Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
2016
Edição XX
Introdução ........................................................................................................................................................... 06
A Sapura ................................................................................................................................................... 06
Nossa Aposta nas Pessoas ................................................................................................................. 07
Nosso Compromisso com a Segurança ........................................................................................ 10
Apresentação .................................................................................................................................................... 14
O Curso ...................................................................................................................................................... 14
Orientações de Uso do Material ....................................................................................................... 14
Dicas de Estudo ...................................................................................................................................... 15
Conclusão ........................................................................................................................................................... 86
Gabaritos: Pilotando e Aprendendo .......................................................................................................... 87
Glossário .............................................................................................................................................................. 88
Introdução
A Sapura
A Sapura Navegação Marítima (SNM) é uma Empresa Brasileira de Navegação,
joint venture entre dois líderes internacionais nos seus mercados, a Seadrill e a
SapuraKencana.
100%
SapuraKencana Petroleum Berhad (SapuraKencana) é uma das maiores empresas
de serviços e soluções integradas de óleo e gás do mundo. Seus mais de 10.000
empregados estão presentes em mais de 20 países, como Malásia, China, Austrá-
lia, EUA, Brasil, entre outros.
nossa missão
amplo conhecimento sobre Serviços
Submarinos,
é planejar, desenvolver
e executar serviços submarinos com
sucesso e segurança, tornando-nos o
parceiro mais importante
de nossos clientes.
6
ROV SURFACE CONTROL E VEHICLE - BÁSICO | AVANÇADO
›› Liderar;
›› Ser energético e inspirador;
›› Definir exemplos a serem seguidos;
›› Atingir metas ambiciosas;
›› Ser exigente;
›› Desafiar a nós mesmos e a nossos clientes;
›› Ter orgulho do trabalho que fazemos.
Isso também significa que acreditamos ser possível operar sem lesões em nossas atividades. Nossa visão
define o que pretendemos alcançar.
Nossa cultura corporativa integra seis valores fundamentais para tomada de decisões, essenciais em
nossa operação. Esses valores definem nossa identidade e não podem ser comprometidos.
7
Nossos valores definem como vamos atingir
nossa visão.
Possuímos um Código de Conduta que deve ser seguido por todos os nossos empregados. Todos devem
atuar de forma íntegra, correta e eficiente na busca dos resultados. Este Código deve servir de referência
individual e coletiva para cada empregado da Sapura. O Código de Conduta é entregue a cada novo empre-
gado no momento da Indução, e fica disponível no sistema IMS (Integrated Management System).
É política da Sapura cumprir todas as leis, regras e regulamentos aplicáveis dos países e das autoridades
reguladoras que afetam os negócios da empresa. É responsabilidade pessoal de cada empregado aderir aos
padrões e restrições impostos por tais leis, regras e regulamentos. O levantamento dos requisitos legais no
âmbito federal, estadual e municipal é feito pelo sistema (software) da consultoria contratada pela SNM, atra-
vés de pesquisas em publicações oficiais, em periódicos locais e/ou regionais e de investigações em bancos
de dados relacionados. A avaliação de aplicabilidade de cada um deles é feita de acordo com um questio-
nário preenchido pela SNM. Os itens relacionados à legislação da bandeira, legislações internacionais e de
convenções são controlados através de biblioteca física, nas embarcações e no escritório.
Conduta Ética
Os empregados devem se esforçar para tratar, ética e justamente, os clientes, fornecedores, concorrentes
e empregados da Companhia. Nenhum empregado deverá tirar vantagens injustas de qualquer pessoa por
manipulação, ocultação, abuso de informações privilegiadas, engodo de fatos ou qualquer outra prática de
tratamento injusto. A conduta honesta é considerada a conduta livre de fraudes ou embuste. A conduta ética
não é apenas o cumprimento de leis e regulamentos aplicáveis; trata-se de satisfazer os padrões de hones-
tidade e integridade presentes em nosso Código de Conduta, mesmo quando esses padrões vão além dos
requisitos legais.
Somos uma empresa jovem com enormes desafios. Estabelecemos um equilíbrio entre profissionais extre-
mamente capacitados e experientes, com gente jovem e de muito potencial. Investimos continuamente na
capacitação de nossa força de trabalho e nos comprometemos a ser formadores de bons profissionais.
A Sapura oferece um ambiente de alta performance com investimento constante em capacitação técnica.
Buscamos o reconhecimento pela nossa superação e inovação. Esse ambiente instigante é essencial para
alcançarmos o melhor padrão operacional possível, buscando nos estabelecer como referência no mercado.
8
ROV SURFACE CONTROL E VEHICLE - BÁSICO | AVANÇADO
Para alcançar o padrão operacional desejado, a Sapura possui uma Política de Treinamento e Desenvol-
vimento de Competências.
Nós acreditamos que habilidade e competência são desenvolvidas através da combinação entre edu-
cação, treinamento e experiência.
›› Encorajando a todos os empregados pela busca das habilidades e competências necessárias para a
realização do seu trabalho.
›› Disponibilizando todos os recursos necessários para que os empregados sempre tenham as qualifi-
cações e certificados necessários para a realização do seu trabalho.
Visando atender exigências de mercado e internas, a Sapura lançou o SETA – Sapura Excellence Training
Academy –, que propõe soluções educacionais planejadas e estruturadas que agregam valor, ampliam co-
nhecimentos e aprimoram continuamente as atitudes necessárias ao desenvolvimento de seus empregados
de todos os níveis organizacionais.
De forma inovadora, o SETA proporciona aos novos empregados e aos atuais ocupantes dos cargos-alvo des-
te projeto uma vivência realista do seu trabalho. Oferece exercícios práticos, experimentação de atividades
reais em simuladores de sistemas e equipamentos da rotina PLSV, além de estudo dirigido, de instrutores
especialistas e materiais didáticos que ensinam de forma prática, objetiva e lúdica.
O SETA tem como base Trilhas de Desenvolvimento, que representam as trajetórias para o aperfeiçoamento
dos empregados, apontando caminhos que devem ser percorridos pelos ocupantes dos cargos para melhoria
de sua qualificação. As Trilhas são compostas por ações de desenvolvimento necessárias para o adequado
desempenho funcional, considerando tanto as competências técnicas quanto as comportamentais.
9
Em janeiro de 2015, a Sapura inaugurou o LTC - Lapidary Training Center. Trata-se de um espaço interno
dedicado a prestar todo o suporte necessário aos nossos empregados no quesito treinamento. Lá, estão
instalados os Simuladores de Lançamento e ROV e são ministradas oficinas de treinamento de Eletrônica/
Mecânica, entre outras ações educacionais.
Além disso, fornecemos curso de idiomas para todos os nossos empregados. A bordo, a Sapura disponibiliza,
como benefício, um curso de idiomas para que seus empregados melhorem ainda mais seu rendimento pro-
fissional e pessoal. Assim que embarca, o empregado deve procurar um instrutor de idiomas e matricular-se
para as aulas de inglês. Para os empregados estrangeiros, são oferecidas aulas de português.
A Sapura também oferece curso de idiomas para os profissionais de terra. As aulas são realizadas normal-
mente na sede em horários combinados entre o empregado e a instituição de ensino.
A abrangência do sistema de gestão engloba os padrões de qualidade detalhados na ISO 9001, padrões de
segurança e saúde incluídos na OHSAS 18001, padrões de segurança ordenados pelo Código ISM, pa-
drões ambientais especificados na ISO 14001 e os requisitos de trabalho marítimo do MLC 2006.
10
ROV SURFACE CONTROL E VEHICLE - BÁSICO | AVANÇADO
A SNM é uma empresa baseada no desempenho, e considera como nossas mais altas prioridades a qualida-
de, saúde, segurança e a proteção ao meio ambiente. Isso é essencial ao sucesso e ao crescimento de nossa
Empresa. Acreditamos que:
Para assegurar essas metas, fomentamos uma cultura aberta, confiante e justa, a fim de que os nossos em-
pregados sejam capacitados a se expressarem sobre as questões de QHSE.
Todos têm autoridade de parar o trabalho. Espera-se que usem essa autoridade para evitar ou
reduzir o impacto de uma ocorrência. As equipes de terra e a bordo do navio são cobradas para que
desempenhem um papel de liderança, apoiando as expectativas de QHSE.
Qualidade, saúde, segurança e meio ambiente estão incorporados aos valores da Sapura, e constituem
um compromisso institucional com a entrega do mais alto nível de qualidade nos serviços de enge-
nharia e instalação submarina, com a manutenção de uma operação livre de acidentes e com a busca
contínua da minimização do impacto ao meio ambiente.
Todos os empregados e parceiros da SNM, incluindo subcontratados, fornecedores e visitantes devem estar
totalmente comprometidos em atender aos objetivos desta política.
11
Os itens a seguir expressam o comprometimento da empresa com a política de QHSE:
›› Somos todos responsáveis por nós mesmos e pela segurança dos outros no ambiente de trabalho. As
pessoas são os nossos recursos mais importantes e, como tal, a segurança é, sem dúvida, o nosso
valor essencial número um.
›› Provemos treinamento aos nossos empregados para reforçar uma cultura de segurança.
›› A excelência em segurança requer uma liderança proativa e participativa.
›› Todos os empregados e subcontratados são responsáveis por desempenhar as suas atividades diárias
de maneira consistente com a nossa Política de QHSE.
›› Se um dano sério ou um evento ocorrer, investigaremos e determinaremos a sua causa.
›› Vamos nos empenhar para evitar a poluição e preservar o meio ambiente no qual operamos através
da utilização dos recursos, de maneira responsável, e operando de acordo com os requisitos legais e
as melhores práticas.
›› Nosso objetivo será a redução da geração de resíduos e o correto tratamento para aqueles que são
inevitavelmente gerados. Nos lugares em que sejam gerados resíduos, estes serão manipulados de
maneira segura e responsável. Atingiremos ou excederemos a conformidade com regulamentos e leis
aplicáveis.
›› O nosso trabalho com as autoridades públicas e reguladoras será conduzido abertamente, numa at-
mosfera de confiança e cooperação.
VALE SABER
12
ROV SURFACE CONTROL E VEHICLE - BÁSICO | AVANÇADO
13
Apresentação
O Curso
Bem-vindo ao curso ROV Surface Control e Vehicle - Básico | Avançado!
Este curso tem por objetivo principal fornecer ao treinando uma visão geral da estrutura e funcionamento do
ROV Surface Control e Vehicle (veículo).
O curso possui carga horária de 32 horas e, para a sua realização, é necessário que você tenha feito ante-
riormente os cursos CBSP, Comunicação e Relacionamento Interpessoal, Formação Básica de Piloto ROV
– Módulo I: Conceitos Básicos, NR-10 – Segurança em Eletricidade, NR-35 – Trabalho em Altura, Eletrônica
e Elétrica – Básico, Formação Básica de Piloto ROV – Simulador, Hidráulica e Mecânica de ROV – Básico e
Formação Básica de Piloto de ROV – Módulo II: Manutenção.
Ao final do curso, haverá uma avaliação com a intenção de aferir o conhecimento adquirido e compreensão
do conteúdo apresentado de forma objetiva. Esta avaliação se dará em forma de questionário, que deverá
ser respondido por você, corrigido por seu mentor e entregue ao RH da empresa. O questionário terá, pelo
menos, 15 questões objetivas. Você deverá acertar, no mínimo, 80% das questões. Esta média é pré-requisito
para continuidade do processo de treinamento.
O conteúdo deste material está organizado de um modo que ajuda você a aprender, contando com recursos
instrucionais que funcionam como etapas importantes para sua aprendizagem.
A seção O que você faria? traz casos concretos, relacionados ao negócio Sapura. O
objetivo é que você tente se colocar no lugar do personagem. “E se fosse você, o que
faria? Como resolveria? O que você sente ao entrar em contato com este caso?”
14
ROV SURFACE CONTROL E VEHICLE - BÁSICO | AVANÇADO
A seção Vale Saber traz sugestões que vão além deste material. São indicações de sites,
livros, leituras adicionais que vão enriquecer o conhecimento.
O Glossário tem por objetivo facilitar a compreensão dos termos técnicos ou palavras mais difíceis inseridas
em cada módulo.
Os Anexos são materiais para consulta que estarão destacados ao longo do texto e anexados ao final do material.
As Referências são indicações de documentos ou procedimentos Sapura que devem ser buscados interna-
mente, nos diretórios ou locais indicados.
Aproveite bem todos estes recursos, pois cada um deles traz informações e conhecimentos importantes para
sua formação.
Dicas de Estudo
Para aprender e se desenvolver, é preciso autodisciplina, persistência e determinação. Listamos algumas
dicas que podem ser úteis enquanto você estuda.
Faça um resumo dos principais pontos que aprendeu em cada módulo. Isto pode ser um complemento
ao Turbinando o conhecimento.
Marque na agenda os dias de treinamento e procure não faltar nem se atrasar. O curso segue uma
sequência didática e é melhor que você não perca nenhum encontro.
Mantenha o material organizado e tenha-o à mão sempre que necessário para estudo e consulta.
Se você gosta de estudar em grupo, busque companhia. Num grupo, todos podem se ajudar.
Entenda que estudar é um hábito. Como hábito, precisa ser cultivado. Quanto mais você estudar, mais
vai ganhar gosto pelo estudo e pela leitura.
15
01 COMUNICAÇÃO DE DADOS
Neste módulo, vamos conhecer os fundamentos da comunicação de dados,
os canais de comunicação e suas características, e também os conceitos de
multiplexação de sinais.
ROV SURFACE CONTROL E VEHICLE - BÁSICO | AVANÇADO
A taxa de transmissão máxima permissível de uma mensagem geralmente é diretamente proporcional à po-
tência do sinal e inversamente proporcional ao ruído. O ideal é que os sistemas de comunicação forneçam a
maior taxa de transmissão possível com a menor potência e menor ruído possível.
Um sinal pode percorrer desde milímetros, como no caso de conexões de um simples circuito integrado, até
muitos centímetros, como, por exemplo, quando a conexão de sinais envolve uma placa mãe com conectores
para diversos circuitos. Nestes casos, o dado digital pode ser transmitido diretamente.
Não é muito comum que os projetistas se preocupem com o formato e espessura dos condutores, ou com
as características analógicas dos sinais de transmissão. Uma exceção à regra ocorre com computadores
muito rápidos. No entanto, é frequente a necessidade de enviar dados para fora dos circuitos que formam
um computador.
Atualmente, com o aumento das distâncias envolvidas, aumentaram também as dificuldades em estabelecer
uma transmissão de dados precisa. Uma causa comum corresponde às distorções elétricas, que podem
ocorrem em condutores longos. Além disso, também devem ser considerados os ruídos que se propagam
pelo meio transmissor.
Um dos maiores riscos de perda de mensagens ocorre quando, apesar dos cuidados tomados, a distorção e
o ruído são tão grandes que fazem com que a informação se perca.
17
1.2. Canais de Comunicação
Um canal de comunicação pode ser definido como o caminho pelo qual a informação passa até chegar
ao destino. Ele pode ser formado por uma linha física (fio), que conecta dispositivos de comunicação, como,
também por sinais de rádio, laser (fibra ótica), ou outra fonte de energia radiante, isto é, que se propaga na
forma de onda eletromagnética.
No canal simplex, a direção de transmissão é inalterada, pois ela ocorre em um único sentido.
No canal half-duplex, ou semi-duplex, formado por um canal físico simples, a direção pode ser revertida, ou
seja, as mensagens podem fluir nas duas direções, mas a transmissão nunca ocorre ao mesmo tempo.
Já no canal full-duplex, ou duplex, as mensagens podem ser trocadas simultaneamente em ambas as dire-
ções. Ele também pode ser entendido como a junção de dois canais simplex, um canal direto e um canal
reverso, que são conectados aos mesmos pontos.
18
ROV SURFACE CONTROL E VEHICLE - BÁSICO | AVANÇADO
Esse tipo de comunicação consiste, basicamente, na quebra da mensagem em partes menores, que são
transmitidas bit a bit em um canal. Quando chega ao destino, os bits individuais são reorganizados para com-
por novamente a mensagem original.
A comunicação serial é utilizada na comunicação de longo alcance e na maior parte das redes de computa-
dores, pois o custo de cabos e as dificuldades de sincronização fazem com que a comunicação paralela se
torne impraticável. Os barramentos seriais são cada vez mais comuns para utilização em distâncias peque-
nas, pois as desvantagens dos barramentos paralelos superam suas vantagens de simplicidade.
Agora que vimos o que é a comunicação serial, é preciso entender as suas duas classificações possíveis.
Na comunicação serial síncrona, o transmissor e o receptor devem estar sincronizados para que ocorra a
troca de comunicação de dados. Existem duas técnicas básicas que podem ser empregadas para garantir a
sincronização correta.
Em sistemas síncronos, canais separados são usados para transmitir dados e informação de tempo. O canal
de temporização transmite pulsos de relógio (clock) para o receptor. Através da recepção de um pulso de
clock, o receptor lê o canal de dado e armazena o valor do bit encontrado naquele momento. O canal de
dados não é lido novamente até que o próximo pulso de clock chegue. Como o transmissor é responsável
pelos pulsos de dados e de temporização, o receptor irá ler o canal de dados apenas quando comandado pelo
transmissor e, portanto, a sincronização é garantida.
19
Outra forma é utilizando uma mensagem de sincronismo para que o receptor ajuste seu relógio interno. Após a
sincronização, os bits são enviados sequencialmente até uma quantidade pré-combinada entre os dispositivos.
Relógio
A comunicação serial assíncrona é a maneira mais comum de transmissão de dados. Os dispositivos não pre-
cisam estar sincronizados, pois a transmissão de caracteres é feita individualmente, e não em blocos como
ocorre com a comunicação síncrona.
A transmissão de cada caractere é precedida de um sinal de inicialização (start bit) e terminada por meio de
um ou dois bits de finalização (stop bit). O sinal de inicialização prepara o mecanismo de recebimento para
a recepção e registro da mensagem. O sinal de finalização, por sua vez, prepara o mecanismo de recepção
para o próximo sinal.
Tempo
MENSAGEM
Start Bit Bit de paridade
início de choca a precisão
exatamente 8
transmissão da transmissão
bits de dados
aceitos
Stop Bit fim de
transmissão
e tempo para
receptor reiniciar
20
ROV SURFACE CONTROL E VEHICLE - BÁSICO | AVANÇADO
A taxa de transferência mínima mais comum é 300 bps, mas também são comuns alguns submúltiplos mais
lentos como 50, 100 e 150 bps. Normalmente, utilizamos velocidades maiores, comumente em múltiplos de
300 bps, como 600, 1200, 2400, 4800, 9600, 19200 e 38400 bps.
Sem controle – aplicável quando os equipamentos possuem taxa de transmissão testada previamente.
Controle por hardware – essa configuração utiliza os sinais de handshake para que possa ser feito
o controle dos momentos em que as partes estão disponíveis para o envio e recebimento de dados.
Controle por software ou XON e XOFF – essa configuração ocupa banda, pois faz com que o re-
ceptor e o transmissor troquem caracteres (mensagens) de controle para o início e a parada na trans-
missão.
1.5. Paridade
A paridade pode ser entendida como um mecanismo de conferência de erros na transmissão de dados. Seu
funcionamento se resume à adição de um bit no final do dado (byte) transmitido, o que torna possível a verifi-
cação da integridade do byte ou da palavra recebida. O bit de paridade pode, por exemplo, ser acrescentado
ao final de uma palavra de 7 ou 8 bits. As paridades podem ser classificadas em paridade par (mais utilizada)
e paridade ímpar.
Paridade par – Todos os bits de valor 1 devem ser somados. Caso o resultado seja par ou 0, o bit de paridade
é 0. Caso contrário, o bit de paridade será 1.
Paridade ímpar – Para calcular a paridade ímpar, todos os bits de valor 1 devem ser somados. Caso o resul-
tado seja ímpar, o bit de paridade é 0. Caso contrário, o bit de paridade será 1.
21
VALE SABER
1.6. Topologia
Essencialmente, descreve as várias formas como os dispositivos, equipamentos e/ou placas eletrônicas estão
interconectadas. A velocidade de comunicação (taxa de amostragem), distância entre os dispositivos e o
padrão elétrico de comunicação utilizado, vai determinar a melhor topologia.
Barramento com estrelas Barramento com derivações Estrela Daisy Chain Anel
Demultiplexador (ou Demux) – separa os sinais novamente para as suas respectivas saídas.
22
ROV SURFACE CONTROL E VEHICLE - BÁSICO | AVANÇADO
Em um sistema unidirecional, existe um Mux para a transmissão e um Demux para a recepção, sendo neces-
sários dois sistemas para uma comunicação bidirecional.
PILOTANDO E APRENDENDO
TURBINANDO O CONHECIMENTO
23
02 PADRÕES ELÉTRICOS DE
COMUNICAÇÃO
Neste módulo, vamos conhecer os padrões elétricos de comunicação usados no
sistema de ROV, suas características e como diferenciá-los.
ROV SURFACE CONTROL E VEHICLE - BÁSICO | AVANÇADO
Diante disto, a Electronic Industries Association (EIA) foi criada a fim de desenvolver padrões e especifi-
cações técnicas de componentes eletrônicos, telecomunicações, Internet. A EIA, atualmente administrada
pela Telecommunication Industry Association (TIA), desenvolveu uma série de padrões recomendados ou
Recommended Standard (RS) para interfaces comuns para comunicação de dados entre equipamentos.
Dessa forma, assim como outros, foram criados os padrões RS232 e RS485, que são utilizados em larga es-
cala em equipamentos subsea e também no sistema de ROV Typhoon.
2.2. RS232
A interface de comunicação serial conhecida como RS232 é um padrão estabelecido pela TIA/EIA, atualmen-
te em sua versão F, que foi proposto em 1969 com o objetivo de padronizar as interfaces de comunicação de
dados entre os terminais de dados chamados Data Terminal Equipment (DTE) e os modems ou Data Com-
munications Equipment (DCE).
A norma RS232 define os requisitos elétricos, mecânicos e de funcionamento das interfaces, ou seja, apenas
os requisitos da camada física. A RS232 estabelece os métodos de conexão entre um DTE e um DCE, mas
não cria nenhum protocolo para comunicação.
A imagem a seguir apresenta o modo como é feita a comunicação entre dois DTE. Com a imagem é possível
compreender os seguintes passos:
25
O DTE pode ser um computador ou um equipamento remoto que troque dados com outro DTE, como, por
exemplo, um sensor inteligente de incêndio ou sua central de controle.
O padrão RS232 determina vinte diferentes sinais de conexão, nos quais um conector em forma de D é comu-
mente usado (DB9 ou DB25). São utilizados conectores machos para os cabos e conectores fêmeas para os
dispositivos. A imagem a seguir apresenta a função dos pinos dos conectores D-Sub de 25 e 9 pinos, assim
como o nome utilizado em cada um deles.
EIA From To
Pin Description Pin Signal Pin Signal
CKT DCE DCE
1 Frame Ground AA 1 Data Carrier Detect 6 Data Set Ready
11 Undefined
18 Undefined
22 Ring Indicator CE C
25 Undefined
26
ROV SURFACE CONTROL E VEHICLE - BÁSICO | AVANÇADO
Algumas especificações elétricas devem ser obedecidas para que haja a comunicação. Por isso, os drivers
devem fornecer tensões entre +5V e +25V ou entre -5V e -25V e os receptores devem receber tensões en-
tre +3V e +25V ou entre -3V e -25V. Dessa forma, para que o receptor decodifique o bit, a tensão deve ter
módulo maior que 3V.
Também é preciso destacar outra característica do padrão RS232, que explica que as vias de dados transmi-
tem o bit 0 com tensão positiva e o bit 1 com tensão negativa. As vias de controle, por sua vez, invertem essa
polaridade quando transmitem seus bits.
A interface desse tipo é útil para comunicações ponto-a-ponto em baixas velocidades de transmissão. Como
é preciso usar um fio terra comum entre os dispositivos, o cabo não pode ser maior do que algumas dezenas
de metros para evitar problemas como interferência e diminuição da resistência do cabo.
A imagem a seguir apresenta as faixas de valores aceitáveis nas linhas de dados e de controle para o pa-
drão RS232.
27
VALE SABER
2.3. RS485
A topologia é a principal diferença entre o padrão RS485 e o padrão RS232, já que o padrão RS485 utiliza
apenas dois fios para a comunicação. Verifica-se que o nível lógico é determinado pela diferença de tensão
entre as conexões A e B de comunicação, daí o nome de modo de operação diferencial ou balanceado.
Assim como acontece com o padrão RS232, o padrão RS485 não define e nem recomenda nenhum protocolo
de comunicação.
Os códigos binários são identificados pela polaridade (+ ou -) da diferença de tensão entre os condutores
do par, ou seja, quando a tensão no condutor positivo for maior que no condutor negativo, é caracterizado
um nível lógico “1”. Por sua vez, quando a tensão no condutor negativo for maior que no condutor positivo, é
caracterizado um nível lógico “0”.
28
ROV SURFACE CONTROL E VEHICLE - BÁSICO | AVANÇADO
Uma margem de ruído de ±0,2 V é definida para aumentar a tolerância a interferências. Esta técnica resul-
ta no cancelamento de ruídos induzidos no meio de transmissão, pois, caso o ruído seja induzido nos dois
condutores, a diferença de tensão entre eles não se alterará e a informação será preservada. A interferência
eletromagnética emitida por um barramento de comunicação diferencial também é menor que a emitida por
barramentos de comunicação não diferenciais.
Todos os elementos de uma rede RS485 ficam em alta impedância, ou idle, até que o master inicie a comu-
nicação quando a operação ocorre normalmente. Para evitar que ruídos de transientes eletromagnéticos ati-
vem algum slave indevidamente, são utilizados resistores de bias. Esses resistores devem compor um circuito
divisor de tensão que assegure uma tensão superior a 0,2V entre os terminais A e B e que também garanta
que o terminal A fique negativo em relação ao B.
PILOTANDO E APRENDENDO
TURBINANDO O CONHECIMENTO
29
03 COMUNICAÇÃO POR
FIBRA ÓTICA
Neste módulo, vamos conhecer o conceito e a história da fibra ótica, seus tipos ou
modos, como são realizadas a comunicação por fibra ótica e a multiplexação de
sinais óticos. Também serão apresentadas as unidades de medidas de potência e
atenuação utilizadas. Por último, serão apresentados os instrumentos utilizados na
medida de potência e na atenuação de sinais óticos.
ROV SURFACE CONTROL E VEHICLE - BÁSICO | AVANÇADO
A partir daí, ao longo dos anos, foram feitas cada vez mais pesquisas acerca das propriedades e caracterís-
ticas das fibras ópticas até chegarmos ao que elas são hoje em dia. Atualmente as fibras óticas são usadas
em grande escala ao redor do mundo, como em exames endoscópicos e cirurgias corretivas de problemas
visuais e, nas telecomunicações, onde podem atingir taxas de transmissão de até 1Gbps.
A fibra ótica é formada por um filamento extremamente fino e flexível, constituído de vidro ultrapuro ou plás-
tico e serve de meio pelo qual a potência luminosa, injetada pelo emissor de luz, é transmitida ao fotodetector.
O cabo de fibra ótica possui uma estrutura simples, composta basicamente pela casca e núcleo, formado
pelos seguintes componentes e materiais:
Núcleo de material dielétrico, geralmente Óxido de Silício (SiO2), dopado com Germânio, Fósforo e
Alumínio para aumentar seu índice de refração;
Casca de material dielétrico, podendo ser Sílica pura, com índice de refração ligeiramente inferior ao
do Núcleo a fim de permitir a reflexão da luz.
A fim de minimizar a perda de potência do sinal introduzido nas fibras óticas, foram definidas regiões
espectrais de operação onde a atenuação é mínima. Essas regiões são conhecidas como Janelas de
Transmissão e os comprimentos de onda podem ser de 850nm, 1300nm e 1550nm.
As fibras multimodo são mais utilizadas em aplicações de rede locais, enquanto as fibras monomodo são
mais utilizadas em aplicações de redes de longa distância.
31
3.2.1. Fibras Monomodo (Single Mode)
Nas fibras monomodo ocorre apenas um modo de propagação, ou seja, os raios de luz percorrem o interior
da fibra por um só caminho. Outra característica desse tipo de fibra é a variação do índice de refração do
núcleo em relação à casca.
Como possuem dimensões mais reduzidas que as fibras multimodos, as fibras monomodo têm a fabricação
mais complexa. Contudo, as características destas fibras são muito superiores às multimodo, principalmente
porque a banda passante é mais larga, o que aumenta a capacidade de transmissão. As fibras monomodo
também apresentam atenuação mais baixa, o que possibilita o aumento da distância entre as transmissões
sem o uso de repetidores. Os enlaces com fibras monomodo podem ultrapassar 50 km entre os repetidores,
dependendo da qualidade da fibra ótica.
Uma das deficiências desse tipo de fibra é a banda passante que é muito estreita, o que restringe a capaci-
dade de transmissão da fibra. A atenuação é bastante alta quando comparada às fibras monomodo, o que
restringe as aplicações com fibras multimodo com relação à distância e à capacidade de transmissão.
32
ROV SURFACE CONTROL E VEHICLE - BÁSICO | AVANÇADO
possíveis que a luz pode tomar no interior da fibra. Em razão dessas características, a dispersão do impulso
é diminuída e a largura de banda passante da fibra ótica é aumentada.
Os materiais tipicamente empregados na fabricação dessas fibras são Sílica pura para a casca e Sílica do-
pada para o núcleo com dimensões típicas de 125 e 50 mm respectivamente. Essas fibras apresentam baixas
atenuações (3 db/km em 850 nm) e capacidade de transmissão elevadas.
3.3.1. Modulação
Modulação é o processo em que um sinal é transmitido com mudança de amplitude, frequência ou de fase
através de uma portadora. A modulação da portadora é o processo pelo qual o sinal original varia em ampli-
tude, frequência ou fase. O Pulse Code Modulation (PCM) é outra técnica de modulação muito empregada
em sistemas de comunicação por fibras ópticas.
Tanto na modulação de portadora analógica quanto na modulação código de pulso, o transmissor óptico
(LED ou LASER (ILD)) transmite o sinal pela variação da potência da saída. A portadora analógica e a forma
de onda do sinal podem ser representadas por uma variação proporcional na potência de saída ótica.
Um pulso é formado pelo chaveamento da fonte, apresentando dois estados bem definidos: On e Off, em
aplicações digitais. Dessa forma, um pulso pode ser representado por um impulso de luz na fibra (nível lógico
1 – On) e pela ausência de um impulso de luz (nível lógico 0 – Off ) em sistemas digitais.
Transmissor, constituído por dois componentes básicos, o circuito driver e o circuito emissor de luz. O circuito
driver possui a função controle de polarização elétrica e emissão de potência ótica. O circuito emissor de luz
é responsável pela conversão do sinal elétrico em sinal ótico.
33
O Receptor, por sua vez, possui a função inversa do transmissor, ou seja, detecta o sinal ótico e o conver-
te para elétrico. É constituído por um fotodetector que realiza a conversão optoelétrica e por um circuito
amplificador-filtro, onde o sinal recebe um tratamento adequado para a leitura.
O meio físico, composto pelas fibras ópticas, é um guia, cuja luz trafega no seu interior, desde a extremidade
emissora até a extremidade receptora.
Espectro visível (ou óptico) é a porção do espectro eletromagnético cuja radiação é composta por fótons
capazes de sensibilizar o olho humano de uma pessoa normal. Existem sistemas de comunicação por fibras
óticas que trabalham dentro do espectro visível de luz (400nm a 700nm), fazendo uso de diodos emissores
de luz (LED) ou LASER como elemento transmissor, porém são ineficientes para transmissão em grandes
distâncias.
Porém, a fim de diminuir as perdas atenuação e propiciar a transmissão de dados a distâncias maiores, foram
definidas regiões espectrais de operação onde a atenuação é mínima. Essas regiões são conhecidas como
Janelas de Transmissão, ficam localizadas dentro da faixa de luz infravermelha e os comprimentos de onda
podem ser de 850nm, 1300nm e 1550nm.
Isso permite alcançar distâncias de transmissão maiores, pois os sinais com comprimentos de onda maiores
são capazes de desviar de algumas impurezas no interior do núcleo proveniente do processo de fabricação.
A imagem abaixo mostra o espectro eletromagnético:
34
ROV SURFACE CONTROL E VEHICLE - BÁSICO | AVANÇADO
Em sistemas de transmissão por fibra ótica são usados basicamente três tipos de sistemas de multiplexação:
Multiplexação por Divisão de Frequências ou Frequency Division Multiplexing (FDM), Multiplexação por Divi-
são do Tempo ou Time Division Multiplexing (TDM) e a Multiplexação por Divisão de Comprimento de Onda
de Luz ou Wavelength Division Multiplexing (WDM), sendo este último o tipo utilizado nos sistema de ROV
da SNM.
A International Telecommunication Union (ITU-T) regulariza dois sistemas de WDM: o Coarse Wavelength
Division Multiplexing (CWDM) e o Dense Wavelength Division Multiplexing (DWDM). O CWDM é utilizado em
nosso sistema, tanto no ROV como no TMS, mas, neste momento, é importante que todos entendam que se
trata de um sistema que faz a multiplexação dos sinais óticos diferenciando-os por diferentes cores, ou seja,
diferentes comprimentos de onda.
35
Um exemplo de uso do dB é a medição do ganho ou da perda de potência em um sistema. Além da utilização
do dB como medida relativa, também existem outras aplicações nas medidas de valores absolutos tais como
potência e tensão entre outros (dBm, dBV, dBu).
O emprego da subunidade dB é para facilitar o seu uso diário (Um decibel (dB) corresponde a um décimo
de bel (B)).
O dBm ou dBmW é o nível absoluto de potência em dB, em relação à potência de 1mW. Este nível é utilizado
em telecomunicações como uma medida de potência absoluta devido a sua capacidade de expressar valores
muito grandes e muito pequenos de uma forma curta. A grande vantagem da utilização do dBm é que sua
medida independe da impedância.
3.5.2.1. Atenuação
A atenuação é a perda de potência luminosa que um sinal emitido por um transmissor sofre ao longo do
comprimento da uma fibra ótica. É uma característica fundamental na determinação da distância máxima
(alcance) entre um transmissor e um receptor ótico. Em outras palavras, a atenuação (perdas de transmis-
são) de uma fibra ótica pode ser definida pela relação da potência luminosa na entrada da fibra e a potência
luminosa na sua saída.
As principais causas da atenuação nas fibras óticas são absorção, espalhamento, curvaturas e características
do projeto do guia de onda.
36
ROV SURFACE CONTROL E VEHICLE - BÁSICO | AVANÇADO
Absorção – Como nenhum material é perfeitamente transparente, sempre ocorre uma absorção parcial de
luz quando ela é forçada a atravessar um meio (absorção intrínseca). Numa fibra, além da absorção do ma-
terial que compõe seu núcleo, pode haver variações de densidade, imperfeições na fabricação (absorção por
defeitos estruturais), impurezas (absorção extrínseca) e outros fatores que aumentam ainda mais as perdas
por absorção.
Espalhamento – Causado basicamente por imperfeições (de dimensões inferiores ao comprimento de onda)
da estrutura da fibra e se caracteriza pelo desvio da luz em várias direções. O espalhamento ocorre quando
a luz colide com átomos individuais no vidro. A luz que é espalhada em ângulos fora da abertura numérica
da fibra será absorvida pela casca ou transmitida de volta à fonte.
Curvaturas – Quando a luz na fibra ótica encontra curvas, sejam elas macroscópicas (curva de uma fibra
numa quina) ou microscópicas (pequenas ondulações na interface entre a casca e o núcleo), alguns raios de
luz podem formar um ângulo inferior ao ângulo crítico e sair da fibra.
Características do guia de onda – A potência numa fibra ótica não está totalmente presa ao núcleo. Uma
parte da potência pode percorrer a casca da fibra óptica, que passa a sofrer com as atenuações do material
do qual a casca é composta (maiores que as do núcleo), o que pode diminuir a capacidade de transmissão
da fibra.
3.5.2.2. Dispersão
Além das perdas introduzidas pela atenuação e dispersão da fibra ótica, devem ser consideradas também as
perdas causadas nas emendas e conexões entre segmentos de fibras e no acoplamento das fibras com as
fontes (transmissor) e detectores luminosos (receptor).
A união de dois trechos de fibra ótica pode ser feita por meio de emendas (fusão) ou por acoplamento óptico
entre dois conectores similares com o uso de um adaptador (emenda mecânica).
37
A próxima tabela apresenta os valores de perda típica das emendas e conexões de fibras óticas em dB.
VALE SABER
O Optical Light Source é um dispositivo usado para a geração de um sinal ótico para fins de teste de po-
tência/atenuação em links de fibra ótica. O sinal ótico gerado e transmitido tem um comprimento de onda
previamente definido e geralmente está entre 1330 a 1550nm.
O Optical Power Meter é um dispositivo usado para medir a potência de um sinal ótico. Consiste em um sen-
sor (essencialmente um fotodiodo selecionado para a gama adequada de comprimentos de onda e níveis de
potência) devidamente calibrado, um amplificador e uma unidade exibição (display).
38
ROV SURFACE CONTROL E VEHICLE - BÁSICO | AVANÇADO
1 2
3 4
5 6
Não retire o conector do Power Meter após a Com auxílio de uma emenda mecânica faça a união
calibragem da fibra de referência. das fibras de referência com a fibra a ser medida.
39
3.6.2. Medidas de continuidade ou ruptura
A verificação de continuidade (ruptura) e o rastreamento de uma fibra ótica só podem ser realizados com o
auxílio de uma ferramenta portátil (laser) ou do Optical Time Domain Reflectometer (OTDR).
Esta ferramenta projeta uma luz vermelha de alta visibilidade no cabo de fibra ótica. Normalmente operam
nos modos Contínuo ou Modulado (emitindo pulso de 1Hz). O modo modulado (piscante) aumenta a visibili-
dade para uso em locais de luz ambiente forte.
Seu uso é simples, basta conectar a ferramenta em uma das pontas da fibra, ligá-la para que esta emita luz
e verificar a luz emitida na outra extremidade da fibra. Caso não haja luz, é necessário fazer uma inspeção
no cabo e, onde houver luz (uma área vermelha brilhante contínua ou pulsante), há um possível rompimento.
O uso do OTDR torna mais ágil e auxilia o trabalho das equipes de ROV durante a implantação, operação e
manutenção de fibras óticas.
Um OTDR combina uma fonte de luz (laser) e um detector (foto diodo) que proporcionam uma visão dentro
do link de fibra. Funciona emitindo um sinal luminoso na fibra, então o detector recebe a luz refletida a partir
dos diferentes elementos da ligação (emendas). Isso produz um traço sobre um gráfico, de acordo com o
sinal recebido. Logo de imediato um relógio calcula o tempo do pulso, e o tempo é convertido em distância.
40
ROV SURFACE CONTROL E VEHICLE - BÁSICO | AVANÇADO
Quando o pulso houver sido inteiramente devolvido ao detector, um outro pulso será enviado até que este
seja completamente refletido. Portanto, muitas aquisições são realizadas.
Com todas as aquisições concluídas, seu processamento é realizado a fim de calcular a distância, a atenua-
ção e a reflexão de cada evento (emenda, juntas, conectores etc) do link de fibra ótica.
O alcance dinâmico determina o comprimento máximo de fibra possível de ser medido pelo OTDR, conside-
rando-se a atenuação na fibra, nas emendas e nas conexões. Uma das formas de se definir o alcance dinâ-
mico é a diferença de nível de retro espalhamento no início da fibra e o nível de ruído onde a relação sinal/
ruído é igual a 1, medido em DBm.
Deve-se também considerar que quanto maior o comprimento da fibra, mais sinal retro espalhado se apro-
xima do ruído, aumentando a margem de erro das medidas e fazendo com que pequenos eventos sejam
dificilmente detectados.
41
O OTDR envia pulsos repetidamente para a fibra. São tiradas medidas dos resultados para que o ruído ale-
atório do receptor seja suavizado no tempo. Na tela do OTDR, o nível de ruído será reduzido com o tempo.
Quanto maior o tempo, maior será o alcance dinâmico. As maiores melhorias do sinal ocorrem no primeiro
minuto. A maioria dos OTDRs têm suas faixas dinâmicas especificadas após três minutos de medição.
A zona morta é definida como a distância entre o início de um evento e o ponto onde um evento consecutivo
pode ser detectado. A zona morta é também conhecida como resolução entre dois pontos, pois determina o
espaçamento mínimo que pode ser medido entre dois eventos reflexivos, que saturam o receptor do OTDR.
Estes trechos “cegos” têm a duração igual à soma da largura do pulso ótico mais o tempo que o receptor de-
mora para recuperar-se da reflexão. Existem dois tipos de zona morta: Zona Morta de Evento e Zona Morta
de Atenuação.
Zona Morta de Evento – Define a distância mínima a partir de um ponto onde ocorre um evento, até outro
ponto onde outro evento de mesma natureza pode ser detectado.
Entretanto, esse evento só pode ser detectado, mas não se pode medir perda associada a ele. Quanto a sua
natureza, os eventos podem ser reflexivos (quando ocorrem reflexões de Fresnel) ou não reflexivos (quando
há degraus por variação do nível do sinal retro-espalhado). Para eventos reflexivos, a zona morta de evento é
definida como a distância medida no ponto onde a curva cai 1.5 dbm do nível de saturação devido à reflexão.
Para eventos não reflexivos, a zona morta de evento é definida como a distância entre os pontos de início e
fim de um degrau com atenuação inferior a 1,0dbm e variando 0,1dbm dos valores inicial e final, como mos-
trado na figura.
Usualmente, esta zona morta é um valor fixo e depende somente da largura de pulso aplicada.
42
ROV SURFACE CONTROL E VEHICLE - BÁSICO | AVANÇADO
Zona Morta de Atenuação – Define a distância mínima do ponto a partir do início de uma reflexão e o
ponto onde o traço do retro-espalhamento pode voltar a ser detectado, podendo ser realizadas medidas para
a verificação da localização de eventos discretos (não reflexivos). Esta distância é medida no ponto onde a
curva tenha retornado a 0,5dB acima do nível da curva retro espalhada, extrapolada para a esquerda, consi-
derando uma refletância de 30dbm. Geralmente, quanto maior a potência refletida, maior será a zona morta.
Para a aceitação de emendas, o valor analisado é a média aritmética entre as médias de sentidos. A medição
nos dois sentidos faz-se obrigatória.
O valor da medida de atenuação, que é apresentado pelo OTDR, é resultante das diferenças observadas
na curva do OTDR antes e após a emenda. Esta curva é gerada pelo sinal retro-espalhado e este não varia
apenas de acordo com o nível do sinal incidente, mas também com o coeficiente de retro-espalhamento dos
trechos de fibras em análise. Se houver diferenças entre estes coeficientes, o valor medido pelo OTDR não
será a perda real da emenda. Entretanto, quando realizarmos a medida nos dois sentidos e calcularmos a mé-
dia aritmética, estas diferenças se cancelam e o valor obtido é o valor médio, real, da atenuação na emenda.
Frequentemente é verificado um ganho como resultado da análise de uma emenda, como mostrado na figura
abaixo. A explicação para este ganho é que a fibra que está após a emenda está retro-espalhando mais luz
do que a fibra que está antes da emenda. Isto pode ocorrer mesmo que haja perda na emenda.
Quando se faz a medida em sentido contrário, inverte-se a situação do sinal retro espalhado e a média arit-
mética das duas medidas deverá sempre ser uma atenuação, pois uma emenda é um elemento passivo e
nunca irá amplificar a luz que está sendo transmitida. Entretanto, a imprecisão do OTDR e a falta de cuida-
do do operador na inserção dos dados no OTDR podem resultar em uma conclusão de que a emenda está
amplificando o sinal. Vale ainda ressaltar que sempre que houver um ganho no OTDR é porque existe uma
emenda neste local, pois, com certeza, temos duas fibras diferentes nos trechos antes e depois do evento.
43
Gráfico do OTDR com um ganho em uma emenda.
De maneira geral, o operador do OTDR deve sempre lembrar que o parâmetro mais significativo na confi-
guração de um OTDR é a largura do pulso que será utilizada no teste. Sendo assim, na grande maioria dos
casos, a escolha correta da largura de pulso será suficiente para solucionar o problema.
Como regra básica, para enlances longos são utilizados pulsos maiores e, para enlances curtos, são utiliza-
dos pulsos menores.
Tabela de dados para configuração do OTDR
Essa é uma tabela de referência para configuração do OTDR fornecida pela fabricante Nexans.
Nominal +
Optcal Characteristics (target values) Unit
Value -
UNIT-FO Fibre Optic Element, MM - G651
Operating wavelength nm 850/1300 μm
44
ROV SURFACE CONTROL E VEHICLE - BÁSICO | AVANÇADO
Nominal +
Optcal Characteristics (target values) Unit
Value -
UNIT-FO Fibre Optic Element, MM - G652D
Operating wavelength nm 1310/1550 -
Attenuation @ 1310nm dB/Km ≤0.36 -
Attenuation @ 1550nm dB/Km ≤0.22 -
Chromatic dispersion @ 1285-1330nm ps/nm-Km ≤3.5 -
Chromatic dispersion @ 1550nm ps/nm-Km ≤18 -
PMD - Polarization Mode Dispersion ps/Km 1/2 ≤0.2 -
Effective Group Index for Refraction 1.467 -
Neff
@ 1310nm/1550nm
Mode field diameter @1310nm μm 9.3 0.5
Fibre cladding diameter μm 125 1
Fibre coating diameter μm 250 15
Cable cut-off wavelength, λcc nm ≤1260 15
Nom circularity of cladding % ≤1 -
Fibre proof test level (1 second) N 9 -
Os aspectos de segurança de maior gravidade em relação à fibra ótica são o manuseio e a disposição
final dos pedaços de fibra de vidro gerados pelo corte, pela reterminação ou pela quebra acidental da
fibra. Sempre use os óculos de segurança com proteção lateral, e o uso de luvas de couro pode ter
alguma valia.
Trate os pedaços de fibra como se fossem estilhaços de vidro comum. Estas lascas de vidro podem
facilmente provocar cortes ou se alojarem debaixo da pele.
Evite tocar os olhos (principalmente usuários de lentes de contato) sem antes lavar repetidamente
as mãos.
Mantenha todo o tipo de alimento e/ou bebidas fora da área de trabalho. Se forem ingeridas, as partí-
culas de fibra podem causar hemorragias internas.
Tome todas as medidas possíveis para minimizar a presença de partículas de fibra nas suas roupas.
Tais partículas podem posteriormente ser passadas para os alimentos ou bebidas, ou serem ingeridas
de outra maneira.
Sempre disponha dos restos de fibra de forma adequada e com muito cuidado.
Use um recipiente exclusivo para detritos pontiagudos. Caso não seja possível, pelo menos, guarde os
pedaços de fibra em um copo descartável para posterior descarte.
45
Ao terminar o trabalho, a área de trabalho deverá ser limpa com muito cuidado.
Nunca olhe para a extremidade de uma fibra, pois a mesma pode estar transmitindo. A luz do laser é
invisível e pode causar danos irreversíveis aos olhos. Use um medidor (optical power meter) para con-
firmar se a fibra não está transmitindo.
Nunca mire a fibra em teste ou o Visual Fault Locator na direção dos olhos. Mire sempre para a ante-
para ou uma folha de papel e, caso não seja possível, olhe mantendo o olhar desviado em pelo menos
6 polegadas.
PILOTANDO E APRENDENDO
Explique qual é a diferença entre as fibras óticas dos tipos multimodo e monomodo.
TURBINANDO O CONHECIMENTO
Neste módulo, conhecemos o conceito e a história da fibra ótica, seus tipos ou mo-
dos, como é realizada a comunicação por fibra ótica. Também foram apresentadas
as unidades de medidas de potência e atenuação utilizadas. Por último, vimos os
instrumentos utilizados na medida de potência e na atenuação de sinais óticos.
46
ROV SURFACE CONTROL E VEHICLE - BÁSICO | AVANÇADO
47
04 DISPOSITIVOS DE COMUNICAÇÃO
SURFACE/SUBSEA
ROV SURFACE CONTROL E VEHICLE - BÁSICO | AVANÇADO
Neste módulo, serão apresentados os dispositivos responsáveis pela comunicação/telemetria do ROV Typhoon. Ve-
remos qual é a função de cada um dos componentes, sua localização e interconexão com os demais componentes.
Note que não trataremos dos componentes do TMS, pois seus componentes trabalham de forma indepen-
dente do ROV e serão tratados em outro treinamento.
49
4.1. Componentes de Superfície (Surface)
Iniciaremos a análise dos componentes de superfície pelo console, local de onde partem os comandos para o ROV.
A placa MCB Adapter Board também é responsável por transmitir os sinais de ligar (on) e desligar (off ) do
Console Panel Power (ROV e TMS Electronics e ROV e TMS HPU) ao Electronical Power Cabinets. Ela também
transmite os dados de comando à unidade externa do guincho para controle via sala de operação.
A imagem a seguir mostra o fluxograma de interconexão entre os módulos de controle do console e das
placas do console.
50
ROV SURFACE CONTROL E VEHICLE - BÁSICO | AVANÇADO
As placas Master Console Board (MCB) recebem informações analógicas e digitais dos módulos de controle
do console e do Vessel Integration Panel.
Os sinais analógicos provenientes dos joysticks e potenciômetros de controle das luminárias, são uma varia-
ção de tensão (entre 0 e 5Vdc) proporcional à posição dos mesmos. Os sinais digitais recebidos são pulsos
de tensão, onde o bit 0 é off ou 0v e o bit 1 é on ou 5v. O Vessel Integration Panel envia os comandos de
interrogação (trigger) provenientes do sistema de Posicionamento Dinâmico (DP) da embarcação.
Todos esses sinais são tratados, processados, multiplexados e enviados via padrão RS485 a quem é de di-
reito, seja o Pilot PC1 para indicação visual e monitoramento ao piloto, ou o ROV Fibre Mux para envio de
comandos ao ROV.
A MCB também possui drivers para controle dos LEDs indicadores instalados nos módulos de controle do console.
Outros softwares associados à pilotagem são instalados neste computador como o Video Interface Ap-
plication.
51
A interface entre o Pilot PC1 e os demais componentes do sistema é feita pelas seguintes placas eletrônicas.
52
ROV SURFACE CONTROL E VEHICLE - BÁSICO | AVANÇADO
A imagem e a tabela a seguir detalham as conexões entre as placas do Pilot PC1 e os demais componentes
do sistema.
53
De (PC) Para Descrição
USB 17” monitor touch screen 2nd Mouse input (Pilot touch screen only)
Computer Speakers to PI
Audio Output 2 Channel Amplified Computer Speakers
Alarms
Video Input 4 NC NC
ATENÇÃO!
54
ROV SURFACE CONTROL E VEHICLE - BÁSICO | AVANÇADO
O Power Monitor Cabinet é um software desenvolvido pela TMT para monitoramento em tempo real do esta-
do do funcionamento dos circuitos de potência (Instruments & HPU) dos gabinetes do PDU (Electrical Power
Cabinets).
A aquisição desses dados se dá por meio de uma rede de dados sobre o padrão RS485, em que diversos
equipamentos enviam ao Auxiliary PC1 e, consequentemente, ao Power Monitor Cabinet dados de tensão,
corrente, isolação e temperatura.
55
A imagem abaixo ilustra as placas Analogue Input Board e os multímetros (DMTME) ligados em barramento,
comunicando-se com o Auxiliary PC1.
56
ROV SURFACE CONTROL E VEHICLE - BÁSICO | AVANÇADO
O Focal 907 Diagnostics Manager, software desenvolvido e fornecido pela Focal Technologies, permite o diag-
nóstico em tempo real do Fibre Optic MUX Stack, que compõe o ROV Fibre MUX.
O diagnóstico é feito via comunicação direta via ethernet entre o computador e a PCI Ethernet Diagnostic Card.
Camera and Lights Application – utilizado para comandar e obter feedback das câmeras e luminárias.
57
DVL Diagnostics – este software é utilizado para testes de comunicação e diagnósticos do Doppler
Velocity Log (DVL).
A imagem e a tabela a seguir detalham as conexões entre as placas do Auxiliary PC1 e os demais compo-
nentes do sistema.
58
ROV SURFACE CONTROL E VEHICLE - BÁSICO | AVANÇADO
59
4.1.4.1. Kongsberg MS1000
A comunicação entre o software MS1000 e a cabeça do sonar é feita via padrão RS232 (o padrão RS485
também pode ser usado) por meio de um canal de comunicação livre do ROV Fibre MUX, já que este não é
um dispositivo de sistema, mas sim um acessório.
ATENÇÃO!
O Fluid/Tooling Skid possui um software para controle de suas funções e interface entre o operador e o mes-
mo. Além disso, este software permite ao operador a medida de diversos valores, como:
60
ROV SURFACE CONTROL E VEHICLE - BÁSICO | AVANÇADO
Assim como o Sonar, o Fluid/Tooling Skid também é considerado um acessório e, para que se comunique
com o Fluid/Tooling Skid Application, basta conectá-los via padrão RS485 por um canal de comunicação
disponível no ROV Fibre MUX.
A imagem e a tabela abaixo detalham as conexões entre as placas do Auxiliary PC2 e os demais componentes
do sistema.
61
De (PC) Para Descrição
Aux. PC2 Mother Board Card
Outra importante função do Video Edge PC é o armazenamento das imagens capturadas em seus HDs, pro-
vendo um banco de dados de imagens dos mergulhos anteriores para futuras consultas.
O Vídeo Edge PC recebe, via padrão RS485, um pacote de dados diretamente do ROV Fibre MUX com todas
as informações necessárias para a inserção dos dados sobre a imagem.
62
ROV SURFACE CONTROL E VEHICLE - BÁSICO | AVANÇADO
A diferença entre os dois equipamentos é que o Vessel Panel Integration de bombordo possui um sistema
de seleção de imagens e conversores de vídeo para fibra ótica para posterior envio à sala de operações dos
engenheiros.
Uma das suas principais funções é permitir a seleção do canal do trigger de entrada e direcioná-lo para o
Responder desejado, seja no TMS ou no ROV. O sinal de trigger é proveniente do console do sistema de Po-
sicionamento Dinâmico (DP) na ponte de comando da embarcação e gerado pelo computador de controle
do High Precision Acoustic Positioning (HiPAP) System.
A comunicação entre o Conan Master Controller e o Slave Arm (Conan Manipulator) é feita via padrão RS485
(o padrão RS232 também pode ser usado) por meio de um canal de comunicação livre do ROV Fibre MUX,
já que este não é um dispositivo de sistema, mas também um acessório. É conectado ao Console Cabinet e
não diretamente ao ROV Fibre MUX, pois sua alimentação elétrica vem deste gabinete.
63
4.1.8. ROV Fibre MUX
O ROV Fibre MUX é responsável por trocar dados (vídeo e dados digitais) com o ROV por meio de um link de
fibra ótica.
É composto, basicamente, por cinco placas eletrônicas da série 907 fabricadas pela Focal Technologies se-
guindo o padrão dimensional e de conexão PC104. Isto permite que todas as placas sejam montadas umas
sobre as outras, formando uma pilha (Stack), dispensando conexões por fio e, consequentemente, diminuin-
do a ocorrência de falhas por mau contato.
64
ROV SURFACE CONTROL E VEHICLE - BÁSICO | AVANÇADO
A fim de trazer mais segurança em termos de comunicação, duas fibras são direcionadas ao ROV Fibre MUX
subsea instalado dentro da MEE. Apenas uma fibra é utilizada para estabelecer a comunicação entre surface
x subsea, sendo a outra fibra ótica sobressalente (Spare). Essa comutação da fibra é feita pela Optical Switch
Card sempre que o Operador de ROV aciona manualmente uma chave comutadora no painel frontal.
65
4.2.2. Fiber Optic Rotaty Joint (FORJ)
A FORJ “Fiber Optic Rotary Joint” tem uma função similar a do Slip-ring, sendo que esta utiliza um conjunto
de espelhos e prismas para fazer com que o feixe de luz chegue à parte rotativa da junção. A figura a seguir
mostra a vista em corte de uma FORJ.
Estão presentes no tambor do guincho e do TMS, acopladas ao eixo do Slip Ring, com o intuito de conectar
o Deck Cable ao Cabo Armado, e o Cabo Armado ao Tether respectivamente.
Uma FORJ pode ter até cinco passes, ou seja, canais de óticos e, devido à distância necessária para a luz
alcançar a extremidade da FORJ, os canais mais distantes acabam por apresentar maior atenuação se com-
parados aos canais com saída mais próxima à entrada. A tabela abaixo apresenta algumas características da
FORJ onde é possível verificar essa diferença de atenuação.
Especificações da FORJ
2 Passes 3 Passes 4 Passes
Canal
Típico Máximo Típico Máximo Típico Máximo
1 2.0 3.0 2.0 3.0 2.0 3.0
Perda (dB) 2 2.5 4.0 2.5 4.0 2.5 4.0
4 - - - - 4.0 5.5
Variação em
Até 100 RPM Seco / 60 RPM Trabalhando imerso em Fluido
Rotação
Pressão de
Até 10.000 Psi para a versão compensada
Trabalho
66
ROV SURFACE CONTROL E VEHICLE - BÁSICO | AVANÇADO
Condutores de potência:
- 3 x 16mm2 (4,5KV) – Para HPU do ROV;
- 3 x 4mm2 (3.3KV) – Para a HPU do TMS;
- 2 x 4mm2 (3.3KV) – Para a Instrumentação do TMS;
- 2 x 4mm2 (3.3KV) – Para Instrumentação do ROV.
O Cabo Armado possui mais condutores que o Tether, já que deve levar alimentação elétrica para o ROV e
também para o TMS.
4.2.4. Tether
Tether é o cabo umbilical que interliga o TMS ao ROV. Ele consiste em uma capa de borracha de alta den-
sidade (amarela), com função de neutralizar o peso dele mesmo (cabo tether) na água, assim como dos fios
de Kevlar, ambos fazem a proteção mecânica. Os filamentos de Kevlar proporcionam a resistência mecânica
com relação à tração no cabo. O cabo é constituído por:
Condutores de potência:
- 3 x 6mm2 (3,3KV) – Para HPU do ROV;
- 2 x 2,5mm2 (3.3KV) – Para a HPU do ROV;
67
4.3. Componentes Submarinos (Subsea)
Neste item serão apresentados os componentes responsáveis pela comunicação no ROV.
Ela também controla e distribui a alimentação elétrica para os diversos subsistemas do ROV, incluindo câme-
ras, luminárias 24Vdc e ferramentas, mas isto é assunto para outro treinamento.
Tem em suas extremidades uma tampa (End Cap) e uma estrutura (Bell Housing) que acomoda vinte e quatro
conectores submarinos (penetradores, também conhecidos como bulkhead) onde são conectados os cabos
que interligam a MEE aos demais componentes do ROV.
68
ROV SURFACE CONTROL E VEHICLE - BÁSICO | AVANÇADO
Power Slide (potência) – onde estão instaladas Comms Slide (comunicação) – onde estão
as fontes de alimentação, os sensores de isolação, instalados os componentes responsáveis pela
contatores, relés e placas de controle de potência. comunicação / telemetria.
Como dito anteriormente, o Bell Housing é uma estrutura que acomoda vinte e quatro conectores submarinos
(penetradores), onde são conectados os cabos que interligam o MEE aos demais componentes do ROV.
Onde:
#1 - Sequência numérica;
A - Posição à frente da Bell Housing;
B - Posição ao meio Bell Housing;
C - Posição ao fundo da Bell Housing.
69
A tabela a seguir mostra a função de cada um dos penetradores de acordo com sua posição.
O Comms Slide é a unidade da MEE onde estão instalados os componentes responsáveis pela comunicação/
telemetria do ROV.
A função ROV Fibre MUX Subsea é muito semelhante à do ROV Fibre MUX de superfície. Converte sinais
analógicos e digitais para sinais de luz e os transmite através de um cabo de fibra ótica single-mode para a
superfície, onde temos uma unidade similar a esta. A MUX está localizada no Comms Slide da MEE.
70
ROV SURFACE CONTROL E VEHICLE - BÁSICO | AVANÇADO
O ROV Fibre MUX Subsea possui quatro placas, sendo a primeira o Optical Switcher Card, conectada via
fibra ótica ao Optical Switcher Card de superfície, que faz a interface ótica entre as demais placas do MUX
submarino e as do MUX de superfície.
Outras duas placas (RS232 e RS485 Card) são mux-demultiplexadores dos padrões RS232 e RS 485. Seus
canais no fundo estão diretamente ligados aos canais correspondentes na superfície, permitindo a comuni-
cação entre dispositivos nestes dois ambientes.
A quarta placa tem como função receber os sinais analógicos de vídeo das câmeras de ROV, convertê-las
para um padrão digital e enviá-las para a placa correspondente na superfície, para que converter os sinais
de vídeos em formato digital em sinais analógicos de vídeos para que sejam enviados aos monitores ou
chaveadores de vídeo. Esta placa também faz a interface entre os mux-demultiplexadores seriais e a Optical
Switcher Card.
A tabela abaixo mostra as conexões de cada uma das placas do ROV Fibre MUX de subsea.
71
Placas Detalhes Comentários
1A to SJB1 -
1B to Sonar -
2A to SJB2 -
2B Spare -
RS232 Card
3A to Aux 1 (MEE 8B) -
3B Spare -
4A to DVL -
4B Spare -
6 video channels default NTSC/ Três canais diretos e três canais
Video Card
PAL vindos da Vídeo Switcher Board.
A Back Plane Board oferece a conexão entre as demais placas e cabos dentro da MEE. Ela distribui barra-
mentos de comunicação e alimentação (protegida por fusíveis de reset (rearme) automáticos) a todas as
placas conectadas à Back Plane Board.
São conectadas a Back Plane as placas FET Drive Board, Node Hub e a placa de Analogue Video Switch.
A placa Node Hub é um concentrador/gerenciador serial que provê o isolamento elétrico a doze canais
seriais de comunicação, permitindo que dados sejam trocados entre os dispositivos via padrão RS485. Dife-
rentemente de um barramento, o Node Hub oferece proteção contra curtos nas linhas de comunicação de
um dispositivo defeituoso e que possivelmente se alastraria para os demais dispositivos impedindo qualquer
72
ROV SURFACE CONTROL E VEHICLE - BÁSICO | AVANÇADO
Na MEE estão instaladas duas placas Node Hub, cada uma delas responsável por distribuir a comunicação a
uma determinada parte do sistema, gerenciando o fluxo de informações dentro da rede RS485.
NH1: Id = N1 tem uma conexão de fibra com a MCB1 RS485 System Comms.
NH2: Id = N1 tem uma conexão de fibra com a MCB2 RS485 / Lights Comms.
A FET Drive PCB é uma placa montada na Back Plane, que fornece vinte saídas para controle e comutação
geral no ROV.
73
Comunica-se através do Node Hub com uma das MCBs localizadas na superfície, executando o controle
sobre diversos dispositivos, como os exemplificados a seguir:
Controlar os sinais de trigger (Survey J-Box Relay Block) dos dois Beacons;
74
ROV SURFACE CONTROL E VEHICLE - BÁSICO | AVANÇADO
São elas:
75
4.3.2.3.2. Current Sensor Board
O ROV Typhoon utiliza luminárias de 24VDC fabricadas pela TMT Technologies. Essas luminárias recebem via
padrão RS485 os comandos de dimmer (alteração do brilho das luminárias). As câmeras compartilham com
as luminárias as mesmas linhas de comunicação, mas neste caso, é para o controle de foco e zoom que é
feito via comandos serial.
A imagem abaixo ilustra, na forma de diagrama em blocos, o caminho percorrido pelo comando no ROV.
76
ROV SURFACE CONTROL E VEHICLE - BÁSICO | AVANÇADO
4.3.3.2. TOGSNAV
A imagem abaixo ilustra o diagrama em blocos do caminho percorrido pelos dados de controle do Tooling
Skid (1B), Port Schilling Arm (4B), Stb Schilling Arm (5B) no ROV.
77
4.3.3.5. Survey J-Box
A Light Dimmer Bottle, localizada na parte frontal do ROV, é uma garrafa atmosférica cuja função é controlar
a intensidade de quatro luminárias (115VDC) de LED, sendo duas frontais e duas traseiras.
A alimentação AC da garrafa é retificada para DC por dois conversores DC-DC que fazem o controle propor-
cional do brilho das luminárias variando (individualmente) a corrente de saída via padrão RS485.
A placa de controle da Light Dimmer Bottle ainda possui propriedades adicionais como:
78
ROV SURFACE CONTROL E VEHICLE - BÁSICO | AVANÇADO
O conector C2 (IE55-1508, 8 pin) é diferente dos demais conectores C3 e C4 (IE1504, 3 pin), pois ele emprega
duas luminárias no seu conjunto, conforme a imagem abaixo.
1A
MEE 2A
3A
(MAIN ELETRONICS ENCLOSURE 3000) 4A
Nº: 0004-7391 5A
6A
Nº: 0004-5201
3C
2C
5C
4C
1B
4B
5B
POWER SLICE BB
8B
Nº: 0009-3163 6C
7C
3B
COMMS SLICE 2B
Nº: 0004-7392 6B
7B
A imagem abaixo ilustra o diagrama em blocos da comunicação entre a MEE e a Light Dimmer Bottle (7B).
79
4.3.3.7. Sensor Bottle
A Sensor Bottle tem como função receber os sinais dos sensores do ROV como temperatura, presença de
água e nível de compensador, tratá-los e enviá-los por um canal de comunicação RS485 para o GUI.
As placas RTD HV, ou Resistence Temperature Detector High Voltage, recebem o nome “HV”, pois possuem
isolação de proteção nos seus canais de medição, pois ficam próximos a circuitos de alta tensão.
Temperatura do transformador;
Sensores de água.
80
ROV SURFACE CONTROL E VEHICLE - BÁSICO | AVANÇADO
O sensor de nível é responsável por indicar o volume de óleo nos compensadores através da variação de
tensão, num range entre 0V a 10V, e indica proporcionalmente o nível do compensador.
O sensor funciona através de uma resistência linear que, quando percorrida por um elemento magnético de
grande potência, altera o seu valor ôhmico pela associação das resistências internas ligadas a reed-switches
e, consequentemente, o valor da tensão na saída.
81
4.3.3.7.2. Sensor de Água e Temperatura (HPU)
O Sensor de Água e temperatura do HPU está localizado na parte inferior dos reservatórios principal e au-
xiliar. Para o sensor de temperatura são utilizados dois fios ligados a um “RTD” ou resistência variável de
acordo com a temperatura. O sensor de água opera por meio da queda da resistência entre os dois pinos do
sensor quando ambos estão imersos em água no interior dos reservatórios.
Na parte interna da Transformer Box, são instalados dois sensores. Um deles é o sensor de temperatura, cuja
função é indicar o aumento de temperatura, o que pode indicar uma sobre carga sobre o transformador. O
outro sensor é para a leitura de presença de água da Transformer Box. O sensoriamento se dá através da
queda da resistência entre os dois parafusos fixados em um suporte, quando ambos estão imersos em água
no interior da caixa.
82
ROV SURFACE CONTROL E VEHICLE - BÁSICO | AVANÇADO
4.3.3.8. Manifolds
O cérebro dos manifolds é a placa FET RPM Board, que está presente nos seis manifolds hidráulicos do ROV
Typhoon.
83
Os manifolds recebem comandos via conexão serial padrão RS485, conforme mostrado na figura abaixo (PRT
THRUST (1C), AUX PORT LFM (2C), STB THRUST MAN (3C), STB VERTICAL LFM (4C) e STB HORIZ LFM (5C)).
84
ROV SURFACE CONTROL E VEHICLE - BÁSICO | AVANÇADO
PILOTANDO E APRENDENDO
TURBINANDO O CONHECIMENTO
Neste módulo, vimos quais são as interconexões que ocorrem entre dispositivos
do console e a forma como são processados e multiplexados os sinais do console
e de outros dispositivos de superfície.
85
Conclusão
Você acaba de concluir o curso ROV Surface Control e Vehicle - Básico | Avançado. Agora
você já possui uma visão geral da estrutura e funcionamento do ROV Surface Control e Vehicle.
Ao longo do curso você foi apresentado ao conceito de comunicação de dados, tipos de ca-
nais de comunicação, taxas de transferência, controle de fluxo, paridade e topologia.
Além disso, também foi estudada a multiplexação de sinais, padrões elétricos de comunicação
e como a fibra ótica é usada para a comunicação. Por último, estudamos o console e a sua
interconexão com as placas e os dispositivos de comunicação de surface e subsea.
Resposta: No canal simplex a direção de transmissão ocorre em um único sentido. No canal half-duplex, as
mensagens podem fluir nas duas direções, mas a transmissão não é simultânea. Já no canal full-duplex, as
mensagens podem ser trocadas ao mesmo tempo em ambas as direções.
Resposta: A topologia é a principal diferença entre o padrão RS485 e o padrão RS232, já que o padrão
RS485 utiliza apenas dois fios para a comunicação, enquanto o padrão RS232 utiliza um fio para transmissão,
outro para recepção e o fio terra para referência dos níveis de tensão.
Explique qual é a diferença entre as fibras óticas dos tipos monomodo e multimodo.
Resposta: As fibras multimodo são mais utilizadas em aplicações de rede locais, enquanto as fibras mono-
modo são mais utilizadas em aplicações de redes de longa distância.
Resposta: A interconexão é feita via cabo até a placa MCB Adapter Board, onde são recebidos os sinais
analógicos e digitais vindos do console. Depois os sinais são transmitidos às placas Master Console Boards
para que sejam tratados e enviados via padrão RS485 ao Pilot PC1 (interface no Software do Sistema) e ao
ROV Fibre MUX (para controle do ROV).
Resposta: O ROV Fibre MUX é o dispositivo responsável por concentrar e levar as informações da superfície
ao fundo, e vice-versa, em distâncias de vários quilômetros em tempo real.
87
Glossário
Perda de potência luminosa que um sinal emitido por um transmissor sofre
Atenuação
ao longo do comprimento de uma fibra ótica.
Canal de comunicação Caminho pelo qual a informação passa até chegar ao destino.
Coarse Wavelength Sistema definido pela norma ITU-T 694.2 e prevê espaçamento de 20nm
Division Multiplexing entre os canais desde 1271nm até 1611nm num total de 18 possíveis canais.
International Safe Management Code - Código Internacional da Gestão da
Código ISM
Segurança.
Processo de envio de dados bit por bit em um canal de comunicação de
Comunicação serial
forma sequencial.
Mecanismo que impede que haja sobrecarga em um receptor lento por
Controle de fluxo
causa de um transmissor rápido.
Medida da razão entre dois pontos, que é usado para uma grande varieda-
Decibel (dB)
de de medições em acústica, física, eletrônica e telecomunicações.
Electronic Industries
Comitê administrado pela Telecommunication Industry Association (TIA).
Association
Método pelo qual vários canais de informação são multiplexados em um
Frequency Division Multi-
único canal, pela associação de cada um destes canais a uma portadora
plexing
diferente.
Integrated Management System - Sistema de Gestão Integrada de Qualida-
IMS
de, Segurança, Saúde e Meio Ambiente.
Norma aplicável a qualquer tipo de organização que tem como propósito
ISO 14001
obter um desempenho ambiental correto.
Norma que tem como objetivo melhorar a gestão de uma empresa. Pode
ISO 9001 ser aplicada em conjunto com outras normas de funcionamento, como as
de saúde ocupacional, meio ambiente e segurança.
É uma expressão de origem inglesa, que significa a união de duas ou mais
empresas já existentes com o objetivo de iniciar ou realizar uma atividade
Joint venture
econômica comum, por um determinado período de tempo, visando entre
outras motivações, o lucro.
MCB Adapter Board Placa que recebe os sinais analógicos e digitais vindos do console.
88
ROV SURFACE CONTROL E VEHICLE - BÁSICO | AVANÇADO
MCB Adapter Board Placa que recebe os sinais analógicos e digitais vindos dos console.
89
____________________________________________
____________________________________________
____________________________________________
____________________________________________
____________________________________________
____________________________________________
____________________________________________
____________________________________________
____________________________________________
____________________________________________
____________________________________________
____________________________________________
____________________________________________
____________________________________________
____________________________________________
____________________________________________
____________________________________________
____________________________________________
____________________________________________
____________________________________________
____________________________________________
____________________________________________
____________________________________________
____________________________________________
____________________________________________
____________________________________________
90
ROV SURFACE CONTROL E VEHICLE - BÁSICO | AVANÇADO
____________________________________________
____________________________________________
____________________________________________
____________________________________________
____________________________________________
____________________________________________
____________________________________________
____________________________________________
____________________________________________
____________________________________________
____________________________________________
____________________________________________
____________________________________________
____________________________________________
____________________________________________
____________________________________________
____________________________________________
____________________________________________
____________________________________________
____________________________________________
____________________________________________
____________________________________________
____________________________________________
____________________________________________
____________________________________________
____________________________________________
91
92
ROV SURFACE CONTROL E VEHICLE - BÁSICO | AVANÇADO
93
94
ROV SURFACE CONTROL E VEHICLE - BÁSICO | AVANÇADO
95
96