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RESENHA CRÍTICA
considerarmos Macau na China) desde o início do século XV, de modo que, pode-se
dizer inequivocamente que a ausência de tais parâmetros não foi fatal para a difusão
e relevância do Português no cenário internacional.
Não por acaso os documentos balizadores da política de ensino de PLA de
Portugal adotam uma postura ideológica típica de mentalidades diplomáticas
expansionistas de tipo clássico, daqueles que mesmo tratando de discursar em
vernáculo polido e valendo-se das mais articuladas maneiras de se mostrarem
solidários, multiculturalista e adeptos de políticas linguísticas acionista, ao fim e na
prática postulam seus alicerces como superiores, derrubando seus olhares sobre os
demais como Outros, daí porque tanto no PLNM quanto no QuaREPE:
Afinal, se desde tempos imemoriais a língua vem sendo usada como arma
política, fator de pressão diplomática, instrumento de expansão comercial e elemento
de dominação cultural, como imaginar que países com trajetórias diametralmente
opostas poderiam constituir uma política de ensino de PLA (ou qualquer outro tipo de
política) de modo igualitário, idêntico ou ao menos se os objetivos e perspectivas
históricos-sociais concretas são desiguais?
E quando os documentos norteadores de Portugal diferenciam língua e cultura
e apresentam as distinções implicadas pela diversidade linguística, semânticas,
fonético-fonológicas que atravessam as cultura-línguas dos falantes de outras línguas
como fatores adversos ao aprendizado do Português como Língua Não Materna, e
que tais idiossincrasias advindas de sistemas linguísticos distintos do português
implicariam na “capacidade ou incapacidade de associação som/grafia pelos alunos”
no processo de aquisição idiomática, o que não se quer dizer mas se pratica, se
expressa como visão de mundo é a suposta existência de hierarquias qualitativas
entre tais sistemas e que a difusão de uma língua portuguesa “dura e sem cultura” (já
que estas seriam dissociadas), na verdade, voltaria a colonizar as culturas de
referências de seus aprendentes.
Por isso é privilegiada a aquisição das competências gramaticais e lexicais
dentre as seis propostas pelos documentos orientadores, evidenciando uma
“concepção de língua como sistema de associações, combinações e de encaixes de
estruturas; a aquisição de língua é concebida como o conhecimento de palavras e
suas propriedades e de unidades de sentido”, (SCHOFFEN, J. R.; MARTINS, A. F.,
2016, p. 09), escolha que se afasta muito das concepções Brasileiras, sobretudo no
papel das atividades no ensino de PLA, como veremos mas adiante.
No Brasil, por outro lado, as políticas para o ensino de PLA é, a despeito de
ser notória a relevância da difusão do repertório cultural-idiomático para qualquer
país/nação que se pretenda relevante no cenário internacional, absolutamente omissa
ao ponto de quase apresentar-se de modo contraproducente.
SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL
UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ
INSTITUTO DE LETRAS E COMUNICAÇÃO - ILC
FACULDADE DE LETRAS ESTRANGEIRAS MODERNAS - FALEM
PANORAMA DO ENSINO DE PORTUGUÊS PARA FALANTES DE OUTRAS LÍNGULAS
DOCENTE: DR.ª HELLEM POMPEU
DISCENTE JOSÉ PESSÔA DO RÊGO LOBO
REFERÊNCIAS