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NUTRI AO
DEPLA TAS
Um Manual para Melhorar o Manejo da Nutrição de Plantas
~
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VERSÃO ' MÉTRICA
~ ~~c-=--==~==-=~~~~y.;=~."'~ ~
I
-
NUTRIÇAO
4C DE PLANTAS
Prefácio, Agrade cimento s
Capítulo 1
Metas da Agricultura
Sus tentável .... ...... ....... .. ... ... ....... ......... .... .......... ... .... .. .... .. .. .. .................................... .... ........ ........... .............. ...... .... ... ....... .. ..... ... ..... l · l
Capítulo 2 2.1 Fonte certa. na dose ce rta. na época certa e no local certo ............................. .. ... ... ............... 2· l
O Conceito de Manejo 2.2 Princípios elas práticas de suporte ............... .. .... ... ......... ...... ... .. ..................... ....... .. ... ... ............. . 2·2
de Nutrientes 4C 2.3 Os 4Cs integrados ao sistema ele plant io ..... .. .. .. .... ........... ...... ..... ............ ... ........ .... ... .. ............. 2.3
2.4 Melhoria contínua por me io da ava liação dos resultados .. ........ ..... ......................... .... ........... 2.5
Capítulo 3 3.1 Q ual é a orige m dos nut rie ntes? ................ .. ......... .. .......... .... ........ .............. ..... ..... ... ....... ........ ... 3.2
Fonte Certa 3.2 Seleciona ndo a fo nte certa ......... ....... ...... ... ......... .......... ..... .......... ... .. ............ .......... ... ..... .... .. .... . 3·3
3.3 Ti pos ele fertiliza ntes .. ....... ..... ..... ........... ............ ........... .... .. .... .... ........... ..... .. ................... ...... ..... 3·4
3.4 T ipos de fontes orgâ nicas: estercos, compostos ... .... ................................. .............. .. .......... ..... 3.5
3.5 Interações dos nutrientes ....... ................ ........ ....... ........... ........ ....................... .. ...... .. ......... ...... ... 3·7
Módulos de aprendizagem. _
O 3.1•1 Fonte certa de K melhora o rendimento e a qualidade ela banana na lndia ...... . 3·8
O 3.2· l Equilíbrio entre fontes o rgâ nicas e minerais para o milho na África ...... ...... ........ 3.9
3.3·x Fonte específica de nutriente ... .. .................... ...... ..................... .......... .... ................. 3·10
O Uráa .......... ....... ...... .... ............... 3-10 □ Cloreto de potâssio ... ......... .. .... .. ... ... ... .3-22
O ]{itrato de amônio-Ureia ............... 3- 11 □ Su!fato de potássio ..... ................. ...... ..3-23
O Amônia ............ ........... ....... ......... 3-12 □ Su!fa!o de potássio e magnésio ......... .. ...3-24
O Su!fato de amônia ............... .......... 3-13 O K1tralo de po!ássio ......... .................... .3-25
O Nitrefoifa/0........ ..... ........... .. ........ 3-14 O Kiese,ita ......................... ... ................3-26
O Nitrato de amónio ...... ... ..... ........... 3- 15 O Enxofre ..... ......... .............. ......... .. ......3-27
O Foif!}to monoamônico .................... 3-16 □ 1íossu!fatos ...................................... .3-28
□ Foifato diam.ônico................... ...... 3- 17 O .Mistura granulada................... .......... .3-29
□ Polifoifato ............. ...................... 3-18 O Fertili;:_anle revestido ............................ 3-30
O Supe,joifato simples ...................... 3-19 O Gesso ... .................................... ......... 3-31
□ Supe,joifato triplo......................... 3-20 □ Calcário .......................... .................. 3-32
□ Foifato de rocha........ .................... 3-21
O 3.5·1 Equilíbrio entre N e K melhora o rendimento e a eficiência no uso de N ........ 3-33
Capítulo 4 4.1 Avaliar a demanda de nutrientes da planta ............................................. ................... .......... .... 4·2
Dose certa 4.2 Avaliar o fornecimento ele nutrientes pelo solo ................................. ................. .. ................... 4-3
4.3 Avaliar todas as fontes ele nutrientes disponíveis ........................ .............................................4·5
4.4 Prever a eficiência no uso do fertilizante .. ........................................................... ..................... 4-7
4.5 Considerar os impactos nos recursos do solo ........ ...................... ................. .............. .. ............ 4·8
4.6 Considerar a dose econõmica específica ...................................... .. .......... ....... ................ ....... 4· 11
Mód1tlos de aprendizagem
O 4.1·1 A adubação nitrogenada de trigo e milho na Argentina é melhor determinada
pela avaliação do N disponível no solo antes do plantio ........................................... 4· 12
O 4.1 ·2 Cálculo das doses de fertilizante em cereais usando a diagnose por subu-ação ...... .4. [3
O 4.6·1 Doses ótimas econõmicas de N para o algodão em solo argilo·siltoso , no
Alabama, mudam pouco com as mudanças nos preços ..................................... .4-14
O 4.6-2 Doses ótimas econômicas de N para o milho variaram apenas ligeiramente
com as condições de mercado ao longo de 10 anos ................................................... 4· 14
Capítulo 5 5.1 Analisar a marcha de absorção da planta ..... .. ................. .................. ................................ .. .... . 5. \
Época certa 5.2 Analisar a dinâmica de forn ecimento de nutrientes do solo ............................. ....... ............... 5·-1
5.3 Analisar a dinâmica de perda de nutrientes do solo ............. .. ...... .......... ................... ............. 5-5
5.4 Avaliar a logística das operações no campo ...... .. .................. .............................. .. ................... 5.5
Módulos de aprendizagem
O 5.1-1 Produção de trigo com aplicação tardia de N estimada pela coloração da fo lha .......... .. 5.7
O 5.1 -2 Uso ele N em sincronia com a demanda da cultura diminui o nitrato no solo .... 5-7
O 5.1·3 Absorção de N, P e K por videiras é aíetada pela é poca de aplicaç:io ................ 5·8
O 5.1·4 Parcelamento da dose aume nta a disponibllldade dt~ Cano a me ndoi m ............. 5·8
O 5.2-1 Solos íérteis possibilitam maior llexll>ilidadc na c poca de apllcação de P e K ... 5.9
O 5.3-1 Adubação nitrogenada na primavera aumenta o aproveitamento ele N e a
lucratividade do milho no sul de Minnesot.i ................... .. ........................................... 5.9
••
............ 1
Capítulo 6 G. I Crescimen to radicu la r ela planta .............................................................................................. 6· l 1
Local certo G.2 Práticas para a loca lização ele nutrientes ................................................................................. 6·3
G.3 Reação do solo e da raiz à localização em faixa ................................................. .......... ......... 6-4 1
G.4 Adubação fo li ar .... ............................................ ........................ .................. ............................... fi.fi
G.5 Manejo da variabilidade espacia l ................................................. .................... .. ..... ................ 6-7 1
Módulos de aprendiz agem
O G.2- 1 Minimização da perda de amônia com a colocação do fertilizante no "local 1
certo". no cultivo ele cana·de·açúcar e milho no Brasil. ............. ................................ 5.9
1
Capítulo 7 7.1 Sistemas de culti vo ................................... ...... ........ .............................. ..................................... 7-I
Adaptando as práticas 7.2 Manejo adaptativo ................................................... .............................. .................................... 7-1 1
em toda a fazenda 7.3 Além dos sistemas d e cultivo ............................................ ....................................................... 7-3
7.4 Apoio à decisào .... .. .. ............................. .. .................... ... ................................ ........................... 7-3 1
Estudos de Caso
o 7.1-1 Influência do sistema de culti vo na eficiência de uso do nutriente e na 1
produtividade d as culturas no Brasil ...................................................................... 7.5
o 7,1 .2 Adaptação do manejo de N ao regime de irrigação em batata, na C hina ......... 7.5 1
o 7.2·1 Manejo adaptativo de N para solos utilizando dados locais da produção
d e milho no Centro·Üeste dos Estados Unidos .. ..... .............................................. 7.7
1
o 7.3·1 Escolha de práticas de manejo de P em trigo com base no perfil dos agricultores ... 7·8 1
o 7.3.2 Otimização da adubação nitrogenada com fertilizante de liberação controlada ...... 7.9
o 7.3-3 Balanço de nutrientes em fazendas leiteiras ......................................................... 7· 10 1
o 7.4-1 Uso do Nuhienl Expert aumentou a rentabilidade da produção de milho ......... 7· 11
Capítulo 8 8.1 Diagnose visual e sintomas de deficiência nutricional .......................................................... 8· 1
-- 1
Práticas de Suporte 8.2 Análise de solo ............................................................................ .......... .................................... 8·3
8.3 Metodologia da análise d e solo ................... .......... ...... .............................. .............................. 8·6 1
8.4 Análise de planta ......... ........ ........... .......................................................................................... 8·7
8.5 Interpretação dos resultados da análise de solo e de planta .............. .................................. 8·9
8.G Parcela com omissão de nutrientes ....................................... .............................. .................. 8· 11
Estudo de Caso
O 8.2·1 Histórico d e cultivo influencia na decisão sobre a profundidade da
amostragem de solo ............................................... ...... .............................. ............. 8•12
Pref~1cic)
Valter Casarin
Diretor Adjunto do IPNI Brasil, Região Norte-Nordeste
Eros Francisco
Diretor Adjunto do IPNl Brasil, Região Centro-Oeste
•
a
• •
1
l
'
-.
Capítulo 'G)
••
METAS DA AGRICULTURA SUSTENTÁVEL
H
Á CERCA DE 30 ANOS, o Advisory Pa nei on da multiplicidade de definições de sustentabilidade. há
Food Secwity, Agriculture, Forestry, and Environment um consenso geral em relação a um denominador comum
(1987) foi questionado por Gro Harmlem Brundtland, entre os atributos que a caracterizam. Um desses importan-
então presidente da World Commission on Environment and tes atributos é o da sua multidimensionalidade. O conceito
Development (WCED), sobre como a humanidade poderia de sustentabilidade não se aplica apenas a uma dimensão
ser protegida da fome de forma ecologicamente sustentável. (por exemplo, social, econôm ica ou ambiental) de forma
Em seu relatório ao WCED eles afirmaram: "Nas próximas isolada. mas a todas e las ao mesmo tempo.
décadas, os sistemas mundiais de produção de alimentos se
A aplicação de tal visão multidimensional à agricultura
defrontarão com um grande desafio, talvez o maior entre os
pode ser facilitada se a classi11cação tradicional dos compo-
que poderão enfrentar novamente. O esforço necessário para
ne ntes social, econômico e ambiental for ainda mais explici-
aumentar a produção de alimentos em ritmo concomitante
tada. Uma maneira eficiente de visualizar a multiplicidade
com o aumento de uma demanda sem precedentes, manten-
dos recursos envolvidos no funcionamento da agricultura é
do a integridade ecológica essencial dos sistemas alimentares,
agrupá-los como bens ou capital em cinco ca tegorias. como
é colossal, tanto em magnitude como em complexidade.
foi sugerido por UNCTAD-UNEP (2008):
Dados os obstáculos a serem superados, muitos deles produ-
zidos pelo homem, pode-se falhar com mais facilidade cio que ♦ Capital natural. Este cap ital compreende os recursos
obter êxito ". Essa avaliação sóbria é tão aplicável atualmente que são utilizados para a produção de alimentos, fibras
como foi na época . e madeira, notadamente terra, água e ene rgia. assi m
Este relatório do Advisory Panei constituiu a base elas reco- como os utilizados na produção e transporte de insumos
mendações sobre segurança alimentar e sustentabilidade do necessários (por exemplo, matérias-primas para fertiliza n-
relatório de Brundtlancl, intitulado Our Co111111011 /~1t11re (1987) . tes). Além disso, o capital natural também é a fonte ele
O rela tório abordou a crescente preocupação "com a dete- alimento natural o u silvestre e de importantes serviços
rioração acelerada do a.Jllhiente humano e dos recursos ambie ntais, tais como eliminação de resíduos, ciclagem
naturais e as conseq uências dessa deterioração para o de nutrientes, formação do solo, controle biológico de
desenvolvimento econômico e social". O desa11o ele pragas, regu lação cio clima, habitats ela vida selvagem ,
aumentar a produção de alime ntos de forma economica- pro teção cont ra tempestades e controle de inuncb ções,
mente viável. mant endo a integridade eco lóg ica dos sistemas sequestro ele carbono e polinização.
alimentares, é o principal objetivo da agricultura suste ntüvel.
♦ Capital social Este está ligado às normas. valon:'S e
Existem numerows conceitos sobre agricullu ra suste ntüvel. atitudes que levam as pessoas a coo1wrar t• qu<' ~L' refletem
porém, quase todos en fati zam a necessid ade de ajustar as em ação coletiva mutu,1111cnte lwnéfica. C 0111u1lidade~ com
demandas ne~c-cntes de produção se m co mprome ter m pouca inl0raç,io, íalta d1• confiança e dt• parcerias. e.,tão
recursos 11aturais d os quais d e pe nd e a agri cultura . Apesar mab Pxpostas i'ls difkuldadl's a1 11bientai\ P à i11~cgura11.,:a
NlfTRIÇÃO DE PLANTAS 4C
a lime nt ar. A o rga nização d e agricultores em coo perati vas No entanto, a implementação do Ma nejo de Nu tri entes 4C
o u em grupos d e dese nvolvim ent o tecnológico incentiva ta mbém pode promover aumento do cap ital socia l, hum ano
o trabalho conjunto e o compartilh amento de co nheci- e físico. O d ese nvolvimento de práticas locais de manejo,
m ento e recursos. por exe mplo, implica em traba lhos de pesq uisa nas áreas
d os agricultores, exigindo sua participação ati va, o q ue no r-
♦ Capital humano. Este inclui a ca pacidade total inerente
malmente res ulta em melhor comunicação entre tod os os
aos indivíduos, a qu al é basead a e m conhecimento, habi-
interessad os d o se tor agrícola (ag ricultores, pesquisad o res,
lidades, saúde e nutrição. A contribuição d esses ativos
e mpresá ri os e representantes d o gove rno). Além disso, o
d epende do nível de uso das habilidad es pessoais, o
níve l d e escolaridade dos participantes também irá aumen-
qual é favorecido por me io da promoção da participação
ta r por meio de ati vidad es formais e não-formais. H á inú-
e da educação - form al e não-formal - e do suprimento
meros exemplos de organizações de sucesso dirigid as por
d e cuidados adequados à saúde. A participação dos
agri cultores, que geram e difundem tecnologias agrícolas.
agricultores no processo de geração de novas alternativas
tecnológicas (por meio d e pesquisa aplicada na proprie- A adoção de novas tecnologias de ponta relacionadas ao
dade, por exemplo) é uma iniciativa que contribui para Manejo de Nutrientes 4C também pode ter consequências
o desenvolvimento do capital humano. Melhor educação positivas sobre o capital físico , porque geralmente engloba
é evidentemente essencial quando práticas agrícolas , melhor infraestrutura de acesso aos mercados - para entradas
como o manejo de fertilizantes, precisam ser melhoradas. e saídas - e melhor comunicação. Boas estradas são necessá-
rias para trazer fertilizantes e outros insumos e transportar as
♦ Capital fisico . É o estoque de recursos materiais
colheitas. O acesso crescente por membros da comunidade
construidos pelo homem, tais como edifícios, infraestru-
agrícola às informações atualizadas, por meio de telefones
tura de mercado, sistemas de irrigação, redes de comu-
celulares e ferramentas de comunicação digital, reflete em
nicação, ferramentas, máquinas e sistemas de energia e
melhores recursos de comunicação para a sociedade.
transporte, que aumentam a produtividade do trabalho.
O acesso aos mercados é frequentemente limitado pela Quando visto de forma ampla e integrada, o Manejo de
falta de infraestrutura de comunicação adequada. Nutrientes 4C pode apresentar efeitos potenciais de longo
alcance sobre a sustentabilidade dos sistemas agrícolas, que
♦ Capital financeiro. Este capital está relacionado ao
fluxo de dinheiro no sistema, que é dependente de se estendem além dos benefícios imediatos na nutrição das
fatores como preços, custos, receitas, margens de lucro,
culturas. II!I
poupança, crédito e subsídios. A pobreza permanece
como o maior obstáculo para o desenvolvimento da
,
agricultura e da segurança alimentar - especialmente
nos países em desenvolvimento - porque impede que as
pessoas tenham acesso aos meios que poderiam melhorar
suas vidas.
,,.
A sustentabilidade dos sistemas agrícolas pode ser avaliada r
pelo seu impacto sobre os ativos descritos acima. Tecnolo-
gias agrícolas que conduzem ao crescimento persistente dos
capitais natural, social , humano, físico ou financeiro podem
ser consideradas sustentáveis. Por sua vez, visto que os sis-
temas agrícolas interagem com os cinco tipos de capital de
forma cíclica, possuir grandes estoques desses cinco tipos de
ativos favorece, ainda, o seu funcionamento .
•
11 sustentabilidade rio., .,i,t, m!I, ,1_~1ín,/r1, /"'ti,- ,, 1 111.-i/i,/,1 li,/,. ".,
O Manejo de Nutrientes 4C é uma ferramenta essencial no i111/w r/11 11u m/ntal 11at11111I..111ri11I, h111,1,111t1.Ji,1c11 ,. ;11 11111 ,-, 11 ,,. '
desenvolvimento de sistemas agrícolas sustentáveis porque
sua aplicação pode ter vários impactos positivos nos ativos
mencionados acima . REFERÊNCIAS
Há uma ligação direta entre a aplicação da fonte certa Advisory Panei on Food Securlty, Agriculture, Forestry , a nel Envi-
de nutrientes, na dose certa, na época certa e no local
certo, e os impactos benéficos sobre os componentes do
ronment & Worlcl Conunission on Environme nt a nel Developme nt.
Food 2000: Global policies for susta inable agriculture. Lo nd o n:
Zed 13ooks, 1987. 131 p.
•
capital natural evidenciados por melhor desempenho da
UNCTAD-UNEP. United Natio ns Confere nce 0 11 Tracle anel
cultura, melhor qualidade do solo , diminuição da poluição
Dcveiopme nl - Unitecl Natio ns Environme nt Prog ramme. Organic
ambi ental e proteção ela vida selvagem . Da mesma forma, agriculture aud food security in Africa. Ge neva. Swi1ze rl a ncl
efe itos posilivos são esperados no capital flnancelro com o 2008. 47 p. (D ocumcnt UN CTAD/DITCff ED/2 007/1 5). '
aumento cios lucros cios agricultores, trazendo melhoria na
WCED. World Commisslon on Environnwnt and Development.
qualidade d e vida e aumento da atividade econômica em Our COllllDOD future . New York: Oxford Unive rsicy Press, 1987.
suas comunid ad es. 400 p.
NUTRIÇÃO DE PLANTAS 4C
~
Capítulo ~
O CONCEITO DE MANEJO DE NUTRIENTES 4C
•, O
MANEJO DA NUTRIÇÃO DE PLANTAS se
aplica a uma vasta gama de sistemas, desde exten-
sas áreas de pastagens, utilizadas para pastejo , até a
A adubação certa - fonte, dose, época e local - está ligada
aos objetivos do desenvolvimento sustentável (Figura 2.1).
Para qualquer sistema de produção vegetal, os interessados
produção intensiva de culturas anuais, plantações, e mesmo do setor agrícola precisam definir os objetivos gerais, mas os
t 0 cultivo controlado de frutas , verduras e plantas ornamen-
gerentes estão melhor preparados para a escolha das práti-
tais em estufa. Tais sistemas estão localizados em diversos cas. Para d efinir as metas, os interessados precisam entender
•
.
4 solos e climas ao redor do mundo. Este ca pítulo tem como
objetivo descrever os princípios comuns da nutrição vegetal
como o manejo d a nutrição da planta afeta o desempenho
do sistema vegetal. Estas pessoas incluem não somente os
através desses diversos sistemas e fornecer um roteiro para o gerentes e seus assessores, mas também aqueles que com-
aperfeiçoamento continuo das práticas envolvidas no manejo pram os produtos e vivem no ambiente do sistema. Como
dos nutrientes das plantas. os sistemas de produção vegetal estão muito difundidos - e as
pessoas depe ndem deles para alimentação, combustível, fibras
e estética-, basicamente todos são interessados e m algum
2.1 Fonte Certa, na Dose Certa, na Época grau. Assim, a definição de desempenho do sistema incluirá
Certa e no Loca l Certo a produtividade e a rentabilidade (dimensão econômica).
A aplicação da fonte certa d e nutrientes, na dose certa, na seus impac tos no solo, água, ar e biodiversidade (dimensão
época certa e no local certo é o conceito central do Manejo ambiental) e seus impactos na qualidade ele vicia e nas opor-
de Nutrientes 4C. Estes quatro "certos" são todos necessn rios tunidades ele emprego (dimensão social). As metas esµ ec ificas
para o manejo sustentável da nutrição d as plantas - mc1nejo da empresa precisam estar alinhadas às metas gerais para o
que aum ent a a produtividade das plantas e elas culluras. clPse nvo lvitnento sustentável da região.
C onforme descrito no ca pitulo anterior, a susten1abiliclacl e Para ser considerado "certo", o manejo da adubação d eve
engloba as dimensões eco nômica, socia l e ambicntc1I. Todas sustentar as metas centrais de desempPnho estabelecidas
as três dimensões devem ser incluídas na avali ação de qtrnl- pelo interessado. No entanto, o agricultor, o gere nte da terra .
quer prática de manejo d e nutrie ntes no intuilo ele d ete rmi- é qul'm tornar:\ a decisão final 11a escolha dus práLic.:is -
nar se é ela é o u não ·• certa" . adaptadas ao solo local. clima , condi~·õcs de pro dução das
NUTRIÇÃO DE PLANTAS 4C
lavo urns e no rmas loca is - que melh or cumprem os o bj eti vos.
Uma vez que tais co ndições loca is podem influe ncia r na cleci-
s{10 nnal sobre a prática a ser ado tada . incluindo o dia da sua
imp le mc ntaçiío. é conve nie nte a to mada el e decisiío local com
base na in íormaçiio co rreta ele suporte.
Época Local r
♦ Garantir o
,-
♦ Avaliar a dinâmica ♦ Identificar o padrão
Exemplos de fornecimento fornecimento de de absorção pela de enraizamento
princípios adequado de nutriente de todas cultura e o da cultura
científicos-chave nutrientes as fontes fornecimento pelo
♦ Gerenciar a
♦ Adequar-se às ♦ Avaliar a demanda solo
variabilidade
propriedades do pela planta ♦ Determinar a época espacial
solo de risco de perda
NUTRIÇÃO DE PLANTAS 4C
Fonte, dose, época e local são os componentes necessários e suficientes pa ra descrever qualquer aplicação de nutrientes em qualquer cultura.
ambiente, e das condições sociais e econômicas. Agriculto- 2.3 Os 4Cs Integrados ao Sistema de Plantio
res e consullores devem estar seguros de que as práticas que Os quatro "certos" estão interligados. Eles devem trabalhar
selecionam e que aplicam localmente estão de acordo com em sincronia um com o outro e com o meio ambiente que
esses princípios. circunda a planta, o solo, o clima e o manejo . Na maior
parte dos sistemas em que as plantas são gerenciadas para
Os quatro "certos " são uma forma simples de se avaliar se
fornecer alimentos, rações, fibras, combustível e benefícios
uma dada cullura foi fertilizad a corretamente. A pergunta
estéticos, os solos são o meio no qual as plantas crescem.
"foi forn ecida à cultura uma fonte certa de nutrientes, na
A fertilidade adequada cio solo é uma necessidade básica
dose certa, na época certa e no local certo?" auxilia agricul-
para que as plantas cresçam ele forma produtiva. Embora a
tores e consultores a identificar oportunidades de melhoria
fertilidade seja vilal para a produtividade. nem todos o solos
na fertilização de cada cu ltura específica, em cada campo
férteis são produtivos. Drenagem pobre, seca, insetos, doenças
específico. e outros fatores podem limitar a produtividade, mesmo
Existe um equilíbrio adequado entre os 4Cs. Ele ajuda a quando os níveis ele todos os nutrientes estão adequados às
evitar demasiada ênfase em um componente em detrimento plantas. Para entender plenamente a fertilidade do solo é
necessário conhecer outros fatores que manté m ... ou li111itam ...
de outros. A dose, por exemplo, devido a sua simp licidade
a produtividade.
e ligação direw com o custo, pode , algumas vezes, ser supe-
renfatizada em delrímcnto de outros fatores . ronte, época As plantas dependem do solo para obter suporte mecànico,
e local são os componentes mais frequentemente ignorados ;_\gua , ar e nutrienl\'S. Elas ta111bé111 dependem ele fatores
e devem ser co nsid erados para melhorar o desempenho da externos, co mo luz e temperatura. Todos esses fatores estão
cultura. ligados entre si e inllucncla m de várias 111anein1s o cresci-
mento elas plantas e a nbsorção ele nutrientes. Uma vez que
NUTRIÇÃO DE PLANTAS 4C
co mpac tação, sa linidade, te mpe ra tu ra . prec ipitação
8/od/vorrldsdo e radiação so lar. Eles interage m co m o ma nejo d a
nutrição ela pla nta.
Muitos aspectos d o dese mpe nho são influe nciados
tanto pela cultu ra e ma nejo do solo como pelo
manejo dos nutrie ntes a plicados. Por exe mplo ,
Balanço de a eficiê ncia de utilização dos nutrie ntes é maior
nutrientes
quando uma cultivar com pote ncial de alto re ndi-
ProduliVldado
me nto é cultivada. O s indicadores de desempe nho
mostrados na Figura 2.2 ilustra m a complexidade
do sistema agrícola.
Os sistemas de produção são complexos e podem
reagir de maneira inesperada à aplicação de nutrien-
tes. Assim , a ciência, ao apoiar uma prática específica
Eslebilldade
da produçao de aplicação de nutrientes, precisa descrever a forma
como ela fun ciona no nível básico (por ex emplo,
a química) e mensurar os resultados em relação ao
Figura 2.2 Os indicadores de desempenho refletem os aspectos
desempenho do sistema (por exemplo, a agronomia) .
s ociais, econômicos e ambientais do s istema
plantà-solo-elima. A se leção dos indicadores e de sua Todas as ciências que medem os impactos no desem-
prioridade depende dos valo res do interessado. penho dos sistemas são importantes para o aperfei-
çoamento contínuo das práticas de manejo.
NUTRIÇÃO DE PLANTAS 4C
Adoção das 8PM e Avaliação,--_ __ ___._,
Nível politico - regu lamentar, ~ • FATORES LOCAIS
infraestrutura , desenvolvimento de produto •
• Clima
APOIO À DECISÃO com base • Políticas
Nível reg ional - ♦ em princípios científicos
pesqu isadores da área • Posse da terra
agronômica , • Tecnolog ias
prestad ores de
serviços ag rícolas ENTRADA • Financiamento
Recomendação da fonte certa , dose certa , • Preços
época certa e local certo (BPM)
• Logística
• Manejo
AVALIAÇÃO DO RESULTADO
Sistema de cultivo
Desempenho da sustentabilidade
Figura 2.3 A adoção do ma nejo de nutrie ntes 4 C leva a boas práticas de manejo (BPM ) por meio de ciclos contínuos de ava liação
da decisão no contexto dos fato res locais.
2.4 Melhoria Contínua por Meio da Avaliação para produção eficiente e conservação dos recursos pelo uso
dos Resultados da aprendizagem participativa, por meio de uma avaliação sis-
temática e continua. Para uma boa 01ientação nesse processo,
Pelo exposto anteriormente, e por meio das Figuras 2.1 e 2.2,
é importante que os consultores agronômicos tenham nível de
descreveu-se o âmbito do manejo da nutrição vegetal e as exi-
certificação e capacitação pro fissional.
gências na melhoria das práticas de adubação. Neste ponto, é
preciso dar atenção mais detalhada às atividades das pessoas Agricultores e gestores identificam os aspectos ambientais e
que fa zem as melhorias acontecerem. O conceito de Manejo de sociais relacionados, com o pro pósito de manter suas empresas
Nutrientes 4C prevê ciclos de ação e avaliação dos resultados viáve is para as gerações futuras. A re ntabilidade econômica,
de desempenho em diversos níveis (Figura 2.3). Destes ciclos no entanto, é essencial para a sustentabilidade de qua lque r
podem participar produtores e consultores agronômicos no empresa e às vezes pod e e ntra r em conflito com as metas
nível de exploração, cientistas agronômicos e agro-prestado res de desempenho ambie ntal e social. A mo tivação para os
de serviços no nível regional e líderes do governo e da gestores aborda rem mais ple na me nte os três aspectos pode
indústria no nível político. Cada nível se esforça para facilitar ser forn ecida por programas que incluem reconhecime nto
a adaptação das práticas aos fatores específicos locais a fim d e àqueles que se detaca m em te rmos de ma nejo e ficiente (cré-
atingir as metas de desempenho em sustentabilidade. ditos de carbono, po r exemplo, relacio nados à mitigação de
gases de efeito estufa) .
Na fazenda, ou no nível do sistema de produção local, produ-
tores e seus consultores tomam decisões - com base nos fatores No nível regional está incluída a indúsu-ia de agro-serviços
locais - e as implementam. Eles ava liam, então, os resultados (distribuidores ele insumos agrícolas e prestadores de serviços),
de suas decisões para determinar qual é a próxima decisão visto que ela to ma decisões que afetam a capacidade de
a ser tomada dentro do ciclo. De form a Idea l, a avaliação do entrega das font es certas de nutrit' ntes para as pla nta~. nas
desempenho prático deveria ser feita com base cm todos os quantidades certas e 11a época t• locais certos para atender a
Indicadores considerados importantes para os int eressados. dcnrn nda dos produtores. Há desafios logísticos 11a entrega e
Basicamente, essa é a prática de manejo adaptativo - um d istribuiçi'lo ele fc- rtilizaute~ que a indústria dt' agro-serviços
processo contínuo de desenvolvimento das melhores práticas r, rcc isa cnfrc-111ar.
NUTRIÇÃO OE PLANTAS 4C
No nível regional também estão incluídos os cientistas agro-
nôm icos que trabalh am para desenvolver e fornecer suporte
à decisão dos gesto res. Eles colabora m com a recomendação li
de fonte, dose, época e loca l certo - novamente e m relação Perg11ntas ?
o
aos fato res especifkos do local. Sistemas de apoio à dec isão
necessitam de avaliação e aperfeiçoamento continuo para aco- :
modar mudanças na disponibilidade de tecnologia e mudanças 4. De aco rd o com os princípios de suste ntabilid ade,
no sistema planta-solo-clima . Os resultados obtidos por meio os interessados devem forn ecer informações para
softwares de sistemas de suporte à dec isão requerem valida- seleção de
ção nas condições de campo. A validação pode incluir muitos a. indicadores de dese mpenho.
dos indicadores de desempenho já utilizados no plano prático. b. práticas loca is especifi cas.
Prestadores de serviços agrícolas do setor privado também c. font e, dose, época e local.
podem parti cipar de tal validação por meio da criação ele d . práticas de manejo de fertilizantes.
bases de dados regionais de resposta das cu lturas. A participa-
ção profissional dos consultores agronômicos e dos cientistas 5. A decisão final sobre a seleção da combinação
agrícolas pode contribuir para a melhoria do suporte à decisão regional de fonte , dose. época e local deve ser
fornecido pelos consultores agronômicos comerciais. feita por
a. autoridades regulatórias.
O nível político envolve o quadro regulamentar e institucional b. um gerente da cultura.
no qual operam produtores, gestores, consultores, bem como c. um pesquisador científico qualificado.
a indústria de agro-serviços e as instituições de pesquisa e d. equipes de interessados.
extensão. Nele está incluído o processo de decisão relacionado
à infra-estrutura - que permite o transporte e a entrega de 6. Práticas de manejo de fertilizantes devem ser
nutrientes e de commodities agrícolas - e ao suporte à educação validadas por meio da avaliação do desempenho
e pesquisa. A atividade industrial no desenvolvimento de com base em
novos produtos fertilizantes também desempenha papel impor- a. aumentos no rendimento da cultura em
tante. O nível político deve incluir fóruns de discussão, onde parcelas de pesquisa.
todos os interessados traduzam suas ideias em indicadores b. aumentos no rendimento da cultura em
de desempenho ou metas. Sempre que possível, deve-se estabe- parcelas na propriedade.
lecer as metas em termos de desempenho do sistema, ao invés c. todos os indicadores considerados impor-
de se aplicar regras a práticas específicas, pois estas alinham-se lantes pelos interessados.
melhor com as iniciativas em curso e provavelmente resultam d. benefícios ambientais.
em progresso real no aumento da sustentabilidade.
7. Uma ciência com base na prática do manejo de
O conceito sobre Manejo de Nutrientes 4C relaciona as práti- fertilizantes é aquela que é
cas de manejo às metas de sustentabilidade em todos os níveis, a. baseada em experimentação local no passado.
incluindo o da fazenda . Solicitar aos agricultores que definam b. consistente com os princípios científicos e
suas metas de sustentabilidade incentiva-os a maior compro· validada por testes no campo.
metimento e participação. A adoção de um plano de manejo
de nutrientes 4C inclui a identificação de tais metas.
c. especificamente descrita em regulamentos. l
d. ambientalmente neutra. '
Os indicadores de desempenho podem ser apresentados de
- 1
várias formas. O intervalo de tempo escolhido para o processo
é importante. Mudanças a curto prazo podem ser enganosas.
Considerando que a sustentabilidade é um processo de longo
prazo, deve-se incentivar o uso do maior intervalo de tempo
possível. O contexto pode ser importante. Quando o balanço
de nutrientes é apresentado, mostram-se apenas os resultados
de excesso, déficit ou razão entre entradas e saídas do sistema,
e O quadro geral de íluxo de nutrientes não fica aparente. A
apresentação do íluxo e balanço completo de nutrientes pod e,
muitas vezes, leva r a uma percepção mais segura do que real-
mente ocorre em determinada situação.
NUTRIÇÃO DE PLANTAS 4C
Conclusão
FONTE, DOSE, ÉPOCA E LOCAL estão totalm e nte
Perguntas (
o
interligados no manejo cios nutrie ntes. É possíve l que para
uma dada situação ex ista mais cio que um a co mbina ção
adequada d esses íatores, poré m , quando há mudança
em um d e les. os outros també m podem mudar. Os 4Cs
8. A combinação da fonte certa de íertilizante, da elevem íuncionar e m sincronia um com o outro, co m o
dose, é poca e do local certo de aplicação garan te sistema de c ultivo e com o manejo do ambiente. O Manejo
a. produtividades possivelmente maiores. de Nutrientes 4C e níatiza o impacto dessas opções de
b. mínima perda de nutrientes para a água. combinações de manejo sobre os resultados , ou desempe-
c. mínima perda ele nutrientes para a atmosíera.
nho, visando melhorar a sustentabi lid ade.
d. melhor chance ele atingir as metas ele susten-
tabilidade. Cada aplicação de nutrie ntes pode ser descrita como uma
combinação de fonte , dose, época e local. Os princípios
9. O indicador de desempenho mais importante no científicos fundam en tais que governam a escol ha adeq uad a
manejo de nutrientes é d e cada item são específi cos para cada categoria. Os
a. eficiência de uso de nutrientes .
• b. produtividade.
c. qualidade da cultura.
próximos quatro capítu los, 3 a 6, descrevem separada-
mente os princípios específicos de cada um dos 4Cs . Eles
são seguidos pelos capítulos 7 a 9, que, mais uma vez,
d. determinado pelos interessados do setor concentram-se na integração dos 4Cs no manejo adaptativo
agrícola. de todos os sistemas agrícolas, nas práticas de apoio às
decisões relacionadas à escolha das combinações 4C e na
10. Os indicadores de desempenho refletem o avanço responsabilidade para tal manejo integrado, expresso em
do manejo de nutrientes no auxílio à melhoria da
planos de manejo de nutrientes.
a. qualidade da água.
b. qualidade do ar.
REFERÊNCIAS
c. produtividade.
d . sustentabilidade. Bruulsem~, T. "!"·;
Fixen, P. E.; Ülegario, A. ln: OECD Workshop
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Cooperation and Development, 2010. Paper.
• . . P. E.p ln:. Fertílizer Best Management p rac ti" ces. 1st
Fixen,
Roberts, T. L._Right product, right rate, right time and right place
the foundallon oí best management practices for íertilizer Bett~~
C rops, v. 91, n. 4, 1997. ·
NUTRIÇÃO DE PLANTAS 4C
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1
Capítulo ·~
PRINCÍPIOS CIENTÍFICOS DE APOIO
FONTE CERTA
O s princípios científicos íundamentais que definem a fonte cer- para o milho, mas pode ser prejudicial à qualidade do
• ta para um conjunto específico de condições são os seguintes:
♦ Considerar a dose, a época e o local de aplicação.
íumo e de algumas frutas. Alguns fertilizantes fosfatados
podem con ter Ca e S disponíve is para as plantas e
pequenas quantidades de Mg e micronutrientes.
♦ Fornecer os nutrientes em formas disponíveis
♦ Controlar os efeitos dos elementos não-nutritivos.
♦ Reconhecer os sinergismos entre os elementos Todas as plantas necessitam de. pelo menos, 17 elemenros
nutrientes e as fontes. A lguns exemplos incluem essenciais para com pletar seu ciclo de vida. Estes incluem os
interação íósforo-zinco, nitrogênio-íósforo, íerlilizanle no 14 nutrientes minera is apresentados na Tabela 3.1 e os
complemento ao esterco, ele. três e lementos não-minerais: carbono (C) . hidrogê nio (1-1)
e oxigênio (O). Os macro nutrientcs são exigidos cm quan-
♦ Conhecer a compatibilidade da mistura. Determi-
tidades re lativa me nte elevadas pelas plantas. enquanto os
nadas combinações de font es atrae m umidade quando
micronut rie ntes são util izados em quantidades me nores.
misturadas, o que limita a uniformidade ele ap licação
Muitos solos nati vos apresenwm disponibilidade muito
do material mistu rado; o tamanho dos grânu los deve ser
baixc1 ele um o u ma is eleme ntos essencia is. n;.io permitindo
semelhante para evilar a segregação d o produto, etc.
que ílS cultu ras ex pressem seu potcnck1l gené tico de cresci-
♦ Reconhecer os beneficios e as interações dos 11 ie 1110. Em ecossistemas não Íl'rtilizados. as pla nta~ nativas
elementos associados. /\ rnaior part e ci os nulrie 111rs aclap ta 111-sc às dl'fil'iêncic1~ de nutriente~ limitando a taxa dP
poss ui um íon acompanhan te que pude ser benéfi co, ne u- ncscin1e11Lo - llllla ('S tratl;gia que gera l111e11 te n,ill ~ élCe itáve l
tro ou prejudicial i1 cultu ra. Por exemplo, o cloreto (C I) pe los agric ul ton•s envolvidos co111 ;1 produ~·jo de alimentos e
que aco mpanha o K no cloreto de potáss io 1' bC'n(•l1co retornos ecm 1ô 111icos.
Ma cronutri ente Fósforo p Fosfato , HP0/ ·, H2P0, Matéria orgânica, minera is 60.000
2
Micronutriente Níquel Ni Íon níquel , Ni ' Minerais 1
Elementos adicionais - incluindo sódio (Na), cobalto (Co) e silício (Si) - mostram-se essenciais ou benéficos em algumas espécies de
plantas.
Cada nutriente desempenha funções específicas na planta; veis para as plantas. Leguminosas que são removidas do cam-
alguns são relativamente simples, enquanto outros parti- po para produção de feno ou alimentação animal não deixam
cipam de reações bioquímicas extremamente complexas. grandes quantidades de N residual no solo. Leguminosas que
Uma vez dentro da planta , a fonte original do nutriente são cultivadas e deixadas no local (adubo verde) contribuem
mineral não é mais importante. com o N fixado para nutrir as culturas subsequentes e cons-
truir a matéria orgânica do solo. A quantidade de N residual
3 .1 Qual é a origem dos nutrientes? de uma cultura de cobertura pode variar muito, dependendo
Quando as concentrações de alguns nutrientes estão abaixo da espécie da planta e das condições locais.
do nível ideal no solo, os agricultores geralmente comple- Estercos e compostos são excelentes fontes de nutrientes
mentam a oferta nativa com outros recursos internos ou para as plantas quando utilizados adequadamente. Os estercos
externos da propriedade. Nos recursos da fazenda podem contém todos os elementos essenciais para as plantas, embora
ser incluídos: esterco animal , plantas leguminosas de cober- suas proporções relativas sejam, muitas vezes, diferentes
tura e resíduos de culturas. Recursos externos podem incluir das quantidades relativas necessárias. Considerando que
vários nutrientes, processados ou não, e corretivos do solo. algumas formas de N, P e S são orgânicas, elas requerem
Todos os nutrientes, exceto N, são derivados de minerais um período de desagregação (mineralização) antes de serem
que ocorrem naturalmente no solo. Complexas indústrias, convertidas em formas assimiláveis pelas raízes. Compostos
e m várias partes do mundo, foram desenvolvidas para submetidos à decomposição controlada durante um período
extrair esses nutrientes e concentrá-los em formas práticas de incubação resultam em produto orgânico relativamente
para manuseio e transporte, e que fornecem os nutrientes estável e de decomposição mais lenta, quando comparados
prontame nte disponíveis para as raízes das plantas. Alguns aos estercos. Os nutrientes contidos nos estercos e nos com-
minerais podem ser usados diretamente como fonte de postos vieram do pasto e do feno colhido nos campos que
nutrientes para as plantas ou como corretivos do solo, mas provavelmente receberam fertilizantes - nut1ie ntes adiciona-
muitos outros necessilam de processamento para aumentar dos ao ciclo elas culturas de campos próximos e distantes. É
a solubilidade ou concentrar os nutrientes, visando aumentar claro que os animais não produze m nutrientes durante sua
a efi ciência ele transporte. Minerais insolúveis liberam os digestão. mas apenas excretam o que não é absorvido na
nutrie ntes muito lentament e para a solução do solo . sua alimentação.
Leguminosas (como alfafa, trevo, ervllhaca e feijão) são Quase todos os nuu·ientes e ntram nas plamas a través cio
capazes de hospedar bactérli.ls (Nhi;:,ohia, /Jm19 1diizobia, sistema radicular. A principal forma de absorção é mostrada
Si11or/<i7-obio e outrns) em nódulos racliculares. Nesses nódulos, na Tabela 3.1 . A adubação foli a r pocle ser útil em algumas
o gás Ni atmosférico é convertido e m formas ele N cllsponí- situações, como para superar o desenvolvimento de uma
.'
ele óxido é a unidade traclicio11al usada para represe 111ar
Os fer1ilizantes normalmente são vendidos na forma de esses fertlll za ntes. O conte údo ele fósforo e po1á.sslo nos
fórmulas. que representam a garantia mínima cio fabrica nte. fertiliza ntes é expresso e m equivale ntes ele P10 ; e ele K. 0 ,
A fórmula é constituída ele uma série ele números que reve - 1
respectivamente. Para converter a forma de óxido e m fo rma
lam o conte údo ele cada nutriente na mistura. ex presso em elementar, são utilizados os seguintes fa tores de c011versão:
percentagem , ou seja, quilogramas ele nutrientes por peso cll'
100 kg ele fer tili zante mineral. O primeiro número repre- P2Ü 5 X 0,437 = p
senta o total de N; o segundo, o P disponível como P20 5 p X 2.29 = P1Ü ;
equivalente , e o terceiro . o K solú vel co mo K20 equivalente. K10 X 0.830 = K
Por exe mplo , 100 kg ele um adubo 10-15-20 rn11 térn IO kg K x l.20 = Ki O
•
Figura 3.1 Três tipos de fertilizantes compostos (contêm
uma combinação de N, P e K em cada grãnulo).
5. Mistura granulada pode ser útil para
a. aplicações de um único nutriente.
b. fornecer diferentes doses de nutrientes para
atender necessidades específicas.
c. eliminar a segregação potencial das partículas.
d. macronutrientes sem micronutrientes.
3.3 Tipos de Fertilizantes
A escolha do tipo de fertilizante a ser utilizado é, frequente· 6. Os fertilizantes fluidos são populares porque
mente, uma das primeiras decisões a serem tomadas. a. são misturados com fertilizantes granulados.
b. podem ser facilmente adicionados à água de
Mistura de grânulos - consiste na combinação de
irrigação.
vários fertilizantes granulados e m um lote que vai atender
c. são feitos de componentes de menor custo.
às necessidades es pecíficas d e um clie nte. As misturas são
d. reúnem múltiplos nutrientes em uma única
ajustadas com diferentes doses d e nutrie ntes para condi-
partícula.
ções específicas de solo e cultura. Elas são populares por-
que são feitas com componentes mais baratos e misturadas
com equipamento relativamente simples e econômico. Os
partículas durante o transporte ou aplicação (Figura 3.2). A
componentes individuais do fertilizante devem ser química
distribuição uniforme d e micronutrientes na zona radicular
e fisicamente compatíveis para mistura e armazenamento.
também é possível quando estes são incluídos na mistura
Atenção deve ser dada à possibilidade de segregação dos granulada. Existem certas proporções de nutrientes que geral-
componentes individuais que pode ocorrer durante o trans- mente estão disponíveis para várias aplicações agronômicas e
porte e a manipulação. Operadores da mistura de fertilizan- que facilitam a decisão na escolha do fertilizante.
tes estão conscientes desta preocupação e tentam igualar o
tamanho das partículas de diferentes nutrientes para minimi- Fertilizantes fluidos são populares porque permite m a
zar a segregação dos materiais durante o transporte.
Mistura granulada - é uma mistura de múltiplos nutrientes
em uma única parlicula de fertilizante sólido (Figura 3.1). Esta
mistura d e muitos nutrientes
em uma única solução ho-
mogênea, clara, que pode ser
'
difere da mistura de fertilizantes individuais, a qual resulta em aplicada de modo uniforme no
uma composição média de nutrientes. Cada partícula granula- campo. Estas soluções podem
da libera uma mistura de nutrientes à medida que se dissolve ser misturadas e aplicadas
no solo e elimina o potencial d e qualquer segregação de como fertilizante de arranque,
em faixa subsuperficial con-
centrada, ou por gotejamento,
em aplicação superficial. Elas
costumam ser adicionadas à
água de irrigação. Os fertili-
0 0 zantes fluidos são fáceis de serem Fertili::a11tcjluiclo
K
Mistura de grânulosK manuseados e são excelentes
ln
, @ veículos para uma variedade de micronutrientes, herbicidas
e pesticidas. Com a mistura d e vários ma teriais pode-se
reduzir o número de viagens ao campo, diminuindo. desse
modo, a compactação do solo e o consumo d e combustível.
Nem todos os fertilizantes fluidos são com pa tíve is quando
misturados. A Figura 3.3 fornece diretrizes para a mistura
ele materiais fluidos, considerando a compatibilidade entre
e les. É sempre recomend,1vel colocar uma pequena quanti-
dade d!' fer tiliza nte e m um frasco para testar a adequação
ela mistura, ,mtes de misturar grandes quantidades.
Figura 3.2 Distribuição de nutrientes no solo comparando-se
mistura de grãnulos e mistura granulada. A distribuição A aplicação d e fertilizante flui do junto com a agua de irriga-
mais uniforme proporcionada pela mistura granulada ção (fcrtirrigação) é nonnalme nte feita para poupar traba-
pode ser Importante quando os nutrientes são aplica- lho , aumentar a flexibilidadt> dl' temporiza~·ão na aplicação
dos em doses baixas. Já a mistura de grânulos é pos- d e nutrie ntes e me lhorar a elki(•ncia do nutriente. Isto é
sível combinar a dose recomendada de cada nutriente.
feito nos sistemas de irriga<;ão pressurizada (po r exemplo,
.............,,.
•
'
Figura 3.3 Compatibilidade das misturas de fertilizantes fluidos (adaptada de Fluid Fertilizer Foundation , 2009).
por gotejamento, microaspersão ou pivôs) e na irrigação por nutrição radicular. Muitos materiais de alta solubilidade são
sulcos. É importante que os nutrientes utilizados usados como fertilizantes foliares para atender
na fertirrigação não causem entupimento do a deficiência potencial de cada nutriente. A
equipamento de irrigação ou não se precipitem solução pulverizada sobre a superfície foliar
antes de alcançar a área-alvo. geralmente é diluída, de modo a evitar danos
Há excelentes fertilizantes, que são compatíveis com salinos (osmóticos) à folhagem. Porém, quando
qualquer tipo de sistema de irrigação. Particular a concentração de fertilizante é muito elevada,
atenção deve ser dada ao se adicionar fertilizantes o tecido foliar pode ficar desidratado e danifi-
fosfatados em água de irrigação rica em Ca ou cado (fenômeno comumente d esignado como
Mg, a fim de evitar a precipitação química e o queima das folhas). As recomendações contidas
entupimento dos tubos e emissores. Deve-se lem- nos rótulos dos produtos elevem ser seguidas
brar também que a distribuição de nutrientes por corretamente para se obter o máximo benefício
meio da fertirrigação pode não ser tão uniforme nutricional.
quanto à proporcionada pelo sistema de distribui-
ção de água no campo. Aplicação foliar d e Fertilizantes em suspensão - são obtidos por
.fertili za 111 1, meio ela suspensão ele partículas muito pequenas
Os fertilizantes fluidos também são utilizados em uma solução. Argilas ele suspensão ou agen-
na nutrição foliar por meio da pulverização de solução nu- tes ele gelificação são usados para ev itar que as partículas ele
triente sobre as folhas . Esta técnica pode ser particularmente fe rtilizante decantem no líquido. As suspensões permitem
eficiente na correção ou prevenção das carências nutricionais o uso d e materiais fertilizantes com menor solu bilidade,
ou para atender os períodos de pico de demanda ele nutrie n- co mparados aos que pode m ser usados nas soluções claras,
tes, quando a absorção pelas raízes pode ser insuficiente para e a o btenção ele maior concentração de nutrie111es. Grandes
responder às necessidades da planta. No entanto, a nutriç[IO quantidades ele micronutrientes podem ser incorporadas
foliar geralmente é considerada como um complemento da nas suspensões, bem roma herbicidas e inseticidas que ni:io
-
bem e ntend id as ou documentadas, mas elas são conhecid as
por ocorrerem no fe rtili zante, no solo, na zona rad icular e
no interior da planta. Interações favo ráveis (sinergismos) são
observadas entre alguns nutrientes. Interações indesejáveis
(antago nismo) podem ser evitad as co m o mo nitoramento
do nível de nutri entes por me io da análise d o solo e da
planta , para evitar condições extremas.
Alguns exemplos de interações entre nutrientes inclue m :
(i) a prese nça d e NH/ pode melhorar a disponibilidade
ele P, aumentando, assim , o crescimento d as plantas, (ii)
Tempo
a adubação excessiva com K pode diminuir a absorção
de Mg por algumas forra geiras, resultando em problemas
nutricionais para o gado (tetania dos pastos) ou maior inci-
dência de febre do leite e placentas retidas em vacas leite i-
8. Inibidores da urease reduzem as perdas de amõnia 10. A maior parte dos fertilizantes potásskos
de forma mais acentuada quando aplicados com a. contém potássio em diferentes formas químicas.
1 a. ureia em cobertura, na superfície do solo. b. difere principalmente quanto aos ânlons acompa-
b. ureia incorporada no solo. nhantes.
c. suJfato de amõnlo em cobertura, na superfície c. eleve ser selecionada somente com base no preço.
do solo. d. é mais efetiva do que o esterco como fon te d e
d. ureia e nitrato de amônlo incorporados ao solo. potássio.
- --
As qu esto es 9 o 10 se reíere m ao materlnl cio s módu los apresentados n~ seção 3.3 , nas páginas seguintes.
30
15
o
Peso do cacho Brix Conteúdo re lativo Conteúdo de Catalase. Atividade da
kg % de água cl orofila total 10 unidades/mini red utase de nitrato.
g/10 g mg/10 g g peso fresco mg/1O g/h
Figura 1 Peso do cacho de banana , Brix (açúcares solúveis totais), teor relativo de água e parâmetros fotossintéticos
(teor de clorofila , cata /ase e atividade da redutase de nitrato) relativos ao uso de cloreto de potássio (MOP) e
sulfato de potássio (SOP) como fontes de_potássio.
7
1□ Controle D N l!!I N+ P D N+ P+ K+ Ca + Zn + B 1
6
Doses do
nutriente
~
5 kll ha'
Cll
.e N = 120
...... P=30
a, 4 K= 60
'O
Cll
'O Ca = 20
:~ 3 Zn = 5
=í
'O 8=5
....o
a. 2
o
Baixa Média Alta
Fertilidade do solo
Produção. A produ ção de ureia envolve a reação controlada do gás amônia (N H3 ) e do dióxido de carbono (CO)
sob temperatura e pressão elevadas. A ureia fundida é moldada em esferas em equipamento especializa do de
granulação ou endurecida em forma comprimida enquanto cai de uma torre.
Durante a produção de ureia, duas molécu las po dem, inadve rt idamente, interagir e forma r um composto
denominado biureto, que pode se r prej udicia l quando pulve rizado sobre a fo lhagem das pla ntas. A ureia
comercial contém apenas peq uenas quantidades de bi ureto devido às condições cui dadosamente controladas
durante sua fabricação. No entanto, a ureia especial, com baixo teo r de biureto, está disponível pa ra aplicações
específicas.
Fábricas de ureia estã o localiza das em todo o mundo, porém mais comumente situadas próximas a instala ções
de prod ução de am ônia (NH 3 ), visto ser esta o prin cipal insumo para a produção de ureia. A ureia é tra nsporta da
em todo o mundo por navio, barcaça, ferrovia e caminhões .
Propriedades químicas
Fórm ula quím ica: CO(NH 2 ) 2
Conteúdo de N: 46% N
Sol ubilidade em água (20°C): 1,080 g L.: 1
Uso agrícola. A ureia é utilizada de muitas formas como fonte de N para o cresci mento da planta. É mais comu-
mente misturada ao solo ou aplicada à sua superfície. Devido à sua alta sol ubilidade, pode ser dissolvida em
água e aplicada ao solo, adicionada à água de irrigação ou pulverizada sobre a folhagem das plantas. Em pulve-
rizações foliares, a ureia pode ser rapidamente absorvida pelas folhas.
Após o contato da ureia com o solo ou as plantas, uma enzima (urease), que ocorre naturalmente, começa a
converter rapidamente a ureia em NH 3 , em processo denominado hidrólise. Durante esse processo, o N da ureia
fica suscetível a perdas gasosas indesejáveis na forma de NH 3 • Várias técnicas de manejo podem ser usadas para
minimizar a perda deste valioso nutriente.
A hidrólise da ureia é um processo rápido, que ocorre normalmente dias após a sua aplicação. As plantas podem
utilizar pequenas quantidades de ureia diretamente como fonte de N, mas elas usam mais comumente o amónio
(NH/) e o nitrato (N0 3 · ) , que são produzidos após a ureia ser transformada pela urease e por microrganismos
do solo.
f
Práticas de manejo. A ureia é uma excelente fonte de N para as plantas. Por se dissolver
facilmente na água , a ureia aplicada na superfície do solo se move com a chuva ou a água
de irrigação. Dentro do solo, a ureia se movimenta livremente com a água até que seja
hidrolisada para formar NH 4• . Cu idados devem ser tomados para minim izar as perdas de
N que ocorrem para a atmosfera e para as águas superficiais e subterrâneas. As perdas
l
de amônia por volatilização podem ser controladas por meio de cuidadoso manejo da
época e do local de aplicação. Deve-se evitar aplicações de ureia quando o fertilizante
for permanecer na superfície do solo por longo período de tempo. Perdas indesej áveis
de N podem resultar na diminuição do rendimento e da qualidade da cultura.
A ureia é um fertilizante com elevado teor de N, que tem boas propriedades de armazenamento e que provoca
mínima corrosão no equ ipamento de aplicação. Quando manejada adequadamente, é uma excelente fonte de N
para as plantas.
Uso não-agrícola. A ureia normalmente é utilizada em várias indústrias. É usada em usinas de energia e
sistemas de exaustão de diesel para reduzir as emissões de óxido nitroso (NO,) dos gases. Pode ser usada como
suplemento proteico na dieta de animais ruminantes, como o gado. Muitos produtos químicos industriais comuns
utilizam a ureia como componente essencial.
Fonte: http://www.ipnl.netjspecifics
•
NUTR IÇÃO DE PLANTAS 4C · FONTE CERTA
Nitrato de amônio-Ureia
Módulo 3.3-2 Soluções de fertlllzantes líquldos ou adubos fluldos são populares em multas áreas porque
são seguros, apropriados para mistura com outros nutrientes e outros produtos químicos e são facilmente
apllcávels. A solução de nitrato de amônia [NH 4 N03 ) e ureia [CO(NH 2 h) contendo 28% a 32% de N é o
fertilizante nitrogenado fluido mais popular.
Produção. O nitrato de amônio-ureia (URAN} é um fertilizante líquido relativamente simples de ser produzido.
Uma solução aquecida contendo ureia dissolvida é misturada à uma solução aquecida de nitrato de amônio resul-
tando em um fertilizante líquido claro. Metade do N total vem da solução de ureia e a outra metade da solução de
nitrato de amônia. O URAN é feito em lotes, em algumas instalações, ou em processo contínuo, em outras.
Nenhuma emissão ou resíduo ocorre durante a mistura.
Visto que o URAN é uma solução concentrada de N, sua solubilidade aumenta à medida que a temperatura
aumenta. As soluções de URAN são mais diluídas nas regiões com inverno mais frio para evitar que os com-
ponentes nitrogenados se precipitem em forma de cristais. Portanto, a concentração de N nos fertilizantes
comerciais variam entre 28% e 32%, dependendo da área geográfica. Geralmente, um inibidor de corrosão é
adicionado à solução final para proteger o aço nos tanques de armazenamento.
Propriedades químicas
Uso agrícola. Soluções de URAN são amplamente utilizadas como fonte de N para a nutrição das plantas. A
porção N03 · (25% do total de N} está prontamente disponível para a absorção pelas plantas. A fração NH; (25%
do total de N} também pode ser diretamente assimilada pela maioria das plantas, mas é rapidamente oxidada
por bactérias do solo para formar N03 • • A porção ureia restante (50% do total de N} é hidrolisada por enzimas do
solo para formar NH;, que é posteriormente transformada em N03• em grande parte dos solos.
Soluções de URAN são extremamente versáteis como fonte de nutrientes para as plantas. Devido às suas
propriedades químicas, o URAN é compatível com muitos outros nutrientes e produtos químicos agrícolas, sendo
frequentemente misturado a soluçôes contendo P, K e outros nutrientes das plantas. Os adubos líquidos podem
ser misturados para satisfazer com precisão as necessidades específicas de um solo ou da cultura.
Soluções de URAN normalmente são injetadas no solo abaixo da superfície, pulverizadas sobre a superfície do
solo, gotejadas em faixa sobre a superfície, adicionadas à água de irrigação ou pulverizadas sobre as folhas das
plantas, como fertilizante foliar. No entanto, o URAN pode danificar a folhagem se aplicado diretamente sobre
algumas plantas, sendo, assim, necessária sua diluição com água.
Práticas de manejo. O URAN é uma excelente fonte nitrogenada para as plantas. No entanto, visto que metade do
N total está presente na forma de ureia, é necessário o manejo da época e da localização do adubo para evitar per-
das por volatilização. Quando o URAN permanece na superfície do solo por longos períodos de tempo (alguns dias},
as enzimas do solo convertem a ureia em NH/, e parte dele pode ser perdida como gás amônia. Portanto, o URAN
não deve permanecer sobre a superfície do solo por muito tempo, a fim de evitar perdas significativas do adubo.
Inibidores que retardam essas transformações do N à vezes são adicionados. Logo que o URAN é aplicado ao solo,
a ureia e as moléculas de N03 • se movem livremente com a água no solo. O NH 4 • será retido no solo nos primeiros
contatos com os pontos de troca de cátions na argila ou na matéria orgânica. No período de 2 a 10 dias, a maior
parte da ureia será convertida em NH.' e sua mobilidade será reduzida. O NH/ originalmente adicionado mais o
NH; proveniente da ureia serão, por fim, convertidos em NQ3 • pelos microrganismos do solo.
•
NUTRIÇÃO DE PLANTAS 4C • FONTE CERTA
'6UUu , • ., , • ·•
Amônia
Módulo 3.3-3 A amônia (NH3) é a base para a Indústria de fertlllzantes nitrogen ados. Ela pode ser aplicada
diretamente no solo, como nutriente pa ra a planta, ou conver tida em uma variedade de fertilizantes nitrogenados
comuns. Precauções especiais de segurança e de manejo são necessárias.
Produção_ Quase 80% da atmosfera da Terra é composta de gás N , mas em forma química e biologicamente não
2
utilizável. No início dos anos 1900, foi desenvolvido o processo Haber-Bosch para combinação de N2 e hidrogênio (H 2 )
sob condições de alta temperatura e pressão. A reação é: (3H2 + N2 ➔ 2 NH3 ]
Hastes aplicadoras
Propriedades químicas
Muitos materiais combustíveis fósseis podem ser usados como fonte de H2 , mas o gás natural (metano) é o mais comum.
Portanto, a maior parte da produção de NH 3 ocorre em locais onde existe um fornecimento prontamente disponível de gás
natural.
A amônia encontra-se em forma de gás na atmosfera, mas é transportada em estado líquido por com pressão ou refrige-
ração abaixo do seu ponto de ebulição (-33 ºC). Ela é embarcada, globalmente, em navios refrigerad os, vagões pressuri-
zados e dutos de longa distância.
Uso agrícola. A amônia é o fertilizante comercial com maior conteúdo de N, o que a torna uma fonte popular do
nutriente, apesar do perigo potencial que representa e das práticas de segurança que são necessárias para sua
utilização. Quando aplicada diretamente no solo, a amônia é um líquido
pressurizado que se transforma em vapor imediatamente após sair
do tanque. A amônia geralmente é colocada na profundidade de, no
mínimo, 10 a 20 cm abaixo da superfície do solo, ou de tal forma que
a sua perda como vapor para a atmosfera seja evitada . Vários tipos de
facas e hastes pu xadas por trator são utilizados para posicionar a amõn ia
no local correto. A amõnia reage rapidamente com a água do solo para
formar amônio (NH; ), o qual é retido nos sítios de troca de cátions do
solo. Algumas vezes, a amônia é dissolvida em água para a produção
de hidróxido de amônia, um fertilizante nitrogenado líquido popular.
O hidróxido de amônio não precisa ser injetado tão profundamente no
solo quanto a amônia, o que proporciona vantagens durante a aplicação no campo e tem menos exigências quanto
'
r·
à segurança. O hidróxido de amônio é frequentemente adicionado à água de irrigação e usado em condições de solo
inundado.
Prát icas de manejo. O manuseio da amônia requer atenção quanto à segurança. Em instalações de armazenamento e
durante a aplicação no campo deve-se usar equipamento de proteção individual adequado. Visto que ela é muito solúvel em
água , a amônia livre pode reagir rapidamente com a umidade do corpo e causar danos graves em órgãos como pulmões e
olhos. Não deve ser transferida ou aplicada sem o treinamento de segurança adequado.
Imediatamente após a sua aplicação, a elevada concentração de NH 3 em torno do local de injeção causa uma inibição
temporária dos microrganismos do solo. No entanto, a população microbiana se recupera à medida que a NH se converte em
3
NH ', se difunde a partir do ponto de aplicação e, em seguida, se converte em nitrato. Do mesmo modo, para evitar danos
dur~nte a germinação, as sementes não podem ser colocadas em estreita proximidade com a zona de aplicação recente de
NH 3 • A fuga inadvertida de NH 3 para a atmosfera deve ser evitada tanto quanto possível. As emissões de NH 3 estão ligadas
à neblina atmosférica e às alterações na composição química da água de chuva. A presença de elevadas concentrações de
NH 3 em águas de superfície pode ser prejudicial para os organismos aquáticos.
Usos não-agrícolas. Mais de 80%da produção de NH 3 é utilizada para fertil izante, ou para aplicação direta ou para produção
de fertilizantes nitrogenados sólidos e líquidos. No entanto, existem muitos outros usos Importantes para a al!lônia em aplicações •
Industriais. Produtos de limpeza domésticos são feitos a partir de uma solução de 5%a 10% de NH 3 dissolvida em água (de modo
a formar hidróxido de amônia). Devido às suas propriedades de vaporização, o NH 3 é amplamente utilizado como refrigerante.
Fonte: http://www.ipni.net/specllics
•
•
' Sulfato de amônio
Módulo 3.3-4 O sulfato de amónio [(NH 4 }i 50 4 ) foi um dos primeiros fertlllzantes nitrogenados produzidos e o
mais amplamente utlllzado na produção agrícola. Atualmente, é menos utilizado, mas especialmente valioso
onde ambos os nutrientes, N e S, são requeridos. Sua elevada solubilidade proporciona versatilidade para uma
série de aplicações agrícolas.
Produção. O sulfato de amônio (SA) tem sido produzido há mais de 150 anos. Inicialmente, foi fabricado a partir da
amônia liberada durante a fabricação do gás de carvão, usado para iluminar cidades, ou do coque de carvão, utilizado
para produzir aço. É obtido pela reação de ácido sulfúrico e amônia quente. O tamanho dos cristais resultantes é
determinado pelo controle das condições de reação. Quando o tamanho desejado é alcançado, os cristais são secos e
• selecionados por tamanhos específicos de partícula . Alguns materiais são revestidos com condicionador para reduzir a
poeira e a solidificação das partículas.
'
1
A maior parte da demanda atual de sulfato de amônia é atendida pela produção de subprodutos de várias indústrias.
Por exemplo, o sulfato de amônia é um co-produto no processo de fabricação do nylon. Certos subprodutos que contêm
amônia ou ácido sulfúrico são comumente convertidos em sulfato de amônio para uso na agricultura. Embora sua cor
possa variar de branco a bege, ele é frequentemente vendido como cristal altamente solúvel que apresenta excelentes
propriedades de armazenamento. O tamanho da partícula pode variar de acordo com a finalidade a que se destina .
• Propriedades químicas
Fórmula química: (NH.hSO•
Conteúdo de N: 21%
Conteúdo de S: 24%
Solubilidade em água: 750 g L:1
pH da solução: 5a6
' Cristais de (NH,) 2 S0•
\ Uso agrícola. O sulfato de amônio é utilizado principalmente onde há necessidade de suplementação de N e S para
satisfazer a exigência nutricional das plantas em crescimento. Visto que contém apenas 21% de N, existem outras fontes
de fertilizantes que são mais concentradas e econômicas em relação ao manuseio e transporte. No entanto, ele fornece
uma excelente fonte de S que desempenha numerosas funções essenciais nas plantas, incluindo a síntese de proteínas.
Pelo fato da fração N estar presente sob a forma de amônio, o sulfato de amônia é frequentemente utilizado em solos
alagados para a produção de arroz. Nesses solos, evita-se o uso de fertilizantes à base de nitrato devido às perdas
por desnitrificação.
Nas pulverizações de herbicidas em pós-emergência costuma-se adicionar solução contendo sulfato de amônio dis-
solvido para melhorar a eficácia no controle das plantas daninhas. Esta prática de aumentar a eficácia do herbicida
com o acréscimo de sulfato de amônia é particularmente eficiente quando a fonte de água contém concentrações
.. significativas de magnésio, cálcio ou sódio. O sulfato de amônia com alto grau de pureza geralmente é usado para
evitar o entupimento dos bicos pulverizadores.
• Práticas de manejo. Após a adição no solo, o sulfato de amônio dissocia-se rapidamente nos seus componentes
amônia e sulfato. Caso permaneça na superfície do solo, o amônia pode ficar suscetível a perdas gasosas em condições
alcalinas. Nessas situações, é aconselhável a incorporação do fertilizante ao solo logo que possível ou sua aplicação
antes da irrigação ou de uma precipitação predita.
A maior parte das plantas é capaz de utilizar ambas as formas de N (amônia e nitrato) para o crescimento. Em solos
quentes, os microrganismos irão rapidamente converter amônio em nitrato pelo processo de nitrificação [NH; + 20
2
➔ N0 •
3
+ H2 0 + 2H ' ). Esta reação microbiana gera acidez [H'], o que acabará por diminuir o pH do solo após o uso
repetido do adubo. O sulfato de amônia tem efeito acidificante no solo devido ao processo de nitrificação ... porém, não
pela presença de sulfato, que tem efeito insignificante sobre o pH . O potencial acidificante do sulfato de amônio é maior
do que o do nitrato de amônio, em equivalente quantidade de N, por exemplo, visto que todo o N do sulfato de amônia
será convertido em nitrato, enquanto apenas metade do N do nitrato de amônio será convertido nessa forma .
• Usos não-agrícolas. O sulfato de amônia é comumente adicionado a produtos de panificação como condicionador da
•
1
massa . É também um componente do pó em extintores e agentes à prova de chama. Ele é utilizado em muitas aplicações
nas indústrias química, têxtil, farmacêutica e de celulose.
Fonte: http://www.lpni.net;specillcs
Módulo 3 .3-5 A produção e a aplicação do nltrofosfato é amplamente regional; sua utilização é centrada
onde esta tecnologia é vantajosa. O processo utiliza o ácido nítrico, ao invés de ácido sulfúrico, para o trata-
mento do fosfato de rocha e não resulta em subprodutos, como gesso.
Produção. A maior parte dos fertilizantes fosfatados comerciais é produzida pela reação da rocha fosfática
bruta com ácido sulfúrico ou fosfórico. O processo com ácido sulfúrico para produção de fertilizantes
fosfatados resulta em grande quantidade de sulfato de cálcio (gesso), subproduto que incorre em custos
adicionais para a disposição final do produto. O nitrofosfato difere dos demais porque envolve a reação
da rocha fosfática com ácido nítrico. O ácido nítrico é produzido pela oxidação da amônia com o ar, sob
temperaturas elevadas. A principal vantagem desse processo é que pouca ou nenhuma entrada de S é
necessária. Com o processo de produção de nitrofosfato, o excesso de Cada rocha fosfática é convertido
no fertilizante nitrato de cálcio, de grande valor, em vez de gesso. O processo foi desenvolvido na Noruega e
grande parte da produção mundial ainda ocorre na Europa.
A reação geral é: fosfato de rocha + ácido nítrico ➔ ácido fosfórico+ nitrato de cálcio+ ácido fluorídrico. O
ácido fosfórico resultante é muitas vezes misturado a outros nutrientes para formar fertilizantes compostos
contendo vários nutrientes em um único pelete. O nitrato de cálcio ou o nitrato de amônio co-gerados são
vendidos separadamente.
Propriedades químicas
Uso agrícola. A composição em nutrientes do nitrofosfato pode variar amplamente, dependendo da utilização
pretendida. É importante selecionar a composição adequada para cada cultura específica e exigência do
solo. O nitrofosfato é vendido na forma de grânulos e é utilizado para aplicação direta no solo. Geralmente é
espalhado sobre a superfície do solo, misturado ao solo na zona radicular, ou aplicado em faixa concentrada
abaixo da superfície do solo antes do plantio.
Práticas de manejo. O nitrofosfato contém quantidades variáveis de nitrato de amônio, o que atrai umidade.
Para prevenir o endurecimento ou empedramento, esses fertilizantes geralmente são embalados em sacos
estanques e protegidos da umidade antes da entrega ao agricultor.
Fonte: http://www.ipni.net/specifics
Nitrato de amônio
Módulo 3.3-6 O nitrato de amônlo foi o primeiro adubo nitrogenado sólido produzido em larga escala, mas sua
popularidade diminuiu nos últimos anos. Tem sido uma fonte de N comum porque contém nitrato, amônia e um teor
relativamente alto de nutrientes.
Produção. A produção de nitrato de amônia em larga escala começou na década de 1940, quando foi utilizado na
fabricação de munições durante a guerra. Após o final da Segunda Guerra Mundial, o nitrato de amônia tornou-se
disponível como fertilizante comercial. A produção de nitrato de amônia é relativamente simples: o gás amônia reage
com o ácido nítrico de modo a formar uma solução concentrada e consideravelmente quente.
O fertilizante perolizado é formado à medida que gotas de solução concentrada de nitrato de amônia (95% a 99%)
caem de uma torre e se solidificam. Grânulos de baixa densidade são mais porosos do que grânulos de alta densi-
dade e são os preferidos para uso industrial, enquanto grânulos de alta densidade são utilizados como fertilizantes.
O nitrato de amônia granulado é preparado através da pulverização da solução concentrada sobre pequenos grânulos
em um tambor rotativo.
Visto que o nitrato de amônia é higroscópico e atrai facilmente a umidade do ar, geralmente é estocado em armazéns
equipados com ar condicionado ou em sacos selados. O adubo sólido geralmente é revestido com um composto anti-
endurecimento para evitar aderência e empedramento.
Pequenas quantidades de minerais de carbonato são por vezes adicionadas antes da solidificação, o que elimina as
propriedades explosivas do nitrato de amônia. Estes aditivos diminuem a concentração de N e são moderadamente
solúveis, tornando o produto modificado menos adequado para aplicação em sistemas de irrigação (fertirrigação).
Uso agrícola. O nitrato de amônia é um fertilizante popular visto que fornece metade do N na forma de nitrato
e metade na forma de amônia. O nitrato movimenta-se facilmente com a água do solo para as raízes, onde fica
imediatamente disponível para absorção pelas plantas. A fração amônia é absorvida pelas raízes ou gradualmente
convertida em nitrato pelos microrganismos do solo. Muitos produtores de hortaliças preferem uma fonte de nitrato
prontamente disponível para a nutrição vegetal e usam o nitrato de amônia. É popular para pastagem e adubação do
feno, uma vez que é menos suscetível a perdas por volatilização quando deixado na superfície do solo, comparado
aos fertilizantes à base de ureia.
o nitrato de amônia geralmente é misturado a outros fertilizantes, mas estas misturas não podem ser armazenadas
f por longos períodos de tempo devido à higroscopicidade. A solubilidade muito alta do nitrato de amônia o torna
adequado para a fabricação de soluções para pulverização foliar ou fertirrigação.
1 Práticas de manejo. O nitrato de amônia é um fertilizante nitrogenado popular devido à facilidade de manuseio e ao
alto conteúdo de nutrientes. É muito solúvel no solo e, em condições de umidade, a porção nitrato pode avançar para
1 além da zona radicular. O nitrato também pode ser convertido em óxido nitroso (gás) em condições muito úmidas pelo
processo de desnitrificação. O amônia não está sujeito a perdas consideráveis até que seja oxidado a nitrato.
Preocupações em relação à utilização ilegal do fertilizante para a fabricação de explosivos levou a uma rigorosa
regulamentação governamental em muitas partes do mundo. Restrições à venda e ao transporte têm desmotivado
alguns revendedores de fertilizantes a trabalhar com esse material.
Usos não-agrícolas. Uma forma de nitrato de amônia perolizada, de baixa densidade, é amplamente utilizada como
explosivo na indústria de mineração, para exploração de pedreiras, e no setor de construção. É intencionalmente porosa
para permitir uma rápida absorção de óleo combustível (denominado ANFO).
Embalagens de resfriamento instantâneo são feitas com dois sacos - um contendo nitrato de amônia seco e outro
contendo água. Quando a barreira de separação dos sacos é rompida, o nitrato de amônio clissolve-se rapidamente, em
reação endotérmica, diminuindo a temperatura da embalagem em 2 a 3 ºC, de forma muito rápida.
Fonte: http://www.ipni.net/specifics
•
Fosfato monoamônico
Módulo 3 .3-7 O fosfato monoamônlco (MAP ) é uma fonte de P e N amplamente utlllzada. Nos últimos anos,
seu uso aumentou rapidamente. Ele é feito de dois componentes com uns na indústria de fertilizantes e tem o
maior teor de P entre os fertilizantes sólidos comu ns.
Produção. O processo para a fa bricação de MAP é relativamente simples. No método usual, faz-se reagir amônia
(NH ) e ácido fosfó rico (Hl04 ) na propo rção de 1:1 e a mistura resultante é solidificada em um granu lado r. O
segundo método consiste em introduzir os dois materiais de partida em um reator de tubo central onde a reação gera
calor para evaporar a água e solidifica r o MAP. Variaçôes desses métodos ta mbém estão em uso para a produção de
MAP. Uma va ntagem de se produzir MAP é que pode-se util iza r Hl 0 4 de qual idade infe rior, comparado a outros fos-
fatos que, muitas vezes, necessitam de um grau mais puro de ácido. O teor de P20 5 equivalente do MAP varia entre
48% e 61%, dependendo da quantidade de impureza no ácido. A composição mais comum do fertilizante é 11-52-0.
Propriedades químicas
Fórmula química: NH. H2PO.
Conteúdo de N: 10% a 12%
Conteúdo de P20 s: 48% a 61%
Solubilidade em água (20 ºC): 370 g L.: 1
pH da solução: 4,0 a 4,5
Uso agrícola. Durante muitos anos, o MAP tem sido um importante fertilizante granulado. É solúvel em água e
dissolve-se rapidamente no solo se houver umidade adequada . Após a dissolução, os dois componentes básicos do
fertil izante se separam novamente para liberar NH; e H/04 -. Ambos os nutrientes são importantes para sustentar o
crescimento saudável das plantas. O pH da solução que envolve o grânulo é moderadamente ácido, fazendo do MAP
um fertilizante especialmente desejável em solos de pH neutro e elevado. Estudos agronômicos mostram que não
há diferença significativa , quanto à nutrição fosfatada, entre os vários fertilizantes fosfatados comerciais sob muitas
condiçôes.
Práticas de manejo. Não existem precauçôes especiais associadas à utilização do MAP. A ligeira acidez associada a
este fertilizante reduz o potencial de perda de NH 3 para o ar. O MAP pode ser aplicado em estreita proximidade com
as sementes em germ inação sem haver preocupação com danos relacionados à NH 3 • A aplicação do MAP em faixa
protege o p da fixação pelo solo e facilita o sinergismo entre o amônio e a absorção de fosfato pelas ra ízes.
Quando o MAP é utilizado como adubo foliar ou adicionado à água de irrigação não deve ser misturado a fertilizantes
contendo cálcio ou magnésio. O MAP tem boas propriedades de armazenamento e manipulação. Algumas impurezas
químicas (tais como ferro e alumínio) natura lmente servem como condicionador para evitar endurecimento. O MAP
altamente puro pode requerer a adição de condicionador ou um tratamento especial para evitar endurecimento e
empedramento. Tal como acontece com todos os fertilizantes fosfatados, práticas de manejo apropriadas devem ser
utilizadas para minimizar qualquer perda de nutriente para a superfície ou água de drenagem.
uma fonte de MAP com alta pureza é usada como ingrediente em alimentos para animais. O NH/ é sintetizado em
proteína e o Hlo. - é utilizado em uma variedade de funçôes metabólicas nos animais.
u sos não-agrícolas. O MAP é usado em extintores de incêndio comumente encontrados em escritóri os, escolas e
lares. O spray do extintor dispersa o pó fino de MAP, que cobre o combustível e rapidamente extingue a chama.
Fonte: http://www.ipnl.net;specifics
Produção. O fosfato de amônia se tornou disponível na década de 1960 e o DAP rapidamente se tornou o mais
popular nesta classe de produtos. É formulado em reação controlada de ácido fosfórico com amônia, na qual a
suspensão quente é em seguida arrefecida, granulada e peneirada . O DAP tem excelente comportamento e
propriedades de armazenamento. A fórmula pad rão do DAP é 18-46-0 e os produtos ferti lizantes com menor teor
de nutrientes não podem ser rotulados como DAP.
Os insumos necessá rios para a produção de 1 tonelada de DAP são: 1,5 a 2 t de rocha fosfática, 0,4 t de S para
dissolver a rocha e 0,2 t de amônia. Muda nças na oferta ou no preço de qualq uer desses insumos terão impactos
no preço e na disponibilidade de DAP. O alto teor de nutrientes do DAP colabora na redução dos custos de frete,
manuseio e aplicação. O DAP é produzido em muitos locais do mundo e é uma comm odity amplamente negociada.
Propriedades químicas
Fórmula química: (NH4)iHP04
Conteúdo de N: 18%
Conteúdo de P20 s: 46%
Solubilidade em água (20 ºC): 588 g l 1
pH da solução: 7,5 a 8,0
Uso agrícola. O DAP é uma excelente fonte de P e N para a nutrição das plantas. É altamente solúvel e, portanto,
dissolve-se rapidamente no solo para liberar o fosfato e o amônia disponíveis para as plantas. Uma propri edade
notável do DAP é o pH alcalino que se desenvolve em torno do grânulo em dissolução.
Como a amônia é liberada na dissolução dos grânulos de DAP, a amônia volátil pode
ser prejudicial para as mudas e raízes das plantas que estão próximas. Este dano
potencial é mais comum quando o pH do solo é maior que 7, uma condição que
normalmente existe em torno do grânulo em dissolução. Para evitar a possibilidade
de danos às mudas, cuidados devem ser tomados para evitar a aplicação de altas
concentrações de DAP perto das sementes em germinação.
Práticas de manejo. Existem diferenças quanto à reação química inicial do adubo no solo entre os vários
fertilizantes fosfatados comerciais, mas essas diferenças tornam-se menores ao longo do tempo (em semanas ou
meses) e mínimas até que a nutrição das plantas seja afetada. Comparando-se DAP e fosfato monoamõnico (MAP)
no campo nota-se que, com bom manejo do fertilizante, na maior parte dos resultados, ocorre pouca ou nenhuma
diferença no crescimento e na produtividade das plantas.
Usos não-agrícolas. O DAP é utilizado em muitas aplicações como retardante de fogo. Por exemplo, uma mistura
de DAP e outros ingredientes pode ser espalhada em uma floresta para evitar a queima pelo fogo. Essa mistura se
torna, então, uma fonte de nutrientes depois que cessa o p~rigo de incêndio. O DAP é utilizado em vários processos
industriais, como, por exemplo, no acabamento de metais. E comumente adicionado ao vinho, para sustentar a
fermentação de leveduras, e na manufatura de queijos, para suprir com nutrientes o meio de cultura inicial.
Fonte: http://www.ipni.net;specifics
Uso agrícola. No polifosfato, entre metade a três quartos do P está presente nos polímeros em forma de cadeia. o
P remanescente (ortofosfato) está prontamente disponível para a absorção pelas plantas. As cadeias de polímeros
de fosfato são primeiramente quebradas em moléculas simples de fosfato pelas enzimas produzidas por microrga-
nismos do solo e das raízes das plantas. Alguns dos polifosfatos serão decompostos sem a ação das enzimas. A ativi-
dade enzimática é mais rápida em solos úmidos e quentes. Metade dos compostos de polifosfato são convertidos
em ortofosfato no prazo de uma a duas semanas. Em condições frias e secas, a conversão pode demorar.
Práticas de manejo. O polifosfato de amónio é usado principalmente como fonte de P para as plantas. Conside-
rando que o P tem mobilidade limitada na maior parte dos solos, esforços devem ser feitos para colocar o adubo
perto das raízes em desenvolvimento. Práticas devem ser adotadas para minimizar o movimento do P do solo para a
água adjacente. O excesso de P na água superficial pode estimular o crescimento de algas indesejáveis.
Uso não-agrícola. O fosfato é um componente essencial na nutrição humana. O polifosfato é um aditivo alimentar
aprovado e não exige precauções especiais para manuseio. Compostos de polifosfato são amplamente utilizados
como retardante de fogo em muitos produtos, incluindo madeira, papel, tecido e plástico. Também é utilizado como
retardante de incêndios florestais. O modo de ação do polifosfato de amônia envolve a formação de uma camada
carbonizada após a queima, impedindo, assim, o aparecimento de chamas adicionais.
Fonte: http:j/www.ipnl.net/specifics
Módulo 3.3-10 O superfosfato slmples (SSP) foi o primeiro fertlllzante mineral a ser comerclallzado e levou
ao desenvolvlmento da moderna Indústria de nutrientes das plantas. Este já foi o fertilizante mais comumente
utilizado, mas atualmente outros fertilizantes fosfatados já substituem o SSP devido ao seu conteúdo relativamente
baixo de P.
Produção. A indústria moderna de fertilizantes foi lançada em 1840 ao se descobrir que a adição de ácido sulfúrico ao
fosfato natural produzia um excelente fertilizante solúvel, denominado de superfosfato. Ossos de animais terrestres
foram utilizados pela primeira vez nesta reação, mas depósitos naturais de rocha fosfática (apatita) logo substituíram
o suprimento limitado de ossos. O processo de produção de SSP é semelhante ao que ocorre naturalmente com os os-
sos ou a apatita nos solos ácidos. A técnica básica mudou muito pouco desde o século passado. O fosfato de rocha
é colocado para reagir com o ácido sulfúrico para formar um semi-sólido, o qual arrefece durante várias horas em
local apropriado. O material é então transportado para uma pilha de armazenamento onde permanecerá várias
semanas para o processo de cura. O material endurecido é, então, moído e peneirado até ao tamanho apropriado
de partícula ou granulado. A reação química geral é:
CaJ(P0 4h (rocha fosfática] + 2 H2S04[ácido sulfúrico]-+ Ca(H 2 P04h [fosfato monocálcico] + 2 CaS04 [gesso]
O SSP pode ser facilmente produzido em pequena escala para atender às necessidades regionais. Visto que o SSP
contém tanto fosfato monocálcico (MCP, também chamado de dihidrogenofosfato de cálcio) quanto gesso, não
existem problemas com a eliminação do subproduto fosfogesso, como ocorre com a produção de outros fertilizantes
fosfatados comuns.
O SSP também é conhecido como superfosfato comum e superfosfato normal. É por vezes confundido com o super-
fosfato triplo (ST), o qual é produzido por meio da reação de fosfato de
ror.hr1 r.om ~r.irlo fosfórir.o.
Propriedades químicas
Uso agrícola. O SSP é uma excelente fonte de três nutrientes para as plantas. A reação do componente p no
solo é semelhante a de outros fertilizantes solúveis. A presença de ambos, P e S, no SSP pode ser uma vantagem
agronômica nos solos onde ambos os nutrientes estão deficientes. Estudos agronômicos atestam que o SSP geral-
mente se mostra superior aos outros fertilizantes fosfatados devido ao S e/ou Ca que contém. Quando localmente
disponível, o SSP tem uso generalizado na adubação de pastagens, onde P e S são necessários. Como fonte isolada
de P, o SSP muitas vezes é mais caro do que outros fertilizantes mais concentrados, perdendo, portanto, em popu-
laridade.
Práticas de manejo. Não existem precauções agronômicas especiais ou de manuseio para o SSP. A sua eficiência
agronômica é semelhante à de outros fertilizantes fosfatados, secos ou líquidos.
A perda de P no escoamento superficial de campos fertilizados pode contribuir para os problemas de qualidade da
água. Práticas agrícolas que minimizem essa perda devem ser implementadas.
Usos não-agrícolas. O SSP é usado principalmente como fonte de nutrientes para as plantas. No entanto, 0 MCP e
o gesso (os dois principais ingredientes do SSP) são amplamente utilizados em muitos produtos. Por exemplo, 0 MCP
geralmente é adicionado para enriquecer a alimentação animal. Também é comumente utilizado como agente de
fermentação na culinária. O gesso é amplamente usado na Indústria de construção, bem como em alimentos e produtos
farmacêuticos.
Fonte: http://www.ipni.net/speclfics
Produção. A produção de SST é relativamente simples. O SST não granulado é comumente produzido fazendo-se
reagir fosfato de rocha finamente moído com ácido fosfórico líquido em misturador tipo cone. O SST granulado
é feito de forma semelhante, porém a mistura resultante é pulverizada como revestimento sobre as partículas
pequenas para a formação de grânulos com o tamanho desejado. O produto resultante de ambos os métodos
de produção é deixado em processo de cura durante várias semanas, quando então as reações químicas são
lentamente concluídas. A química e o processo de reação podem variar, dependendo das propriedades da rocha
fosfática.
Uso agrícola. O SST possui diversas vantagens agronômicas, as quais fizeram dele uma fonte popular de P por
muitos anos. Entre os adubos sólidos que não contêm N, ele apresenta o maior teor de P. Mais de 90% do P total
no SST é solúvel em água, o que o torna, desse modo, rapidamente disponível para a absorção pelas plantas.
Após a umidade do solo dissolver o grânulo, a solução concentrada do solo torna-se ácida. O SST também contém
15% de cálcio (Ca), fornecendo um nutriente adicional para as plantas.
O principal uso do SST ocorre nas misturas de fertilizantes sólidos para aplicação à lanço na superfície ou em
faixa concentrada abaixo da superfície do solo. Também é desejável na adubação de plantas leguminosas, como
alfafa e feijão, para as quais não é necessária adubação nitrogenada adicional para suplementar a fixação
biológica.
Práticas de manejo. A popularidade do SST diminuiu porque seu conteúdo total de nutrientes (N + P20 5) é me-
nor, comparado aos fertilizantes fosfatados amonlacais, tal como fosfato de monoamônio, que contém 11% de N
e 52% de P20 5 • O custo de produção do ST pode ser mais elevado do que o dos fosfatos amoniacais, tornando a
economia do SST menos favorável em algumas situações.
No manejo dos fertilizantes fosfatados deve-se evitar as perdas de P no escoamento superficial da água no campo.
A perda de fósforo do solo agrícola pode contribuir para o estímulo do crescimento de algas indesejadas nas
águas de superfície. Práticas adequadas de manejo de nutrientes podem minimizar esse risco.
Usos não-agrícolas. O fosfato monocálcico é um ingrediente importante do fermento em pó. O fosfato mono-
cálcico ácido reage com um componente alcalino para produzir dióxido de carbono - o fermento utilizado em
muitos produtos de padaria. O fosfato monocálcico é comumente adicionado à dieta dos animais como um
suplemento mineral importante, tanto de fosfato como de Ca.
Fonte: http://www.ípni.net/specifics
Produção. O fosfato de rocha é obtido a partir de depósitos geológicos localizados ao redor do mundo. A apatita,
um mineral de fosfato de cálcio, é o principal constituinte do FR. É extraída principalmente de depósitos marinhos
sedimentares, sendo uma pequena quantidade
obtida de fontes ígneas. A maior parte do FR é recu-
perada através da mineração de superfície, embora
uma parte seja extraída de minas subterrâneas.
A utilização direta do FR evita o processamento adicional associado à conversão da apatita em uma forma solúvel.
O processamento mínimo do FR pode resultar em uma fonte de nutrientes de custo mais baixo e torná-lo aceitável
nos sistemas de produção de culturas orgânicas.
Uso agrícola. Quando um fertilizante fosfatado solúvel em água é adicionado ao solo, ele se dissolve rapidamente
e reage para formar compostos de baixa solubilidade. Quando o FR é adicionado ao solo, ele se dissolve lentamen-
te, liberando os nutrientes gradualmente; porém, a taxa de dissolução pode ser demasiado lenta para sustentar o
crescimento adequado das plantas em alguns solos. Para otimizar a eficácia do FR, os seguintes fatores devem ser
considerados:
• pH do solo: O FR requer solos ácidos para ser uma fonte efetiva de nutrientes. Geralmente, o uso do FR não é
recomendado em solos com pH superior a 5,5. A adição de calcário para elevar o pH do solo e reduzir a toxici-
dade de AI pode retardar a dissolução do FR.
• Capacidade de fixação de P do solo: A dissolução do FR aumenta com a maior capacidade de fixação de p do
solo (como alto teor de argila).
• Propriedades do solo: Baixo teor de cálcio e alta quantidade de matéria orgãnica no solo tendem a acelerar a
dissolução do FR.
• Localização: A aplicação a lanço e a incorporação do FR com o cultivo aceleram a reação com o solo.
• Espécie: Algumas espécies de plantas podem utilizar melhor o FR devido à excreção de ácidos orgânicos de
suas raízes no solo circundante.
• Época: O tempo requerido para a dissolução do FR exige que a sua aplicação seja feita antes que ocorra a
demanda pela planta.
Práticas de manejo. Nem todas as fontes de FR não transformadas são apropriadas para aplicação direta no solo.
Além disso, muitos solos não são adequados para uso do FR. O teor total de P de um material não é um bom indicador
do seu potencial de reatividade no solo. Por exemplo, muitas fontes ígneas de FR são ricas em P total, mas são de
baixa reatividade e fornecem nutrição mínima para as plantas porque dissolvem-se muito lentamente. No entanto, os
fungos mlcorrízicos podem auxiliar na aquisição de P em materiais de baixa solubilidade em alguns ambientes.
Mais de 90%do FR é convertido em adubo fosfatado solúvel quando reage com o ácido. Esta reação química é
semelhante à que o FR sofre quando reage com a acidez do solo. A eficácia agronômica e econômica do FR pode ser
equivalente à dos fertilizantes fosfatados solúveis em água, em algumas circunstâncias, mas as condições específicas
devem ser consideradas ao se fazer essa escolha.
Fonte: http://www.ipnl.net/specifics
Uso agrícola. O cloreto de potássio é o fertil izante potássico mais amplamente utilizado
devido ao seu custo relativamente baixo e por incluir mais K do que a maioria das outras fontes ... 50% a 52% de K
(60% a 63% Kp) e 45% a 47% de c1·.
Mais de 90% da produção global de potássio é usada para a nutrição das plantas. O cloreto de potássio é frequen-
temente espalhado sobre a superfície do solo antes do plantio e
cultivo. Também pode ser aplicado em fai xa concentrada perto
da semente. Visto que a dissolução do fertilizante irá aumentar a
concentração de sal solúvel, a faixa de KCI é colocada ao lado da
semente, a fim de evitar danos à planta em germinação.
Práticas de manejo. O cloreto de potássio é ut ilizado principalmente como fonte nutricional de K. No entanto, exis-
tem regiões onde as plantas respondem favoravelmente à aplicação de CI ·. O cloreto de potássio geralmente é o
material preferido para satisfazer essa necessidade. As doses usuais de KCI não provocam impactos significativos
sobre a água ou o ar. Elevadas concentrações de sal ao redor do fertilizante dissolvido podem ser o fator mais im-
portante a ser considerado no manejo do KCI.
usos não-agrícolas. O potássio é essencial para a saúde humana e animal. Ele deve ser ingerido regularmente,
porque não é armazenado no corpo. O cloreto de potássio p_ode ser utilizado corno substituto do sal para os indiví-
duos que estão sob dieta restrita de sal (cloreto de sódio). E usado como agente de degelo e tem va lor fertil izante
depois que o gelo derrete. Também é ulil izado em amacladores de água para substituir o cál cio na água .
Fonte: http://www.lpnl.net;specifics
No Novo México (EUA), o K2S04 é separado do mineral langbeinita pela reação deste com solução de KCI, o que
remove os subprodutos (tais como Mg) e deixa o K2S04. Técnicas de processamento similares são usadas em
muitas partes do mundo, dependendo da disponibilidade de matérias-primas.
Propriedades químicas
Fórmula: K2S04
Conteúdo de K20: 48%a 53%
Conteúdo de S: 17% a 18%
Solubilidade (25 ºC): 120 g L.:1 '
pH da solução: cerca de 7
Uso agrícola. As concentrações de K no solo frequentemente são muito baixas para sustentar o crescimento
adequado das plantas. O potássio é necessário para completar muitas funções essenciais nas plantas, como a
ativação de reações enzimáticas, síntese de proteínas, formação de amido e açúcares e regulação do fluxo de
água nas células e folhas.
O sulfato de potássio é uma excelente fonte de K e S para as plantas. A porção K
do K2S04é igual a de outros fertilizantes potássicos comuns. No entanto, também
fornece uma fonte valiosa de enxofre (S), que às vezes se encontra deficiente para
o crescimento das plantas. OS é necessário para a síntese de proteínas e para
a função enzimática. Existem certos solos e culturas para os quais a adição de
c1- deve ser evitada. Neste caso, o K2S04 torna-se uma fonte muito adequada de
K. A solubilidade do sulfato de potássio representa um terço da solubilidade do
KCI, por isso, geralmente não é utilizado na água de irrigação, a menos que haja
necessidade adicional de S.
o K2S04 geralmente está disponível em vários tamanhos de partículas. As partículas finas(< 0,015 mm) são
utilizadas para a fabricação de soluções para irrigação ou fertilizantes foliares, uma vez que se dissolvem mais
rapidamente. Pulverizações foliares de K2S04 constituem uma forma prática de fornecer K e S para as plantas,
complementando os nutrientes absorvidos do solo. Danos foliares podem ocorrer se a concentração for muito
elevada.
Práticas de manejo. O K2 S04 frequentemente é utilizado na adubação de culturas em substituição ao KCI quando
o c1- é indesejável. O índice salino parcial do K2 S0 4 é menor do que o de alguns outros fertilizantes potássicos
comuns. A condutividade elétrica (CE) da solução de K2S0 4 é menos de um terço da CE de solução semelhante de
KCI (10 mmol L· 1) . Quando altas doses de K2S04 são necessárias, geralmente recomenda-se aplicá-las em doses
parceladas. Isso ajuda a evitar o acúmulo de K na planta e também minimiza qualquer dano potencial do sal.
Fonte: http://www.lpnl.net/specilics
Produção. A langbeinita é um material geológico diferenciado encontrado em apenas alguns locais do mundo.
Fontes comerciais de langbeinita vêm de minas subterrâneas perto de Ca rlsbad, no Novo México (EUA), que
começaram a ser exploradas comercialmente em 1930. Esses depósitos fora m formados há milhões de anos,
quando diversos sais, incluindo a langbeinita, foram se acumulando após a evaporação dos leitos dos oceanos
antigos. Esses depósitos de sal foram enterrados sob centenas de metros de sedimentos. Atualmente, a camada
de langbeinita é extraída com grandes máquinas de perfuração, lavada para remover as impurezas e, em seguida,
triturada em vários tamanhos de partículas. A langbeinita é considerada um fertilizante potássico, embora também
contenha quantidades significativas de Mg e S. A presença de óxido de ferro fornece um tom avermelhado a algumas
partículas da langbeinita.
Propriedades químicas
Uso agrícola. A langbeinita é um fertilizante popular utilizado principalmente quando vários nutrientes são
necessários para prover a nutrição adequada da planta. Tem a vantagem de possuir K, Mg e S dentro de uma única
partícula, o que ajuda a proporcionar uma distribuição uniforme dos nutrientes quando é espalhada no campo.
Devido ao fator econõmico, a langbeinita não pode ser recomendada para satisfazer a necessidade total de K de
uma cultura. Em vez disso, a dose de aplicação pode ser baseada na necessidade de Mg e/ ou s.
Operação de mineração subterrânea Ela é comumente utilizada quando se deseja um fertilizante livre de c1 -,
tal como no cultivo de culturas sensíveis ao c1- (alguns vegetais e culturas
arbóreas). A langbeinita é um fertilizante concentrado em nutrientes, com um índice salino total relativamente
baixo. Em alguns países, fontes particulares de langbeinita foram certificadas para uso em agricultura orgânica.
Práticas de manejo. A langbeinita não tem restrições de uso ambiental ou nutricional quando utilizada em
doses agronômicas normais. Uma forma de langbeinita é vendida como fonte de K, Mg e S na dieta alimentar de
animais e aves. Todos os três nutrientes são necessários para a nutrição animal e cada um deles tem um papel
metabólico específico necessário para a saúde animal. Essa fonte alimentar é reconhecida como segura por agências
governamentais. Tal como acontece com todos os nutrientes das plantas, as melhores práticas de manej o devem ser
observadas para se utilizar corretamente esse recurso. Uma partícula de tamanho especial deve combinar com uma
necessidade específica.
Uso não-agrícola. Não há aplicações Industriais importantes para a langbeinlta, além da agricultura.
Fonte: http://www.lpnl.net;speclfics
Produção. O nitrato de potássio (ou NOP) é comum ente produzido por meio da reação do cloreto de potássio
(KCI) com uma fonte de nitrato. Dependendo dos objetivos e dos recursos disponíveis, o nitrato pode vir do
nitrato de sódio, do ácido nítrico ou do nitrato de amónio. O KN03 resultante é idêntico, independentemente
do processo de fabricação. O nitrato de potássio é normalmente vendido como material cristalino solúvel em
água, especialmente destinado a ser dissolvido e aplicado com a água, ou na forma de pérolas para aplicação
no solo. Tradicionalmente, este composto é conhecido como salitre.
700 - - - - - - - - - - - -
Propriedades químicas
'
20 40
Uso agrícola. O KN03 é especialmente utilizado em condições onde é necessária uma fonte altamente solúvel de
K e isenta de cloro. Nele, todo o N está prontamente disponível para a absorção pelas plantas na forma de nitrato,
que não requer ação adicional microbiana e transformação no solo. Agricultores que cultivam vegetais de alto valor
e pomares às vezes preferem utilizar uma fonte de nitrato na intenção de aumentar a produção e a qualidade. O
nitrato de potássio contém uma proporção relativamente elevada de K, com relação N:K de aproximadamente 1:3.
Muitas culturas têm demandas elevadas de K e podem remover tanto ou mais K do que N na colheita.
Aplicações de KN03 no solo são feitas antes do período de crescimento da planta
ou como suplemento durante a fase de crescimento. A solução diluída é, por vezes,
pulverizada sobre a folhagem das plantas para estimular os processos fisiológicos ou
corrigir as deficiências nutricionais. A aplicação folia r de K durante o desenvolvimento
do fruto pode ser vantajosa para algumas culturas, visto que esta fase de crescimento,
frequentemente com altas demandas de K, coincide com a fase de diminuição da
atividade radicular e da absorção de nutrientes. Também é comumente utilizado para
a produção de plantas em estufa e cultivo hidropônico.
Práticas de manejo. Ambos os nutrientes, N e K, são necessários para as plantas
na manutenção da qualidade da colheita, formação de proteína, resistência a doen-
ças e eficiência no uso da água. Portanto, o KN0 3 frequentemente é aplicado ao solo,
ou através do sistema de irrigação, durante a fase de crescimento para sustentar o
Cristais e pérolas de KNOJ
crescimento adequado da planta.
o nitrato de potássio representa apenas uma pequena parcela do mercado mundial de fertilizantes potássicos. Éuti-
lizado principalmente nos locais onde sua composição e propriedades únicas são capazes de proporcionar benefícios
específicos para os produtores. Isso inclui o seu uso em várias culturas de alto valor e especialização, bem como em
culturas de grãos e fibras. Éfácil de ser manuseado e aplicado e é compatível com muitos outros fertilizantes.
A solubilidade relativamente elevada do KN03 sob condições quentes permite o uso de solução mais concentrada,
comparado a outros fertilizantes potássicos comuns. Assim, é necessário o manejo cuidadoso da água para
impedir que o nitrato se movimente abaixo da zona radicular.
Usos não-agrícolas. O nitrato de potássio tem sido multo utilizado na fabricação de fogos de artifício e pólvora.
Também é comumente utilizado para manter a qualidade dos alimentos, como carne e queijo. Dentifrícios
contêm KN0 3 para aliviar a sensibilidade dentária. A mistura de KN0 3 e nitrato de sódio (NaN0 3 ) é usada para
o armazenamento de calor em Instalações que utilizam energia solar.
Fonte: http://www.ipnl.net/specifics
Propriedades químicas
pH da solução: 9
Uso agrícola. A kieserita fornece formas altamente concentradas de dois nutrientes essenciais para a planta - Mg e S.
Visto que as aplicações de kieserita não têm qualquer efeito significativo
sobre o pH do solo, ela pode ser utilizada em todos os tipos de solo,
independentemente do pH. É comumente utilizada antes ou durante o
período de crescimento para satisfazer as necessidades nutricionais das
plantas. Devido à sua alta solubilidade, pode ser utilizada para fornecer
Mg e S durante os períodos de pico de demanda das culturas. Dado que a
kieserita é um mineral extraído de jazidas naturais do solo, é considerada
como fonte orgânica de nutrientes por algumas agências de certificação
orgânica.
Operação de mineração para recuperar
kieserita A kieserita em si não é utilizada como adubo foliar ou em sistemas de
fertirrigação, mas serve como matéria-prima para produção do sal de
Epsom (MgS04-7H 2 0), que é totalmente solúvel e adequado tanto para aplicação foliar como para fertirrigação.
Práticas de manejo. Muitos solos são pobres em Mg e necessitam de nutrientes suplementares para sustentar
o rendimento e a qualidade das culturas. Solos de textura arenosa e solos com baixo pH (como os solos tropicais
altamente intemperizados) são frequentemente caracterizados pelo baixo suprimento de Mg para as plantas. Nessas
condições, elevar o teor de Mg no solo é um pré-requisito para uma fertilização adequada.
Nas áreas com elevada precipitação recomenda-se aplicações de Mg divididas em duas ou mais doses, a fim de evitar
perdas por lixiviação. Solos de clima temperado, com maior teor de argila, podem apresentar maiores teores de Mg e
muitas vezes são menos propensos a perdas do elemento por lixiviação.
As doses para aplicação de fertilizantes magnesianos variam de acordo com fatores como: exigência específica da
cultura, quantidade removida durante a colheita e capacidade dos minerais do solo de liberar a quantidade adequada
de Mg, em tempo hábil, para garantir o rendimento e a qualidade das culturas. As doses para aplicação de kieserita
estão na faixa de 200 a 300 kg ha-1 para muitas culturas. Demandas adicionais de Mg e S dura nte os picos de consumo,
no período de crescimento das plantas, podem ser atendidas pela aplicação foliar de materiais como sal de Epsom ou
outras fontes solúveis do nutriente.
Fonte: http://www.ipni.net/specifics
" Enxofre
Módulo 3.3-18 O enxofre é amplamente distribuído pelo mundo em multas formas. Em alguns solos, não
r há S suficiente para atender às necessidades da cultura . Há excelentes fertilizantes contendo S que podem
ser utilizados para tratar a deficiência das plantas.
1
Produção. O enxofre é um elemento relativamente abundante na crosta terrestre. Ele é extraído como S elementar
puro de depósitos vulcânicos e de minas de sal. Atualmente, é obtido como co-produto do processamento de
• combustíveis fósseis. Carvão, petróleo bruto e gás natural normalmente contém entre 0,1% e 4% de S, o qual é
removido durante a refinação ou purificação de gases de combustão. Muitos minerais comuns são usados como
fontes de S na agricultura.
OS elementar tem uma temperatura de fusão relativamente baixa (115 ºC), de modo que muitas vezes é trans-
portado e manuseado no estado líquido quente até que seja transformado em produto final. A maior parte da
produção global de Sé convertida em ácido sulfúrico {H 2S04 } para processamento posterior. A principal aplicação
do ácido sulfúrico é na produção de fertil izantes fosfatados.
Não-solúvel S elementar
Semi-solúvel Gesso (15%a 17%S)
Solúvel Sulfato de amônia (24% S), sal de Epsom (13% S),
kieserita (23% S), langbeinita (22% S),
sulfato de potássio (18% S), tiossulfato (10%a 26%S) Enxofre elementar Pastilhas de enxofre
contendo pequenas
Uso agrícola. OS elementar não é solúvel em água e precisa ser oxidado por bactérias do quantidades de argila
solo (como Thiobacillus, por exemplo) a sulfato (S04 2") antes de ser absorvido pelas raízes das para melhorar a
plantas. A reação geral no solo é: 2S + 30 2 + 2H 20-+ 2H 2S0 4 • A velocidade desse processo dispersão e oxidação
• microbiano é regida por fatores ambientais, tais como temperatura e umidade do solo, bem
como pelas propriedades físicas do S.
As plantas utilizam quase exclusivamente o sulfato como fonte básica na sua nutrição, sendo convertido em muitos
componentes essenciais, tais como proteínas e enzimas. Várias abordagens têm sido utilizadas para aumentar a
conversão de S elementar em sulfato disponível para as plantas. A velocidade de oxidação do S elementar está
diretamente relacionada ao tamanho das partículas, sendo que as partículas menores têm maior área de super-
fície para a ação das bactérias do solo. Por conseguinte, as partículas grandes de S podem exigir meses ou anos
de ação biológica para que quantidades significativas de sulfato sejam oxidadas. Partículas finas, na forma de pó,
são rapidamente oxidadas, mas não são fáceis de serem aplicadas.
Uma técnica para aumentar a taxa de oxidação de S é a adição de pequenas quantidades de argila ao S fund ido
antes do produto esfriar e formar grânulos pequenos (pastilhas). Quando adicionada ao solo, a argila se expande
com a água e a pastilha se desintegra em partículas finas que são rapidamente oxidadas.
Camadas muito finas de S elementar podem ser incorporadas durante a fabricação dos grânulos de fertilizante.
Esses se oxida rapidamente e fica disponível para a absorção pelas plantas. Essa reação pode ter um impacto
positivo na disponibilidade de alguns micronutrientes para as plantas, como zinco (Zn) e ferro (Fe), que se tornam
mais solúveis com a diminuição do pH. OS elementar finamente moído é, por vezes, adicionado a suspensões
de fertilizantes. OS elementar é amplamente utilizado como fungicida para proteção de culturas - o sulfeto de
hidrogênio tóxico se desenvolve a partir da interação do S elementar com o tecido fúngico vivo.
os elementar e o ácido sulfúrico são normalmente utilizados na recuperação de solos que contêm sódio em
excesso e no tratamento da água de irrigação.
Práticas de manejo. O enxofre está disponível em muitas formas para atender às exigências específicas da cultura.
os elementar geralmente é aplicado com bastante antecedência ao período de demanda das culturas, visto que
é necessário um período adicional para ocorrer oxidação bacteriana e conversão do sulfato. Considerando que o
sulfato é um ânion , pode ficar sujeito à perda por lixlviação, semelhante ao que ocorre com o nitrato. No entanto,
não há impactos ambientais adversos associados a concentrações normais de sulfato na água.
Usos não-agrícolas. O enxofre é amplamente utilizado em produtos de consumo e aplicações industriais. É comu-
mente convertido em sulfato antes de ser utilizado, por exemplo, em tecidos, borracha , detergentes e papel.
Produção. O tiossulfato de amônia (ATS) é o fertilizante líquido com enxofre mais popular. Ele é produzido pela
reação de dióxido de enxofre, S elementar e solução aquosa de amônia. Outros tiossulfatos comuns são produzidos
de forma semelhante.
Os tiossulfatos são altamente solúveis em água e compatíveis com muitos outros adubos fluidos. O ATS geralmente
é misturado com ureia e nitrato de amônia (URAN) para a produção de um fertilizante amplamente utilizado com a
fórmula 28-0-0-5 (5% S).
Propriedades químicas
Fórmula Nome Conteúdo de Densidade pH
comum nutrientes kg L· 1
(NH4)~203 ATS 12% N, 26% S 1,34 7,0a 8,5
K2S203 KTS 25% K20 , 17% S 1,46 7,5 a 8,0 Tiossulfato
CaS203 CaTS 6% Ca, 10% S 1,25 6,5 a 8,0 [S,0 ,'1 Sulfato
(s0:1
MgS203 MgTS 4% Mg, 10% S 1,23 6,5 a 7,5
Uso agrícola. Depois de aplicado ao solo, a maior parte do tiossulfato reage rapidamente para formar tetrationato,
o qual, em seguida, é convertido em sulfato. Geralmente, o tiossulfato não está disponível para absorção pelas
plantas até que seja convertido em sulfato. Em solos quentes, esse processo é em grande parte concluído no
período de uma a duas semanas.
O tiossulfato é um agente redutor químico e também produz acidez após a oxidação do S. Devido a essas proprie-
dades, as moléculas de tiossulfato têm efeitos únicos sobre a química e a biologia do solo. Por exemplo, a aplica-
ção de ATS em faixa melhora a solubilidade de alguns micronutrientes. Deve-se seguir as orientações locais caso o
tiossulfato seja colocado em doses máximas na linha de sementes.
o tiossulfato pode retardar a velocidade da hidrólise da ureia, a conversão de ureia em amônia (NH/) e reduzir as
perdas de gás amônia (NH 3) quando quantidades suficientes de ATS são misturadas com URAN. Provavelmente,
este efeito inibidor seja devido mais à formação e à presença de tetrationato intermediário do que propriamente à
ação do tiossulfato. A nitrificação - conversão de NH 4 • a nitrato - também diminui na presença de ATS. Embora o
pH inicial do tiossulfato seja próximo de neutro, ele se oxida para formar ácido sulfú-
rico, e o NH/ no ATS irá formar ácido nítrico, resultando, assim, em ligeira acidifica-
ção do solo na zona de aplicação.
os tiossulfatos podem ser aplicados através de sistemas de irrigação por superfície,
aspersão e gotejamento. Muitos deles são usados em pulverizações foliares como
uma fonte rápida de nutrição para a planta (não recomendado com ATS).
usos não-agrícolas. Os tlossulfatos têm muitas aplicações Industriais. No processamento fotográfico são utiliza-
dos para ligar os átomos de prata presentes na película ou no papel. O tlossulfato de sódio é usado em sistemas
de tratamento de água para remover o cloro. É também utilizado para a extração de ouro, uma vez que forma um
complexo forte com esse metal em um processo atóxico.
Fonte: http://www.lpni.net/specifics
Produção. As misturas granuladas são produzidas a partir de materiais fertilizantes básicos, tais como NH 3 , fosfato de
amônia, ureia, Se sais de potássio. Existem muitos métodos para a fabricação desses fertilizantes, sendo os processos
de fabricação específicos determinados pelos componentes básicos disponíveis e pelo conteúdo de nutrientes que se
deseja no produto final. Aqui estão quatro exemplos breves.
Métodos de compactação (aglomeração) envolvem a ligação de pequenas partículas de fertilizante por meio de
compactação, agente de cimentação ou ligação química. Várias proporções de nutrientes podem ser combinadas
utilizando-se partículas de tamanhos insignificantes, as quais podem não ser adequadas para outras aplicações.
No método da acreção os fertilizantes são formados por meio de repeti-
das adições de fina película de lama nutriente, as quais sofrem secagem ~
contínua, criando-se múltiplas camadas até que o grânulo atinja o tamanho
desejado.
Reatores de tubo central são usados para derreter quimicamente NH 3,
L--------=-------'
ácidos contendo Sou P e outros nutrientes - tais como fontes de K e micronutrientes-, formando um fertilizante sólido,
com o conteúdo desejado de nutrientes.
O processo do nltrofosfato envolve a reação da rocha fosfática com ácido nítrico para formar uma mistura de compostos
contendo N e P. Caso seja adicionada uma fonte de K durante o processo, resultará em fertilizante sólido com N, P e K.
Uso agrícola. A mistura granulada contém numerosos nutrientes em cada grânulo. Ela difere da mistura de grânulos,
pois nesta os adubos são misturados para formar uma composição média de nutrientes desejada. Devido a essa dife-
rença, a mistura granulada pode ser espalhada no solo, de modo que cada grânulo libera uma mistura de nutrientes à
medida que se dissolve no solo, sem apresentar problemas de separação das fontes de nutrientes durante o transporte
ou aplicação. Pode-se obter uma distribuição uniforme de micronutrientes em toda a zona radicular quando esses
elementos são incorporados às misturas granuladas.
Esses fertilizantes são especialmente eficientes para aplicação inicial, antes do plantio.
Existem fórmulas comerciais disponíveis para condições específicas de solo e cultura . A
simplicidade é uma das vantagens apresentadas pela mistura granulada, porém não permite
a mistura de fertilizantes para atender aos requisitos específicos das culturas.
Prát icas de manejo. As misturas granuladas são às vezes mais caras, comparadas à mistura
ou combinação de fontes primárias de nutrientes, uma vez que exigem processamento adicional.
No entanto, quando todos os fatores envolvidos na manipulação e utilização dos nutrientes são
considerados, as misturas granuladas podem oferecer grandes vantagens.
O nitrogênio é o nutriente que mais frequentemente precisa de cuidados para ser manejado e reapli-
cado durante o crescimento das plantas. Pode não ser possível suprir o solo com suficiente Nantes
do plantio e atender toda a demanda da planta usando apenas misturas granuladas, sem aplicar em
exc~sso alguns ~os outros nu~ríentes. Ass_im, é aconse!hável utilizar a mistura granulada no início do
penado de crescimento e, mais tarde, aplicar o N fert1l1zante de acordo com a necessidade.
A misturas granuladas são normalmente produzidas regionalmente para atender as necessidades das culturas locais. Há
grande variedade de propriedades químicas e físicas que podem ser ajustadas para satisfazer essas necessidades. Por
exemplo, o desejo de minimizar a perda de P no escoamento das águas pluviais na área urbana levou algumas comunida-
des a restringir a adição de P nas misturas granuladas vendidas para o cultivo de gramas e plantas ornamentais. Solos de
uma região que normalmente apresentam baixo teor de um nutriente específico podem se beneficiar com o incremento
desse elemento na mistura granulada.
Propriedades químicas. As fórmulas químicas variam amplamente. Misturas granuladas comuns Incluem:
10-10-10, 12-12-12, 17-17-17, 21-7-14, e multas outras formulações.
Fonte: http://www.lpnl.neVspeclfics
Uso agrícola. Os fertilizantes revestidos são usados em várias situações na agricultura e horticultura. Eles fornecem
um suprimento prolongado de nutrientes que oferece muitos benefícios. Estes incluem:
• Liberação contínua de nutrientes, que pode diminuir a lixiviação e as perdas gasosas.
• Redução dos custos de mão de obra e aplicação , eliminando a necessidade de múltiplas aplicações do fertili-
zante.
• Maior tolerância das plântulas à proximidade dos fertilizantes.
• Nutrição mais uniforme e melhor crescimento e desempenho das plantas devido à liberação prolongada de
nutrientes.
o máximo benefício dos fertilizantes revestidos só é alcançado quando o período de liberação de nutrientes é
sincronizado com os períodos de absorção de nutrientes pelas plantas.
Práticas de manejo. Prever o padrão de liberação de nutrientes dos fertilizantes revestidos nas amplas condições
de solo e cultivo é complexo, uma vez que a liberação é controlada por vários fatores ambientais. Por exemplo, muitos
fertilizantes revestidos liberam mais rapidamente os nutrientes com o aumento da umidade e da temperatura do solo.
Alguns produtos dependem da atividade microbiana do solo para a liberação dos nutrientes. Assim, a compreensão
do mecanismo de liberação de nutrientes é necessário para se obter o máximo proveito dos fertilizantes revestidos.
Fonte: http://www.ipni.net/specifics
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Gesso
Módulo 3.3-22 O gesso é um mineral comum retirado de depósitos superficiais e subterrâneos. Ele pode
ser uma fon te valiosa de Ca e S para as plantas e proporcionar benefícios para as propriedades do solo,
em cond ições específicas.
Produçâo. O gesso encontra-se nas formas de cristal e de rocha . Geralmente, resulta da evaporação da água
salina e é um dos minerais mais comuns em condições sedimentares. As rochas de cor branca ou cinza são
extraídas de depósitos subterrâneos ou a céu aberto; em seguida, são trituradas, peneiradas e utilizadas para
uma variedade de fins, sem processamento adicional. O gesso agrícola geralmente consiste de CaS0 4•2H20
(dihidratado). Sob condições geológicas de alta temperatura e pressão, o gesso é convertido em anidrita (CaS0 4
sem água).
O gesso é um subproduto das usinas alimentadas a combustíveis fósseis, onde o Sé obtido a partir da dessulfuri-
zação dos gases de combustão. O gesso também é um subproduto do processamento da rocha fosfática em ácido
fosfórico. O gesso reciclado das placas de parede é finamente moído e usado para aplicação no solo.
Propriedades químicas
Tipo de
sulfato de cá lcio Fórmula e composição Solubilidade
Dihidratado (gesso) CaS0. • 2H20 2,05 g L-1
[23%Ca, 18%S, 21% água]
Anidro caso. [29% ca, 23% SJ 2,05 g L-1
Semi-hidratado caso. • ½ H20 [Reverte-se em
(gesso de Paris) gesso quando se
adiciona água]
Alguns solos se beneficiam do gesso como fonte de Ca. Em solos com excesso de sódio (Na), o Ca liberado do
gesso se liga com maior afinidade do que o Na nos sítios de troca de cátions, liberando, assim, o Na para ser
lixiviado da zona radicular. O uso de gesso na reparação de solos com elevados teores de Na geralmente resulta na
melhoria das propriedades físicas do solo - tal como a redução da densidade, aumentando a permeabilidade e a
infiltração de água e diminuindo as crostas do solo. Na maior parte das situações, a adição de gesso, por si só, não
diminui a compactação dos solos argilosos e compactados.
Práticas de manejo. É bem conhecido o uso do gesso para fornecimento de Ca ao amendoim, o qual apresenta
um padrão de crescimento único. Geralmente, o gesso é espalhado na superfície do solo e misturado na zona radi-
cular. Existe equipamento que permite que o gesso seja finamente moído para ser distribuído através do sistema de
irrigação. Às vezes, o gesso é perolizado para aplicação mais prática em jardins domésticos e campos de golfe.
Usos não-agrícolas. A principal utilização do gesso é como material de construção (paredes e forros). Para fins de
construção, o gesso é moído e aquecido (calcinado) para remover a maior parte da água, resultando em argamassa
semi-hidratada (gesso de Paris). Posteriormente, quando a água é aclicionada ao pó, sofre expansão e endurece. o
gesso é amplamente utilizado em multas outras aplicações, tais como para condicionamento de água. nas Indústrias
alimentícias e farmacêuticas, e como retardador ela fixação de cimento.
Fonte: http://www.lpnl.net;speclfics
Produção. O calcário é uma rocha sedimentar comum encontrada em depósitos geológicos generalizados. Ao longo
dos anos, tem sido usado como material de construção - um agente de cimentação-, e na agricultura, para corrigir
os solos ácidos. Em geral, o calcário agrícola (cal agrícola) é definido como qualquer substância que contém Ca ou
Mg e é capaz de neutralizar a acidez do solo. Muitos materiais podem ser classificados como calcário agrícola.
O calcário é extraído de pedreiras e de minas e geralmente requer esmagamento mecânico antes de ser utilizado.
A textura do calcário é uma característica importante para se determinar a rapidez com que reage com a acidez do
solo. Partículas menores reagem rapidamente, uma vez que existe maior área de superfície exposta para a reação
química. Partículas maiores reagem mais lentamente, porém, são fontes de neutralização do ácido que se susten-
tam a longo prazo. O tamanho das partículas geralmente está expresso no rótulo do produto.
Outros materiais no calcário, como a argila, podem reduzir sua pureza e capacidade de neutralizar a acidez. A
eficiência do calcário é avaliada com base na sua capacidade de neutralização relativa, tomando como padrão o
carbonato de cálcio puro (CaCO), um valor que é expresso como porcentagem equivalente em carbonato de cálcio
(Eeaco,). O calcário é mais solúvel em solos ácidos do que em solos neutros ou alcalinos. A presença de CaC03 é
detectada pela efervescência, quando uma gota de ácido forte é aplicada ao solo.
Propriedades químicas
Calcárlo/Calclta - carbonato de cálcio [CaC03]. Na maior parte insolúveis em água, mas a solubilidade
aumenta em meio ácido (contém um máximo de 40% de Ca).
Dolomlta - carbonato de cálcio e magnésio [Ca-Mg(C03)2]. Na maior parte insolúveis em água, mas a
solubilidade aumenta em meio ácido (contém de 2% a 13% Mg).
Calcário hidratado - hidróxido de cálcio [Ca(OH)2]. Relativamente insolúvel em água; forma solução
com pH >12.
Calcário queimado/ Cal viva - Óxido de cálcio [CaO]. Reage com água para formar calcário hidratado.
Uso agrícola. O calcário é utilizado principalmente para elevar o pH do solo ácido e reduzir a concentração de
alumínio (AI) na solução do solo. O pouco desenvolvimento da cultura em solos ácidos se deve em grande parte ao
AI solúvel, que é tóxico para o sistema radicular de muitas plantas. O calcário reduz o AI solúvel do solo através de
duas reações:
1) CaC03 + H20 ➔ Ca 2' + 20H- + C02
2) Al 3' [solúvel]+ 30H- ➔ Al(OHb [Insolúvel]
Adições de calcário também fornecem significativas quantidades de Ca (e possivelmente de Mg) para a nutrição das
plantas. Alguns benefícios secundários da neutralização da acidez do solo com calcário incluem:
• Aumento da disponibilidade de P,
• Melhor fixação de N pelas leguminosas,
• Aumento da mineralização do N e nitrificação,
• Melhor uso da água, recuperação de nutrientes
e melhor desempenho da planta, com sistema
radicular mais desenvolvido.
Práticas de manejo. A quantidade de calcário necessária para atingir o pH desejável do solo pode ser facilmente
determinada em laboratório. O calcário é comumente espalhado uniformemente sobre o solo e depois misturado na
zona radicular. A neutralização da acidez do solo não é um processo a ser realizado uma só vez, mas é necessário
repeti-lo periodicamente, dependendo do solo e das condições ambientais. As doses de aplicação geralmente são
medidas em toneladas por hectare.
Usos não-agrícolas. De todos os materiais da Terra, o calcário é um dos mais amplamente utilizados. Além de
seu emprego na construção civil, é usado em diversas aplicações, tais como controle de poluição do ar, sistemas de
tratamento de água potável e de águas residuais, estabilização do solo, medicamentos, antiácidos e cosméticos.
Fonte: http://www.lpni.neVspecifics
14,0
--
'7
ro
..e 12,5
~
o K no solo: 139 mg kg·1
..e 1
.E 11 ,0
Produtividade: 13,2 t há
Q)
Dose de N: 200 kg ha·1
"O
Q)
"O
ro 9,5
"O
·s;: K no solo: 80 mg kg·1
:.:;
:::,
"O Produtividade: 10,5 t ha·1
o 8,0
• 1.... Dose de N: 314 kg ha-1
o...
6,5
o 90 180 270 360
1
Dose de N fertilizante (kg ha- )
·•
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Capítulo @
PRINCÍPIOS CIENTÍFICOS DE APOIO
DOSE CERTA
O s princípios científicos fund amentais q ue definem a d ose compostos, biossólidos, resíduos de colheitas, deposição
certa para um conjunto específico de condições são os atmosférica e da água de irrigação, bem como nos fertili·
seguintes: zantes comerciais.
♦ Considerar a fonte, a época e o local de aplicação. ♦ Prever a eficiência de uso do fertilizante. Alguma
♦ Avaliar a demanda de nutrientes da planta. O perda é inevitável, assi m, para atender a demanda da
rendimento está d iretamente relacionado à quantidade planta, essa quantidade d eve ser estimada.
de nutrientes absorvidos pela cultu ra até a maturidade. ♦ Considerar os impactos sobre o solo. Se as saídas
Assim , a seleção de uma meta de rendimento significativa, de nutrientes de um sistema de cultivo forem superiores
aliada ao manejo corre to d a cultura e dos nutrientes e de às entradas, a fertilidade do solo diminuirá a longo
sua variabilidad e dentro dos campos e entre as estações, prazo.
são guias importantes na estimativa da demanda total d e
♦ Considerai· a dose econômica e specifica. Para
nutrientes pela cultu ra.
os nut rientes que não são re tidos no so lo, a dose de
♦ Utilizar métodos adequados para avaliar a dispo- aplicação ma is econô mica é aq uela acima da qual
nibilidade de nutrientes no solo. Práticas utilizadas não haverá retorno fin anceiro economicamente viável
podem incluir análise de solo e de planta, experimentos (lei dos rend imentos decresce ntes). Para os nutrientes
de resposta, parcelas com omissão de nutrientes, etc. retidos no solo , d eve·se considerar esse va lor para as
♦ Avaliar todas as fontes de nutrientes dis1>oní- cultu ras fu turas. Avaliar a proba bilidade de prever as
veis . Na maior parte d as faze ndas, a avaliação inclui a doses economicamente ótimas e o efe ito sobre os rendi·
quan tidade e a disponibilidade de nutrientes em esterco, mentas líq uid os deco rrentes dos erros de prev isão.
Tabela 4.1 Total de nutrientes absorvidos pela parte aérea de algumas culturas.
- - - - - - - - - - - - - - kg absorvido/t·• - - - - - - - - - - - - - -
Cultura* Região
N P20s K20 s
Alfafa (MS) Arge ntina 27 5,7 25 3,5
Amendoim Índia 63 12 37 3,9
Arroz Estados Unidos 16 8,4 24
Batata China 4,5 1,0 7,1
Beterraba China 4,8 1,4 9,3
Cana-de-açúcar China 1,8 0,4 2,1
Canola China 43 27 87
Cártamo Índ ia 39 8,4 22 13
Cevada Argentina 26 9,2 24 4,2
Ervilhas verdes Índia 42 15 31 4,3
Fumo China 39 12 71
Girassol Argentina 40 25 35 5
Grama bermuda Estados Unidos 23 6,0 25
Grão-de-bico Índia 46 8,4 50
Laranja Ch ina 2,6 0,8 3,6
Milho Estados Unidos 18 9,6 25
Mostarda Índia 33 15 11 14
Pera China 5,0 2,0 5,0
Pêssego China 4,5 1,5 5,0
Soja Estados Unidos 82 18 38
Sorgo Índia 22 13 34
Tomate Índ ia 2,8 1,3 3,8
Trigo, primavera Estados Unidos 37 13 26
Trigo , Inverno Estados Unidos 32 11 33
Uva China 5,6 5,2 8,5
·• MS = com base na matéria seca; de outro modo, o conteúdo de umidade está baseado 110 padrao - das normas de comerc1allzaçao-
ou no padrão de umidade estabelecido. _ .
.. Os coeficientes de absorção de nutrientes repo rtados podem variar regio nalmente, dependendo das condlçoes de cresc11nento.
sempre que possível, utilizar os dados locais disponíveis.
Teor de argila X X X X X X
Tipo de argi la X X X X
Resíduos de cu ltura X X X X X X
Compactação do solo X X
Outros nutrientes X X X X
Tipo de cultura X X X X
1 •
Esta tabela forn ece urna 11sta ·
1ncom pi e la de fatores e se destina apenas a exemplificar os fatores predominantes e as sernelhanças entre os nutrientes.
Ao selecionar a dose certa de fertilizantes é preciso considera r nutrie ntes dessas fontes podem va riar amplamente e são
a contribuição de todas as fontes disponíveis para atender às difíceis de serem estimadas; no entanto, esforços devem ser
exigências nutricionais das plantas. Algumas de las inclue m feitos para registrá-las. Os teores médios de nutrie ntes em
fontes nativas - aquelas que não são ap licadas ao solo, algu ns estercos estão listados na Tabela 4.3; estes variam
como resíduos de cu ltu ras e adubos verdes - , estercos muito entre regiões e fazendas e, para serem aplicados,
.....
-
animais, compostos, biossóli dos, deposição a tmosférica
e água de irrigação. A quantidade e a disponibilidad e d e
recomenda-se utiliza r unidades locais apropriadas ou análise
do material em laboratório.
Tabela 4.3 Matéria seca e composição em nutrientes de alguns estercos animais (Havlin et ai., 2005).
Nutriente, kg t"1
Sistema de
Matéria seca N
Tipo de animal t ratamento de
% P20 s K20
resíduos Tot al **
Disponível *
.
32 40 18 48
* Principalmente N-NH, ', que está disponível para a planta durante a safra .
** N-NH,' mais N orgânico, o qual tem liberação lenta.
Fonte: Sutton et ai. (1985), Univ. of Minn. Ext. Buli. AG-F0-2613 .
... .
1 1
Os resíduos de culturas contêm quantidades substanciais de
nutrientes para as plantas. A reciclagem desses resíduos no
solo contribui para o enriquecimento de nutrientes no solo.
Por outro lado, a remoção dos resíduos vegetais conduz à
diminuição da quantidade de nutrientes no campo, particu-
larmente de K. e deve ser considerada como um compo-
nente negativo no equilíbrio de nutrientes. A reciclagem dos
resíduos de plantas, além de contribuir para o aumento do
conteúdo de nutrientes no solo, também melhora o balanço
de carbono orgânico, a umidade e o regime de temperatura
do solo, aumenta a estrutura do solo e auxilia no controle
da erosão. As quantidades médias de nutrientes removidas
com a palha ou a forragem , em várias culturas, são mostradas
na Tabela 4.5. A quantidade de nutrientes removida do
campo nos resíduos da colheita pode variar dependendo da
quantidade de chuva e das condições atmosféricas as quais
foram expostos, e de outros fatores, como altura de corte da
cultura.
As culturas de cobertura Incluem uma grande variedade de
espécies de plantas (mais comumente grarnineas e legum ino-
sas) que são plantadas nas entressafras ou são semeadas nas
e ntrelinhas de pomares ou vinhas. Elas a_juda m a reduzir a
e rosão do solo e a lixlvlação de nitrato e cont1i bue m, após
sua decomposição, com o aporte de matéria orgânica e
4.4 Prever a Eficiência no Uso do Fertilizante Usando os núme ros do exemplo acima, a recomendação de
N seria:
A eficiência no uso do fertilizante (EUF) é um fator impor-
tante a ser considerado na determinação da dose necessária Dose de N = (9.500 - 6.000)/20 = 175 unidades
de fertilizantes. O tema geral sobre eficiência no uso do
nutriente é tratado com maior profundidade no Capítulo 9. Outro método para o cálculo da EUF, às vezes usado para
Todas as recomendações fazem suposições implícitas sobre determinar a dose necessária de nutrientes, é o da eficiência
a EUF ou estas estão explicitamente presentes nas equações de recuperação (ER). Eficiência de recuperação é o aumento
usadas para o cálculo das recomendações. Mesmo com a na absorção do nutriente pela parte aérea da planta (para
adoção das boas práticas de manejo 4C, a quantidade de a maior parte das culturas) em relação à dose aplicada do
ER = (U - U 0)/F
aumentar a eficiência, alguns nutrientes aplicados também
podem ser utilizados por organismos do solo, principal- Em que: 1) U é o total de nutriente absorvido pela parte aérea
mente quando os níveis de matéria orgânica estão sendo da planta (biomassa) com a aplicação do nutriente;
construídos. A eficiência na absorção de nutrientes muitas 2) U 0 é o total de nutriente absorvido pela parte
.
vezes também é adversamente prejudicada por mecanismos aérea da planta sem a aplicação do nutriente;
inerentes de perda que existem em todas as áreas de cultivo. 3) F é a quantidade aplicada de nutriente na forma
A EUF também varia de acordo com fatores específicos de fertilizante .
do local, incluindo clima, tipo de solo e sistema de cultivo.
Esta equação pode ser rearranjada para permitir o cálculo
É por isso que os ajustes de eficiência devem ser incluídos
da dose necessária de adubo, sendo: F = (U - UJ / ER.
quando se determina a dose necessária de fertilizante. O
Como no exemplo anterior, para EA, os valores de rendi-
principal objetivo do manejo de nutrientes 4C é utilizar prá-
mento das parcelas com omissão de nutrientes podem ser
ticas que incorporem a fonte certa, a época certa e o local
utilizados, porém, neste caso, os rendimentos devem ser
certo em sistemas de cultivo bem manejados para aumentar a
convertidos em absorção, normalmente usando valores
EUF e estimar a dose certa.
típicos de absorção por unidade de produção de culturas,
• Um método utilizado para avaliar a EUF, e que é útil na
determinação da dose necessária de nutriente, é o cálculo
tais como os citados na Tabela 4.1. A variação normal dos
valores de ER no campo para N aplicado aos cereais é de
l da eficiência agronômica (EA). Eficiência agronõmica é a
0,3 a 0,5 (30% a 50%). Quando são aplicadas as boas práticas
de manejo, pode-se aumentar a faixa para 0,5 a 0,8 (50% a
• medida do ganho de produção por unidade de fertilizante
aplicado. É calculada pela fórmula:
80%). Usando os rendimentos do exemplo citado, para EA,
e assumindo 0,0215 unidades de absorção de N por unidade
• EA = (Y - Y0)/F
Na qual: 1) Y é o rendimento da cultura com aplicação do
de rendimento e uma ER de 0,50, a dose de fertilizante é
calculada da seguinte forma:
nutriente; Dose de N = ((9.500 x 0,0215) - (6.000 x 0,0215))/0,50 =
2) Y0 é o rendimento da cultura sem aplicação do 150 unidades
nutriente;
3) F é a quantidade aplicada do nutriente.
A faixa comum de valores da EA é de 10 a 25; acima de 20
em sistemas bem gerenciados, com baixas doses de nutrientes
em relação ao ideal, ou com baixo forn ecimento ele nutrientes
pelo solo.
•
NUTRIÇÃO DE PLANTAS 4C. FONTE CERTA
..
Tabela 4.5 Nutrientes removidos (exportados) na co lheita de algumas cu ltu ras.
Remoção (kg t 1 )*
N P20s K2 0 s
Cultura**
6,0 25 2,7
Alfafa (MS) 26
Algodão (fibra) 64 28 38
* os coeficientes de remoção de nutrientes podem variar regionalmente, dependendo das condições de cultivo. Use os dados disponíveis do local
sempre que possível.
-
** MS = com base na matéria seca, caso contrário, o teor de umidade é o padrão convencional de comercialização ou o teor de umidade indicado.
Exemplo: Utilizando os dados da Tabela 4.5 , uma cultura de milho que produz 10 t ha·1 remove 63 kg de P 2O 5 do solo
(10 x 6,3 = 63). Assim, para a manutenção do P2O 5 no solo, a aplicação será de 63 kg ha·1•
-
Tabela 4.6 Variabilidade na quantidade removida de nutrientes na parte colhida de milho, soja e trigo, em Missou ri,
EUA (Nathan, 2011).
Remoção (kg t 1 )
Amostras de grãos recolhidas de todos os municípios do Estado, em 3 anos. Dois terços das amostras situam-se entre mais e menos um CV em
relação ã média.
..
agrônomica ele nutriente (DOAN), que é a dose mínima que
tabilidade das cultu ras. Índices mais baixos de preços {baixos
resulta em produtividade máxima ela cultura. e irá diminuir se
custos dos insumos em relação ao valo r da cu ltu ra) muitas
houver aumento cios custos e o preço ela cultura se mantiver
vezes resultam em menor risco em relação à rentabilidade: no
estável. Por outro lad o, se o preço elas co111111oditir.r aumentar e
entanto, o risco ambiental associad o à ap licação excessiva de
o dos insumos permanecer estável, a DOEN irá se aproximar
nutrientes é maior. Veja o item 8.5 para obter mais detalhes.
d a DOAN . Muitas vezes, as ílutuaçôes nos preços elas culturas
:;~
e dos íertilizantes ocorrem simultaneamente, a relação entre
Em qualquer cená rio econômico, o manejo de risco é melhor
as entradas e saídas permanece a mesma e a DOEN não é
:9 signiílcativamente aíetacla.
conduzido quando são observados os princípios científicos
••
para a seleção da dose certa d e fertilizantes. [til
Alcançar a DOEN é o enfoque normalmente utilizado para
nutrientes como N e S, que são móveis no solo e não são REFERÊNCIAS
-..
retidos de um ano para o outro. Para os nutrien tes que são
retidos no solo, incluindo P e K, os benefícios da ap licação IPNI. Nutrients rem.oved in h arve s t e d portion o f
de nutrientes são de longo prazo na natureza e, portan to, crop. Norcross, GA, 2005 . [On-line].
os seus custos geralmente são amo rtizados ao longo de
~ vários anos. Quando se visa construir a íertilidade do solo,
Havlin , J. L. et ai. Soil fertility a nd fertilizers : an
introduction to nutrient management. 7th edition. Pearson
as doses de nutrie ntes ap licadas geralmente estão acima da
Prentice Hall. NJ, USA, 2005 .
DOEN, considerando a resposta da cultura e m um ano, mas
...
1
1 Os benefícios da construção dos níveis de fertilidade do solo
na faixa ótima incluem maior flexibilidad e na escolha da
fonte, da dose, d a época de aplicação e do local de aplicação.
Nathan, M. lm.proving accuracy of nutrient remova!
estimates status report. University of Missouri ,
Colombia, 20 11.
••
d una: ............
.... ..... ..
~
. .............. _.
-- ~
~ Módulo 4.1-1 A adubação nitrogenada exigida pelo trigo e pelo milho na Argentina é melhor determinada por
melo da avaliação do N disponível no solo antes do plantio. De fato , a avaliação do N (inorgânico) disponível na
época de plantio tem sido uma ferramenta útil para determinar as necessidades de fertil izantes nitrogenados em
regiões sub-úmidas e semi-áridas em todo o mundo. Em uma área específica, o nível de N disponível no plantio
acima do qual não se espera resposta à adubação nitrogenada pode ser estimado. Essa metodologia tem sido
calibrada com sucesso para trigo e milho em várias áreas da região dos Pampas na Argentina. As doses de N
fertilizante (Nf) são estimadas pela diferença entre o nível de NREQ e a quantidade de N-N0 3 • determinada antes
do plantio: Nf = NREQ · X
Em que: Nf é a quantidade de fertilizante nitrogenado a ser aplicada,
NREQ é o N do solo mais o fertilizante nitrogenado requerido,
X é a quantidade de N-No3 • no solo na profundidade de 0-60 cm.
Na Figura 1 , se a análise de solo no plantio indica a disponibilidade de 70 kg ha-1 de N-NoJ·, o rendimento seria
de 7.700 kg ha-1. Assim, se o rendimento viável no campo específico é de 10.000 kg ha-1, deve-se atingir um
NREQ de 150 kg ha·1 de N disponível, e a dose de N recomendada será de 80 kg ha- 1.
Níveis de NREQ para trigo e milho, de acordo com os rendimentos esperados em áreas com diferentes solos e
climas, são mostrados na Tabela 1.
Fonte: Blanchini A.; Garcia, F.; Melchior!, R. ln: Hatfield, J.; Follet, R. (Eds.). Nitrogen in the environment: sources, problems,
and management. San Diego, CA: Elsevier-Academic Press, 2008. p. 105-124.
14.000
. . .. .
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12.000 . :,·" .
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"O 8.000 ·
. .. . .
J2
·s" ·:
. Produtividade= 1800.1x'""
"O 6.000 R' = 0.4934
e
a. N = 83 experimentos (8 locals. 2000 a 2004)
4.000 ·
o 50 100 150 200 250 300 350 400
Figura 1. Relação entre N (N-NoJ·) disponível no solo e produtividade de milho em 83 experimentos de campo instalados
em 8 áreas experimentais por ano (2000 a 2004), na região central dos Pampas.
Trigo
Sudeste de Buenos Aires 125 3.500 González Montaner et ai., 1991
Sudeste de Buenos Aires 17,5 5.000-5.500 González Montaner et ai., 2003
Centro e Sul de Santa Fé 92 3.500-4.000 Salvagiotti et ai., 2004
Sudeste de Santa Fé e 100-150 3.200-4.400 García e~ ai., 2006
Córdoba
-------
MIiho
Norte de Buenos Aires 150 9.000 Ruiz et ai., 2001
1
Norte de Buenos Aires 160-17i0 10.000 Alvarez et ai., 2003
Tabela 1 . Prod utividade obti da em experi mento utilizando pa rce la com omissão
de nut rie nte em t rigo de inve rn o, na Índia.
Tratamento Produtividade, kg ha·1
Considera ndo que a dose de N aplicada no tratamento "completo" foi de 150 kg ha- 1, a eficiê ncia agronômica
(EAN) desta parcela foi de (5.556 - 1.667)/150 ou 26 kg de grãos por kg de N fertilizante.
Assum indo-se semelhante capacidade de suprimento de N do solo e nível de efi ciência (26 kg/ kg) para
outros campos da região, a Tabela 2 mostra as doses resultantes que pod eriam ser recomendadas para
diferentes metas de produtividades (por exemplo, campos #1 e #2 ). Se uma parcela com omissão de N foi
conduz ida na área com uma cultura anterior diferente e apresentou produtividade semelhante à apresenta-
da no campo #3 abaixo, aquela informação também pode ser utilizada no cá lculo da dose.
Comparados aos valores obtidos em muitos ensaios, a EANcalculada a partir dos dados da Tabela 1 é re-
lativamente alta (ver Seção 4.4 e Tabela 3 ). As recomendações serão mais precisas quando são utilizados
valores locais para o cálculo da EAN, produtividade da parcela com omissão do nutriente e produtividade
esperada.
".
•
A técnica da omissão de nutrientes é uma ferramenta adicional para o manejo da adubação e pode ser
uma boa alternativa nas regiões do mundo onde os serviços de análise de solo con fiáveis não estão disponí-
veis. Esta situa ção predomina em mu itos pa íses em desenvolvimento .
1.10 91 94 96 99
1.21 88 92 95 97
1.32 87 91 93 96
1.43 85 88 92 95
1.54 83 86 91 94
1.65 81 85 90 93
Módulo 4.6-2 Doses economicamente ótimas de N para o milho variaram apenas ligeiramente com
as condições de mercado ao longo de 10 anos. Nas regiões centro-oeste e noroeste de Indiana, a dose
média necessária de N para o milho cultivado após soja foi estimada em 192 kg ha- 1 • A dose economica-
mente ótima de N - definida como a dose na qual o último incremento de fertilizante traz como retorno um
aumento de produtividade suficiente para pagar a si própria - depende da relação de preços e é geralmente
mais baixa. Entre 2000 e 2009, a relação entre preço de N-fertilízante e preço de grãos de milho (expressa
como $/t N dividido por $/t de grãos) variou entre 5 e 10 (a maior proporção reflete fertilizantes relativa-
mente mais caros). As doses recomendadas de N (kg ha-1) dentro dessa gama de índices de preços são
mostradas na tabela abaixo.
Adaptada de: Camberato et ai. Nitrogen management guidelines for Indiana. 2011. [On-line].
* Valores real çados em verde represe ntam recomendações de doses econõmicas ótimas de N (kg ha- 1 ) nas rela-
ções de preço entre 5 e 10 (expressas como $/t N dividido por $/ t grão),
-
seca são simil ares p;ira a ma io ri a d as culturas e, ge ra l- ocorrência ele picos de prod uti vida de. como por exemplo.
m e nt e. apresentam curva com trajelóri a sigmoicl al ou em quand o se ini cia um período chu voso após um períod o
"S" (Figura 5.1) . Esta é ca rac teri za da pela absorção bas tan- seco.
te lenta no início, atingind o o máx im o durante a rápid a fase
de cresci mento e d eclinand o co m a matura ção da cultu ra. Capara amendoim. O amendoim é especialmente
A taxa d e absorção d e nutrient es el a pl anta não é co nsla nt e se nsível à defi ciência d e Ca. El eva d os níve is d e Ca dis-
durante todo o cicl o. Aplicações programadas e loca li zadas, ponível são necessá ri os na região d o sol o ond e as vagens
e m fases espec íficas de cresc imento , pod em ser favorá veis estão se desenvolvendo ; assim , às vezes são rea lizad as
à produtividade e/ou qu alidad e em a lguns sistemas ele pro- aplicações de fontes solúveis d e Ca (sulfato d e cá lcio o u
dução para alguns nutrie ntes, prin cipalmente N. Aplicações nitrato de cá lcio) antes do floresci mento da planta.
programad as e locali zad as também pod em ser favoráveis
para redu zir os impac tos ambientais ca usados pela perda d e ♦ Mn para soja. Aplicações foliares d e Mn no início do
nutrientes do solo . ciclo da soja são realizadas frequ ente me nte e m áreas
onde aparecem sintomas de deficiência no tecido vegetal.
Existem muitos exemplos de aplicações programadas e loca-
lizadas de nutrientes baseadas nas fases de desenvolvimento
Outro fator a ser considerado e m relação à é poca d e apli-
das culturas, porém, somente alguns serão apresentados:
cação é a sensibilidad e da cultura às deficiências específicas
♦ Aplicação de N e K em algodão. Na produção de de nutri entes, frequ entemente relacionadas às condições do
algodão, grande parte do N e do K é absorvida após o sur- solo. Algumas culturas são mais propensas a certas deficiên-
gimento da primeira flor ou no início da fase reprodutiva. cias que outras: assim , culturas suscetíveis podem requerer
Esta informação é importante para garantir que quantidades épocas específicas para aplicação de fertilizantes.
adequadas desses nutrientes estejam disponíveis quando a
demanda é maior. Em algumas ocasiões, a aplicação foliar
de N, e mesmo de K, no surgimento da primeira flor pode
melhorar a produtividade e/ou a qualidade do algodão.
♦ Aplicação de N em culturas de grãos pequenos,
como trigo. Várias recomendações para o trigo se refe-
rem à aplicação de N na semeadura, enquanto a maior P erguntas {!; '
parte acontece em cobertu ra , antes do aparecimento
do primeiro nó. Na fase tardia de crescimento, quando
o trigo inicia o espigamento, a maior parte cio N já foi
absorvida , e se boas práticas de manejo da ad ubação
nitrogenada não forem feitas antes desta fase a produti-
1. Um dos cinco princípios científicos que defmem o
momento certo para um conjunto específico de
condições é:
a. aplicar os nutrientes pouco antes da fase de
,
vidade será prejudicada. Embora a produtividade seja enchimento dos grãos.
determinada na fase de espigamento, em alguns sistemas b. avaliar a logística das operações no campo.
de produção a aplicação tardia de N, durante essa fase, c. permitir a lenta mineralização dos nutrientes
pode aumentar o teor de proteína nos grãos. Isto pode do solo.
ser vantajoso quando há prêmio pago por proteína. Cui- d. aplicar os nutrientes pouco antes do
dados devem ser tomados na aplicação tardia para evitar aume nto dos riscos de lixiviação.
danos que poderiam causar impactos no enchimento dos
grãos (por exemplo, queimadura da folha bandeira) . 2. A absorção dos principais nutrientes pela maior
♦ Árvores frutíferas. Árvores frutíferas são plantas parte das culturas geralmente segue uma curva,
perenes com diferentes características de absorção e em relação ao tempo, cuja forma é denominada
distribuição de N em relação à maioria das culturas. Um a. sigmóide.
bom exemplo é a uva, que tem três fases distintas para a b. rombóide.
absorção de nutrientes: (i) período entre a brotação/iní- c. esferóide.
cio do desenvolvimento foliar e novos brotos/desenvolvi- d. linear.
mento de frutos , (ii) período entre início e desenvolvi-
mento de frutos e (iii) período após o desenvolvimento 3. A aplicação de fertilizante nitrogenado na fase de
até a maturação dos frutos. espigan1en10 do trigo pode aumentar
a. a produtividade.
♦ Culturas tropicais semi-perenes. Para cu lturas b. o enchimento dos grãos.
como denclê ou banana, que têm colheitas contínuas, a c. a proteína nos grãos.
época correta de aplicação dependerá principalmente das d. a qualidade cio amido nos grãos.
condições climátiCéls e da ocasião propícia para aplicação.
No entanto, é Importante considerar antecipadamente u
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Figura 5.1 Nitrogênio acumulado nos diferentes órgãos do milho (A) e absorção acumulada de N nos momentos de pico de demanda (colunas
verdes) e época recomendada de aplicação (setas vermelhas) para o arroz (B).
Fontn: A) Adaptada de: How a Com Plant Develops. Iowa State Unlverslty, Speclal Report No. 48, November 2008;
B) Adaptada de: Bertsch, F. Estudlos de absorclón de nutrientes como apoyo a las recomendaclones de fertílización. lnformaciones
Agronómicas, v. 57, p. 1·10, 2005.
AMÔNIA
NH,
Nitrogênio ·-·
Figura 5.2 Ciclo •gerald do ·nitrogênio.
- d Como
-
o- ciclo
-
do N• é mais complexo e dinâmico do que o dos outros nutrientes , as d.1scussoes
-
reaciona
1 as a epoca e ap 11caçao sao mais comumente centradas no fertilizante nitrogenado.
r
5.2 Analisar a Dinâmica de Fornecimento de pode ser prontamente convertido em formas fracamente
Nutrientes do Solo solúveis e formas indisponíveis de P. Portanto, nesses
ambientes, é comum aplicar anuaJmente fertilizantes fos-
A maior parte dos solos tem capacidade de suprir pelo me- fatados concentrados em faixa, no plantio, para aumentar
nos algumas das necessidades nutricionais de uma cultura. a disponibilidade às culturas.
Geralmente, quanto mais arenoso ou intemperizado é o
solo, menor é a sua capacidade de fornecimento de nutrien- Uma boa compreensão das transformações do N e de
tes. A capacidade de fornecimento de nutrientes do solo é outros nutrientes no solo é fundamental para a avaliação da
importante para o componente dose dos 4Cs, mas pode dinâmica de suprimento de nutrientes do solo. O nitrooênio
influenciar a época de aplicação, assim como as exigências. é absorvido como nitrato (NQ 3· ) ou amónio (NH/ ). o:1ras
Em termos gerais, quanto maior a capacidade do solo em formas de N devem ser convertidas em nitrato ou amõnio
reter e fornecer um nutriente à cultura, e disponibilizá-lo ao para que a planta possa utilizá-las. A Figura 5.2 mostra
longo da fase de crescimento, menor será a necessidade de uma representação resumida do ciclo do N e como é sua
dinâmica e transformação. Em um determinado solo, 0 N
enfatizar o momento crítico para aplicação desse nutriente.
disponível para a planta é fornecido tanto pela mineraliza-
Seguem dois exemplos contrastantes:
ção da matéria orgânica do solo como pelo nitrato e amónio
♦ Para muitos solos agrícolas, os fertilizantes fosfatados e residual. Em climas áridos, o nitrato pode se acumular no
potássicos podem ser fornecidos uma vez para suprir as solo e ser utilizado cm várias safras. Onde a precipitação é
necessidades de uma ou várias safras. Após aplicados, P elevada, o nitrato é mais facilmente removido do solo por
e K são mantidos no solo e permanecem disponíveis às lixiviação c/m1 desnitrificação. O nitrogê nio pode enu.ir no
cuiluras ao longo do tempo. solo a partir ela atmosfera por v,\rias vias, ou pode ser adi-
♦ Alguns solos allamcnte alcalinos, 011 solos bastante áci- cionado como fertilizantes, resíduos d e culturas ou estercos.
dos, comuns cm regiões tropicais, têm alta capacidade de Entre os nutrientes, o N tem o ciclo mais complexo, uma
fixação de P. O fertilizan te fosfatad o aplicado nestes solos vez que está sujeito a mais transformações e perdas.
4. O nitrato pode se acumular nos solos e ser utilizado 8. Em solos com alta capacidade de fixação de P, a época
em múltiplas safras agrícolas em apropriada para aplicação do P é
a. climas úmidos. a. anualmente, após a emergência da cultura.
b. climas áridos. b. anualmente, no plantio.
c. solos orgânicos. c. a cada dois anos.
d . solos altamente alcalinos. d. a cada três anos.
5. A época de aplicação do nutriente é mais Importante 9. Para culturas plantadas na primavera, a vantagem da
para aplicação de N na primavera, ao invés da aplicação no
a. N.
Inverno anterior, inclui
b. P. a. temperaturas do solo mais quentes.
c. K. b. menor interferência com outras operações de
d. Mo.
campo.
c. menor risco de perda e maior lucratividade.
6. A nitrificação envolve a conversão de: d. plantio em tempo oportuno.
a. nitrato em dióxido de nitrogênio (NOz).
b. nitrato em óxido nitroso (N 20).
10. Tecnologias de fertilizantes com eficiência melhorada,
c. amônia em nitrogênio (Nz).
que controlam o tempo de liberação do nutriente,
d. amônia em nitrato (N03-).
podem ser adequadas para
7. Em reglôes climáticas com elevada pluviosidade o
nitrato é prontamente removido dos solos por
a. llxiviação.
a. melhorar a logística das operações no campo.
b. somente culturas de alto valor, como banana.
c. liberação mais rápida de nutrientes às culturas.
d. aplicação de qualquer nutriente.
.
b. nitrificação.
c. imobilização.
d. volatilização do NH3.
o o o o - 1,7 a * 1,8 a
o o 30 30 - 3,1 b 2,7 b
30 30 o 60 3,3 a 3,7 c 2,9 c
30 30 30 90 4,1 b 4,5 d 3,7 d
40 40 o 80 3,9 b 4,2 d 3,6 d
40 40 30 110 4 ,5 c 5,0 e 4,2 e
50 50 o 10 0 4,1 b 5,1 e 4,4 f
50 50 30 130 4,5 c 5,2 e 4,7 g
60 60 o 120 4,6 c 5,1 e 4,8 g
60 60 30 150 4,8 e 5,1 e 5,1 h
* Na col una, médias seguidas pela mesma letra não diferem significativamente entre si a 0,05 de probabilidade pelo teste de Duncan.
Módulo 5.1-2 A aplicação de N em sincronia com a demanda da cultura diminui o nitrato no solo. A maior
demanda de N pela cu ltura do trigo ocorre próximo ao início do alongamento do colmo (fase de desenvolvimento
31 da escala Zadoks). Sincronizar a aplicação de N às necessidades da cultura pode ajudar a melhorar a eficiência
de utilização e resultar em maiores lucros para o agricultor e menos efeitos adversos ao meio ambiente.
Produtores de t rigo no noroeste do México aplicam rotineiramente 75% da dose recomendada de N (250 kg ha·1 )
três semanas antes da semeadura, e o restante da dose cinco semanas após o plantio. Riley et ai. (2001) campa-
raram a prática dos agricultores a uma prática a lternativa que consistia na aplicação de 33% do N no plantio, e o
restante cinco semanas após o plant io. Eles verificaram que a prática alternativa melhorou a absorção de nutrientes
e diminuiu a perda por lixiviação em cerca de 60% em relação à prática dos agricultores (ver figura ), além de
apresentar comparáve l retorno econômico ao agricultor."
6
Fonte: Riley, W. J.; Ortiz-Monasterio, I.; Matson, P. A. Nutrient Cycling in Agroecosystems, v. 61, n. 3, p. 223-236. 2001.
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Concentrações de N mineral na solução
200 FP9596 0 - 15,m (a)
•···· • -· -·· 15- 30 cm do solo mensuradas durante o cultivo
z 150 convenciona l de trigo (FP9596) e com
. o --- ~ ' a utilização de prática alternativa
O) 100
(ALT9596).
3 50
~ ~-- --···-·········· · -=·· · · ·
~ ~- -- ~~ --- - . .,.. ___ - -- - .. . _,.., --:-
F. 1 e P se referem às datas de adubação,
OM o Irrigação e plantio, respectivamente. O
z FI p FI 1 1 1 1 1 N mineral, nas fom1as NO,· ·• NO, . foI
Q) avaliado com o uso de l1símetros. que
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(b)
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o 30 ALT9596 -0- O - 15 cm 1 extraem a solução do solo a 70 cm de
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NPK + CaS04 29 9 30 10
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risco Alto
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_::-:-.-~-- ........
risco
Risco do último
Incremento RlSCO do fertih.zante
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de fertihzanle limitar a produção
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não ser rentável
-·· ' da cu ltura
' ✓
'\.
.· Programas de construçao/
"\
Programas de
suficlôncia de
manutenção da fertilldade \
fertitldade da
cullura Programa
de 8 anos
Programa
de 6 anos
Programa
de 4 anos
\
Baixo Baixo
risco risco
' Conteúdo de niuogênio no grão de milho como porcentagem da quantrdade de íer 1I11zan1e nitrogenado aplicado.
Capítulo @
.. PRINCÍPIOS CIENTÍFICOS DE APOIO
LOCAL CERTO
•
t O local certo significa o posicionamento estratégico dos ♦ Atender os objetivos do sistema de plantio direto. As
nutrientes necessários de modo que a planta tenha acesso técnicas de aplicação subsuperficial, que mantém a camada
a eles. A aplicação adequada permite que a planta se de palha sobre o solo, podem ajudar a preservar os nutrientes
desenvolva corretamente e expresse seu potencial de e a água .
• produção, considerando as condições ambientais nas quais ♦ Manejar a variabilidade espacial. Avaliar as diferenças
tração dos nutrientes que são retidos no solo, como P, em estendendo-se mais proíundamcnte 110 solo. Diferentes
faixas ou em pequenos volumes de solo pode melhorar a espécies de plantas, portanto, possue m cliíe rentes padrões ele
disponibllidi!dc. crescimc mo de raiz, afetando suas ha bilidaclt>s individuais ele
,~
- ;:
} Zona de alta
concentração
de P
l-30 cm-!
Zona de baixa
Figura 6.1. Representação bidimencional da arquitetura
concentração
radicular do milho e da beterraba. de P
Fonte: Weaver (1926).
,... 1
Aplicação a lanço,
uniforme
Faixas superficiais com diferentes
larguras e distâncias da semente
Perguntas '[1
1. Um dos cinco princípios fundamentais que definem
o lugar certo para um determinado conjunto de
condições é
a. enterrar os nutrientes profundamente no solo.
b . considerar onde as raízes das plantas estão
crescendo.
faixa profunda c. misturar os nutrientes em todo o volume de
Faixa junto com a Faixas em várias distâncias entre ou solo.
semente ou próximo dela abaixo das linhas de cultivo d . incorporar os nutrientes por meio do preparo
b. em fabrn . j
me nte denominado de "pop-up"), ou ao lado, ou embaixo,
ou ao lado e embaixo (frequenteme nte denominada d e e. revestimento de se me ntes.
d . pop-up.
! 1
"faixa lateral") .
- -- 1
'
Considerações sobre todos esses processos tem levado aos Nutrientes aplicados a lanço ao longo do tempo (manejo conservacionista)
seguintes conceitos sobre localização de nutrientes em faixa:
A) A aplicação em faixa provavelmente é o método mais
eficiente quando os níveis de fertilidade do solo são baixos,
as taxas de aplicação são baixas e o nutriente aplicado é do
tipo que se move principalmente por difusão (por exemplo, Nutrientes aplicados em faixa, no mesmo local , ao longo do tempo
p ou K);
B) Para solos com baixa fertilidade, a aplicação de baixas
doses de nutrientes em faixa pode não atender às necessi-
dades nutricionais totais da cultura;
Nutrientes aplicados em faixa, em diferentes locais, ao longo do tempo
C) Para solos com baixa fertilidade é necessário um volume
maior de solo fertilizado, do que o obtido com uma
única aplicação em faixa , para se atingir a produtividade ..
máxima.
Quando o fertilizante é aplicado ao solo, cada grãnulo Aumento do tempo
individual (sólidos) ou gotícula (líquidos e suspensões) reage
de modo a formar pequenos volumes de solo fertilizado nas Figura 6.4 Mudanças nas áreas fertilizadas do solo aumentam
suas imediações. A extensão da camada fertilizada a partir com o tempo decorrentes de repetidas aplicações
da partícula fertilizante varia de acordo com o nutriente, as de nutrientes pouco móveis, como P e K. Áreas
condições ambientais e as propriedades químicas e físicas mais escuras indicam concentrações mais
do solo. A quantidade de solo enriquecido por um grânulo elevadas. Essa tendência se aplica a sistemas
conservacionistas de preparo do solo nos quais
ou gotícula individual é pequena, mas o volume lotai de a mistura de solo fica restrita. Outras mudanças
solo fertilizado pode ser aumentado elas seguintes formas: substanciais possíveis (não apresentadas) r
1) utilizando o preparo do solo, 2) aumentando a dose de incluem acumulação de nutrientes próximo da
nutriente, 3) aumentando a frequência de aplicação do superfície do solo, resultante da deposição de
nutriente e 4) aplicando o nutriente em diferentes posições resíduos de culturas, e redistribuição de nutrientes
pelos organismos do solo, como minhocas.
no solo.
...................
entretanto. o volume de solo não fertilizado pode ficar esgo· a) Sensibilidade da semente;
lado. Outra forma de aumentar o volume de solo ferti lizado b) Índice de salinidade do fertilizante;
é a adubação de diferentes áreas do solo. Existem várias
c) Largura da abertura do sulco de semeadura;
opções. Por exemplo, aplicações a lanço e em faixas podem
ser combinadas e/ou as faixas podem ser aplicadas e m d) Textura do solo;
diferentes locais ao longo do te mpo. Quando as faixas são e) Umidade do solo no planlío;
aplicadas em diferentes locais do solo forma-se uma rede de
O Quantidade tolerável de perda de eslande.
faixas de várias épocas no solo .
45 3 7 47mm
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Dias após a aplicação de N
Figura 1. Perdas acumuladas de amônia provenientes das fontes ureia (UR), nitrato de
amônio (NA) e ureia tratada com NBPT (UR-NBPT), aplicadas na superfície de
um solo coberto com resíduo de cana. As setas indicam a quantidade (mm) e
as datas de ocorrência de chuvas após a aplicação de N.
Fonte: Cantarella et ai. (2008).
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Nitrato de Sulfato de URAN Sulfuran Ureia
amônio amônio
Fonte de N
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NUTRIÇÃO DE PLANTAS 4C • LOCAL CERTO
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Capítulo G\
ADAPTANDO AS PRÁTICAS EM TODA A FAZENDA
O
S PRINCÍPIOS UNIVERSAIS 4C anteriormente 7.2 Manejo ad aptativo
discutidos são usados pa ra selecionar as práticas
que apresentam ma ior pro ba bilid ade de cumprir As m elhores práticas são di nã micas e se dese nvolvem à
os objeti vos do manejo d e sistemas de cultivo em locais medid a que a ciência e a tecnologia amp liam a nossa com-
específicos e, de form a m ais a mpla, as melas econô micas, preensão e as o po rtunidad es, e a expe ri ência práúca e nsina
sociais e ambientais d o desenvolvimento sustentáve l. Cada o o bservado r o que fun cio na o u não sob cond ições loca is
uma d as m elhores práti cas resultantes d eve ser consistente es pecificas. Thorup e Stewa rt escreveram , em 1988:
com os princípios d os "4 Cs" . As condições locais pod em in- '5-1jJCsquisa /'l'{J/i::,ada e111Jà::.mdas da 1111i1•e1:ádad,· <' J1ur pc:,qui-
flu enci ar a d ecisão sobre a seleção d a prá ti ca até, e incluin- sadores projissw11ais e111 ra111/1os de agrimltur,·s S(/0 rx/r,-111 ammt,·
do , o di a da implementação. valiosas. JVo mlanlo, elas 11ào /1111 relaçüo direta, ll fft'.;saria,11 ,,11 1,,_
co111 os ca111/Jos d,, rnda agric11/to1: Os solos aprt's,·11ta111 viwu/,·
7.1 Sistemas de Cult ivo 11ariabilir/11rlr rll' 11111a Ji1:::.mrla /mm uulm . . 1.1 priitimi odlwtús
Prá ticas d e m anejo de nutrientes estão se mpre inco rporadas variam 11111ito dr 11m 11.~rirnltor /illra outro..·ltt 111,~ 1110 Jiitu1, ·.,
nos sistem as d e culti vo . nos qu ais outros fa tores locais e ele c/1111rihros /1odt·111 mriar sig11iji,-11tim111,'IIII' <'I li di.,ttint·iw muito ,.11 ,.
manejo. tais como preparo d o solo, drenage m, seleção el e lm. 7õdu.( tssesjàtu1::i <ljÍ'/11111 11s /){J.1.1i,·,ú n".1/111.,/as du:, Í"º.!f.m·
culti va res, entre out ros, pod em influenciar muito a eficácia 111as dt'./ati/11/ll(k, 'ludo i.1s11 s1:!!,11 i/i.-t1 lfllr' tJ upo,1t!u1 dt1 /ii:::.,•11 ,!0
d e uma prá ti ca es pecifica . Fatores como po tencia l genéti co t/111' ,uúrc1•il',' Ili/ dà·t1d11 dt / .')Y(},. ai11t!11 ,1/àn l'tiÍ /,·, tfll;' <' l / i, ri -
de rendimento, pla nt as da ninhas, insetos, d oenças, micorri- 111m/ar 11111 /1u11rn /1111 <'1111/a /Jltí/wia. 1111111/n r,:!!,istm, p1,ri.,1J.1. .,, 1
zas, textura e estrutu ra d o solo, pf-1 , drenage m, compacta· .flt-.ril•,·l rn111 , 11· /11 vf,r11111a., do .!)Ol', 'f//11, tl.1 1·,1n,11·Jt·, d, p,, (ui ,, ti
ção , salinid ad e, ten1pcra1u ra, prccipitaçflo e radi a~·flo solar lll'<'1'.1ndade d, · c1111.,o ,•,11 t111 d11 .,11/u ,. dt1 tig11,1. ·•
pod em interagir com a nutri~·flo d a planta e a el1cúcia ria E111bo ra o l l' l'll lO a illll,1 11:'to c•x isti~~e . l'S~ c ~ agrô11u 11 10 ~ d cs-
prática ele manejo d e nutri1!111l•s. CTl've rnm o 111a 11cjo nd,1pta1ivo cl (• m uriL' lllL' S.
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Entradas de nutriente
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Condições meteorológicas
Tecnologia
Economia
Retroallmentação
Produtividade, lucratividade,
durabilidade, impacto ambiental
(aflciência de uso do nutrtente)
Figura 7.1 Papel do ma nejo adaptativo no refiname nto prático do manejo de nutrientes 4C.
.
"
•
••
• essas melhorias. O rendimento do mi lho aumentou de 10.048 kg ha-1, quando solteiro, para 12.077 kg ha-1.
quando em consórcio com Panicum. A escolha correta das espécies de gramíneas consorciadas e da época de
semeadura aumentou a eficiência de utilização dos nutrientes (quantidade de grãos produzidos por unidade
de fertilizante aplicado) em 20%. Como exemplo da viabilidade econômica, em uma das fazendas da empresa
Agro Pecuária Peeters S.A., no Brasil, houve um aumento de 100% no lucro devido à adoção de um sistema
de cultivo alternando soja, milho (safrinha) e braquiária em um ano, com algodão no outro ano, em lugar de
algodão todo ano. Em tais sistemas, as gram íneas forrageiras são cultivadas soltei ras ou em consórcio com
culturas de grãos. Essa informação é um exemplo claro de como a adaptação adequada de práticas, como a
correta rotação e consórcio de cu lturas, pode traze r maior prosperidade à fazenda. Acredita-se que sistemas
de cultivas semelhantes possam ser expandidos para outras áreas do mundo.
Fonte: Crusciol, C. A. C. et ai. Better Crops with Plant Food, v. 94, n. 2, p. 14-16, 2010.
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SISTEMA DE CULTIVO
Tabela 1. Resposta da batata ao ma nejo do N e aos métodos de irrigação em lnner Mongolia. Média de dois
anos, 209-2010.
Nota: N-P,0 5 -K,0; 210-90-165 kg ha·1 em 2009, N-P, 0 s·K,0; 240-90-165 kg ha·1 em 2010.
Números seguidos da mesma letra na coluna não diferem estatisticamente entre si (P < 0,05).
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Dose de N (kg ha- 1 )
Classe Classe
Tipo de 1
1 2 PKMAN 2 PKMAN
agricultor
P20s (kg ha·1 ) (mg kg-1)
Jovem arrendatário 17 o 12 NA NA 5
Bem estabelecido 56 45 55 26 25 22
Expanclonlsta 28 o 37 14 10 14
Em tempo parcial 22 39 94 22 20 20
• que cultivavam culturas irrigadas com alta produtividade deveriam parcelar a aplicação de N para obter maiores
produtividades e otimizar a eficiência de uso do N. Entretanto, a valorização do emprego fora do campo não
permitia que houvesse mão de obra suficiente no local para aplicar o N de forma parcelada , de acordo com os
estádios de crescimento.
A tecnologia de fertilizante de liberação controlada proporciona ao agricultor uma "fonte" adicional de fertilizante
nitrogenado que permite a aplicação de todo N no plantio mas com liberação subsequente em várias vezes
durante o período de crescimento da planta. Frequentemente, estes fertilizantes de liberação controlada são mis-
turados aos fertilizantes nitrogenados comuns para permitir o suprimento imediato de N bem como a liberação de
N em época posterior. O custo adicional destes produtos para o produtor frequentemente é mais do que compen-
sado pela renda oriunda do trabalho fora da fazenda, e a eficiência do produto de liberação controlada permite ao
agricultor aplicar a dose normal ou, em muitos casos, a dose reduzida.
Fonte: IPNI China, dados não publicados.
* Ureia parcelada: 40% aplicada antes do transplante e 60% aplicada aos 7-10 dias após o transplante.
** Ureia/Ureia de li beração controlada (ULC): 40% da ureia aplicada antes do transplante e 60% da ULC também antes do
transplante.
··•····........ - -
...... ... -.......................................................... , .
•
Estudo de Caso 7.3-3 Melhor balanço de nutrientes em fazendas leltelras por melo do manejo da forragem. No
nordeste dos Estados Unidos, a produção leiteira constitui grande parte da atividade agropecuária. As típicas fazendas
leiteiras geralmente cultivam suas próprias forrageiras para a alimentação do gado, mas compram os suplementos de
grãos, que fornecem os níveis necessários de energia digestível e proteína . Os estercos geralmente são espalhados
sobre o solo, onde as forrageiras e o milho são cultivados, reciclando uma grande parte dos nutrientes minerais no solo.
Em muitas fazendas leiteiras, a quantidade de nutrientes importados com a compra de suplementos minerais excede
a quantidade de nutrientes exportados com a venda de leite e animais. Nessas fazendas, os excedentes de nutrientes
devolvidos ao solo na forma de esterco podem lentamente acumular reservas de P e K no solo em níveis mais elevados
do que o necessário para a produção agrícola, e estes níveis podem resultar em maior risco de escoamento superficial
de nutrientes, prejudicando a qualidade da água.
O excesso de nutrientes pode ser controlado pelo manejo da forrageira de alta qualidade. Quando forrageiras de alta
qualidade são nutridas, menos suplementos sob a forma de grãos e minerais são necessários na dieta do gado.
Charles C. Stallings, Cientista e Extensionista na área de Bovinos de Leite na Virgínia Tech, afirma:
"A maximização da quantidade de forragem na ração não só melhora a saúde do gado leiteiro como também reduz
a necessidade de alimentação suplementar, que é normalmente rica em P. Por exemplo, o farelo de soja contém
0,7% de P (base seca) em comparação com 0,3% de P na alfafa. O simples fornecimento de mais proteína com a
alfafa reduz a necessidade de mais farelo de soja, resultando em ração com menor concentração de P. Além disso,
muitos alimentos derivados de subprodutos contêm altas concentrações de P. Alimentos como sementes de algo-
dão integral (0,6%), grãos derivados de subproduto de cervejaria (0,67%) e subproduto de destilaria (0,83%) são
bons exemplos. Com o uso de mais volumoso na ração pode-se reduzir a necessidade desses alimentos."
Como mostra a figura abaixo, em uma fazenda de gado leiteiro com 1.100 vacas, em New York, quando a dieta do gado
passou de 52% de forragem para 60%, entre 2004 e 2009, a quantidade de N necessária na fazenda foi reduzida a quase
metade (Fíelds, 2011). O gerente da fazenda comentou que "A dieta com elevada quantidade de forragem é obtida quando se
produz forragem com alta qualidade, por isso precisamos aproveitar plenamente o valor nutricional do esterco produzido. Nós
optamos pela injeção direta de N no solo ... assim, as perdas de N por volatilização são muito reduzidas, reservando-se
um nível mais elevado de N para o milho". De forma semelhante, em outra fazenda com 650 vacas leiteiras, no centro de
New York, houve redução do teor de N e de P do esterco em 17% e 28%, respectivamente, enquanto a produção de alimentos
para os animais aumentou de 43% para 59% ao longo de 5 anos (Tylutki et ai., 2004).
2
$ 1,4
Q)
"C
(/) 1,2
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Q) o 0,6
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·e o 2004 2005 2006 2007 2008 2009
2,
A ferramenta "Nutrient Expert" utiliza informações sobre o suprimento de nutrientes do campo obtidas tanto de
parcelas com omissão de nutrientes como de características do local e do manejo, as quais servem como modelo
para o fornecimento de nutrientes. A ferramenta recomenda doses e épocas para a aplicação de N, P, K que dife-
rem das práticas de adubação adotadas pelos agricultores, as quais são baseadas em recomendações regionais
generalizadas ou são estimativas que normalmente não consideram o fornecimento de nutriente nativo de um local
específico.
Nesse caso, o fornecimento de nutrientes foi estimado com base nos dados de textura, profundidade e coloração
do solo, assim como no histórico de cultivo e fertilização. O rendimento de milho a ser atingido nestes dois ambien-
tes favoráveis foi estimado em 9 t ha-1 e foi utilizado como produtividade-alvo para a safra. Os preços de semente,
fertilizante e grãos são valores reais registrados na época em que os experimentos foram realizados.
Em média, as recomendações do "N utrient Expert· resultaram em maiores rendimentos com menor quantidade de
fertilizantes na Indonésia. A maior eficiência e rentabilidade foi atingida com maior ajuste na dose de cada nutriente
aplicado à necessidade local e pelo aprimoramento na época de aplicação, geralmente pelo aumento do número de
aplicações parceladas.
Referências
Pampolino, M. et ai. IPNI, Penang, Malaysia, 2011. [On-line].
Witt, C. et ai. IPNI, Penang, Malaysia, 2009. [On -line].
Capítulo @
•
•
'
PRÁTICAS DE SUPORTE
•
A importante como suporte para a tomada de de-
cisões efetivas no manejo da aplicação da fonte certa
de nutriente, na dose certa, na época e no local certo, mas não
gias permitem a interpretação mais precisa da análise do
solo e da planta .
Nutriente Mudança de coloração nas folhas superiores (nut ri entes não translocados). Morte da gema terminal.
Ca Atraso no aparecimento das folhas primárias ... deterioração das gemas term ina is. Pontas das folhas podem
ficar grudadas em milho.
B Folhas amareladas perto do ponto de crescimento ... gemas apicais aparecem como tecido morto de colora-
ção branca ou marrom-claro.
Nutriente Mudança de coloração nas folhas superiores (nutrientes não translocados). Gema terminal permanece viva.
s Folhas, incluindo as nervuras, com coloração verde-pálido a amarela ... primeiro as folhas jovens.
Zn Em citros, clorose internerval pronunciada e bronzeamento das folhas. No milho, amplas fa ixas de colora-
ção branca a amarela aparecem nas folhas em cada lado da nervura central. Plantas raquíticas, entrenós
curtos. Brotos novos podem morrer em algumas espécies de feijão.
Fe Clorose inicia-se primeiro nas folhas jovens, nas pontas dos ramos; a cor da folha muda uniformemente
para amarela , com exceçã o das nervuras; mancha parda ou tecido morto aparece quando a defi ciência é
severa .
Mn Folhas cinza-amareladas ou cinza-avermelhadas com nervuras verdes, clorose marginal e intervenal; as
folhas cloróticas mantêm a sua forma normal.
Cu Folhas jovens de cor uniforme amarelo-pálido ou fo lhas murchas e sec?s sem clorose. Em ce reai~ de
inverno pode haver crescimento agrupado, enrolamento das folhas mais novas, com pontas necrot1 cas, e
acamamento acompanhado de espigas chochas.
CI Mu rcha das folhas superiores seguida de clorose. Em cereais de inverno pode haver clorose que progride
para manchas necróticas nas folhas de algumas variedad es.
Mo Folhas Jovens murchas e necrose ao longo das margens. Cl orose das folhas mais velhas devido à inca pacida de
de utiliza r adequadamente o N.
. . •lhantes a estes podem ser con fu ndidos com os da nos ca usados por herbicidas, doenças ou !nsetos. So~os encharcados ou secos
Not.J . Sintomas seme b . deni cr·iar problemas ciue imi tam defi clé ncias. o diagnóstico deve considerar tambem os padroes de sintomas dentro
ou danos por vento tam em po
do campo e sua relação com as condi ções do solo ou de Insetos e doenças presentes.
.....
... _ . . . . 4 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ◄~
Lentbre-se: Os sintomas ele deficiência muitas vezes indi- d) mo nitora r a ferlilidade do solo e as tendências a longo
cam de fici ê ncia severa e pode m não ser el e lodo observáveis prazo, ele forma que os programas de manejo ele nutrien-
se houver apenas escassez ou peque na falia ele um nulrie nte tes possam ser ajustados para atender as metas de manejo:
especíílco. Em alguns casos, no en tan to, os sintomas pod em e) gerenciar riscos, determinando onde podem ocorrer as
ocorrer sem perda ele rendimento econô mico; exemplos maiores res postas aos nutrientes.
podem incluir sinto mas ele deficiência ele N e K nas folhas
A amostragem el e solo geralmente é fe ita antes cio p lantio
•• infe riores de cereais no fin al cio ciclo.
Lemb re-se: Muitas culturas começa m a perder rendi mento
de cu lturas anua is ou an tes do período d e crescime nto a ti vo
das cu lturas pere nes. O maior pote ncia l de erro na aná lise
bem antes de começar a mostrar sina is ele deficiê ncia . Essa de solo está na amostragem do solo.
dispendiosa condição de re ndimento limilaclo é chamada d e Proced ime ntos precisos da análise d e solo d epend e m d e
FOME OCULTA. amostras representativas. A co leta d e amostras representa-
A fome oculta pode reduzir consideravelmente o rendimento tivas reque r cuidado e habilidade. Em grande parte dos
e a qualidade da cultura sem que esta mostre quaisque r casos, a a mostra representa mais de dez milhões de vezes
sintomas de deficiência. Mais e ma is campos sofrem ele a quantidade de solo e nviad a ao laboratório. Assim, se a
níve is sub-ótimos de nutrientes, mas nenhum sintoma grave amostra de solo é tomada para representar uma peque na
de deficiência é observado de forma clara. ou grande área, é importante que sejam tiradas múltiplas
Perguntas ~
1. Quando as fo lhas superiores de uma planta de
soja apresentam cor amarelada entre as nervuras, o
nutriente em deficiência pode ser o
a. Ca.
b. N.
c. Mg.
d. Mn.
Condições de pH do solo a
Método Extrator Referências serem consideradas
0,5 M de bicarbonato de só dio Olsen et ai. (195 4). USDA Usado em solos ligeiramente ácidos, neutros
Olsen
(p H 8,5), 0,5 h de extração, rela- Circular Nº 939 e ligei ram ente a muito alcalinos e alcalinos
ção so lo:so lu ção de 1:20 e calcá ri os (isto é, pH do solo 6,0 a > 7 ,2)
• Mehlich-1
0 ,05 M de HCI em 0,0125 M de Mehlich (1953). North Caro-
de carbonato de cálcio
Ácido a ligeiramente alcalino (isto é,
H2SO., 5 min . de extração, rela- lina Soil Test Div. Publ., p. 1-53 pH do solo< 6,0 a 7,2)
ção solo:solução de 1:4
Mehlich-3 0,2 M de ácido acético, 0,25 M Mehlich (1984). Comun. Soil Ácido a ligeiramente alcalino (isto é, pH do
de NH. -N03, 0,015 M de NH4f e Sei. Plant Anal., v. 15, solo< 7,2). Capaz de extrair e analisar múl-
0 ,13 M de HN03 em 0,001 M de p. 1409-1416 tiplos elementos, comparado ao Mehlich-1.
EDTA, 5 min. de extração, relação Não é adequado para solos alcalinos com
solo:solução de 1:10 altos níveis de carbonato de cálcio
CaCl 2 diluído 0 ,005 M de cloreto de cálcio, Moody et ai. (1988). Aust. J.
18 h de extração, relação Exp. Agric., v. 23, p. 38-42
solo:solução de 1:5
Ácido extra ível 0,005 M de ácido sulfúrico, 16 h Kerr e von Steiglitz (1938).
de extração, relação solo:solução BSES Tech. Comm. Nº 9
de 1:200
Resina troca- Mistura de resinas aniônicas e Raij et ai. (1986). Comm. Soil
dora de íons catiônicas Sei. PlantAnal., v. 17, n. 5
Para diagnóstico de Áreas com. d) Caso haja uma câ mara digital disponível, fotografar
Baixa Fertilidade 01, com. Problem.as as plantas que se desenvolveram tanto na área pobre
quanto na área adequada e utilizar as fotos para ajudar
a) Coletar amostras separadas, de áreas com rertiliclacle
a diag nosticar o problema.
ba ixa e com rertilicl ade adequada, usando as técnicas
descritas anteriorme nte. Am.ostragem. do Solo quando os
b) Coletar amostras ele superfície e de subsolo . Fertilizantes são Aplicados e1n Faixas
c) Inclulr a descrição dos sin101na~ observados nas áreas Considerando que alguns eleme ntos, como o P cio solo, fi-
com problemas e e nviü-la junto com as amostras . cam relativamente imóve is na faixa onde os fe rtilizantes são
Finalmente. o "número " fornecido no laudo ela aná lise cio e) Sugerir análises adicionais ou estudos na identificação
l solo apresenta erros que se relac ionam a todos os fatores ele um problema na produção das culturas.
mencionados anteriormente, bem como à incerteza so bre as Tal como aco ntece com a aná lise de solo. uma importan te
futuras doses de reposição das formas de nutrientes menos fase da análise de pla ntas é a coleta de amostra. A composi-
disponíveis no solo. Este deve ser interpretado dentro de ção ela pla nta varia com: idade, parte da planta amostrada ,
limites, muitas vezes deno minado de muito baixo. baixo. condição da pla nta , va riedade, condi ções meteorológicas e
médio, alto ou muito alto, porém com mais precisão de aco r- outros fatores . Portanto , é necessário seguir as instruções de
do com o tamanho e a probabilid ade da resposta es perada a mostrage ns comprovadas.
(Tabela 8.3). Os melh ores resu ltados se rão obtidos quando A maior parte dos laboratórios forn ece instruções para a
os resultados das análises fore m considerados ao longo de amostragem de diversas culturas e o e nvio das amostras.
vá rios a nos, pois mostram as tend ências ela fertilid ade sob o Eles geralmente sugerem, se possível , o envio de uma
manejo ex istente, em vez ele se considera r um único valor amostra da área sem problema, além da amostra da á rea
para a previsão exata da dose ele nutrientes necessá ria a ser com problema, para comparação. Por serem necessários
• aplicada. experiência e conhecimento para a amostragem correta de
do elemento recomendadas diminuem até zero à medida um determinado ano , mas minimizar a possibilidade de
que o nível da análise ele solo aumenta até um valor crítico. algum aspecto nutricional lim itar o crescimento das plantas,
O nível crítico é o valor ela aná lise ele so lo no qual o so lo é proporcionando re ndim entos próximos do máximo, altos
capaz de fornecer quantidades suficien tes de P e/ou K para níveis de fl ex ibilid ade ao produtor e bom retorno econô·
a lcançar 90% a 95% cio rendimento máximo. Para recomen- mico a longo prazo. A desva ntagem desse tipo de critério
dações de suficiência de nutrientes, os valores da análise de é que as doses de aplicação requeridas são normalme nte
solo são vistos como uma variável de manejo e há pouca superiores às recomendadas pelo programa de suficiência
consideração quanto aos seus ruturos va lores. de nutrientes.
O critério ele suficiência é frequente mente utilizado em
situações em que o capital para investimento está indisponí- Escolha do Critério Adequado
vel ou tem-se elevados custos com juros, ou quando a posse
da terra não está assegurada para o íuturo (por exemplo, Durante um longo tempo , os dois critérios de manejo da
quando a terra é arrendada por um período de 1 a 2 a nos). rertilidade do solo permitiram aos produtores a escolha
entre um sistema que recomenda a aplicação de baixas
doses de fertilizante em solos com baixos teores de nutrien-
Construção e Manutenção da Fertilidade
tes, mas que requer aplicações anuais do insumo (programa
O objetivo dos programas de construção e manutenção de suficiência nutricional), e outro, que é o de investir em
da fertilidade é manejar os teores de P e/ou K da análise altas doses em um determinado tempo (4 a 8 anos), a fim
do solo como variáveis controláveis. Em solos com baixos de obter flexibilidade na aplicação e potencial redução
teores de nutrientes, as recomendações para construção e de custos, com múltiplas aplicações anuais, quando for
manutenção da fertilidade são destinadas a nutrir as plantas mais conveniente e econômico (programa de construção
com P e/ou K o suficiente para atender suas necessida- e manutenção) . Valores críticos dos teores de nutriente no
des imediatas e elevar os níveis do solo para valores não solo e sua relação com as doses aplicadas são apresentados
limitantes, ou seja, acima do nível crítico. Os níveis críticos conceitualmente na Figura 8.4.
são os mesmos utilizados no critério de suficiência e sua Embora a diferença no custo entre os dois critérios possa
determínação requer quantidades semelhantes de dados ser considerável a curto prazo, os benefícios da flexibilida-
para calibração da análise de solo, coletados no campo. O de no programa global de fertilidade, os reduzidos custos
critério de construção e manutenção da fertilidade tende a de aplicação, a oportunidade melhorada e o manejo do
ser economicamente menos sensível às recomendações in- caixa podem fazer com que o investimento em programas
certas devido à redução de riscos de perdas de rendimento de construção e manutenção seja viável. Uma vez que os
das culturas em solos com altos teores de nutriente. Geral- produtores compreendam as duas abordagens, eles podem
mente, a construção dos valores da análise de solo ocorre decidir se o custo para a construção dos níveis de nutrien-
ao longo de um período de tempo previsto (4 a 8 anos, te no solo é um investimento sensato. Se a propriedade
normalmente). Uma vez que os teores dos nutrientes no solo tiver esterco animal como fonte de nutrientes, o critério da
excedem o valor crítico, as recomendações de adubação são construção e manutenção da fertilidade do solo torna-se
feitas apenas para manutenção destes níveis em um interva- economicamente favorável. Porém, mesmo com o uso de
lo desejado ou de manejo. esterco é aconselhável não aplicar continuamente doses que
O teor de nutrientes desejado no solo geralmente é uma aumentem seu teor no solo acima de um limíar prejudicial
faixa situada pouco acima do nível crítico (níveis médios a ao ambiente (geralmente maior do que o limite de manu-
altos) , na qual o solo geralmente pode fornecer nutrientes tenção), a fim de evitar desequilíbrios nutricionais e danos
de forma adequada para atender as necessidades nutricio- ambientais (ver seção 9.8.2 e Figura 9.2).
nais das culturas em crescimento. Uma vez que o teor de Produtores que objetivam maiores lucros em sua ativida-
nutrientes do solo tenha sido construído no nível desejado, de muitas vezes irão necessitar mais do que apenas uma
os produtores terão grande flexibilidade em relação ao mo- recomendação de adubação. Eles precisam de um plano
mento e à quantidade de fertilizante a ser aplicada. Assim, completo de manejo nutricional, além de informações sobre
os produtores podem escolher se querem aplicar o nutriente variedades adequadas, práticas culturais, época de plantio,
anualmente ou combinar aplicações do nutriente a cada técnicas apropriadas de proteção da cultura, entre outras.
dois ou três anos. Isso gera flexibilidade no gerenciamento A análise de solo é apenas uma parte do plano de manejo
do tempo, fluxo de caixa e flutuações nos preços de merca- global da fertilidade do solo que vai garantir produtividades
do para fertilizantes e culturas. altas, rentáveis e eficientes, mlnimízando, assim, as perdas
O manejo da construção e manutenção da fertilidade não de nutrientes que poderiam prejudicar o ambiente. As estra-
é destinado a promover o melhor retorno econômico em tégias de manejo nutricional são discutidas no Capítulo 9.
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Figura 8.4À medida que aumenta o nível de nutriente no solo, aumenta o rendimento relativo da cultura (relação
percentual entre o rendimento da cultura sem aplicação de nutriente e o rendimento da cultura em que
não há limitação nutricional}. Portanto, o tamanho e a probabilidade de resposta em rendimento de uma
cultura à fertilização diminui com o aumento dos níveis do nutriente no solo. Recomendações de suficiên-
cia nutricional visam promover retorno econômico no ano de aplicação e diminuir a zero a reposição do
nutriente (ou uma quantidade menor do que a da remoção pelas culturas, geralmente colocada próximo
à semente, denominada de arranque) no nível crítico. O critério de construção e manutenção recomenda
a aplicação de quantidades maiores do nutriente do que aquela que foi removida pela cultura quando o
nível do nutriente no solo estiver abaixo do nível crítico, quantidades iguais às de remoção pela cultura
no intervalo dos níveis de manutenção (faixa próxima ao nível crítico) e quantidades menores do que a
removida pela cultura e tendendo a nenhuma aplicação quando os teores no solo estiverem acima do nível
de crítico.
Fonte: Adaptada de Leikam et ai. (2003) .
Onde as análises laboratoriais de solo e de tecido vegetal não Jones Jr., J. B. ln: Soil Tesling and Plant AnaJysis, Part II: Plant
são possíveis de serem realizadas, o suprimento de nutrien- Analysis. Madison, WI: SSSA, 1967. p. 49-58.
tes do solo para a cultura pode ser estimado utilizando-se a Jones Jr., J. B. Aust. J. Exp. Agric., v. 33, p. 1039-1043, 1993.
técnica da parcela com omissão de nutrientes. Isto é feito em
Lelkam, D. F.; Lamond, R. E.; Mengel, D. B. Better Crops, v. 87,
pequenas parcelas, onde cada um dos nutrientes que está n. 3, p. 6-10, 2003.
sendo avaliado é omitido em uma parcela, enquanto todos
os outros são adequadamente aplicados. Há uma parcela Marschner, H. Mineral Nutritlon of Higher Plants. 2. ed . London:
Academlc Press, 1995. 889 p.
que recebe todos os nutrientes e também uma na qual
todos os nutrientes são omitidos. Se não houver decréscimo Munson, R. D.; Nelson, W. L. ln: Soii Tes1lng and Plant Analysls.
na produtividade das plantas na parcela em que o nutrien- 3. ed. , cap. 14, 1990. (SSSA Book Series, No. 3).
te foi omllido, comparada à parcela que recebeu todos os Parem, L. E.; Natale, W.; Ziadl, N. Can. J. Soll Sei., v. 89, p. 383-
nutrientes, presume-se que há quantidade suficiente deste 390, 2009.
nutriente no solo para suprir a cultura. Sumner, M. E. Plant Soll, v. 46, p. 359-369, 1977.
•
NUTRIÇÃO DE PLANTAS 4C - PRÁTICAS DE SUPORTE
C!I
Estudo de Caso 8.1·1 Histórico de cultivo Influencia na decisão sobre a profundidade da amostragem do solo.
A importância de se conhecer o histórico de cultivo de um campo agrícola foi mostrada em uma região próxima a
Calgary. Alberta , no Canadá . Um novo proprietário queria plantar aveia para fazer feno verde em uma área de 65 ha.
Uma empresa de consultoria local foi contratada para fazer a amostragem do solo e a recomendação de adubação
antes da implantação da cu ltura , em meados de maio. Um membro da empresa foi ao campo e coletou 15 amos-
tras de solo aleatoriamente até a profundidade de 15 cm, tomou uma sub-amostra e a enviou ao laboratório de
• análise de solo. Com base nos níveis dos macronutrientes observados na análise da amostra de solo, a recomenda-
ção de adubaçâo foi de 132 kg ha- 1 , 11 kg ha- 1 e 17 kg ha-1 de N, P2 0 5 e K2 0, respectivamente, para uma meta de
produtividade de 9 t ha- 1• A adubação de P e K foi feita no sulco de plantio com uma mistura de monoamõnio fosfa-
1
to (11-52-0) e cloreto de potássio, a qual forneceu, além dos nutrientes supracitados, 2 kg ha- de N. O restante do
nitrogênio (130 kg ha 1 de N) foi fornecido via ureia, na dose de 282 kg ha-1, aplicado a lanço e incorporado durante
o preparo do solo, antes do plantio. A cu ltura desenvolveu-se bem devido às chuvas no início do verão seguidas de
tempo quente e seco nos meses de julho e agosto. O rendimento de feno foi muito próxi mo ao que se esperava .
Tudo ia bem até o produtor solicitar a análise de uma amostra de tecido vegetal do feno. Os resultados mostraram
níveis de nitrato de 6.000 mg kg·1, bem acima do nível considerado seguro, de 1.500 mg kg 1 , para a alimentação
do gado de corte (Cash et ai., 2007). o produtor reclamou que a recomendação da dose de N feita pela empresa de
consultoria era muito alta e teria provocado os excessivos níveis de nitrato no tecido vegetal do feno que ele cultivara.
Um agrônomo da região e a empresa de consultoria fizeram uma investigação mais aprofundada e descobriram que
a área tinha sido cultivada com alfafa por 5 anos, recebido uma gradagem no final do verão do quinto ano e ficado
um ano em pousio antes de ser vendida ao novo proprietário. No ano em que o campo estava em pousio houve
chuvas acima da média histórica, e o agrônomo suspeitou que o N mineralizado pela decomposição da alfafa tinha
sido lixiviado abaixo da profundidade de amostragem de 15 cm. A análise de amostras de solo coletadas até
120 cm, realizadas no final do verão em que foi cultivada a aveia, constatou 80 kg ha·1 de N-nitrato residual no solo.
A alta concentração de nitrato no feno foi resultado da considerável quantidade residual deste elemento no solo
abaixo da profundidade de amostragem convencional combinada com uma adição excessiva de N via fertilizante
para a cultura da aveia. O tempo seco e quente nos meses de julho e agosto fez com que o acúmulo de nitrato na
aveia fosse ainda maior.
Em resumo, se o histórico de cu ltivo tivesse sido investigado e as informações supracitadas fossem conhecidas, a
recomendação seria fazer a amostragem de solo a uma profundidade maior, e não apenas até 15 cm. Nesse tipo
de situação, três profundidades de amostragem de solo são aconselhadas: 0-15 cm, 15-60 cm e 60-120 cm.
Assim, o N residual teria sido contabilizado e menor quantidade do nutriente seria recomendada para a cultura da
aveia .
Referência
Cash, D. et ai. Nitrate toxicity of Montana forages. Montana State University, 2007. [On-line] .
. ,
NUTRIÇÃO OE PLANTAS 4C - PRÁTICAS DE SUPORTE
Capítulo
PLANEJAMENTO E RESPONSABILIDADE NO MANEJO DE NUTRIENTES -
O manejo da nutrição de plantas de acordo com os princí- plantas. Primeiro, ele deve acompanhar e registrar todas as
pios das práticas de manejo de nutrientes 4C inclui respon- práticas de manejo aplicadas à cultura e que são relevantes
sabilidade em relação aos impactos gerados na sustenta- à nutrição vegetal como parte do ciclo ada ptativo de manejo.
bilidade econômica , ambiental e social. Neste capítulo Estas informações visam beneficiar principalmente geren-
são discutidos e comparados os critérios utilizados para o tes e consultores na tomada de decisão sobre as prá ticas a
planejamento do manejo de nutrientes e a medida do seu serem adotadas ou a correção a se r feita no próximo ciclo
desempenho na sustentabilidade. de produção, como discutido nos capítulos 2 e 7. Segundo.
o plano precisa acompanhar o desempenho - resultado da
9.1 Planos de Manejo de Nutrientes implementação de um conjunto de práticas.
._
11 Em muitas regiões, onde a produção intensiva de gado e
aves tem resultado em excedente de nutrientes (onde mais
nutrientes são excretados no esterco do que são absorvidos
As pessoas estão buscando, cada vez mais. informações sobre
como melhorar o desempe nho de sua e mpresa ao lo ngo do
tempo. Compradores de produtos agrícolas querem sabe r
pelas culturas no campo). planos de manejo de nutrientes a sua pegada ambiental com base no dese mpe nho el e lado
' tem se tornado obrigatórios. Em algumas regiões tem-se
•.,.
o sistema. Por exemplo , as grandes empresas da indústria
alcançado impactos positivos e boas adesões. No entanto, o de alimentos lançaram, ou estão se pre para ndo para la nçar.
alcance desta abordagem têm sido limitada para pequenos iniciativas globais para promove r a agricultura suste ntável.
produLOres e para as operações focadas principalmente na a fim ele ajudar as e mpresas n va lorar econo micamen1 e os
produção de culturas. Obstáculos à participação incluem: impactos ambientais e sociais ele suas cade ias de su prime n-
.~ período de tempo necessário para reunir informações
d etalhadas , falta de flexibilidade na resposta às mudanças
tos. Em um artigo publicado na mídia e m 25 de agosto ele
2011 , a Businessgreen.com descreve u uma dessas iniciéllivas
relacionadas ao clima e ao mercado e falta de conexão com para incluir
·s4
os planos de negócios da faze nda. . . . ''u 1111111i:j11 dvJ rrn11suJ; .-u11111 IÍg11a, c11,·rgi,1 e m,L, ,,i.-,, h,m
II fm,d11lil'id11,I,, agriw/11, 11 p1,;,-r1·t1(1111 daj,"·rtilidacl, t/11 .,ulu
·"'
(U /1 /U
9.2 Planos de Manejo de Nutrientes 4C
1' 11 hiut!il·,·1.rid11dr. lrd la111hi'i11 mbm 11,· i111pa, /v, .,oá11i.1. /m.,, ,1111111
~ Um plano de Manejo de Nutrientes 4C visa servir a dois us rfiilJS 1Ubn· f/S (U///IIIIÍd11d,,., agrfrolas. d1úi10.,, h,111111111,, r' /J
•
propósitos em todas as operações qu e usam nutrientes dns t'o11/,i1111 idllll,· (11111 as /,-i., lut',IÍ ,. 1111111111., t' 1,g11l,1111,·11/,11; •·
Tabela 9.1 Exemplos de medidas e de indicadores de desempenho para o man ejo da nutrição de plantas.
9.5 Passos para Desenvolver um Plano de A escolha de uma estratégia apropriada de manejo de nutrien-
Manejo de Nutrientes 4C tes irá apoiar as metas de sustentabilidade da fazenda_ Um
exemplo de listagem de metas agrícolas para a sustentabili-
A seguir, é apresentado um conjunto generalizado de medi- dade ambiental é encontrada em artigo da série Whole Farm
das para estabelecer e implementar um plano de manejo de Evaluation, da Universidade de Cornell (n. 1, de Karl Czymmek) .
nutrientes 4C, que confere responsabilidade ao processo de
busca de níveis mais elevados de sustentabilidade. Esses passos 2. Coletar informações necessárias de produção - para
são compatíveis com os princípios do manejo adaptativo, con- cada campo:
forme descrito no Capítulo 7.
a) Cultura a ser cultivada.
I. Definir as metas de sustentabilidade - para toda a b) Meta de produtividade e qualidade (por exemplo. proceí-
fazenda ou empresa: na, conteúdo de elementos-traços, cor e outras caracceris-
a) Considerar os agentes interessados. Isto inclui vizinhos, ticas influenciadas pelo manejo de nutrientes) .
clientes, grupos de interesse público local, fazendeiros ou c) Características do solo, incluindo textura. matéria orgâni-
associações empresariais ou outras organizações ativas na ca, pH e disponibilidade de nucrientes.
promoção voluntária da melhoria da sustentabilidade. d) Histórico de cultivo e práticas de manejo de nutriences
b) Quando a terra é arrendada, o proprietário da terra e o utilizadas no passado.
agricultor devem discutir a fim de determinar quem é o e) Número esperado de dias em condições adequadas de
responsável pela implementação das práticas de sustenta- solo para operações de campo (aplicação ele nutrientes,
bilidade e monitoramento de sua eficácia. cultivo, plantio, proteção ela cuhura e colheita) com base
c) Definir as metas econõmicas, ambientais e sociais para no solo e no clima típico.
a empresa. Na escolha dos indicadores de desempenho, O Drenagem da água, taxa de infiltração, suscetibilidade à
deve-se considerar os interesses das pessoas listadas lixiviaçê1o, proximidade do lençol freático.
acima. g) Localização, dimensões e área de superficie (descriçiio
legal, coordenadas geográficas e mapas) .
1
a. práticas aplicadas e desempenho em relação
consideração o potencial produtivo com base nas condi-
aos anos anteriores.
ções meteorológicas encontradas (ou seja: A precipitação
b. metas de sustentabilidade e indicadores de
pluviométrica e a irrigação foram adequadas e oportu-
desempenho. 1
nas? A temperatura foi fa vorável para o desenvolvimento
c. todos os possíveis Indicadores de desempe-
das culturas? Outros fatores interferiram no desenvolvi-
nho.
mento normal da planta?);
d . Fontes alternativa~ de nutrientes.
d) cálculo do balanço de nutrientes e da eficiéncia de uso dos
nutrientes: u
Nome da empresa:
(nome da fazenda ou da empresa)
Informação de cont ato - produtor:
(Nome, endereço, telefone, email)
Informação de contato - consultor:
(Nome, endereço, telefone, email
do Supervisor Certificado ou do
consultor agronômico)
Descrição da empresa:
(Número de campos, cultu ras em
-
-- crescimento, gado ou aves, fontes
de nutrientes disponíveis)
Metas e Indicadores de sustentabllldade relacionados a nutrientes:
Ambiental
Social
Mapa e descrição
Área (tamanho)
Cultura anterior
Cultura(s) específlca(s) para este planejamento
Características do solo 1
Níveis da análise de solo
Matéria orgânica N Ca
Textura p Mg
pH K Zn
CTC 5 Mn
(Continua)
1
2
•
Resumo do balanço de nutrientes
Resumo do balanço de nutrientes
N P2Os K2O s
Aplicado
Absorvido
Removido
Indicadores de desempenho (podem inclu ir níveis de ferti lidade do solo, efi ciência de uso do nutriente, ba-
lanços e produtividade da cultura e outros, consistentes com as metas de sustentabilidade. Gráfico mostran-
do a ten dê ncia ao longo do tempo) :
Indicador Ano anterior Ano anterior Ano anterior Ano at ual
Produtividade
Retorn o líqu ido
Ba lanço parcial do nutri ente - N
Ba lanço pa rcial do nutrient e - P
Ba lanço parcial do nutriente - K
9. 7 Comparando Normas Regulamentadoras tárias ou obrigatórias abordam melhor essas questões ambien-
e Voluntárias para Planos de Manejo de tais. Alguns argumentos a favor e outros contra as abordagens
obrigatórias e voluntárias estão listados abaixo.
Nutrientes
Normas obrigatórias:
O papel adequado da regulamentação é discutido em todo
país e sociedade. Cada cultura e sistema político tem uma a) A notificação obrigatória resulta em critérios padroniza-
visão diferente a respeito do papel apropriado do governo dos que proporcionam credibilidade à informação para
no controle das atividades d e indivíduos e grupos. Para a tratar dos interesses e dúvidas do agente interessado.
regulamentação ambiental, reconhece-se que a qualidade de b) Um conjunto de normas obrigatórias tem como
vida coletiva é afetada por inúmeras atividades humanas que pré-requisito o elevado nível de transparência quando se
impactam os recursos naturais, tais como ar, água e solo. Esses trata de resolver problemas ambientais específicos.
impactos são por vezes mitigados pelo controle governamental
c) Atualmente, não há critério padrão para man utenção de
sobre as bases local, regional ou nacional. Alguns impactos
registros e nem responsabilidade na tomada de decisões
ambientais são melhor abordados no nível local, enquanto
acerca de nutrientes, tornando difícil documentar o pro-
outras questões ambientais são de âmbito global e requerem
gresso em relação às metas ambientais.
acord os multinacionais.
d) Argumenta-se que normas imperativas obrigatórias
Está claro que qu ando os nutrientes das plantas não são devi-
podem finalmente levar os agricultores à maior eficien-
damente manejados e Inadv ertid amente deixam o campo, eles
cla, maiores lucros e bem-estar social, a longo prazo. Há
podem contribuir para a ocorrência de impactos ambientais
dive rgê ncia ele opiniões acerca desta afir mação.
adve rsos. Porém, nem sempre llca claro se as res postas volun-
1 .., t .. 1 ~ t
• comerciais como fonte primária de P ocorre, geralmente,
-• Ca1ninhos de perda de P co1neçan-i 1ut
supe1ficie menor aplicação excedente de P, uma vez que a adição de fer-
1 p
Manejo do Peda água para miuimizar as Tabela 9.3 Fatores que controlam a perda de P das terras
perdas cultiváveis.
A adoção de duas práticas agrícolas ajudará a proteger a água Fatores relacionados à fonte de fósforo
doce da eutroílzação:
Concentração de P no solo
a) O íósforo nos solos deve ser manejado para equilibrar
Dose, época e local de aplicação do fertilizante fosfatado
as entradas de esterco e de íertilizante com as saídas
(colheitas} das culturas. Isto pode ser íeito pela contabi li- Dose, época e loca l de aplicação do esterco
zação dos nutrientes adicionados em cada campo e dos Concentração de P no esterco
nutrientes removidos durante a colheila ou no pastoreio
Propriedades físicas do esterco
dos animais. Análises periódicas do solo irão mostrar
se as concentrações de P no solo estão au mentando ou Solubilidade da fonte de P
diminuindo ao longo do tempo. Ajustes nas doses de
Fatores relaclonados ao transporte de fósforo
aplicação de nutrientes podem ser íeitos com base nas
tendências de longo prazo. Potencia l de escoamento superficial da água
1 1 -, ' l •
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Baixo
Teor de P na análise de solo
Ótimo Alto
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A curto prazo, e le incentiva a ação prática no nível do solo
co m respeito às soluções sinérgicas. Por exemplo , uma vez
que o produtor e nt e nd e que a colocação do fertilizante de
Risco de perda de P
atuais problemas associados ao uso de nutrientes. lllJ
Estudo de Caso 9.1-1 Planos de ma nejo de nutrientes para cana-de-açúcar em cllma tropical úmldo na Austrália.
A produção de cana-de-açúcar na Austrália é altamente especializada e tem respondido às questões das mu-
danças econômicas e sociais com novas e melhores técnicas agrícolas. Toda operação de plantio e colheita da
cultura é mecanizada, sendo a maior parte das lavouras cultivada sob uma camada de cobertura verde, sem haver
queima do canavial para a colheita. O cultivo mínimo é amplamente praticado e muitos produtores tem adotado
manejos específicos de nutrientes em seus canaviais. Os produtores também tem desenvolvido, em suas proprie-
dades, zonas ripárias como armadilhas de nutrientes e sedimentos.
Para proteger a qualidade da água da área de recifes foram traçadas metas, como a redução da aplicação de nutri-
entes e de pesticidas nos canaviais próximos. Para qualquer produtor que cultive cana-de-açúcar comercialmente
em mais de 70 ha na região tropical úmida é requerido o preparo de um Plano de Manejo de Riscos Ambientais
(ERMP - Environmental Risk Management Plan}, cujos requisitos incluem:
• Identificação de qualquer risco na fazenda que possa causar a liberação de contaminantes na água que
circunda o recife.
• Metas mensuráveis e indicadores de desempenho para melhorar a qualidade da água que está sendo
descarregada da fazenda.
• Um plano de gestão no qual estejam previstos o manejo de nutrientes aplicados no solo, quím icos agrícolas
e sedimentos perdidos da fazenda .
• Aplicação, no máximo, de uma quantidade ótima de fertilizantes nitrogenados e fosfatados, com base nas
propriedades do solo, aplicação de outras fontes (por exemplo, subprodutos da usina) e potencial produtivo
da cultura.
• Registros dos resultados da análise de solo e da aplicação de fertilizantes . Em algumas regiões , as análises
de solo devem ser feitas antes de se proceder a aplicação de qualquer nutriente. A análise de solo deve
incluir a determinação do nitrogênio mineralizável e do fósforo dispon ível às plantas.
• Variações dessas recomendações podem ser feitas apenas com o consentimento de um consultor
credenciado.
Esses planos de manejo são registrados e fiscalizados pelo DERM, de modo que o plano de manejo de nutrientes -
geralmente formado com base nas "SEIS ETAPAS FÁCEIS" da BSES Limited (orga nização de produtores de cana)
- torna-se um documento legal de corno o produtor de cana-de-açúcar usará o fertilizante em sua propriedade.
O programa "SEIS PASSOS FÁCEIS" é uma ferramenta de manejo integrado de nutrientes que permite a adoção
das melhores práticas de manejo de nutrientes pelos produtores de cana-de-açúcar e pode ser usada para
desenvolver os planos de manejo de nutrientes requeridos no ERMP. Os seis passos são:
O programa é fornecido através de um curso de curta duração desenvolvido com os produtores. O objetivo é
fornecer um guia para a implementação de um balanço nutricional na propriedade, otimizando a produtividade e
a rentabilidade, sem causar efeitos adversos fora da área agrícola.
,
NUTRIÇÃO DE PLANTAS 4C · PLANEJAMENTO NO MANEJO
Estudo de Caso 9.1-2 Como o manejo de nutrientes 4C reduz as emissões de gás de efeito estufa.
O plano de manejo de nutrientes 4C forma a base do Protocolo de Redução de Emissões de Óxido Nitroso (Protocolo
NERP) para créditos de carbono no nível de fazenda de forma quantificável, verossímel e comprovável em Alberta.
no Canadá. Este protocolo foi desenvolvido pela ClimateCHECK e pelo Canadian Fertilizer lnstitute e foi oficialmente
aprovado pelo Alberta Environment em outubro de 2010.
Durante o desenvolvimento do NERP, uma das primeiras questões levantadas foi o potencial de compensação entre
as reduções na emissão de óxido nitroso (N 2 0 ) e a perda de produtividade das culturas. No entanto, a abordagem de
duas vertentes para a quantificação das em issões de Np tenta explicar isso. A abordagem "Tier 2 ", aceita pelo Painel
Intergovernam ental para Mudanças Climáticas para o inventário de gases de efeito estufa no Canadá, atribui um fator
de emissão para uma região específica em função da dose de N aplicada. No Canadá, esse fator de emissão varia de
0,2% a 1.7% do N aplicado emitido como Np.
Para levar em conta os outros três C's - fonte certa, hora certa e lugar ce rto -, um fator de redução, obtido com a
avaliação de especialistas, é aplicado em cada nível de desempenho. Três níveis de desempenho das práticas benéficas
de manejo (BMP - Beneficial Management Practice), que variam do básico ao intermediário e avançado, permitem a
adoção de variados níveis de BPMFs e intensidades de monitoramento de dados com o aumento do grau de manejo da
paisagem. Quanto maior o nível de desempenho, maior potencial existe para redução de emissões, refletido pelo menor
modificador de redução. Exemplos de BPUFs para os solos de pradaria do oeste do Canadá, definidos como nível básico
de desempenho, incluem o uso de formulação à base de amônia e aplicação parcelada de fertilizantes, em faixas, na
primavera. O nível intermediário também requer formulação à base de amônia mas também o uso de fertilizantes de
liberação lenta/controlada ou inibidores. Na categoria avançada, as doses de N são baseadas em informações de campo
quantificadas derivadas da amostragem de solo em grade, imagens de satélite ou mapas digitalizados de solo.
Com a aplicação dos princípios do manejo de nutrientes 4C, o NERP procura:
• "Otimizar o rendimento das culturas por unidade de nitrogênio adicionada" e,
• " Minimizar as chances de acúmulo de nitrato em solos onde ele pode ser potencialmente desnitrificado e/ou
emitido, direta ou indiretamente, como N2 0 ou perdido para o sistema através da lixiviação".
Para os consultores credenciados (APAs - Accredited Professional Advisors), o protocolo especifica a função de auxiliar
os produtores na criação e implementação dos planos 4C e no cálculo dos créditos de carbono associados. Agroecolo-
gistas e/ou consultores agrícolas certificados podem se qualificar como APAs por meio de treinamento especializado
completo, sobre o manejo de nutrientes 4C e os requisitos do NERP, e de um exame de credenciamento. Somente os
APAs são autorizados a assinar os planos. Requerimentos adicionais também podem ser aplicados, variando com as
leis e regulamentos locais.
A abordagem da quantificação do NERP é baseada em métodos utilizados no Relatório do Inventário Nacional de Gases de
Efeito Estufa do Canadá, que é preparado para atender os requisitos de notificação do Canadá no âmbito da Convenção das
Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas. O NERP foi desenvolvido de acordo com o padrão da ISO 14064-2, que atende
os requisitos do Alberta Offsets System (Sistema de Compensações de Alberta), e é compatível com as intenções declara-
das do Canada 's Offsets System (Sistema da Compensação do Canadá), do Climate Action Reserve e de outros programas
voluntários sobre gases de efeito estufa na América do Norte. O NERP de Alberta é o primeiro desse tipo no mundo. O NERP
está sendo avaliado pelo The Fertilizer lnstitute para uma possível implementação nos Estados Unidos.
o NERP foi desenvolvido por meio de um processo de consulta abrangente e transparente com especialistas da área
para aprovação no âmbito do Alberta Offset System. Esses especialistas em ciência representam as principais univer-
sidades agrícolas do Canadá, a Agriculture and Agri-Food Canada, o lnternational Plant Nutrition lnstitute, os consul-
tores regionais em solos e os stakeholders da indústria. Especialistas internacionais também foram inclu ídos.
No primeiro Consultation Workshop para o NERP, realizado em Calgary em 2008, especialistas participantes aprovaram o
projeto geral do NERP de acordo com os 4Cs. Embora tenha havido um consenso para os principais elementos do NERP,
os participantes identificaram algumas lacunas, exigindo nova reformulação. Essas falhas foram posteriormente abor-
dadas em um documento (Decision Paper) que foi apresentado aos especialistas em videoconferência, com a finalidade
de se chegar a um consenso. Os participantes do webínar resolveram as falhas do NERP, permitindo a padronização e
a submissão para a avaliação formal e o processo de aprovação do Sistema de Compensação de Alberta (Alberta Offset
System). Esse processo é um exemplo de como os princípios do manejo 4C e a participação do stakeholder podem ser
aplicados para resolver os interesses específicos da sociedade e os desafios do manejo de nutrientes.
Referência
Alberta Envlronment. 2010. Quantlficatlon Protocol for Agricultura! Nitrous Oxide Emissions. [On-line).
Fase 1
• A aplicação de fertilizante nitrogenado de outono é proibida em solos não arenosos antes de 1º de Novembro.
• A aplicação de fertilizante nitrogenado é proibida em solos arenosos após 1º de março.
Fase li
• Análises anuais de solo e água de irrigação para N-n itrato.
• Relatórios anuais da aplicação de fertilizantes.
• Os fertilizantes nitrogenados são permitidos apenas em solos não arenosos de 1° de novembro a 1º de março
caso seja utilizado inibidor de nitrificação aprovado, com registros do revendor de fertilizantes.
Fase Ili
• A aplicação de fertilizantes nitrogenados é proibida no outono e no inverno em todos os solos até dia 1º de
março.
• As aplicações de fertilizantes nitrogenados na primavera exigem o parcelamento da aplicação (pré-plantio
e em cobertura) ou o uso de um inibidor de nitrificação aprovado, com registros do revendedor de fertilizan-
tes caso 50% ou mais do fertilizante nitrogenado seja aplicado em pré-plantio.
Fase IV (para áreas onde o nitrato nas águas subterrâneas não está diminuindo a uma taxa aceitável)
• Meta de produção da cultura definida pelo NRD.
• As doses de fertilizante nitrogenado não devem exceder às recomendadas pelo NRD.
• A equipe do NRD trabalha diretamente com os operadores acerca das melhores práticas de manejo.
Resultados: O teor de nitrato nas águas subterrâneas da área do terraço (norte) diminuiu no período estudado,
de 1987 a 2005 (ver Figura). Cerca de 20% da redução é atribuída ao aumento da remoção de N pelas colheitas
e 50% às mudanças na forma de Irrigação - de sulcos para irrigação por aspersão. Talvez, por diferença, pode-se
concluir que os restantes 30% da redu çã o sejam resultantes de alterações na época de aplicação e nas fontes
(aumento do uso de Inibidores da nitrificação). Maiores reduções nos níveis de nitrato nas águas subterrâneas
podem exigir aumento na adoção das BPUFs atuais ou a adoção de tecnologias adicionais, tais como fertilizantes
nitrogenados com liberação controlada e uso de sensores de N no dossel da cultura .
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À medida que aumentam a produtividade da cultura e a remoção de N com o tempo, diminuem os níveis de
nitrato nas águas subterrâneas.
Nota: Esses dados se referem à aplicação de fertilizante nitrogenado comercial e à remoção de N nos grãos em
milho irrigado, cultivado no terraço da área de estudo do NE CEAP, no Central Platte Natural Resources District,
e à concentração de nitrato no aquífero primário sob o terraço.
Fonte: Adaptada de Exner, M. E.; Perea-Estrada, H.; Spalding, R. F. The Scientific World Journal, v. 10, p. 286-297,
2010. Dados da Figura fornecidos por Dr. R. Ferguson e Dr. M. Exner, da Universidade de Nebraska.
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A China é um país com grande popul ação e com limitado recurso de terra . Para ga rantir a segu rança alimenta r e
o aumento sustentado da prod ução agrícola, a China tem dispensado grande atenção na construção da fertilidade
do solo ao longo dos últimos 60 anos.
• Com uma história de milhares de anos de dependência da maté ria orgânica do so lo e da reciclagem dos resí-
duos de cu ltu ras como fontes de nutrientes para a manu tenção da fertilidade do solo, no início dos anos 1950,
as terras cul ti váveis na China apresentavam baixa fertilidade e baixa produtividade das culturas. Desde então,
~ a utilização de fertilizantes nitrogenados se tornou uma prática comum e aumentou o rendimento das culturas,
removendo , com isso, mais P e outros nutrientes do solo. Uma vez que grande parte do P absorvido pela cultu ra
está na parte colhida (cerca de 80% para as culturas de cereais), o P esgotou-se rapidamente no solo e o baixo
teor de P no solo tornou-se um severo fator limitante para a produção. Na década de 1980, com base nos resul -
tados da segunda pesquisa nacional sobre fertilidade do solo, cerca de 48% da terra arável apresentava teores
muito baixos de P Olsen (inferiores a 5 mg kg-1), e outros 30%, teores baixos (a baixo de 10 mg kg- 1 ) .
Dada aquela condição de P no solo, e com o objetivo nacional de garantir a segu rança alimentar e construir a
fertil idade do solo, os fertilizantes fosfatados tornaram-se parte importante do programa de fertilização em toda
a China, partindo do Sul e gradualmente se espalhando para o Norte. Estimou-se que, de 1981 a 2000, um total
de aproximadamente 133 milhões de toneladas métricas de P2 0 5 foram aplicadas nos solos agrícolas da China
como fertilizantes químicos. Assumindo-se que a taxa de utilização acumulada (eficiência de recuperação) do P
aplicado foi de 50%, cerca de 480 kg ha-1 de P2 0 5 , em média , foram acumulados no solo. Se as fontes orgânicas
de P fossem consideradas, o acúmulo de P no solo seria ainda maior (Li, 2003).
O balanço geral de P no solo (por exemplo, entrada de P - saída de P) mudou rapidamente após o longo período
de grandes sa ldos negativos que continuaram dos anos de 1950 até os anos 1960 e 1970. Na década de
1980, o saldo de P nas terras cultiváveis tornou-se positivo e o P começou a se acumular nos solos. Estima-
-se que os solos na China receberam um excedente de aproximadamente 79 kg ha-1 de P2 0 5 em 2005. Com
este elevado balanço de P nos sistemas de cultivo, esperava-se que a disponibilidade de P no solo aumentasse
gradualmente e melhorasse a fertilidade do solo em relação a P. Embora não existam dados diretos de pesqui-
sas nacionais para verificar esse fato, acredita-se que, atualmente, a percentagem de terras agricultáveis com
deficiência de P (ou seja, nível de P Olsen abaixo de 10 mg kg-') diminuiu para menos de 50%. Os resultados
das análises de P rea lizadas pelo Laboratório de Análise de Solo e Planta do CAAS-IPNI em 43.156 amostras de
solo, coletadas entre 1991 e 2007, também mostraram que 48% dos solos testados estavam deficientes em P.
Na história recente, a alta taxa de fertilização fosfatada ajudou a China a aumentar a produção agrícola e a
construir a fertilidade do solo em P. No entanto, ao mesmo tempo, com o aumento da acumulação de P no solo,
o risco de perdas de P nas terras agrícolas e o seu efeito sobre o ambiente não podem ser ignorados. Apesar
de haver poucas informações disponíveis acerca da contribuição das perdas de P das terras agrícolas para a
poluição da água de superfície, relatou-se que 14% a 68% do P total em lagos selecionados vieram de terras
agrícolas (Li, 2003).
Com essas mudanças nos níveis de P na fertilidade do solo na China, para ambos os benefícios, econômicos
e ambientais, os seguintes pontos podem ser considerados quando no desenvolvimento de estratégias para a
aplicação de P:
1. A estratégia para a aplicação de P deve estar de acordo com a análise de solo. Aplicar o suficiente para
construir os níveis de P no solo quando a aná lise do solo para Olsen estiver abaixo de 20 mg kg·1 para
a maior parte das culturas. Repor a quantidade de P removida das culturas em solos com teores acima
deste nível e não aplicar P em solos que apresentam níveis muito elevados na análise de solo.
2. Para todas as condições, é necessária atenção para contro lar as perdas de P através da erosão do solo.
3. Um programa de adubação fosfatada deve ser desenvolvido para a rotação de culturas, com atenção
para o aumento global da eficiência de uso de fertilizantes fosfatados. Dê atenção à eficiência de recu-
peração de P acumulada a longo prazo para diferentes sistemas de cultivo.
4. Observar que as diferentes culturas (ou seja, hortaliças versus culturas de grãos) apresentam exi -
gências diferentes para os níveis de P no solo. Diferentes níveis críticos de P da análise de solo para
diferentes níveis de produ ção também podem ser ictentificados.
A mudança na eficiência dos fertilizantes na China seguiu a Lei do Mínimo e outros princípios relacionados à
nutrição das plantas. Antes de 1950, os agricultores chineses usavam principalmente fertilizantes orgânicos
para manter o balanço de nutrientes no solo e nos sistemas de cultivos, com capacidade de produção relativa-
mente baixa. Após a década de 1950, com o aumento do rendimento das culturas e do uso de N e P, a maior
remoção de K na safra resultou no esgotamento de K disponível no solo e em saldos negativos de K no solo
e nos sistemas de cultivo. Com base no estudo e balanço de nutrientes estimado por Li Jiakang, em 2003, o
balanço de entradas e saídas de N e P no sistema solo/cultura passou de negativo para positivo em meados
de 1980, mas o saldo de K continuou negativo em 2000 (Tabela 1).
Tabela 1. Balanço de entradas e saídas de nutrientes em terras agrícolas na China (em 1.000 toneladas).
Ano 1965 1975 1985 1995 2000
N 2.930 4.100 5.030 6.110 6.520
Matéria orgânica P,Os 1.380 1.940 2.560 3.300 3.440
K20 3.060 4.620 6.210 7.600 8.320
N 1.210 3.640 12.590 22.240 25.140
Fertilizante Inorgânico
P20s 550 1.610 4.190 10.350 9.730
K20 3 130 980 3.360 6.590
N 5.220 7.490 11.140 13.730 16.620
Referências
Jin, J. Y. ln: Li, H. D. (Ed.) Plant Nutrient Management in Sustainable Agriculture. Jiangxi People's Press: Nan-
chang, China, 2008. p. 9-18.
Lu, R. Phosphate and Compound Fertilizer, v. 18, n. 1, p. 4-8, 2003. (em Chinês)
LI, J.; Lin, B.; Llang, G. ln: Lin Bao (Ed.). Chemlcal Fertllizer and No-pollution Agriculture. China Agriculture
Press, 2003. p. 175-188. (em Chinês)
Absorção - Processo pelo qual uma substância é absorvida e Água dlsponível - Porção de água no solo que pode ser pronta-
incluída em outra substância, isto é, consumo de gases, mente absorvida pelas raízes das plantas. Considerada por
água, nutrientes ou outras substâncias, pelas plantas. alguns como sendo a água que o solo retém contra uma
pressão de até aproximadamente 1,5 M Pa.
Absorção de nutrientes - Processo de absorção de nutrientes
que ocorre geralmente por meio das raízes das plantas. Alcalino - Que contém ou libera um excesso de OH - em relação
Pequenas quantidades de nutrientes podem ser absorvidas a H' .
através das folhas quando são feitas aplicações foliares de Amonlficação - Processo bioquímico pelo qual o N amoniacal é
nutrientes. liberado de compostos orgânicos contendo N.
Acidez ativa - Atividade de H' na fase aquosa do solo. Esta é Análise de planta -Análise laboratorial quantitativa para deter-
medida e expressa como um valor de pH. minar o teor de um nutriente ou de nutrientes no tecido da
Acidez de reserva ou potencial - Esta acidez é representada planta.
por íons H' trocáveis e Al 3 ' hidrolisáveis que se encontram Análise de solo - Análise química da composição do solo, geral-
adsorvidos às partículas coloidais do solo. A acidez de mente destinada a estimar a disponibilidade de nutrientes
reserva está em equilíbrio dinâmico com os íons H' da solu- para as plantas, mas que também inclui medições da
ção do solo (acidez ativa). Cálculos conservadores sugerem acidez ou alcalinidade e medidas físicas da condutividade
que a acidez de reserva pode ser de 1.000 a 100 mil vezes elétrica do solo.
maior para um solo argiloso do que a acidez ativa.
Análise de tecido - Teste de campo colorimétrico, rápido, qua-
Acidez residual - Acidez final que se desenvolve com o uso de litativo, para determinar o teor de nutrientes solúveis não
fertilizantes em determinado horizonte do solo após os sais assimilados na seiva do tecido vegetal.
residuais serem removidos desse horizonte por lixiviação.
Aplicação a lanço - Aplicação de adubo sólido ou líquido, ou
Ácido - Substância que libera H'; condição na qual a atividade outros materiais, na superfície do solo, com ou sem incor-
de W excede a de oH -. poração posterior ao preparo. Não há localização específica
Adesão - Atração molecular entre superfícies, que mantém as em relação à planta. Os nutrientes podem ser aplicados
substâncias juntas. A água adere às partículas do solo. antes ou após o plantio da cultura .
Adsorção - Adesão de moléculas em uma camada extrema- Aplicação de cobertura - Aplica ção superficial do fertilizante
mente fina na superfície de sólidos ou líquidos com os no solo após a cultura estar estabelecida.
quais estão em contato. Aplicação dupla - Colocação simultânea de dois materiais
Adsorção eletrostática - Adsorção causada pela atração elé- fertilizantes em faixas de subsuperfície.
trica de íons em uma superfície carregada. Aplicação em faixas - É um termo geral que implica em aplica-
Adubação em faixa - Colocação do fertilizante em uma zona ções que concentram o fertilizante em zonas estreitas, que
concentrada sobre ou abaixo da superfície do solo. são mantidas intactas para fornecer uma fonte concen-
trada de nutrientes. As aplicações podem ser feitas antes,
Adubação em sulco profundo - Refere-se à aplicação de uma durante ou após o plantio.
faixa concentrada de nutrientes na profundidade de 10 a
20 cm abaixo da superfície do solo. Algumas aplicações Aplicação em faixa superficial - Colocação em faixa de um
são mais profundas, até 40 cm. Os nutrientes podem ser fertilizante sólido ou líquido, por irrigação forçada, na
aplicados em forma sólida, líquida ou gasosa. superfície do solo.
Adubação em taxa variável - Técnica que muda as doses de Aplicação localizada - Colocação do adubo em faixas em um
aplicação de nutrientes, à medida que o aplicador se move ou ambos os lados da linha de plantio.
pelo campo, de acordo com as mudanças nos níveis dos Aplicação parcelada - Fertilizante aplicado em duas ou mais
mesmos no solo. vezes durante o período vegetativo da cultura. A aplicação
Adubação starter - Fertilizante aplicado no plantio das semen- de pré-plantio e uma ou mais aplicações de pós-plantio são
tes ou em contato direto ou ao lado e abaixo das sementes. comuns.
A posição exata não está implícita. Areia - Partícula inorgânica, com tamanho que varia entre
Adubação verde - Plantas cultivadas para serem incorporadas 2,00 mm e 0,05 mm de diâmetro.
ao solo visando melhorar sua fertilidade . Argila - Partícula cristalina inorgânica de ocorrência natural em
Aeração do solo - Processo pelo qual o ar no solo é substituído solos e em outras partes da crosta terrestre. A partícula de
pelo ar da atmosfera. A taxa de aeração depende, em grande argi la tem menos de 0,002 milímetros (mm) de diâmetro.
parte, do volume e da continuidade dos poros no interior do Bactérias slmblótlcas - Na agricultura, a definição geralmente
solo. se refere a bactérias que crescem em nódulos nas raízes
Agregado - Partículas individuais de areia, silte e argila unidas das leguminosas e que têm a capacidade de fixar N, atmos-
em uma partícula maior. Os agregados podem ser esferas, férico em formas que podem ser utilizadas pelas piàntas
leguminosas hospedeiras.
' blocos, placas, prismas ou colu nas.
NUTRIÇÃO DE PLANTAS 4C M
• u
Base - Substância que reage com íons H' ou libera íons OH - Colóides - Partícu las orgânicas ou inorgânicas com diâmetro
substância que neutraliza o ácido e eleva o pH. inferior a 0,001 mm. Os colóides têm uma grande área de
Boro (B) - Elemento essencial, que pocle estar envolvido no superfície, por vezes mu ito reat iva .
transporte de carboidrato. É necessário para o crescimen- Complexo de troca - Todos os materiais (a rgila, húmus) que
to do tubo polínico e a germinação dos grãos ele pó len. con tribuem pa ra a capacidade de troca de um so lo.
Provavelmente, é o micronutriente que mais comume nte se
apresenta deficiente no crescimento da cu ltu ra. Condicionador de solo - Qualq uer materia l, tal como ca lcá ri o,
gesso ou condicionador sintético, que é acresce ntado
Calcário - O termo calcário, ou ca lcário agríco la, é aplicado ao ao so lo para torn á-lo mais adeq uado ao cresc ime nto das
calcário moído contendo carbonato ele cá lcio (CaC0 ) e/ou plantas.
3
carbona to de magnésio (MgC0 3 ), ca l hid ratada (hidróxido
de cá lcio (Ca OH ) ou ca l qu eimada (óxido de cá lcio, CaO). O Corretivo de acidez - Calcá rio agríco la, pro duto cujos compos-
ca lcário é uti lizado para red uzir a acidez do solo e forn ecer tos de Ca e/o u Mg são ca pazes de neutraliza r a acidez do
Ca e Mg às plan tas. solo.
Cálcio (Ca) - El emento essencia l, componente da parede celu- Corretivo do solo - Substância adi ci onada ao solo para melho-
lar da planta, importante para o fun cionamento de algumas rar o pH ; por exemplo, calcário, gesso.
enzimas. O cá lcio atua na regulação metabóli ca. Cultivo - Operação de preparo do solo para semeadura ou
Capacidade de campo - quantidade de água retida pelo solo, transplante ou posterior controle de plantas daninhas ou
dois a três dias após a drenagem ter ocorrido ou cessado para descompactação do solo.
em um solo previamente saturado por chuva ou irrigação. Cultivo conservacionista - Qualquer sistema de cultivo que
Não é uma quantidade precisa. mantém, no mínimo, cerca de 30% de cobertura com
Capacidade de troca de ânions (CTA) - Soma total dos ânions resíduos de culturas após o plantio, comparado à lavoura
trocáveis que um solo pode adsorver. limpa, onde todos os resíduos vegetais são incorporados
ao solo.
Capacidade de troca de cátions (CTC) - Soma total de cátions
trocáveis que um solo pode adsorver. Cultivo convencional - Os sistemas de preparo convencional do
solo variam muito de região para região e de cultura para
Carboidrato - Substância orgânica com a fórmula geral (CH2 0)"; cultura . O termo cultivo convencional originalmente impli-
por exemplo, açúcares e polissacarídeos. cava no uso de arado de aiveca e grade niveladora para
Carbonato - Sedimento formado pela precipitação orgânica ou nivelar a superfície do solo antes da semeadura. Porém,
inorgânica a partir de uma solução aquosa de carbonato na realidade, o sistema de preparo convencional já evoluiu
de cálcio, magnésio ou ferro, tal como a pedra ca lcária ou para o uso de outros instrumentos de cultivo, incluindo o
a dolomita. uso generalizado de escarificador como implemento de
preparo básico.
Cátion - Um átomo positivamente carregado como resultado da
perda de elétrons . Cultivo em faixa - Técnica utilizada para reduzir a erosão do
solo, na qual faixas de pousio ou faixas de cultura em linha
Cátion trocável - Cátion básico adsorvido a um colóide do solo,
são alternadas com culturas de grãos pequenos, gramíneas
mas que pode ser substituído por H' ou outro cátion. ou forragem de leguminosa .
Celulose - O carboidrato mais abundante nas plantas. Cultivo mínimo - Sistema de cultivo que reduz, para o mínimo
Ciclo do carbono - Sequência de transformações por meio das necessário, as operações de máquinas com a finalidade
quais o dióxido de carbono (C0 2 ) é fixado em organismos de criar condições adequadas de solo para o plantio e a
vivos através da fotossíntese ou da quimiossíntese, liberado germinação das sementes.
pela respiração e pela morte e decomposição do organismo Curva de retenção de água - Gráfico que mostra o teor de umi-
fixador, utilizado por espécies heterotróficas e, finalmente, dade do solo em relação à energia aplicada para remover a
restituído ao seu estado original. água do solo (curva de liberação de umidade).
Ciclo do nitrogênio - Rotas tomadas pelo N a partir da atmosfera, Denitrificação - Redução bioquímica de nitrato (NQ 3 -) ou nitrito
através de solos, plantas, animais e do homem , voltando (NO) em formas gasosas N2 , NO ou N2 0. Ocorre em condi-
novamente para a atmosfera. ções deficientes em 0 2 •
Cloreto (CI -) - Elemento essencial , exigido pelas 1:1antas pa~a Densidade aparente - Em solos, representa a massa seca
reações de fotossíntese envolvidas na evoluçao de ox1ge- (peso) do solo por unidade de volume bruto.
nio. Ele atua na regulação osmótica.
Desorção - Liberação de um íon ou molécula de uma superfí-
Clorofila _ Pigmento verde; armadilha de luz para a fotossíntese cie. Oposto de adsorção.
em plantas, algas e algumas bactérias.
Diagnose foliar - Estimativa do estado nutricional de uma
Clorose _ uma condição anormal das plantas em que as partes planta por meio de análises químicas ou manifestações
verdes perdem a cor ou tornam-se amarelas. da coloração das folhas da planta. ou por ambos os
Cobalto (Co) - Elemento essencial para os anima_is e para a _ métodos.
fixação de N em leguminosas. Ele atua tambem na at1vaçao Difusão - Movimento molecular ao longo de um gradiente.
enzimática. A difusão da água ocorre de áreas molhadas para áreas
Cobre (Cu) - Elemento essencia l, componente d~ várias enzi- secas. A difusão de gás e de soluto ocorre de zonas de alta
mas nas plantas. Necessário para a rormaçao de clorofila. concentração para zon as de baixa conc entração.
M NUTRIÇÃO OE PLANTAS 4C
•
Dispersão - Quebra de partículas compostas, como agregados, Exigência em calcário - Quan tidade de ca lcá ri o agrícola de
em partículas individuais, ou distribuição ou suspensão de boa qualidade necessá ria para estabelecer a faixa de pH
partículas finas. como argila, em um meio de dispersão, do solo idea l para o sistema de cultivo.
como a água.
Exigência em fertilizante - Quantidade de nutrientes neces-
Disponibilidade (de nutrientes) - Termo geral, freq uentemente sári a para aumentar o cresci mento da planta em um nível
uti liza do pa ra descrever o suprimento de nutrientes absor- ótimo desejado, além da quantidade fornecida pelo solo.
vid os pelas pla ntas.
Ferro (Fe) - Micronutriente metálico, absorvido pelas plantas
Dolomlta - Mineral composto de carbonatos de Ca e Mg; termo como íon ferroso (Fe 2 ') . O ferro é um catalisador na forma-
aplicado à pedra calcária qu e contém Mg. çã o da clorofila e atua como transportador de oxigên io. Ele
também ajuda na forma ção de certos sistemas respirató-
Eficiência no uso do fertilizante - Expressão da relação entre
rios enzimáticos na planta.
unidades de produção por unidade de nutriente fornecido
para a cultura . Fertilidade do solo - Estado de um solo com respeito à quanti-
dade e disponibilidade de elementos (nutrientes) necessá-
Elemento - Qualquer substãncia que não pode mais ser sepa-
rios para o crescimento da planta.
rada , exceto pela desintegração nuclear.
Fertilidade residual - Conteúdo de nutrientes disponíveis em
Elemento essenclal - Elemento necessário para a planta com-
um solo, remanescente da adubação da cultura anterior,
pletar seu ciclo de vida. Os 17 elementos essenciais para
que é transferido para a safra posterior.
o crescimento das plantas são: carbono (C), hidrogênio (H),
oxigênio (O), nitrogênio (N), fósforo (P), potássio (K), cálcio Fertilizante - Qualquer material, natural ou fabricado, adicio-
(Ca) , magnésio (Mg), enxofre (S), cobre (Cu), cloro (CI), nado ao solo com a finalidade de fornecer um ou mais
ferro (Fe), boro (8), manganês (Mn), zinco (Zn), níquel (Ni) e nutrientes às plantas. O termo geralmente é aplicado a
molibdênio (Mo). outros materiais fabricados, que não calcário e gesso.
Elemento-traço - Elemento que ocorre em baixas concentra- Fertilizante de pré-plantio - Fertilizante aplicado ao solo antes
ções, incluindo micronutrientes. do plantio da cultura.
Elétrons - Pequenas partículas de carga negativa que são parte Fertilizante em suspensão - Fluido que contém compostos
da estrutura de um átomo. dissolvidos e não dissolvidos de nutrientes das plantas. A
suspensão das matérias não dissolvidas normalmente é
Enxofre (S) - Elemento essencial secundário, necessário para a
produzida com a ajuda de um agente de suspensão com
formação de proteína na planta porque faz parte de certos
propriedade não-fertilizante (argila). A agitação mecânica
aminoácidos. Como parte da proteína, é essencial para
ou com arejadores pode ser necessária para facilitar a
a atividade das enzimas. Está envolvido na formação de
suspensão uniforme de nutrientes não dissolvidos.
nódulos e na fixação de N em leguminosas. É necessário
para a formação de clorofila, embora não seja constituinte Fertilizante líquido (fluido) - Este termo aplica-se à amônia ani-
desta molécula. dra ou aquamônia (NH 3 ), soluções nitrogenadas e fertilizan-
' Enzimas - Catalisadores que dirigem e controlam as reações
tes mistos líquidos, incluindo soluções claras e suspensões
de sólidos em líquidos.
bioquímicas da célula .
Fertilizante orgânico - Material orgânico que libera ou fornece
Equilíbrio - Condição de uma reação química ou de todo um
boas quantidades de nutrientes orgânicos para a planta
ecossistema em que existem apenas pequenas alterações
quando adicionado ao solo.
nas condições ao longo do tempo.
Fertilizante starter, Inicial - Fertilizante aplicado no plantio,
Equivalente - Peso em gramas (g) de um íon ou de um com-
em contato direto com a semente. Uma forma de fertilizante
posto que substitui ou se combina com 1 g de H'. Peso ou
de partida.
fórmula dividido pela sua valência.
Fertlrrlgação - Aplicação de fertilizante na água de irrigação.
Erosão - Desgaste da superfície terrestre por água corrente,
vento, gelo ou agentes geológicos. Erosão acelerada é a Fixação - Processo pelo qual os nutrientes disponíveis para as
erosão por vento ou água em taxas mais rápidas do que plantas tornam-se temporariamente indisponíveis pela reação
as taxas normais ou geológicas, geralmente associada às com os componentes do solo. Geralmente, refere-se a reações
atividades humanas. de P, NH 4 ' e K, levando à diminuição de sua disponibilidade.
Escoamento -Água que escorre na superfície do solo, e que Fixação biológica de nitrogênio - Redução e assimilação de N
não se infiltra. atmosférico (N 2) realizada por certas bactérias de vida livre
e simbiótica.
Estrutura - Disposição das partículas primárias em unidades
secundárias no solo, com tamanho e forma particular. Fixação de nitrogênio - Conversão do nitrogênio atmosférico
(N 2 ) em formas orgânicas ou inorgãnicas. Especificamente
Eutroflzação - Crescimento abundante de plantas aquáticas
nos solos, a fixação se refere à assimilação de N2 do ar do
acelerado pelo enriquecimento em nutrientes e que resulta
solo pelos organismos do solo na formação de compostos
em condições deficientes de oxigênio em lagos ou riachos.
nitrogenados que ficam disponíveis às plantas. O processo
Evaporação - Perda de vapor de água do solo ou da água livre de fixação de N associado aos nódulos radiculares de legu-
diretamente para a atmosfera. minosas é conhecido como fixação simbiótica de N.
Evapotransplração - Perda de água do solo por evaporação Floculação - Junção de partículas coloidais para forma r aglo-
somada à perda pela transpiração das plantas. merados.
NUTRIÇÃO DE PLANTAS 4C M
1.
Fluxo de massa - Movimento de líquido em resposta à pressão. lnlbltor da nitrificação - Compostos, tais como nitrapirina
Movimento de calor. gases ou so lutos juntamente com (N-service) e dicianodiamida (DCD), que retardam a oxida-
o fluido em que estão contidos. Por exemp lo, o N-N0 se ção bacteriana do íon amônia em nitrito e, assim. atrasam
3
movimenta por fluxo de massa no solo. a produção de N03 • O objetivo da utilização desses compos-
Força de capilaridade - Força en tre a água e a superfície do tos é controlar a lixiviação de N0 3 pela manutenção do N na
solo nos pequenos poros (capilares). forma de NH; por mais tempo, para evitar a desnitrificação
de N-N0 3 e fornecer N-NH 4 para as plantas durante um
Fosfato - Sal de um éster de ácido fosfórico. Na indústria de longo período de tempo.
fertilizantes , no entanto, o termo fosfato geralmente é
aplica do a qualquer material contendo P utilizado como Injeção - Colocação de fertilizantes líqu idos ou de amõnia
fertilizante. Também é usado em referência a P2 O5' uma anidra (NH 3 } em fai xa no solo ou por meio de sistemas
1
li expressão do teor de P nos fertilizantes. pressurizados ou não.
li
t Fósforo (P) - Elemento essencial às plantas, classificado como Íons trocáveis - Íons retidos por atração elétrica em superfícies
um dos três nutrientes primários. Nutriente móvel na plan- ca rregadas; podem ser deslocados por troca com outros íons.
1 ta , desempenha papel-chave na fotossíntese, respiração Llxlvlação - Remoção de materiais na solução mediante a pas-
1 (utilização de açúcares), armazenamento e transferência
1 sagem de água através do solo. Na agricultura, a lixiviação
e de energia , divisão celular, alargamento celular, codificação se refere ao movimento de queda livre de água (percola-
genética e muitos outros processos. ção) fora da zona radicular da planta.
Fotossíntese - Processo pelo qual as plantas verdes capturam Lençol freát ico - Limite superior para a água do solo ou o nível
a energia solar, combinando água e dióxido de carbono abaixo do qual o solo está saturado com água.
para formar carboidratos. O pigmento clorofila é necessário
Localização do fertilizant e - Concentração do fertilizante em
para a conversão da energia solar em energia química.
uma banda ou faixa, em local específico, sobre ou abaixo
Gesso - Mineral ou rocha composta de sulfato de cálcio da superfície do solo. Exemplos: na linha de plantio; fertili-
(Caso •. 2H20). zação por gotejamento; no sulco, em profundidade.
Grau fertilizante - Concentração mínima garantida na análise, Macronutrlentes - Nutrientes exigidos em maiores proporções
em percentagem, dos principais nutrientes da planta conti- pelas plantas.
dos no fertilizante ou no fertilizante misto, expressa como
Macroporos - Poros grandes, muitas vezes construídos pelas
N total , P20 s disponível e K20,
raízes, pequenos animais e vermes do solo.
Glucose -Açúcar comum (carboidrato), com seis átomos de C
Magnésio (Mg) - Elemento classificado como nutriente secun-
por molécula. Presente em todas as células. Componente
dário, juntamente com Ca e S. É constituinte da clorofila
da celulose, amido e outros polissacarídeos.
e está ativamente envolvido na fotossíntese. O magnésio
GPS - Sistema de Posicionamento Global. Rede de satélites ajuda no metabolismo do P, na utilização de açúcares pelas
que geram sinais contínuos, identificando suas posições. plantas e na ativação de vários sistemas enzimáticos.
O uso do GPS permite associar a informação de latitude
Manejo específico - Manejo de insumos nutricionais, aplica-
e longitude aos dados obtidos em um local específico do
ções de pesticidas, população de plantas e outras práticas
campo. do sistema de cultivo, de acordo com as mudanças nas
Hidratado - Condição em que a água está ligada ou incorporada características e na composição do solo.
como parte de uma estrutura química.
Manganês (Mn) - Micronutriente metálico, atua principalmente
Hldroxlla - íon ou grupo funciona l OH. como parte dos sistemas enzimáticos nas plantas. Ele
ativa várias reações metabólicas importantes e desem-
Horizonte do solo - Camada de solo quase paralela à superfície
penha papel direto na fotossíntese, auxiliando na síntese
do solo.
de clorofila.
Humus - Fração estável remanescente da matéria orgâ nica do
Matriz do solo - Como estrutura do solo, é a combinação de
solo, de cor escura , após decomposição da maior parte dos
sólidos e de poros nos solos.
resíduos de plantas e animais.
Micronutrientes - Nutrientes que as plantas exigem em quan-
Imobilização - Conversão de elementos inorgân icos em
tidades pequenas ou traços. Os micronutrientes são B, CI,
forma orgânica pela sua incorporação no tecido vegetal
Cu, Fe, Mn, Mo, Ni e Zn .
ou microbiano, tornando-se menos disponíveis para as
plantas. Microrganismos do solo - Bactérias, fungos e outros orga-
nismos do solo que reciclam nutrientes e aumentam sua
Incorporação - Mistura mecânica de materiais fertil izantes (ou
disponibilidade para as plantas. Organismos patogênicos
herbicidas) com a superfície do solo.
podem ter impactos negativos sobre as plantas.
índice salino - Índice usado para comparar a salinidade dos
Mineralização - liberação de elementos da forma orgânica
compostos químicos utilizados como fertilizantes. Os com-
para a forma inorgânica durante a decomposição da maté-
postos nitrogenados e potássicos geralmente apresentam
ria orgânica. Os processos são realizados por microrgan is-
índices salinos elevados, enquanto os compostos fosfata-
mos do solo.
dos apresentam índices baixos. Compostos com alto índice
salino aplicados em contato direto com a semente, em Nltrosomonas - Gênero de bactérias aeróbias obrigatórias do
doses muito altas, podem causar danos às plântulas por solo, qu\mioautotróficas, que oxidam ions NH 4 • a NO, na
causa da sua alta afinidade pela água. primeira fase do processo de nitrificação. Inibidores da
nitrificação, como a nitrapirina , inibem a atividade desses
Infiltraç ão - Entrada de água no solo. organismos.
M NUTRIÇÃO OE PLANTAS 4C
.....
Nutrientes móveis - Nutrientes que podem ser translocados Permeabilidade - Facilidade com que um meio poroso conduz
dos tecidos mais vell1os para os tecidos mais jovens da fluidos.
planta.
pH - Designação numérica de acidez e alcalinidade. Tecnica -
Manejo do nutriente - Utilização das melhores práticas de mente, o pH é o inverso do logaritmo da atividade do W de
manejo (BPUFs}, as quais maximizam a eficiência de uso uma solução. O pH 7 indica neutralidade . Os valores entre
dos nutrientes e minimizam as suas perdas, superficiais ou 7 e 14 indicam aumento da alcalinidade e os valores entre
subterrãneas. 7 e O indicam aumento da acidez.
Material de origem - Material não consolidado, mineral ou pH tampão - Medida relacionada à quantidade de calcá rio ne-
orgânico, a partir do qual o solo se desenvolve. cessária para neutralizar a acidez em um determinado solo.
Mlcorrlza - Associação, geralmente simbiótica, de fungos com Plantio direto, cultivo mínimo - Sistema de produção em que
as raízes das plantas. Hifas fúngicas aumentam a área de a cultura é plantada no resíduo da cultura anterior. sem
raízes e a absorção de nutrientes. revolvimento do solo.
Mollbdênlo (Mo) - Entre os elementos essenciais, é o micronu- Pollfosfato - Classe geral de compostos de fosfato caracteriza-
triente metálico exigido em menores quantidades. O mo- dos por conter moléculas com dois ou mais átomos de P.
libdênio é necessário para a síntese e a atividade da enzi- Os polifosfatos são compostos de duas ou mais moléculas
ma redutase do nitrato. Ele também é vital para o processo de ortofosfato, com a perda de uma molécula de água
de fixação sim biótica de nitrogênio realizada por bactérias entre cada unidade de ortofosfato. São derivados do ácido
Rhizobium nos nódulos radiculares das leguminosas. superfosfórico. Disponíveis principalmente nos adubos
Mulch - Qualquer material espalhado na superfície do solo fluidos, como polifosfatos de amônia.
para proteger o solo dos pingos da chuva, sol, frio ou eva- Ponto de Injeção - Uso de equipamentos com raios para injetar
poração. fertilizante líquido na zona de enraizamento (10-12 cm ), em
Necrose - Morte do tecido da planta. pontos com ce rca de 20 cm de distância.
Níquel (NI) - Nutriente classificado como micronutriente. É Ponto de murcha permanente - Nível de umidade de um solo
absorvido pelas plantas como Ni 2• . O níquel é componente no qual as plantas murcham e não conseguem recuperar a
da urease, que catalisa a conversão da ureia em amônia. turgidez. O valor não é uma constante.
Também desempenha papel benéfico no metabolismo do N Porcentagem de saturação por bases - Porcentagem da CTC
em leguminosas. total ocupada por cátions básicos ( Ca 2 ♦ • Mg2 •, K· e Na•).
Nitrificação - Formação, nos solos, de nitrito (N0 2 ) e nitrato Porcentagem de sódio trocável - Grau de saturação por Na·
(N0 3 -) a partir de íons amônia (N H4 • ) através da atividade de do complexo de troca do solo.
certas bactérias do solo; oxidação bioquímica de NH 4 a N03 •
Poros - Espaços não ocupados por partículas sólidas na maior
Nitrobacter - Um gênero de bactéria aeróbia obrigatória do parte do volume dõsolo.
solo, quimioautotrófica, que oxida íons N0 2 em NQ3 - na fase
final do processo de nitrificação. Potássio (K) - Elemento essencial - um dos três nutrientes
primários, incluindo N e P. É exigido pela maior parte das
Nitrogênio (N) - Nutriente primário, componente de toda célula plantas em quantidades semelhantes às de nitrogênio. o
viva, planta ou animal. Nas plantas, é parte da molécula potássio tem função importante na ativação de sistemas
de clorofila, aminoácidos, proteínas e outros compostos enzimáticos, é vital para a fotossíntese e para a formação
diversos. e utilização dos açúcares, tem papel essencial na síntese
Nutriente - Elemento que contribui para o crescimento e a de proteínas e na manutenção da estrutura da proteína e
saúde de um organismo. ajuda a planta a utilizar a água de forma mais eficiente.
Nutriente primário - Um dos três nutrientes ... N, P e K. São os que Precipitação efetiva - Aquela porção do total de precipitação
limitam mais frequentemente a produtividade das culturas. que se torna disponível para o crescimento da planta.
Nutriente secundário - Ca, Mg e S são os nutrientes secundá- Qulmlgação - Aplicação de fertilizantes e/ou pesticidas na
rios essenciais para o crescimento da planta, porém menos água de irrigação para fertilizar as plantações e/ ou contro-
frequentemente deficientes do que os nutrientes primários. lar as pragas.
Ortofosfato - Classe geral de compostos fosfatados fabricados Regulação osmótica - Movimento de eletrólitos, tais como ians
a partir do ácido ortofosfórico (H 3 P0 4 ), incluindo, principal- solúveis e açúcares, através das membranas celulares para
mente, sais de Ca e NH 4 • manter o potencial hídrico no interior das células da planta.
Oxidação - Alteração química que envolve a adição de 0 2 ou seu Relação Carbono:Nltrogênio - Relação entre peso do C orgâ-
equivalente químico. Esta inclui a perda de elétrons de um áto- nico e peso do N total no solo ou na matéria orgânica. Ela
mo, íon ou molécula durante uma reação química. Isso pode é obtida dividindo-se a percentagem de e orgânico pela
aumentar a carga positiva de um elemento ou composto. percentagem de N total.
Oxigênio - Gás (O) incolor, insípido, inodoro - o elemento mais Rendimento sustentável - Produção da planta ou de material
abundante e mais amplamente distribu ído na natureza . vegetal de uma área de forma continua, anua l ou periódica;
Compreende cerca de 21% em volume do ar. Implica no uso de práticas de manejo que irão manter a
capacidade produtiva da terra .
Percolação - Movimento descendente de líquido no solo.
Rlzóblo - Bactéria ca paz de viver em simbiose com as plantas
Perfil do solo - Corte vertical no solo, desde a sua superfície,
superiores, geralmente leguminosas. das quais recebe
passando por todos os horizontes , até o material original ou
energia, e é capaz de utilizar o N, , convertendo-o em for-
rocha matriz. mas utilizáveis pelas plantas. -
NUTRIÇÃO DE PLANTAS 4C M
Rocha fosfática - Rocha natural contendo um ou mais minerais
Soluto - Material que é dissolvido em solvente para formar uma
de fosfato de cálcio, com pureza e quantidade suficiente solução.
para permitir a sua utilização, quer diretamente ou após
sua concentração, na fabricação de produtos comerciais. Os Subsolo - Camadas subjacentes do solo abaixo da camada su-
depósitos de rocha fosfática mais uti lizados na fabricação de perficial. que podem conter menos matéria orgânica e mais
fertilizantes tem corno base o mineral apatita, principalmen- características do material de origem do solo.
te fosfatos de cálcio. Superfosfato - Produto obtido quando a rocha fosfática é
Rocha-mãe - Rocha sólida subjacente ao solo e rocha alterada, tratada com ácido sulfúrico ou ácido fosfórico, ou uma
mistu ra desses ácidos. Superfosfato "normal". "comum· ou
em profundidades que variam de zero (onde exposto pela
erosão) a várias centenas de metros. "simples" refere-se a todas as classes que contêm até 22%
de P2 0 5 disponível, comumente obtido pela acidulação da
SIG - Sistema de informação geográfica . Termo genérico empre- rocha fosfática com ácido sulfúrico. Contém principalmente
gado para os sistemas que armazenam, analisam e exibem fosfato monocálcio acrescido de um montante significativo
dados de mapas digitais. de gesso.
Silte - Partíc ula inorgâ nica, com ta manh o que va ri a ent re Superfosfato triplo - Refere-se a todos os tipos de fertilizantes
0,05 mm e 0,002 mm de diâmetro. que contêm 40% ou mais de Pp 5 disponível. Normalmente,
Simbiose - Relação entre dois organismos vivos na qual ambos são obtidos pela acidulação do fosfato de rocha com
se beneficiam, como a fixação de N por rizóbios em nódulos ácido fosfórico. O superfosfato sim ples contém apreciável
das ra ízes de leguminosas. quantidade de S (gesso), o superfosfato triplo não. O
fósforo está prese nte pri ncipa lmente na forma de fosfato
Solo - Camada superior da Terra na qual as plantas crescem. monocá lcico.
Solo ácido - Solo contendo uma prevalência de H' na solução Tamponamento - Processo que restri nge ou red uz a mudança
(acidez ativa ) e na superfície dos colóides (acidez potencial de pH quando ácidos ou bases são adicionados. Mais
ou de reserva ). Especificamente, um solo com valor de pH genericamente, é o processo que re pri me mudanças na
inferior a 7. concentração de qualquer ío n dissolvido quando este for
Solo álcali - Solo com elevado grau de alcalinidade (pH 8,5 ou adicionado ou removido do sistema.
superior) ou com elevado teor de Na• trocável (15% ou mais Terraço - Na conservação do solo, uma fa ixa mais ou menos
da capacidade de troca), ou ambos. horizontal ou acostamento de terra geralmente constru ídos
• 1 Solo alcalino - Qualquer solo com pH superior a 7,0 . em curva de nível para reduz ir a erosã o.
Solo calcário - Solo contendo cal livre (carbonatos) que efer- Textura do solo - Proporções relativas de partículas de dife-
vesce visivelmente quando tratado com ácido clorídrico rentes tamanhos que compõem o solo. Essas partícu las
diluído (1:10). incluem areia , silte e argila.
Solo neutro - Solo com elevada percentagem (de 80% a 90%) Textura fina - Solo com elevada percentagem de silte e argila.
da capacidade de troca ocupada por íons de Ca e Mg e pH Transpiração - Evaporação através das folhas; fl uxo de água,
do solo próximo a 7. através das plantas, do solo para a atmosfera.
Solo orgânico - Solo que contém elevada percentagem de Troca de cátlons - Troca entre um cátion na solução e outro
matéria orgânica. cátion na superfície de um material, tal como colói de da
Solo salino - Solo não alcalino contendo uma quantidade argila ou colóide orgânico.
apreciável de sais solúveis que interferem no crescimento Troca de íons - Troca entre um íon da solução e outro íon da
da maioria das culturas. superfície de material ativo, tal como argila ou húmus.
Solo salino-alcalino - Solo contendo uma proporção elevada Umidade disponível para a planta -Água no solo mantida livre
de sais solúveis, com alto grau de alcalinidade ou elevada o suficiente para que as plantas possa m extra í-la para uso.
quantidade de Na trocável , ou ambos, de modo que o cres-
Urease - Enzima necessária para a qu ebra da ureia em NH ,
cimento da maioria das culturas é inferior ao normal. 3
comum a todas as plantas.
Solo sódico - Solo que é afetado por altas concentrações de
Volume aparente - Volume da massa de solo, incluindo os
sal e de Na. Solos sádicos tem teores relativamente baixos
sólidos e os poros.
de sais solúveis, mas são ricos em Na trocável.
Zinco (Zn) - Micronutriente metálico, um dos primeiros nu-
Solo superficial - Refere-se à camada superficial do solo,
trientes reconhecidos como essencial para as plan tas. O
incluindo a maior parte do conteúdo de matéria orgãnica
zinco ajuda na síntese de substãncias de crescimen to e no
do perfil do solo. Tecnicamente, esta camada é ~onsiderada
sistema enzimático da planta e é essencia l pa ra promover
como o horizonte A do perfil do solo, de coloraçao escura.
certas reações metabólicas. É necessário para a produção
solução do solo - Fase líquida do solo e seus solutos. de clorofila e de carboidra tos.
Soluções nitrogenadas - Soluções de !ertili~antes nitrogen_ados zona de depleção - Zona estreita ao lado da raiz onde as
em água . Soluções nitrogenadas sao utilizadas na fabrica- concentrações de nutrientes imóveis no solo tornam-se
ção de adubos compostos líquidos ou s~c?s e aph~adas acentuadamente reduzidas.
ao solo com o uso de aplicadores espec1a1s ou na agua de Zona de retenção - Zona de solo onde os nutrientes se concen-
irrigação. Mais comumente, o termo ~e refere a _soluções tram após a aplica ção de fe rtilizantes. Gera lmente se refere
de nitrato de amónio-ureia (URAN) , feitas a partir de urna a algum tipo de aplicação em fa ixas.
mistura de nitrato de amónio (NH 4 N0 3 ) e ureia, contendo
28% a 3 2% de N.
M NUTRIÇÃO OE PLANTAS 4C
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Capítulo 4
1. a, 2. b, 3. d, 4. a, 5. b, 6. e, 7. b, 8. b, 9. e, 10. e
Capítulo 5
1. b, 2. a, 3. e, 4. b, 5. a, 6. d, 7. a, & b, 9. ~ lQ a
Capítulo 6
1. b, 2. d, 3. a, 4. a, 5. b, 6. e, 7. a, 8. e, 9. b, 10. a
Capítulo 7
1. e, 2. d, 3. a
Capítulo 8
L d, 2. e, 3. e, 4. a, 5. b, 6. d, 7.c, 8. b, 9. d, 10.a
Capítulo 9
1. e, 2. b, 3. d, 4. d, 5. a, 6.d, 7. a, 8. a, 9. d
NUTRIÇÃO DE PLANTAS 4C M
SÍMBOLOS E ABREVIAÇÕES
Abaixo es tão os símbo los e as abreviações para os nutrientes
•
E
e os co mpostos relacionados mais utilizados nesta publicação.
E
AI Alumínio
B Boro e
c
Ca
Carbono
Cálcio
e
CaC0 3
CaC'2
Carbonato de cálcio
Cloreto de cá lcio
e
CaS0 4 Sulfato de cálcio (gesso) e:
Ca(N03)2 Nitrato de cálcio
-=
•.
CH4 Metano
CI/CI· Cloro/ Cloreto
Cu Cobre
CuS04 Sulfato de cobre
DAP Diamônio fosfato
Fe Ferro Ili
Sulfato de ferro
FeS04
lfl
·•..
w Próton ou íon hidrogênio
HC03· Bicarbonato
K Potássio
KCI Cloreto de potássio
(também muriato de potássio ou MOP)
K20 Potássio ~
Nitrato de potássio
KN03
IC
.._
K2S0 4 Sulfato de potássio
~
(também sulfato de potássio ou SOP)
MAP Fosfato monoamônio
MCP Fosfato monocálcico
Mg Magnésio
MgS04 Sulfato de magnésio
MgC'2 Cloreto de magnésio
Mn Manganês
Mo Molibdên io
N Nitrogênio
NH3 Amônia
NH/ Amónio
(NH4)2S04 Sulfato de amónio
N02· Nitrito
NoJ· Nitrato
N2 Oinitrogênio
NOJ N20 Óxido de nitrogênio/Óxido nitroso
p Fósforo
ppb partes por bilhão
ppm partes por milhão
s Enxofre
so.2- Sulfato
TSP Superfosfato trip lo
Zn Zinco
z ns o . Sulfato de zinco
NUTRIÇÃO DE PLANTAS 4C