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MOBILIZAÇÕES POPULARES
RESUMO
A tecnologia da Internet permitiu uma nova forma de diálogo entre as pessoas, bem como da
transmissão de informações, mais veloz e barata. Tal tecnologia atingiu amplos setores da vida em
sociedade, a exemplo a cultura, a economia e a política. Nesse sentido, o presente artigo teve por
objetivo analisar as possibilidades de atuação da Internet no contexto das movimentações sociais,
através da chamada Primavera Árabe, em que a população buscou a queda de ditadores e reivindicou
melhores condições de vida e pela primeira vez na história as mobilizações fizeram-se presentes
também no ambiente “online”. Para esse fim, foram analisados os contextos desenvolvidos nos
levantes árabes, sendo evidenciados, em particular, os casos do Egito e da Síria. Por último, como
resultado, foi possível verificar a importância da atuação e do controle da Internet em meio às
mobilizações populares.
1. INTRODUÇÃO
3. O CONFLITO DE INTERESSES
Tendo em mente o cenário apresentado sobre a Primavera Árabe, pode-se definir dois
atores principais: de um lado, os governos vigentes da época, e de outro, os manifestantes.
Nesse contexto, faz-se necessário analisar seus interesses e recursos frente aos levantes
ocorridos. Primeiramente, será considerado aqui, seguindo Stiles (2013), que todo governo
tem como foco primordial manter-se no poder, e para tanto, utiliza de sua influência política e
da força (policial e militar), bem como da regulação de diversos meios de comunicação.
Enquanto isso, os manifestantes têm como objetivo ter suas demandas e reivindicações
atendidas e, em alguns casos - como visto nos movimentos árabes - buscam a derrubada de
seus governos agindo, sobretudo, por meio de grande mobilizações, como protestos, greves e
passeatas, chegando até mesmo a usar a força, por exemplo, através de ataques organizados a
instituições estatais e a formação de grupos armados.
Dito isso, a Internet mostra-se como ponto de interesse e recurso para ambos os lados.
Em relação aos governos, por possuírem meios para controlar as formas de informação e
transmissão, torna-se atraente aplicá-los quando o conteúdo divulgado entra em confronto
com os princípios e ações de seus regimes, dessa forma censurando informações a seu favor e
até "desligando" a Internet e derrubando sites (STILES, 2013). No entanto, a Internet também
mostra-se um espaço de fácil e amplo acesso para a disseminação de valores e propagandas
políticas. Em contrapartida, para os manifestantes, a Internet apresenta-se como um canal para
organização e recrutamento para as manifestações, compartilhamento de informações entre
eles próprios e novas pessoas, até mesmo de outros países, além da divulgação das
mobilizações, seja de local, data e horário, instruções para os eventos, transmissões ao vivo
etc. Acerca disso, Norris (2002 apud VIEIRA, 2013) aponta:
Nesse sentido, percebe-se que o uso da Internet pelos dois atores choca-se pois, até onde
a coordenação e amplificação das mobilizações populares pelo ambiente virtual atinge os
governos? Ou até que ponto a manipulação dos governos sobre as redes pode evitar que a
atuação dos manifestantes seja incontrolável? A fim de investigar essas perguntas, propomos
lançar o olhar para dois casos ocorridos na Primavera Árabe, o do Egito e o da Síria.
4. AS POSSIBILIDADES EM CASOS
4.1. Egito
4.2. Síria
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
BARTKOWIAK, Jaqueline et al. A Primavera Árabe e as Redes Sociais: O uso das redes
sociais nas manifestações da Primavera Árabe nos países da Tunísia, Egito e Líbia. Cadernos
de Relações Internacionais , Rio de Janeiro, v. 10, n. 1, p. 66-94, 2017. Disponível em:
https://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/30432/30432.PDF. Acesso em: 25 jan. 2022.
DE GRACIA, Augustín. Las rebeliones árabes sientan bases históricas por el uso de la
tecnología. CIC Cuadernos de Información y Comunicación, vol. 16, oct. 2011.