

-------
"O 40
·::J
Q)
"E 20 ■
o
o ■ ■
o
30-Mar 30-Mai 31 -Jul 30-Set 1-Dez

Módulo 5.1-4 O parcelamento da dose aumenta a disponibilidade de Ca para o amendoim. A absorção de


cálcio pelas plantas está intimamente relacionada à transpiração. Plantas de amendoim têm dificuldade em
redistribuir o Ca das raízes, caules e folhas para as vagens em desenvolvimento e, assim, mais de 90% doca
exigido pela vagem é obtido diretamente do solo pela própria vagem. Assim, após a floração, são exigidos níveis
adequados e disponíveis de Ca na área do solo onde as vagens de amendoim estão se desenvolvendo. Um
experimento em vasos foi conduzido para determinar o efeito da época de aplicação de fertilizantes com Ca
sobre o rendimento do amendoim e a absorção de Ca. A tabela abaixo mostra que uma única aplicação de ca
na base aumentou o rendimento de amendoim de 10% para 24%. O parcelamento da aplicação de gesso ou de
nitrato de cálcio aumentou o rendimento de 3% para 7% e aumentou a recupera ção de Ca de 11% para 30% em
relação à aplicação na base. Considerando-se os resultados deste trabalho, aplicações de Ca solúvel na época
de pré-floração são necessárias para o alto rendimento de amendoim. Fonte: Lin, B. et ai. Chinese Journal of Soil
Science, v. 28, n. 4, p. 172-174, 1997.

50% na base + 501)(, em cobertura no


100% na base
floresclmj5nto
Tratamentos
Produtividade Recupera9ão de Ca ArodutMdade Recuperação de e
g,tvaso % g,tvaso %
NPK 26 - 26 -

NPK + CaS04 29 9 30 10

NPK + Ca( N03)2 30 10 32 13

NUTRIÇÃO DE PLANTAS 4C - ÉPOCA CERTA


Módulo 5.2-1 Altos níveis na anállse de solo posslbllltam flexlbllidade na época de apllcação de P e K. O
f
laboratório de solos da Universidade Estadual do Kansas (KSU) faz recomendações de adubação com base no
critério de sufici ência ou no critério de construção-manutenção para o manejo do nutriente. O cliente escolhe qual
destas abordagens melhor se adapta à sua operação. O objetivo do critério de suficiência é aplicar apenas P e/ou
K em quantidade suficiente para maximizar a rentabilidade no ano de aplicação, minimizando as aplicações de
nutrientes e os custos com fertilizantes. O objetivo dos programas de construção-manutenção da fertilidade é
gerenciar os níveis de P e/ou K das análises de solo como variáveis controláveis. Com baixos valores na análise
do solo, as recomendações se destinam à aplicação de P e/ ou K suficientes para satisfazer as necessidades
nutricionais imediatas da cultura e construir níveis de valores não-limitantes na análise do solo, acima do nível
crítico. A KSU gerou algumas informações e figuras clássicas sobre relações entre nível de análise de solo, produ-
tividade da cultura e recomendações de fertilizantes. A relação ilustrada no gráfico abaixo mostra que à medida
que aumenta o nível do nutriente na análise de solo, aumenta a flexibilidade da época de apl icação e reduz o
risco de limitação da produção devido à adubação.
Fonte: Leikam, D.F. et ai. Better Crops with Plant Food, v. 87, n. 3, p. 6-10, 2003. Para mais informações, consulte
a Seção 8.5.

Allo
- - - --
-
risco Alto
. --·--··-···
_::-:-.-~-- ........
risco
Risco do último
Incremento RlSCO do fertih.zante
. .--·
de fertihzanle limitar a produção

\ ....... ..
não ser rentável
-·· ' da cu ltura

' ✓
'\.
.· Programas de construçao/
"\
Programas de
suficlôncia de
manutenção da fertilldade \
fertitldade da
cullura Programa
de 8 anos
Programa
de 6 anos
Programa
de 4 anos
\
Baixo Baixo
risco risco

Módulo 5 .3-1 Aplicação de N na primavera aumenta o aproveitamento de N e a lucratividade do milho no


sul de Minnesota. Um estudo de longo prazo conduzido na região do cinturão do milho em Waseca , MN, nos
EUA, comparou a aplicação de amônia com e sem inibidor de nitrificação (N-Serve, ou nitrapirina), no outono, à
aplicação de amônia sem inibidor de nitrificação no pré-plantio, na primavera. A tabela abaixo mostra resultados
dos 15 anos de estudo. Em suma, os dados mostraram que as aplicações de N (na forma de amônia) no final
do outono, com inibidor de nitrificação, e no pré-plantio na primavera foram as melhores práticas de manejo. No
entanto, deve ser notado que, quando a primavera foi chuvosa, a aplicação na primavera resultou em rendimento
e lucratividade significativamente maiores do que a apl icação no outono+N-Serve. Em geral, a época de aplicação
menos arriscada foi no pré-plantio na primavera , seguida da aplicação no outono+N-Serve, sendo que a aplicação
no outono (sem inibidor) é considerada a mais arriscada e menos eficiente. Assim , a aplicação de N em milho
deve ser evitada em áreas com invernos quentes e secos; onde é adequada, esta deve ser prorrogada até que a
temperatura do solo esteja abaixo de 10ºC e seja esperado contínuo resfriamento, de modo que haja lenta nitrifi-
cação no outono e sejam evitadas a lixiviação e/ou a desnitrificação. O uso do inibidor de nitrificação pode ajudar
a atrasar a nitrificação, mas mesmo com o uso do inibidor e em local apropriado, a aplicação de outono deve ser
prorrogada até que a temperatura do solo se resfrie. Source: Randall, G. ln: Proc. 20th Annual lntegrated Crop
Manag. Conf., Dec. 10-11, Iowa State Univ., Ames , 2008. p. 225-235.

Parâmetro Época de apllcação de N


(média de :1!5 anos, 1987 a 200!1.) Outono Outono + N-Serve Primavera
1
Produtividade (t ha- ) 9,03 9,60 9,78
Retorno econômico sobre o N no outono ($/l1a/ano) 1
- $ 69 $119
Flu xo de N-N 0 3 (mg l ') na água de drenagem 14,1 12,2 12
2
Recuperação de N no grão (%) 38 46 47

1 Tomando-se como base: N@ $ 1.511/kg N; N-Sorve ; $ 19,78/ ha ; milho ª $ 157.5/ t.

' Conteúdo de niuogênio no grão de milho como porcentagem da quantrdade de íer 1I11zan1e nitrogenado aplicado.

NUTR IÇÃO DE PLANTAS 4C · ÉPOCA CERTA


Capítulo @
.. PRINCÍPIOS CIENTÍFICOS DE APOIO
LOCAL CERTO

t O local certo significa o posicionamento estratégico dos ♦ Atender os objetivos do sistema de plantio direto. As
nutrientes necessários de modo que a planta tenha acesso técnicas de aplicação subsuperficial, que mantém a camada
a eles. A aplicação adequada permite que a planta se de palha sobre o solo, podem ajudar a preservar os nutrientes
desenvolva corretamente e expresse seu potencial de e a água .
• produção, considerando as condições ambientais nas quais ♦ Manejar a variabilidade espacial. Avaliar as diferenças

·• ela cresce. O local certo, na prática, está em constante


evolução. Genética de plantas, tecnologias de aplicação,
práticas de cultivo, espaçamento entre plantas, rotação e
de solo dentro e entre os campos quanto à produtividade
das culturas, capacidade de suprimento de nutrientes do

• consorciação de culturas, variabilidade climática e uma


série de outros fatores podem aíetar o local apropriado para
solo e vulnerabilidade a perdas de nutrientes .

6.1 Crescimento Radicular da Planta


• aplicação de nutrientes. Consequentemente, há muito ainda
a se aprender a respeito do local certo e de como e le pode
A arquitetura radicular representa a configuração
espacial tridimensional do sistema radicular e se refere ao
ser previsto quando as decisões de manejo necessitam ser
arranjo geométrico das raízes das plantas no solo. A arqui-
feitas . tetura radicular difere fortemente e ntre as espécies vegetais
Os princípios cientificos fundamentais que definem o e interage intensamente com as condições do solo.
, local certo para a aplicação específica de nutrientes são os Para demonstrar os contrastes na arquitetura radicular, a
seguintes: Figura 6.1 fornece diagramas ele seções transversais verti-
♦ Considerar a fonte, a dose e a época de aplicação. cais de milho e ele beterraba. O primeiro diagrama é d e um
sistema radicular ele milho com 36 dias. O sistema radicular
+ Considerar o local de crescimento das raízes. Os fasci culado tem orientação horizontal distinta e é e ncontrado
nutrientes precisam ser colocados próximo às raízes em cres· e m prol'unclidadcs mais rasas do solo. O segundo diagrama
cimento, onde possam ser absorvidos quando necessário. é ele bete rraba com 2 meses, em condições de irrigação.
♦ Considerar as reações químicas do solo. A concen· O si.stt ma radicular pivotante é orientado vertica lme nte,
0

tração dos nutrientes que são retidos no solo, como P, em estendendo-se mais proíundamcnte 110 solo. Diferentes
faixas ou em pequenos volumes de solo pode melhorar a espécies de plantas, portanto, possue m cliíe rentes padrões ele
disponibllidi!dc. crescimc mo de raiz, afetando suas ha bilidaclt>s individuais ele

NUTRIÇÃO DE PLANTAS 4C · LOCAL CERTO


Milho: Beterraba:
"'..
36 dias 2 meses
} Zona de baixa
concentração
de P

,~
- ;:
} Zona de alta
concentração
de P

l-30 cm-!

Zona de baixa
Figura 6.1. Representação bidimencional da arquitetura
concentração
radicular do milho e da beterraba. de P
Fonte: Weaver (1926).

acesso aos nutrientes nos diversos locais do solo. Além disso,


dentro de uma espécie, nem todo sistema radicular permane-
ce ativo durante toda a fase de crescimento, podendo afetar o
acesso ao suprimento de nutrientes em qualquer local.
Plasticidade da raiz. A arquitetura radicular da planta Figura 6.2 Proliferação de raízes de cevada em região com
alta concentração de fósforo.
muda de acordo com a idade da planta e com a resposta do
Fonte: Drew (1975).
sistema radicular ao ambiente local - uma característica
denominada "plasticidade". Muitas condições externas podem
alterar a arquitetura da raiz; exemplos incluem o conteúdo e, assim, essa concentração é denominada C,..,n· O valor dessa
de umidade do solo (Sharp et aJ., 1988), temperatura do baixa concentração de nutrientes no solo varia de acordo
solo (WaJker, 1969), concentração de nutrientes (Zhang e com a espécie vegetal e com o nutriente considerado.
Barber, 1992) e densidade do solo (Kasper et ai., 1991). As plantas também têm mecanismos de retroalimentação
Quando as raízes da planta encontram áreas concentradas que lhes permitem ajustar as taxas de absorção de nutrientes
de N ou P ocorre a proliferação de raízes. A Figura 6.2 (cinética) às condições do solo. As plantas se adaptam às baixas
mostra como a distribuição de raízes de cevada pode ser concentrações de nutrientes pela alteração dos sistemas de
alterada por uma zona concentrada de P. A maior proporção transporte encontrados nas membranas celulares da raiz.
de raízes na zona com alta concentração de P provém de reduzindo, assim, a Cm,n· Por exemplo, plantas de milho
uma maior ramificação radicular. Este exemplo mostra que cultivadas em solução concentrada de P 10 vezes mais baLxa
a localização dos nutrientes afeta não somente a posição das que a normal continuaram a absorver o P em um nível de
fontes de nutrientes mas também a proporção do sistema C, 11111 4 vezes menor do que a das plantas normais.
radicular que estará em contato com essas fontes. Baixas concentrações de nutrientes no solo causam também
Absorção de nutrientes pelas raízes. A absorção de incremento na taxa máxima de influxo de nut1ientes. Esse
nutrientes é uma das principais funções das raízes das plantas. incremento permite que cada raiz encontre suprimento no
Os nutrientes da solução do solo entram nas células da raiz solo de modo a colaborar com maior proporção de nutrientes
através dos poros da parede celular. para o conteúdo total na planta. Alterações na C . e no
A raiz apresenta uma taxa máxima de absorção de nuliientes inlluxo permitem que uma planta nutricionalment';"~stressada
(Barber, 1995). Isto significa que à medida que a concentração compense, parcialmente, a baLxa oferta de nutrientes no
de nuliientes na solução do solo aumenta (adição de nutrien- solo, embora a absorção total seja menor, comparada a uma
tes), a taxa de absorção de nutrientes pelas raízes também planta não estressada.
aumenta, mas eventualmente se aproxima de um máximo. As taxas de absorção de nutrientes podem mudar com a idade
Isso significa que uma única raiz não pode suprir todas as da planta. Por exemplo. as taxas de absorção de P são muitas
necessidades de nutrientes da pl,mta ao longo do seu desenvol- vezes maiores quando as plantas de milho e de soja são mais
vimento. Em vez disso, é necessário um sistema de raízes bem jovens cio que quando são mais velhas. Quando as taxas de
desenvolvido, em que cada raiz ativa contribui para a aquisição absorção diminuem com o tempo, como foi observado em
da quantidade total de nutrientes requerida pelas plantas. milho e soja , serü necessário aumentar a área de supe rfície
As raízes também perdem mttrientes - um processo cle110111i- de raiz no final ela estação de crescimento, juntame nte com
nado "elluxo". Ambos, Inlluxo e elluxo, ocorrem nas raízes um aume1110 correspondente no acesso ao volume de solo
em função da variação nas concentrações de nutric11tcs 110 rcrtilizado, apenas para manter a absorção ele nutriernes. No
solo. No entanto, conforme o suprimento de nutrientes ele· entanto, à rneclicla que a pane aérea da planta se dese nvolve,
cresce, i111luxo e clluxo podem quase se igua lar. NPsse ponto, aumenta ainda mais a exigência e m nutrientes, exigindo 0
não existe qm1lq11er ab~orção líquida do 1111trle11tes pela raiz, dcse11volvi111ento de um sblt!ma radicul ar mais extenso.

NUTRIÇÃO DE PLANTAS 4C - LOCAL CERTO


6 .2 Práticas para a loca li zação de nutrientes OFaixas múltiplas em qua lquer combinação pode m ser
aplicadas.
Existem duas formas princ ipais para ap licação de nutrientes
no solo: 1) aplicação em área to tal (a lanço) e 2) a plicação e m g) As faixas podem estar loca lizadas a várias distâncias das
faixas . A ap licação a la nço é um processo qu ase uniforme linhas de plan tio .
(Figura 6.3). O o bje tivo dessa a plicação é o bte r uma distri- h) A profun didade de ap licação também pode variar muito,
buição razoavelme nte equilibra d a das pa rtícul as indi vidua is porém , a necessidade de po tência do eq u ipamento aplica-
d e nutrie ntes, q uer sejam grâ nul os d e fe rtiliza nte sólid o o u dor geralmente limita a profund id ade das faixas a 20 cm ou
go tículas d e fertiliza nte líquido. A a plicação d e nutrie ntes me nos, embora aplicações mais pro fund as sejam possíveis.
e m fa ixas é fe ita e m á reas locali zad as, co m la rguras e vo lu- O trata me nto d e se m e ntes com micronu trien tes, com o Mo
m es limitad os d e solo . T ais aplicações pode m se r feitas tanto pa ra a soj a o u Zn pa ra o milho, ta mbé m p o d e ser consi-
na supe rfície co mo abaixo de la, e m profundidad e. d e rado como um m é todo d e localização d e n utrien tes.
No e nta nto, as concentrações m áximas e seguras d e ta is
Faixa larga Faixa larga Faixa estrei ta tra ta m e ntos pode m vari a r e ntre espécies e m esmo e n tre
sobre a linha enlre as linhas perto da linha híbridos d e milho e m diferentes grupos d e m a turação. M uitas
Ili"
o o c ulturas são se nsíveis aos revestime ntos d e sem e ntes co m
semente micronutrientes.

,... 1
Aplicação a lanço,
uniforme
Faixas superficiais com diferentes
larguras e distâncias da semente
Perguntas '[1
1. Um dos cinco princípios fundamentais que definem
o lugar certo para um determinado conjunto de
condições é
a. enterrar os nutrientes profundamente no solo.
b . considerar onde as raízes das plantas estão
crescendo.
faixa profunda c. misturar os nutrientes em todo o volume de
Faixa junto com a Faixas em várias distâncias entre ou solo.
semente ou próximo dela abaixo das linhas de cultivo d . incorporar os nutrientes por meio do preparo

• Figura 6.3 Diagramas conceituais sobre diferentes opções


para a localização dos nutrientes.
básico do solo .

2. As raízes das plantas proliferam nas zonas do solo


onde os fertilízantes aplicados incluem
a. Zn e Mn .

• Como apresentado na Figura 6.3, existe uma variedade de


opções disponíveis para a localização dos nutrientes no solo.
b . Cae Mg.
c. Ke Mg.
d. N e P.
a) Combinações de aplicações a lanço e em faixas são comuns.
b) As faixas podem ser de diferentes larguras, bem como po- 3. Quando as plantas se ajustam às bab,as concentra-
dem estar em várias posições em relação à linha de plantio. ções de nutrientes pela alteração dos sistemas de
c) O solo pode ser misturado em várias extensões por transporte encontrados nas membranas celulares da
raiz, elas podem
cultivo, organismos, como minhocas, ou processos físicos
decorrentes de variações temporais na umidade e/ou na a. crescer mais rapidamente do que em altas
temperatura do solo. concentrações de nutrientes.
b. absorver mals nutrientes do que e m altas
d) As aplicações subsuperficiais são mais frequentes em faixas,
concentrações de nutrientes.
embora as injeções em pontos regulannente espaçados, por
e. compensar parcialmente a baixa oferta de
vezes denominados de "covas", também sejam uma opção.
nutrientes do solo.
e) As configurações para as faixas de subsuperfície variam d . aumentar a C 0 11n de nutrientes.
bastante. Faixas colocadas próximas à semente no mo-
mento do plantio são geralmente denominadas de faixas 4. O mé todo de aplicação que distribui mais unifor-
"starter". Em relação à semente, elas podem ser aplicadas memente os nutrientes no volume d e solo é 1
em contato direto com o sulco de semeadura (frequente- a. a lanço. 1

b. em fabrn . j
me nte denominado de "pop-up"), ou ao lado, ou embaixo,
ou ao lado e embaixo (frequenteme nte denominada d e e. revestimento de se me ntes.
d . pop-up.
! 1
"faixa lateral") .
- -- 1
'

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6.3 Reação do Solo e da Raiz à Local ização em O preparo do solo é uma forma de misturar o volume de
Faixa solo fertilizado que está em torno de cada partícula de fertili-
Os conceitos sobre desenvolvimento radicular, absorção zante com maior volume de solo.
de nutrientes, reações químicas do solo e movi mento dos Altas taxas de aplicação afetam o volume de solo fertilizado
nutrientes formam a base dos princípios comumente aceitos das seguintes formas:
da aplicação de nutrientes (Barber, 1995). Os seguintes
a) Maior quantidade de nutrientes é transportada por fluxo
processos ocorrem quando os nutrientes estão localizados
de massa e difusão, aumentando o volume de solo fertili- .,
em faixas:
zado;
a) Os nutrientes estão concentrados em menor volume de solo;
b) A distância entre os grânulos ou as gotículas individuais de
b) Vários nutrientes permanecerão na solução do solo, o que fertilizante fica mais próxima, e quando as doses se tomam
é particularmente importante para aqueles que reagem altas são criadas zonas fertilizadas contínuas - importante
com os minerais do solo e com outros íons em solução para promover a proliferação contínua de raízes;
para fom1ar compostos que não estão prontamente dispo-
c) Zonas fertilizadas têm maior longevidade.
níveis para as plantas;
c) Altas concentrações de nutrientes na solução do solo Aplicações mais frequentes podem aumentar o volume de
aceleram a taxa de difusão bem como promovem o movi- solo fertilizado, mas isso depende da dose utilizada. Altas
mento de maiores quantidades de nutrientes por fluxo de doses são requeridas para manter as zonas fertilizadas enri-
massa: ambos os processos aumentam a taxa de reabaste- quecidas por longos períodos de tempo.
cimento de nutrientes para as raízes das plantas;
As duas principais opções de localização de nutrientes, no
d) Suprimentos concentrados de N e P provocam a prolifera- caso de aplicações frequentes, são: 1) aplicar os nutrientes no
ção de raízes, havendo maior absorção de nutrientes pelas mesmo local ao longo do tempo ou 2) aplicá-los em diferentes
plantas na proximidade das faixas; locais (Figura 6.4). No caso de nutrientes pouco móveis no
e) A taxa de absorção pelas raízes individuais pode aumentar solo, como P e K. a aplicação na mesma região ao longo
quando as plantas estão em situação de deficiência de do tempo pode aumentar a concentração de nutrientes em
nutrientes, mas elas atingem um máximo, o que requer maior volume de solo à medida que os nutrientes se difundem;
a presença de mais raízes próximas do suprimento de
nutrientes à medida que a cultura se desenvolve.

Considerações sobre todos esses processos tem levado aos Nutrientes aplicados a lanço ao longo do tempo (manejo conservacionista)
seguintes conceitos sobre localização de nutrientes em faixa:
A) A aplicação em faixa provavelmente é o método mais
eficiente quando os níveis de fertilidade do solo são baixos,
as taxas de aplicação são baixas e o nutriente aplicado é do
tipo que se move principalmente por difusão (por exemplo, Nutrientes aplicados em faixa, no mesmo local , ao longo do tempo
p ou K);
B) Para solos com baixa fertilidade, a aplicação de baixas
doses de nutrientes em faixa pode não atender às necessi-
dades nutricionais totais da cultura;
Nutrientes aplicados em faixa, em diferentes locais, ao longo do tempo
C) Para solos com baixa fertilidade é necessário um volume
maior de solo fertilizado, do que o obtido com uma
única aplicação em faixa , para se atingir a produtividade ..
máxima.
Quando o fertilizante é aplicado ao solo, cada grãnulo Aumento do tempo
individual (sólidos) ou gotícula (líquidos e suspensões) reage
de modo a formar pequenos volumes de solo fertilizado nas Figura 6.4 Mudanças nas áreas fertilizadas do solo aumentam
suas imediações. A extensão da camada fertilizada a partir com o tempo decorrentes de repetidas aplicações
da partícula fertilizante varia de acordo com o nutriente, as de nutrientes pouco móveis, como P e K. Áreas
condições ambientais e as propriedades químicas e físicas mais escuras indicam concentrações mais
do solo. A quantidade de solo enriquecido por um grânulo elevadas. Essa tendência se aplica a sistemas
conservacionistas de preparo do solo nos quais
ou gotícula individual é pequena, mas o volume lotai de a mistura de solo fica restrita. Outras mudanças
solo fertilizado pode ser aumentado elas seguintes formas: substanciais possíveis (não apresentadas) r
1) utilizando o preparo do solo, 2) aumentando a dose de incluem acumulação de nutrientes próximo da
nutriente, 3) aumentando a frequência de aplicação do superfície do solo, resultante da deposição de
nutriente e 4) aplicando o nutriente em diferentes posições resíduos de culturas, e redistribuição de nutrientes
pelos organismos do solo, como minhocas.
no solo.

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...................
entretanto. o volume de solo não fertilizado pode ficar esgo· a) Sensibilidade da semente;
lado. Outra forma de aumentar o volume de solo ferti lizado b) Índice de salinidade do fertilizante;
é a adubação de diferentes áreas do solo. Existem várias
c) Largura da abertura do sulco de semeadura;
opções. Por exemplo, aplicações a lanço e em faixas podem
ser combinadas e/ou as faixas podem ser aplicadas e m d) Textura do solo;
diferentes locais ao longo do te mpo. Quando as faixas são e) Umidade do solo no planlío;
aplicadas em diferentes locais do solo forma-se uma rede de
O Quantidade tolerável de perda de eslande.
faixas de várias épocas no solo .

• Exigências da cultura no início do desenvolvimento.


No início da fase de d esenvolvimento, o sistema radicular
ainda jovem é limitado e m extensão, explorando apenas
/;
um pequeno volume d e solo. Alé m disso, as taxas de
Perguntas ?
·--
influxo nesse momento podem ser mais elevadas do que
em qualquer outro momento do período, conduzindo a um
esgotamento mais rápido dos nutrientes no solo ao redor
das raízes das plantas. O rápido esgotamento dos nutrientes
5. Para um solo deficiente em P, se apenas uma baixa
no solo requer um transporte mais rápido de nutrientes para
dose de P for aplicada en milho ou trigo. esta
o reabastecimento das raízes, seja por fluxo de massa ou
• por difusão. No entanto, as condições ambientais no início deverá ser
a. aplicação foliar.
do desenvolvimento da planta, particularmente sob baixas
b. em faixa, próxima da semente, no plantio.
temperaturas, podem limitar o crescimento da parte aérea
c. a lanço e sem incorporação.
bem como as taxas de transporte de nutrientes.
d. a lanço e incorporada com o preparo do
Uma das estratégias para enfrentar possíveis deficiências solo.
• 1 nulrícionais no início do desenvolvimento da planta é
a aplicação de nutrientes em faixa, junto à semente, ou 6. Para solos de baixa fertilidade, baixas doses de
próximo dela, no plantio. Tais faixas: 1) concentram nutrientes aplicadas em faixas
o suprimento de nulríentes, 2) aumentam as taxas a. aumentam o volume de solo fertilizado à
de transporte de nutrientes para as raízes, 3) estão medida que os nutrientes se difundem.
estrategicamente posicionadas em relação ao sistema b. atendem as necessidades nutricionais totais
radicular jovem e limitado e 4) aumentam a quantidade de da cultura.
raízes, caso N ou P forem utilizados. c. fertilizam um grande volume de solo para
A localização adequada do volume de solo fertilizado atingir a máxima produtividade.
depende, em grande parte, da arquitetura da raiz da planta d. resultam em elevada eficiência de uso do
jovem. Por exemplo, o posicionamento mais efetivo do nutriente do fertilizante aplicado.
P para milho e beterraba está em conformidade com a
distribuição radicular apresentada na Figura 6.1. Para 1. Na localização do fertilizante, a posição que permite
0 milho, estudos têm demonstrado que a aplicação de o acesso da raíz no irúcio do desenvolvimento e
nutrientes ao lado e abaixo da semente é uma boa posição fornece uma boa nutrição de P para o milho é
4 para o acesso do sistema radicular e para a nutrição a. 5 cm ao lado e 5 cm abaixo da semente.
da planta no irúcio da estação, produzindo respostas b. em contato direto com a semente.
equivalentes ou maiores, comparada a outros métodos de c. abaixo da semente.
posicionamento. A posição abaixo e ao lado da semente está d. a lanço e completamente incorporado.
em conformidade com a arquitetura predominantemente
horizontal da planta jovem de milho. Para a beterraba, o
posicionamento do P em contato direto com a semente tem
mostrado ser altamente eficiente (Sims, 2010). Tal colocação
garante o acesso da raiz pivotante, orientada verticalmente, e
de suas raízes laterais.
A aplicação de nutrientes próxima da semente deve ser
feita com cuidado, considerando-se lanto a dose quanto
a forma do nutriente, principalmente se for feita no sulco
de semeadura. Danos à semente ou às mudas podem
resultar tanto da toxicidade da amónia como das lesões
por salinidade. Nesses casos, os fatores importantes a serem
considerados parn obtcnç,'io da dose máxima e segura sáo
(Gelderman, 2011):

NUTRIÇÃO OE PLANTAS 4C • LOCAL CERTO

-• •.•.•. J ·• •~•hU~ .......... , ♦ eoanenrs e , 12 11.


Pousio ou alagan1ento. Tanto o período de pousio como 6.4 Adubação fol iar
os extensos períodos de alagamento, de uma semana ou
mais . diminuem a população de fungos micorrízicos no A adubação foliar é a aplicação de nutrientes nas folhas das
solo. Quando a simbiose planta-fungo é prejudicada, pode plantas. Embora as principais funções das folhas sejam a
não ser possível suprir a falta do P disponibilizado pelos fun - fotossíntese e a respiração, elas absorvem nutrientes, ainda
gos micorrízicos somente com o aumento das doses de P. que em quantidades muito menores do que as absorvidas
A quantidade de P em falta pode ser muito grande . Como pelas raízes, que são os principais órgãos de absorção. As
o efeito é limitado a uma safra , a aplicação de uma dose folhas podem absorver nutrientes se eles estiverem presentes
menor de P, em faixa, é uma prática que pode compensar como 1) gases ou 2) íons em solução.
ao menos parcialmente as quantidades reduzidas de P que Os nutrientes no estado gasoso entram nas folhas por
chegam à planta. Intermédio dos estômatos. Estômatos são poros onde ocorre
grande parte das trocas gasosas entre a planta e a atmosfera.
Perdas de nutriente. Manter os nutrientes abaixo da
A maior parte dos estômatos está localizada na face inferior
superfície do solo pode reduzir as perdas de nutrientes que
das folhas . As células circundantes desses poros, chamadas
potencialmente prejudicam o ambiente de várias maneiras.
de células-guarda, se expandem e se c_o ntraem para regular
A aplicação em subsuperfície pode:
o tamanho da abertura dos poros e, portanto, a taxa de
a) Reduzir as perdas por escoamento superficial, devido a troca gasosa. Hidrogênio, N, O e S podem entrar na planta
menor concentração em superfície dos nutrientes solúveis pelos estômatos por melo do gás amônia (NH), dióxido de
em água; nitrogênio (NO 2) e dióxido de enxofre (SOzl. Por exemplo,
b) Reduzir as perdas, quando combinada com o controle da uma aplicação recente de esterco pode resultar em significa-
erosão, uma vez que os nutrientes são colocados abaixo tiva absorção de N na forma de NH 3• Pelo fato dos estôma-
da superfície do solo; tos serem locais de troca gasosa. os nutrientes também podem
ser perdidos por meio deles na forma de NH 3, SO 2 e outras
c) Reduzir, a curto prazo, as formas gasosas de N, como formas voláteis de S.
N 2O, dependendo da quantidade e distribuição de chuva.
Os nutrientes em solução entram nas folhas por pequenos
poros localizados na cutícula da epiderme foliar. A cutícula
Interações dentro das faixas. Quando os nutrientes
é coberta por uma camada de cera que repele a água e, ao
estão confinados em um mesmo volume de solo podem
mesmo tempo, protege a folha da perda excessiva de água.
sofrer várias interações, as quais não ocorrem quando eles
A epiderme cerosa e o tamanho muito pequeno dos poros
são aplicados em diferentes locais. Tais interações decorrem
na cutícula limitam bastante a quantidade de nutrientes
não somente da proximidade, mas também da maior con-
solúveis que podem ser absorvidos pelas folhas.
centração dos elementos. As reações iniciais dos fertilizantes
nos volumes concentrados de nutrientes podem ser pouco Na adubação foliar, os nutrientes são dissolvidos na água.
influenciadas pelo solo ao redor. Grande parte dos trabalhos Os fatores que podem limitar a eficiência e a eficácia da
de pesquisa sobre essas interações vem de estudos em faixas adubação foliar são (Marschner, 2002):
subsuperficiais. As seguintes interações foram demonstradas: a) Espessas camadas de cutículas nas folhas das plantas, tais
a) A aplicação de N-NH4• e de P na mesma faixa pode aumen- como em café e citros;
tar a absorção de P pelas plantas, quando comparada à b) Escoamento dos fertilizantes líquidos nas folhas;
aplicação desses nutrientes em faixas separadas;
e) Lavagem do fertilizante líquido pela chuva;
b) A aplicação de ureia com MAP ou ST na mesma faixa
d) Secagem do fertilizante líquido sobre a folha;
reduziu a volatilização de NH 3 devido ao efeito inicial
do MAP ou ST no abaixamento do pH do solo; porém, e) Translocação limitada de alguns nutrientes das folhas,
é preciso notar que essa redução não é grande o sufi- sendo fertilizadas outras partes da planta;
ciente para permitir o uso de ureia em faixas localizadas O Danos foliares, resultado de desequilíbrio nutricional loca-
próximo às linhas das sementes em solos com pH neutro lizado na folha, causado pela aplicação de fertilizantes.
a alcalino;
c) A aplicação de KCI e de fosfato monocálcico na mesma As aplicações foliares criam pequenas fontes localizadas de
faixa reduziu a difusão de P das faixas de fertilizante em nutrientes com eficácia de curta duração, geralmente da
solos menos intemperizados e ricos em Ca; ordem de alguns dias a algumas semanas. Por essa razão,
as aplicações devem ser bem sincronizadas com a demanda
d) A aplicação de KCI e de fosfato monocálcico na mesma das plantas. Dependendo da situação, mais de uma aplica-
faixa, em solos intemperlzados, ácidos, pode aumentar as ção, ou uma série ele aplicações, podem ser necessárias.
taxas de difusão de P.

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A adubação fo liar pode ser uma prática efeliva quando e) Usar o soft ware SIC para int egrar lodos os dados em um
a d isponibilidade ele nutrientes no solo é limilacla o u a mapa de doses de recomenda ção el e nulrientes;
capacidade da planta em adq uirir ou translocar os nutrien-
O usar um computador acop lado ao equ ipamento de aplica-
tes torna-se limitada. A ad ubação foliar pode ser usada
ção para transferi r as informações dos mapas de recomen-
como método de remed iação nas situações em que não
dação para os controladores, que altera m a quantidade de
foi possível manejar adequada me nte os nutrientes do solo,
cada nutriente ap licado à medida que o aplicador é con-
obter variedades ou híbridos mais adeq uados aos solos com
duzid o no campo. O equipamento de ap licação també m
deficiências ou condições específi cas ou rea lizar operações
é capaz de registrar a quantidade e o local em que ca da
de campo e m te mpo hábil.
nutriente foi efetivamente ap licado, permitindo que sejam
feitas comparações entre o que foi recomendado e o que
6.5 Manejo da Variabilidade Espacial o equipamento realmente aplicou.
Alé m da ap licação no solo ou na pla nta, o "loca l ce rto"
também considera, e m escala ma is ampla, onde aplicar As etapas da A TV para recomendações de N baseadas em
os nutrientes e m um a área. Essa área pod e ser uma bacia medições das plantas, são as seguintes (Raun et ai., 2002):
hidrográfica , uma fazenda, um campo ou áreas dentro de a) Em uma faixa no campo, aplica r uma dose de N que seja
um campo. O manejo local específico constitui um critério alta o suficiente para não limitar a produtividade;
no qual uma área maior é dividida em outras menores e
b) Coletar os dados de reflectância espectral em um estádio
cada uma delas é manejada separadamente, de forma mais
específico de crescimento da cultura, tanto de uma faixa
adequada. O manejo específico, portanto, depende das
onde o N não é limitante quanto de uma faixa adjacente,
medidas que são tomadas em maior densidade espacial,
onde uma dose de N normalmente é ap licada. Converter
comparado ao manejo convencional. Maior resolução espa-
os dados de reflectância espectral de ambas as faixas para
cial cria delimitações mais precisas das áreas problemáticas,
um IVDN médio e, então, calcular o índice de resposta
bem como das áreas altamente produtivas, permitindo que
(IR) ;
o manejo seja mais direcionado.
c) Usar algoritmos de recomendação para converter o IR em
As aplicações em taxa variável (ATV) são uma parte do um mapa de recomendação de doses de N;
conjunto de práticas de manejo que compõem o manejo
d) Usar um computador acoplado no equipamento de aplica-
específico de nutrientes. As aplicações em taxa variável têm
ção para transferir as informações do mapa de recomen-
como objetivo aplicar a dose certa de nutrientes no lugar
dação para os controladores, que variam a quantidade
certo.
de cada nutriente aplicado à medida que o aplicador é
conduzido através do campo.
As etapas da ATV para recomendação de nutrientes baseada
na análise de solo, são as seguintes:
O manejo de nutrientes em local específico também pode
a) Coletar amostras de solo espacialmente e registrar a ser utilizado em escalas maiores para colocar os nutrientes
localização geográfica (latitude e longitude) de cada ponto no local certo em uma bacia hidrográfica, visando reduzir
de amostragem utilizando um sistema de posicionamento as perdas de nutrientes. Por exem plo, o índice de fósforo
global (GPS), dispositivo que registra esses dados a partir (IP) pode ser usado para delimitar as áreas com font es
da rede de satélites; críticas (AFCs) do nutriente dentro de uma bacia hidrográ-
b) Enviar as amostras de solo ao laboratório para análise de fica (Gburek et ai., 2000) . As AFCs são mais vulneráveis às
um conjunto completo de nutrientes e de outras proprie- perdas de P e representam parte importante da hidrologia da
dades químicas e físicas que podem ser importantes para bacia. Com a melhoria do manejo destas áreas, por meio da
a geração da recomendação nutricional; omissão ou redução das aplicações de P ou da aplicação mais
profunda de P no solo, pode-se reduzir as perdas de P de toda
c) Criar um mapa que matematicamente estima (interpola)
a bacia hidrográfica. Para mais informações sobre o índice de
os níveis da análise de solo entre os pontos de amostragem
P, ver Seção 9.8.2.
reais. Tal mapa é criado por um sistema especializado de
informações geográficas (SIG), software que tem a capaci-
dade de realizar análises geoestatísticas;
d) Coletar outros dados requeridos por um sistema de
recomendação nutricional específico. Esses dados podem
incluir mapas de textura do solo, condutividade elétrica
do solo, topografia, imagens de satélite do solo desco-
berto, Índice de Vegetação por Diferença Normalizada
([VON), taxas anteriores de aplicação de cslcrco e áreas
de aplicação, colheitas anteriores e/ou produtividade da
colheita;

NUTRIÇÃO DE PLANTAS 4C · LOCAL CERTO


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NUTRIÇÃO DE PLANTAS 4C - LOCAL CERTO ,.


Módulo 6.4-1 Minimização da perda de amônia com a colocação do fertlllzante no "local certo", no cultlvo de
cana-de-açúcar e de mllho no Brasll. Com algumas formas de fertilizante, a perda de N por volatilização da amônia
(NH 3 ) pode reduzir a eficiência de uso do N. A quantidade de N volatilizado depende fortemente da fonte , do local
e das condições meteorológicas. Durante décadas, a cana-de-açúcar foi colhida no Brasil por meio de queima e
corte. Ultimamente, devido a questões econômicas e ambientais, mais cana foi produzida com cultivo mínimo e
colhida de forma mecanizada, o que, ao longo do tempo, conduziu ao acúmulo de resíduos culturais na superfície
do solo. O cálculo das perdas de NH 3 após a aplicação superficial de N nesses solos revelou que quando a ureia foi
a fonte de N utilizada ocorreram as maiores perdas (Figura 1). As perdas podem ser reduzidas, mas não eliminadas,
com a utilização de inibidores de urease. Outras pesquisas conduzidas em solos cultivados com milho revelaram
grandes reduções nas perdas de NH quando fertilizantes contendo ureia foram incorporados ao solo (Figura 2).
Assim, fertilizantes contendo ureia podem ser usados em cana-de-açúcar desde que sejam incorporados ou coloca-
dos dentro do solo (injeção ou aplicação em faixas é possível no plantio direto). O uso de inibidores de urease também
pode ajudar na redução das perdas.

45 3 7 47mm
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o 14 31 28 35 42
Dias após a aplicação de N

Figura 1. Perdas acumuladas de amônia provenientes das fontes ureia (UR), nitrato de
amônio (NA) e ureia tratada com NBPT (UR-NBPT), aplicadas na superfície de
um solo coberto com resíduo de cana. As setas indicam a quantidade (mm) e
as datas de ocorrência de chuvas após a aplicação de N.
Fonte: Cantarella et ai. (2008).

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Nitrato de Sulfato de URAN Sulfuran Ureia
amônio amônio
Fonte de N

Figura 2. Volati lização de amônia de diferentes fontes de Nem cultivo de milho no


sistema de plantio convencional. URAN = nitrato de arnônio e ureia; Sulfuran =
URAN + sulfato de arnônio, urna solução com 40% de N na forma de ureia, 40%
como amônlo e 20% como nitrato.
Fonte: Lara-Cabezas et ai. (1997).
Referências:
Cantarelia, H. et ai. Sclentla Agrlcola , v. 65, n. 4, p. 397-401, 2008.
Lara-Cabezas, W.A.R. et ai. Revista Brasileira Ciência Solo, v. 21, p. 489-496, 1997.

'
J
NUTRIÇÃO DE PLANTAS 4C • LOCAL CERTO
;} '

Capítulo G\
ADAPTANDO AS PRÁTICAS EM TODA A FAZENDA

O
S PRINCÍPIOS UNIVERSAIS 4C anteriormente 7.2 Manejo ad aptativo
discutidos são usados pa ra selecionar as práticas
que apresentam ma ior pro ba bilid ade de cumprir As m elhores práticas são di nã micas e se dese nvolvem à
os objeti vos do manejo d e sistemas de cultivo em locais medid a que a ciência e a tecnologia amp liam a nossa com-
específicos e, de form a m ais a mpla, as melas econô micas, preensão e as o po rtunidad es, e a expe ri ência práúca e nsina
sociais e ambientais d o desenvolvimento sustentáve l. Cada o o bservado r o que fun cio na o u não sob cond ições loca is
uma d as m elhores práti cas resultantes d eve ser consistente es pecificas. Thorup e Stewa rt escreveram , em 1988:
com os princípios d os "4 Cs" . As condições locais pod em in- '5-1jJCsquisa /'l'{J/i::,ada e111Jà::.mdas da 1111i1•e1:ádad,· <' J1ur pc:,qui-
flu enci ar a d ecisão sobre a seleção d a prá ti ca até, e incluin- sadores projissw11ais e111 ra111/1os de agrimltur,·s S(/0 rx/r,-111 ammt,·
do , o di a da implementação. valiosas. JVo mlanlo, elas 11ào /1111 relaçüo direta, ll fft'.;saria,11 ,,11 1,,_
co111 os ca111/Jos d,, rnda agric11/to1: Os solos aprt's,·11ta111 viwu/,·
7.1 Sistemas de Cult ivo 11ariabilir/11rlr rll' 11111a Ji1:::.mrla /mm uulm . . 1.1 priitimi odlwtús
Prá ticas d e m anejo de nutrientes estão se mpre inco rporadas variam 11111ito dr 11m 11.~rirnltor /illra outro..·ltt 111,~ 1110 Jiitu1, ·.,
nos sistem as d e culti vo . nos qu ais outros fa tores locais e ele c/1111rihros /1odt·111 mriar sig11iji,-11tim111,'IIII' <'I li di.,ttint·iw muito ,.11 ,.
manejo. tais como preparo d o solo, drenage m, seleção el e lm. 7õdu.( tssesjàtu1::i <ljÍ'/11111 11s /){J.1.1i,·,ú n".1/111.,/as du:, Í"º.!f.m·
culti va res, entre out ros, pod em influenciar muito a eficácia 111as dt'./ati/11/ll(k, 'ludo i.1s11 s1:!!,11 i/i.-t1 lfllr' tJ upo,1t!u1 dt1 /ii:::.,•11 ,!0
d e uma prá ti ca es pecifica . Fatores como po tencia l genéti co t/111' ,uúrc1•il',' Ili/ dà·t1d11 dt / .')Y(},. ai11t!11 ,1/àn l'tiÍ /,·, tfll;' <' l / i, ri -
de rendimento, pla nt as da ninhas, insetos, d oenças, micorri- 111m/ar 11111 /1u11rn /1111 <'1111/a /Jltí/wia. 1111111/n r,:!!,istm, p1,ri.,1J.1. .,, 1
zas, textura e estrutu ra d o solo, pf-1 , drenage m, compacta· .flt-.ril•,·l rn111 , 11· /11 vf,r11111a., do .!)Ol', 'f//11, tl.1 1·,1n,11·Jt·, d, p,, (ui ,, ti
ção , salinid ad e, ten1pcra1u ra, prccipitaçflo e radi a~·flo solar lll'<'1'.1ndade d, · c1111.,o ,•,11 t111 d11 .,11/u ,. dt1 tig11,1. ·•
pod em interagir com a nutri~·flo d a planta e a el1cúcia ria E111bo ra o l l' l'll lO a illll,1 11:'to c•x isti~~e . l'S~ c ~ agrô11u 11 10 ~ d cs-
prática ele manejo d e nutri1!111l•s. CTl've rnm o 111a 11cjo nd,1pta1ivo cl (• m uriL' lllL' S.

NUTRIÇÃO DE PLANTAS 4C · PRÁTICAS ADAPTADAS M


O man ejo adaptativo foi cle l1niclo no Capítu lo 2 co mo um conce ntrações ele nutri ent es no tecido ou a colora ção
processo contínuo ele aprimoramento das práticas para ela fo lha pode m influe nciar o ma nejo ele nutrientes:
produção e l1ciente e co nservação cios recursos pelo uso de
ap re ndizage m parti cipativa por me io ela ava liação siste má- b) fatores cio solo muitas vezes e nvolvem índices de
tica e contínua. A Figura 7 .1 é uma ve rsão simplil1cada fornecimento ele nutrientes cio so lo ou outras propri e-
da Figura 2.3 , que se conce nt ra na se leção ele práticas dades físicas, químicas ou biológi cas que influenciam a
desenvolvidas na faze nd a utili za nd o o processo ele manejo ciclage m de nutrientes e o crescimento ela cultura;
adapta tivo ele nutrientes. O a poio à decisão, co m base em c) fatores do produtor podem incluir posse ela terra ,
princípios cientíl1cos, facilita a integração dos múltiplos fa - disponibilidade de capital, custos ele oportunidade,
tores especí11cos locais com a contribuição dos interessados, experiência/edu cação do agricultor e consulto res locais,
resultand o em recomendação correta da font e, dose, é poca ou objetivos 111osól1cos de cada ma nejo de nutrientes;
e local. Essa recomendação conduz às decisões de ma nejo
acerca da seleção el e práticas e ações associadas. Com o d) fatores da entrada de nutrie ntes incorporam informa-
tempo, os impactos sobre a produtividade, a re ntabilidad e ções sobre fontes disponiveis, como as formas comer-
e o ambiente são conhecidos e a e11ciência ele uti lização cios ciais ou os resíduos conte ndo nutrientes, custos cio
recursos pode ser determinada. Com mais tempo, a durabi- fertilizantes e custos ele aplicação;
lidade do sistema, utilizando-se as práticas no local, torna-se e) fatores ela qualidade da água podem incluir restrições à
evidente e a experiência coletiva retorna ao processo de de- aplicação de nutrientes em zonas ribeirinhas ou próxi-
cisão, permitindo melhores previsões futuras ela fon te certa, mo a outros corpos cl 'água ou considerações relativas à
dose, época e local e da seleção elas práticas associadas. Em qualidade das águas subterrâneas;
teoria, cada passagem através do ciclo tem o potencial para
resultar em melhores decisões e práticas mais adequadas. O fatores climáticos conduzem alguns tipos de sistemas
O ideal seria q ue a avaliação cio desempe nho da prá tica de suporte com base em modelos, enquanto outros
fosse fei ta com base em tod os os indicadores considerad os respondem a informações sobre condições meteorológi-
importantes para os interessados. Um clesa11o nesse processo cas quase em tempo real para uma época específica de
é não exagerar nas observações sazonais. As circunstãncias crescimento da cultura e previsões de tempo de curto
únicas de uma época específica ele cultivo podem resultar prazo;
em impactos práticos que têm baixa probabilidade de se g) tecnologias relevantes disponíveis no local em questão
repetir. Por isso, é sempre aconselhável passar as observa- poderão certamente influenciar a definição das melho-
ções através do fil tro d os princípios científicos antes de fazer res práticas (por exemplo, refinamento na dose e época
mudanças significativas nas práticas. de aplicação de N pode ser melhor realizado com a
Muitos fa tores locais possíveis podem influenciar o que tecnologia de sensor eletrônico, em alguns casos, e com
constituirá o melhor conjun to de práticas para um determi- tabelas de cores de fo lhas, em outros) ;
nado local e revelam por que a fl exibilidade local é extre-
h) fatores econômicos, além daqueles ligados diretameme
mamente importante. Por exemplo (Fixen, 2007):
ao prod utor, mas que influenciam mercados futuros
a) fatores da cultura geralmente incluem o potencial ele e de riscos, podem afetar as decisões relacionadas ao
rendimento e o valor da cultu ra e, em alguns casos, as nu triente.

Interessados
Fatores locais entrada

Cultura.-:_:,:,:,-_-_":;;"-.J"b~-~L...--,
Solo
Produtor ---.i
Entradas de nutriente
Apolo à
decisão
Qualidade da água
Cllma,_- -.i
Condições meteorológicas
Tecnologia
Economia
Retroallmentação
Produtividade, lucratividade,
durabilidade, impacto ambiental
(aflciência de uso do nutrtente)

Figura 7.1 Papel do ma nejo adaptativo no refiname nto prático do manejo de nutrientes 4C.

M NUTRIÇÃO DE PLANTAS 4C - PRÂTICAS ADAPTADAS


7.3 Além dos Sistemas de Cultivo que facilita m o manejo ada ptati vo po r meio ele fee d back
intern o, garante melhor qua lidade da to mada de decisão no
Muitos gerentes de sistemas de produção - enquanto
manejo de nutrientes. T ais siste mas abertos são ma is há be is
cuida m de suas faze ndas, estufas ou faze m outras operações
de capitalizar experiência de ma nejo loca l de nutrie ntes e a
- estão envolvidos em múltiplas tarefas. Um produtor de
implementação de abord age ns es pecíficas para o local.
trigo também pode ter criação de gado. Um produtor de
milho também pode ser um produtor e comercializador d e Os softwares disponíve is variam de ferrame ntas estrita mente
produtos hortícolas frescos em uma local diferente da faze n- focadas em uma prática ou decisão a verdadeiros siste mas
da. Um produtor de arroz também pode ser um empregado de apoio à decisão, que integram vários aspectos do manejo
na cidade em um trabalho não relacio nado à agricultura. de nutrientes 4C. Abaixo está uma lista de exemplos sobre
T odas essas situações são comuns e faze m parte do mundo ferramentas de apoio à decisão e sistemas:
real atual da agricultura . E estas iníluenciam decisões sobre
a) Nutrient Decision Support System (NuDSS) - De-
as práticas de manejo.
senvolvido para arroz irrigado como parte de uma ini-
Empresas podem competir entre si pelo mesmo equipamento. ciativa do Consórcio de Pesquisa de Arroz Irrigado para
Um trator, necessário para a aplicação de fertilizantes em fornecer apoio à decisão no manejo local de nutrientes
milho, também pode ser necessário, posteriormente, para nas planícies irrigadas. O público-alvo é formado por
uma operação de colheita, possivelmente influenciando o cientistas, extensionistas e agrõnomos. [On-line].
calendário de aplicação de fertilizantes e a seleção da fonte.
b) Nutrient Expert for Hybrid Corn - Um software
Outras empresas também podem competir pelo tempo do
desenvolvido para auxiliar consultores agrícolas nas
gerente. O fertilizante nitrogenado de liberação controlada
recomendações nutricionais para milho lubrido tropical.
pode ser a fonte selecionada devido a uma atividade que
O software está sendo adaptado para gerar recomenda-
o agricultor possa ter na cidade que lhe impediria de fazer
ções para milho e trigo em uma ampla gama de ambien-
aplicações parceladas de uma fonte de nitrogênio conven-
tes. A ausência de informação sobre análise de solo não
cional, no momento ideal.
limita o uso deste programa. [On-line].
Estas decisões práticas devem ser sempre acompanhadas da
revisão do conjunto completo dos princípios dos 4Cs. Mui- c) Fertilizer Chooser - Software desenvolvido como
tas vezes, o ajuste em um dos princípios, devido a um fator passo final no processo de recomendação, ajuda o
externo, resulta na necessidade de ajustar um ou mais dos usuário a converter a recomendação de nutrientes em
outros, para voltar a ser um conjunto consistente de práticas quantidade correta de fontes de fertilizantes disponíveis,
de manejo 4C. fazendo comparações para encontrar as combinações
de produtos de menor custo. [On-line].

7.4 Apoio à Decisão d) Adapt-N - Uma ferramenta desenvolvida pela Universi-


dade de Comell para estimar as doses de N em cobertura
Muitas ferramentas diferentes podem ser empregadas pelos
para o milho. Ela fornece recomendações de N para a
produtores e seus consultores para ajudar a integrar os
produção de milho na safra com base em solos, manejo e
inúmeros fatores locais discutidos anteriormente em uma
insumos, e considera as alterações de N no solo devidas às
abordagem sistemática para a tomada de decisões sobre as
condições meteorológicas no início da safra. [On-line] .
práticas de manejo de nutrientes. As melhorias simultãneas
dos numerosos indicadores potenciais de desempenho dos e) Corn-N - Um programa que acompanha o programa
sistemas de cultivo não são empreendimentos pequenos e de simulação de culturas, Hybrid-Corn. desenvolvido
as ferramentas para apoiar esse processo podem ser muito pela Universidade de Nebraska. Hybrid-Corn simula a
benéficas. Ferramentas de apoio podem envolver tecnologia exigência de fertilizantes pelo milho cultivado sob ma-
na exploração da fazenda e serem apropriadas para regiões nejo intensivo com base em informações sobre a cultura
de pequenos agricultores ou serem mais adequadas para da safra atual e da passada, preparo do solo e manejo
regiões com bom acesso a tecnologias sofisticadas. Um dos de resíduos de culturas, propriedades básicas do solo,
desafios dos sistemas de apoio em desenvolvimento é con- manejo de fertilizantes e dejetos e dados das condições
siderar apropriadamente as consequências a curto e longo meteorológicas de longo prazo do campo. Ele usa essas
prazo das práticas de manejo de nutrientes. informações para simular o potencial de rendimento e
a liberação de N da mineralização da matéria orgânica
A importância das ferramentas de apoio à decisão e dos
do solo, resíduos de colheitas e fertilizantes. [On-line].
sistemas de manejo de nutrientes aumentará com a de-
manda por maior eficiência e produtividade. A integração O Seed-Placed Fertilizei· Decision Aid - Desenvolvi-
de planos adequados de apoio à decisão nos sistemas de do pela Universidade Estadual de Dakota do Sul para
apoio, para auxiliar nas muitas decisões interdependentes no ajudar a determinar a quantidade de fertilizante que
manejo de nutrientes, tem sido realizada para os sistemas ele pode ser colocada na linha de semeadura de forma
cultivo consolidados em algumas regiões, mas ainda será im- razoável sob condição específica. Esta ferran1en1a de
plementada em outros. Tal integração é necessária para que decisão é baseada em um estudo de emergência e m
o conhecimento científico existente possa ser colocado em laboratório com fertilizantes e culturas e comprovado
uso no campo. Sistemas de apoio transparentes e abertos, com trabalhos de campo publicados. [On-line].

NUTRIÇÃO DE PLANTAS 4C - PRÁTICAS ADAPTADAS M


g) Phosphatc Rock Dccision Support Systcm
(PRDSS) - Desenvo lvido para ajudar os usuários a de- t
cid ir se um fosfa to ele roc ha (r-R) especíílco é agronomi-
ca me nte e eco nomica mente viável e m relação às fontes Pergur1tas '
de P solúveis em água, e m fun ção, principalmente, da
cultura, propriedad es cio FR, propriedades do solo e
outras cond ições locais, co mo clima. [On-line] . 1. O manejo adaptativo é um processo contínuo de
desenvolvimento das melhores práticas pelo uso de
Muitos sistem as de apoio à decisão e fe rramentas estão aprendizagem participativa por meio de
disponíveis para siste mas de cultivo especíílcos em todo o a. avaliação de rendimento da cultura. F
mundo. Eles tê m grande potencial para melhorar as reco- b. avaliação do fator local.
c. avaliação sistemática contínua.
mendações sobre fonte, dose, época e local de aplicação de
nutrie ntes. Idealizado res desses sistemas precisam garantir
a abordagem de todos os aspectos do manejo de nutrientes
d. avaliação do princípio científico. '
4C para as regiões de cultivo nas quais são utilizados. 2. Um dos fa tores locais que infl uenciam as decisões
sobre fo nte, dose, época e local certo para aplicação
de nu trientes é
a. a retroalimentação de informações.
REFERÊNCIAS b. a contribuição dos interessados.
c. o resultado.
Fixen, P. E. ln: Murphy, L. M. (Ed .). Proceedings of the d. as condições meteorológicas.
lntensive Wheat Ma nagement Conference, Denver, CO.
Potash & Phosphate lnstitute, 1994. p. 49-56 (agora, Inter- 3. Sistemas de apoio à decisão aplicam o conheci-
national Plant Nutrition lnstitute, Norcross, GA). mento científico para integrar informações sobre
numerosos fatores locais para tomar decisões sobre
Fixen, P. E. l n: Fertilizer Best Management Practices. a. fonte certa, dose, época e local.
1. ed . Paris: IFA. 2007. b. software de computador.

Thorup, ]. T.; Stewart, ]. W . B. ln: Proceedings of the 25th


c. contribuição dos interessados.
d. objetivos filosóficos do manejo nutricional.
.
An nive rsary Symposium of Division S-8, Advances in
Fertilizer Technology and Use. Publicado para a Soil Sei.
Soe. A. pelo Potash & Phosphate Institute, 1988. (agora,
Intemational Pla nt Nutrition Institute, Norcross, GA).

.
"

••

M NUTRIÇÃO DE PLANTAS 4C · PRÁTICAS ADAPTADAS


Estudo de caso 7.1-1 lnfluêncla do sistema de cultivo na eficiência de uso do nutriente e na produtividade
das culturas no Brasil. Invernos secos impedem que agricultores no Brasil sejam bem sucedidos na adoção
de sistemas de plantio direto sustentáveis. Consequentemente, esses solos geralmente têm baixo aporte de
resíduos culturais. O consórcio de cereais com forrageiras tropicais (sobretudo Brachiaria ou Panicum) tem
sido adotado com sucesso em várias regiões do Brasil como forma de proteger o solo e obter maior eficiência
de utilização do nutriente, rendimentos mais elevados e também maior retorno econômico. A figura abaixo
mostra a produtividade de milho e a eficiência de utilização do fertilizante, média de três anos, confirmando

• essas melhorias. O rendimento do mi lho aumentou de 10.048 kg ha-1, quando solteiro, para 12.077 kg ha-1.
quando em consórcio com Panicum. A escolha correta das espécies de gramíneas consorciadas e da época de
semeadura aumentou a eficiência de utilização dos nutrientes (quantidade de grãos produzidos por unidade
de fertilizante aplicado) em 20%. Como exemplo da viabilidade econômica, em uma das fazendas da empresa
Agro Pecuária Peeters S.A., no Brasil, houve um aumento de 100% no lucro devido à adoção de um sistema
de cultivo alternando soja, milho (safrinha) e braquiária em um ano, com algodão no outro ano, em lugar de
algodão todo ano. Em tais sistemas, as gram íneas forrageiras são cultivadas soltei ras ou em consórcio com
culturas de grãos. Essa informação é um exemplo claro de como a adaptação adequada de práticas, como a
correta rotação e consórcio de cu lturas, pode traze r maior prosperidade à fazenda. Acredita-se que sistemas
de cultivas semelhantes possam ser expandidos para outras áreas do mundo.
Fonte: Crusciol, C. A. C. et ai. Better Crops with Plant Food, v. 94, n. 2, p. 14-16, 2010.

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M M+ B (1) M+ P (1) M+ B (2) M+ P (2)

SISTEMA DE CULTIVO

mesma época que o milho


M + P (1_)_' = MIiho + Panlcum, com a forrageira semeada na linha, na
mesma época que o milho
MIiho + Brachiária, com a forrageira semeada em cobertura,
na entrelinha, após o estabelecimento do milho
[ M + P (2}] = MIiho + Panicum , com a forragelra semeada em cobertura,
na entrelinha. após o estabelecimento do milho

NUTR IÇÃO DE PLANTAS 4C • PRÁTICAS ADAPTADAS M


Estudo de Caso 7.1-2 Adaptação do manejo de N ao método de Irrigação para batata na China. O
Noroeste da China é uma região que apresenta clima árido e semi-árido, com precipitação anual entre 200 e
400 mm, ou menos. A falta de umidade no solo se torna um desafio para manter o crescimento adequado
das plãntulas na primavera, na maioria da safras, e geralmente restringe a produção agrícola. Para melhorar
a produtividade das cu lturas, agri cul tores tentam irrigar, mesmo com recursos hídricos limitados. A batata é
a principal cultura e muitas vezes é plantada em campos com nível adequado para irrigação por inundação.
Atualmente, os agricultores estão realizando o plantio da batata em regiões mais altas e utilizando irrigação
por gotejamento. No entanto, o manejo dos nutrientes, especialmente a aplicação de N, tem sido um desafio e
uma oportunidade nessas condições.
Experimentos foram realizados para o estudo do manejo de N sob dois métodos de irrigação (por inundação
e por gotejamento), em batata cultivada em solos Chestnut, no condado de Wuchuan , na lnner Mongolia.
Os resultados apresentados na Tabela 1 mostram que quando todo o N recomendado foi aplicado antes do
plantio, na forma de irrigação por gotejamento, houve maior rendimento de tubérculos, maior eficiência de
recuperação de N (ERN) e maior eficiência de uso da água (EUA) do que quando aplicado sob a forma de
irrigação por inundação. A aplicação de apenas 50% do N recomendado na forma de gotejamento produziu
rendimento semelhante ao obtido com 100%.de N recomendado aplicado por inundação. A menor dose no
tratamento por gotejamento também conduziu a maior eficiência de recuperação de N, quando comparado
ao tratamento por inundação, porém menor eficiência de uso de água em relação à dose total de N no
tratamento com irrigação por gotejamento. A irrigação por gotejamento economizou água (630 m 3 ha- 1) e
N fertilizante (105 a 120 kg ha·1 ) em comparação com a irrigação por inundação, mantendo-se o mesmo
rendimento das culturas. Sob irrigação por inundação, a aplicação parcelada de N e a aplicação de 100% do
N na base produziram rendimentos semelhantes de tubérculos, porém , maior eficiência nitrogenada foi obtida
com a aplicação parcelada de N. Assim, existe grande potencial no uso de suprimentos limitados de água e
nutrientes fertilizantes para otimizar a produção de cu lturas e a eficiência no uso de nutrientes em ambos os
métodos de irrigação.
Fonte: Li, S. et ai. Better Crops with Plant Food, v. 95, n. 3, p. 20-23, 2011.

Tabela 1. Resposta da batata ao ma nejo do N e aos métodos de irrigação em lnner Mongolia. Média de dois
anos, 209-2010.

Manejo de N Eficiência de Eficiência de


Método de Produtividade
recuperação uso da água
Irrigação média (t ha·1 )
Na base No florescimento de N (%) (kg,'ha/ mm)

100% Gotejamento 37 ,3a 34 431a

50% 33,1 b 46 383 b

30% 70% Inundação 34,2 b 27 228 c


100% 33,0 b 22 220 c

Nota: N-P,0 5 -K,0; 210-90-165 kg ha·1 em 2009, N-P, 0 s·K,0; 240-90-165 kg ha·1 em 2010.
Números seguidos da mesma letra na coluna não diferem estatisticamente entre si (P < 0,05).

M NUTRIÇÃO DE PLANTAS 4C • PRÁTICAS ADAPTADAS

... ................................. ·-··- ·•··--------.


,
. ..
,. . Estudo de Caso 7.2-1 Manejo adaptativo de N para solos utilizando dados locals de produção de milho no
Centro-Oeste dos Estados Unidos. Neste exemplo de manejo adaptativo de N (Murrell, 2004), um agrônomo
procurou fazer melhorias nas doses de N recomendadas pela universidade em seu estado. O agrônomo já
tinha estabelecido um programa de gerenciamento local , no qual os tipos de solo foram usados como base
para a criação de zonas de manejo dentro dos campos. Os teores de fósforo , potássio e calcário variaram
entre as áreas, de acordo com as necessidades individuais. No entanto, o N ainda estava sendo aplicado em
dose uniforme por todo o campo, e a universidade não fornecia orientações para aplicações em condições
específicas.
Para determinar quais mudanças deveriam ser feitas nas doses recomendadas de N para os dois solos franco-
siltosos predominantes na sua área (Fincastle e Cyclone), o agrônomo realizou um estudo de 5 anos, no qual
analisou a resposta do milho a várias doses de N para os dois solos. As doses de nitrogênio foram selecio-
nadas de modo a englobar tanto as doses utilizadas nas práticas locais de manejo dos agricultores como as
recomendadas pela universidade. O estudo foi projetado considerando o plantio de milho sempre seguido do
plantio de soja, refletindo as práticas locais de cultivo.
A Figura abaixo mostra os resultados médios de 4 anos do experimento (um ano foi excluído, devido ã seca),
indicando que o solo Cyclone, com maior teor de matéria orgãnica, apresentou a dose de N economicamente
ótima (DNEO) 35 kg ha-1 menor do que a recomendada pela universidade. O solo Fincastle, com menor teor de
matéria orgãnica, ainda necessitou da dose total recomendada (235 kg ha- 1 N). Estes resultados contrariaram
a opinião defendida pelos agricultores da região, de que o solo Cyclone, mais produtivo, deveria receber mais
N, e não menos. Resultados deste experimento foram utilizados para desenvolver novas recomendações para
o solo Cyclone e formou a base científica para os agrônomos começarem um novo programa local de aplicação
de N, no qual a dose varia de acordo com o tipo de solo existente no campo.
Fonte: Murrell, T. S. ln : Mosier, A. R. et ai. (Eds.). Agriculture and the nitrogen cycle: Assessing the impacts of
fertilizer use on feed production and the environment. Scope 65. Washington, DC: lsland Press, 2004. p. 155-
165.

14
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o 50 100 150 200 250 300 350
Dose de N (kg ha- 1 )

•Cyclone -Modelo Cyclone •···Cyclone - DNEO


o Fincastle -Modelo Fincastle - - Fincastle - DNEO

NUTRIÇÃO DE PLANTAS 4C · PRÁTICAS ADAPTADAS M Q


Estudo de Caso 7.3-1 Seleção de práticas de manejo de P em trigo com base no perfil dos agricultores. Resul-
tados de um workshop sobre interpretação da análise de solo, ocorrido du rante o Simpósio Internacional sobre
Análise de Solo e Análise de Planta, realizado em Olympia, Washington, ilustram a importância do perfil do produtor
na seleção de práticas de manejo de P (Fixen, 1994). Os participantes do evento - profissionais de 11 países que
trabalhavam com análise de solo - foram divididos em duas turmas de 20 pessoas. Cada turma foi dividida em quatro
grupos de cinco participantes, sendo que cada grupo detinha informações sobre um agricultor específico . Os quatro
agricultores, que cultivam trigo como cu ltura comercial primária, foram descritos como segue:
• Jovem arrendatário. Este jovem agricultor tem uma ca rga elevada de dívida, possui pouco capita l e não pode
negociar um contrato de arrendamento por ma is de dois anos. Os rendimentos do agricultor crescem a taxas
mais baixas do que os da maioria dos outros na região devido, em parte, às restrições de capital.
• Agricultor bem estabelecido. Este indivíduo não tem dívida, investe o capital excedente em fundos de investi-
mento e tem excelentes rendimentos para a área. A área em questão foi comprada recentemente.
• Agricultor expansionista. Este agricultor recentemente fez a compra de uma grande área e tem pouco capital.
• Agricultor em tempo parcial. Este agricultor tem capital suficiente, mas também é profissional de ensino
durante nove meses e enfrenta graves conflitos de tempo na época do plantio. Este indivíduo não sabe há
época para aplicar o ferti lizante em faixa com a adubadora e prefere que o comerciante de fertilizantes cuide
de aplicá -lo a lanço.
Todos os grupos receberam os mesmos dados de calibração, dados de absorção e faixa de análise de solo e cada
grupo foi incumbido de desenvolver planos de manejo de P, de curto e longo prazo, para um agricultor específi-
co (um dos quat~o descrito acima). Os planos de todos os grupos foram discutidos e comparados com planilhas
geradas por um programa, denominado PKMAN, desenvolvido pelo Potash & Phosphate lnstitute, para facilitar
a personalização da interpretação da análise de solo. Este programa calcula o nível de P e K nos solos em que o
último dólar gasto com estes nutrientes proporciona um retorno igual ao retorno mínimo aceitável na entrada de
investimentos pelo usuário. Este nível é classificado como nível-alvo da análise de solo. A dose gerada no nível-alvo ,
é igual à quantidade de P ou de K removida na co lheita. Se a dose sugerida na Tabela for seguida, as análises de
solo, ao longo do tempo, devem aumenta r ou diminuir em relação ao nível-alvo.
Os grupos participantes do workshop foram questionados sobre a quantidade de P a ser aplicada durante o primeiro
ano e sobre os níveis-alvo da análise de solo a longo prazo. As recomendações são descritas na Tabela abaixo, jun-
tamente com os dados gerados pelo PKMAN. As recomendações feitas pelas duas classes foram muito semelhantes
entre si e, na maioria dos casos, semelhantes às do PKMAN. A exceção foi a dose de primeiro ano para o agricultor em
tempo parcial. Esta discrepância ocorreu, principalmente, devido à dose excessivamente baixa de um ano em relação
ao primeiro nível-alvo da análise de solo sugerido pelas classes. Quando o fato foi discutido com as classes, os grupos
concordaram que a dose no primeiro ano teria que ser aumentada para, eventualmente, construir o nível-a lvo da
análise de solo. Assim, o programa de computador gerou recomendações semelhantes às desenvolvidas intuitivamen-
te pelos profissionais da análise de solo. Este exercício ilustra como as circunstâncias em que o produtor está inserido
podem infl uenciar as decisões sobre doses, local e época de aplicação de fertilizantes. Ele também mostra que as
ferramentas de computação podem facil itar a personalização da interpretação da análise de solo por profissionais da
área agronômica e podem ser úteis nos programas de manejo de nutrientes 4C.
Fonte: Fixen, P. ln: Murphy, L. S. (Ed.). Proceedings lntensive Wheat Management Conf., Denver, Co., Potash and
Phosphate lnstitute (agora IPN I), 1994. p. 49-79.

Dose no primeiro ano Nível-alvo da anállse de solo

Classe Classe
Tipo de 1
1 2 PKMAN 2 PKMAN
agricultor
P20s (kg ha·1 ) (mg kg-1)

Jovem arrendatário 17 o 12 NA NA 5

Bem estabelecido 56 45 55 26 25 22

Expanclonlsta 28 o 37 14 10 14

Em tempo parcial 22 39 94 22 20 20

NA = não apropriado; análise de solo inicial = 10 mg kg·1 •

M NUTRIÇÃO DE PLANTAS 4C - PRÁTICAS ADAPTADAS


• Estudo de Caso 7.3-2 Otimização da adubação nitrogenada com fertilizante de liberação controlada .
Pequenos agricultores, em grande parte do mundo, estão continuamente procurando novas formas de aumentar
sua renda familiar. Assim, na China, nos últimos anos, grande parte da mão de obra deixou o campo para tra-
ball1ar na construção da infraestrutura modernizada do país. A tecnologia existente indicava que os agricultores

• que cultivavam culturas irrigadas com alta produtividade deveriam parcelar a aplicação de N para obter maiores
produtividades e otimizar a eficiência de uso do N. Entretanto, a valorização do emprego fora do campo não
permitia que houvesse mão de obra suficiente no local para aplicar o N de forma parcelada , de acordo com os
estádios de crescimento.

A tecnologia de fertilizante de liberação controlada proporciona ao agricultor uma "fonte" adicional de fertilizante
nitrogenado que permite a aplicação de todo N no plantio mas com liberação subsequente em várias vezes
durante o período de crescimento da planta. Frequentemente, estes fertilizantes de liberação controlada são mis-
turados aos fertilizantes nitrogenados comuns para permitir o suprimento imediato de N bem como a liberação de
N em época posterior. O custo adicional destes produtos para o produtor frequentemente é mais do que compen-
sado pela renda oriunda do trabalho fora da fazenda, e a eficiência do produto de liberação controlada permite ao
agricultor aplicar a dose normal ou, em muitos casos, a dose reduzida.
Fonte: IPNI China, dados não publicados.

Slchuan Chongqlng Hubel Jiangxl


Tratamento 1
- - - - - - - - - - Produtividade de arroz (kg ha· ) - - - - - - - - -

Testemunha (sem N) 4.167 5.635 6.243 5.623


Ureia parcelada* 6.996 7.495 7.004 7.667
Ureia/Ureia de liberação controlada** 7.120 8.352 7.524 8.134

* Ureia parcelada: 40% aplicada antes do transplante e 60% aplicada aos 7-10 dias após o transplante.
** Ureia/Ureia de li beração controlada (ULC): 40% da ureia aplicada antes do transplante e 60% da ULC também antes do
transplante.

NUTRIÇÃO DE PLANTAS 4C - PRÁTICAS ADAPTADAS M

··•····........ - -
...... ... -.......................................................... , .

Estudo de Caso 7.3-3 Melhor balanço de nutrientes em fazendas leltelras por melo do manejo da forragem. No
nordeste dos Estados Unidos, a produção leiteira constitui grande parte da atividade agropecuária. As típicas fazendas
leiteiras geralmente cultivam suas próprias forrageiras para a alimentação do gado, mas compram os suplementos de
grãos, que fornecem os níveis necessários de energia digestível e proteína . Os estercos geralmente são espalhados
sobre o solo, onde as forrageiras e o milho são cultivados, reciclando uma grande parte dos nutrientes minerais no solo.
Em muitas fazendas leiteiras, a quantidade de nutrientes importados com a compra de suplementos minerais excede
a quantidade de nutrientes exportados com a venda de leite e animais. Nessas fazendas, os excedentes de nutrientes
devolvidos ao solo na forma de esterco podem lentamente acumular reservas de P e K no solo em níveis mais elevados
do que o necessário para a produção agrícola, e estes níveis podem resultar em maior risco de escoamento superficial
de nutrientes, prejudicando a qualidade da água.
O excesso de nutrientes pode ser controlado pelo manejo da forrageira de alta qualidade. Quando forrageiras de alta
qualidade são nutridas, menos suplementos sob a forma de grãos e minerais são necessários na dieta do gado.
Charles C. Stallings, Cientista e Extensionista na área de Bovinos de Leite na Virgínia Tech, afirma:
"A maximização da quantidade de forragem na ração não só melhora a saúde do gado leiteiro como também reduz
a necessidade de alimentação suplementar, que é normalmente rica em P. Por exemplo, o farelo de soja contém
0,7% de P (base seca) em comparação com 0,3% de P na alfafa. O simples fornecimento de mais proteína com a
alfafa reduz a necessidade de mais farelo de soja, resultando em ração com menor concentração de P. Além disso,
muitos alimentos derivados de subprodutos contêm altas concentrações de P. Alimentos como sementes de algo-
dão integral (0,6%), grãos derivados de subproduto de cervejaria (0,67%) e subproduto de destilaria (0,83%) são
bons exemplos. Com o uso de mais volumoso na ração pode-se reduzir a necessidade desses alimentos."

Como mostra a figura abaixo, em uma fazenda de gado leiteiro com 1.100 vacas, em New York, quando a dieta do gado
passou de 52% de forragem para 60%, entre 2004 e 2009, a quantidade de N necessária na fazenda foi reduzida a quase
metade (Fíelds, 2011). O gerente da fazenda comentou que "A dieta com elevada quantidade de forragem é obtida quando se
produz forragem com alta qualidade, por isso precisamos aproveitar plenamente o valor nutricional do esterco produzido. Nós
optamos pela injeção direta de N no solo ... assim, as perdas de N por volatilização são muito reduzidas, reservando-se
um nível mais elevado de N para o milho". De forma semelhante, em outra fazenda com 650 vacas leiteiras, no centro de
New York, houve redução do teor de N e de P do esterco em 17% e 28%, respectivamente, enquanto a produção de alimentos
para os animais aumentou de 43% para 59% ao longo de 5 anos (Tylutki et ai., 2004).

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A melhoria do balanço de nutrientes para N e Pé resultado do efeito combinado de:


• Minimização das perdas de nutrientes dos dejetos armazenados;
• Aplicação de dejetos e fertilizantes em dose certa, época certa e local certo;
• Seleção de espécies forrageiras, rotação de culturas e épocas de colheita para cumprir as metas de quali-
dade em proteína e fibra;
• Minimização das perdas no armazenamento de alimentos para animais;
• Suprimento, o mais preciso possível, das exigências do animal em proteína e P.
Referências
Fíelds, L. Comei/ Uníversíty Nutrient Management Spear Program, Whole Farm Evaluatíon Series, 2011.
Stallíngs, C. c. Virgínia Cooperalíve Extensíon, 2005.
Tylutki, T. P. et ai. The Professional Animal Sclenlíst, v. 20, p. 58-65, 2004.

M NUTRIÇÃO DE PLANTAS 4C - PRÁTICAS ADAPTADAS


Estudo de Caso 7.4--1 Uso do Nutrlent Expert, uma ferramenta de apolo à decisão, aumentou a rentabllldade da
produção de milho. Nas regiões produtoras de milho do Centro de Lampung e Norte de Sumatra , na Indonésia ,
experimentos de campo foram conduzidos para validar a ferramenta Nutrient Expert. Em cada região, os resultados
foram obtidos para cada prática adotada nos cinco campos, localizados muito próximos um do outro.

A ferramenta "Nutrient Expert" utiliza informações sobre o suprimento de nutrientes do campo obtidas tanto de
parcelas com omissão de nutrientes como de características do local e do manejo, as quais servem como modelo
para o fornecimento de nutrientes. A ferramenta recomenda doses e épocas para a aplicação de N, P, K que dife-
rem das práticas de adubação adotadas pelos agricultores, as quais são baseadas em recomendações regionais
generalizadas ou são estimativas que normalmente não consideram o fornecimento de nutriente nativo de um local
específico.

Nesse caso, o fornecimento de nutrientes foi estimado com base nos dados de textura, profundidade e coloração
do solo, assim como no histórico de cultivo e fertilização. O rendimento de milho a ser atingido nestes dois ambien-
tes favoráveis foi estimado em 9 t ha-1 e foi utilizado como produtividade-alvo para a safra. Os preços de semente,
fertilizante e grãos são valores reais registrados na época em que os experimentos foram realizados.

Em média, as recomendações do "N utrient Expert· resultaram em maiores rendimentos com menor quantidade de
fertilizantes na Indonésia. A maior eficiência e rentabilidade foi atingida com maior ajuste na dose de cada nutriente
aplicado à necessidade local e pelo aprimoramento na época de aplicação, geralmente pelo aumento do número de
aplicações parceladas.

Tabela 1 . Rendimento e lucratividade da produção de milho comparando-se a prática da adubação


adotada pelos produtores (PAP), com base nas recomendações tradicionais, e a ferramenta
de apoio à decisão Nutrient Expert (NE).

Parâmetros para o manejo do milho Centro de Lampung Norte de Sumatra

Valores por hectare PAP NE PAP NE


Produtividade (15 ,5 % de umidade, t) 7 ,60 8 ,99 8 ,20 9 ,03
Receita (US$) 2.085 2.480 2 .258 2 .490
Custo do fertilizante inorgãnico (US$) 130 124 173 163
N (kg) 218 195 175 168
P2Ü5 (kg) 40 34 59 23
K20 (kg) 23 34 42 53
Custo do fertilizante orgãnico (US$) 199 86 - 46
N (kg) 43 20 - 4
P2Ü5 (kg) 24 11 - 4
K20 (kg) 41 18 - 4
Custos de semente e fertilizante (US$) 444 322 286 321
Lucro esperado (US$) 1.640 2.158 1 .972 2.169

Fonte: IPNI do Sudeste da Ásia (dados não publicados).

Referências
Pampolino, M. et ai. IPNI, Penang, Malaysia, 2011. [On-line].
Witt, C. et ai. IPNI, Penang, Malaysia, 2009. [On -line].

NUTRIÇÃO DE PLANTAS 4 C · PRÁTICAS ADAPTADAS M


J

Capítulo @


'
PRÁTICAS DE SUPORTE

lgumas práticas desempenham papel de monitores d e produtividade e sensores, essas tecnolo-


A importante como suporte para a tomada de de-
cisões efetivas no manejo da aplicação da fonte certa
de nutriente, na dose certa, na época e no local certo, mas não
gias permitem a interpretação mais precisa da análise do
solo e da planta .

8 .1 Diagnose visual e sintomas de deficiência


se ajustam dentro dessas quatro categorias. A primeira dessas
práticas de suporte é a observação visual, ou diagnose visual, nutricional
que é esesncial para o manejo das culturas. Ela está muitas
A diagnose visual é uma prática importante para detectar
11 vezes associada a uma segunda prática - a amostragem e
possíveis problemas na cultura que podem ser corrigidos ou
análise de solos e plantas. A amostragem eficiente é funda-
prevenidos. A observação é feita para controlar potenciais
mental para assegurar que as amostras sejam representativas
infestações de pragas (insetos, doenças ou ervas daninhas),
do campo. A etapa seguinte é a análise precisa das amostras
deficiências nutricionais e problemas de manejo do solo
de solo e de plantas por um laboratório confiável.
que possam ser corrigidos. Neste capítu lo serão discutidas
Após receber os resultados das análises, é importante a as carências e as deficiências de nutrientes, mas é impor-
sua correta interpretação para que haja uma recomen- tante mencionar que quando a diagnose é realizada, o
dação eficiente de nutrien tes. O uso do co mputador profissional responsável pelas observações no campo deve
assistido por GPS e SIG, juntamente com o d esenvolvi- fazer as a notações sem qualquer preconceito em relação a
mento de eq uipamento para aplicação e m dose variáve l, qualquer manejo ela cultura (por exemplo, infostações de
permite aos agricultores dividir as áreas e m unidad es de pragas, escassez de nutrientes ou problemas de manejo do
manejo menores, de modo a fazer uso da variabilidade so lo) . Caso o profissional se atenha somente a um problema
natural do cam po para a plicação mais efe tiva da dose especí11co, deixará de notar outros problemas potenciais
certa, apropriada para diferent es áreas cio campo. Em que podem afe tar drasticamente o pote ncia l ele rendimento
combina ção com outras informações es paciais provind as da cultu ra.

NUTRIÇÃO DE PLANTAS 4C · PRATICAS DE SUPORTE


A icl c 11tif1c.iç;10 cl;i~ raré ncia\ ou clc f1 c iê 11 cia~ nutri c iona is é pod e se tornar urna habiliclacl e va li osa. Algumas cl ef1c iênc ias ,
funcl.im c nt a l pélra ,1 proclu çiio el e c ultura s re11tá ve is. Existe m nutri c ionais, se observadas no cstüclio inic ial el e cresc im e nto
muit os mater i<1is di sponíveis qu e auxi liam na icl e ntif1caçflo clél cu ltura, pode m se r co rrigida s p o r meio ela aplicaçf10 ele
el as clef1ciências el e nutri e nt es. Eles incluem bole tins. ca rtas adubação sup lementar. Poré m , a lg umas cle f1 ciê ncias nii o são
e li vros que m ostram image ns coloridas ou d esc reve m e fe tivamente co rrigidas pe la aduba çflo sup le m e ntar na sa fra.
vá rios sintonrns d e clelkiê nr ia . A Figura 8 . 1 mos tra o nde e as ap li cações co rre ti vas ele nutrie ntes serão ma is e f1 c ie nt es
os sintomas ge ra lm e nte aparecem 11,1s p l.in t.is. A lé m disso , para as cu lturns fu tura s.
e xp e rim e ntos no ca mpo uti li zando pe q u e n.is fa ixas co m A chave simpli fi cada a segu ir (Tabela 8.1) d escreve os sinto-
gradação esquenrnti2<1cl.1 cléls doses cio n ut ri e nte e m q ues tão mas gera is ele defic iência para a ma ioria das cu lturas. poré m .
ajudam él tre inar o observador na iclent if1 caçf10 ele po tenciais u ma espécie em particu lar pode aprese ntar um sin toma ele
def1 ciê nc ias d e nutrien tes. A lgumas c ultu ras pode m não d e fi ciê ncia ma is específi co para um nutrient e e m falta .
aprese ntar sintomas ele clef1ciê ncia porq ue a cl ispo nibili claclc
de nutrie nt es no so lo cs téÍ ba ixél, m as não cl e f1 c ie ntc, a té Le1nbre-se: Os sintomas ele defi ciência muitas vezes não são
o f1 nal do c iclo. É por isso que ex iste m mé todos a lte rn a ti - claramen te observáveis. Efe itos mascarados de outras deficiên-
vos para avaliar a clispon ibi li clacl e el e nu tri e ntes, a lé m d a cias nutri cio na is, doenças ou infestações de insetos, ou estresses
observaçflo visua l. No e nt il nto, o co nh ecime nt o prá ti co ci os climáticos (seca, inundações, tem pera tu ra), podem im pedir um
sin tomas visuais das de fi ciênc ias nut ricio na is m a is co muns diagnósti co visua l preciso elas deficiências nu tricionais.

Tabela 8.1 Chave dos sintomas de deficiências nutricionais nas plantas.

Nutriente Mudança de colora ção nas folhas inferiores (nutrientes translocados)


N Pla ntas pequenas com co loração verd e-claro ou amarelo-claro ... primeiro as fol has mais velhas fi cam ama-
rel adas (clorose) ... o amarelecimento se inicia na ponta da folh a e se estende ao longo das nervuras em
milho e sorgo.
p Plantas verd e-escuras com matiz arroxeado ... folhas e plantas pequenas.
K Descoloração amarelo-amarronzada e necrose ao longo da margem externa das folhas mais velhas ...
começa na ponta da folha em milho e sorgo.
Mg Descoloração verde-pálido próximo à ponta da folha ... torna-se amarelo bril ha nte entre as nervuras e, no
final, vermelho-púrpura da borda para dentro.

Nutriente Mudança de coloração nas folhas superiores (nut ri entes não translocados). Morte da gema terminal.

Ca Atraso no aparecimento das folhas primárias ... deterioração das gemas term ina is. Pontas das folhas podem
ficar grudadas em milho.
B Folhas amareladas perto do ponto de crescimento ... gemas apicais aparecem como tecido morto de colora-
ção branca ou marrom-claro.

Nutriente Mudança de coloração nas folhas superiores (nutrientes não translocados). Gema terminal permanece viva.

s Folhas, incluindo as nervuras, com coloração verde-pálido a amarela ... primeiro as folhas jovens.

Zn Em citros, clorose internerval pronunciada e bronzeamento das folhas. No milho, amplas fa ixas de colora-
ção branca a amarela aparecem nas folhas em cada lado da nervura central. Plantas raquíticas, entrenós
curtos. Brotos novos podem morrer em algumas espécies de feijão.

Fe Clorose inicia-se primeiro nas folhas jovens, nas pontas dos ramos; a cor da folha muda uniformemente
para amarela , com exceçã o das nervuras; mancha parda ou tecido morto aparece quando a defi ciência é
severa .
Mn Folhas cinza-amareladas ou cinza-avermelhadas com nervuras verdes, clorose marginal e intervenal; as
folhas cloróticas mantêm a sua forma normal.

Cu Folhas jovens de cor uniforme amarelo-pálido ou fo lhas murchas e sec?s sem clorose. Em ce reai~ de
inverno pode haver crescimento agrupado, enrolamento das folhas mais novas, com pontas necrot1 cas, e
acamamento acompanhado de espigas chochas.

CI Mu rcha das folhas superiores seguida de clorose. Em cereais de inverno pode haver clorose que progride
para manchas necróticas nas folhas de algumas variedad es.

Mo Folhas Jovens murchas e necrose ao longo das margens. Cl orose das folhas mais velhas devido à inca pacida de
de utiliza r adequadamente o N.

Ni Áp ices das folhas encurvados, com manchas escuras.

. . •lhantes a estes podem ser con fu ndidos com os da nos ca usados por herbicidas, doenças ou !nsetos. So~os encharcados ou secos
Not.J . Sintomas seme b . deni cr·iar problemas ciue imi tam defi clé ncias. o diagnóstico deve considerar tambem os padroes de sintomas dentro
ou danos por vento tam em po
do campo e sua relação com as condi ções do solo ou de Insetos e doenças presentes.

e NUTRIÇÃO DE PLANTAS 4C - PRÃTICAS DE SUPORTE

.....
... _ . . . . 4 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ◄~
Lentbre-se: Os sintomas ele deficiência muitas vezes indi- d) mo nitora r a ferlilidade do solo e as tendências a longo
cam de fici ê ncia severa e pode m não ser el e lodo observáveis prazo, ele forma que os programas de manejo ele nutrien-
se houver apenas escassez ou peque na falia ele um nulrie nte tes possam ser ajustados para atender as metas de manejo:
especíílco. Em alguns casos, no en tan to, os sintomas pod em e) gerenciar riscos, determinando onde podem ocorrer as
ocorrer sem perda ele rendimento econô mico; exemplos maiores res postas aos nutrientes.
podem incluir sinto mas ele deficiência ele N e K nas folhas
A amostragem el e solo geralmente é fe ita antes cio p lantio
•• infe riores de cereais no fin al cio ciclo.
Lemb re-se: Muitas culturas começa m a perder rendi mento
de cu lturas anua is ou an tes do período d e crescime nto a ti vo
das cu lturas pere nes. O maior pote ncia l de erro na aná lise
bem antes de começar a mostrar sina is ele deficiê ncia . Essa de solo está na amostragem do solo.
dispendiosa condição de re ndimento limilaclo é chamada d e Proced ime ntos precisos da análise d e solo d epend e m d e
FOME OCULTA. amostras representativas. A co leta d e amostras representa-
A fome oculta pode reduzir consideravelmente o rendimento tivas reque r cuidado e habilidade. Em grande parte dos
e a qualidade da cultura sem que esta mostre quaisque r casos, a a mostra representa mais de dez milhões de vezes
sintomas de deficiência. Mais e ma is campos sofrem ele a quantidade de solo e nviad a ao laboratório. Assim, se a
níve is sub-ótimos de nutrientes, mas nenhum sintoma grave amostra de solo é tomada para representar uma peque na
de deficiência é observado de forma clara. ou grande área, é importante que sejam tiradas múltiplas

Perguntas ~
1. Quando as fo lhas superiores de uma planta de
soja apresentam cor amarelada entre as nervuras, o
nutriente em deficiência pode ser o
a. Ca.
b. N.
c. Mg.
d. Mn.

2. Quando as folhas mais baixas de uma planta jovem


de milho mostram cor amarela na ponta e ao longo
das margens, a planta pode estar deficiente em
a. N.
Figura 8.1 Diagrama geral da porção da planta onde b. P.
vários sintomas de deficiência de nutrientes c. K.
podem ser observados. d . Mg.

3. Quando uma cultura de trigo na fase de alonga-


8.2 Análise de solo
mento do colmo apresenta coloração verde-escuro
A análise de solo é o método mais utilizado para tentar uniforme na maior parte das áreas de cultivo, mas
prever as deficiências de nutrientes. Tomou-se a ferramenta amareladas nas áreas mais baixas, sujeitas a alaga·
de manejo mais eficiente de agrônomos, consultores e mento, a causa mais provável é
pesquisadores, e fornece informações que englobam desde a. deficiência de N.
o monitoramento da fertilidade do solo até a estimativa das b. dano por inseto.
necessidades de fertilizantes e a avaliação cio potencial dos c. drenagem deficiente.
impactos ambientais adversos. A análise do solo pode ser d . dano pelo vento.
usada para:
a) identificar os fatores limitantes de rendimento, especifi- 4. A deficiência de m1hien1e que red uz o crescimento
camente a falta de nutrientes no solo; das plantas e a produtividade da cultura sem apre-
b) indicar a capacidade de fornecimento d e nutrientes do sentar sintomas visíveis
solo que está sendo testado e, portanto, onde iniciar as a. é denominada fome oculta.
recomendações de fertilizantes e calcário; b. é causada por pragas e doenças,
c) desenvolver planos de manejo de nutrientes quando e. ocorre somente com nuniente prantam nte
combinada com informações de produção , tais como translocado.
cl. pode ser corrigida na safra.
histórico de cultivo, mapas de lnspc<,:ào de solos ou
mapas de produtividade;
,,1 l

NUTRIÇÃO DE PLANTAS 4C · PRÁTICAS DE SUPORTE


a m ostras d e tod a a ,í1-ea , 111hturarla~ e·
ho mogene izad as para obt er u111a a111ostra Diferentes propostas para amostragem do solo
ve rd ad e ira me nt e re presf'ntativa para a11{11ise. Declive superior Declrve superior
Se urna a mostra re prese ntati vo é col et,Kl il , os
resullad os d a ,1 n,ílise pod e m forn ecer tllllil
estimativa confiável ci o est,1d o 11utricio1rnl d o
so lo . La bo rat ó rios el e ,1 ná lise el e so lo muitas
vezes forn ecem instruções par,1 ,1 mostrage m
que pod em incluir as seguint es ct,1p,1s:

Para amostragem no canipo


a) Uma a mostra el e solo isolocla d eve
ser coletad a das á reas 110 campo qu e
a presenta m distintas topografias, tipos e
coloração d e solo e ant ig.is práticas ele
manejo. Assim, uma grand e área pode
ser dividida em áreas uniformes el e solo
o u antigas áreas d e cullivo , dependendo
do local específico. Atribuir um número
d e identificação permanente. Anotar os
números de campo. Manter um mapa
das áreas amostradas. Se há GPS dispo-
nível para uso, a localização dos pontos Amostragem em grid Amostragem por área de manejo
de amostragem pode ser gravada e
armazenada para referência futura . Figura 8.2 Esq uemas básicos de amostragem do solo.
b) Usar um balde plástico limpo para aco-
lher a amostra, especialmente para análise d e micronu- uma caixa de papel. ou um saco de papel que possui
trientes. Baldes de metal pode m contaminar a amostra. uma camada plástica interior aderida à camada de
papel. Se nenhum recipiente de laboratório estiver
c) Amostrar o solo na profundidade recomendada pelo
disponível. pode-se utilizar dois sacos plásticos grossos,
laboratório d e análise de solo.
novos e limpos. O saco plástico interior contém a amos-
d) Amostras a diciona is do subsolo podem ser coletadas na tra, enquanto o exterior contém a folha de informação
profundidade de enraizamento da cultura pretendida e de identificação da amostra.
se existi rem nutrientes disponíveis em potencial que
i) Para evitar a contaminação das mãos por alguns micro-
tenham sido lixiviados. Isto é mais importante para os
nutrientes, usar luvas de látex durante o manuseio da
nutrientes móveis, tais como N, S e C1·, mas menos
a mostra d e solo.
importante para os nutrientes menos móveis, tais como
P e K, e muitos o utros micronutrientes. j) Usando as mãos, coletar o solo homogeneizado d e
de ntro do balde, balançar as mãos sobre o recipiente
e) Na maior parle dos casos, pelo menos 15 a 20 amos-
e liberar o solo, de modo que urna porção caia dentro
tras devem ser coletadas aleatoriamente para formar a
do recipie nte e o restante em cada um dos lados do
amostra composta, a partir da qual uma sub-amostra é
recipiente. Repelir este procedimento assegu rando-se d e
separada para ser submetida à a nálise laborato rial.
que uma parte da amostra total contid.i no ba lde contri-
f) As a mostras pode m ser coletadas utiliza ndo-se um dos bua para a subamost.ra, e que o recipie nte de amostra
diferentes instrumentos de amos tragem (por exemplo, contenha cerca de 0,5 kg de solo.
sonda, péÍ, facão, ele.). A amostra composta pode pesar
k) É aconselhável manter as a mostrns ele solo e m um
de um a véÍrios quilos.
refrigerador o u geladeira até o e nvio "º
laboratório. Se
g) Mbturar culelac.losamente tod as as a mostras c.la ürea o tempo entre o JHomento ela amostrngc•m e o trans-
cm estudo para obter uma sub-amostra representativa porte ao laboratório for ele illguns dias, as amostras d e
p,:1ra a ni:Í lisc. fa le passo é extre ma mente l111porlanle. solo pod em S!'r serns ao ar c m bandejas pla1rns, onclt'
Torrões d e vem ser quebrados e nquanto siio 111lslurados. a amostra d1• solo possa sC'r espalhada uniíonnenwnt,•.
A 111 istura c.lcsu11lforme pode resultar em a111oslra não Neste caso, avisar o laboratório que :is ilJHostras fo ram
rcpn:~cnta tl vi.l . Se u so lo esti ver muilO 111o lhacJo para secas ao nr.
~er lw111 111bturndo, é 11ecess;írlo pJ'i111clro s1•c.í •lo ,10 ar
1) Pre!'1td11•r n forrnul;irlo co11tplC'tame 11te.
1wrcla l111e n1 e.
111) A m;li111· part<' cios campos cll' \' C S<'r ,1111ustrmla a cacl a
fi) V;\rlos lipo~ ri r: n•cl ple11t<:~ potle111 ser usados para o 2-:l (III OS .. . 1nais VL'/l'S S(' d1•Sl'j:1r.
e uvl1, da ;1111r,~tr,1 ao lnborn l<hlo. /\iguns l;11Jornhíri11s
forn cr:e111 1rn1 ~aco pl (1stlco qu u 1\ acn11dll'irn111clo l' JII 11 ) l'vla11ll·r um n•glsto cios n·sulwdus.

NUTRIÇÃO DE PLANTAS 4C · PRÁTICAS DE SUPORTE


Tabela 8 .2 Comparação de extratores utilizados, tempo para a extração e proporção entre solo e extratores específicos
para nove métodos de calibração de P no solo.

Condições de pH do solo a
Método Extrator Referências serem consideradas
0,5 M de bicarbonato de só dio Olsen et ai. (195 4). USDA Usado em solos ligeiramente ácidos, neutros
Olsen
(p H 8,5), 0,5 h de extração, rela- Circular Nº 939 e ligei ram ente a muito alcalinos e alcalinos
ção so lo:so lu ção de 1:20 e calcá ri os (isto é, pH do solo 6,0 a > 7 ,2)

Colwell 0,5 M de bicarbonato de sódio Colwel l (1963). Aust. J. Exp.


(pH 8,5), 16 h de extração, rela- Agric. An im. Husb., v. 3,
ção solo:solução de 1:100 p. 190-198

0,02 M de lactato de cálcio, 1,5 h Colwe ll (1970). Aust. J. Exp.


Lactato
de extração, relação solo:solução Agric. Anim . Husb., v. 10,
de 1:50 p. 774-782
0,03 M de fluoreto de amônia em Bray e Kurtz (1945). Soil Sei., Ácido a ligei ram ente alcalino (isto é, pH do
Bray 1
0,025 M de HCI, 1 min. de extra- V.59, p. 39-45 solo < 7 ,2). Não é adequado para solos
ção, rela ção solo:solução de 1:7 alcalinos com elevados níveis de carbonato
de cá lcio
' Bray 2
0,03 M de fluoreto de amônia em
0,1 M HCI , 40 seg. de extração
Elray e Kurtz (1945). Soil Sei.,
V. 59, p. 39-45
Ácido a ligeiramente alcalino (isto é, pH do
solo < 7 ,2). O método Bray 2 utiliza 0,1 M de
em rela ção solo:solu ção de 1:7 Chu , P. (1997). A&L Labs, HCI , em comparação com 0,025 M de HCI
ou 1 min. de extração em relação Richmond , VA no Bray 1. Ele dissolve compostos extras
solo:solução de 1:10 de P em solos a lcalinos. Não é adequado
para solos alcalinos com elevados níveis

• Mehlich-1
0 ,05 M de HCI em 0,0125 M de Mehlich (1953). North Caro-
de carbonato de cálcio
Ácido a ligeiramente alcalino (isto é,
H2SO., 5 min . de extração, rela- lina Soil Test Div. Publ., p. 1-53 pH do solo< 6,0 a 7,2)
ção solo:solução de 1:4
Mehlich-3 0,2 M de ácido acético, 0,25 M Mehlich (1984). Comun. Soil Ácido a ligeiramente alcalino (isto é, pH do
de NH. -N03, 0,015 M de NH4f e Sei. Plant Anal., v. 15, solo< 7,2). Capaz de extrair e analisar múl-
0 ,13 M de HN03 em 0,001 M de p. 1409-1416 tiplos elementos, comparado ao Mehlich-1.
EDTA, 5 min. de extração, relação Não é adequado para solos alcalinos com
solo:solução de 1:10 altos níveis de carbonato de cálcio
CaCl 2 diluído 0 ,005 M de cloreto de cálcio, Moody et ai. (1988). Aust. J.
18 h de extração, relação Exp. Agric., v. 23, p. 38-42
solo:solução de 1:5
Ácido extra ível 0,005 M de ácido sulfúrico, 16 h Kerr e von Steiglitz (1938).
de extração, relação solo:solução BSES Tech. Comm. Nº 9
de 1:200
Resina troca- Mistura de resinas aniônicas e Raij et ai. (1986). Comm. Soil
dora de íons catiônicas Sei. PlantAnal., v. 17, n. 5

Morgan 0,54 M de CH 3COOH + 0,72 M de Morgan (1941). Connecticut


NaCH 2COOH, pH 4,8 para 0,25 h Ag. Exp. Sta. Buli. 450
de extração, relação solo:solução
de 1:5
Morgan modi- 0,62 M de NH. OH + 1,25 M de Mclntosh (1969). Agron J.,
ficado CH 3COOH, pH 4,8 para 0,25 h de 61, p. 259-265
V.
extração, relação solo:solução
de 1:5

Para diagnóstico de Áreas com. d) Caso haja uma câ mara digital disponível, fotografar
Baixa Fertilidade 01, com. Problem.as as plantas que se desenvolveram tanto na área pobre
quanto na área adequada e utilizar as fotos para ajudar
a) Coletar amostras separadas, de áreas com rertiliclacle
a diag nosticar o problema.
ba ixa e com rertilicl ade adequada, usando as técnicas
descritas anteriorme nte. Am.ostragem. do Solo quando os
b) Coletar amostras ele superfície e de subsolo . Fertilizantes são Aplicados e1n Faixas
c) Inclulr a descrição dos sin101na~ observados nas áreas Considerando que alguns eleme ntos, como o P cio solo, fi-
com problemas e e nviü-la junto com as amostras . cam relativamente imóve is na faixa onde os fe rtilizantes são

NUTRIÇÃO DE PLANTAS 4C · PRÁTICAS DE SUPORTE


apli cados, a a mostragc 111 de solo requer um a co nsicl eraçiio Embora as nn{11iscs ele so lo forneçam informações úteis, ex is-
especial. Nesse caso, a a mostrage m aleató ri a pode res ultar tem algumas su posições implícitas e m suas interpre tações.
c m a lt o va lor na a n,íli sc se ape nas algumas faixas fore m Prim eirame nte, as aná lises geralme nte são feitas com o solo
in cluídas na amostra. Onde os locais elas faix as são co nhe- da ca mada supe rficial onde, norma lme nte, está presente a
cidos. pesquisa realizada na Austr,í lia suge re a a mostragem m aior parle ci os nutrie ntes me nos móveis (por exemplo, P) .
na relação ele 1: 20, l:16 e 1:8 na linha e na e ntrelinha para No e nta nto, os nutrie ntes móveis, como N e S, podem se
espaçame ntos e ntre linhas de 75 cm, 60 cm e mover e m profundidades maiores qu e a da amostragem, d e
30 cm, respectiva me nte. Uma alte rnativa é re ti rar um a modo que a disponibilidade cios nutrientes indicada na aná-
porção do solo ao lo ngo elas linh as para incluir o solo elas lise de solo é menor do que a encontrada no campo. Com
linhas e das e ntrelinhas. A confiabiliclacle d este mé todo, no a a nálise cio solo superficia l su põem-se que a proporção ele
entanto , não foi ava liada para se prever as respostas cios nutrientes no solo ana lisado seja proporcional à quantidade
fertilizantes e m relação a ou tros métod os de amostragem. total disponível para a planta a té a profundidade efetiva de
e nraizamento ela cultura .
8.3 Metodologia da Análise de Solo
Em segundo lugar, a análise de solo pode fornece r uma
H á vários tipos de análise de solo disponíveis e a escolha ela estimativa razoável do potencial do solo e m fornece r nu-
análise apropriada é fund a me ntal na coleta ele boas infor- trientes, mas não estima a d e manda exigida pela cultura ou
mações . Pode ser útil discutir sobre isso com o agrônomo pastagem . Em ambientes variáveis, a demanda por nutrien-
ou o gerente do laboratório de análise. O s laboratórios d e tes pod e variar ele três a quatro vezes, e as análises de solo
rotina normalmente utilizam procedimentos específicos de geralmente são calibradas para fornecer nutrientes em um
extração e análise para cada nutriente ou grupo de nutrien- ciclo "médio" , com preços médios de fertilizante e de grãos.
tes, mas podem utilizar outros procedimentos caso encon-
trem condições específi cas de solo. Como os extratores são Quando as curvas de resposta são desenvolvidas, geralmente
calibrados? assume-se que outros nutrientes, ou as condições do solo, não
são limitantes e que a resposta obtida é uma consequência da
A análise específica do solo é desenvolvida utilizando-se
adição do nutriente mais limitante. Além disso, o resultado da
vários procedime ntos analíticos para extrair uma parte dos
análise de solo deve ser interpretada em termos de textura e
nutrientes de interesse, sendo esses relacionados com o peso
pH do solo, visto que a frequência destas duas características
do solo analisado. Idealmente, o nível de nutriente determi-
particulares são críticas na definição de respostas potenciais.
nado é calibrado com uma série de experimentos regionais
de campo que avaliam a resposta da cultura ao nutriente
específico de interesse. Esses experimentos de calibração
envolvem a aplicação de uma forma disponível do nutriente
ao longo de um intervalo de doses crescentes - por exem-
plo , de zero até um nível excessivo - utilizando intervalos Perguntas {!;
regulares de doses crescentes.
A seleção d e uma análise de solo específica geralmente 5. O número de amostras recomendadas para repre-
significa a seleção de um processo de extração específico sentar uma área de campo é
que melhor indica o que a raiz da planta pode absorver da a. 5 a 10.
solução do solo e, muitas vezes, algumas das formas me- b. 15 a 20.
nos disponíveis do nutriente no solo que podem se tornar c. 30 a 40.
disponíveis no decorrer do desenvolvimento da planta. Em d. tantas quantas necessárias para encher a
diferentes ambientes e tipos ele solo, determinados procedi- caixa de amostra.
mentos pode m resultar em melhor avaliação da disponibi-
lidade d e nutrientes, especialmente a quantidade que pode 6. A amostragem realizada em profundidade consis-
ser determinada de reservas menos disponíveis durante o tente e recomendada é importante para
ciclo da cultura, que irão repor as reservas ela solução do a. N e S.
solo. O fósforo, por exemplo, está presente em várias formas b. P e K.
orgãnicas e inorgânicas no solo. Não há um único reagente e. micronutrientes.
de extração que possa quantificar a quantidade de P disponí- d. todos os nutrientes.
vel para as plantas em todas as condições. Como resultado,
uma série de extratores foi desenvolvida para ser utilizada 7. Comparada aos nutrientes menos móveis, como
em situações específicas, e alguns exemplos desses extratores P e K, a amostragem para os nutrientes móveis,
são apresentados na Tabela 8.2 . Cada conjunto ele procedi- como nitrato, sulfato, cloreto, deve ser
me ntos de extração tem os seus próprios valores críticos, por a. rasa.
isso, sempre que um resultado ele análise é forn ecido deve b. na mesma profundidade.
ser interpretado com os valores críticos deri vados dos expe ri- e. profunda.
mentos ele campo para as culturas. Portanto, sempre verifica r d. realizada menos frequenteme nte.
qual ex trator está sendo usado para melhor int erpre tnr os
resultados apresent ados. ~ -- --- --
NUTRIÇÃO DE PLANTAS 4C · PRÁTICAS DE SUPORTE
),

Finalmente. o "número " fornecido no laudo ela aná lise cio e) Sugerir análises adicionais ou estudos na identificação
l solo apresenta erros que se relac ionam a todos os fatores ele um problema na produção das culturas.
mencionados anteriormente, bem como à incerteza so bre as Tal como aco ntece com a aná lise de solo. uma importan te
futuras doses de reposição das formas de nutrientes menos fase da análise de pla ntas é a coleta de amostra. A composi-
disponíveis no solo. Este deve ser interpretado dentro de ção ela pla nta varia com: idade, parte da planta amostrada ,
limites, muitas vezes deno minado de muito baixo. baixo. condição da pla nta , va riedade, condi ções meteorológicas e
médio, alto ou muito alto, porém com mais precisão de aco r- outros fatores . Portanto , é necessário seguir as instruções de
do com o tamanho e a probabilid ade da resposta es perada a mostrage ns comprovadas.
(Tabela 8.3). Os melh ores resu ltados se rão obtidos quando A maior parte dos laboratórios forn ece instruções para a
os resultados das análises fore m considerados ao longo de amostragem de diversas culturas e o e nvio das amostras.
vá rios a nos, pois mostram as tend ências ela fertilid ade sob o Eles geralmente sugerem, se possível , o envio de uma
manejo ex istente, em vez ele se considera r um único valor amostra da área sem problema, além da amostra da á rea
para a previsão exata da dose ele nutrientes necessá ria a ser com problema, para comparação. Por serem necessários
• aplicada. experiência e conhecimento para a amostragem correta de

•• Tabela 8.3 Exemplo de classes de interpretação da análi-


se de solo e probabilidade de resposta.
plantas, o trabalho é, muitas vezes, realizado por consultores
agrícolas ou agrônomos.
a . ., Atualmente, a análise de plantas é tema de vastos progra-
- 1
Classes de mas de pesquisa entre nutricionistas. Ainda há muito a ser
Probabilidade de resposta
Interpretação descoberto sobre esta ferramenta de diagnóstico. Pesquisas
Muito baixa Resposta econômica em todos os casos, em andamento estão constantemente descobrindo novos fa-
mas há exceções tos e estabelecendo padrões revistos e atualizados. Os dados
Resposta econômica na maior parte das safras da análise de plantas devem ser interpretados por cientistas
Baixa
que são treinados nesse campo e que compreendem os
Média Resposta econômica média ao longo dos anos fatores envolvidos. É uma adição valiosa às ferramentas
Alta Respostas econômica ocasional disponíveis de diagnóstico.
Muito alta Respostas econômica improvável
Classes de Deficiência e Suficiência
Normalmente, faz-se a interpretação da análise de planta
8.4 Análise de Planta comparando-se as concentrações elementares com uma
faixa de suficiência padrão para a parte da planta, espécie
A "análise de planta" se refere à análise total ou quantitativa
de cultura e fase de crescimento estabelecida pela pes-
de nutrientes no tecido da planta. A análise de solo e a
quisa. Quando os valores-padrões de pesquisa para uma
análise de planta andam juntas. Uma não é substituta da
dada situação não se encontram disponíveis, a análise de
outra. Ambas são ferramentas úteis no diagnóstico, e muitos
planta ainda pode ser útil na identificação de problemas
produtores utilizam ambas. A análise de planta é usada para
de estresse por nutrientes se amostras de plantas forem
culturas como café, laranja, pêssego, maçã, nozes e outros
coletadas de áreas com baixo e adequado crescimento,
culturas. Por causa da natureza dessas culturas perenes e
dentro da mesma área ou de áreas próximas.
de seus sistemas radiculares extensos, a análise de planta é
especialmente útil para determinar seu estado nutricional. V alares críticos específicos para deficiência, suficiência
e toxicidade das culturas são melhor obtidos nos manuais
Os cientistas utilizam novos métodos analíticos e equipamen- locais ou regionais de produção da cultura. O nível crítico
tos, tais como absorção atômica e especialmente espectró- para deficiência geralmente é definido como aquele que
grafo de emissão, que podem analisar, simultaneamente, 10
resulta em 90% do rendimento ou do crescime nto quando
ou mais elementos na amostra em questão de segundos. nenhum nutriente é limitante. A Figura 8.3 apresenta um
Deste modo, um número considerável ele laboratórios, em
exemplo da relação entre a concentração de um nutriente e
diferentes países, têm capacidade de realizar a análise de o crescimento relativo ou a produção, com valores específi-
plantas. A demanda por esse serviço continuará a aumentar cos de P, K e Mn em soja (Marschner, 1995).
à medida que a pesquisa destacar as oportunidades de ma-
Em situação de deficiência extrema, é possível que para
nejar a disponibilidade de nutrientes durante o crescimento
alguns nutrientes a concentração aumente em vez de
das culturas.
diminuir se a deficiência prejudicar o crescimento de tal
A análise de plantas é usada para: forma que não ocorra a diluição nomial dos minerais pelo
a) Confirmar um diagnóstico feito a partir de sintomas crescimento da planta. Por outro lado, em condições muito
visíveis; boas de crescimento, a diluição pelo crescimento pode
fazer com que a lguns nutrientes se mostrem de ficie ntes
b) Identificar a fome oculta quando não há sintoma aparente;
quando na verdade não estão. Por essa rnzão, o diagnósti~o
c) Determinar se os nutrientes aplicados foram absorvidos de üreas com problemas é, por vezes, mais precisa se uma
pela planta; área parcialmente aíetada, ao invé.-i de muito afetada , for
d) Estudar a dinâmica de nutrientes nas plantas; comparada a uma área nomial próxima.

NUTRIÇÃO DE PLANTAS 4C · PRÁTICAS DE SUPORTE


------·· ..

dá, Ch ina e Índia , consu ltores públicos e


privados ado taram o DRIS como parte ele
Q)
"O
ro
sua técnica de diagnóstico em á reas selecio-
"O
:~ nadas.
:5 zona adequada
"O É possível, agora , ta mbém utilizar o DRIS
ea.
zona de luxo em combinação com o SIC para delinear
ro
ero zonas de produtividade para uma determi-
a. zona de toxicidade nada cultura cultivada em uma região. Esta
ro
"O delimitação ajuda na identificação ele locais
o
eQ) potenciais para fins de planejamento do uso
E do solo e monitoramento das tendências de

"'
~
produtividade das culturas.
o
Embora vários trabalhadores mostrem que
Concentração do nutriente no tecido da planta
muitas vezes o DRIS produz diagnósticos
deficiente baixo adequado alto tóxico mais precisos da deficiência do nutrie nte do
P(%) < 0,16 0,16-0,25 0,26 - 0,50 0,51 - 0,80 > 0,80
K(%) < 1,26 1,26 - 1,70 1,71- 2,50 2,51 - 2.75 > 2,75 que as abordagens convencionais, a com-
Mn (mgkg-1) < 15 15 - 20 21 - 100 101-250 > 250 plexidade da metodologia do DRIS tem
limitado o seu uso. Várias modificações na
Figura 8.3 Relação entre concentração de nutriente no tecido da planta e metodologia DRIS tem sido propostas para
crescimento ou produtividade, com exemplo de Jones (1967) para simplificar sua utilização e interpretação.
concentração de P, K e Mn na matéria seca de folhas de soja em Algumas destas modificações incluem o
várias classes de disponibilidade do nutriente.
cálculo simplificado das funções intermedi-
Fonte: Adaptada de Marschner (1995).
árias, modificação na seleção de parâme-
tros e modificação dos critérios para prever
a resposta ao fertilizante suplementar. Além
Quando os níveis de nutrientes estão na faixa de consumo
disso, programas de computador foram desenvolvidos para
de luxo há menor risco deles se tornarem deficientes em
fazer os cálculos do DRIS "em apenas um clique" .
condições desfavoráveis para a absorção radicular (por
exemplo, seca) ou quando a demanda interna é elevada Refinamentos no DRIS incluem a Diagnose da Composição
(por exemplo, durante o desenvolvimento de frutas ou Nutricional (CND), que tem sido aplicada na província de
enchimento de grãos). Quebec, no Canadá {Parent et ai., 2009) .

Sisten'ta Integrado de Diagnose e Testes Rápidos


Recon'tendação (DRIS)
O teste de tecido no campo consiste na determinação da
Os resultados da análise de plantas podem ser difíceis de quantidade de nutriente na seiva da planta - uma medição
serem interpretados porque a concentração crítica de um semiquantitativa do conteúdo não assimilado, solúvel.
nutriente no tecido vegetal varia com as alterações nas con-
centrações de outros nutrientes. Diagnósticos realizados pelo Uma grande quantidade de nutriente não assimilado na seiva
Sistema Integrado de Diagnose e Recomendação (DRIS) indica que a planta está recebendo o suficiente, do nutriente
baseiam-se em proporções relativas das concentrações de que está sendo testado, para um bom crescimento. Se a quan-
nutrientes, em vez das concentrações absolutas, por uni- tidade for menor, há grande possibilidade de que o nutriente
dade de matéria seca no tecido da planta. As normas para está deficiente no solo ou não está sendo absorvido pela plan-
essas relações são estabelecidas comparando-se as análises ta devido à falta de umidade no solo ou a outros fatores.
completas de culturas em situações de baixo e alto rendi- Os testes de tecido são executados facil e rapidamente no
mento. Pelo fato de serem usadas essas relações, a diluição campo. O tecido verde da planta pode ser analisado para
da matéria seca com o crescimento da planta tem menor vários nutrientes, tais como N0 3·, N , P, K, e, por vezes, Mg.
efeito na interpretação, e a época de an10stragem pode ser Mn e Fe. No entanto, é preciso muita prática e experiência
mais fl exível (Sumner, 1977). para interpretar os resultados, especialmente aqueles para
Inicialmente, sugeriu-se que as normas do DRIS estabele- Mg e micronutrientes.
cidas em uma localização geográfica pudesse ser bem apli- Esses testes são utilizados para identificar o nutriente (N, P
cada em outras regiões. Resultados de numerosos estudos ou K) que pode estar limitando a produtividade da cultura.
com milho, trigo, soja , alfafa e bat ata, no entanto, Indicaram Se o teor ele um nutriente está muito baixo. outros podem
que as normas desenvolvid as localmente ou regionalmente se acumular na selva devido o crescimento restrito da
produzem mais precisão no diagnóstico de deficiências planta , resultando em Interpretação Incorreta. Se a cultura
(M unson e Nelson , 1990; Jones, 1993). c resce vigorosamente após a correçào da deficiência, pode-se
Em alguns países, Incluindo Estados Unidos, Bras il, Cana- verificar que outros nutrientes não estão presentes e m q uan-

NUTRIÇÃO DE PLANTAS 4C • PRÁTICAS DE SUPORTE


tid ad es sufi cient es parn pro du zir re ndim entos elevados. O do seu potencial produtivo e é poca de plantio. cultura a nte·
qu e é id entifi cado, o u testado, é o nutri ente mais limitante rior, prática cultural e compactação. temperatura , níve l de
e m uma d e te rmin ada fase el e crescime nt o. umidad e. pH e níve is de outros nutrientes no solo. Dev id o
O s testes rápidos el e tecid o podem ser muito úteis Ili.JS mãos a todos estes fatores, a análise de solo comporta-se mais
d e um es pecialisti.1 . Sem Si.lir cio campo , e le pod e detectar como um indicador preciso da probabilidade de resposta da
deficiê ncias de N e sugerir meclicli.ls corretivas. Essa econo- cultu ra do que uma referê ncia correta do real rendime nto
. l mia de tempo pode ser valiosi.1 . Tal como i.l contece com a da cu ltura e da quantidade de nutrientes a se r ap licada para
análise lotai das plantas, vale a pe ni.1 comparar as plantas alcançá-lo. Portanto, é fundamental que os resultados das
t saudáveis com as deficientes sempre que possível. aná lises de solo sejam interpretados com cuidado por um
agrônomo experiente e bem treinado.
Kits conte ndo instruções e materiais para a execução de
testes de tecidos estão disponíveis. Muitos deles inclu em Os produtores também diferem em relação às metas de
instruções de análise e mate riais para determinar o pH do produtividade. Alguns têm mais tempo, interesse e capacida-
solo e até mesmo P, K e Zn do solo. Antes de utilizi.lr esses de para maneja r a cultura, de modo a atingir produtividades
testes, deve-se buscar um i.1 formação qualificada para desen- muito próximas à máxima possível. Outros têm mais exigên·
volver habilidades de diagnóstico. cias, que compe tem pelo tempo. Alguns têm mais acesso à
vasta gama de fatores de produção e maior capacidade de
8 .5 Interpretação dos Resultados da Análise adquiri-los. Essas diferenças podem ter grande influência no
manejo da nutrição de plantas.
de Solo e de Planta
Os fatores supracitados têm levado ao desenvolvimento de
Produtores que regularmente realizam a coleta e a análise de duas abordagens distintas e amplamente reconhecidas para
amostras de solo e de planta estão interessados em assegurar o manejo da fertilidade do solo - o critério de suficiência de
que os rendimentos de sua cultura não estarão suprimidos nutrientes e o da construção e manutenção da fertilidade. A
pela baixa disponibilidade de nutrientes no solo. Querem escolha da abordagem a ser utilizada influencia a recomen-
também assegurar que os fertilizantes comprados gerem um dação da fonte , dose, época e local de aplicação do nutrien-
retorno econômico e que a fertilidade e a produtividade te. Os dois itens a seguir, com adaptação de Leikam et ai.
dos seus solos sejam mantidas, enquanto protege o ambien- (2003) , explicam as abordagens.
te. A análise de solo, quando devidamente utilizada, é um
excelente guia para determinar a exigência de corretivos e Critério de Suficiência
fertilizantes a serem aplicados e para desenvolver um plano
de manejo nutricional. O objetivo do critério de suficiência de nutriente é aplicar
Uma boa recomendação deve abordar os 4 C's - fonte, apenas o necessário de um dado nutriente para maximizar
dose, época e local - e ainda considerar as metas de susten- a rentabilidade no ano da aplicação, minimizando a dose
tabilidade agrícola. Tais recomendações requerem muitas do nutriente ou os custos com fertilizante. Embora a varia·
informações, além da análise de solo, incluindo disponibi· bilidade inerente na resposta do nutriente entre e dentro
tidade de equipamentos, fontes de nutrientes, sistema de das lavouras ao longo do tempo possa resultar em maior
cultivo, propriedades físicas do solo e metas de qualidade e ou menor exigência na quantidade de nutriente do que a
produtividade das culturas. recomendada para a máxima rentabilidade, doses próximas
à ótima serão recomendadas a longo prazo. Quando este
As recomendações devem visar as seguintes situações: critério é adotado, e os teores do nutriente no solo não estão
a) garantir que todos os nutrientes sejam mantidos em em níveis adequados para suprir todas as necessidades da
níveis não limitantes à cultura, desde o plantio até a cultura, há necessidade de aplicação de fertiliza nte safra
colheita; após safra a fim de eliminar possíveis prejuízos devido
à escassez do nutriente no solo. As opções de aplicação
b) equilíbrio entre os nutrientes para garantir o uso eficien-
também são mais limitadas, pois em condições de níveis
te de cada um deles;
baixos na análise de solo torna-se mais imporiante colocar
c) quantidades necessárias de nutrientes a serem aplicadas os nutrientes em uma faLxa próxima à seme nte.
para e levar os teores no solo a níveis adequados duran·
A recomendação pela suficiência de nutrientes é baseada
te um determinado número de anos;
em dados de ensaios de calibração coletados em campo em
d) oportunidade de reduzir os nutrientes imóveis que se vários anos e locais. Pam resolver a questão das constantes e
acumularam nos solos em níve is muito altos ou excessi- complicadas mudanças no retorno marginal da ap licação, essas
vos, ta is como P e K. recomendações são desenvolvidas para proporcionar 90% a
A resposta da cultura ao forn eci me nto de nutrie ntes, como 95% do rendimento máximo da cultura, ou o nível ele produli·
P e K, é influenciada por muitos fatores, além do teor dos vidadc tipicamente obtlclo com a dose economicamente ótima
mesmos na aná lise de solo. As respostas podem ser nwiorcs do nutrie nte. A resposta da cultu ra e as doses ele nutriente
ou menores ou as culturas podem responder ou requerer a reconwncladas são rnniores quando os níveis cio nutriente na
adição de um nutriente e rn mnlo r ou menor grnu e m fun~·ão análise do solo estão muito baLxos, ao passo que as doses

NUTRIÇÃO DE PLANTAS 4C - PRÁTICAS DE SUPORTE


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do elemento recomendadas diminuem até zero à medida um determinado ano , mas minimizar a possibilidade de
que o nível da análise ele solo aumenta até um valor crítico. algum aspecto nutricional lim itar o crescimento das plantas,
O nível crítico é o valor ela aná lise ele so lo no qual o so lo é proporcionando re ndim entos próximos do máximo, altos
capaz de fornecer quantidades suficien tes de P e/ou K para níveis de fl ex ibilid ade ao produtor e bom retorno econô·
a lcançar 90% a 95% cio rendimento máximo. Para recomen- mico a longo prazo. A desva ntagem desse tipo de critério
dações de suficiência de nutrientes, os valores da análise de é que as doses de aplicação requeridas são normalme nte
solo são vistos como uma variável de manejo e há pouca superiores às recomendadas pelo programa de suficiência
consideração quanto aos seus ruturos va lores. de nutrientes.
O critério ele suficiência é frequente mente utilizado em
situações em que o capital para investimento está indisponí- Escolha do Critério Adequado
vel ou tem-se elevados custos com juros, ou quando a posse
da terra não está assegurada para o íuturo (por exemplo, Durante um longo tempo , os dois critérios de manejo da
quando a terra é arrendada por um período de 1 a 2 a nos). rertilidade do solo permitiram aos produtores a escolha
entre um sistema que recomenda a aplicação de baixas
doses de fertilizante em solos com baixos teores de nutrien-
Construção e Manutenção da Fertilidade
tes, mas que requer aplicações anuais do insumo (programa
O objetivo dos programas de construção e manutenção de suficiência nutricional), e outro, que é o de investir em
da fertilidade é manejar os teores de P e/ou K da análise altas doses em um determinado tempo (4 a 8 anos), a fim
do solo como variáveis controláveis. Em solos com baixos de obter flexibilidade na aplicação e potencial redução
teores de nutrientes, as recomendações para construção e de custos, com múltiplas aplicações anuais, quando for
manutenção da fertilidade são destinadas a nutrir as plantas mais conveniente e econômico (programa de construção
com P e/ou K o suficiente para atender suas necessida- e manutenção) . Valores críticos dos teores de nutriente no
des imediatas e elevar os níveis do solo para valores não solo e sua relação com as doses aplicadas são apresentados
limitantes, ou seja, acima do nível crítico. Os níveis críticos conceitualmente na Figura 8.4.
são os mesmos utilizados no critério de suficiência e sua Embora a diferença no custo entre os dois critérios possa
determínação requer quantidades semelhantes de dados ser considerável a curto prazo, os benefícios da flexibilida-
para calibração da análise de solo, coletados no campo. O de no programa global de fertilidade, os reduzidos custos
critério de construção e manutenção da fertilidade tende a de aplicação, a oportunidade melhorada e o manejo do
ser economicamente menos sensível às recomendações in- caixa podem fazer com que o investimento em programas
certas devido à redução de riscos de perdas de rendimento de construção e manutenção seja viável. Uma vez que os
das culturas em solos com altos teores de nutriente. Geral- produtores compreendam as duas abordagens, eles podem
mente, a construção dos valores da análise de solo ocorre decidir se o custo para a construção dos níveis de nutrien-
ao longo de um período de tempo previsto (4 a 8 anos, te no solo é um investimento sensato. Se a propriedade
normalmente). Uma vez que os teores dos nutrientes no solo tiver esterco animal como fonte de nutrientes, o critério da
excedem o valor crítico, as recomendações de adubação são construção e manutenção da fertilidade do solo torna-se
feitas apenas para manutenção destes níveis em um interva- economicamente favorável. Porém, mesmo com o uso de
lo desejado ou de manejo. esterco é aconselhável não aplicar continuamente doses que
O teor de nutrientes desejado no solo geralmente é uma aumentem seu teor no solo acima de um limíar prejudicial
faixa situada pouco acima do nível crítico (níveis médios a ao ambiente (geralmente maior do que o limite de manu-
altos) , na qual o solo geralmente pode fornecer nutrientes tenção), a fim de evitar desequilíbrios nutricionais e danos
de forma adequada para atender as necessidades nutricio- ambientais (ver seção 9.8.2 e Figura 9.2).
nais das culturas em crescimento. Uma vez que o teor de Produtores que objetivam maiores lucros em sua ativida-
nutrientes do solo tenha sido construído no nível desejado, de muitas vezes irão necessitar mais do que apenas uma
os produtores terão grande flexibilidade em relação ao mo- recomendação de adubação. Eles precisam de um plano
mento e à quantidade de fertilizante a ser aplicada. Assim, completo de manejo nutricional, além de informações sobre
os produtores podem escolher se querem aplicar o nutriente variedades adequadas, práticas culturais, época de plantio,
anualmente ou combinar aplicações do nutriente a cada técnicas apropriadas de proteção da cultura, entre outras.
dois ou três anos. Isso gera flexibilidade no gerenciamento A análise de solo é apenas uma parte do plano de manejo
do tempo, fluxo de caixa e flutuações nos preços de merca- global da fertilidade do solo que vai garantir produtividades
do para fertilizantes e culturas. altas, rentáveis e eficientes, mlnimízando, assim, as perdas
O manejo da construção e manutenção da fertilidade não de nutrientes que poderiam prejudicar o ambiente. As estra-
é destinado a promover o melhor retorno econômico em tégias de manejo nutricional são discutidas no Capítulo 9.

NUTRIÇÃO DE PLANTAS 4C • PRÁTICAS DE SUPORTE


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Valor crítico Limite de manutenção


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o Teor do nutriente no solo ->

Figura 8.4À medida que aumenta o nível de nutriente no solo, aumenta o rendimento relativo da cultura (relação
percentual entre o rendimento da cultura sem aplicação de nutriente e o rendimento da cultura em que
não há limitação nutricional}. Portanto, o tamanho e a probabilidade de resposta em rendimento de uma
cultura à fertilização diminui com o aumento dos níveis do nutriente no solo. Recomendações de suficiên-
cia nutricional visam promover retorno econômico no ano de aplicação e diminuir a zero a reposição do
nutriente (ou uma quantidade menor do que a da remoção pelas culturas, geralmente colocada próximo
à semente, denominada de arranque) no nível crítico. O critério de construção e manutenção recomenda
a aplicação de quantidades maiores do nutriente do que aquela que foi removida pela cultura quando o
nível do nutriente no solo estiver abaixo do nível crítico, quantidades iguais às de remoção pela cultura
no intervalo dos níveis de manutenção (faixa próxima ao nível crítico) e quantidades menores do que a
removida pela cultura e tendendo a nenhuma aplicação quando os teores no solo estiverem acima do nível
de crítico.
Fonte: Adaptada de Leikam et ai. (2003) .

8.6 Parcela com omissão de nutrientes REFERÊNCIAS

Onde as análises laboratoriais de solo e de tecido vegetal não Jones Jr., J. B. ln: Soil Tesling and Plant AnaJysis, Part II: Plant
são possíveis de serem realizadas, o suprimento de nutrien- Analysis. Madison, WI: SSSA, 1967. p. 49-58.
tes do solo para a cultura pode ser estimado utilizando-se a Jones Jr., J. B. Aust. J. Exp. Agric., v. 33, p. 1039-1043, 1993.
técnica da parcela com omissão de nutrientes. Isto é feito em
Lelkam, D. F.; Lamond, R. E.; Mengel, D. B. Better Crops, v. 87,
pequenas parcelas, onde cada um dos nutrientes que está n. 3, p. 6-10, 2003.
sendo avaliado é omitido em uma parcela, enquanto todos
os outros são adequadamente aplicados. Há uma parcela Marschner, H. Mineral Nutritlon of Higher Plants. 2. ed . London:
Academlc Press, 1995. 889 p.
que recebe todos os nutrientes e também uma na qual
todos os nutrientes são omitidos. Se não houver decréscimo Munson, R. D.; Nelson, W. L. ln: Soii Tes1lng and Plant Analysls.
na produtividade das plantas na parcela em que o nutrien- 3. ed. , cap. 14, 1990. (SSSA Book Series, No. 3).
te foi omllido, comparada à parcela que recebeu todos os Parem, L. E.; Natale, W.; Ziadl, N. Can. J. Soll Sei., v. 89, p. 383-
nutrientes, presume-se que há quantidade suficiente deste 390, 2009.
nutriente no solo para suprir a cultura. Sumner, M. E. Plant Soll, v. 46, p. 359-369, 1977.

NUTRIÇÃO DE PLANTAS 4C - PRÁTICAS DE SUPORTE


Perguntas
8. Diíerentes extratores utilizados na análise de solos
para P disponível são interpretados utilizando
diferentes
a. profundidades de amoslragem.
b. valores críticos.
c. nutrientes limitantes.
d. estimati vas da demanda de nutrientes.

9. Na análise da planta, o nível crítico para a deficiên-


cia de K geralmente resulta em 90% do rendimento
da colheita, em comparação com o
a. rendimento máximo. f'
b. rendimento econômico máximo.
c. rendimento de todos os nutrientes não
limitantes.
d. rendimento nas mesmas condições com K
não limitante.

10. Em um programa de manutenção/construção da


fertilidade do solo, quando o P na análise de solo
estiver acima do limite de manutenção, a quanti-
dade de P recomendada deverá ser
a. zero ou somente de arranque.
b. reposição da remoção pela cultura.
c. aumentar o teor de P da análise do solo.
d. evitar o declínio do teor de P da análise do
solo.


NUTRIÇÃO DE PLANTAS 4C - PRÁTICAS DE SUPORTE
C!I

Estudo de Caso 8.1·1 Histórico de cultivo Influencia na decisão sobre a profundidade da amostragem do solo.

A importância de se conhecer o histórico de cultivo de um campo agrícola foi mostrada em uma região próxima a
Calgary. Alberta , no Canadá . Um novo proprietário queria plantar aveia para fazer feno verde em uma área de 65 ha.
Uma empresa de consultoria local foi contratada para fazer a amostragem do solo e a recomendação de adubação
antes da implantação da cu ltura , em meados de maio. Um membro da empresa foi ao campo e coletou 15 amos-
tras de solo aleatoriamente até a profundidade de 15 cm, tomou uma sub-amostra e a enviou ao laboratório de
• análise de solo. Com base nos níveis dos macronutrientes observados na análise da amostra de solo, a recomenda-
ção de adubaçâo foi de 132 kg ha- 1 , 11 kg ha- 1 e 17 kg ha-1 de N, P2 0 5 e K2 0, respectivamente, para uma meta de
produtividade de 9 t ha- 1• A adubação de P e K foi feita no sulco de plantio com uma mistura de monoamõnio fosfa-
1
to (11-52-0) e cloreto de potássio, a qual forneceu, além dos nutrientes supracitados, 2 kg ha- de N. O restante do
nitrogênio (130 kg ha 1 de N) foi fornecido via ureia, na dose de 282 kg ha-1, aplicado a lanço e incorporado durante
o preparo do solo, antes do plantio. A cu ltura desenvolveu-se bem devido às chuvas no início do verão seguidas de
tempo quente e seco nos meses de julho e agosto. O rendimento de feno foi muito próxi mo ao que se esperava .
Tudo ia bem até o produtor solicitar a análise de uma amostra de tecido vegetal do feno. Os resultados mostraram
níveis de nitrato de 6.000 mg kg·1, bem acima do nível considerado seguro, de 1.500 mg kg 1 , para a alimentação
do gado de corte (Cash et ai., 2007). o produtor reclamou que a recomendação da dose de N feita pela empresa de
consultoria era muito alta e teria provocado os excessivos níveis de nitrato no tecido vegetal do feno que ele cultivara.
Um agrônomo da região e a empresa de consultoria fizeram uma investigação mais aprofundada e descobriram que
a área tinha sido cultivada com alfafa por 5 anos, recebido uma gradagem no final do verão do quinto ano e ficado
um ano em pousio antes de ser vendida ao novo proprietário. No ano em que o campo estava em pousio houve
chuvas acima da média histórica, e o agrônomo suspeitou que o N mineralizado pela decomposição da alfafa tinha
sido lixiviado abaixo da profundidade de amostragem de 15 cm. A análise de amostras de solo coletadas até
120 cm, realizadas no final do verão em que foi cultivada a aveia, constatou 80 kg ha·1 de N-nitrato residual no solo.
A alta concentração de nitrato no feno foi resultado da considerável quantidade residual deste elemento no solo
abaixo da profundidade de amostragem convencional combinada com uma adição excessiva de N via fertilizante
para a cultura da aveia. O tempo seco e quente nos meses de julho e agosto fez com que o acúmulo de nitrato na
aveia fosse ainda maior.
Em resumo, se o histórico de cu ltivo tivesse sido investigado e as informações supracitadas fossem conhecidas, a
recomendação seria fazer a amostragem de solo a uma profundidade maior, e não apenas até 15 cm. Nesse tipo
de situação, três profundidades de amostragem de solo são aconselhadas: 0-15 cm, 15-60 cm e 60-120 cm.
Assim, o N residual teria sido contabilizado e menor quantidade do nutriente seria recomendada para a cultura da
aveia .

Referência
Cash, D. et ai. Nitrate toxicity of Montana forages. Montana State University, 2007. [On-line] .

. ,
NUTRIÇÃO OE PLANTAS 4C - PRÁTICAS DE SUPORTE
Capítulo
PLANEJAMENTO E RESPONSABILIDADE NO MANEJO DE NUTRIENTES -

O manejo da nutrição de plantas de acordo com os princí- plantas. Primeiro, ele deve acompanhar e registrar todas as
pios das práticas de manejo de nutrientes 4C inclui respon- práticas de manejo aplicadas à cultura e que são relevantes
sabilidade em relação aos impactos gerados na sustenta- à nutrição vegetal como parte do ciclo ada ptativo de manejo.
bilidade econômica , ambiental e social. Neste capítulo Estas informações visam beneficiar principalmente geren-
são discutidos e comparados os critérios utilizados para o tes e consultores na tomada de decisão sobre as prá ticas a
planejamento do manejo de nutrientes e a medida do seu serem adotadas ou a correção a se r feita no próximo ciclo
desempenho na sustentabilidade. de produção, como discutido nos capítulos 2 e 7. Segundo.
o plano precisa acompanhar o desempenho - resultado da
9.1 Planos de Manejo de Nutrientes implementação de um conjunto de práticas.

._
11 Em muitas regiões, onde a produção intensiva de gado e
aves tem resultado em excedente de nutrientes (onde mais
nutrientes são excretados no esterco do que são absorvidos
As pessoas estão buscando, cada vez mais. informações sobre
como melhorar o desempe nho de sua e mpresa ao lo ngo do
tempo. Compradores de produtos agrícolas querem sabe r
pelas culturas no campo). planos de manejo de nutrientes a sua pegada ambiental com base no dese mpe nho el e lado
' tem se tornado obrigatórios. Em algumas regiões tem-se

•.,.
o sistema. Por exemplo , as grandes empresas da indústria
alcançado impactos positivos e boas adesões. No entanto, o de alimentos lançaram, ou estão se pre para ndo para la nçar.
alcance desta abordagem têm sido limitada para pequenos iniciativas globais para promove r a agricultura suste ntável.
produLOres e para as operações focadas principalmente na a fim ele ajudar as e mpresas n va lorar econo micamen1 e os
produção de culturas. Obstáculos à participação incluem: impactos ambientais e sociais ele suas cade ias de su prime n-
.~ período de tempo necessário para reunir informações
d etalhadas , falta de flexibilidade na resposta às mudanças
tos. Em um artigo publicado na mídia e m 25 de agosto ele
2011 , a Businessgreen.com descreve u uma dessas iniciéllivas
relacionadas ao clima e ao mercado e falta de conexão com para incluir
·s4
os planos de negócios da faze nda. . . . ''u 1111111i:j11 dvJ rrn11suJ; .-u11111 IÍg11a, c11,·rgi,1 e m,L, ,,i.-,, h,m
II fm,d11lil'id11,I,, agriw/11, 11 p1,;,-r1·t1(1111 daj,"·rtilidacl, t/11 .,ulu
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9.2 Planos de Manejo de Nutrientes 4C
1' 11 hiut!il·,·1.rid11dr. lrd la111hi'i11 mbm 11,· i111pa, /v, .,oá11i.1. /m.,, ,1111111
~ Um plano de Manejo de Nutrientes 4C visa servir a dois us rfiilJS 1Ubn· f/S (U///IIIIÍd11d,,., agrfrolas. d1úi10.,, h,111111111,, r' /J


propósitos em todas as operações qu e usam nutrientes dns t'o11/,i1111 idllll,· (11111 as /,-i., lut',IÍ ,. 1111111111., t' 1,g11l,1111,·11/,11; •·

NUTRIÇÃO DE PLANTAS 4C - PLANEJAMENTO NO MANEJO


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O processo el e estabe lec ime nto el e me tas ele suste nt a biliclacl e cas el e manejo, frequ e nte me nte e m situa ção co ntrolada de
d eve incluir a seleção cios objeti vos especííl cos el e d ese mpe- ca mpo, co ncebidas para serem ex trapoladas para um gran·
nho. O d ese mpe nho é ava liado atra vés ele medidas e indica- de número d e siluaçôes práticas na faze nd a. Um exemplo
dores relacio nados aos resu ltados eco nômi cos, a mbi e ntais e pod e ser um e nsaio el e campo e m uma estação expe rime n-
sociais. Ele se relac iona a todos os result ados consid e rados tal na qual duas ou mais práticas são comparadas e onde
importantes aos age ntes interessados (incluindo ag ricultores, as medições inclu em: produtividade da cu ltura , absorção
agentes cio agronegócio, clientes e consumidores). de nutrie ntes, perdas d e amôn ia e óxi do nitroso para o ar,
Quando os princípios do concei to ele ma nejo de nutrie ntes perdas de nutrie ntes no escoa men to e drenagem da ág ua.
4C são apli cados no desenvolvimento d e planos de manejo e ntre outras. O conceito 4C auxilia a pesqu isa e a extensão
de nutrie ntes, a informação cole tada e re portad a é direcio- na validação de prá ticas mais relevan tes pa ra alca nçar os
nada aos objetivos econômicos, socia is e a mbie ntais mais resultados eco nô micos, sociais e ambientais conside rados
importantes. Além dos rendime ntos agronô micos e dos importantes pelos inte ressados.
impactos ambienta is, a sustentabilidade a longo prazo é con- Os indicadores de desempe nho são mais simples do que
siderada fundam e ntal, e o plano de manejo de nutrientes as medidas e pode m ser d eterminados mais facilmente nas
deve tomar-se parte integrante do plano de negócios da fa- fazendas atuais. Os agentes interessados precisam concordar
zenda. Com o foco nas informações de desempenho que eles refl e te m suas aspirações de desempenho e que os
econômico, ambiental e social estabelecidas pelos indicadores se correlacionam bem com as medições reais.
agentes interessados, é possível dístinguir o plano Por exemplo, onde a erosão do solo é o principal problema
de Manejo de Nutrientes 4C de UJU plano de manejo e constitui grande fonte de perda de nutrientes, um indica-
de nutrientes . dor que mede a cobertura do solo com resíduos vegetais
No Capítulo 2, observou-se que o conceito do manejo de nos períodos críticos pode ser adequado.
nutrientes 4C relaciona práticas de manejo - seleção da fonte
de nutriente, dose, época e local de aplicação - a metas de Quem escolhe os indicadores?
sustentabilidade para a empresa. Assim, o primeiro passo A participação dos agentes interessados é necessária para
no desenvolvimento de um plano de manejo de nutrientes selecionar os indicadores de desempenho que representam o
4C é estabelecer as metas de sustentabilidade da empresa, progresso nas metas consideradas importantes por todos.
seja uma fazenda, um campo de golfe ou um parque. Isto Em suma, um plano de manejo de nutrientes 4C envolve
requer um elevado nível de compromisso do produtor ou
do gerente e incentiva o envolvimento com agentes interessa-
dos. Enquanto esses agentes contribuem para o processo
de estabelecimento das metas, os gerentes selecionam as
práticas. As metas gerais de sustentabilidade são estabelecidas
em parceria com pessoas que têm interesse nos impactos do
Perguntas t
empreendimento sobre as coisas que são importantes para
elas. Metas específicas da empresa precisam se alinhar a essas 1. Planos apropriados para o manejo de nutrientes
metas gerais. incluem informação sobre
Os impactos do manejo de fertilizantes são expressos no a. prálicas de manejo.
desempenho dos sistemas de cultivo ou do sistema b. desempenho.
solo-planta-atmosfera no qual eles são aplicados. O desem- c. práticas de manejo e desempenho.
penho inclui o aumento d e produtividade, qualidade e lucro d. detalhes com encargos.
resultante da aplicação de fertilizante e se estende a efeitos
de longo prazo sobre os níveis de fertilidade do solo e sobre 2. O primeiro passo no desenvolvimento de um
as perdas de nutrientes para a água e o ar. Inclui também plano de manejo de nutrientes 4C é determinar,
impactos sobre a economia regional e as condições sociais - para a fazenda,
por exemplo, acesso ao alimento. Nem todos os aspectos do a. indicadores de desempenho.
desempenho podem ser qu~ntificados e m cada fazenda, mas b. metas de sustentabilidade.
todos d evem ser avaliados. lndices cienlificamente aceitos c. metas ele produtividade.
e modelos computacionais podem ser utilizados para essas d. doses de fertilizante.
avaliações.
3. Indicadores de desempenho refletem o progresso
9.3 Medidas e Indicadores de Desempenho do manejo de íerlilizantes para melhorar a
a. qualidade da água.
As med idas de desempenho são medições detalhadas do
b. qualidade do ar.
real resultado da lmplemen1ação d e uma prática de manejo
e. produtividade ela cultura.
especillca para um determinado sistema de cultivo. Elas D
d. sustentabilidade. li
podem te r custo elevado e apresentar difícil execução. As
m edidas de desempenho são ícitas, principalmente , por j
pesquisadores agro nômicos e são usadas para validar pn'í ti·

NUTRIÇÃO DE PLANTAS 4C - PLANEJAMENTO NO MANEJO


produtores e seus consu ltores na seleção da combinação selecionar as medidas de dese mpe nho e os indicadores que
correta da fonte, dose, época e local a partir de práticas se relacionam com os temas de maior preocupação. Uma lista
validadas pela pesquisa conduzida por pesquisadores parcial de indicadores, a partir da qual eles pod em fazer a
agronômicos. Metas para o progresso econômico, ambiental seleção, é descrita na Tabela 9.1. É importante reconhecer
e social da empresa - e correspondentes indicadores de que nenhum desses indicadores são afetados somente pelo
desempenho - são escolhidas para se alinhar às metas gerais manejo de fertilizantes. Todos podem ser melhorados pela
de sustentabilidade, dentro das quais os agentes interessados aplicação do manejo de nutrientes 4C , mas também depen-
do sistema de produção de culturas têm contribuído . O dem de uma boa gestão de todas as práticas aplicadas ao
plano documenta tanto as práticas implementadas q uanto o sistema de cultivo ou ao ecossistema da planta. Por exem-
desempenho de acordo com esses indicadores. plo, um bom programa de fertilização para um gramado
não vai garantir o controle da erosão se o manejo de corte
Q u ais são os p ossíveis indic adores? ou a seleção de espécies forem inadequados. Um outro
Considerando que a aplicação de fe rtilizantes tem mú ltiplos exemplo, a escolha de um cu ltiva r de trigo mal adaptado
impactos, um simples indicador, ou medida, não expressa de resultará em baixa eficiência no uso de N, a despeito das
forma completa o desempenho. Nem todos os possíveis im- melhores escolhas possíveis de fonte, dose, época e local de
pactos podem ser medidos. Os agentes interessados precisam aplicação de N.

Tabela 9.1 Exemplos de medidas e de indicadores de desempenho para o man ejo da nutrição de plantas.

Medida ou Indicador de desempenh o* Descrição


Produtividade Quantidade colhida por unidade de área de cultivo por unidade de tempo.
Qualidade Açúcar, proteína, minerais, vita minas ou outros atributos que ad icionam
valor ao produto colhido.
Eficiência no uso do nutriente Produtividade ou nutriente removido por unidade de nutriente ap licado.
Eficiência no uso da água Produtividade por unidade de água aplicada ou dispon íve l.
Eficiência no uso do trabalho Produtividade do trabalho ligada ao número e ao tempo de operações no
campo.
Eficiência no uso da energia Produtividade das culturas por un idade de energia.
Lucro líquido Volume e valor da produção da cultura em relação a todos os custos de
produção.
Retorno sobre o investimento Lucro em relação ao investimento de capital.
Adoçao Proporção de produtores que utilizam ou área que recebe as Boas Práticas
para Uso de Fertilizantes (BPUFs).
Produtividade do solo Níveis de fertilidade do solo e outros indicadores de qualidade.
Carbono orgânico do solo Influência da estrutura e da qualidade do solo bem como do balanço de
gases de efeito estufa.
Estabilidade da produção Resiliência na produtividade das culturas às variações de clima e pragas.
Renda da propriedade Melhorias na subs istência (qualidade de vida).
Condições de trabalho Questões sobre qualidade de vida, satisfação do trabalhador, rotatividade
de funcionários.
Água e qualidade do ar Concentração e carregamento de nutrientes para bacias hidrográficas ou
na atmosfera.
Emprego do ecossistema Estética da paisagem rural, predadores natura is e polin izadores,
recreação ao ar livre, caça , pesca , entre outros.
Biodiversidade É difícil quantificar - pode se r descritivo.
Erosão do solo Grau de cobertura do solo pelo crescimento ativo das culturas e resíduos
de cultivos e/ou redução em massa da perda de solo por unidade de área.
Perdas de nutriente para fora do campo Total de perdas de nutrientes da zona de manej o agrícola - bordas dos cam-
pos, parte inferior da zona radicular e pa rte superior do dossel da cultura.
Balanço de nutrientes Contabilidade total de entradas e saídas de nutrien tes na superfície do
solo ou porteira da fa zenda.
* A Importâ ncia relativa en tre esses e outros Indicadores precisa se r determinada Junto à contribuição do agente interessado.

NUTRIÇÃO DE PLANTAS 4C · PLANEJAMENTO NO MANEJO


Suporte Ec onômico para D esempe nho Supõe-se q ue a e li ciência de uso do nutriente seja o ind ica-
Am.bie ntal e Social do r de desempe nho ma is im porta nte pa ra o uso de ferti li-
Agricultores e gerentes reco nhecem os as pectos a mbie nta is za ntes. Este não é o caso . Os nu trie ntes são apli cados para
e sociais necessá rios para ma nter suas e mpresas viáve is aum entar o desempenho global d o siste ma de culti vo. A
para as futur as gerações. A rentabilidade econõ mica, no eliciência de uso do nutrie nte é a pe nas um as pecto do de-
e ntanto, é essencial para a sustentabilid ade de qualquer se mpenho, como indicad o na Tabela 9.1. A e lic iência de
e mpresa, e às vezes pode e ntra r em conílito com as melas uso do nutriente tem muitas defin ições, re fl etindo a recupe-
para o d ese mpenho social e ambienl al. A molivação para ração do nutriente, o balanço do nutriente o u o re ndimento
que os gerentes considere m os três as pectos de forma produzido po r unidade de nutriente apl icad o. Cad a um
compl eta pode ser forn ecida por programas que incluem deles fo rnece indicações únicas do potencia l de me lho ria
reconhecimento (por exemplo, um certilicado ou rótulo de no ma nejo de fertiliza ntes, poré m , nenhum de les forn ece a
conformidade ambiental} ou paga mentos diretos por bens representação total do impacto so bre o dese mpenho glo bal.
e serviços ecológicos (por exemplo, créditos de carbono
relacio nados à mitigação de gases de efeito estufa). Tais Eficiências de produção. A forma mais simples de
programas pode m assegurar melhoras contínuas na produ- efi ciência da produção agrícola é denominada de fator de
tividade, junta mente com o progresso nas questões sociais produtividade parcia l (FPP) . Esta é calculada em unidades
e ambientais. de produção da cultura por unidade de nutrie nte aplicado.
Já a eficiência agronômica (EA) é calculada em unidades
de aumento de produtividade por unidade de nutriente
9.4 Eficiência de Uso do Nutriente como
aplicado. Mais estreitamente, ela reflete o impacto dos
Indicador de Desempenho nutrientes aplicados. O primeiro fator é facilmente calculado
Medidas e indicadores de desempenho incluirão, muitas para qualquer fazenda que mantém registros de entradas e
vezes, dados de produção agrícola e informações sulicientes saídas. O segundo fator requer uma parcela sem aporte de
para calcular o retorno econõmico. Além disso, eles terão nutrientes; desta forma , só é conhecido quando parcelas de
que refletir o desempenho social e ambiental. Os escolhidos pesquisa são implementadas na fazenda.
podem variar de acordo com as prioridades do interessado, O FPP responde a questão: "Quão produtivo é esse sistema
mas, muitas vezes, incluirão o balanço de nutrientes ou a efi- de cultivo em relação ao aporte de nutriente?" A EF respon-
ciência de uso do nutriente. Muitos impactos ambientais são de a uma questão mais direta: "Quanto foi a melhora no
minimizados quando excedentes de nutrientes são evitados aumento de produtividade obtida com o uso do nutriente?"
e quando as eficiências de uso do nutriente são melhoradas.
Por exemplo, em solos arenosos, a perda de nitrato por Eficiência de recuperação. A eficiência de recuperação
lixiviação pode representar uma fração considerável do N do nutriente também apresenta, pelo menos, duas formas.
aplicado; assim, práticas escolhidas para melhorar a eficiência A forma simples, que é a saída do nutriente por unidade
de uso do nutriente reduzirão, ao mesmo tempo, as perdas de entrada do nutriente, algumas vezes é denominada de
de nitrato para o lençol freático. Tais práticas podem incluir balanço parcial do nutriente (BPN) . Ela é calculada como
a aplicação parcelada do nutriente para reduzir as perdas ou a quantidade de nutriente na porção colhida da cultura
o uso de produtos que mantêm o N na forma de amônio. por unidade de nutriente aplicado. É facilmente medida e
Muitas das perdas de nutrientes que impactam o ambiente útil para os produtores e pode ser reportada para qualquer
número de safras.
são difíceis de serem mensuradas. O balanço de nutrientes e
a eficiência de uso do nutriente fornecem uma medida indi- A forma mais complexa - preferida por cientistas que estu-
reta dessas perdas e não são tão difíceis de serem calculadas, dam as culturas - é denominada de eficiência de recupera-
estimadas ou mensuradas. ção (ER), definida como o aumento na absorção do nutrien-
Há exemplos de situações em que perdas muito pequenas te pela cultura em resposta à aplicação do nutriente. Assim
de nutriente resultam em impacto ambiental. Considere os como ocorre com a EA, sua determinação requer a inserção
problemas de escoamento superficial do P solúvel ou as emis- de parcelas experimentais, sem a entrada de nutrientes. O
sões de óxido nitroso. Em ambos os casos, as perdas muitas BPN responde a questão "Quanto do nutriente está sendo
vezes representam apenas 1% a 3% do nutriente aplicado, e a retirado do sistema em relação à quantidade aplicada?" A
perda em si não é grande o suficiente para tornar a aplicação ER. por outro lado, responde a questão "Quanto do nutrien-
do nutriente menos efetiva ou disponível para a nutrição da te aplicado a planta consegue absorver?"
cultura. Melhorar a eliciência de uso do nutriente e reduzir os Geralmente, EA e ER são calculadas para descrever resulta-
excedentes podem diminuir parcialmente o impacto am- dos a curto prazo, ou de uma única aplicação do nutriente
biental dessas perdas, mas as práticas de escolha da fonte, ou da resposta durante uma única safra. Contudo, quando
da época e do local de aplicação precisam também ser calculadas a longo prazo, os resultados pode m dife rir
consideradas para reduzir o impacto sobre o ambiente em substancialmente, e m particular para o P, como indicad o na
níveis salisfatórios. Tabela 9.2.

e NUTRIÇÃO DE PLANTAS 4C - PLANEJAMENTO NO MANEJO


Table 9.2 Quatro definições para efi ciência de uso do nutriente (EU N).

EUN Cálculo Exemplos relatados


FPP - Fator de produtivi- P/ Q 40 a 80 unidades de grãos de cereais por unidade de N
dade parcial do nutriente
aplicado
EA - Eficiência agronômica (P - P0 )/Q 10 a 30 unidades de grãos de cereais por unidade de N
do nutriente aplicado
BPN - Balanço parcial do Aj Q O a acima de 1 - depende da fertilidade natural do solo e dos
nutriente objetivos de manutenção da fertilidade
< 1 em sistemas deficientes em nutrientes (melhora a fertil idade)
> 1 em sistemas com excedente de nutrientes (sob reposição)
Um pouco menos do que 1 a 1 (mantém a fertilidade do solo)

ER - Eficiência aparente de (A - A0 )/Q 0,1 a 0,3 - proporção de P recuperado no primeiro ano


recuperação do nutriente 0,5 a 0,9 - proporção de P recuperado por culturas em sistemas
aplicado de cultivo a longo prazo
0,3 a 0,5 - Recuperação de N em cereais - típico
0,5 a 0,8 - Recuperação de N em cereais - melhor manejo
Q - Quantidade de nutriente aplicado via fertilizante.
P - Produtividade da cultura com a aplicação do nutriente.
Po - Produtividade da cultura no tratamento controle, sem aplicação de nutriente.
A,:, - Conteúdo de nutrientes na porção colhida da cultura.
A - total de nutriente absorvido pela parte aérea da cultura com aplicação de fertilizantes.
Ao - total de nutriente absorvido pela parte aérea da cultura sem aplicação de fertilizantes.

9.5 Passos para Desenvolver um Plano de A escolha de uma estratégia apropriada de manejo de nutrien-
Manejo de Nutrientes 4C tes irá apoiar as metas de sustentabilidade da fazenda_ Um
exemplo de listagem de metas agrícolas para a sustentabili-
A seguir, é apresentado um conjunto generalizado de medi- dade ambiental é encontrada em artigo da série Whole Farm
das para estabelecer e implementar um plano de manejo de Evaluation, da Universidade de Cornell (n. 1, de Karl Czymmek) .
nutrientes 4C, que confere responsabilidade ao processo de
busca de níveis mais elevados de sustentabilidade. Esses passos 2. Coletar informações necessárias de produção - para
são compatíveis com os princípios do manejo adaptativo, con- cada campo:
forme descrito no Capítulo 7.
a) Cultura a ser cultivada.
I. Definir as metas de sustentabilidade - para toda a b) Meta de produtividade e qualidade (por exemplo. proceí-
fazenda ou empresa: na, conteúdo de elementos-traços, cor e outras caracceris-
a) Considerar os agentes interessados. Isto inclui vizinhos, ticas influenciadas pelo manejo de nutrientes) .
clientes, grupos de interesse público local, fazendeiros ou c) Características do solo, incluindo textura. matéria orgâni-
associações empresariais ou outras organizações ativas na ca, pH e disponibilidade de nucrientes.
promoção voluntária da melhoria da sustentabilidade. d) Histórico de cultivo e práticas de manejo de nutriences
b) Quando a terra é arrendada, o proprietário da terra e o utilizadas no passado.
agricultor devem discutir a fim de determinar quem é o e) Número esperado de dias em condições adequadas de
responsável pela implementação das práticas de sustenta- solo para operações de campo (aplicação ele nutrientes,
bilidade e monitoramento de sua eficácia. cultivo, plantio, proteção ela cuhura e colheita) com base
c) Definir as metas econõmicas, ambientais e sociais para no solo e no clima típico.
a empresa. Na escolha dos indicadores de desempenho, O Drenagem da água, taxa de infiltração, suscetibilidade à
deve-se considerar os interesses das pessoas listadas lixiviaçê1o, proximidade do lençol freático.
acima. g) Localização, dimensões e área de superficie (descriçiio
legal, coordenadas geográficas e mapas) .

NUTRIÇÃO OE PLANTAS 4C - PLANEJAMENTO NO MANEJO


e
h) Oportunidade e potencial para a aplicação de nutrient es e) monitoramento da quantidade e da qualidade da água
em taxas variáveis em esca la de subcampo. que deixa a fazenda nos ca nais de drenagem ;
i) Equipamento disponível para a apli cação de nutrientes. 0 medida ou avaliação da qualidade do solo com o uso de
j) Recomendações confiáveis e íerramentas de suporte para indicadores adequados.
uma ótima combinação de fonte , dose, época e loca l de
aplicação do nutriente, dadas as condições acima. 9.6. Exemplo de Planilha do Plano 4C
3. Formular o plano - para cada campo: A segu ir, é apresentado um exemplo de planilha do plano 4C
a) Determinar as necessidades nutricionais para alcançar que pod e ser usada por um consultor ou supervisor da cultura
metas de produtividade e de qualidade. para ajuda r o agricultor a desenvolver um plano de manejo de
b) Estimar a capacidad e de forn eci mento de nutrientes do nutrientes para seu campo.
solo.
c) Considerar o fornecimento de todos os nutrientes disponí-
veis e escolher a fonte de nutriente mais viável, bem como
a dose apropriada, a época e o local para aplicação.

4. hnplementar as práticas escolhidas, aplicando as fon-


tes certas de nutriente, na dose, época e local certo para alcan-
çar o máximo desempenho. Isto pode ser feito pelo gerente da
fazenda ou em acordo com os supervisores, fornecedores de
fertilizantes ou clientes, compradores e equipe de regulamen-
tação. O registro e acompanhamento preciso do que foi feito é ~
uma parte importante do ciclo de manejo adaptativo e deverá
incluir também o rastreamento da condição da cultura.
Perguntas (!_
5. Monitorar a eficácia das práticas empregadas. A
etapa final no ciclo de manejo adaptativo avalia o desempe- 4. O indicador de desempenho mais importante no
nho, por meio dos indicadores escolhidos, para determinar se manejo de nutrientes das plantas é
as práticas selecionadas alcançaram os resultados pretendidos. a. fator parcial de produtividade.
Essa avaliação influencia o próximo ciclo de decisões de pla- b. eficiência de uso de nutrientes.
nejamento {ou seja, o passo 2) . O impacto de muitas práticas c. eficiência agronômica.
não pode ser facilmente medido em uma única safra e terá d. intimamente relacionado com as metas de
que ser avaliado ao longo de vários anos, para documentar as sustentabilidade.
melhorias.
5. O processo de desenvolvimento e inserção de
Esse acompanhamento pode ser tão simples como determi-
um plano de manejo de nutrientes 4C para uma
nar a produtividade das culturas e avaliar se esta esteve ou
fazenda
não próxima às metas de rendimento com base no plano.
a. é consistente com os princípios do manejo
Porém, muitas vezes, dependendo da prioridade das metas de
adaptativo.
sustentabilidade, o monitoramento também pode incluir um
exercício de contabilidade, como o acompanhamento do uso b aumenta a carga de regulamentações gover-
namentais.
de nutrientes a seguir:
c. é independente do plano de negócios da
a) monitoramento da concentração de nutrientes no cresci- fazenda. 1
1
mento e na colheita da cultura; d. permite a recusa dos interesses dos agentes
1
b) determinação dos nutrientes residuais no solo após a co- Interessados. 1
1
lheita e, em alguns casos, das concentrações de nutrien-
tes nas hastes da cultura (N principalmente); 6. O plano de manejo de nutrientes 4C deve conter 1

informações para cada área sobre


c) avaliar se o rendimento-alvo foi atingido levando em 1

1
a. práticas aplicadas e desempenho em relação
consideração o potencial produtivo com base nas condi-
aos anos anteriores.
ções meteorológicas encontradas (ou seja: A precipitação
b. metas de sustentabilidade e indicadores de
pluviométrica e a irrigação foram adequadas e oportu-
desempenho. 1
nas? A temperatura foi fa vorável para o desenvolvimento
c. todos os possíveis Indicadores de desempe-
das culturas? Outros fatores interferiram no desenvolvi-
nho.
mento normal da planta?);
d . Fontes alternativa~ de nutrientes.
d) cálculo do balanço de nutrientes e da eficiéncia de uso dos
nutrientes: u

e NUTRIÇÃO DE PLANTAS 4C · PLANEJAMENTO NO MANEJO


1) Informações sobre a fazenda

Nome da empresa:
(nome da fazenda ou da empresa)
Informação de cont ato - produtor:
(Nome, endereço, telefone, email)
Informação de contato - consultor:
(Nome, endereço, telefone, email
do Supervisor Certificado ou do
consultor agronômico)
Descrição da empresa:
(Número de campos, cultu ras em

-
-- crescimento, gado ou aves, fontes
de nutrientes disponíveis)
Metas e Indicadores de sustentabllldade relacionados a nutrientes:

Metas lndlcador(es) de desempenho


relaciona do(s) ao manej o do nutriente
pa ra ca da meta
Econômica

Ambiental

Social

2) Informações sobre o campo (para cada campo):

Campo ou nome da zona de manejo ou número

Localização e coordenadas geográficas (GPS)

Mapa e descrição

Área (tamanho)

Cultura anterior
Cultura(s) específlca(s) para este planejamento

Metas realistas de produtlvldade(s)

Topografia da paisagem e características de drenagem do solo

Características do solo 1
Níveis da análise de solo
Matéria orgânica N Ca
Textura p Mg
pH K Zn
CTC 5 Mn
(Continua)

NUTRIÇÃO DE PLANTAS 4C - PLANEJAMENTO NO MANEJO


••
(Continuação)

Planejamento da aplicação de nutrientes (recom endado)


Aplicação FONTE CERTA
(análise)
DOSE CERTA ÉPOCA CERTA
(data, est ádio de
LOCAL CERTO
(profundidade,

cresciment o da cult ura ) método)
1
2
Nutri ent e aplicado
Apli caçã o FONTE DOSE ÉPOCA LOCAL

1
2

Resumo do balanço de nutrientes
Resumo do balanço de nutrientes
N P2Os K2O s
Aplicado
Absorvido
Removido
Indicadores de desempenho (podem inclu ir níveis de ferti lidade do solo, efi ciência de uso do nutriente, ba-
lanços e produtividade da cultura e outros, consistentes com as metas de sustentabilidade. Gráfico mostran-
do a ten dê ncia ao longo do tempo) :
Indicador Ano anterior Ano anterior Ano anterior Ano at ual
Produtividade
Retorn o líqu ido
Ba lanço parcial do nutri ente - N
Ba lanço pa rcial do nutrient e - P
Ba lanço parcial do nutriente - K

9. 7 Comparando Normas Regulamentadoras tárias ou obrigatórias abordam melhor essas questões ambien-
e Voluntárias para Planos de Manejo de tais. Alguns argumentos a favor e outros contra as abordagens
obrigatórias e voluntárias estão listados abaixo.
Nutrientes
Normas obrigatórias:
O papel adequado da regulamentação é discutido em todo
país e sociedade. Cada cultura e sistema político tem uma a) A notificação obrigatória resulta em critérios padroniza-
visão diferente a respeito do papel apropriado do governo dos que proporcionam credibilidade à informação para
no controle das atividades d e indivíduos e grupos. Para a tratar dos interesses e dúvidas do agente interessado.
regulamentação ambiental, reconhece-se que a qualidade de b) Um conjunto de normas obrigatórias tem como
vida coletiva é afetada por inúmeras atividades humanas que pré-requisito o elevado nível de transparência quando se
impactam os recursos naturais, tais como ar, água e solo. Esses trata de resolver problemas ambientais específicos.
impactos são por vezes mitigados pelo controle governamental
c) Atualmente, não há critério padrão para man utenção de
sobre as bases local, regional ou nacional. Alguns impactos
registros e nem responsabilidade na tomada de decisões
ambientais são melhor abordados no nível local, enquanto
acerca de nutrientes, tornando difícil documentar o pro-
outras questões ambientais são de âmbito global e requerem
gresso em relação às metas ambientais.
acord os multinacionais.
d) Argumenta-se que normas imperativas obrigatórias
Está claro que qu ando os nutrientes das plantas não são devi-
podem finalmente levar os agricultores à maior eficien-
damente manejados e Inadv ertid amente deixam o campo, eles
cla, maiores lucros e bem-estar social, a longo prazo. Há
podem contribuir para a ocorrência de impactos ambientais
dive rgê ncia ele opiniões acerca desta afir mação.
adve rsos. Porém, nem sempre llca claro se as res postas volun-

NUTRIÇÃO DE PLANTAS 4C - PLANEJAMENTO NO MANEJO

• . •.._. ,. fM9' h lTJX4 S? • •


,~~---·-----"1~1-1
e) Em regiões onde se cultiva grande variedade de culturas i) Iniciativas ele auto-regulação são baseadas em com-
comerciais. a capacidade cios reguladores de fazer regras partilhamento de informações , o que pode representar
obrigatórias para acomodar as necessidades especíl1cas con flito de interesses.
t de cada cultura seria severamente desafiada. j) Organizações de auto-regulação podem ficar relutantes
ao ad ministrar penalidades cab íveis aos infratores graves
O Abordagens obri gatórias muitas vezes ca recem de flexi-
bilid ade para se ajustar a novas circu nstâncias, condições entre seus grupos.
ambientais e mudanças de mercado e de tecnologia k) Quando interesses individuais específicos parecem
ava nçada. Isso pode onerar as fazendas que operam em desvia r-se dos objetivos gerais da socied ade, confli tos de

• ambiente de negócios global. interesse tornam mais difíceis o auto-monitoramento e a


fiscalização.
g) Normas rígidas prejudicam a inovação e reduzem o
1) Muitos agricultores operam em mercados controlados
incentivo para ir além dos requisitos mínimos e de manu-
pelas condições globais. Quando mercados estrangeiros
tenção dos registros.
não estão restringidos pelos regulamentos. a auto-regulação
h) Muitas normas têm "vencedores e perdedores", tornan- pode ser uma desvantagem competitiva (embora isto se
do a criação de regras uma questão política e não um aplique também à regulação obrigatória).
resultado baseado na ciência. m) Abordagens voluntárias não podem tratar de alguns
i) É difícil para os reguladores monitorar, em explorações impactos ambientais e sociais mais amplos das decisões
agrícolas, a conformidade com os regulamentos, o que de manejo específicas.
pode minar a confiança nas regras e tornar a execução n) As abordagens voluntárias não podem assegurar a
imprevisível. comprovação suficiente de desempenho para satisfazer
os desejos de todos os agentes interessados.
Nor-mas voluntárias:
a) Padrões ambientais ainda estão em desenvolvimento 9.8 Manejo dos Impactos Ambientais
e medidas voluntárias impulsionam os agricultores na
A meta central de nutrição de plantas 4C é gerenciar e reduzir
direção certa, à medida que a ciência amadurece.
as perdas de nutrientes que impactam o ambiente. O futuro da
b) Abordagens voluntárias permitem que a informação da humarúdade depende da maneira como utilizamos os fertilizantes
indústria atual seja rapidamente implantada na prática. nitrogenados e fosfatados e outras fontes disponíveis de nutrientes
Órgãos governamentais estão sempre tentando modificar para produzir alimentos nutritivos âe forma abundante e segura ...
a política para refletir mudanças nas condições. e da forma como conseguimos maior proteção e restabelecimento
c) A auto-regulação proporciona maior flexibilidade do que da qualidade do ar e da água. Os ciclos do N e do P estão inti-
a regulamentação rigorosa, permitindo que as práticas de mamente ligados ao ciclo de outros nutrientes essenciais, os quais
manejo sejam selecionadas e que atendam melhor aos sustentam toda a vida na Terra. Nossas atuais ações no manejo de
desafios locais. Isso evita que os reguladores tenham que nutrientes, baseadas nos 4Cs. ditarão os resultados econõmicos,
lidar com situações políticamente desafiadoras cada vez sociais e ambientais, atuais e futuros. Cada consumidor de fertili-
que uma regra é alterada. zantes deve fazer as escolhas de manejo enquanto pergunta: será
que as minhas decisões e ações de manejo resultam em resultados
d) Se os participantes estão envolvidos na seleção das
lucrativos, melhor ambiente e benefício social?
práticas de manejo corretas para um campo específico,
é provável que os resultados sejam mais adequados, do Estas perguntas são difíceis de serem respondidas, principal-
que uma abordagem "modelo único" . mente porque os impactos ambientais são difíceis de serem
mensurados no nível da fazenda. Por exemplo, não é realista
e) A auto-regulação pode resultar em maior nível de obe-
esperar que cada produtor rural meça as emissões de óxido ni-
diência às regras. Quando os indivíduos estão envolvidos
troso para a atmosfera ou as perdas de P para a água de drena-
na definição das regras, estas parecem mais razoáveis a
gem de sua propriedade. Ambos os e.xemplos envolvem perdas
eles. esporádicas em condições muito específicas de solo e clima.
O Normas voluntárias permitem que todos tenham possibi- Além disso, não há uma única prática que possa ser empregada
lidade de cumprir as regras, enquanto o grupo fiscaliza em todas as condições de produção para mitigar estas perdas -
os membros individuais para atingir objetivos de interes- não há uma única solução. A ciência identificou as condições
se comum de toda a indústria. sob as quais combinações específicas de fonte de fertilizante,
g) Abordagens voluntárias não podem proporcionar dose, época e local alcançarão menores perdas sem limitar a
suficiente motivação para que o indivíduo ou grupo produtividade. Estas condições são descritas em índices, proto-
participante alcance os resultados desejados. colos e outros instrumentos, relacionadas com as informações
contidas nos planos de manejo de nutrientes e descrilas em
h) A concordância com as normas voluntárias pode envol-
vários estudos de caso que acompanham este capítulo.
ver a divulgação indesejada de Informação negativa e
não ser acessível. Os dois subitens a seguir abordarão mais especificamente os
dois nutrientes mais comumente associados ao impacto am-
biental, o N e o P.

NUTRIÇÃO DE PLANTAS 4C - PLANEJAMENTO NO MANEJO


e
··•~·~'!!lll!·' ~'''' ''flllll,-;;~. 1
9.8.1 Manejo dos Impactos Ambientais do N Por exemplo, perdas de N por volatilização, como amônia,
podem ser grandes quando a ureia ou fontes nitrogenadas
A implementação do manejo de nutrientes 4C de forma
contendo ureia são aplicadas na superfície do solo e não
específica e localizada pode melhorar a recuperação do N
ocorre chuva suficiente ou irrigação no período de 48 horas
do solo pelas plantas. Tais melhorias na recuperação do N
após a aplicação. Isto também pode ocorrer quando o sulfato
pela planta minimizam o potencial de perdas, que diminuem
de amônio é aplicado na superfície de solos calcários.
a rentabilidade e aumentam os riscos de danos ao ambiente.
O aumento da recuperação do N aplicado reduz as perdas Para muitos agricultores e produtores que gastam a maior
de N que podem prejudicar a qualidade do ar e da água. parte do seu tempo com decisões de compra e comercializa-
Também reduz o potencial de transferência de N para zonas ção, as competências disciplinares de um consultor profissional
não agrícolas intactas, onde poderia prejudicar a biodiversi- agrícola (ou seja, um Supervisor Agrícola Certificado) ou um
dade natural. extensionista experiente podem ser essenciais. Estes profissio-
nais podem ajudar agricultores e produtores a planejar e im-
Muitos caminhos pelos quais o N é perdido plementar práticas de manejo de N que são agronomicamente
saudáveis, resultando em benefícios econômicos, ambientais e
Infelizmente, a recuperação do N aplicado durante a fase de
sociais.
crescimento da maioria das culturas de cereais frequentemente
está longe de ser completa, podendo variar de 30% a 70% ou Diversas maneiras de melhorar a
ainda mais amplamente. O que restou do N aplicado pode ser:
eficiência de uso do N
a) armazenado em sítios de troca no solo como amônio;
Maneiras para melhorar a retenção pelo solo e a recuperação
b) armazenado na matéria orgânica do solo; pela cultura do N aplicado incluem:
c) perdido via lixiviação abaixo da zona ativa da raiz com a) melhoramento genético das culturas;
risco de contaminação das águas subterrâneas; b) novas tecnologias de fertilizantes;
d) perdido em superfície pela água de escoamento e/ou c) melhor época e aplicação parcelada;
descarga de drenagem;
d) avanços nas tecnologias de aplicação de fertilizantes;
e) perdido para a atmosfera pela volatilização da amônia, ou
e) maior acesso e implementação das ferramentas de GPS e
O perdido para a atmosfera como óxido nitroso (N 20, um SIG;
potente gás de efeito estufa que contribui para o aqueci- O adoção de práticas de conservação que melhoram a
mento global e mudanças climáticas) ou como o benigno eficiência de uso da água.
gás N2, a partir do qual todos os fertilizantes nitrogena-
dos são originados. O manejo adaptativo, como descrito no Capítulo 8, pode auxi-
liar os produtores rurais a fazer escolhas a partir dos caminhos
Certos solos são propensos a perdas maiores de N por meio listados acima.
de algumas das principais vias de perdas acima mencionadas.
Por exemplo, solos arenosos profundos podem estar sujeitos
9.8.2 Manejo dos Impactos Ambientais do P
a maiores perdas de N na forma de nitrato; solos de textura
argilosa mais fina, localizados em áreas de várzea, podem O fósforo precisa ser periodicamente adicionado à maioria dos
estar propensos a maiores perdas através da desnitrificação e solos a fim de manter um suprimento adequado do nutriente
emissão de N20 e/ou N2 para a atmosfera. para sustentar o crescimento da cultura e repor os nutrientes
removidos durante a colheita. Embora o P seja um nutriente
O -manejo das perdas de N requer essencial para plantas e animais, concentrações elevadas em
conhecimento rios e lagos podem estimular a atividade biológica. O cresci-
mento excessivo de plantas nos corpos d"água pelo enriqueci-
O uso da fonte apropriada de N, de inibidores de urease e/ou mento de nutrientes é chamado de eutrofização. A eutrofização
de nitriílcação, a aplicação de N sincronizada com a melhor é mais frequentemente causada por atividades humanas, mas
época de absorção de N e com doses de absorção, e a apli- também ocorre por processos naturais, especialmente em lagos.
cação de N no local correto usando métodos de colocação Algumas agências governamentais consideram a eutrofização
adequados requer maior conhecimento sobre: como a causa primária da degradação das águas superficiais.
I) fontes de fertilizantes nitrogenados;
A quantidade total de P perdida nos campos agrícolas pode
2) características e propriedades do solo;
ser bem pequena, mas mesmo um pequeno enriquecimento
3) condições climáticas (umidade, temperatura); de P solúvel em riachos , rios e lagos pode acelerar a eutrofi-
4) demandas e balanço de nutrientes no sistema de cultivo; zação não desejada (ou seja, em alguns lagos a proliferação
5) complexidade do ciclo do N e de algas pod e resultar de concentrações muito baixas , como
6) manejo da água e eficiência da Irrigação. 0,02 mg L I de P). Este processo dá início à deterioração
da ,\gua sob os aspectos biológicos, estéticos e de saúde
pública .

NUTRIÇÃO DE PLANTAS 4C - PLANEJAMENTO NO MANEJO

1 .., t .. 1 ~ t
• comerciais como fonte primária de P ocorre, geralmente,
-• Ca1ninhos de perda de P co1neçan-i 1ut
supe1ficie menor aplicação excedente de P, uma vez que a adição de fer-

• No solo, o P é encontrado na matéria orgâ nica e também


associado a muitos componentes inorgânicos - retido na
tilizantes além de uma concentração economicamente razoável
representa um desperdício de dinheiro. O monitoramento, por
meio da análise periódica do solo, é necessário para manter as
superfície de argilas e minerais oxídicos e também precipitado concentrações de P na faixa necessária para a produção das
com cátions, como AI , Fe ou Ca. O P não é muito móvel na culturas. A longo prazo, a aplicação de fertilizantes fosfatados
maioria dos solos e está ligado, principalmente, a partículas em doses que excedem em muito a remoção pelas culturas

• sólidas, em vez de dissolvido na água . Portanto, a perda de P


está mais comumente associada à erosão da superfície do solo,
que transporta partículas do campo (Figura 9.1) .
pode aumentar as concentrações de P no solo em níveis não
desejáveis.

A produção intensiva de animais pode levar a um excesso de


esterco e nutrientes em uma determinada região. A aplicação
contínua de esterco em terras agrícolas frequentemente resulta
em quantidade acumulada de P superior à removida pelas
culturas e, por fim, aumento do risco de perda de nutrien-
Erosão com tes na água que escoa para fora dos campos. As doses de
partículas de P aplicação podem exceder várias vezes as quantidades remo-
Perda de P do solo e da vidas anualmente pelas colheitas em algumas áreas. Métodos
aperfeiçoados de distribuição regional de esterco podem ser
requeridos para mover os nutrientes em excesso para as áreas
onde são necessários. A aplicação continua de nutrientes
Escoamento acima da demanda da cultura pode levar ao acúmulo indese-
total de P
jado e potencial preocupação com o ambiente. O princípio do
balanço de entradas e saídas de nutrientes é importante para
todos os tipos de formas.

Figura 9.1 O principal caminho de perda de Pé o escoamento


superficial, porém, em alguns solos a lixiviação
pode transportar o P para os canais de drenagem.
Perguntas (['i
Adaptada de: Sharpley et ai. (2003).
7. Uma vantagem das normas voluntárias, em compa-
ração com as normas obrigatórias, é que elas
a. permitem soluções que são mais sensíveis às
Quando estrume ou fertilizante fosfatado são deixados na limitações específicas do local.
superfície do solo ou incorporados apenas superficialmente, b. limitam a flexibilidade na tomada de decisão
o solo mais superficial torna-se enriquecido com P - a região para responder às mudanças nas condições.
mais suscetível a perdas com o fluxo de água. Nessas áreas, as c. enfraquecem a inovação.
perdas de P ocorrem, principalmente, no escoamento superfi-
d. aplicam penalidades apropriadas aos infra-
cial. Isso pode acontecer durante as chuvas, derretimento da tores graves.
neve ou durante a irrigação. A lixiviação também pode trans-
portar P através do solo para as valas de drenagem e linhas
8. Os dois nutrientes mais importantes para o futuro
de canais de subsuperfície, as quais descarregam nas águas de
da família humana global são
superfície. Tal movimento através do solo pode ocorrer com a. N e P.
combinações de baixa capacidade de fixação de P, elevados
b. cobalto (Co) e selênio (Se).
níveis de P e fluxo preferencial através dos macroporos do
c. celulose e lignina.
solo. Tal fluxo preferencial frequentemente tem origem na
d . cádmio (Cd) e flúor (F).
superfície do solo. Assim, a maior parte das formas de perda
de P pode ser gerenciada e minimizada pela aplicação dos
9. A recuperação pela parte aérea (absorção) do N
nutrientes em faixa, em subsuperfície. O manejo da água tam-
aplicado na maioria das culturas de cereais durante
bém ajuda a minimizar as perdas de P.
o período de crescimento geralmente é:
a. 70% a 90%.
Manejo das doses de P para controlar o 1
b. menos que 30%.
acúmulo no solo c. 50% a 60%. 1

Existem várias fontes potenciais de P que podem enriquecer d. 30% a 70%. 11


a água superílclal. Quando agrlcultores utilizam fertllizantes ~
-J
NUTRIÇÃO DE PLANTAS 4C - PLANEJAMENTO NO MANEJO

1 p
Manejo do Peda água para miuimizar as Tabela 9.3 Fatores que controlam a perda de P das terras
perdas cultiváveis.

A adoção de duas práticas agrícolas ajudará a proteger a água Fatores relacionados à fonte de fósforo
doce da eutroílzação:
Concentração de P no solo
a) O íósforo nos solos deve ser manejado para equilibrar
Dose, época e local de aplicação do fertilizante fosfatado
as entradas de esterco e de íertilizante com as saídas
(colheitas} das culturas. Isto pode ser íeito pela contabi li- Dose, época e loca l de aplicação do esterco
zação dos nutrientes adicionados em cada campo e dos Concentração de P no esterco
nutrientes removidos durante a colheila ou no pastoreio
Propriedades físicas do esterco
dos animais. Análises periódicas do solo irão mostrar
se as concentrações de P no solo estão au mentando ou Solubilidade da fonte de P
diminuindo ao longo do tempo. Ajustes nas doses de
Fatores relaclonados ao transporte de fósforo
aplicação de nutrientes podem ser íeitos com base nas
tendências de longo prazo. Potencia l de escoamento superficial da água

b) A maior parte das perdas de P ocorrem quando Potencial de erosão do solo


sedimentos são retirados da superfície do campo pelo Drenagem em subsuperfície
escoamento da água . Práticas conservacionistas que mi-
nimizam a erosão e reduzem o escoamento também irão Vegetação tamponante de borda
reduzir as perdas de P. Algumas práticas agrícolas de Proximidade e conectividade com a água
conservação que podem ser consideradas para reduzir a
Textura do solo e classe de drenagem
perda de P incluem:

Preparo reduzido Práticas de irrigação


Áreas de várzea Manejo da zona ribeirinha
Culturas de cobertura Manejo de riachos drenagem, porém, a mesma forma de P - fósforo solúvel -
Manejo de valas Faixas de cultivo exigida pelas culturas cultivadas também favorece a eutrofiza-
Controle da erosão Irrigação com reaproveita- ção e alimenta a proliferação de algas. A principal diferença
Gramínias aquáticas mento de água é que o escoamento de P é influenciado muito mais pela pro-
Calibração do espalhador Localização do nutriente fundidade superficial do solo do que pela camada superior do
Época de aplicação do solo, que contribui com a maior parte da alimentação para as
nutriente plantas. Essa diferença é pouco significativa em solos onde é a
mobilização é feita por inversão de camadas (arado de aiveca).
Índices de risco ajudam a minimizar as mas em sistemas de manejo conservacionistas (como plantio
direto ou sistemas que deixam a maior parte dos resíduos de
perdasdeP
culturas na superfície} a mistura vertical do solo é din1inuida.
A fonte de poluição das águas residuais pode ser dilicil ele
ser identificada e controlada. A maior parte do P perdido no Novas metodologias para análise de solo estão em desenvol-
escoamento superficial geralmente vem de uma área relativa- vimento e podem melhorar a previsão da resposta da cu ltura
mente pequena do campo. Especial atenção deve ser dada a e do potencial risco de perda de P. Um exemplo é a relação
essas zonas de alto risco. Práticas apropriadas de conservação PIAI do teste Mehlich 3, utilizada como estimativa da satura-
do solo podem ser aplicadas nessas áreas para interromper o ção por P do solo. Esses novos testes de solo devem considerar
transporte de partículas para a água de superfície. fatores como época da amostragem do solo, profundidade
de amostragem, métodos adequados de manejo e técnicas de
Várias abordagens têm sido utilizadas para identificar as áreas
extração utilizadas no laboratório.
individuais com elevado risco de perda de P. Técnicas para
realizar essas eslimalivas va riam de simples avaliações da Medidas práticas podem ser imediatamente implementadas
perda de P a sofisticados modelos computacionais. Todas estas para reduzir o risco de perda de P e a eutrofização. A análise
estimativas devem ser calib radas para as condições locais de de solo para minimizar a acumulação excessiva de P pode
solo, clima e cullivo. Esses fatores são listados na Tabela 9.3. ser facilmente iniciada. Aplicações de fertilizante e de esterco
precisam ser programadas para as épocas do ano nas quais há
Guia de análise de solo para ma11ejo do P menor risco de perda. Decisões sobre a localização do esterco
com objetivos econômicos e ambientais e do P-fertili za nte precisam considerar as formas de minimizar
as perdas por escoa mento superficial. As praticas conservacio-
A análise do solo tem sido muito útil na previsão da necessi- nistas para reduzir a erosão cio solo devem ser pane impor-
dade de aplicação de P no solo e da sua chance de produzir tante cm todas as operações agrícolas, independentemente
uma resposta econõmlca da cultura . Esses objeti vos diferem do tamanho cio campo, estado nutricional ou capacidade de
daqu eles qu e prevêem os riscos de perda de P na água d e manejo.

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Baixo
Teor de P na análise de solo
Ótimo Alto
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A curto prazo, e le incentiva a ação prática no nível do solo
co m respeito às soluções sinérgicas. Por exemplo , uma vez
que o produtor e nt e nd e que a colocação do fertilizante de

... 'EQ) arranque em faixa pode estim ular a produtividade da cultura


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e reduzir o escoamento de P, a mudança de prática pode ser
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o feita quase que imediatamente.
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A longo prazo, ele guia os esforços da pesquisa e extensão
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:;E "'ou científica em direção às práticas mais eficazes no tratamento
'S Valor crílico para
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(1) das questões prioritárias de sustentabilidade. Muitas vezes, es·
~ o
o. e: tas questões são de difícil resolução na fazenda, por exemplo,
o. a melhoria da eficiência de uso de N nas culturas de cereais.
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1/)

"' Orientar práticas relacionadas à nutrição das plantas visando


"E
(1)
o. otimizar a produtividade pode ajudar a resolver muitos dos
Baixo Médio Alto

Risco de perda de P
atuais problemas associados ao uso de nutrientes. lllJ

Figura 9.2 À medida que aumenta o teor de P no solo


aumentam a produtividade da cultura e o risco REFERÊNCIA
de perda de P.
Fonte: Sharpley et ai. (2003). Sharpley, A. N . et ai. Agricultura! pbosphorus and eutrophi-
cation. 2. ed., 2003. [On-line].

9.9 Manejo do Sinergismo


O processo que relaciona fon te, dose, época e local de aplí·
cação de nutrientes aos resultados de sustentabilidade pode
ser assustador. Os impactos na sustentabilidade são muito
complexos, específicos do local e variam ao longo do tempo.
Eles envolvem incerteza e requerem pesquisa científica adicio-
nal. Apesar disso, o senso comum prático - dirigido por um
quadro global adequado - pode mudar as práticas e melhorar
os resultados a curto e a longo prazo.

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f
.

Estudo de Caso 9.1-1 Planos de ma nejo de nutrientes para cana-de-açúcar em cllma tropical úmldo na Austrália.

A indústria açucareira da Austrá lia produz cerca de 5 mi-


lhões de toneladas de açúcar bruto a parti r de 35 mi lhões
de tonela das de cana produzidas por 4.000 prod utores.
A can a-de-açúcar é cu ltivada em locais irrigados ou com
alta pluviosidade ao longo das pla nícies costeiras e de rios
na costa norte-oriental da Au st rá lia, de Queensland a New
South Wales (veja o ma pa). O cultivo da cana e a produção
de açúcar são a base da economia de muita s co munida-
...
des costeiras e só perdem para a ind ústria do turismo em
importância na economia regional.

A região ca navieira ao norte está situada no trópico úmido,


com média de chuvas anuais de 2.000 a 4.000 mm e
próxi ma à área da Great Barrier Reef (Grande Barreira de
Recifes}, que é patrimônio mundial.

A Grande Barreira de Recifes é um ecossistema único e


---. _.,._ __
...._..._,

precioso e está em perigo devido à pesca, crescimento


urbano em sua bacia , esgoto, mineração e aos impactos
JC)lt' SOJTH WAl.il
das mudanças do clima , como aquecimento e acidificação
dos oceanos. Corais e outros organismos do recife que
formam a grande barreira são afetados pelas variáveis
Parceria entre govemo e indústria para desenvolver o
da qualidade da água que o circunda, como temperatura,
programa "Seis Etapas Fáceis " ( "Six Easy Steps") para
salinidade e quantidade de alguns pesticidas, nutrientes e
pmteção da Grande Barreira de Recifes
sedimentos suspensos.

A produção de cana-de-açúcar na Austrália é altamente especializada e tem respondido às questões das mu-
danças econômicas e sociais com novas e melhores técnicas agrícolas. Toda operação de plantio e colheita da
cultura é mecanizada, sendo a maior parte das lavouras cultivada sob uma camada de cobertura verde, sem haver
queima do canavial para a colheita. O cultivo mínimo é amplamente praticado e muitos produtores tem adotado
manejos específicos de nutrientes em seus canaviais. Os produtores também tem desenvolvido, em suas proprie-
dades, zonas ripárias como armadilhas de nutrientes e sedimentos.
Para proteger a qualidade da água da área de recifes foram traçadas metas, como a redução da aplicação de nutri-
entes e de pesticidas nos canaviais próximos. Para qualquer produtor que cultive cana-de-açúcar comercialmente
em mais de 70 ha na região tropical úmida é requerido o preparo de um Plano de Manejo de Riscos Ambientais
(ERMP - Environmental Risk Management Plan}, cujos requisitos incluem:
• Identificação de qualquer risco na fazenda que possa causar a liberação de contaminantes na água que
circunda o recife.
• Metas mensuráveis e indicadores de desempenho para melhorar a qualidade da água que está sendo
descarregada da fazenda.

• Um plano de gestão no qual estejam previstos o manejo de nutrientes aplicados no solo, quím icos agrícolas
e sedimentos perdidos da fazenda .

• Aplicação, no máximo, de uma quantidade ótima de fertilizantes nitrogenados e fosfatados, com base nas
propriedades do solo, aplicação de outras fontes (por exemplo, subprodutos da usina) e potencial produtivo
da cultura.
• Registros dos resultados da análise de solo e da aplicação de fertilizantes . Em algumas regiões , as análises
de solo devem ser feitas antes de se proceder a aplicação de qualquer nutriente. A análise de solo deve
incluir a determinação do nitrogênio mineralizável e do fósforo dispon ível às plantas.
• Variações dessas recomendações podem ser feitas apenas com o consentimento de um consultor
credenciado.

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dll'
.... O Plano de Manejo de Riscos Ambientais de cada fazenda é assessorado pelo Departamento de Meio Ambiente
e Gestão de Recursos (DERM - Department of Environment and Resource Management) de Queensland. Uma
vez avaliado e aprovado, o plano terá um termo de credenciamento de um a cinco anos. Os Planos podem
incluir o mapa da fazenda, os planos de manejo de nutrientes e os planos de manejo de pragas e ervas daninhas.

Esses planos de manejo são registrados e fiscalizados pelo DERM, de modo que o plano de manejo de nutrientes -
geralmente formado com base nas "SEIS ETAPAS FÁCEIS" da BSES Limited (orga nização de produtores de cana)
- torna-se um documento legal de corno o produtor de cana-de-açúcar usará o fertilizante em sua propriedade.

O programa "SEIS PASSOS FÁCEIS" é uma ferramenta de manejo integrado de nutrientes que permite a adoção
das melhores práticas de manejo de nutrientes pelos produtores de cana-de-açúcar e pode ser usada para
desenvolver os planos de manejo de nutrientes requeridos no ERMP. Os seis passos são:

• Conhecer e entender o solo;


• Entender e manejar os processos e perdas de nutrientes;
• Analisar o solo regularmente;
• Adotar diretrizes de manejo de nutrientes específicas para cada solo;
• Verificar a adequação do aporte de nutrientes (por exemplo, usando análises foliares);
• Manter bem registradas as entradas de nutrientes para modificá-las onde e quando for necessário.

O programa é fornecido através de um curso de curta duração desenvolvido com os produtores. O objetivo é
fornecer um guia para a implementação de um balanço nutricional na propriedade, otimizando a produtividade e
a rentabilidade, sem causar efeitos adversos fora da área agrícola.

Para mais Informações:


The S/X EASY STEPS approach. [On-line].
ReefWise Farming. Qld. Government, Australia. [On-line].

,
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Estudo de Caso 9.1-2 Como o manejo de nutrientes 4C reduz as emissões de gás de efeito estufa.

O plano de manejo de nutrientes 4C forma a base do Protocolo de Redução de Emissões de Óxido Nitroso (Protocolo
NERP) para créditos de carbono no nível de fazenda de forma quantificável, verossímel e comprovável em Alberta.
no Canadá. Este protocolo foi desenvolvido pela ClimateCHECK e pelo Canadian Fertilizer lnstitute e foi oficialmente
aprovado pelo Alberta Environment em outubro de 2010.

Durante o desenvolvimento do NERP, uma das primeiras questões levantadas foi o potencial de compensação entre
as reduções na emissão de óxido nitroso (N 2 0 ) e a perda de produtividade das culturas. No entanto, a abordagem de
duas vertentes para a quantificação das em issões de Np tenta explicar isso. A abordagem "Tier 2 ", aceita pelo Painel
Intergovernam ental para Mudanças Climáticas para o inventário de gases de efeito estufa no Canadá, atribui um fator
de emissão para uma região específica em função da dose de N aplicada. No Canadá, esse fator de emissão varia de
0,2% a 1.7% do N aplicado emitido como Np.

Para levar em conta os outros três C's - fonte certa, hora certa e lugar ce rto -, um fator de redução, obtido com a
avaliação de especialistas, é aplicado em cada nível de desempenho. Três níveis de desempenho das práticas benéficas
de manejo (BMP - Beneficial Management Practice), que variam do básico ao intermediário e avançado, permitem a
adoção de variados níveis de BPMFs e intensidades de monitoramento de dados com o aumento do grau de manejo da
paisagem. Quanto maior o nível de desempenho, maior potencial existe para redução de emissões, refletido pelo menor
modificador de redução. Exemplos de BPUFs para os solos de pradaria do oeste do Canadá, definidos como nível básico
de desempenho, incluem o uso de formulação à base de amônia e aplicação parcelada de fertilizantes, em faixas, na
primavera. O nível intermediário também requer formulação à base de amônia mas também o uso de fertilizantes de
liberação lenta/controlada ou inibidores. Na categoria avançada, as doses de N são baseadas em informações de campo
quantificadas derivadas da amostragem de solo em grade, imagens de satélite ou mapas digitalizados de solo.
Com a aplicação dos princípios do manejo de nutrientes 4C, o NERP procura:
• "Otimizar o rendimento das culturas por unidade de nitrogênio adicionada" e,

• " Minimizar as chances de acúmulo de nitrato em solos onde ele pode ser potencialmente desnitrificado e/ou
emitido, direta ou indiretamente, como N2 0 ou perdido para o sistema através da lixiviação".

Para os consultores credenciados (APAs - Accredited Professional Advisors), o protocolo especifica a função de auxiliar
os produtores na criação e implementação dos planos 4C e no cálculo dos créditos de carbono associados. Agroecolo-
gistas e/ou consultores agrícolas certificados podem se qualificar como APAs por meio de treinamento especializado
completo, sobre o manejo de nutrientes 4C e os requisitos do NERP, e de um exame de credenciamento. Somente os
APAs são autorizados a assinar os planos. Requerimentos adicionais também podem ser aplicados, variando com as
leis e regulamentos locais.
A abordagem da quantificação do NERP é baseada em métodos utilizados no Relatório do Inventário Nacional de Gases de
Efeito Estufa do Canadá, que é preparado para atender os requisitos de notificação do Canadá no âmbito da Convenção das
Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas. O NERP foi desenvolvido de acordo com o padrão da ISO 14064-2, que atende
os requisitos do Alberta Offsets System (Sistema de Compensações de Alberta), e é compatível com as intenções declara-
das do Canada 's Offsets System (Sistema da Compensação do Canadá), do Climate Action Reserve e de outros programas
voluntários sobre gases de efeito estufa na América do Norte. O NERP de Alberta é o primeiro desse tipo no mundo. O NERP
está sendo avaliado pelo The Fertilizer lnstitute para uma possível implementação nos Estados Unidos.
o NERP foi desenvolvido por meio de um processo de consulta abrangente e transparente com especialistas da área
para aprovação no âmbito do Alberta Offset System. Esses especialistas em ciência representam as principais univer-
sidades agrícolas do Canadá, a Agriculture and Agri-Food Canada, o lnternational Plant Nutrition lnstitute, os consul-
tores regionais em solos e os stakeholders da indústria. Especialistas internacionais também foram inclu ídos.

No primeiro Consultation Workshop para o NERP, realizado em Calgary em 2008, especialistas participantes aprovaram o
projeto geral do NERP de acordo com os 4Cs. Embora tenha havido um consenso para os principais elementos do NERP,
os participantes identificaram algumas lacunas, exigindo nova reformulação. Essas falhas foram posteriormente abor-
dadas em um documento (Decision Paper) que foi apresentado aos especialistas em videoconferência, com a finalidade
de se chegar a um consenso. Os participantes do webínar resolveram as falhas do NERP, permitindo a padronização e
a submissão para a avaliação formal e o processo de aprovação do Sistema de Compensação de Alberta (Alberta Offset
System). Esse processo é um exemplo de como os princípios do manejo 4C e a participação do stakeholder podem ser
aplicados para resolver os interesses específicos da sociedade e os desafios do manejo de nutrientes.

Referência
Alberta Envlronment. 2010. Quantlficatlon Protocol for Agricultura! Nitrous Oxide Emissions. [On-line).

e NUTRIÇÃO DE PLANTAS 4C · PLANEJAMENTO NO MANEJO


Estudo de Caso 9.1-3 Práticas de manejo da água e de nutrientes melhoram a qualidade do lençol freático no
estado de Nebraska, EUA.

Desde 1985, no Lower Platte Natural


Resource District (NRD), em Nebraska,
EUA, as concentrações de nitrato nas
águas subterrâneas e superficiais tem
sido monitoradas.

O terraço ao norte do distrito tem solos


argilosos e arenosos com um lençol
freático de 1,5 ma 7,5 m abaixo da
superfície, e é intensamente cultivado
com milho irrigado. Nesse terraço, os
níveis de nitrato nas águas subterrâ-
neas excedem consistentemente o
padrão de âgua potável de 10 mg L:1
de N-nitrato.

Três níveis (fases) de manejo de N


foram implantados, de acordo com os
níveis de N-nitrato subterrâneos. Áreas irrigadas, com concentrações de nitrato menores que 7,5 mg L:1, de 7,6 a
15,0 mg L: 1 e maiores que 15,1 mg L:1, foram designadas de Fase 1, Fase li e Fase Ili, respectivamente. Desde 1987,
a maior parte dos agricultores foi obrigada a cumprir os requ isitos da Fase 1, com menor exigência para atender as
fases li , Ili e IV. Todos os operadores que utilizam fertilizantes devem ser certificados a cada 4 anos, e são incen-
tivados a utilizar as práticas das fases mais elevadas, mesmo quando não necessários. As recomendações das
doses de N são baseadas em metas de produtividade (fixadas em 105% nos últimos 5 anos), com créditos para
as culturas antecessoras, N na água de irrigação e nitrato no solo a 90 cm de profundidade. Alguns dos requisitos
relacionados com o manejo de nutrientes estão listados abaixo.

Fase 1

• A aplicação de fertilizante nitrogenado de outono é proibida em solos não arenosos antes de 1º de Novembro.
• A aplicação de fertilizante nitrogenado é proibida em solos arenosos após 1º de março.
Fase li
• Análises anuais de solo e água de irrigação para N-n itrato.
• Relatórios anuais da aplicação de fertilizantes.
• Os fertilizantes nitrogenados são permitidos apenas em solos não arenosos de 1° de novembro a 1º de março
caso seja utilizado inibidor de nitrificação aprovado, com registros do revendor de fertilizantes.
Fase Ili
• A aplicação de fertilizantes nitrogenados é proibida no outono e no inverno em todos os solos até dia 1º de
março.
• As aplicações de fertilizantes nitrogenados na primavera exigem o parcelamento da aplicação (pré-plantio
e em cobertura) ou o uso de um inibidor de nitrificação aprovado, com registros do revendedor de fertilizan-
tes caso 50% ou mais do fertilizante nitrogenado seja aplicado em pré-plantio.

Fase IV (para áreas onde o nitrato nas águas subterrâneas não está diminuindo a uma taxa aceitável)
• Meta de produção da cultura definida pelo NRD.
• As doses de fertilizante nitrogenado não devem exceder às recomendadas pelo NRD.
• A equipe do NRD trabalha diretamente com os operadores acerca das melhores práticas de manejo.

Resultados: O teor de nitrato nas águas subterrâneas da área do terraço (norte) diminuiu no período estudado,
de 1987 a 2005 (ver Figura). Cerca de 20% da redução é atribuída ao aumento da remoção de N pelas colheitas
e 50% às mudanças na forma de Irrigação - de sulcos para irrigação por aspersão. Talvez, por diferença, pode-se
concluir que os restantes 30% da redu çã o sejam resultantes de alterações na época de aplicação e nas fontes
(aumento do uso de Inibidores da nitrificação). Maiores reduções nos níveis de nitrato nas águas subterrâneas
podem exigir aumento na adoção das BPUFs atuais ou a adoção de tecnologias adicionais, tais como fertilizantes
nitrogenados com liberação controlada e uso de sensores de N no dossel da cultura .

NUTRIÇÃO OE PLANTAS 4C - PLANEJAMENTO NO MANEJO


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À medida que aumentam a produtividade da cultura e a remoção de N com o tempo, diminuem os níveis de
nitrato nas águas subterrâneas.

Nota: Esses dados se referem à aplicação de fertilizante nitrogenado comercial e à remoção de N nos grãos em
milho irrigado, cultivado no terraço da área de estudo do NE CEAP, no Central Platte Natural Resources District,
e à concentração de nitrato no aquífero primário sob o terraço.
Fonte: Adaptada de Exner, M. E.; Perea-Estrada, H.; Spalding, R. F. The Scientific World Journal, v. 10, p. 286-297,
2010. Dados da Figura fornecidos por Dr. R. Ferguson e Dr. M. Exner, da Universidade de Nebraska.

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NUTRIÇÃO DE PLANTAS 4C - PLANEJAMENTO NO MANEJO


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s Estudo de Caso 9.1-4 O manejo da adubação fosfatada por melo da análise de solo melhora a produção de
alimentos e o desempenho ambiental na China .

A China é um país com grande popul ação e com limitado recurso de terra . Para ga rantir a segu rança alimenta r e
o aumento sustentado da prod ução agrícola, a China tem dispensado grande atenção na construção da fertilidade
do solo ao longo dos últimos 60 anos.

• Com uma história de milhares de anos de dependência da maté ria orgânica do so lo e da reciclagem dos resí-
duos de cu ltu ras como fontes de nutrientes para a manu tenção da fertilidade do solo, no início dos anos 1950,
as terras cul ti váveis na China apresentavam baixa fertilidade e baixa produtividade das culturas. Desde então,
~ a utilização de fertilizantes nitrogenados se tornou uma prática comum e aumentou o rendimento das culturas,
removendo , com isso, mais P e outros nutrientes do solo. Uma vez que grande parte do P absorvido pela cultu ra
está na parte colhida (cerca de 80% para as culturas de cereais), o P esgotou-se rapidamente no solo e o baixo
teor de P no solo tornou-se um severo fator limitante para a produção. Na década de 1980, com base nos resul -
tados da segunda pesquisa nacional sobre fertilidade do solo, cerca de 48% da terra arável apresentava teores
muito baixos de P Olsen (inferiores a 5 mg kg-1), e outros 30%, teores baixos (a baixo de 10 mg kg- 1 ) .
Dada aquela condição de P no solo, e com o objetivo nacional de garantir a segu rança alimentar e construir a
fertil idade do solo, os fertilizantes fosfatados tornaram-se parte importante do programa de fertilização em toda
a China, partindo do Sul e gradualmente se espalhando para o Norte. Estimou-se que, de 1981 a 2000, um total
de aproximadamente 133 milhões de toneladas métricas de P2 0 5 foram aplicadas nos solos agrícolas da China
como fertilizantes químicos. Assumindo-se que a taxa de utilização acumulada (eficiência de recuperação) do P
aplicado foi de 50%, cerca de 480 kg ha-1 de P2 0 5 , em média , foram acumulados no solo. Se as fontes orgânicas
de P fossem consideradas, o acúmulo de P no solo seria ainda maior (Li, 2003).
O balanço geral de P no solo (por exemplo, entrada de P - saída de P) mudou rapidamente após o longo período
de grandes sa ldos negativos que continuaram dos anos de 1950 até os anos 1960 e 1970. Na década de
1980, o saldo de P nas terras cultiváveis tornou-se positivo e o P começou a se acumular nos solos. Estima-
-se que os solos na China receberam um excedente de aproximadamente 79 kg ha-1 de P2 0 5 em 2005. Com
este elevado balanço de P nos sistemas de cultivo, esperava-se que a disponibilidade de P no solo aumentasse
gradualmente e melhorasse a fertilidade do solo em relação a P. Embora não existam dados diretos de pesqui-
sas nacionais para verificar esse fato, acredita-se que, atualmente, a percentagem de terras agricultáveis com
deficiência de P (ou seja, nível de P Olsen abaixo de 10 mg kg-') diminuiu para menos de 50%. Os resultados
das análises de P rea lizadas pelo Laboratório de Análise de Solo e Planta do CAAS-IPNI em 43.156 amostras de
solo, coletadas entre 1991 e 2007, também mostraram que 48% dos solos testados estavam deficientes em P.
Na história recente, a alta taxa de fertilização fosfatada ajudou a China a aumentar a produção agrícola e a
construir a fertilidade do solo em P. No entanto, ao mesmo tempo, com o aumento da acumulação de P no solo,
o risco de perdas de P nas terras agrícolas e o seu efeito sobre o ambiente não podem ser ignorados. Apesar
de haver poucas informações disponíveis acerca da contribuição das perdas de P das terras agrícolas para a
poluição da água de superfície, relatou-se que 14% a 68% do P total em lagos selecionados vieram de terras
agrícolas (Li, 2003).
Com essas mudanças nos níveis de P na fertilidade do solo na China, para ambos os benefícios, econômicos
e ambientais, os seguintes pontos podem ser considerados quando no desenvolvimento de estratégias para a
aplicação de P:
1. A estratégia para a aplicação de P deve estar de acordo com a análise de solo. Aplicar o suficiente para
construir os níveis de P no solo quando a aná lise do solo para Olsen estiver abaixo de 20 mg kg·1 para
a maior parte das culturas. Repor a quantidade de P removida das culturas em solos com teores acima
deste nível e não aplicar P em solos que apresentam níveis muito elevados na análise de solo.

2. Para todas as condições, é necessária atenção para contro lar as perdas de P através da erosão do solo.

3. Um programa de adubação fosfatada deve ser desenvolvido para a rotação de culturas, com atenção
para o aumento global da eficiência de uso de fertilizantes fosfatados. Dê atenção à eficiência de recu-
peração de P acumulada a longo prazo para diferentes sistemas de cultivo.

4. Observar que as diferentes culturas (ou seja, hortaliças versus culturas de grãos) apresentam exi -
gências diferentes para os níveis de P no solo. Diferentes níveis críticos de P da análise de solo para
diferentes níveis de produ ção também podem ser ictentificados.

NUTRIÇÃO DE PLANTAS 4C - PLANEJAMENTO NO MANEJO


Resj1osta da soja ao P (à direila) devido a um "ótimo " tratamento de fertilização (OPT),
aplicado na província de Heilongjiang, no Nordeste da China.

A mudança na eficiência dos fertilizantes na China seguiu a Lei do Mínimo e outros princípios relacionados à
nutrição das plantas. Antes de 1950, os agricultores chineses usavam principalmente fertilizantes orgânicos
para manter o balanço de nutrientes no solo e nos sistemas de cultivos, com capacidade de produção relativa-
mente baixa. Após a década de 1950, com o aumento do rendimento das culturas e do uso de N e P, a maior
remoção de K na safra resultou no esgotamento de K disponível no solo e em saldos negativos de K no solo
e nos sistemas de cultivo. Com base no estudo e balanço de nutrientes estimado por Li Jiakang, em 2003, o
balanço de entradas e saídas de N e P no sistema solo/cultura passou de negativo para positivo em meados
de 1980, mas o saldo de K continuou negativo em 2000 (Tabela 1).

Tabela 1. Balanço de entradas e saídas de nutrientes em terras agrícolas na China (em 1.000 toneladas).
Ano 1965 1975 1985 1995 2000
N 2.930 4.100 5.030 6.110 6.520
Matéria orgânica P,Os 1.380 1.940 2.560 3.300 3.440
K20 3.060 4.620 6.210 7.600 8.320
N 1.210 3.640 12.590 22.240 25.140
Fertilizante Inorgânico
P20s 550 1.610 4.190 10.350 9.730
K20 3 130 980 3.360 6.590
N 5.220 7.490 11.140 13.730 16.620

Saídas P,Os 2.370 3.340 4.790 5.770 6 .640


K20 5.600 8 .130 12.080 14.550 17.390
N -1.690 -1.570 190 3.500 2.470

Balanço P20s -600 -280 710 4.890 3 .610

K20 -2.540 -3.380 -4.890 -3.550 -2.480

Fonte: LI Jlakang el ai. (2003).

Referências
Jin, J. Y. ln: Li, H. D. (Ed.) Plant Nutrient Management in Sustainable Agriculture. Jiangxi People's Press: Nan-
chang, China, 2008. p. 9-18.
Lu, R. Phosphate and Compound Fertilizer, v. 18, n. 1, p. 4-8, 2003. (em Chinês)
LI, J.; Lin, B.; Llang, G. ln: Lin Bao (Ed.). Chemlcal Fertllizer and No-pollution Agriculture. China Agriculture
Press, 2003. p. 175-188. (em Chinês)

NUTRIÇÃO DE PLANTAS 4C - PLANEJAMENTO NO MANEJO


1
Glossário

Absorção - Processo pelo qual uma substância é absorvida e Água dlsponível - Porção de água no solo que pode ser pronta-
incluída em outra substância, isto é, consumo de gases, mente absorvida pelas raízes das plantas. Considerada por
água, nutrientes ou outras substâncias, pelas plantas. alguns como sendo a água que o solo retém contra uma
pressão de até aproximadamente 1,5 M Pa.
Absorção de nutrientes - Processo de absorção de nutrientes
que ocorre geralmente por meio das raízes das plantas. Alcalino - Que contém ou libera um excesso de OH - em relação
Pequenas quantidades de nutrientes podem ser absorvidas a H' .
através das folhas quando são feitas aplicações foliares de Amonlficação - Processo bioquímico pelo qual o N amoniacal é
nutrientes. liberado de compostos orgânicos contendo N.
Acidez ativa - Atividade de H' na fase aquosa do solo. Esta é Análise de planta -Análise laboratorial quantitativa para deter-
medida e expressa como um valor de pH. minar o teor de um nutriente ou de nutrientes no tecido da
Acidez de reserva ou potencial - Esta acidez é representada planta.
por íons H' trocáveis e Al 3 ' hidrolisáveis que se encontram Análise de solo - Análise química da composição do solo, geral-
adsorvidos às partículas coloidais do solo. A acidez de mente destinada a estimar a disponibilidade de nutrientes
reserva está em equilíbrio dinâmico com os íons H' da solu- para as plantas, mas que também inclui medições da
ção do solo (acidez ativa). Cálculos conservadores sugerem acidez ou alcalinidade e medidas físicas da condutividade
que a acidez de reserva pode ser de 1.000 a 100 mil vezes elétrica do solo.
maior para um solo argiloso do que a acidez ativa.
Análise de tecido - Teste de campo colorimétrico, rápido, qua-
Acidez residual - Acidez final que se desenvolve com o uso de litativo, para determinar o teor de nutrientes solúveis não
fertilizantes em determinado horizonte do solo após os sais assimilados na seiva do tecido vegetal.
residuais serem removidos desse horizonte por lixiviação.
Aplicação a lanço - Aplicação de adubo sólido ou líquido, ou
Ácido - Substância que libera H'; condição na qual a atividade outros materiais, na superfície do solo, com ou sem incor-
de W excede a de oH -. poração posterior ao preparo. Não há localização específica
Adesão - Atração molecular entre superfícies, que mantém as em relação à planta. Os nutrientes podem ser aplicados
substâncias juntas. A água adere às partículas do solo. antes ou após o plantio da cultura .

Adsorção - Adesão de moléculas em uma camada extrema- Aplicação de cobertura - Aplica ção superficial do fertilizante
mente fina na superfície de sólidos ou líquidos com os no solo após a cultura estar estabelecida.
quais estão em contato. Aplicação dupla - Colocação simultânea de dois materiais
Adsorção eletrostática - Adsorção causada pela atração elé- fertilizantes em faixas de subsuperfície.
trica de íons em uma superfície carregada. Aplicação em faixas - É um termo geral que implica em aplica-
Adubação em faixa - Colocação do fertilizante em uma zona ções que concentram o fertilizante em zonas estreitas, que
concentrada sobre ou abaixo da superfície do solo. são mantidas intactas para fornecer uma fonte concen-
trada de nutrientes. As aplicações podem ser feitas antes,
Adubação em sulco profundo - Refere-se à aplicação de uma durante ou após o plantio.
faixa concentrada de nutrientes na profundidade de 10 a
20 cm abaixo da superfície do solo. Algumas aplicações Aplicação em faixa superficial - Colocação em faixa de um
são mais profundas, até 40 cm. Os nutrientes podem ser fertilizante sólido ou líquido, por irrigação forçada, na
aplicados em forma sólida, líquida ou gasosa. superfície do solo.

Adubação em taxa variável - Técnica que muda as doses de Aplicação localizada - Colocação do adubo em faixas em um
aplicação de nutrientes, à medida que o aplicador se move ou ambos os lados da linha de plantio.
pelo campo, de acordo com as mudanças nos níveis dos Aplicação parcelada - Fertilizante aplicado em duas ou mais
mesmos no solo. vezes durante o período vegetativo da cultura. A aplicação
Adubação starter - Fertilizante aplicado no plantio das semen- de pré-plantio e uma ou mais aplicações de pós-plantio são
tes ou em contato direto ou ao lado e abaixo das sementes. comuns.
A posição exata não está implícita. Areia - Partícula inorgânica, com tamanho que varia entre
Adubação verde - Plantas cultivadas para serem incorporadas 2,00 mm e 0,05 mm de diâmetro.
ao solo visando melhorar sua fertilidade . Argila - Partícula cristalina inorgânica de ocorrência natural em
Aeração do solo - Processo pelo qual o ar no solo é substituído solos e em outras partes da crosta terrestre. A partícula de
pelo ar da atmosfera. A taxa de aeração depende, em grande argi la tem menos de 0,002 milímetros (mm) de diâmetro.
parte, do volume e da continuidade dos poros no interior do Bactérias slmblótlcas - Na agricultura, a definição geralmente
solo. se refere a bactérias que crescem em nódulos nas raízes
Agregado - Partículas individuais de areia, silte e argila unidas das leguminosas e que têm a capacidade de fixar N, atmos-
em uma partícula maior. Os agregados podem ser esferas, férico em formas que podem ser utilizadas pelas piàntas
leguminosas hospedeiras.
' blocos, placas, prismas ou colu nas.

NUTRIÇÃO DE PLANTAS 4C M

• u
Base - Substância que reage com íons H' ou libera íons OH - Colóides - Partícu las orgânicas ou inorgânicas com diâmetro
substância que neutraliza o ácido e eleva o pH. inferior a 0,001 mm. Os colóides têm uma grande área de
Boro (B) - Elemento essencial, que pocle estar envolvido no superfície, por vezes mu ito reat iva .
transporte de carboidrato. É necessário para o crescimen- Complexo de troca - Todos os materiais (a rgila, húmus) que
to do tubo polínico e a germinação dos grãos ele pó len. con tribuem pa ra a capacidade de troca de um so lo.
Provavelmente, é o micronutriente que mais comume nte se
apresenta deficiente no crescimento da cu ltu ra. Condicionador de solo - Qualq uer materia l, tal como ca lcá ri o,
gesso ou condicionador sintético, que é acresce ntado
Calcário - O termo calcário, ou ca lcário agríco la, é aplicado ao ao so lo para torn á-lo mais adeq uado ao cresc ime nto das
calcário moído contendo carbonato ele cá lcio (CaC0 ) e/ou plantas.
3
carbona to de magnésio (MgC0 3 ), ca l hid ratada (hidróxido
de cá lcio (Ca OH ) ou ca l qu eimada (óxido de cá lcio, CaO). O Corretivo de acidez - Calcá rio agríco la, pro duto cujos compos-
ca lcário é uti lizado para red uzir a acidez do solo e forn ecer tos de Ca e/o u Mg são ca pazes de neutraliza r a acidez do
Ca e Mg às plan tas. solo.

Cálcio (Ca) - El emento essencia l, componente da parede celu- Corretivo do solo - Substância adi ci onada ao solo para melho-
lar da planta, importante para o fun cionamento de algumas rar o pH ; por exemplo, calcário, gesso.
enzimas. O cá lcio atua na regulação metabóli ca. Cultivo - Operação de preparo do solo para semeadura ou
Capacidade de campo - quantidade de água retida pelo solo, transplante ou posterior controle de plantas daninhas ou
dois a três dias após a drenagem ter ocorrido ou cessado para descompactação do solo.
em um solo previamente saturado por chuva ou irrigação. Cultivo conservacionista - Qualquer sistema de cultivo que
Não é uma quantidade precisa. mantém, no mínimo, cerca de 30% de cobertura com
Capacidade de troca de ânions (CTA) - Soma total dos ânions resíduos de culturas após o plantio, comparado à lavoura
trocáveis que um solo pode adsorver. limpa, onde todos os resíduos vegetais são incorporados
ao solo.
Capacidade de troca de cátions (CTC) - Soma total de cátions
trocáveis que um solo pode adsorver. Cultivo convencional - Os sistemas de preparo convencional do
solo variam muito de região para região e de cultura para
Carboidrato - Substância orgânica com a fórmula geral (CH2 0)"; cultura . O termo cultivo convencional originalmente impli-
por exemplo, açúcares e polissacarídeos. cava no uso de arado de aiveca e grade niveladora para
Carbonato - Sedimento formado pela precipitação orgânica ou nivelar a superfície do solo antes da semeadura. Porém,
inorgânica a partir de uma solução aquosa de carbonato na realidade, o sistema de preparo convencional já evoluiu
de cálcio, magnésio ou ferro, tal como a pedra ca lcária ou para o uso de outros instrumentos de cultivo, incluindo o
a dolomita. uso generalizado de escarificador como implemento de
preparo básico.
Cátion - Um átomo positivamente carregado como resultado da
perda de elétrons . Cultivo em faixa - Técnica utilizada para reduzir a erosão do
solo, na qual faixas de pousio ou faixas de cultura em linha
Cátion trocável - Cátion básico adsorvido a um colóide do solo,
são alternadas com culturas de grãos pequenos, gramíneas
mas que pode ser substituído por H' ou outro cátion. ou forragem de leguminosa .
Celulose - O carboidrato mais abundante nas plantas. Cultivo mínimo - Sistema de cultivo que reduz, para o mínimo
Ciclo do carbono - Sequência de transformações por meio das necessário, as operações de máquinas com a finalidade
quais o dióxido de carbono (C0 2 ) é fixado em organismos de criar condições adequadas de solo para o plantio e a
vivos através da fotossíntese ou da quimiossíntese, liberado germinação das sementes.
pela respiração e pela morte e decomposição do organismo Curva de retenção de água - Gráfico que mostra o teor de umi-
fixador, utilizado por espécies heterotróficas e, finalmente, dade do solo em relação à energia aplicada para remover a
restituído ao seu estado original. água do solo (curva de liberação de umidade).
Ciclo do nitrogênio - Rotas tomadas pelo N a partir da atmosfera, Denitrificação - Redução bioquímica de nitrato (NQ 3 -) ou nitrito
através de solos, plantas, animais e do homem , voltando (NO) em formas gasosas N2 , NO ou N2 0. Ocorre em condi-
novamente para a atmosfera. ções deficientes em 0 2 •
Cloreto (CI -) - Elemento essencial , exigido pelas 1:1antas pa~a Densidade aparente - Em solos, representa a massa seca
reações de fotossíntese envolvidas na evoluçao de ox1ge- (peso) do solo por unidade de volume bruto.
nio. Ele atua na regulação osmótica.
Desorção - Liberação de um íon ou molécula de uma superfí-
Clorofila _ Pigmento verde; armadilha de luz para a fotossíntese cie. Oposto de adsorção.
em plantas, algas e algumas bactérias.
Diagnose foliar - Estimativa do estado nutricional de uma
Clorose _ uma condição anormal das plantas em que as partes planta por meio de análises químicas ou manifestações
verdes perdem a cor ou tornam-se amarelas. da coloração das folhas da planta. ou por ambos os
Cobalto (Co) - Elemento essencial para os anima_is e para a _ métodos.
fixação de N em leguminosas. Ele atua tambem na at1vaçao Difusão - Movimento molecular ao longo de um gradiente.
enzimática. A difusão da água ocorre de áreas molhadas para áreas
Cobre (Cu) - Elemento essencia l, componente d~ várias enzi- secas. A difusão de gás e de soluto ocorre de zonas de alta
mas nas plantas. Necessário para a rormaçao de clorofila. concentração para zon as de baixa conc entração.

M NUTRIÇÃO OE PLANTAS 4C

Dispersão - Quebra de partículas compostas, como agregados, Exigência em calcário - Quan tidade de ca lcá ri o agrícola de
em partículas individuais, ou distribuição ou suspensão de boa qualidade necessá ria para estabelecer a faixa de pH
partículas finas. como argila, em um meio de dispersão, do solo idea l para o sistema de cultivo.
como a água.
Exigência em fertilizante - Quantidade de nutrientes neces-
Disponibilidade (de nutrientes) - Termo geral, freq uentemente sári a para aumentar o cresci mento da planta em um nível
uti liza do pa ra descrever o suprimento de nutrientes absor- ótimo desejado, além da quantidade fornecida pelo solo.
vid os pelas pla ntas.
Ferro (Fe) - Micronutriente metálico, absorvido pelas plantas
Dolomlta - Mineral composto de carbonatos de Ca e Mg; termo como íon ferroso (Fe 2 ') . O ferro é um catalisador na forma-
aplicado à pedra calcária qu e contém Mg. çã o da clorofila e atua como transportador de oxigên io. Ele
também ajuda na forma ção de certos sistemas respirató-
Eficiência no uso do fertilizante - Expressão da relação entre
rios enzimáticos na planta.
unidades de produção por unidade de nutriente fornecido
para a cultura . Fertilidade do solo - Estado de um solo com respeito à quanti-
dade e disponibilidade de elementos (nutrientes) necessá-
Elemento - Qualquer substãncia que não pode mais ser sepa-
rios para o crescimento da planta.
rada , exceto pela desintegração nuclear.
Fertilidade residual - Conteúdo de nutrientes disponíveis em
Elemento essenclal - Elemento necessário para a planta com-
um solo, remanescente da adubação da cultura anterior,
pletar seu ciclo de vida. Os 17 elementos essenciais para
que é transferido para a safra posterior.
o crescimento das plantas são: carbono (C), hidrogênio (H),
oxigênio (O), nitrogênio (N), fósforo (P), potássio (K), cálcio Fertilizante - Qualquer material, natural ou fabricado, adicio-
(Ca) , magnésio (Mg), enxofre (S), cobre (Cu), cloro (CI), nado ao solo com a finalidade de fornecer um ou mais
ferro (Fe), boro (8), manganês (Mn), zinco (Zn), níquel (Ni) e nutrientes às plantas. O termo geralmente é aplicado a
molibdênio (Mo). outros materiais fabricados, que não calcário e gesso.
Elemento-traço - Elemento que ocorre em baixas concentra- Fertilizante de pré-plantio - Fertilizante aplicado ao solo antes
ções, incluindo micronutrientes. do plantio da cultura.
Elétrons - Pequenas partículas de carga negativa que são parte Fertilizante em suspensão - Fluido que contém compostos
da estrutura de um átomo. dissolvidos e não dissolvidos de nutrientes das plantas. A
suspensão das matérias não dissolvidas normalmente é
Enxofre (S) - Elemento essencial secundário, necessário para a
produzida com a ajuda de um agente de suspensão com
formação de proteína na planta porque faz parte de certos
propriedade não-fertilizante (argila). A agitação mecânica
aminoácidos. Como parte da proteína, é essencial para
ou com arejadores pode ser necessária para facilitar a
a atividade das enzimas. Está envolvido na formação de
suspensão uniforme de nutrientes não dissolvidos.
nódulos e na fixação de N em leguminosas. É necessário
para a formação de clorofila, embora não seja constituinte Fertilizante líquido (fluido) - Este termo aplica-se à amônia ani-
desta molécula. dra ou aquamônia (NH 3 ), soluções nitrogenadas e fertilizan-
' Enzimas - Catalisadores que dirigem e controlam as reações
tes mistos líquidos, incluindo soluções claras e suspensões
de sólidos em líquidos.
bioquímicas da célula .
Fertilizante orgânico - Material orgânico que libera ou fornece
Equilíbrio - Condição de uma reação química ou de todo um
boas quantidades de nutrientes orgânicos para a planta
ecossistema em que existem apenas pequenas alterações
quando adicionado ao solo.
nas condições ao longo do tempo.
Fertilizante starter, Inicial - Fertilizante aplicado no plantio,
Equivalente - Peso em gramas (g) de um íon ou de um com-
em contato direto com a semente. Uma forma de fertilizante
posto que substitui ou se combina com 1 g de H'. Peso ou
de partida.
fórmula dividido pela sua valência.
Fertlrrlgação - Aplicação de fertilizante na água de irrigação.
Erosão - Desgaste da superfície terrestre por água corrente,
vento, gelo ou agentes geológicos. Erosão acelerada é a Fixação - Processo pelo qual os nutrientes disponíveis para as
erosão por vento ou água em taxas mais rápidas do que plantas tornam-se temporariamente indisponíveis pela reação
as taxas normais ou geológicas, geralmente associada às com os componentes do solo. Geralmente, refere-se a reações
atividades humanas. de P, NH 4 ' e K, levando à diminuição de sua disponibilidade.

Escoamento -Água que escorre na superfície do solo, e que Fixação biológica de nitrogênio - Redução e assimilação de N
não se infiltra. atmosférico (N 2) realizada por certas bactérias de vida livre
e simbiótica.
Estrutura - Disposição das partículas primárias em unidades
secundárias no solo, com tamanho e forma particular. Fixação de nitrogênio - Conversão do nitrogênio atmosférico
(N 2 ) em formas orgânicas ou inorgãnicas. Especificamente
Eutroflzação - Crescimento abundante de plantas aquáticas
nos solos, a fixação se refere à assimilação de N2 do ar do
acelerado pelo enriquecimento em nutrientes e que resulta
solo pelos organismos do solo na formação de compostos
em condições deficientes de oxigênio em lagos ou riachos.
nitrogenados que ficam disponíveis às plantas. O processo
Evaporação - Perda de vapor de água do solo ou da água livre de fixação de N associado aos nódulos radiculares de legu-
diretamente para a atmosfera. minosas é conhecido como fixação simbiótica de N.
Evapotransplração - Perda de água do solo por evaporação Floculação - Junção de partículas coloidais para forma r aglo-
somada à perda pela transpiração das plantas. merados.

NUTRIÇÃO DE PLANTAS 4C M

1.
Fluxo de massa - Movimento de líquido em resposta à pressão. lnlbltor da nitrificação - Compostos, tais como nitrapirina
Movimento de calor. gases ou so lutos juntamente com (N-service) e dicianodiamida (DCD), que retardam a oxida-
o fluido em que estão contidos. Por exemp lo, o N-N0 se ção bacteriana do íon amônia em nitrito e, assim. atrasam
3
movimenta por fluxo de massa no solo. a produção de N03 • O objetivo da utilização desses compos-
Força de capilaridade - Força en tre a água e a superfície do tos é controlar a lixiviação de N0 3 pela manutenção do N na
solo nos pequenos poros (capilares). forma de NH; por mais tempo, para evitar a desnitrificação
de N-N0 3 e fornecer N-NH 4 para as plantas durante um
Fosfato - Sal de um éster de ácido fosfórico. Na indústria de longo período de tempo.
fertilizantes , no entanto, o termo fosfato geralmente é
aplica do a qualquer material contendo P utilizado como Injeção - Colocação de fertilizantes líqu idos ou de amõnia
fertilizante. Também é usado em referência a P2 O5' uma anidra (NH 3 } em fai xa no solo ou por meio de sistemas
1
li expressão do teor de P nos fertilizantes. pressurizados ou não.
li
t Fósforo (P) - Elemento essencial às plantas, classificado como Íons trocáveis - Íons retidos por atração elétrica em superfícies
um dos três nutrientes primários. Nutriente móvel na plan- ca rregadas; podem ser deslocados por troca com outros íons.
1 ta , desempenha papel-chave na fotossíntese, respiração Llxlvlação - Remoção de materiais na solução mediante a pas-
1 (utilização de açúcares), armazenamento e transferência
1 sagem de água através do solo. Na agricultura, a lixiviação
e de energia , divisão celular, alargamento celular, codificação se refere ao movimento de queda livre de água (percola-
genética e muitos outros processos. ção) fora da zona radicular da planta.
Fotossíntese - Processo pelo qual as plantas verdes capturam Lençol freát ico - Limite superior para a água do solo ou o nível
a energia solar, combinando água e dióxido de carbono abaixo do qual o solo está saturado com água.
para formar carboidratos. O pigmento clorofila é necessário
Localização do fertilizant e - Concentração do fertilizante em
para a conversão da energia solar em energia química.
uma banda ou faixa, em local específico, sobre ou abaixo
Gesso - Mineral ou rocha composta de sulfato de cálcio da superfície do solo. Exemplos: na linha de plantio; fertili-
(Caso •. 2H20). zação por gotejamento; no sulco, em profundidade.
Grau fertilizante - Concentração mínima garantida na análise, Macronutrlentes - Nutrientes exigidos em maiores proporções
em percentagem, dos principais nutrientes da planta conti- pelas plantas.
dos no fertilizante ou no fertilizante misto, expressa como
Macroporos - Poros grandes, muitas vezes construídos pelas
N total , P20 s disponível e K20,
raízes, pequenos animais e vermes do solo.
Glucose -Açúcar comum (carboidrato), com seis átomos de C
Magnésio (Mg) - Elemento classificado como nutriente secun-
por molécula. Presente em todas as células. Componente
dário, juntamente com Ca e S. É constituinte da clorofila
da celulose, amido e outros polissacarídeos.
e está ativamente envolvido na fotossíntese. O magnésio
GPS - Sistema de Posicionamento Global. Rede de satélites ajuda no metabolismo do P, na utilização de açúcares pelas
que geram sinais contínuos, identificando suas posições. plantas e na ativação de vários sistemas enzimáticos.
O uso do GPS permite associar a informação de latitude
Manejo específico - Manejo de insumos nutricionais, aplica-
e longitude aos dados obtidos em um local específico do
ções de pesticidas, população de plantas e outras práticas
campo. do sistema de cultivo, de acordo com as mudanças nas
Hidratado - Condição em que a água está ligada ou incorporada características e na composição do solo.
como parte de uma estrutura química.
Manganês (Mn) - Micronutriente metálico, atua principalmente
Hldroxlla - íon ou grupo funciona l OH. como parte dos sistemas enzimáticos nas plantas. Ele
ativa várias reações metabólicas importantes e desem-
Horizonte do solo - Camada de solo quase paralela à superfície
penha papel direto na fotossíntese, auxiliando na síntese
do solo.
de clorofila.
Humus - Fração estável remanescente da matéria orgâ nica do
Matriz do solo - Como estrutura do solo, é a combinação de
solo, de cor escura , após decomposição da maior parte dos
sólidos e de poros nos solos.
resíduos de plantas e animais.
Micronutrientes - Nutrientes que as plantas exigem em quan-
Imobilização - Conversão de elementos inorgân icos em
tidades pequenas ou traços. Os micronutrientes são B, CI,
forma orgânica pela sua incorporação no tecido vegetal
Cu, Fe, Mn, Mo, Ni e Zn .
ou microbiano, tornando-se menos disponíveis para as
plantas. Microrganismos do solo - Bactérias, fungos e outros orga-
nismos do solo que reciclam nutrientes e aumentam sua
Incorporação - Mistura mecânica de materiais fertil izantes (ou
disponibilidade para as plantas. Organismos patogênicos
herbicidas) com a superfície do solo.
podem ter impactos negativos sobre as plantas.
índice salino - Índice usado para comparar a salinidade dos
Mineralização - liberação de elementos da forma orgânica
compostos químicos utilizados como fertilizantes. Os com-
para a forma inorgânica durante a decomposição da maté-
postos nitrogenados e potássicos geralmente apresentam
ria orgânica. Os processos são realizados por microrgan is-
índices salinos elevados, enquanto os compostos fosfata-
mos do solo.
dos apresentam índices baixos. Compostos com alto índice
salino aplicados em contato direto com a semente, em Nltrosomonas - Gênero de bactérias aeróbias obrigatórias do
doses muito altas, podem causar danos às plântulas por solo, qu\mioautotróficas, que oxidam ions NH 4 • a NO, na
causa da sua alta afinidade pela água. primeira fase do processo de nitrificação. Inibidores da
nitrificação, como a nitrapirina , inibem a atividade desses
Infiltraç ão - Entrada de água no solo. organismos.

M NUTRIÇÃO OE PLANTAS 4C
.....
Nutrientes móveis - Nutrientes que podem ser translocados Permeabilidade - Facilidade com que um meio poroso conduz
dos tecidos mais vell1os para os tecidos mais jovens da fluidos.
planta.
pH - Designação numérica de acidez e alcalinidade. Tecnica -
Manejo do nutriente - Utilização das melhores práticas de mente, o pH é o inverso do logaritmo da atividade do W de
manejo (BPUFs}, as quais maximizam a eficiência de uso uma solução. O pH 7 indica neutralidade . Os valores entre
dos nutrientes e minimizam as suas perdas, superficiais ou 7 e 14 indicam aumento da alcalinidade e os valores entre
subterrãneas. 7 e O indicam aumento da acidez.
Material de origem - Material não consolidado, mineral ou pH tampão - Medida relacionada à quantidade de calcá rio ne-
orgânico, a partir do qual o solo se desenvolve. cessária para neutralizar a acidez em um determinado solo.
Mlcorrlza - Associação, geralmente simbiótica, de fungos com Plantio direto, cultivo mínimo - Sistema de produção em que
as raízes das plantas. Hifas fúngicas aumentam a área de a cultura é plantada no resíduo da cultura anterior. sem
raízes e a absorção de nutrientes. revolvimento do solo.
Mollbdênlo (Mo) - Entre os elementos essenciais, é o micronu- Pollfosfato - Classe geral de compostos de fosfato caracteriza-
triente metálico exigido em menores quantidades. O mo- dos por conter moléculas com dois ou mais átomos de P.
libdênio é necessário para a síntese e a atividade da enzi- Os polifosfatos são compostos de duas ou mais moléculas
ma redutase do nitrato. Ele também é vital para o processo de ortofosfato, com a perda de uma molécula de água
de fixação sim biótica de nitrogênio realizada por bactérias entre cada unidade de ortofosfato. São derivados do ácido
Rhizobium nos nódulos radiculares das leguminosas. superfosfórico. Disponíveis principalmente nos adubos
Mulch - Qualquer material espalhado na superfície do solo fluidos, como polifosfatos de amônia.
para proteger o solo dos pingos da chuva, sol, frio ou eva- Ponto de Injeção - Uso de equipamentos com raios para injetar
poração. fertilizante líquido na zona de enraizamento (10-12 cm ), em
Necrose - Morte do tecido da planta. pontos com ce rca de 20 cm de distância.

Níquel (NI) - Nutriente classificado como micronutriente. É Ponto de murcha permanente - Nível de umidade de um solo
absorvido pelas plantas como Ni 2• . O níquel é componente no qual as plantas murcham e não conseguem recuperar a
da urease, que catalisa a conversão da ureia em amônia. turgidez. O valor não é uma constante.
Também desempenha papel benéfico no metabolismo do N Porcentagem de saturação por bases - Porcentagem da CTC
em leguminosas. total ocupada por cátions básicos ( Ca 2 ♦ • Mg2 •, K· e Na•).
Nitrificação - Formação, nos solos, de nitrito (N0 2 ) e nitrato Porcentagem de sódio trocável - Grau de saturação por Na·
(N0 3 -) a partir de íons amônia (N H4 • ) através da atividade de do complexo de troca do solo.
certas bactérias do solo; oxidação bioquímica de NH 4 a N03 •
Poros - Espaços não ocupados por partículas sólidas na maior
Nitrobacter - Um gênero de bactéria aeróbia obrigatória do parte do volume dõsolo.
solo, quimioautotrófica, que oxida íons N0 2 em NQ3 - na fase
final do processo de nitrificação. Potássio (K) - Elemento essencial - um dos três nutrientes
primários, incluindo N e P. É exigido pela maior parte das
Nitrogênio (N) - Nutriente primário, componente de toda célula plantas em quantidades semelhantes às de nitrogênio. o
viva, planta ou animal. Nas plantas, é parte da molécula potássio tem função importante na ativação de sistemas
de clorofila, aminoácidos, proteínas e outros compostos enzimáticos, é vital para a fotossíntese e para a formação
diversos. e utilização dos açúcares, tem papel essencial na síntese
Nutriente - Elemento que contribui para o crescimento e a de proteínas e na manutenção da estrutura da proteína e
saúde de um organismo. ajuda a planta a utilizar a água de forma mais eficiente.

Nutriente primário - Um dos três nutrientes ... N, P e K. São os que Precipitação efetiva - Aquela porção do total de precipitação
limitam mais frequentemente a produtividade das culturas. que se torna disponível para o crescimento da planta.

Nutriente secundário - Ca, Mg e S são os nutrientes secundá- Qulmlgação - Aplicação de fertilizantes e/ou pesticidas na
rios essenciais para o crescimento da planta, porém menos água de irrigação para fertilizar as plantações e/ ou contro-
frequentemente deficientes do que os nutrientes primários. lar as pragas.

Ortofosfato - Classe geral de compostos fosfatados fabricados Regulação osmótica - Movimento de eletrólitos, tais como ians
a partir do ácido ortofosfórico (H 3 P0 4 ), incluindo, principal- solúveis e açúcares, através das membranas celulares para
mente, sais de Ca e NH 4 • manter o potencial hídrico no interior das células da planta.

Oxidação - Alteração química que envolve a adição de 0 2 ou seu Relação Carbono:Nltrogênio - Relação entre peso do C orgâ-
equivalente químico. Esta inclui a perda de elétrons de um áto- nico e peso do N total no solo ou na matéria orgânica. Ela
mo, íon ou molécula durante uma reação química. Isso pode é obtida dividindo-se a percentagem de e orgânico pela
aumentar a carga positiva de um elemento ou composto. percentagem de N total.

Oxigênio - Gás (O) incolor, insípido, inodoro - o elemento mais Rendimento sustentável - Produção da planta ou de material
abundante e mais amplamente distribu ído na natureza . vegetal de uma área de forma continua, anua l ou periódica;
Compreende cerca de 21% em volume do ar. Implica no uso de práticas de manejo que irão manter a
capacidade produtiva da terra .
Percolação - Movimento descendente de líquido no solo.
Rlzóblo - Bactéria ca paz de viver em simbiose com as plantas
Perfil do solo - Corte vertical no solo, desde a sua superfície,
superiores, geralmente leguminosas. das quais recebe
passando por todos os horizontes , até o material original ou
energia, e é capaz de utilizar o N, , convertendo-o em for-
rocha matriz. mas utilizáveis pelas plantas. -

NUTRIÇÃO DE PLANTAS 4C M
Rocha fosfática - Rocha natural contendo um ou mais minerais
Soluto - Material que é dissolvido em solvente para formar uma
de fosfato de cálcio, com pureza e quantidade suficiente solução.
para permitir a sua utilização, quer diretamente ou após
sua concentração, na fabricação de produtos comerciais. Os Subsolo - Camadas subjacentes do solo abaixo da camada su-
depósitos de rocha fosfática mais uti lizados na fabricação de perficial. que podem conter menos matéria orgânica e mais
fertilizantes tem corno base o mineral apatita, principalmen- características do material de origem do solo.
te fosfatos de cálcio. Superfosfato - Produto obtido quando a rocha fosfática é
Rocha-mãe - Rocha sólida subjacente ao solo e rocha alterada, tratada com ácido sulfúrico ou ácido fosfórico, ou uma
mistu ra desses ácidos. Superfosfato "normal". "comum· ou
em profundidades que variam de zero (onde exposto pela
erosão) a várias centenas de metros. "simples" refere-se a todas as classes que contêm até 22%
de P2 0 5 disponível, comumente obtido pela acidulação da
SIG - Sistema de informação geográfica . Termo genérico empre- rocha fosfática com ácido sulfúrico. Contém principalmente
gado para os sistemas que armazenam, analisam e exibem fosfato monocálcio acrescido de um montante significativo
dados de mapas digitais. de gesso.
Silte - Partíc ula inorgâ nica, com ta manh o que va ri a ent re Superfosfato triplo - Refere-se a todos os tipos de fertilizantes
0,05 mm e 0,002 mm de diâmetro. que contêm 40% ou mais de Pp 5 disponível. Normalmente,
Simbiose - Relação entre dois organismos vivos na qual ambos são obtidos pela acidulação do fosfato de rocha com
se beneficiam, como a fixação de N por rizóbios em nódulos ácido fosfórico. O superfosfato sim ples contém apreciável
das ra ízes de leguminosas. quantidade de S (gesso), o superfosfato triplo não. O
fósforo está prese nte pri ncipa lmente na forma de fosfato
Solo - Camada superior da Terra na qual as plantas crescem. monocá lcico.
Solo ácido - Solo contendo uma prevalência de H' na solução Tamponamento - Processo que restri nge ou red uz a mudança
(acidez ativa ) e na superfície dos colóides (acidez potencial de pH quando ácidos ou bases são adicionados. Mais
ou de reserva ). Especificamente, um solo com valor de pH genericamente, é o processo que re pri me mudanças na
inferior a 7. concentração de qualquer ío n dissolvido quando este for
Solo álcali - Solo com elevado grau de alcalinidade (pH 8,5 ou adicionado ou removido do sistema.
superior) ou com elevado teor de Na• trocável (15% ou mais Terraço - Na conservação do solo, uma fa ixa mais ou menos
da capacidade de troca), ou ambos. horizontal ou acostamento de terra geralmente constru ídos
• 1 Solo alcalino - Qualquer solo com pH superior a 7,0 . em curva de nível para reduz ir a erosã o.

Solo calcário - Solo contendo cal livre (carbonatos) que efer- Textura do solo - Proporções relativas de partículas de dife-
vesce visivelmente quando tratado com ácido clorídrico rentes tamanhos que compõem o solo. Essas partícu las
diluído (1:10). incluem areia , silte e argila.

Solo neutro - Solo com elevada percentagem (de 80% a 90%) Textura fina - Solo com elevada percentagem de silte e argila.
da capacidade de troca ocupada por íons de Ca e Mg e pH Transpiração - Evaporação através das folhas; fl uxo de água,
do solo próximo a 7. através das plantas, do solo para a atmosfera.
Solo orgânico - Solo que contém elevada percentagem de Troca de cátlons - Troca entre um cátion na solução e outro
matéria orgânica. cátion na superfície de um material, tal como colói de da
Solo salino - Solo não alcalino contendo uma quantidade argila ou colóide orgânico.
apreciável de sais solúveis que interferem no crescimento Troca de íons - Troca entre um íon da solução e outro íon da
da maioria das culturas. superfície de material ativo, tal como argila ou húmus.
Solo salino-alcalino - Solo contendo uma proporção elevada Umidade disponível para a planta -Água no solo mantida livre
de sais solúveis, com alto grau de alcalinidade ou elevada o suficiente para que as plantas possa m extra í-la para uso.
quantidade de Na trocável , ou ambos, de modo que o cres-
Urease - Enzima necessária para a qu ebra da ureia em NH ,
cimento da maioria das culturas é inferior ao normal. 3
comum a todas as plantas.
Solo sódico - Solo que é afetado por altas concentrações de
Volume aparente - Volume da massa de solo, incluindo os
sal e de Na. Solos sádicos tem teores relativamente baixos
sólidos e os poros.
de sais solúveis, mas são ricos em Na trocável.
Zinco (Zn) - Micronutriente metálico, um dos primeiros nu-
Solo superficial - Refere-se à camada superficial do solo,
trientes reconhecidos como essencial para as plan tas. O
incluindo a maior parte do conteúdo de matéria orgãnica
zinco ajuda na síntese de substãncias de crescimen to e no
do perfil do solo. Tecnicamente, esta camada é ~onsiderada
sistema enzimático da planta e é essencia l pa ra promover
como o horizonte A do perfil do solo, de coloraçao escura.
certas reações metabólicas. É necessário para a produção
solução do solo - Fase líquida do solo e seus solutos. de clorofila e de carboidra tos.
Soluções nitrogenadas - Soluções de !ertili~antes nitrogen_ados zona de depleção - Zona estreita ao lado da raiz onde as
em água . Soluções nitrogenadas sao utilizadas na fabrica- concentrações de nutrientes imóveis no solo tornam-se
ção de adubos compostos líquidos ou s~c?s e aph~adas acentuadamente reduzidas.
ao solo com o uso de aplicadores espec1a1s ou na agua de Zona de retenção - Zona de solo onde os nutrientes se concen-
irrigação. Mais comumente, o termo ~e refere a _soluções tram após a aplica ção de fe rtilizantes. Gera lmente se refere
de nitrato de amónio-ureia (URAN) , feitas a partir de urna a algum tipo de aplicação em fa ixas.
mistura de nitrato de amónio (NH 4 N0 3 ) e ureia, contendo
28% a 3 2% de N.

M NUTRIÇÃO OE PLANTAS 4C

,.
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Sol uçã(_) elas l~ese11]1as


,. Capítulo 2
1. d, 2. b, 3. e, 4. a, 5. b, 6. e. 7. b, 8. d, 9. d, 10. d
,. '
Capítulo 3
1. b, 2. e, 3. d, 4. a, 5. e, 6. b, 7. a, 8. a, 9. d, 10. b

Capítulo 4
1. a, 2. b, 3. d, 4. a, 5. b, 6. e, 7. b, 8. b, 9. e, 10. e

Capítulo 5
1. b, 2. a, 3. e, 4. b, 5. a, 6. d, 7. a, & b, 9. ~ lQ a

Capítulo 6
1. b, 2. d, 3. a, 4. a, 5. b, 6. e, 7. a, 8. e, 9. b, 10. a

Capítulo 7
1. e, 2. d, 3. a

Capítulo 8
L d, 2. e, 3. e, 4. a, 5. b, 6. d, 7.c, 8. b, 9. d, 10.a

Capítulo 9
1. e, 2. b, 3. d, 4. d, 5. a, 6.d, 7. a, 8. a, 9. d

NUTRIÇÃO DE PLANTAS 4C M
SÍMBOLOS E ABREVIAÇÕES
Abaixo es tão os símbo los e as abreviações para os nutrientes

E
e os co mpostos relacionados mais utilizados nesta publicação.
E
AI Alumínio
B Boro e
c
Ca
Carbono
Cálcio
e
CaC0 3
CaC'2
Carbonato de cálcio
Cloreto de cá lcio
e
CaS0 4 Sulfato de cálcio (gesso) e:
Ca(N03)2 Nitrato de cálcio

-=
•.
CH4 Metano
CI/CI· Cloro/ Cloreto
Cu Cobre
CuS04 Sulfato de cobre
DAP Diamônio fosfato
Fe Ferro Ili
Sulfato de ferro
FeS04
lfl
·•..
w Próton ou íon hidrogênio
HC03· Bicarbonato
K Potássio
KCI Cloreto de potássio
(também muriato de potássio ou MOP)
K20 Potássio ~
Nitrato de potássio
KN03
IC

.._
K2S0 4 Sulfato de potássio

~
(também sulfato de potássio ou SOP)
MAP Fosfato monoamônio
MCP Fosfato monocálcico
Mg Magnésio
MgS04 Sulfato de magnésio
MgC'2 Cloreto de magnésio
Mn Manganês
Mo Molibdên io
N Nitrogênio
NH3 Amônia
NH/ Amónio
(NH4)2S04 Sulfato de amónio
N02· Nitrito
NoJ· Nitrato
N2 Oinitrogênio
NOJ N20 Óxido de nitrogênio/Óxido nitroso
p Fósforo
ppb partes por bilhão
ppm partes por milhão
s Enxofre
so.2- Sulfato
TSP Superfosfato trip lo
Zn Zinco
z ns o . Sulfato de zinco

NUTRIÇÃO DE PLANTAS 4C

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