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ROV SURFACE CONTROL E

VEHICLE - BÁSICO | AVANÇADO

2016
Edição XX

Proibido a reprodução sem autorização.


Sumário

Introdução ........................................................................................................................................................... 06
A Sapura ................................................................................................................................................... 06
Nossa Aposta nas Pessoas ................................................................................................................. 07
Nosso Compromisso com a Segurança ........................................................................................ 10
Apresentação .................................................................................................................................................... 14
O Curso ...................................................................................................................................................... 14
Orientações de Uso do Material ....................................................................................................... 14
Dicas de Estudo ...................................................................................................................................... 15

01 Comunicação de dados .................................................................................................................................


1.1 Conceito de comunicação de dados ..............................................................................................
1.2 Canais de comunicação ......................................................................................................................
16
17
18
1.3 Taxa de transferência (Baud Rate) .................................................................................................. 21
1.4 Controle de fluxo .................................................................................................................................... 21
1.5 Paridade ..................................................................................................................................................... 21
1.6 Topologia ................................................................................................................................................... 21
1.7 Multiplexação de sinais ....................................................................................................................... 22
Pilotando e Aprendendo ............................................................................................................................... 23
Turbinando o Conhecimento ....................................................................................................................... 23

02 Padrões elétricos de comunicação ............................................................................................................


2.1 Padrões elétricos de comunicação ..................................................................................................
2.2 RS232 ..........................................................................................................................................................
24
25
25
2.3 RS485 .......................................................................................................................................................... 28
Pilotando e Aprendendo ................................................................................................................................ 29
Turbinando o Conhecimento ........................................................................................................................ 29
03 Comunicação por Fibra Ótica .....................................................................................................................
3.1 Fibra ótica (Conceito e histórico) .....................................................................................................
3.2 Tipos de fibra ótica ................................................................................................................................
30
31
31
3.3 Comunicação por fibra ótica ............................................................................................................. 33
3.4 Multiplexação de sinais óticos .......................................................................................................... 35
3.5 Medida de potência e atenuação ótica (dB/dBm) .................................................................... 35
3.6 Medidas de potência, continuidade e ruptura de fibras óticas ........................................... 38
3.7 Segurança em trabalhos com fibras ............................................................................................... 45
Pilotando e Aprendendo ............................................................................................................................... 46
Turbinando o Conhecimento ....................................................................................................................... 46

04 Dispositivos de comunicação de surface/subsea ...............................................................................


4.1 Componentes de Superfície (Surface) ...........................................................................................
4.2 Componentes Intermediários ............................................................................................................
48
50
65
4.3 Componentes Submarinos (Subsea) .............................................................................................. 68
Pilotando e Aprendendo ............................................................................................................................... 85
Turbinando o Conhecimento ....................................................................................................................... 85

Conclusão ........................................................................................................................................................... 86
Gabaritos: Pilotando e Aprendendo .......................................................................................................... 87
Glossário .............................................................................................................................................................. 88
Introdução
A Sapura
A Sapura Navegação Marítima (SNM) é uma Empresa Brasileira de Navegação,
joint venture entre dois líderes internacionais nos seus mercados, a Seadrill e a
SapuraKencana.

100%
SapuraKencana Petroleum Berhad (SapuraKencana) é uma das maiores empresas
de serviços e soluções integradas de óleo e gás do mundo. Seus mais de 10.000
empregados estão presentes em mais de 20 países, como Malásia, China, Austrá-
lia, EUA, Brasil, entre outros.

A Seadrill é uma empresa de Perfuração e Completação de Poços de Petróleo


Offshore, possuindo 69 unidades operando de águas rasas a ultraprofundas, com
mais de 7.900 empregados de diversas nacionalidades e presente em 15 países dos
5 continentes.

A Sapura é um dos principais players do mercado brasileiro de serviços submarinos, com


uma frota de seis navios de apoio, instalação e lançamento de dutos flexíveis. Atualmente,
tem quatro unidades em operação (Diamante, Topázio, Ônix e Jade) e duas em constru-
1 ção, com mais de 18 nacionalidades diferentes entre sua força de trabalho.
Dados de
Novembro de 2015.

Graças à nossa larga experiência e

nossa missão
amplo conhecimento sobre Serviços
Submarinos,
é planejar, desenvolver
e executar serviços submarinos com
sucesso e segurança, tornando-nos o
parceiro mais importante
de nossos clientes.

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Nossa visão é ser a empresa referência em Serviços Submarinos,


tecnicamente competente e confiável aos olhos de nossos clientes, partes interessadas e força
de trabalho. Seremos guiados pela honestidade e respeito. Atingiremos nossos objetivos atu-
ando de forma segura, ágil e profissional, buscando alcançar continuamente as
expectativas das partes interessadas.

Para nós, ser referência significa:

›› Liderar;
›› Ser energético e inspirador;
›› Definir exemplos a serem seguidos;
›› Atingir metas ambiciosas;
›› Ser exigente;
›› Desafiar a nós mesmos e a nossos clientes;
›› Ter orgulho do trabalho que fazemos.

Isso também significa que acreditamos ser possível operar sem lesões em nossas atividades. Nossa visão
define o que pretendemos alcançar.

Nossa cultura corporativa integra seis valores fundamentais para tomada de decisões, essenciais em
nossa operação. Esses valores definem nossa identidade e não podem ser comprometidos.

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Nossos valores definem como vamos atingir

nossa visão.
Possuímos um Código de Conduta que deve ser seguido por todos os nossos empregados. Todos devem
atuar de forma íntegra, correta e eficiente na busca dos resultados. Este Código deve servir de referência
individual e coletiva para cada empregado da Sapura. O Código de Conduta é entregue a cada novo empre-
gado no momento da Indução, e fica disponível no sistema IMS (Integrated Management System).

Cumprimento das Leis, Regras e Regulamentos

É política da Sapura cumprir todas as leis, regras e regulamentos aplicáveis dos países e das autoridades
reguladoras que afetam os negócios da empresa. É responsabilidade pessoal de cada empregado aderir aos
padrões e restrições impostos por tais leis, regras e regulamentos. O levantamento dos requisitos legais no
âmbito federal, estadual e municipal é feito pelo sistema (software) da consultoria contratada pela SNM, atra-
vés de pesquisas em publicações oficiais, em periódicos locais e/ou regionais e de investigações em bancos
de dados relacionados. A avaliação de aplicabilidade de cada um deles é feita de acordo com um questio-
nário preenchido pela SNM. Os itens relacionados à legislação da bandeira, legislações internacionais e de
convenções são controlados através de biblioteca física, nas embarcações e no escritório.

A atualização é feita periodicamente pela consultoria, e consiste na inclusão ou exclusão de requisitos no


Sistema de Gerenciamento de Requisitos e na consolidação de textos, quando da ocorrência de alterações
em seu conteúdo.

Conduta Ética

Os empregados devem se esforçar para tratar, ética e justamente, os clientes, fornecedores, concorrentes
e empregados da Companhia. Nenhum empregado deverá tirar vantagens injustas de qualquer pessoa por
manipulação, ocultação, abuso de informações privilegiadas, engodo de fatos ou qualquer outra prática de
tratamento injusto. A conduta honesta é considerada a conduta livre de fraudes ou embuste. A conduta ética
não é apenas o cumprimento de leis e regulamentos aplicáveis; trata-se de satisfazer os padrões de hones-
tidade e integridade presentes em nosso Código de Conduta, mesmo quando esses padrões vão além dos
requisitos legais.

Nossa Aposta nas Pessoas

Somos uma empresa jovem com enormes desafios. Estabelecemos um equilíbrio entre profissionais extre-
mamente capacitados e experientes, com gente jovem e de muito potencial. Investimos continuamente na
capacitação de nossa força de trabalho e nos comprometemos a ser formadores de bons profissionais.

A Sapura oferece um ambiente de alta performance com investimento constante em capacitação técnica.
Buscamos o reconhecimento pela nossa superação e inovação. Esse ambiente instigante é essencial para
alcançarmos o melhor padrão operacional possível, buscando nos estabelecer como referência no mercado.

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Para alcançar o padrão operacional desejado, a Sapura possui uma Política de Treinamento e Desenvol-
vimento de Competências.

Nós acreditamos que habilidade e competência são desenvolvidas através da combinação entre edu-
cação, treinamento e experiência.

Conseguiremos isto da seguinte forma:

›› Encorajando a todos os empregados pela busca das habilidades e competências necessárias para a
realização do seu trabalho.
›› Disponibilizando todos os recursos necessários para que os empregados sempre tenham as qualifi-
cações e certificados necessários para a realização do seu trabalho.

Visando atender exigências de mercado e internas, a Sapura lançou o SETA – Sapura Excellence Training
Academy –, que propõe soluções educacionais planejadas e estruturadas que agregam valor, ampliam co-
nhecimentos e aprimoram continuamente as atitudes necessárias ao desenvolvimento de seus empregados
de todos os níveis organizacionais.

As ações de desenvolvimento pretendem potencializar competências para proporcionar uma capacitação, de


modo sustentável e consistente, a fim de atingir a excelência nos serviços prestados.

De forma inovadora, o SETA proporciona aos novos empregados e aos atuais ocupantes dos cargos-alvo des-
te projeto uma vivência realista do seu trabalho. Oferece exercícios práticos, experimentação de atividades
reais em simuladores de sistemas e equipamentos da rotina PLSV, além de estudo dirigido, de instrutores
especialistas e materiais didáticos que ensinam de forma prática, objetiva e lúdica.

O SETA tem como base Trilhas de Desenvolvimento, que representam as trajetórias para o aperfeiçoamento
dos empregados, apontando caminhos que devem ser percorridos pelos ocupantes dos cargos para melhoria
de sua qualificação. As Trilhas são compostas por ações de desenvolvimento necessárias para o adequado
desempenho funcional, considerando tanto as competências técnicas quanto as comportamentais.

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Em janeiro de 2015, a Sapura inaugurou o LTC - Lapidary Training Center. Trata-se de um espaço interno
dedicado a prestar todo o suporte necessário aos nossos empregados no quesito treinamento. Lá, estão
instalados os Simuladores de Lançamento e ROV e são ministradas oficinas de treinamento de Eletrônica/
Mecânica, entre outras ações educacionais.

Além disso, fornecemos curso de idiomas para todos os nossos empregados. A bordo, a Sapura disponibiliza,
como benefício, um curso de idiomas para que seus empregados melhorem ainda mais seu rendimento pro-
fissional e pessoal. Assim que embarca, o empregado deve procurar um instrutor de idiomas e matricular-se
para as aulas de inglês. Para os empregados estrangeiros, são oferecidas aulas de português.

A Sapura também oferece curso de idiomas para os profissionais de terra. As aulas são realizadas normal-
mente na sede em horários combinados entre o empregado e a instituição de ensino.

Nosso Compromisso com a Segurança


O Sistema de Gestão de Qualidade, Saúde, Segurança e Meio Ambiente da SNM permite que não somente
a Empresa opere de acordo com suas políticas corporativas, mas também que avalie sua habilidade de sa-
tisfazer os requisitos do cliente, dos regulamentos e organizacionais. A documentação de QHSE fornece um
sistema de gestão sistemático e transparente, projetado para melhorar continuamente o desempenho e, ao
mesmo tempo, objetivando satisfazer as necessidades de todas as partes interessadas.

A abrangência do sistema de gestão engloba os padrões de qualidade detalhados na ISO 9001, padrões de
segurança e saúde incluídos na OHSAS 18001, padrões de segurança ordenados pelo Código ISM, pa-
drões ambientais especificados na ISO 14001 e os requisitos de trabalho marítimo do MLC 2006.

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A SNM é uma empresa baseada no desempenho, e considera como nossas mais altas prioridades a qualida-
de, saúde, segurança e a proteção ao meio ambiente. Isso é essencial ao sucesso e ao crescimento de nossa
Empresa. Acreditamos que:

›› Ocorrências são evitáveis;


›› Prejuízo ou dano à propriedade é inaceitável;
›› Nosso objetivo é reduzir o impacto das operações no meio ambiente;
›› Nenhum trabalho nunca é tão urgente ou tão importante que não possa ter tempo para ser feito com
segurança e com o devido cuidado com o meio ambiente.

Para assegurar essas metas, fomentamos uma cultura aberta, confiante e justa, a fim de que os nossos em-
pregados sejam capacitados a se expressarem sobre as questões de QHSE.

Todos têm autoridade de parar o trabalho. Espera-se que usem essa autoridade para evitar ou
reduzir o impacto de uma ocorrência. As equipes de terra e a bordo do navio são cobradas para que
desempenhem um papel de liderança, apoiando as expectativas de QHSE.

A Política de QHSE da Sapura estabelece que:

Qualidade, saúde, segurança e meio ambiente estão incorporados aos valores da Sapura, e constituem
um compromisso institucional com a entrega do mais alto nível de qualidade nos serviços de enge-
nharia e instalação submarina, com a manutenção de uma operação livre de acidentes e com a busca
contínua da minimização do impacto ao meio ambiente.

Conseguiremos isso da seguinte forma:

›› Trabalhando de acordo com as leis, códigos e regulamentos aplicáveis;


›› Aplicando tecnologias de redução do impacto ambiental e assegurando que planos de contingência
estejam prontos;
›› Usando um sistema de gerenciamento eficaz, que possibilite a análise crítica de nossos processos,
conduzindo, desta forma, a um processo de melhoria contínua;
›› Estabelecendo metas de QHSE mensuráveis e claras;
›› Garantindo o emprego de pessoal altamente qualificado em uma organização transparente com li-
nhas de responsabilidades claras;
›› Monitorando a saúde das pessoas em atividades de trabalho que envolvam risco;
›› Responsabilizando-nos por nossa segurança e pela dos outros, através de planejamento e execução
dos trabalhos e dedicando tempo, também, a inspeções necessárias e manutenção;
›› Interrompendo as atividades e reagindo imediatamente a atos e condições inseguras que coloquem
em risco a segurança, respeitando a capacidade e limites operacionais de equipamentos.

Todos os empregados e parceiros da SNM, incluindo subcontratados, fornecedores e visitantes devem estar
totalmente comprometidos em atender aos objetivos desta política.

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Os itens a seguir expressam o comprometimento da empresa com a política de QHSE:

›› Somos todos responsáveis por nós mesmos e pela segurança dos outros no ambiente de trabalho. As
pessoas são os nossos recursos mais importantes e, como tal, a segurança é, sem dúvida, o nosso
valor essencial número um.
›› Provemos treinamento aos nossos empregados para reforçar uma cultura de segurança.
›› A excelência em segurança requer uma liderança proativa e participativa.
›› Todos os empregados e subcontratados são responsáveis por desempenhar as suas atividades diárias
de maneira consistente com a nossa Política de QHSE.
›› Se um dano sério ou um evento ocorrer, investigaremos e determinaremos a sua causa.
›› Vamos nos empenhar para evitar a poluição e preservar o meio ambiente no qual operamos através
da utilização dos recursos, de maneira responsável, e operando de acordo com os requisitos legais e
as melhores práticas.
›› Nosso objetivo será a redução da geração de resíduos e o correto tratamento para aqueles que são
inevitavelmente gerados. Nos lugares em que sejam gerados resíduos, estes serão manipulados de
maneira segura e responsável. Atingiremos ou excederemos a conformidade com regulamentos e leis
aplicáveis.
›› O nosso trabalho com as autoridades públicas e reguladoras será conduzido abertamente, numa at-
mosfera de confiança e cooperação.

VALE SABER

A Sapura dispõe de um Manual de QHSE, material que se


refere aos procedimentos detalhados e às instruções operacio-
nais do sistema de Qualidade, Saúde, Segurança e Meio Am-
biente. Documento autorizado que estabelece as Políticas Cor-
porativas da Sapura Navegação Marítima S.A. (SNM), incluindo
descrições de como os requisitos estatutários e voluntários são
atendidos.

Apresenta a SNM como entidade comercial. Este documen-


to aplica-se a todos os empregados Onshore e Offshore, bem
como aos subcontratados e às partes interessadas da SNM.
Você encontra este Manual no IMS (Integrated Management
System).

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Apresentação
O Curso
Bem-vindo ao curso ROV Surface Control e Vehicle - Básico | Avançado!
Este curso tem por objetivo principal fornecer ao treinando uma visão geral da estrutura e funcionamento do
ROV Surface Control e Vehicle (veículo).

Desenvolvido na modalidade presencial, o curso possibilita a aquisição de conceitos, a realização de exercí-


cios com exemplos práticos do dia a dia e o esclarecimento de dúvidas em tempo real, além de compartilhar
experiências com os outros treinandos.

O curso possui carga horária de 32 horas e, para a sua realização, é necessário que você tenha feito ante-
riormente os cursos CBSP, Comunicação e Relacionamento Interpessoal, Formação Básica de Piloto ROV
– Módulo I: Conceitos Básicos, NR-10 – Segurança em Eletricidade, NR-35 – Trabalho em Altura, Eletrônica
e Elétrica – Básico, Formação Básica de Piloto ROV – Simulador, Hidráulica e Mecânica de ROV – Básico e
Formação Básica de Piloto de ROV – Módulo II: Manutenção.

Ao final do curso, haverá uma avaliação com a intenção de aferir o conhecimento adquirido e compreensão
do conteúdo apresentado de forma objetiva. Esta avaliação se dará em forma de questionário, que deverá
ser respondido por você, corrigido por seu mentor e entregue ao RH da empresa. O questionário terá, pelo
menos, 15 questões objetivas. Você deverá acertar, no mínimo, 80% das questões. Esta média é pré-requisito
para continuidade do processo de treinamento.

Orientações de Uso do Material


Este material é sua principal fonte de informação e estudo para este curso. Nele você encontra as informações de
que precisa para construir conhecimentos, bem como as atividades que o ajudarão a desenvolver habilidades e
as reflexões fundamentais para seu desenvolvimento como um profissional competente em sua área de atuação.

O conteúdo deste material está organizado de um modo que ajuda você a aprender, contando com recursos
instrucionais que funcionam como etapas importantes para sua aprendizagem.

A seção O que você faria? traz casos concretos, relacionados ao negócio Sapura. O
objetivo é que você tente se colocar no lugar do personagem. “E se fosse você, o que
faria? Como resolveria? O que você sente ao entrar em contato com este caso?”

Pilotando e Aprendendo é o nome da seção que contém atividades de aplicação, nas


quais você pode colocar em prática o que aprendeu.

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Ao final de cada módulo há a seção Turbinando o Conhecimento que reforça con-


ceitos importantes e fornece uma visão global de tudo o que foi estudado.

A seção Vale Saber traz sugestões que vão além deste material. São indicações de sites,
livros, leituras adicionais que vão enriquecer o conhecimento.

O Glossário tem por objetivo facilitar a compreensão dos termos técnicos ou palavras mais difíceis inseridas
em cada módulo.

Os Anexos são materiais para consulta que estarão destacados ao longo do texto e anexados ao final do material.

As Referências são indicações de documentos ou procedimentos Sapura que devem ser buscados interna-
mente, nos diretórios ou locais indicados.

Já a seção Atenção, destaca partes especiais do conteúdo.

Aproveite bem todos estes recursos, pois cada um deles traz informações e conhecimentos importantes para
sua formação.

Dicas de Estudo
Para aprender e se desenvolver, é preciso autodisciplina, persistência e determinação. Listamos algumas
dicas que podem ser úteis enquanto você estuda.

Faça um resumo dos principais pontos que aprendeu em cada módulo. Isto pode ser um complemento
ao Turbinando o conhecimento.

Marque na agenda os dias de treinamento e procure não faltar nem se atrasar. O curso segue uma
sequência didática e é melhor que você não perca nenhum encontro.

Mantenha o material organizado e tenha-o à mão sempre que necessário para estudo e consulta.

Se você gosta de estudar em grupo, busque companhia. Num grupo, todos podem se ajudar.

Entenda que estudar é um hábito. Como hábito, precisa ser cultivado. Quanto mais você estudar, mais
vai ganhar gosto pelo estudo e pela leitura.

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01 COMUNICAÇÃO DE DADOS
Neste módulo, vamos conhecer os fundamentos da comunicação de dados,
os canais de comunicação e suas características, e também os conceitos de
multiplexação de sinais.
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1.1. Conceito de Comunicação de Dados


A Comunicação de Dados estuda os meios de transmissão de mensagens digitais para dispositivos externos
ao circuito originador da mensagem. Os dispositivos externos costumam ser formados por circuitos com fonte
de alimentação independente dos circuitos ligados a um computador ou outra fonte de mensagens digitais.

A taxa de transmissão máxima permissível de uma mensagem geralmente é diretamente proporcional à po-
tência do sinal e inversamente proporcional ao ruído. O ideal é que os sistemas de comunicação forneçam a
maior taxa de transmissão possível com a menor potência e menor ruído possível.

Um sinal pode percorrer desde milímetros, como no caso de conexões de um simples circuito integrado, até
muitos centímetros, como, por exemplo, quando a conexão de sinais envolve uma placa mãe com conectores
para diversos circuitos. Nestes casos, o dado digital pode ser transmitido diretamente.

Não é muito comum que os projetistas se preocupem com o formato e espessura dos condutores, ou com
as características analógicas dos sinais de transmissão. Uma exceção à regra ocorre com computadores
muito rápidos. No entanto, é frequente a necessidade de enviar dados para fora dos circuitos que formam
um computador.

Atualmente, com o aumento das distâncias envolvidas, aumentaram também as dificuldades em estabelecer
uma transmissão de dados precisa. Uma causa comum corresponde às distorções elétricas, que podem
ocorrem em condutores longos. Além disso, também devem ser considerados os ruídos que se propagam
pelo meio transmissor.

Um dos maiores riscos de perda de mensagens ocorre quando, apesar dos cuidados tomados, a distorção e
o ruído são tão grandes que fazem com que a informação se perca.

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1.2. Canais de Comunicação
Um canal de comunicação pode ser definido como o caminho pelo qual a informação passa até chegar
ao destino. Ele pode ser formado por uma linha física (fio), que conecta dispositivos de comunicação, como,
também por sinais de rádio, laser (fibra ótica), ou outra fonte de energia radiante, isto é, que se propaga na
forma de onda eletromagnética.

1.2.1. Tipos de Canais de Comunicação


Os Canais de Comunicação podem ser classificados como simplex, half-duplex e full-duplex.

No canal simplex, a direção de transmissão é inalterada, pois ela ocorre em um único sentido.

No canal half-duplex, ou semi-duplex, formado por um canal físico simples, a direção pode ser revertida, ou
seja, as mensagens podem fluir nas duas direções, mas a transmissão nunca ocorre ao mesmo tempo.

Já no canal full-duplex, ou duplex, as mensagens podem ser trocadas simultaneamente em ambas as dire-
ções. Ele também pode ser entendido como a junção de dois canais simplex, um canal direto e um canal
reverso, que são conectados aos mesmos pontos.

A figura abaixo exemplifica graficamente os tipos de canais de comunicação.

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1.2.2. Canal de Comunicação serial (Transmissão serial)


A comunicação serial pode ser definida como o processo de envio de dados bit por bit em um canal de
comunicação de forma sequencial. A diferença entre as comunicações serial e paralela é o fato de que, na
comunicação paralela, todos os bits de uma mensagem são enviados juntos.

Esse tipo de comunicação consiste, basicamente, na quebra da mensagem em partes menores, que são
transmitidas bit a bit em um canal. Quando chega ao destino, os bits individuais são reorganizados para com-
por novamente a mensagem original.

A imagem abaixo demonstra a comparação entre a transmissão serial e paralela.

A comunicação serial é utilizada na comunicação de longo alcance e na maior parte das redes de computa-
dores, pois o custo de cabos e as dificuldades de sincronização fazem com que a comunicação paralela se
torne impraticável. Os barramentos seriais são cada vez mais comuns para utilização em distâncias peque-
nas, pois as desvantagens dos barramentos paralelos superam suas vantagens de simplicidade.

Agora que vimos o que é a comunicação serial, é preciso entender as suas duas classificações possíveis.

1.2.2.1. Comunicação serial síncrona

Na comunicação serial síncrona, o transmissor e o receptor devem estar sincronizados para que ocorra a
troca de comunicação de dados. Existem duas técnicas básicas que podem ser empregadas para garantir a
sincronização correta.

Em sistemas síncronos, canais separados são usados para transmitir dados e informação de tempo. O canal
de temporização transmite pulsos de relógio (clock) para o receptor. Através da recepção de um pulso de
clock, o receptor lê o canal de dado e armazena o valor do bit encontrado naquele momento. O canal de
dados não é lido novamente até que o próximo pulso de clock chegue. Como o transmissor é responsável
pelos pulsos de dados e de temporização, o receptor irá ler o canal de dados apenas quando comandado pelo
transmissor e, portanto, a sincronização é garantida.
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Outra forma é utilizando uma mensagem de sincronismo para que o receptor ajuste seu relógio interno. Após a
sincronização, os bits são enviados sequencialmente até uma quantidade pré-combinada entre os dispositivos.

A imagem a seguir mostra um exemplo de composição de um frame síncrono.

Dados bit0 bit1 bit2 bit6 bit7

Relógio

Composição típica de um frame síncrono

1.2.2.2. Comunicação serial assíncrona

A comunicação serial assíncrona é a maneira mais comum de transmissão de dados. Os dispositivos não pre-
cisam estar sincronizados, pois a transmissão de caracteres é feita individualmente, e não em blocos como
ocorre com a comunicação síncrona.

A transmissão de cada caractere é precedida de um sinal de inicialização (start bit) e terminada por meio de
um ou dois bits de finalização (stop bit). O sinal de inicialização prepara o mecanismo de recebimento para
a recepção e registro da mensagem. O sinal de finalização, por sua vez, prepara o mecanismo de recepção
para o próximo sinal.

A imagem a seguir mostra como é composto um frame assíncrono.

FORMATO TÍPICO Baud Rate T


110 9,09 ms
1 Start Bit 300 3,33 ms
8 Bits de Dados 1200 833 μs
1 Bit de Paridade 2400 417 μs
1 Stop Bit 4800 208 μs
T
9600 104 μs
19200 52 μs
‘1’
D0 D2 D1 D4 D3 D5 D6 D7 r
LSB MSB
‘0’ START STOP

Tempo

MENSAGEM
Start Bit Bit de paridade
início de choca a precisão
exatamente 8
transmissão da transmissão
bits de dados
aceitos
Stop Bit fim de
transmissão
e tempo para
receptor reiniciar

Composição típica de um frame assíncrono

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1.3. Taxa de transferência (Baud Rate)


A taxa de transferência corresponde à velocidade em que os dados são enviados em um meio de comuni-
cação e é medida em bits por segundo (bps).

A taxa de transferência mínima mais comum é 300 bps, mas também são comuns alguns submúltiplos mais
lentos como 50, 100 e 150 bps. Normalmente, utilizamos velocidades maiores, comumente em múltiplos de
300 bps, como 600, 1200, 2400, 4800, 9600, 19200 e 38400 bps.

Também é possível atingir velocidades de 57600, 115200 bps ou superiores.

1.4. Controle de fluxo


O controle de fluxo é o mecanismo que impede que haja sobrecarga em um receptor lento por causa de
um transmissor rápido. Além disso, ele também evita que o sistema desperdice tempo por transmitir em uma
taxa de bits menor que a máxima possível.

Os controles de fluxo podem ser configurados de três maneiras diferentes:

Sem controle – aplicável quando os equipamentos possuem taxa de transmissão testada previamente.

Controle por hardware – essa configuração utiliza os sinais de handshake para que possa ser feito
o controle dos momentos em que as partes estão disponíveis para o envio e recebimento de dados.

Controle por software ou XON e XOFF – essa configuração ocupa banda, pois faz com que o re-
ceptor e o transmissor troquem caracteres (mensagens) de controle para o início e a parada na trans-
missão.

1.5. Paridade
A paridade pode ser entendida como um mecanismo de conferência de erros na transmissão de dados. Seu
funcionamento se resume à adição de um bit no final do dado (byte) transmitido, o que torna possível a verifi-
cação da integridade do byte ou da palavra recebida. O bit de paridade pode, por exemplo, ser acrescentado
ao final de uma palavra de 7 ou 8 bits. As paridades podem ser classificadas em paridade par (mais utilizada)
e paridade ímpar.

O cálculo das paridades pode ser feito da seguinte forma:

Paridade par – Todos os bits de valor 1 devem ser somados. Caso o resultado seja par ou 0, o bit de paridade
é 0. Caso contrário, o bit de paridade será 1.

Paridade ímpar – Para calcular a paridade ímpar, todos os bits de valor 1 devem ser somados. Caso o resul-
tado seja ímpar, o bit de paridade é 0. Caso contrário, o bit de paridade será 1.

21
VALE SABER

Com o aumento da taxa de transmissão e da velocidade de pro-


cessamento dos dispositivos, a verificação de erros com uso do bit
de paridade e o controle de fluxo por hardware caíram em desuso,
ficando as funções de verificar a integridade dos dados recebidos
e de controlar o fluxo de dados para o software e/ou firmware dos
dispositivos/equipamentos de comunicação.

1.6. Topologia
Essencialmente, descreve as várias formas como os dispositivos, equipamentos e/ou placas eletrônicas estão
interconectadas. A velocidade de comunicação (taxa de amostragem), distância entre os dispositivos e o
padrão elétrico de comunicação utilizado, vai determinar a melhor topologia.

Barramento com estrelas Barramento com derivações Estrela Daisy Chain Anel

Ponto a Ponto Barramento

No sistema de ROV da SMN, as topologias utilizadas são a Ponto a Ponto e Barramento.

1.7. Multiplexação de sinais


A multiplexação de sinais é a técnica que permite que um único meio de transmissão seja compartilhado
para duas ou mais transmissões. Essa técnica é efetuada por dois dispositivos denominados:

Multiplexador (ou Mux) – combina sinais de entrada em um meio;

Demultiplexador (ou Demux) – separa os sinais novamente para as suas respectivas saídas.

Um sistema multiplexado pode ser unidirecional ou bidirecional.

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ROV SURFACE CONTROL E VEHICLE - BÁSICO | AVANÇADO

Em um sistema unidirecional, existe um Mux para a transmissão e um Demux para a recepção, sendo neces-
sários dois sistemas para uma comunicação bidirecional.

Em um sistema bidirecional, existe um Mux/Demux em cada terminação, sendo a comunicação realizada em


ambas as direções.

Existem diversas técnicas de multiplexação/demultiplexação, porém conhecê-las não é pertinente ou im-


portante para nossa aplicação. Vale saber que as principais são a Multiplexação por Divisão na Frequência
(FDM) e a Multiplexação por Divisão no Tempo (TDM).

PILOTANDO E APRENDENDO

Chegou a hora de verificarmos se você compreendeu os conceitos relacionados à


comunicação e à transmissão de dados.

Explique qual é a diferença entre os três tipos de tipos de canais de comunica-


ção: simplex, half-duplex e full-duplex.

TURBINANDO O CONHECIMENTO

Neste módulo, vimos os conceitos relacionados à comunicação de dados. Co-


nhecemos os tipos de canais de comunicação e o que é taxa de transferência,
controle de fluxo, paridade e topologia. Por último, foi apresentado o conceito de
multiplexação de sinais.

23
02 PADRÕES ELÉTRICOS DE
COMUNICAÇÃO
Neste módulo, vamos conhecer os padrões elétricos de comunicação usados no
sistema de ROV, suas características e como diferenciá-los.
ROV SURFACE CONTROL E VEHICLE - BÁSICO | AVANÇADO

2.1. Padrões elétricos de comunicação


Com o advento da comunicação de dados, houve a necessidade de padronizar as formas com que os equi-
pamentos iriam se interconectar e se comunicar. A padronização garantiu que equipamentos, mesmo que
fabricados por diferentes companhias, pudessem ser interconectados e trocassem dados uns com os outros
(desde que usassem o mesmo protocolo de comunicação).

Diante disto, a Electronic Industries Association (EIA) foi criada a fim de desenvolver padrões e especifi-
cações técnicas de componentes eletrônicos, telecomunicações, Internet. A EIA, atualmente administrada
pela Telecommunication Industry Association (TIA), desenvolveu uma série de padrões recomendados ou
Recommended Standard (RS) para interfaces comuns para comunicação de dados entre equipamentos.

Dessa forma, assim como outros, foram criados os padrões RS232 e RS485, que são utilizados em larga es-
cala em equipamentos subsea e também no sistema de ROV Typhoon.

2.2. RS232
A interface de comunicação serial conhecida como RS232 é um padrão estabelecido pela TIA/EIA, atualmen-
te em sua versão F, que foi proposto em 1969 com o objetivo de padronizar as interfaces de comunicação de
dados entre os terminais de dados chamados Data Terminal Equipment (DTE) e os modems ou Data Com-
munications Equipment (DCE).

A norma RS232 define os requisitos elétricos, mecânicos e de funcionamento das interfaces, ou seja, apenas
os requisitos da camada física. A RS232 estabelece os métodos de conexão entre um DTE e um DCE, mas
não cria nenhum protocolo para comunicação.

A imagem a seguir apresenta o modo como é feita a comunicação entre dois DTE. Com a imagem é possível
compreender os seguintes passos:

1. O DCE 1 recebe dados do DTE 1 via interface serial.


2. O DCE 1 se conecta ao DCE 2.
3. O DCE 1 transmite o sinal modulado de forma eletromagnética ao DCE 2.
4. O DCE 2 demodula o sinal e o retransmite serialmente para o DTE 2.

Topologia da comunicação serial entre dois DTE

25
O DTE pode ser um computador ou um equipamento remoto que troque dados com outro DTE, como, por
exemplo, um sensor inteligente de incêndio ou sua central de controle.

O padrão RS232 determina vinte diferentes sinais de conexão, nos quais um conector em forma de D é comu-
mente usado (DB9 ou DB25). São utilizados conectores machos para os cabos e conectores fêmeas para os
dispositivos. A imagem a seguir apresenta a função dos pinos dos conectores D-Sub de 25 e 9 pinos, assim
como o nome utilizado em cada um deles.

EIA From To
Pin Description Pin Signal Pin Signal
CKT DCE DCE
1 Frame Ground AA 1 Data Carrier Detect 6 Data Set Ready

2 Transmitted Data BA D (Data) 2 Received Data 7 Request To Send

3 Received Data BB D 3 Transmited Data 8 Clear to Send

4 Request to Send CA C (Control) 4 Data Terminal Ready 9 Ring Indicator

5 Clear to Send CB C 5 Signal Ground

6 Data Set Ready CC C

7 Signal Gnd/Common Return AB

8 Rcvd. Line Signal Detector CF C

11 Undefined

12 Secondary Rcvd. Line Sig. De- SCF C


tector
13 Secondary Clear to Send SCB C

14 Secondary Transmitted Data SBA D

15 Transmitter Sig. Element Timing DB T (Timing)

16 Secondary Received Data SBB D

17 Receiver Sig. Element Timing DD T

18 Undefined

19 Secondary Request to send SCA C

20 Data Terminal Ready CD C

21 Sig. Quality Detector CG C

22 Ring Indicator CE C

23 Data Sig. Rate Selector (DCE) CI C

23 Data Sig. Rate Selector (DTE) CH C

24 Transmitter Sig. Element Timing DA T

25 Undefined

26
ROV SURFACE CONTROL E VEHICLE - BÁSICO | AVANÇADO

2.2.1. Características elétricas da interface


No padrão RS232, os sinais são representados por níveis de tensão referentes ao fio terra. Assim, há um fio
para transmissão, outro para recepção e o fio terra para referência dos níveis de tensão.

Algumas especificações elétricas devem ser obedecidas para que haja a comunicação. Por isso, os drivers
devem fornecer tensões entre +5V e +25V ou entre -5V e -25V e os receptores devem receber tensões en-
tre +3V e +25V ou entre -3V e -25V. Dessa forma, para que o receptor decodifique o bit, a tensão deve ter
módulo maior que 3V.

Também é preciso destacar outra característica do padrão RS232, que explica que as vias de dados transmi-
tem o bit 0 com tensão positiva e o bit 1 com tensão negativa. As vias de controle, por sua vez, invertem essa
polaridade quando transmitem seus bits.

A interface desse tipo é útil para comunicações ponto-a-ponto em baixas velocidades de transmissão. Como
é preciso usar um fio terra comum entre os dispositivos, o cabo não pode ser maior do que algumas dezenas
de metros para evitar problemas como interferência e diminuição da resistência do cabo.

A imagem a seguir apresenta as faixas de valores aceitáveis nas linhas de dados e de controle para o pa-
drão RS232.

27
VALE SABER

Hoje em dia, diante do aumento da capacidade de processamento


dos equipamentos e do aumento da taxa de amostragem, os pinos
destinados ao controle de fluxo (por hardware) nativo do padrão
RS232 caíram em desuso.

Diante disto, somente três pinos são comumente usados, sendo


eles, o RX (2), o TX (3) e o Signal Ground (5) (que serve de referên-
cia para os dois anteriores). Vale ressaltar também que somente o
conector DB9 é usado hoje em dia.

2.3. RS485
A topologia é a principal diferença entre o padrão RS485 e o padrão RS232, já que o padrão RS485 utiliza
apenas dois fios para a comunicação. Verifica-se que o nível lógico é determinado pela diferença de tensão
entre as conexões A e B de comunicação, daí o nome de modo de operação diferencial ou balanceado.

Para tanto, o padrão RS485 define interfaces que suportam até:

32 elementos de rede se comunicando em modo half-duplex;

1200m de distância de rede;

10Mbps de taxas de transferência.

Assim como acontece com o padrão RS232, o padrão RS485 não define e nem recomenda nenhum protocolo
de comunicação.

2.3.1. Características elétricas da interface


O padrão RS485 se caracteriza pela utilização de um meio de comunicação diferencial (ou balanceado), de-
nominado par trançado. O driver deve fornecer uma tensão máxima de saída (no transmissor) de 6,0VDC e
uma tensão de saída mínima de 1,5VDC. A tensão mínima de entrada no receptor deve ser de 0,2VDC entre
as conexões A e B, o que revela uma sensibilidade muito melhor que os receptores da RS232. Os circuitos
transmissores e receptores adotados nestas interfaces utilizam como informação a diferença entre os níveis
de tensão em cada condutor do par trançado.

Os códigos binários são identificados pela polaridade (+ ou -) da diferença de tensão entre os condutores
do par, ou seja, quando a tensão no condutor positivo for maior que no condutor negativo, é caracterizado
um nível lógico “1”. Por sua vez, quando a tensão no condutor negativo for maior que no condutor positivo, é
caracterizado um nível lógico “0”.

28
ROV SURFACE CONTROL E VEHICLE - BÁSICO | AVANÇADO

Uma margem de ruído de ±0,2 V é definida para aumentar a tolerância a interferências. Esta técnica resul-
ta no cancelamento de ruídos induzidos no meio de transmissão, pois, caso o ruído seja induzido nos dois
condutores, a diferença de tensão entre eles não se alterará e a informação será preservada. A interferência
eletromagnética emitida por um barramento de comunicação diferencial também é menor que a emitida por
barramentos de comunicação não diferenciais.

Todos os elementos de uma rede RS485 ficam em alta impedância, ou idle, até que o master inicie a comu-
nicação quando a operação ocorre normalmente. Para evitar que ruídos de transientes eletromagnéticos ati-
vem algum slave indevidamente, são utilizados resistores de bias. Esses resistores devem compor um circuito
divisor de tensão que assegure uma tensão superior a 0,2V entre os terminais A e B e que também garanta
que o terminal A fique negativo em relação ao B.

PILOTANDO E APRENDENDO

Chegou a hora de verificarmos se você compreendeu os conceitos relacionados


aos padrões elétricos de comunicação.

Explique qual é a diferença entre os padrões RS232 e RS485.

TURBINANDO O CONHECIMENTO

Neste módulo, conhecemos os padrões elétricos de comunicação usados no sis-


tema de ROV (RS232 e RS485), suas características elétricas de interface e como
diferenciá-los.

29
03 COMUNICAÇÃO POR
FIBRA ÓTICA
Neste módulo, vamos conhecer o conceito e a história da fibra ótica, seus tipos ou
modos, como são realizadas a comunicação por fibra ótica e a multiplexação de
sinais óticos. Também serão apresentadas as unidades de medidas de potência e
atenuação utilizadas. Por último, serão apresentados os instrumentos utilizados na
medida de potência e na atenuação de sinais óticos.
ROV SURFACE CONTROL E VEHICLE - BÁSICO | AVANÇADO

3.1. Fibra ótica (conceito e histórico)


A fibra ótica foi oficialmente inventada pelo físico indiano Narinder Singh Kanpany em 1956, mas há registros
de experiências feitas na Alemanha na década de 1930. No entanto, as pesquisas sobre as suas propriedades
e suas características só tiveram início a partir de 1950.

A partir daí, ao longo dos anos, foram feitas cada vez mais pesquisas acerca das propriedades e caracterís-
ticas das fibras ópticas até chegarmos ao que elas são hoje em dia. Atualmente as fibras óticas são usadas
em grande escala ao redor do mundo, como em exames endoscópicos e cirurgias corretivas de problemas
visuais e, nas telecomunicações, onde podem atingir taxas de transmissão de até 1Gbps.

A fibra ótica é formada por um filamento extremamente fino e flexível, constituído de vidro ultrapuro ou plás-
tico e serve de meio pelo qual a potência luminosa, injetada pelo emissor de luz, é transmitida ao fotodetector.

O cabo de fibra ótica possui uma estrutura simples, composta basicamente pela casca e núcleo, formado
pelos seguintes componentes e materiais:

Núcleo de material dielétrico, geralmente Óxido de Silício (SiO2), dopado com Germânio, Fósforo e
Alumínio para aumentar seu índice de refração;

Casca de material dielétrico, podendo ser Sílica pura, com índice de refração ligeiramente inferior ao
do Núcleo a fim de permitir a reflexão da luz.

A luz introduzida em uma extremidade da fibra ótica so-


fre perda pequena ao ser transmitida à outra extremidade
por causa da sequência de reflexões que ocorre ao longo
do caminho. Para entender como isso acontece, imagine
um tubo plástico de pequeno diâmetro, flexível e interna-
mente espelhado. Um raio laser é injetado em uma das
pontas e refletido ao longo de todo percurso pela superfí-
cie espelhada, mesmo nas curvas. Na outra ponta, o raio
laser é detectado.

A fim de minimizar a perda de potência do sinal introduzido nas fibras óticas, foram definidas regiões
espectrais de operação onde a atenuação é mínima. Essas regiões são conhecidas como Janelas de
Transmissão e os comprimentos de onda podem ser de 850nm, 1300nm e 1550nm.

3.2. Tipos de fibra ótica


As fibras óticas podem ser categorizadas em monomodo e multimodo, que se dividem, por sua vez, em es-
calar e gradual. A escolha depende da aplicação à qual se destinará o uso da fibra.

As fibras multimodo são mais utilizadas em aplicações de rede locais, enquanto as fibras monomodo são
mais utilizadas em aplicações de redes de longa distância.

31
3.2.1. Fibras Monomodo (Single Mode)
Nas fibras monomodo ocorre apenas um modo de propagação, ou seja, os raios de luz percorrem o interior
da fibra por um só caminho. Outra característica desse tipo de fibra é a variação do índice de refração do
núcleo em relação à casca.

Como possuem dimensões mais reduzidas que as fibras multimodos, as fibras monomodo têm a fabricação
mais complexa. Contudo, as características destas fibras são muito superiores às multimodo, principalmente
porque a banda passante é mais larga, o que aumenta a capacidade de transmissão. As fibras monomodo
também apresentam atenuação mais baixa, o que possibilita o aumento da distância entre as transmissões
sem o uso de repetidores. Os enlaces com fibras monomodo podem ultrapassar 50 km entre os repetidores,
dependendo da qualidade da fibra ótica.

3.2.2. Fibras Multimodo Escalar


Esse tipo de fibra multimodo possui um núcleo composto por um material homogêneo de índice de refração
constante e sempre superior ao da casca. As fibras de índice degrau possuem mais simplicidade em sua
fabricação e, por isto, possuem características inferiores aos outros tipos de fibras.

Uma das deficiências desse tipo de fibra é a banda passante que é muito estreita, o que restringe a capaci-
dade de transmissão da fibra. A atenuação é bastante alta quando comparada às fibras monomodo, o que
restringe as aplicações com fibras multimodo com relação à distância e à capacidade de transmissão.

3.2.3. Fibras Multimodo Gradual


Este tipo de fibra tem seu núcleo composto por vidros especiais, com diferentes valores de índice de refra-
ção, que diminuem as diferenças de tempos de propagação da luz no núcleo, devido aos vários caminhos

32
ROV SURFACE CONTROL E VEHICLE - BÁSICO | AVANÇADO

possíveis que a luz pode tomar no interior da fibra. Em razão dessas características, a dispersão do impulso
é diminuída e a largura de banda passante da fibra ótica é aumentada.

Os materiais tipicamente empregados na fabricação dessas fibras são Sílica pura para a casca e Sílica do-
pada para o núcleo com dimensões típicas de 125 e 50 mm respectivamente. Essas fibras apresentam baixas
atenuações (3 db/km em 850 nm) e capacidade de transmissão elevadas.

3.3. Comunicação por fibra ótica


Para entender como ocorre a comunicação por fibra, é preciso entender os conceitos de modulação, siste-
mas de comunicação e espectro do laser, que serão apresentados a seguir.

3.3.1. Modulação
Modulação é o processo em que um sinal é transmitido com mudança de amplitude, frequência ou de fase
através de uma portadora. A modulação da portadora é o processo pelo qual o sinal original varia em ampli-
tude, frequência ou fase. O Pulse Code Modulation (PCM) é outra técnica de modulação muito empregada
em sistemas de comunicação por fibras ópticas.

Tanto na modulação de portadora analógica quanto na modulação código de pulso, o transmissor óptico
(LED ou LASER (ILD)) transmite o sinal pela variação da potência da saída. A portadora analógica e a forma
de onda do sinal podem ser representadas por uma variação proporcional na potência de saída ótica.

Um pulso é formado pelo chaveamento da fonte, apresentando dois estados bem definidos: On e Off, em
aplicações digitais. Dessa forma, um pulso pode ser representado por um impulso de luz na fibra (nível lógico
1 – On) e pela ausência de um impulso de luz (nível lógico 0 – Off ) em sistemas digitais.

3.3.2. Sistemas de comunicação


Como visto, um sistema de comunicação é constituído por três blocos básicos, o transmissor, o receptor e o
meio físico a ser transmitido. O mesmo se aplica às fibras óticas, porém com algumas diferenças dos sistemas
elétricos, como podemos ver a seguir.

Transmissor, constituído por dois componentes básicos, o circuito driver e o circuito emissor de luz. O circuito
driver possui a função controle de polarização elétrica e emissão de potência ótica. O circuito emissor de luz
é responsável pela conversão do sinal elétrico em sinal ótico.

33
O Receptor, por sua vez, possui a função inversa do transmissor, ou seja, detecta o sinal ótico e o conver-
te para elétrico. É constituído por um fotodetector que realiza a conversão optoelétrica e por um circuito
amplificador-filtro, onde o sinal recebe um tratamento adequado para a leitura.

O meio físico, composto pelas fibras ópticas, é um guia, cuja luz trafega no seu interior, desde a extremidade
emissora até a extremidade receptora.

3.3.3. Espectro Eletromagnético


Os comprimentos de onda empregados nas fibras são medidos em nanômetros (nm) e são referências do es-
pectro eletromagnético. O espectro (ou espetro) eletromagnético é o intervalo completo de todas as possíveis
frequências da radiação eletromagnética. O espectro eletromagnético se estende desde as ondas de baixa
frequência, ondas de rádio, até as de maior frequência, como as da radiação gama.

Espectro visível (ou óptico) é a porção do espectro eletromagnético cuja radiação é composta por fótons
capazes de sensibilizar o olho humano de uma pessoa normal. Existem sistemas de comunicação por fibras
óticas que trabalham dentro do espectro visível de luz (400nm a 700nm), fazendo uso de diodos emissores
de luz (LED) ou LASER como elemento transmissor, porém são ineficientes para transmissão em grandes
distâncias.

Porém, a fim de diminuir as perdas atenuação e propiciar a transmissão de dados a distâncias maiores, foram
definidas regiões espectrais de operação onde a atenuação é mínima. Essas regiões são conhecidas como
Janelas de Transmissão, ficam localizadas dentro da faixa de luz infravermelha e os comprimentos de onda
podem ser de 850nm, 1300nm e 1550nm.

Isso permite alcançar distâncias de transmissão maiores, pois os sinais com comprimentos de onda maiores
são capazes de desviar de algumas impurezas no interior do núcleo proveniente do processo de fabricação.
A imagem abaixo mostra o espectro eletromagnético:

34
ROV SURFACE CONTROL E VEHICLE - BÁSICO | AVANÇADO

3.4. Multiplexação de sinais óticos


Assim como acontece com sinais elétricos, os sinais óticos também podem ser multiplexados. A principal
vantagem é o envio de dados provenientes de diversas fontes por uma única fibra ótica, economizando es-
paço e reduzindo significativamente os custos envolvidos.

Em sistemas de transmissão por fibra ótica são usados basicamente três tipos de sistemas de multiplexação:
Multiplexação por Divisão de Frequências ou Frequency Division Multiplexing (FDM), Multiplexação por Divi-
são do Tempo ou Time Division Multiplexing (TDM) e a Multiplexação por Divisão de Comprimento de Onda
de Luz ou Wavelength Division Multiplexing (WDM), sendo este último o tipo utilizado nos sistema de ROV
da SNM.

A International Telecommunication Union (ITU-T) regulariza dois sistemas de WDM: o Coarse Wavelength
Division Multiplexing (CWDM) e o Dense Wavelength Division Multiplexing (DWDM). O CWDM é utilizado em
nosso sistema, tanto no ROV como no TMS, mas, neste momento, é importante que todos entendam que se
trata de um sistema que faz a multiplexação dos sinais óticos diferenciando-os por diferentes cores, ou seja,
diferentes comprimentos de onda.

Voltaremos a falar de CWDM no treinamento especifico sobre TMS.

3.5. Medida de potência e atenuação ótica


(dB/dBm)
Neste tópico, serão apresentadas as principais causas de perdas de potência ótica. Para começar, veremos
a unidade de medida utilizada.

3.5.1. Unidade de medida


O decibel (dB) é uma medida da razão entre dois pontos e que é usado para uma grande variedade de me-
dições (acústica, física, eletrônica e telecomunicações). Por ser uma razão entre duas quantidades iguais, o
decibel é uma unidade de medida adimensional semelhante à percentagem. O dB usa o logarítimo decimal
(log10) para fazer a compressão de escala.

35
Um exemplo de uso do dB é a medição do ganho ou da perda de potência em um sistema. Além da utilização
do dB como medida relativa, também existem outras aplicações nas medidas de valores absolutos tais como
potência e tensão entre outros (dBm, dBV, dBu).

O emprego da subunidade dB é para facilitar o seu uso diário (Um decibel (dB) corresponde a um décimo
de bel (B)).

O dBm ou dBmW é o nível absoluto de potência em dB, em relação à potência de 1mW. Este nível é utilizado
em telecomunicações como uma medida de potência absoluta devido a sua capacidade de expressar valores
muito grandes e muito pequenos de uma forma curta. A grande vantagem da utilização do dBm é que sua
medida independe da impedância.

Nível Potência Potência Situação prática em que ocorre


Potência típica de uma transmisso-
80 dBm 100.000 W 100 kilowatt
ra de rádio FM
Potência de RF dentro de um forno
60 dBm 1.000 W 1 kilowatt
micro-ondas
Potência típica de transmissão do
27 dBm 500 mW ½ kilowatt
telefone celular
20 dBm 100 mW - -
10 dBm 10 mW - -
0 dBm 1.0 mW 1 miliwatt -
-10 dBm 0.1 mW - -
-20 dBm 0.01 mW 10 microwatt -
Potência típica de recepção do
-55 dBm 0,00000316 mW 3,16 nanowatt
telefone celular
-80 dBm 0,00000001 mW 10 picowatt -
Potência de recepção do aparelho
-127.5 dBm 0,00000000000018 mW 0,18 femtowatt
GPS

3.5.2. Principais causas de perdas


As principais causas de perdas que veremos a seguir são a Atenuação e a Dispersão, além de outras causas
relacionadas a estas, conforme as apresentadas abaixo.

3.5.2.1. Atenuação

A atenuação é a perda de potência luminosa que um sinal emitido por um transmissor sofre ao longo do
comprimento da uma fibra ótica. É uma característica fundamental na determinação da distância máxima
(alcance) entre um transmissor e um receptor ótico. Em outras palavras, a atenuação (perdas de transmis-
são) de uma fibra ótica pode ser definida pela relação da potência luminosa na entrada da fibra e a potência
luminosa na sua saída.

As principais causas da atenuação nas fibras óticas são absorção, espalhamento, curvaturas e características
do projeto do guia de onda.

36
ROV SURFACE CONTROL E VEHICLE - BÁSICO | AVANÇADO

Absorção – Como nenhum material é perfeitamente transparente, sempre ocorre uma absorção parcial de
luz quando ela é forçada a atravessar um meio (absorção intrínseca). Numa fibra, além da absorção do ma-
terial que compõe seu núcleo, pode haver variações de densidade, imperfeições na fabricação (absorção por
defeitos estruturais), impurezas (absorção extrínseca) e outros fatores que aumentam ainda mais as perdas
por absorção.

Espalhamento – Causado basicamente por imperfeições (de dimensões inferiores ao comprimento de onda)
da estrutura da fibra e se caracteriza pelo desvio da luz em várias direções. O espalhamento ocorre quando
a luz colide com átomos individuais no vidro. A luz que é espalhada em ângulos fora da abertura numérica
da fibra será absorvida pela casca ou transmitida de volta à fonte.

Curvaturas – Quando a luz na fibra ótica encontra curvas, sejam elas macroscópicas (curva de uma fibra
numa quina) ou microscópicas (pequenas ondulações na interface entre a casca e o núcleo), alguns raios de
luz podem formar um ângulo inferior ao ângulo crítico e sair da fibra.

Características do guia de onda – A potência numa fibra ótica não está totalmente presa ao núcleo. Uma
parte da potência pode percorrer a casca da fibra óptica, que passa a sofrer com as atenuações do material
do qual a casca é composta (maiores que as do núcleo), o que pode diminuir a capacidade de transmissão
da fibra.

A atenuação de sinais em fibras óticas é afetada


principalmente pela absorção e espalhamento.

3.5.2.2. Dispersão

É o resultado da diferença de velocidades de propagação que causa o “espalhamento” de um sinal no tempo


(não tem a ver com o espalhamento descrito acima, apesar do uso da mesma palavra), o que limita a taxa de
transmissão através das fibras e colabora com sua atenuação.

3.5.3. Perdas em fibras óticas


A tabela abaixo apresenta os valores de perda típica das fibras óticas em dB/km.

Perda típica para fibras ópticas monomodo (ITU-T G.652.B)


Comprimento da onda Típica Máxima
1310 nm 0,35 dB/km 0,37 dB/km
1550 nm 0,20 dB/km 0,23 dB/km

Além das perdas introduzidas pela atenuação e dispersão da fibra ótica, devem ser consideradas também as
perdas causadas nas emendas e conexões entre segmentos de fibras e no acoplamento das fibras com as
fontes (transmissor) e detectores luminosos (receptor).

A união de dois trechos de fibra ótica pode ser feita por meio de emendas (fusão) ou por acoplamento óptico
entre dois conectores similares com o uso de um adaptador (emenda mecânica).

37
A próxima tabela apresenta os valores de perda típica das emendas e conexões de fibras óticas em dB.

Perdas por emendas e conexões (ANSI/TIA 568)


Causa Principal Perda máxima tolerável
Emendas (fusão ou mecânicas) 0,30 dB
Conexões (pares casados) 0,75 dB. (Na prática, ficam na ordem de 1 db.)

VALE SABER

Através de cálculos logarítimos consegue-se obter que, a cada 3


dB de perda, a potência cai à metade do valor.

Ou seja, num sistema de transmissão (ótico, acústica, física, ele-


trônica e telecomunicações – VHF, UHF, RF e outras faixas de fre-
quência), se a potênica de saída for 100W, com 3dB de perda na
linha de transmissão, a potência no receptor será de 50W.

No nosso caso, este conceito é de grande importância quando


realizamos reterminações de fibra ótica.

3.6. Medidas de potência, continuidade e ruptura


de fibras óticas
3.6.1. Medidas de perdas por inserção
Os testes de medição de atenuação em uma fibra ótica utilizam uma fonte emissora de luz (optical light sour-
ce), um medidor de potência ótica (optical power meter), além de alguns acessórios tais como um trecho de
fibra ótica (do mesmo tipo da fibra a ser medida) devidamente terminado em ambas extremidades, e dois
acopladores óticos (emendas mecânicas).

O Optical Light Source é um dispositivo usado para a geração de um sinal ótico para fins de teste de po-
tência/atenuação em links de fibra ótica. O sinal ótico gerado e transmitido tem um comprimento de onda
previamente definido e geralmente está entre 1330 a 1550nm.

O Optical Power Meter é um dispositivo usado para medir a potência de um sinal ótico. Consiste em um sen-
sor (essencialmente um fotodiodo selecionado para a gama adequada de comprimentos de onda e níveis de
potência) devidamente calibrado, um amplificador e uma unidade exibição (display).

38
ROV SURFACE CONTROL E VEHICLE - BÁSICO | AVANÇADO

1 2

Conecte uma fibra de referência entre os dois


Power Meter e Light Source
instrumentos para realizar a medida.

3 4

Aperte o Botão ZERO para descontar o valor da


Retire o conector de fibra do light source.
atenuação da sua fibra de referência.

5 6

Não retire o conector do Power Meter após a Com auxílio de uma emenda mecânica faça a união
calibragem da fibra de referência. das fibras de referência com a fibra a ser medida.

Conecte a fibra ao Light Source e verifique o


valor apresentado para a fibra medida.

39
3.6.2. Medidas de continuidade ou ruptura
A verificação de continuidade (ruptura) e o rastreamento de uma fibra ótica só podem ser realizados com o
auxílio de uma ferramenta portátil (laser) ou do Optical Time Domain Reflectometer (OTDR).

3.6.2.1. Visual Fault Locator (VFL)

Esta ferramenta projeta uma luz vermelha de alta visibilidade no cabo de fibra ótica. Normalmente operam
nos modos Contínuo ou Modulado (emitindo pulso de 1Hz). O modo modulado (piscante) aumenta a visibili-
dade para uso em locais de luz ambiente forte.

Seu uso é simples, basta conectar a ferramenta em uma das pontas da fibra, ligá-la para que esta emita luz
e verificar a luz emitida na outra extremidade da fibra. Caso não haja luz, é necessário fazer uma inspeção
no cabo e, onde houver luz (uma área vermelha brilhante contínua ou pulsante), há um possível rompimento.

3.6.2.2. Optical Time Domain Reflectometer


(OTDR)

O OTDR (do inglês Optical Time Domain Reflectometer) é um


instrumento de medida muito utilizado para a verificação de
continuidade (ruptura), rastreamento e na medida de atenua-
ção em fibras óticas. O OTDR pode medir atenuações ao longo
de cabos óticos e emendas, danos e comprimento de cabos
de fibras óticas em comprimentos de onda determinados (nor-
malmente 1330 a 1550 nm).

O uso do OTDR torna mais ágil e auxilia o trabalho das equipes de ROV durante a implantação, operação e
manutenção de fibras óticas.

Um OTDR combina uma fonte de luz (laser) e um detector (foto diodo) que proporcionam uma visão dentro
do link de fibra. Funciona emitindo um sinal luminoso na fibra, então o detector recebe a luz refletida a partir
dos diferentes elementos da ligação (emendas). Isso produz um traço sobre um gráfico, de acordo com o
sinal recebido. Logo de imediato um relógio calcula o tempo do pulso, e o tempo é convertido em distância.

40
ROV SURFACE CONTROL E VEHICLE - BÁSICO | AVANÇADO

Quando o pulso houver sido inteiramente devolvido ao detector, um outro pulso será enviado até que este
seja completamente refletido. Portanto, muitas aquisições são realizadas.

Com todas as aquisições concluídas, seu processamento é realizado a fim de calcular a distância, a atenua-
ção e a reflexão de cada evento (emenda, juntas, conectores etc) do link de fibra ótica.

Alcance Dinâmico (DR - Dynamic Range)

O alcance dinâmico determina o comprimento máximo de fibra possível de ser medido pelo OTDR, conside-
rando-se a atenuação na fibra, nas emendas e nas conexões. Uma das formas de se definir o alcance dinâ-
mico é a diferença de nível de retro espalhamento no início da fibra e o nível de ruído onde a relação sinal/
ruído é igual a 1, medido em DBm.

Deve-se também considerar que quanto maior o comprimento da fibra, mais sinal retro espalhado se apro-
xima do ruído, aumentando a margem de erro das medidas e fazendo com que pequenos eventos sejam
dificilmente detectados.

41
O OTDR envia pulsos repetidamente para a fibra. São tiradas medidas dos resultados para que o ruído ale-
atório do receptor seja suavizado no tempo. Na tela do OTDR, o nível de ruído será reduzido com o tempo.
Quanto maior o tempo, maior será o alcance dinâmico. As maiores melhorias do sinal ocorrem no primeiro
minuto. A maioria dos OTDRs têm suas faixas dinâmicas especificadas após três minutos de medição.

Zona morta “Dead Band”

A zona morta é definida como a distância entre o início de um evento e o ponto onde um evento consecutivo
pode ser detectado. A zona morta é também conhecida como resolução entre dois pontos, pois determina o
espaçamento mínimo que pode ser medido entre dois eventos reflexivos, que saturam o receptor do OTDR.
Estes trechos “cegos” têm a duração igual à soma da largura do pulso ótico mais o tempo que o receptor de-
mora para recuperar-se da reflexão. Existem dois tipos de zona morta: Zona Morta de Evento e Zona Morta
de Atenuação.

Zona Morta de Evento – Define a distância mínima a partir de um ponto onde ocorre um evento, até outro
ponto onde outro evento de mesma natureza pode ser detectado.

Método de aferição de Zona Morta de Método de aferição de Zona Morta de


evento para eventos não-reflexivos evento para eventos reflexivos

Entretanto, esse evento só pode ser detectado, mas não se pode medir perda associada a ele. Quanto a sua
natureza, os eventos podem ser reflexivos (quando ocorrem reflexões de Fresnel) ou não reflexivos (quando
há degraus por variação do nível do sinal retro-espalhado). Para eventos reflexivos, a zona morta de evento é
definida como a distância medida no ponto onde a curva cai 1.5 dbm do nível de saturação devido à reflexão.
Para eventos não reflexivos, a zona morta de evento é definida como a distância entre os pontos de início e
fim de um degrau com atenuação inferior a 1,0dbm e variando 0,1dbm dos valores inicial e final, como mos-
trado na figura.

Usualmente, esta zona morta é um valor fixo e depende somente da largura de pulso aplicada.

42
ROV SURFACE CONTROL E VEHICLE - BÁSICO | AVANÇADO

Zona Morta de Atenuação – Define a distância mínima do ponto a partir do início de uma reflexão e o
ponto onde o traço do retro-espalhamento pode voltar a ser detectado, podendo ser realizadas medidas para
a verificação da localização de eventos discretos (não reflexivos). Esta distância é medida no ponto onde a
curva tenha retornado a 0,5dB acima do nível da curva retro espalhada, extrapolada para a esquerda, consi-
derando uma refletância de 30dbm. Geralmente, quanto maior a potência refletida, maior será a zona morta.

Método de aferição de Zona Morta de atenuação

Medidas de Atenuação em Emendas

Para a aceitação de emendas, o valor analisado é a média aritmética entre as médias de sentidos. A medição
nos dois sentidos faz-se obrigatória.

O valor da medida de atenuação, que é apresentado pelo OTDR, é resultante das diferenças observadas
na curva do OTDR antes e após a emenda. Esta curva é gerada pelo sinal retro-espalhado e este não varia
apenas de acordo com o nível do sinal incidente, mas também com o coeficiente de retro-espalhamento dos
trechos de fibras em análise. Se houver diferenças entre estes coeficientes, o valor medido pelo OTDR não
será a perda real da emenda. Entretanto, quando realizarmos a medida nos dois sentidos e calcularmos a mé-
dia aritmética, estas diferenças se cancelam e o valor obtido é o valor médio, real, da atenuação na emenda.

Emenda com Ganho

Frequentemente é verificado um ganho como resultado da análise de uma emenda, como mostrado na figura
abaixo. A explicação para este ganho é que a fibra que está após a emenda está retro-espalhando mais luz
do que a fibra que está antes da emenda. Isto pode ocorrer mesmo que haja perda na emenda.

Quando se faz a medida em sentido contrário, inverte-se a situação do sinal retro espalhado e a média arit-
mética das duas medidas deverá sempre ser uma atenuação, pois uma emenda é um elemento passivo e
nunca irá amplificar a luz que está sendo transmitida. Entretanto, a imprecisão do OTDR e a falta de cuida-
do do operador na inserção dos dados no OTDR podem resultar em uma conclusão de que a emenda está
amplificando o sinal. Vale ainda ressaltar que sempre que houver um ganho no OTDR é porque existe uma
emenda neste local, pois, com certeza, temos duas fibras diferentes nos trechos antes e depois do evento.

43
Gráfico do OTDR com um ganho em uma emenda.

De maneira geral, o operador do OTDR deve sempre lembrar que o parâmetro mais significativo na confi-
guração de um OTDR é a largura do pulso que será utilizada no teste. Sendo assim, na grande maioria dos
casos, a escolha correta da largura de pulso será suficiente para solucionar o problema.

Como regra básica, para enlances longos são utilizados pulsos maiores e, para enlances curtos, são utiliza-
dos pulsos menores.
Tabela de dados para configuração do OTDR

Essa é uma tabela de referência para configuração do OTDR fornecida pela fabricante Nexans.

Nominal +
Optcal Characteristics (target values) Unit
Value -
UNIT-FO Fibre Optic Element, MM - G651
Operating wavelength nm 850/1300 μm

Attenuation @ 850nm dB/Km ≤3.0 -


Attenuation @ 1300nm dB/Km ≤1.0 -
Core diameter μm 50 3.0
Fibre cladding diameter μm 125 3.0
Fibre coating diameter μm 250 10
Bandwidth @ 850nm MHz-Km ≥800
Bandwidth @ 850nm MHz-Km ≥1200
Fibre proof test level (1 second) N ≥9

44
ROV SURFACE CONTROL E VEHICLE - BÁSICO | AVANÇADO

Nominal +
Optcal Characteristics (target values) Unit
Value -
UNIT-FO Fibre Optic Element, MM - G652D
Operating wavelength nm 1310/1550 -
Attenuation @ 1310nm dB/Km ≤0.36 -
Attenuation @ 1550nm dB/Km ≤0.22 -
Chromatic dispersion @ 1285-1330nm ps/nm-Km ≤3.5 -
Chromatic dispersion @ 1550nm ps/nm-Km ≤18 -
PMD - Polarization Mode Dispersion ps/Km 1/2 ≤0.2 -
Effective Group Index for Refraction 1.467 -
Neff
@ 1310nm/1550nm
Mode field diameter @1310nm μm 9.3 0.5
Fibre cladding diameter μm 125 1
Fibre coating diameter μm 250 15
Cable cut-off wavelength, λcc nm ≤1260 15
Nom circularity of cladding % ≤1 -
Fibre proof test level (1 second) N 9 -

3.7. Segurança em trabalhos com fibras


O trabalho com fibras óticas pode ser uma atividade perigosa. É importante que todos os envolvidos estejam
plenamente informados sobre os riscos associados à atividade.

Os aspectos de segurança de maior gravidade em relação à fibra ótica são o manuseio e a disposição
final dos pedaços de fibra de vidro gerados pelo corte, pela reterminação ou pela quebra acidental da
fibra. Sempre use os óculos de segurança com proteção lateral, e o uso de luvas de couro pode ter
alguma valia.

Trate os pedaços de fibra como se fossem estilhaços de vidro comum. Estas lascas de vidro podem
facilmente provocar cortes ou se alojarem debaixo da pele.

Evite tocar os olhos (principalmente usuários de lentes de contato) sem antes lavar repetidamente
as mãos.

Mantenha todo o tipo de alimento e/ou bebidas fora da área de trabalho. Se forem ingeridas, as partí-
culas de fibra podem causar hemorragias internas.

Tome todas as medidas possíveis para minimizar a presença de partículas de fibra nas suas roupas.
Tais partículas podem posteriormente ser passadas para os alimentos ou bebidas, ou serem ingeridas
de outra maneira.

Sempre disponha dos restos de fibra de forma adequada e com muito cuidado.

Use um recipiente exclusivo para detritos pontiagudos. Caso não seja possível, pelo menos, guarde os
pedaços de fibra em um copo descartável para posterior descarte.

45
Ao terminar o trabalho, a área de trabalho deverá ser limpa com muito cuidado.

Nunca olhe para a extremidade de uma fibra, pois a mesma pode estar transmitindo. A luz do laser é
invisível e pode causar danos irreversíveis aos olhos. Use um medidor (optical power meter) para con-
firmar se a fibra não está transmitindo.

Nunca mire a fibra em teste ou o Visual Fault Locator na direção dos olhos. Mire sempre para a ante-
para ou uma folha de papel e, caso não seja possível, olhe mantendo o olhar desviado em pelo menos
6 polegadas.

Em caso de dúvida, busque orientação.

PILOTANDO E APRENDENDO

Chegou a hora de verificarmos se você compreendeu os conceitos relacionados à


comunicação por fibra ótica, suas características, medidas de potência e causas
de perda.

Explique qual é a diferença entre as fibras óticas dos tipos multimodo e monomodo.

TURBINANDO O CONHECIMENTO

Neste módulo, conhecemos o conceito e a história da fibra ótica, seus tipos ou mo-
dos, como é realizada a comunicação por fibra ótica. Também foram apresentadas
as unidades de medidas de potência e atenuação utilizadas. Por último, vimos os
instrumentos utilizados na medida de potência e na atenuação de sinais óticos.

46
ROV SURFACE CONTROL E VEHICLE - BÁSICO | AVANÇADO

47
04 DISPOSITIVOS DE COMUNICAÇÃO
SURFACE/SUBSEA
ROV SURFACE CONTROL E VEHICLE - BÁSICO | AVANÇADO

Neste módulo, serão apresentados os dispositivos responsáveis pela comunicação/telemetria do ROV Typhoon. Ve-
remos qual é a função de cada um dos componentes, sua localização e interconexão com os demais componentes.

Note que não trataremos dos componentes do TMS, pois seus componentes trabalham de forma indepen-
dente do ROV e serão tratados em outro treinamento.

Iniciaremos mostrando a interconexão entre o conjunto de dispositivos na superfície (surface), representados


basicamente pelos componentes do console e rack 19”, e submarino (subsea), representados pelos compo-
nentes do ROV Typhoon como, manifolds, sensores e garrafas eletrônicas.

49
4.1. Componentes de Superfície (Surface)
Iniciaremos a análise dos componentes de superfície pelo console, local de onde partem os comandos para o ROV.

4.1.1. ROV Pilot Console


O console é formado por diversos módulos de controle que apresentam os comandos dos periféricos do
ROV. Esses comandos devem ser adquiridos, processados e multiplexados para que possam ser transmitidos
através das portas seriais até os computadores e ao ROV Fibre Mux, e dessa forma, transmitidas por fibra
até o ROV.

4.1.1.1. Console Cabinet

As placas, fontes e periféricos que compõem o console


estão localizadas em um painel elétrico, que fica sob o
console do piloto, que contém toda parte eletrônica em-
barcada do console.

A interconexão dos módulos de controle é feita via cabo


flat até a placa MCB Adapter Board. Esta placa serve de
backplane para as placas Master Console Boards (MCB)
além de fazer a interface dos sinais vindos dos módulos de
controle e as MCBs, onde são processados.

A placa MCB Adapter Board também é responsável por transmitir os sinais de ligar (on) e desligar (off ) do
Console Panel Power (ROV e TMS Electronics e ROV e TMS HPU) ao Electronical Power Cabinets. Ela também
transmite os dados de comando à unidade externa do guincho para controle via sala de operação.

A imagem a seguir mostra o fluxograma de interconexão entre os módulos de controle do console e das
placas do console.

50
ROV SURFACE CONTROL E VEHICLE - BÁSICO | AVANÇADO

4.1.1.2. Master Console Board (MCB)

As placas Master Console Board (MCB) recebem informações analógicas e digitais dos módulos de controle
do console e do Vessel Integration Panel.

Os sinais analógicos provenientes dos joysticks e potenciômetros de controle das luminárias, são uma varia-
ção de tensão (entre 0 e 5Vdc) proporcional à posição dos mesmos. Os sinais digitais recebidos são pulsos
de tensão, onde o bit 0 é off ou 0v e o bit 1 é on ou 5v. O Vessel Integration Panel envia os comandos de
interrogação (trigger) provenientes do sistema de Posicionamento Dinâmico (DP) da embarcação.

Todos esses sinais são tratados, processados, multiplexados e enviados via padrão RS485 a quem é de di-
reito, seja o Pilot PC1 para indicação visual e monitoramento ao piloto, ou o ROV Fibre Mux para envio de
comandos ao ROV.

A MCB também possui drivers para controle dos LEDs indicadores instalados nos módulos de controle do console.

4.1.2. Pilot Computer PC1


O Pilot PC1 é responsável por rodar o software Pilot Interface Overlay, também conhecido como GUI (Gra-
phical User Interface), desenvolvido pela TMT com a finalidade de gerar uma interface gráfica moderna e
ergonômica entre o piloto e o sistema por meio de telas que fornecem informações em tempo real, para que
o profissional possa operar e manter o sistema de ROV.

Outros softwares associados à pilotagem são instalados neste computador como o Video Interface Ap-
plication.

A figura a seguir mostra a Pilot Interface Overlay.

51
A interface entre o Pilot PC1 e os demais componentes do sistema é feita pelas seguintes placas eletrônicas.

4.1.2.1. MOXA CP-118EL

A placa MOXA CP-118EL-A tem como função prover ao Pilot PC1


oito portas de comunicação serial. É conectada a um slot PCI - Ex-
press diretamente na placa mãe do computador e capaz de operar
com os padrões RS232, RS422 e RS485.

Esta placa também é instalada no Auxiliary PC1, Auxiliary PC2 e no


Video Edge PC.

4.1.2.2. OSPREY 460e

A placa Osprey 460e é responsável por capturar as imagens vindas


do ROV em vídeo composto e convertê-las para um padrão com-
patível com o computador, para que possam ser tratadas e exibidas
junto ao Pilot Interface Overlay no monitor de 42”.

4.1.2.3. OVERLAY CARD

A Overlay Card tem como função prover ao sistema


a capacidade de sobrepor sobre as imagens das câ-
meras do ROV (On-screen Display (OSD)), informações
sobre o mergulho como altitude, profundidade, data /
hora, dentre outras.

52
ROV SURFACE CONTROL E VEHICLE - BÁSICO | AVANÇADO

A imagem e a tabela a seguir detalham as conexões entre as placas do Pilot PC1 e os demais componentes
do sistema.

De (PC) Para Descrição


RS485 CH1A ROV Fiber CH2 Control Console J-Box – MCB1 RS485 COM2
COM1 – RS485 2W
Mux – LOOP - Pilot PC Listening to main ROV Comms
CH1 Control Console – J-Box – MCB1 RS485
MOXA CP-118EL-A De (PC)

RS485 CH1A Control


COM2 – RS485 2W COM1 – Pilot PC to Master Console direct serial
Console – J-Box
interface
COM3 – RS485 2W Spare -
COM4 – RS485 2W Spare -
COM5 – RS485 2W Spare -
COM6 – RS485 2W Spare -
COM7 – RS232 2W Spare -

COM8 – RS232 2W Spare -

53
De (PC) Para Descrição

KVM Channel 1 – keybo-


Pilot PC1 Mother Board

USB KVM Channel 1


ards and mouse

USB 17” monitor touch screen 2nd Mouse input (Pilot touch screen only)

Computer Speakers to PI
Audio Output 2 Channel Amplified Computer Speakers
Alarms

Display 1 – DVI Monitor 1 – MON 1 42” Monitor


Video Card

Display 2 – HDMI Monitor 2 – MON 2 42” Monitor

Display 3 – VGA Monitor 3 – MON 3 17” Touch screen

Kramer Video Switch Output 1 from Kramer Video Switch to Pilot PC –


Video Input 1
Output 1 Osprey 460e Video Capture Card – Input 1
Kramer Video Switch Output 2 from Kramer Video Switch to Pilot PC –
Video Input 2
Output 2 Osprey 460e Video Capture Card – Input 2
Osprey 460e

Kramer Video Switch Output 3 from Kramer Video Switch to Pilot PC –


Video Input 3
Output 3 Osprey 460e Video Capture Card – Input 3

Video Input 4 NC NC

Kramer Video Switch


Voverlay Video In Output 16 from Kramer Video Switch to Pilot PC
Output 16
Kramer Video Switch
Voverlay Video Out From Pilot PC to Input 10 of Kramer Video Switch
Input 10

ATENÇÃO!

O KVM indicado na tabela anterior é um


acrônimo para Keyboard, Video e Mouse.
Trata-se de um equipamento que permite
o chaveamento em um único conjunto de
teclado, monitor e mouse para diversos
computadores. O modelo de KVM utiliza-
do no sistema é o Master View fabricado
pela ATEM.

54
ROV SURFACE CONTROL E VEHICLE - BÁSICO | AVANÇADO

4.1.3. Auxiliary PC1


O Auxiliary PC1 tem como função principal o controle sobre o Kramer Video Switch, através de um software
específico, e realizar o monitoramento dos circuitos de potência dos sistemas de Instruments e HPU do ROV
& TMS.

4.1.3.1. Kramer Video Switch


O Kramer Video Switch modelo VS-162V é uma ma-
triz de chaveamento de vídeos de 16x16 canais de
vídeo composto (conectores BNC).

Pode ser controlado remotamente ou através do pai-


nel local endereçando uma de suas 16 entradas a um
ou mais dos 16 canais de saída.

Em nosso sistema, ele é controlado remotamente


através de um software de interface instalado no
Auxiliary PC1 via padrão RS232 (COM8).

4.1.3.2. Power Monitor Cabinet

O Power Monitor Cabinet é um software desenvolvido pela TMT para monitoramento em tempo real do esta-
do do funcionamento dos circuitos de potência (Instruments & HPU) dos gabinetes do PDU (Electrical Power
Cabinets).

A aquisição desses dados se dá por meio de uma rede de dados sobre o padrão RS485, em que diversos
equipamentos enviam ao Auxiliary PC1 e, consequentemente, ao Power Monitor Cabinet dados de tensão,
corrente, isolação e temperatura.

55
A imagem abaixo ilustra as placas Analogue Input Board e os multímetros (DMTME) ligados em barramento,
comunicando-se com o Auxiliary PC1.

56
ROV SURFACE CONTROL E VEHICLE - BÁSICO | AVANÇADO

4.1.3.3. Focal 907 Diagnostics Manager

O Focal 907 Diagnostics Manager, software desenvolvido e fornecido pela Focal Technologies, permite o diag-
nóstico em tempo real do Fibre Optic MUX Stack, que compõe o ROV Fibre MUX.
O diagnóstico é feito via comunicação direta via ethernet entre o computador e a PCI Ethernet Diagnostic Card.

4.1.2.4. Outros softwares

Outros dois softwares também estão instalados no Auxiliary PC1.

Camera and Lights Application – utilizado para comandar e obter feedback das câmeras e luminárias.

57
DVL Diagnostics – este software é utilizado para testes de comunicação e diagnósticos do Doppler
Velocity Log (DVL).

A imagem e a tabela a seguir detalham as conexões entre as placas do Auxiliary PC1 e os demais compo-
nentes do sistema.

De (PC) Para Descrição


ROV – TMT Camera & light software SLAVE – Data
RS485 CH1B of ROV
COM1 – RS485 from Control Console – Master – MCB2 RS485
Fibre Mux – LOOP
COM2
RS485 CH10 from Con-
COM2– RS48 RS485 Data from Typhoon Electrical Cabinets
trol Console J-Box

COM3 – RS485 Spare Spare


MOXA CP-118EL-A

COM4 – RS485 Spare Spare

COM5 – RS485 Spare Spare

COM6 – RS485 Spare Spare

RS232 CH1A of ROV


COM7 – RS232 DVL Positioning System
Fibre Mux
Kramer Video Switch
COM8 – RS232 Kramer Video Switch Serial Interface
RS232 Out

58
ROV SURFACE CONTROL E VEHICLE - BÁSICO | AVANÇADO

De (PC) Para Descrição


Aux. PC1 Mother Board/Ethernet Card

KVM Channel 2 – keybo-


USB KVM Channel 2
ards and mouse

2nd Mouse Input (Centre Console Touchscreen


USB IR Touch Screen
only)

Network 2 ROV Fibre Mux Ethernet Fibre Modem Diagnostics interface


Ethernet Card

Vessel Survey Network, cable 142 PORT Rack, ca-


Network 4 Survey MOXA DAC 16ª
ble 148 STBD Rack

Display 1 – VGA Monitor 13 – MON 13 17” IR Touch Screen Monitor


Video Card

Display 2 – VGA Monitor 6 – MON 6 17” LED Lekson Monitor

4.1.4. Auxiliary PC2


O Auxiliary PC2 tem como função principal o controle sobre a cabeça do Sonar Kongsberg 1171, através do
software MS1000, e o controle das funções do Tooling Skid pelo software Fluid/ Tooling Skid Application de-
senvolvido pela TMT.

59
4.1.4.1. Kongsberg MS1000

O software MS1000 é um processador de imagens de Sonar baseado em computador. Desenvolvido pela


Kongsberg, oferece total integração com o Sonar 1171 instalado no ROV.

A comunicação entre o software MS1000 e a cabeça do sonar é feita via padrão RS232 (o padrão RS485
também pode ser usado) por meio de um canal de comunicação livre do ROV Fibre MUX, já que este não é
um dispositivo de sistema, mas sim um acessório.

ATENÇÃO!

Para a utilização do software MS1000,


um Dongle com uma licença de uti-
lização válida, deve sempre estar co-
nectado ao computador.

ESTE DONGLE NÂO É UM PENDRIVE!

4.1.4.2. Fluid/ Tooling Skid Application

O Fluid/Tooling Skid possui um software para controle de suas funções e interface entre o operador e o mes-
mo. Além disso, este software permite ao operador a medida de diversos valores, como:

Pressão e vazão do fluido;

Volume de fluido no reservatório do Fluid/ Tooling Skid.

60
ROV SURFACE CONTROL E VEHICLE - BÁSICO | AVANÇADO

Assim como o Sonar, o Fluid/Tooling Skid também é considerado um acessório e, para que se comunique
com o Fluid/Tooling Skid Application, basta conectá-los via padrão RS485 por um canal de comunicação
disponível no ROV Fibre MUX.

A imagem e a tabela abaixo detalham as conexões entre as placas do Auxiliary PC2 e os demais componentes
do sistema.

De (PC) Para Descrição


COM1 – RS485 RS485 CH2A of ROV Fibre Mux Sonar Interface
COM2 - RS485 Spare Spare
MOXA CP-118EL-A

COM3 – RS485 Spare Spare


COM4 – RS485 Spare Spare
COM5 – RS485 Spare Spare
COM6 – RS485 Spare Spare
COM7 – RS232 Spare Spare
COM8 – RS232 Spare Spare

61
De (PC) Para Descrição
Aux. PC2 Mother Board Card

USB KVM Channel 3 – keyboards and mouse KVM Channel 3

USB Sonar Remote Keypad Sonar Remote Keypad

USB Sonar Dongle Sonar Dongle

Display 1 – VGA Monitor 7 – MON 7 17” LED Lekson Monitor


Video Card

Display 2 – HDMI Monitor 8 – MON 8 17” LED Lekson Monitor

Display 3 – DVI Sonar PC Vessel Integration Panel

4.1.5. Video Edge PC


O Video Edge PC tem como função a gravação e edição de imagens vindas do ROV. Ele também adiciona o
overlay, que é a sobreposição de informações (OSD) de mergulho sobre as imagens capturadas.

Outra importante função do Video Edge PC é o armazenamento das imagens capturadas em seus HDs, pro-
vendo um banco de dados de imagens dos mergulhos anteriores para futuras consultas.

O Vídeo Edge PC recebe, via padrão RS485, um pacote de dados diretamente do ROV Fibre MUX com todas
as informações necessárias para a inserção dos dados sobre a imagem.

Software do Video Edge

62
ROV SURFACE CONTROL E VEHICLE - BÁSICO | AVANÇADO

4.1.6. Vessel Panel Integration


O Vessel Panel Integration é a interface usada para vídeo, dados e controle entre a embarcação e os equipa-
mentos do sistema de ROV. Há um painel para cada um dos ROV, um para boreste e outro para bombordo,
e são interconectados de forma diferente e não são intercambiáveis.

A diferença entre os dois equipamentos é que o Vessel Panel Integration de bombordo possui um sistema
de seleção de imagens e conversores de vídeo para fibra ótica para posterior envio à sala de operações dos
engenheiros.

Uma das suas principais funções é permitir a seleção do canal do trigger de entrada e direcioná-lo para o
Responder desejado, seja no TMS ou no ROV. O sinal de trigger é proveniente do console do sistema de Po-
sicionamento Dinâmico (DP) na ponte de comando da embarcação e gerado pelo computador de controle
do High Precision Acoustic Positioning (HiPAP) System.

4.1.7. Conan Master Controller

O Conan Master Controller controla, configura e fornece o


diagnóstico da situação do Slave Arm. É composto basi-
camente pelo mini master e a interface homem x máquina
(IHM). O Mini Master é uma pequena réplica do Slave Arm,
tendo as mesmas funções e graus de liberdade e é usado
para controlar o manipulador. A IHM é composta por uma
tela de liquid crystal display (LCD) ladeado por diversas te-
clas de função e controle.

A comunicação entre o Conan Master Controller e o Slave Arm (Conan Manipulator) é feita via padrão RS485
(o padrão RS232 também pode ser usado) por meio de um canal de comunicação livre do ROV Fibre MUX,
já que este não é um dispositivo de sistema, mas também um acessório. É conectado ao Console Cabinet e
não diretamente ao ROV Fibre MUX, pois sua alimentação elétrica vem deste gabinete.

63
4.1.8. ROV Fibre MUX

O ROV Fibre MUX é responsável por trocar dados (vídeo e dados digitais) com o ROV por meio de um link de
fibra ótica.

É composto, basicamente, por cinco placas eletrônicas da série 907 fabricadas pela Focal Technologies se-
guindo o padrão dimensional e de conexão PC104. Isto permite que todas as placas sejam montadas umas
sobre as outras, formando uma pilha (Stack), dispensando conexões por fio e, consequentemente, diminuin-
do a ocorrência de falhas por mau contato.

64
ROV SURFACE CONTROL E VEHICLE - BÁSICO | AVANÇADO

Placa Função Comentários


Optical Switch Card Chaveamento ótico -
RS485 Card 8 canais padrão RS485 / RS422 -
RS232 Card 8 canais padrão RS232 Taxa de amostragem máxima de 115kbps
3 direct and 3 from the Video Switcher
Video Card 6 canais de video (NTSC/PAL)
Board
Diagnostic Card Disgnóstico via padrão Ethernet -

A fim de trazer mais segurança em termos de comunicação, duas fibras são direcionadas ao ROV Fibre MUX
subsea instalado dentro da MEE. Apenas uma fibra é utilizada para estabelecer a comunicação entre surface
x subsea, sendo a outra fibra ótica sobressalente (Spare). Essa comutação da fibra é feita pela Optical Switch
Card sempre que o Operador de ROV aciona manualmente uma chave comutadora no painel frontal.

A figura abaixo mostra as interconexões do ROV Fibre MUX.

4.2. Componentes Intermediários


O ROV Fibre MUX é conectado a um par de fibras óticas e estas, conectadas às fibras óticas do deck cable
no Electrical Power Cabinet.

4.2.1. Deck Cable


O Deck Cable é um cabo de fibra ótica provido das proteções mecânicas (malha de aço) necessárias ao meio
onde está instalado, evitando que as vibrações na embarcação ou choques mecânicos o danifique.

65
4.2.2. Fiber Optic Rotaty Joint (FORJ)
A FORJ “Fiber Optic Rotary Joint” tem uma função similar a do Slip-ring, sendo que esta utiliza um conjunto
de espelhos e prismas para fazer com que o feixe de luz chegue à parte rotativa da junção. A figura a seguir
mostra a vista em corte de uma FORJ.

Estão presentes no tambor do guincho e do TMS, acopladas ao eixo do Slip Ring, com o intuito de conectar
o Deck Cable ao Cabo Armado, e o Cabo Armado ao Tether respectivamente.

Uma FORJ pode ter até cinco passes, ou seja, canais de óticos e, devido à distância necessária para a luz
alcançar a extremidade da FORJ, os canais mais distantes acabam por apresentar maior atenuação se com-
parados aos canais com saída mais próxima à entrada. A tabela abaixo apresenta algumas características da
FORJ onde é possível verificar essa diferença de atenuação.

Especificações da FORJ
2 Passes 3 Passes 4 Passes
Canal
Típico Máximo Típico Máximo Típico Máximo
1 2.0 3.0 2.0 3.0 2.0 3.0
Perda (dB) 2 2.5 4.0 2.5 4.0 2.5 4.0

3 - - 2.5 4.5 3.5 5.0

4 - - - - 4.0 5.5
Variação em
Até 100 RPM Seco / 60 RPM Trabalhando imerso em Fluido
Rotação

Temperatura -40 a +60 Graus

Conector ST (Opcional FC)

Pressão de
Até 10.000 Psi para a versão compensada
Trabalho

66
ROV SURFACE CONTROL E VEHICLE - BÁSICO | AVANÇADO

4.2.3. Cabo Armado


O Cabo Armado é composto por um cabo umbilical envolto em fios de aço temperado, cuja finalidade é re-
sistir aos esforços mecânicos e suportar o peso do TMS e do ROV. O cabo umbilical é formado por uma capa
plástica, geralmente de cor laranja, que protege diversos condutores elétricos, além de tubo de aço inox com
aproximadamente 2.5mm diâmetro que abriga um conjunto de fibras óticas monomodo (singlemode - SM) e
multimodo (monomode - MM), conforme configuração a seguir:

Condutores de potência:
- 3 x 16mm2 (4,5KV) – Para HPU do ROV;
- 3 x 4mm2 (3.3KV) – Para a HPU do TMS;
- 2 x 4mm2 (3.3KV) – Para a Instrumentação do TMS;
- 2 x 4mm2 (3.3KV) – Para Instrumentação do ROV.

Fiber In Metal Tube (FIMT):


- 6 x Single Mode – Para a telemetria de ROV e TMS;
- 6 x Multi Mode – Não utilizadas.

Cabo coaxial (“Quad”):


- 4 x 0,5mm2 – Sem função. É normalmente aterrado.

O Cabo Armado possui mais condutores que o Tether, já que deve levar alimentação elétrica para o ROV e
também para o TMS.

4.2.4. Tether
Tether é o cabo umbilical que interliga o TMS ao ROV. Ele consiste em uma capa de borracha de alta den-
sidade (amarela), com função de neutralizar o peso dele mesmo (cabo tether) na água, assim como dos fios
de Kevlar, ambos fazem a proteção mecânica. Os filamentos de Kevlar proporcionam a resistência mecânica
com relação à tração no cabo. O cabo é constituído por:

Condutores de potência:
- 3 x 6mm2 (3,3KV) – Para HPU do ROV;
- 2 x 2,5mm2 (3.3KV) – Para a HPU do ROV;

Fiber In Metal Tube (FIMT):


- 6 x Single Mode – Para a telemetria de ROV;
- 6 x Multi Mode – Não utilizadas.

Cabo coaxial (“Quad”):


- 4 x 0,5mm2 – Sem função. É normalmente aterrado.

67
4.3. Componentes Submarinos (Subsea)
Neste item serão apresentados os componentes responsáveis pela comunicação no ROV.

4.3.1. Tether Termination J-Box

A fibra óptica chega à Main Electronics Enclosure (MEE) vinda


da Tether Termination J. Box. É onde o Tether se conecta ao
ROV. O Tether traz em seu interior condutores elétricos, res-
ponsáveis por fornecer potência elétrica ao sistema, também
traz fibras ópticas, que é o meio físico de comunicação entre a
unidade Mux Stack de superfície e o submarino. A fibra ótica é
direcionada à MEE.

4.3.2. Main Electronics Enclosure (MEE)


A MEE é o principal compartimento eletrônico do ROV. Pode ser descrita como uma “garrafa” atmosférica,
construída em alumínio 6061-T6, anodizada (para resistir melhor à corrosão) e que abriga em seu interior a
maioria da lógica e controles eletrônicos submarinos do ROV Typhoon.

Ela também controla e distribui a alimentação elétrica para os diversos subsistemas do ROV, incluindo câme-
ras, luminárias 24Vdc e ferramentas, mas isto é assunto para outro treinamento.

Tem em suas extremidades uma tampa (End Cap) e uma estrutura (Bell Housing) que acomoda vinte e quatro
conectores submarinos (penetradores, também conhecidos como bulkhead) onde são conectados os cabos
que interligam a MEE aos demais componentes do ROV.

68
ROV SURFACE CONTROL E VEHICLE - BÁSICO | AVANÇADO

Internamente, é composta de duas unidades (“gavetas” ou slides):

Power Slide (potência) – onde estão instaladas Comms Slide (comunicação) – onde estão
as fontes de alimentação, os sensores de isolação, instalados os componentes responsáveis pela
contatores, relés e placas de controle de potência. comunicação / telemetria.

4.3.2.1. Bell Housing

Como dito anteriormente, o Bell Housing é uma estrutura que acomoda vinte e quatro conectores submarinos
(penetradores), onde são conectados os cabos que interligam o MEE aos demais componentes do ROV.

Os penetradores são instalados em volta da Bell Housing em


uma sequência numérica que visa organizá-los. São ainda
distribuídos ao longo (da frente para trás) da Bell Housing de
maneira a “separá-los por função”.

Sendo assim, os penetradores ficam dispostos em um grupo


alfanumérico formado pelo sequencial numérico e sua posi-
ção Veja um exemplo:

Onde:

#1 - Sequência numérica;
A - Posição à frente da Bell Housing;
B - Posição ao meio Bell Housing;
C - Posição ao fundo da Bell Housing.

69
A tabela a seguir mostra a função de cada um dos penetradores de acordo com sua posição.

A Ring B Ring C Ring


1A - Camera & Light 1 1B - Fluid/ Tooling Skid 1C - PORT Thrust Manifold
2A - Camera & Light 2 2B - Navigation 2C - PORT Tool Manifold
3A - Camera & Light 3 3B - Sensor Bottle 3000 3C - STBD Thrust Manifold
4A - Camera & Light 4 4B - PORT Schilling Arm (not used) 4C - STBD FWD Tool Manifold-Atlas Arm
5A - Camera & Light 5 5B - STBD Schilling Arm 5C - STBD MID Tool Manifold
6A - Camera & Light 6 6B - Sonar 6C - Fibre Optic Cable (oil filled)
7A - Camera & Light 7 7B - Dimmer Bottle 3000 7C - MEE 3000 Power
8A - Camera & Light 8 8B - Aux Tool (not used) 8C - Survey J-Box (oil filled)

4.3.2.2. Comms Slide

O Comms Slide é a unidade da MEE onde estão instalados os componentes responsáveis pela comunicação/
telemetria do ROV.

A imagem abaixo mostra o Comms Slide da MEE e seus componentes.

4.3.2.2.1. ROV Fibre MUX Subsea

A função ROV Fibre MUX Subsea é muito semelhante à do ROV Fibre MUX de superfície. Converte sinais
analógicos e digitais para sinais de luz e os transmite através de um cabo de fibra ótica single-mode para a
superfície, onde temos uma unidade similar a esta. A MUX está localizada no Comms Slide da MEE.

70
ROV SURFACE CONTROL E VEHICLE - BÁSICO | AVANÇADO

O ROV Fibre MUX Subsea possui quatro placas, sendo a primeira o Optical Switcher Card, conectada via
fibra ótica ao Optical Switcher Card de superfície, que faz a interface ótica entre as demais placas do MUX
submarino e as do MUX de superfície.

Outras duas placas (RS232 e RS485 Card) são mux-demultiplexadores dos padrões RS232 e RS 485. Seus
canais no fundo estão diretamente ligados aos canais correspondentes na superfície, permitindo a comuni-
cação entre dispositivos nestes dois ambientes.

A quarta placa tem como função receber os sinais analógicos de vídeo das câmeras de ROV, convertê-las
para um padrão digital e enviá-las para a placa correspondente na superfície, para que converter os sinais
de vídeos em formato digital em sinais analógicos de vídeos para que sejam enviados aos monitores ou
chaveadores de vídeo. Esta placa também faz a interface entre os mux-demultiplexadores seriais e a Optical
Switcher Card.

A tabela abaixo mostra as conexões de cada uma das placas do ROV Fibre MUX de subsea.

Placas Detalhes Comentários


Two Fibre Connections –
Optical Switcher Card -
pre-installed spare
1A to Node Hub 1 -
1B to Node Hub 2 -
2A Spare -
2B to Tooling Skid (FLS) 8 Channels RS485
RS485 Card 3A to Port Schilling Arm (Atlas)
-
PSA
3B to SJB 1 – Torque Tool -
4A to STBD Schilling Arm (Conan)
-
SSA
4B to SJB 2 -

71
Placas Detalhes Comentários
1A to SJB1 -
1B to Sonar -
2A to SJB2 -
2B Spare -
RS232 Card
3A to Aux 1 (MEE 8B) -
3B Spare -
4A to DVL -
4B Spare -
6 video channels default NTSC/ Três canais diretos e três canais
Video Card
PAL vindos da Vídeo Switcher Board.

4.3.2.2.2. Back Plane Board

A Back Plane Board oferece a conexão entre as demais placas e cabos dentro da MEE. Ela distribui barra-
mentos de comunicação e alimentação (protegida por fusíveis de reset (rearme) automáticos) a todas as
placas conectadas à Back Plane Board.

São conectadas a Back Plane as placas FET Drive Board, Node Hub e a placa de Analogue Video Switch.

4.3.2.2.3. Node Hub

A placa Node Hub é um concentrador/gerenciador serial que provê o isolamento elétrico a doze canais
seriais de comunicação, permitindo que dados sejam trocados entre os dispositivos via padrão RS485. Dife-
rentemente de um barramento, o Node Hub oferece proteção contra curtos nas linhas de comunicação de
um dispositivo defeituoso e que possivelmente se alastraria para os demais dispositivos impedindo qualquer

72
ROV SURFACE CONTROL E VEHICLE - BÁSICO | AVANÇADO

comunicação. Ao isolar eletricamente os dispositivos conectados, se restringe o dano apenas em um canal


(dispositivo) defeituoso, o que proporciona maior tolerância, robustez e confiabilidade da comunicação.

Na MEE estão instaladas duas placas Node Hub, cada uma delas responsável por distribuir a comunicação a
uma determinada parte do sistema, gerenciando o fluxo de informações dentro da rede RS485.

NH1: Id = N1 tem uma conexão de fibra com a MCB1 RS485 System Comms.

NH2: Id = N1 tem uma conexão de fibra com a MCB2 RS485 / Lights Comms.

Nota: Não há nenhuma placa de Node Hub com Id = N2.

4.3.2.2.4. FET Drive Board

A FET Drive PCB é uma placa montada na Back Plane, que fornece vinte saídas para controle e comutação
geral no ROV.

73
Comunica-se através do Node Hub com uma das MCBs localizadas na superfície, executando o controle
sobre diversos dispositivos, como os exemplificados a seguir:

Controlar a saída para o ROV Survey J-Box Auxiliary Tool Power;

Controlar os resets dos três monitores de isolamento (GFM);

Controlar a alimentação principal das luminárias;

Controlar os sinais de trigger (Survey J-Box Relay Block) dos dois Beacons;

Controlar a seleção dos canais de vídeo da placa Analogue Video Switch.

4.3.2.2.5. Analogue Video Switch

A placa Analogue Video Switch é um chaveador de


sinais de vídeo, mais precisamente das câmeras do
ROV. Essa placa pode direcionar até seis sinais de
câmeras, para três saídas possíveis. Basicamente,
atua como um roteador de sinal de vídeo 2:1, em que,
para cada duas entradas, temos uma saída.

O Comando para a comutação do sinal de vídeo vem


de três saídas da FET Drive PCB e o comando para a
FET Drive PCB para a comutação dos sinais de vídeo
vem da MCB2, localizado no Control Console Cabinet.

Se a comunicação com a unidade FET Drive PCB for


interrompida, como consequência, ela irá selecionar
automaticamente os canais correspondentes às câ-
meras 3, 7 e 9 até que o problema seja corrigido. As
câmeras 1, 4 e 5, que são conectadas diretamente ao
ROV Fibre MUX ainda estarão disponíveis.

4.3.2.2.6. UART PCB

Podemos considerar a placa UART como um pe-


queno multiplexador de função especifica. Ela é res-
ponsável por receber por meio de três canais seriais
padrão RS232, informações (dados) de gyro (bússola
eletrônica), profundidade, altitude, temperatura, in-
clinação e DVL vindas do TOGSNAV. Os dados, ao
serem recebidos, são agrupados e enviados por um
único canal para a superfície através de um dos ca-
nais do Node Hub 1 no padrão RS485.

74
ROV SURFACE CONTROL E VEHICLE - BÁSICO | AVANÇADO

4.3.2.2.7. RS485 Isolator


O RS485 Isolator fornece proteção contra picos de tensão de até 3kV
para a linha de comunicação entre a Light Dimmer Bottle e Node Hub.
Este isolamento adicional é importante, pois reduz a possibilidade de
danos ao Node Hub ou a quaisquer placas/dispositivo conectados a ele
em caso de baixa isolação de alta tensão para fora da Light Dimmer
Bottle (que trabalha com tensão elevada para um circuito DC comum),
através das linhas de comunicação (RS485).

4.3.2.3. Power Slide

Embora o principal foco deste treinamento seja a comunicação/telemetria do ROV e, consequentemente, o


Comms Slide da MEE, temos na Power Slide também as placas controladas por dispositivos na Comms Slide.

São elas:

4.3.2.3.1. Power Control Board

A Power Control Board foi projetada para alimentar


individualmente oito circuitos independentes com 24
VDC. Ela é controlada via padrão RS485 e está co-
nectada ao Node Hub 1.

Duas Power Control Board estão instaladas no Power


Slide conforme imagens abaixo.

Power Control Board 01 Power Control Board 02

75
4.3.2.3.2. Current Sensor Board

Essa placa é responsável por efetuar a leitura de


corrente dos Manifolds e enviá-las via padrão RS485
para o Pilot PC1.

Como seus sensores estão em série (entre a fonte


e carga) com os fusíveis de proteção dos manifolds,
os dados enviados por esta placa poderão ser de
grande ajuda em um diagnóstico sobre o estado
desses fusíveis.

4.3.3. Interconexões externas a MEE


Veremos a seguir todos os sistemas de comunicação que saem da MEE para outras unidades através dos
penetradores (bulkhead) no Bell Housing.

4.3.3.1. Câmeras e Luminárias

O ROV Typhoon utiliza luminárias de 24VDC fabricadas pela TMT Technologies. Essas luminárias recebem via
padrão RS485 os comandos de dimmer (alteração do brilho das luminárias). As câmeras compartilham com
as luminárias as mesmas linhas de comunicação, mas neste caso, é para o controle de foco e zoom que é
feito via comandos serial.

A imagem abaixo ilustra, na forma de diagrama em blocos, o caminho percorrido pelo comando no ROV.

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ROV SURFACE CONTROL E VEHICLE - BÁSICO | AVANÇADO

4.3.3.2. TOGSNAV

Diagrama em blocos da comunicação do TOGSNAV no ROV (2B):

4.3.3.3. Fluid/Tooling Skid e Manipulador

A imagem abaixo ilustra o diagrama em blocos do caminho percorrido pelos dados de controle do Tooling
Skid (1B), Port Schilling Arm (4B), Stb Schilling Arm (5B) no ROV.

4.3.3.4. Sonar e Aux. Tool

Diagrama em blocos da comunicação do Sonar (6B) e Aux. Tool (8B) no ROV.

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4.3.3.5. Survey J-Box

Diagrama em blocos dos canais de comunicação (RS232 e RS485) da Survey JB (8C).

4.3.3.6. Light Dimmer Bottle

A Light Dimmer Bottle, localizada na parte frontal do ROV, é uma garrafa atmosférica cuja função é controlar
a intensidade de quatro luminárias (115VDC) de LED, sendo duas frontais e duas traseiras.

A alimentação AC da garrafa é retificada para DC por dois conversores DC-DC que fazem o controle propor-
cional do brilho das luminárias variando (individualmente) a corrente de saída via padrão RS485.

A placa de controle da Light Dimmer Bottle ainda possui propriedades adicionais como:

Proteção contra alta temperatura;

Proteção contra sobre tensão;

Regulação e limite de corrente de saída;

Sensor interno de água.

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ROV SURFACE CONTROL E VEHICLE - BÁSICO | AVANÇADO

Conector Função Comentários


Dimmer Bottle RS 485 Communications and power supply to
C1
Comms MEE 7B. Connector type IE55-2006-FCR.
C1 115VDC Light/ FWD two (2) 115VDC lights. Main Lights.
C2
FWD Connector type IETT-1508-FCR.
AFT 115VDC Light both C3 & C4 both C3 &
115VDC Light/
C4 C2 C3 C4 operate in parallel. Optional Connector
AFT
type IE55-1503-FCR.
C3 AFT 115VDC Light both C3 & C4 both C3 &
115VDC Light/
C4 C4 operate in parallel. Optional Connector
AFT
type IE55-1503-FCR.

O conector C2 (IE55-1508, 8 pin) é diferente dos demais conectores C3 e C4 (IE1504, 3 pin), pois ele emprega
duas luminárias no seu conjunto, conforme a imagem abaixo.

1A
MEE 2A
3A
(MAIN ELETRONICS ENCLOSURE 3000) 4A
Nº: 0004-7391 5A
6A

MEE CONNECTOR ASSY


7A
BA
1C

Nº: 0004-5201
3C
2C
5C
4C
1B
4B
5B
POWER SLICE BB
8B
Nº: 0009-3163 6C
7C
3B
COMMS SLICE 2B
Nº: 0004-7392 6B
7B

PRT FWD 110V LIGHT


C2 DIMMER 7B
LED LIGHT C3 C1
C4 BOTTLE
STB FWD 110V
7B
LED LIGHT

PAN & TILT 3 110V


LED LIGHT
LED LIGHT 110V
(OPTIONAL)

A imagem abaixo ilustra o diagrama em blocos da comunicação entre a MEE e a Light Dimmer Bottle (7B).

79
4.3.3.7. Sensor Bottle

A Sensor Bottle tem como função receber os sinais dos sensores do ROV como temperatura, presença de
água e nível de compensador, tratá-los e enviá-los por um canal de comunicação RS485 para o GUI.

As placas RTD HV, ou Resistence Temperature Detector High Voltage, recebem o nome “HV”, pois possuem
isolação de proteção nos seus canais de medição, pois ficam próximos a circuitos de alta tensão.

A placa RTD recebe sinais de comunicação analógicos e digitais:

Analógicos – os sensores analógicos funcionam de 0V a 10V;

Digitais – os sensores digitais funcionam com comandos digitais 0 e 1 sendo 0V e 5V.

As placas eletrônicas da Sensor Bottle monitoram os seguintes sensores do ROV:

Nível dos compensadores;

Temperatura do óleo e presença de água nos


circuitos hidráulicos principal e auxiliar;

Temperatura do motor elétrico;

Temperatura do transformador;

Sensores de água.

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ROV SURFACE CONTROL E VEHICLE - BÁSICO | AVANÇADO

Conector Função Comentários


RS 485 Communications and power
Dimmer Bottle
C1 supply to MEE 7B. Connector type IE55-
Comms
1508-FCR.
115VDC Light/
C2 RTD. Connector type LPMBH-4MP
C2 C3 FWD
115VDC Light/
C3 RTD. Connector type LPMBH-8MP
C9 C4 AFT
C1 C4 N/C Not Connected
C8 C5 Main & Tool HPU. Connector type
C5 HPU
LPMBH-8MP
C7 C6 C6 Comp. Level 1/2 0-10VDC. Connector type LPMBH-6-FS
C7 Comp. Level 3/4 0-10VDC. Connector type LPMBH-6-FS
0-10VDC, is not used. Connector type
C8 Comp. Level 5/6
LPBM-6-FS
C9 HPU 0-10VDC. Connector type LPMBH-6-FS

A imagem abaixo mostra o diagrama em blocos de comunicação da Sensor Bottle (3B).

4.3.3.7.1. Sensor de Nível

O sensor de nível é responsável por indicar o volume de óleo nos compensadores através da variação de
tensão, num range entre 0V a 10V, e indica proporcionalmente o nível do compensador.

O sensor funciona através de uma resistência linear que, quando percorrida por um elemento magnético de
grande potência, altera o seu valor ôhmico pela associação das resistências internas ligadas a reed-switches
e, consequentemente, o valor da tensão na saída.

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4.3.3.7.2. Sensor de Água e Temperatura (HPU)

O Sensor de Água e temperatura do HPU está localizado na parte inferior dos reservatórios principal e au-
xiliar. Para o sensor de temperatura são utilizados dois fios ligados a um “RTD” ou resistência variável de
acordo com a temperatura. O sensor de água opera por meio da queda da resistência entre os dois pinos do
sensor quando ambos estão imersos em água no interior dos reservatórios.

4.3.3.7.3. Sensor de Água e Temperatura (Transformer Box)

Na parte interna da Transformer Box, são instalados dois sensores. Um deles é o sensor de temperatura, cuja
função é indicar o aumento de temperatura, o que pode indicar uma sobre carga sobre o transformador. O
outro sensor é para a leitura de presença de água da Transformer Box. O sensoriamento se dá através da
queda da resistência entre os dois parafusos fixados em um suporte, quando ambos estão imersos em água
no interior da caixa.

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ROV SURFACE CONTROL E VEHICLE - BÁSICO | AVANÇADO

4.3.3.8. Manifolds

O cérebro dos manifolds é a placa FET RPM Board, que está presente nos seis manifolds hidráulicos do ROV
Typhoon.

Embora sejam fisicamente iguais, as FET RPM Board possuem


firmwares diferentes umas das outras.

A sua identificação é feita de acordo com o Part Number da placa,


conforme mostrado na tabela abaixo.

Manifold TMT Part No.


Port Thruster Manifold 0002-0625-0001
Starboard Thruster Manifold 0002-0625-0002
Aux Port Low Flow Manifold 0002-0625-0003
Starboard Vertical Low Flow Manifold 0002-0625-0004
Starboard Horizontal Low Flow Manifold 0002-0625-0005
Tooling/ Fluid Skid Manifold 0002-0625-0005

83
Os manifolds recebem comandos via conexão serial padrão RS485, conforme mostrado na figura abaixo (PRT
THRUST (1C), AUX PORT LFM (2C), STB THRUST MAN (3C), STB VERTICAL LFM (4C) e STB HORIZ LFM (5C)).

84
ROV SURFACE CONTROL E VEHICLE - BÁSICO | AVANÇADO

PILOTANDO E APRENDENDO

Chegou a hora de verificarmos se você compreendeu as informações relaciona-


das à visão geral do console e sua interconexão com as placas MCB.

Descreva e explique como ocorre a interconexão das placas do console.

Explique a principal funcionalidade do ROV Fibre MUX.

TURBINANDO O CONHECIMENTO

Neste módulo, vimos quais são as interconexões que ocorrem entre dispositivos
do console e a forma como são processados e multiplexados os sinais do console
e de outros dispositivos de superfície.

Vimos também quais são os dispositivos responsáveis pela comunicação entre


surface (console/rack) e subsea (ROV).

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Conclusão
Você acaba de concluir o curso ROV Surface Control e Vehicle - Básico | Avançado. Agora
você já possui uma visão geral da estrutura e funcionamento do ROV Surface Control e Vehicle.

Ao longo do curso você foi apresentado ao conceito de comunicação de dados, tipos de ca-
nais de comunicação, taxas de transferência, controle de fluxo, paridade e topologia.

Além disso, também foi estudada a multiplexação de sinais, padrões elétricos de comunicação
e como a fibra ótica é usada para a comunicação. Por último, estudamos o console e a sua
interconexão com as placas e os dispositivos de comunicação de surface e subsea.

Lembre-se sempre que segurança é um valor fundamental para


a Sapura e cabe a nós cuidarmos da nossa segurança
e dos demais empregados.

Este curso é apenas o começo de uma


trajetória, e esperamos que seja de muito
sucesso para você e para a Sapura!
ROV SURFACE CONTROL E VEHICLE - BÁSICO | AVANÇADO

Gabaritos – Pilotando e Aprendendo


Lembre-se de que não há apenas uma resposta certa. As informações dispostas aqui são uma base para as
respostas. Você deve ser o mais fiel possível a estas respostas para considerar o entendimento das questões.

Módulo 1 - Comunicação de dados

Explique qual é a diferença entre os três tipos de canais de comunicação: simplex,


half-duplex e full-duplex.

Resposta: No canal simplex a direção de transmissão ocorre em um único sentido. No canal half-duplex, as
mensagens podem fluir nas duas direções, mas a transmissão não é simultânea. Já no canal full-duplex, as
mensagens podem ser trocadas ao mesmo tempo em ambas as direções.

Módulo 2 - Padrões elétricos de comunicação

Explique qual é a diferença entre os padrões RS232 e RS485.

Resposta: A topologia é a principal diferença entre o padrão RS485 e o padrão RS232, já que o padrão
RS485 utiliza apenas dois fios para a comunicação, enquanto o padrão RS232 utiliza um fio para transmissão,
outro para recepção e o fio terra para referência dos níveis de tensão.

Módulo 3 - Comunicação por Fibra Ótica

Explique qual é a diferença entre as fibras óticas dos tipos monomodo e multimodo.

Resposta: As fibras multimodo são mais utilizadas em aplicações de rede locais, enquanto as fibras mono-
modo são mais utilizadas em aplicações de redes de longa distância.

Módulo 4 - Dispositivos de Comunicação Surface/Subsea

Descreva e explique como ocorre a interconexão das placas do console.

Resposta: A interconexão é feita via cabo até a placa MCB Adapter Board, onde são recebidos os sinais
analógicos e digitais vindos do console. Depois os sinais são transmitidos às placas Master Console Boards
para que sejam tratados e enviados via padrão RS485 ao Pilot PC1 (interface no Software do Sistema) e ao
ROV Fibre MUX (para controle do ROV).

Explique a principal funcionalidade do ROV Fibre MUX.

Resposta: O ROV Fibre MUX é o dispositivo responsável por concentrar e levar as informações da superfície
ao fundo, e vice-versa, em distâncias de vários quilômetros em tempo real.

87
Glossário
Perda de potência luminosa que um sinal emitido por um transmissor sofre
Atenuação
ao longo do comprimento de uma fibra ótica.

Canal de comunicação Caminho pelo qual a informação passa até chegar ao destino.

Coarse Wavelength Sistema definido pela norma ITU-T 694.2 e prevê espaçamento de 20nm
Division Multiplexing entre os canais desde 1271nm até 1611nm num total de 18 possíveis canais.
International Safe Management Code - Código Internacional da Gestão da
Código ISM
Segurança.
Processo de envio de dados bit por bit em um canal de comunicação de
Comunicação serial
forma sequencial.
Mecanismo que impede que haja sobrecarga em um receptor lento por
Controle de fluxo
causa de um transmissor rápido.
Medida da razão entre dois pontos, que é usado para uma grande varieda-
Decibel (dB)
de de medições em acústica, física, eletrônica e telecomunicações.
Electronic Industries
Comitê administrado pela Telecommunication Industry Association (TIA).
Association
Método pelo qual vários canais de informação são multiplexados em um
Frequency Division Multi-
único canal, pela associação de cada um destes canais a uma portadora
plexing
diferente.
Integrated Management System - Sistema de Gestão Integrada de Qualida-
IMS
de, Segurança, Saúde e Meio Ambiente.
Norma aplicável a qualquer tipo de organização que tem como propósito
ISO 14001
obter um desempenho ambiental correto.
Norma que tem como objetivo melhorar a gestão de uma empresa. Pode
ISO 9001 ser aplicada em conjunto com outras normas de funcionamento, como as
de saúde ocupacional, meio ambiente e segurança.
É uma expressão de origem inglesa, que significa a união de duas ou mais
empresas já existentes com o objetivo de iniciar ou realizar uma atividade
Joint venture
econômica comum, por um determinado período de tempo, visando entre
outras motivações, o lucro.

LTC Lapidary Training Center – Centro de Treinamento da Sapura.

MCB Adapter Board Placa que recebe os sinais analógicos e digitais vindos do console.

MLC 2006 Maritime Labour Convention - Convenção sobre Trabalho Marítimo.

88
ROV SURFACE CONTROL E VEHICLE - BÁSICO | AVANÇADO

Técnica que permite que um único meio de transmissão seja compartilhado


Multiplexação de sinais
para duas ou mais transmissões.

MCB Adapter Board Placa que recebe os sinais analógicos e digitais vindos dos console.

Técnica que permite que um único meio de transmissão seja compartilhado


Multiplexação de sinais
para duas ou mais transmissões.

OHSAS 18001 Norma de Segurança.

Mecanismo de conferência de erros que pode ser implementado na Cama-


Paridade
da Física.
Pipe Laying Support Vessels - Embarcações de Apoio de Tubulação Hori-
PLSV
zontal
Quality, Health, Safety, Environment - Qualidade, Saúde, Segurança e Meio
QHSE
Ambiente.
Wavelength Division Método que multiplexa comprimento de ondas de luz em uma única fibra
Multiplexing ótica, utilizando várias fontes de diferentes comprimentos de onda.
Padronização de interface comum para comunicação de dados entre
Recommended Standard equipamentos, criada pelo comitê conhecido atualmente como Electronic
Industries Association.

SETA SAPURA Excellence Training Academy

SNM Sapura Navegação Marítima

Velocidade em que os dados são enviados em um meio de comunicação.


Taxa de transferência
Ela é medida em bits por segundo (bps).
Método de multiplexação de vários canais em um único canal, pela asso-
Time Division
ciação de cada canal a um intervalo de tempo diferente para transmissão
Multiplexing
de um grupo de bits.
Wavelength Division Método que multiplexa comprimento de ondas de luz em uma única fibra
Multiplexing ótica, utilizando várias fontes de diferentes comprimentos de onda.

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ROV SURFACE CONTROL E VEHICLE - BÁSICO | AVANÇADO

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