Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
17/05/2023
1 Teoria
1.1 Importante memorizar!
• Séries de Taylor:
∞
x
X xk
e = ;
k!
k=0
∞
X (−1)k+1 xk
ln (1 + x) = .
k
k=1
• Função Gama: Uma extensão da função fatorial para o conjuntos dos números reais e complexos:
Z ∞
Γ(n + 1) = e−t · tn dt = n!.
0
• Função Beta: conhecida como integral de Euler de primeiro tipo, que é definida por:
Z 1
(x − 1)!(y − 1)!
B (x, y) = tx−1 (1 − t)y−1 dt = .
0 (x + y − 1)!
1
2 Problemas Olı́mpicos de Cálculo
2.1 Questões
1. (SMT 2014) Calcule a série infinita
∞
X 1
.
2k 2−k
k=1
2. (OMpD 2022) Considere a sequência {xn }n∈N definida por x1 = 2, x2 = 10 e, para todo n inteiro
positivo,
P∞ xk xn+2 = 2xn+1 + 3xn . Assinale a alternativa que contém o valor correto da soma infinita
k=1 k! .
(a) e3 + e
(b) e3 + 2 + e−1
(c) e3 − 2 + e−1
(d) e3 − e
(e) e3 − e−1
n
X k
4. (OBMU 2017) Considere a sequência an = , para n ≥ 1.
2k
k=1
5. (Competição Elon Lages Lima 2022) O famoso P roblema da Basileia1 nos permite descobrir que
π2 1 1 1 1
= 2 + 2 + 2 + 2 + ···
8 1 3 5 7
Vamos usar a série anterior para encontrar a soma de outra série. Para cada n ∈ N, defina como an
seu maior divisor positivo ı́mpar. Por exemplo, a30 = 15 e a24 = 3. Encontre o valor da soma:
a1 a2 a3
S = 3 + 3 + 3 + ···
1 2 3
1
Euler foi o primeiro a provar que
π2 1 1 1 1
= 2 + 2 + 2 + 2 + ···
6 1 2 3 4
Além dele, alguns membros da famı́lia Bernoulli, que também viviam na cidade da Basileia, tentaram obter esse resultado.
Por conta disso esse resultado também ficou atrelado ao nome da cidade.
2
π2
(a) .
7
7π 2
(b) .
8
π2
(c) .
6
7π 2
(d) .
6
8π 2
(e) .
7
∞
X 1 π2
6. (OMRN 2023) Se ζ(2) = = , podemos afirmar que
n2 6
n=1
∞
X 1 1
2
+
(3n + 1) (3n + 2)2
n=1
é igual a:
π2
(a) 6
π4
(b) 7
π2
(c) 7
π2
(d) 27
4π 2
(e) 27
1
ln (1 − x)
Z
8. (Competição Elon Lages Lima 2022) O valor de dx é
0 x
(a) −1
π
(b) −
4
π2
(c) −
6
(d) −2
√
3 3
(e) −
2
P∞ 1 π2
9. (SMT 2014) Dado que n=1 n2 = 6 , calcule a soma
∞
X 1
.
2n n2
n=1
3
∞ Z 1
X 1
10. (OBMU 2005) Prove que = x−x dx.
nn 0
n=1
1
11. (OBMU 2023) Seja an = 2n
, ∀n ≥ 1.
n
+∞
X +∞
X
n
(a) Prove que an x converge para todo x ∈ (−4, 4) e que a função f (x) = an xn satisfaz a
n=1 n=1
equação diferencial x(x − 4)f ′ (x) + (x + 2)f (x) = −x.
∞ √
X 1 1 2π 3
(b) Prove que 2n = 3 + 27 .
n=1 n
P∞
n3 + 1 − log n3 − 1 e justifique.
12. (VTRMC 2022) Calcule o valor exato da série n=2 log
1
13. (HMMT 2016) Seja a sequência {ai }∞
i=0 definida por a0 = e an = 1 + (an−1 − 1)2 . Encontre o
2
valor do produto
Y∞
ai = a0 · a1 · a2 · · ·
i=0
5
14. (Putnam 2014) Sejam a0 = 2 e ak = a2k−1 − 2 para todo k ≥ 1. Calcule
∞
Y 1
1−
ak
k=0
na forma fechada.
√
15. (IMC 2010) Defina a sequência x1 , x2 , . . . indutivamente por x1 = 5 e xn+1 = x2n − 2 para cada
n ≥ 1. Calcular
x1 · x2 · x3 · · · xn
lim .
n→∞ xn+1
4
2.2 Siglas:
OMRN - Olimpı́ada de Matemática do Rio Grande do Norte
IMC - International Mathematics Competition for University Students
OMpD - Olimpı́ada Matemáticos por Diversão
SMT - Stanford Math Tournament
ICMC - Imperial Cambridge Mathematics Competition
OBMU - Olimpı́ada Brasileira de Matemática Nı́vel Universitário
VTRMC - Virginia Tech Regional Mathematics Contest
Putnam - William Lowell Putnam Mathematical Competition
MR - Mathematical Reflections
HMMT - Harvard-MIT Mathematics Tournament
3 Solução
1. Observe:
∞ ∞ ∞
X 1 X 1 X 1
S= 2
= = 2 ·
2k − k k (2k − 1) 2k (2k − 1)
k=1 k=1 k=1
∞
X 1 1 1 1 1
=⇒ S = 2 · − = 2 · 1 − + − + ··· .
2k − 1 2k 2 3 4
k=1
Temos que lembrar da série de Taylor:
∞
X (−1)k+1 xk
ln (1 + x) = .
k
k=1
Portanto:
S = 2 · ln 2.
2. Foi nos oferecido a relação de recorrência: xn+2 = 2xn+1 + 3xn , donde obtemos a Equação de
Recorrência de segunda ordem homogênea:
x2 − 2x − 3 = 0.
x1 = 2 = α · 31 + β · (−1)1
x2 = 10 = α · 32 + β · (−1)2
5
⇒ α = 1 = β.
Portanto
xn = 3n + (−1)n .
Logo, aplicando na nossa soma infinita:
∞ ∞ ∞ ∞
X xk X 3k + (−1)k X 3k X (−1)k
S= = = + .
k! k! k! k!
k=1 k=1 k=1 k=1
Concluindo:
S = e3 − 1 + e−1 − 1 = e3 − 2 + e−1 .
Letra (c) é a resposta.
E para k = 2r + 1:
(n−1)/2
X n
sen nx = cosn−2r−1 (x) · (−1)r · sen2r+1 (x)
2r + 1
r=0
n n−1 n n−3 3 n
⇒ sen nx = cos (x) · sen (x) − cos (x) · sen (x) + cosn−5 (x) · sen5 (x) − · · ·
1 3 5
sen (nx) n n−1 n n−3 n
⇒ n
= ctg (x) − ctg (x) + ctgn−5 (x) − · · ·
sen (x) 1 3 5
Portanto:
(n+1)/2
sen (nx) X n
= (−1)r−1 · ctgn−2r+1 (x).
senn (x) 2r − 1
r=1
rπ
Seja n = 2m + 1 e x = 2m+1 , tal que
m+1
X 2m + 1
sen (rπ) r−1 2(m−r+1) rπ
=0= (−1) · ctg .
rπ
senn 2m+1 2r − 1 2m + 1
r=1
6
Então,
2m + 1 m 2m + 1 m−1 2m + 1 m−2 2m + 1
y − y + y + ··· + = 0,
1 3 5 2m + 1
rπ
é um polinômio p(y) = 0 tal que y = ctg2 2m+1 é raı́z do polinômio. Então a soma dessas raı́zes
(pela relação de Girard) vale
m 2m+1
X
2 rπ 3 m(2m − 1)
ctg = 2m+1 = .
2m + 1 1
3
r=1
4. Vamos descobrir como é a cara da sequência an , ou seja, sua forma fechada, mas antes lembre-se da
série geométrica
n
X xn+1 − 1
xk = 1 + x + x2 + x3 + · · · + xn = .
x−1
k=0
Derivando:
n
X (n + 1)xn (x − 1) − xn+1 + 1 n · xn (x − 1) − xn + 1
k · xk−1 = = .
(x − 1)2 (x − 1)2
k=0
1
Tomando x = 2 temos que
1 n+1
n n+1
− 12 − 12 1
X k n· 2 + 2 n 1
an = = =2− − n−1
2k 1 2 2 n 2
k=1 −2
7
5. Expandindo a soma e substituindo cada an pelo respectivo maior divisor ı́mpar de n:
1 1 3 1 5 3 11 3 13 7 15 1
S= + + + + + + ··· + 3 + 3 + 3 + 3 + 3 + 3 + ···
12 23 33 43 53 63 11 12 13 14 15 16
1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1
⇒S= 2
+ 3 + 2 + 3 + 2 + 3 2 + ··· + 2 + 3 2 + 2 + 3 2 + 2 + 3 + ···
1 2 3 4 5 2 3 11 4 3 13 2 7 15 16
Reorganizando melhor e colocando evidência as potências de 2:
1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1
S= + + ··· + 3 + + ··· + 3 + + ··· + 3 + + ···
12 32 2 12 32 4 12 32 8 12 32
1 1 1 1 1 1 1 1 1
=⇒ S = + + + + + · · · 1 + + + + · · ·
12 32 52 72 92 23 43 83 163
∞
π2 X 1 π2 1 π2
⇔S= · 3k
= · 1 = .
8 2 8 1 − 23 7
k=0
Alternativa (a).
∞
X 1 1 1 1 1 π2
⇒S+ + 1 + = 1 + + + + · · · = ζ(2) =
n=1
(3n)2 22 22 32 42 6
∞
π2 5 1 X 1 π2 4π 2 5
1 5
⇔S= − − = 1 − − = − .
6 4 9 n2 6 9 4 27 4
n=1
7. Antes de qualquer coisa temos que lembrar de um valor especial da função Zeta de Riemann:
∞
X 1 π2
ζ(2) = 2
= .
n 6
n=1
Diante disso, vamos fazer frações parciais com o termo do somatório, buscando descobrir os valores
reais de A e B tais que:
8
Portanto
∞ ∞
X 4n − 1 X 1 4
2 = − 2+
n2 (2n − 1) n (2n − 1)2
n=1 n=1
∞ ∞ ∞
X 4n − 1 X 1 X 1
⇐⇒ 2 =− 2
+4· .
2
n (2n − 1) n (2n − 1)2
n=1 n=1 n=1
Claramente
∞ ∞ ∞ ∞
X 1 X 1 X 1 π2 1 X 1 π2
= − = − · = .
(2n − 1)2 n2 (2n)2 6 4 n2 8
n=1 n=1 n=1 n=1
Logo
∞
X 4n − 1 π2 π2 π2 π2
= − + 4 · = 2 · = .
n=1
n2 (2n − 1)2 6 8 6 3
Portanto:
X xk−1 ∞
ln (1 − x)
=− .
x k
k=1
Substituindo o que encontramos na integral obtemos:
∞ ∞ ∞
Z 1 Z 1 !
ln (1 − x) xk−1 1 1 k−1 π2
Z
X X X 1
I= dx = − dx = − x dx = − = − .
0 x 0 k k 0 k2 6
k=1 k=1 k=1
9. Este é o problema mais difı́cil de nossa lista, e acredite se quiser, vamos usar ideias dos três problemas
anteriores a este.
∞
X xn
Chamemos de f (x) = , então ao derivarmos
n2
n=1
∞ ∞
X xn−1 X xn
f ′ (x) = ⇒ xf ′ (x) =
n n
n=1 n=1
9
ln (1 − x)
⇒ xf ′ (x) = − ln (1 − x) ⇒ f ′ (x) = − .
x
De novo integrando:
x x
ln (1 − t)
Z Z
′
f (t) dt = − dt = f (x).
0 0 t
1/2
ln (1 − t)
Z
Então f (1/2) = − dt, em outras palavras
0 t
∞
!
1/2 1 1
ln (1 − t) ln (1 − t) ln (1 − t)
Z Z Z
X 1
S= =− dt = − − .
2 n2
n
0 t 0 t 1/2 t
n=1
1/2
ln (1 − t)
Z
Como S = − dt, então substituindo 1 − t = u obtemos
0 t
Z 1 Z 1
ln (u) ln (t)
S=− du = − dt.
1/2 1 − u 1/2 1 − t
Portanto
1 Z 1
π2 ln (1 − t)
Z
ln (t)
2S = + dt − dt
6 1/2 t 1/2 1 − t
Z 1
π2 ln (1 − t) ln (t)
⇒ 2S = + − dt.
6 1/2 t 1−t
ln (1 − x) ln (x)
Como (ln (x) · ln (1 − x))′ = − , logo
x 1−x
π2 π2
1
2S = + ln (t) · ln (1 − t)|11/2 = + lim ln (t) · ln (1 − t) − ln2 .
6 6 t→1
| {z } 2
ℓ
Concluindo que
∞
X 1 π 2 ln2 2
S= = −
2n n2 12 2
n=1
10. Vamos provar a igualdade da direita para a esquerda, donde o nosso problema é trabalharmos com
a seguinte integral: Z 1 Z 1
−x
I= x dx = e−x ln x dx.
0 0
Lembrando da série de Taylor:
∞
X xn
ex = .
n!
n=0
10
Logo:
∞ ∞
1X
(−x ln x)n X 1 1
Z Z
I= = (−x ln x)n dx.
0 n=0 n! n! 0
n=0
Substituindo − ln x = u ⇒ x = e−u ,além disso dx = −e−u du, portanto:
∞
1 0 −u n
X Z
−e−u du
I= e ·u
n! ∞
n=0
∞
1 ∞ −u(n+1) n
X Z
⇒I= e u du.
n! 0
n=0
t dt
Fazendo mais uma substituição, agora u(n + 1) = t de modo que u = n+1 e du = n+1 , obtendo
∞ ∞
1 ∞ −t tn 1 ∞ −t n
Z X Z
X dt 1
I= e · = · e t dt.
n! 0 (n + 1)n n + 1 (n + 1)n+1 n! 0
n=0 n=0
an+1
lim = L.
n→∞ an
Temos os casos:
- se L < 1 então a série é absolutamente convergente;
- se L = 1, o teste é inconclusivo;
- se L > 1 então a série diverge.
∞
X
Para provar que a série an xn converge temos que ver o valor do seguinte limite:
n=1
an+1 xn+1
L = lim .
n→∞ an xn
1 (n!)2
Como an = 2n =
, portanto:
n
(2n)!
[(n+1)!]2
x· (2(n+1))! x · (n + 1)2 x (n + 1) |x|
L = lim (n!)2
= lim = lim = .
n→∞ n→∞ (2n + 2)(2n + 1) n→∞ 4n + 2 4
(2n)!
11
Para que L < 1 ⇒ |x| 4 < 1 ⇒ |x| < 4. Mas a questão informa que x ∈ (−4, 4), portanto a
série converge absolutamente, de acordo com o teste d’Alembert. E por conseguinte a série
converge.
Vamos verificar se a função f (x) = ∞ n
P
n=1 an x satisfaz a equação diferencial a seguir:
Se g(x) é o lado esquerdo da equação, temos que provar que g(x) = −x:
∞
X ∞
X
g(x) = x(x − 4) an · n · xn−1 + (x + 2) an xn
n=1 n=1
∞
X ∞
X
⇒ g(x) = an xn (nx − 4n + x + 2) = an xn (x(n + 1) − (4n − 2)) .
n=1 n=1
|x| · (n + 2) |x|
⇒ l = lim = < 1.
n→∞ 4n + 2 4
P
Então, se a série n≥1 bn+1 converge segue que lim bn+1 = 0, portanto:
n→∞
ℓ = 0 =⇒ g(x) = −x.
12
(b) Vamos fazer de duas formas possı́veis:
então
x+2 1
f ′ (x) + f (x) = .
x(x − 4) 4−x
Nosso fator integrante é
x+2
R
dx
µ(x) = e x(x−4) .
Z
x+2
Vamos resolver a integral dx. Decompondo em frações parciais,
x(x − 4)
(
A B x+2 A+B =1 1 3
+ = ⇒ A(x − 4) + Bx = x + 2 ⇒ ⇒ (A, B) = − , .
x x−4 x(x − 4) −4A = 2 2 2
Assim,
A B 1 3
+ =− + ,
x x−4 2x 2(x − 4)
portanto,
−1
Z Z Z
x+2 3 1 3
dx = dx + dx = − ln |x| + ln |x − 4|.
x(x − 4) 2x 2(x − 4) 2 2
Logo,
(4−x)3/2
ln √
x (4 − x)3/2
µ(x) = e = √ .
x
Multiplicando toda a EDO por µ(x), teremos
√ √
(4 − x)3/2 ′ (x + 2) 4 − x 4−x
√ f (x) − 3/2
f (x) = √ .
x x x
!′
(4 − x)3/2
Vejamos que o lado esquerdo da igualdade é igual à √ f (x) , pela regra do produto.
x
Assim, !′ √ Z √
(4 − x)3/2 4−x (4 − x)3/2 4−x
√ f (x) = √ ⇒ √ f (x) = √ dx.
x x x x
Quando x = 0 temos que no lado esquerdo:
∞
X
i(x) = (4 − x)3/2 · an · xn−1/2 ⇒ x → 0 ⇒ i(0) = 0.
n=1
13
Guarde a informação que, se x = 0 tanto o lado direito quanto o lado esquerdo tem que ser
zero. Continuando ...
Z √
4−x √ dx √
Vamos resolver √ dx. Tomando u = x, teremos du = √ e de u = x, temos
x √ √ 2 x
u2 = x ⇒ 4 − x = 4 − u2 ⇒ 4 − x = 4 − u2 Logo,
Z √
4−x
Z p
√ dx = 2 4 − u2 du.
x
√ p √
Agora, tomando u = 2 sin t, então 4 − u2 = 4 − 4 sin2 t = 4 cos2 t = 2 cos t e, além disso,
du = 2 cos t dt. Portanto,
Z √
4−x
Z p Z Z
√ dx = 2 4 − u2 du = 2 · 2 cos t · 2 cos t dt = 8 cos2 t dt.
x
1 + cos(2t)
Usando que cos2 t = , então
2
Z Z
2 1
8 cos t dt = 4 1 + cos(2t) dt = 4 t + sen (2t) = 4t + 2 sen (2t) + C.
2
√
Como x = 2 sen t, pelo triângulo abaixo
√ √ √
x x 4−x
obtemos que t = arcsen 2 e sen (2t) = 2 sen (t) cos (t) = 2 · 2 · 2 , logo
Z √ √ p
4−x x
√ dx = 4 arcsin + 4x − x2 + C.
x 2
Z √
(4 − x)3/2 4−x
Voltando à √ f (x) = √ dx, teremos
x x
√ p
(4 − x)3/2 x
√ f (x) = 4 arcsin + 4x − x2 + C.
x 2
Lembre-se que quando x = 0 o lado esquerdo zera, e portanto o lado direito também deve
zerar, logo C = 0, e dessa maneira:
√ √
4 x arcsin 2x x
f (x) = 3/2
+ .
(4 − x) 4−x
+∞ +∞ +∞
X
n
X X 1
Como f (x) = an x , então f (1) = an = que é o que queremos calcular. Logo,
2n
n=1 n=1 n=1 n
calculando f (1):
14
√ √
√
4 1 arcsin 21 1 4π
1 1 2π 3
6
f (1) = + = 3/2 + = + .
(4 − 1)3/2 4−1 3 3 3 27
Como querı́amos demonstrar.
Solução 2:
Aqui vai uma solução utilizando função beta, donde:
Z 1
(x − 1)!(y − 1)!
B(x, y) = tx−1 (1 − t)y−1 dt = .
0 (x + y − 1)!
Portanto
1
n! · n!
Z
1 1
B(n + 1, n + 1) = tn (1 − t)n dt = = ·
2n + 1 2n
0 (2n + 1)(2n)! n
Z 1
1
⇔ (2n + 1) tn (1 − t)n dt = 2n
.
0 n
Por conseguinte:
∞ ∞ Z 1 Z ∞
1X
X 1 X n
S= 2n
= (2n + 1) n
t (1 − t) dt = (2n + 1) · tn (1 − t)n dt
n=1 n n=1 0 0 n=1
∞ ∞
!
Z 1 X n X n
⇒S= 2· n t − t2 + t − t2 dt.
0 n=1 n=1
Como t ∈ (0, 1) ⇒ t − t2 < 1, portanto temos séries geométricas. E lembrando que para
|r| < 1:
∞
X r
i. rn = ;
1−r
n=1
∞
X r
ii. nrn = .
(1 − r)2
n=1
Portanto: Z 1
1 2
S= − − 1 dt
0 (t2 − t + 1)2 t2 − t + 1
Z 1 Z 1
2 1
⇒S= 2 dt − 2−t+1
dt − 1
2
0 (t − t + 1) 0 t
√ √ √
4 8π 3 2π 3 1 2π 3
⇒S= + − −1= + .
3 27 9 3 27
Como querı́amos demonstrar.
15
Como a soma dos logaritmos é o produto dos logaritmandos, temos que
∞ Y n− 1 2+ 3
! ∞ !!
Y n+1 2 4
S = log 2
n−1 n+ 1 + 3
n=2 n=2 2 4
N
! N !
Y (2n − 1)2 + 3
Y n+1
⇒ S = log
Nlim 2
.
→∞ n−1 (2n + 1) + 3
n=2 n=2
| {z }| {z }
P1 P2
Nota-se claramente que P1 e P2 são produtos telescópicos, de modo que ao resolver cada um:
3 4 5 6 N −1 N N +1
P1 = · · · ··· · ·
1 2 3 4 N −3 N −2 N −1
N · (N + 1)
⇒ P1 = .
2
De modo análogo, temos que
N
Y (2n − 1)2 + 3 32 + 3 12 3
P2 = 2 = 2
= 2
= 2 .
(2n + 1) + 3 (2N + 1) + 3 4N + 4N + 4 N +N +1
n=2
Portanto:
3 N · (N + 1) 3
2 · Nlim
S = log = log .
→∞ N 2 + N + 1 2
| {z }
=1
13. Veja que an − 1 = (an−1 − 1)2 , então se bn = an − 1, temos que bn = b2n−1 . E dessa forma, nosso
produto pode ser reescrito:
∞ ∞ ∞
Y Y Y n 1
1 + bi = (1 + b0 ) 1 + b20 1 + b40 · · · = 1 + b20 =
ai = .
1 − b0
i=0 i=0 n=0
1 1 2
Portanto nosso produto vale = 1 = .
1 − (a0 − 1) 2− 2
3
14. Primeiramente vamos provar que a sequência do nosso problema, an+1 = a2n − 2 para n ≥ 0, é
estritamente crescente e que lim an = +∞.
n→∞
Veja que a0 > 2, e supondo por hipótese que an > 2 para n ≥ 0, então (passo indutivo),
an+1 = a2n − 2 > 4 − 2 = 2, e provamos por indução que an > 2 para todo n natural. E dessa
forma an+1 − an = a2n − an − 2 > 4 − 2 − 2 = 0 =⇒ an+1 > an , ou seja, a sequência do problema é
estritamente crescente.
Suponhamos por absurdo que an converge para algum valor real ℓ, então:
16
uma contradição pois an é sempre maior que esses dois valores, em particular, an > 2 para todo
n ≥ 0, portanto, a sequência diverge para +∞.
Seja P o valor do produto requerido, então
∞ Y∞
Y 1 ak − 1
P = 1− = .
ak ak
k=0 k=0
ak+1 + 1
Como ak+1 = a2k − 2 ⇒ ak+1 + 1 = a2k − 1 = (ak − 1) (ak + 1), e dessa forma ak − 1 = , isto
ak + 1
sugere que vamos chegar em um produto telescópico, veja:
" n #
Y ak+1 + 1
P = lim
n→∞ (ak + 1) ak
k=0
a1 + 1 a2 + 1 a3 + 1 an+1 + 1
⇔ P = lim · · ···
n→∞ (a0 + 1)a0 (a1 + 1)a1 (a2 + 1)a3 (an + 1)an
an+1 + 1
= lim
n→∞ (a0 + 1)a0 · a1 · · · an
5
Como a0 = 2 ⇔ a0 + 1 = 72 , logo:
2 an+1 + 1
P = · lim .
7 n→∞ a0 · a1 · · · an
Mas quanto será que vale a0 ·a1 · · · an ? Chamando bn = (an )2 , sabemos pelo enunciado que (an+1 )2 =
2
a2n − 2 =⇒ a2n+1 − 4 = a2n a2n − 4 , o que significa que, bn+1 − 4 = bn (bn − 4), e por conseguinte
b1 − 4 b2 − 4 b3 − 4 bn+1 − 4 bn+1 − 4
b0 · b1 · b2 · · · bn = · · ··· = .
b0 − 4 b1 − 4 b2 − 4 bn − 4 b0 − 4
25
Como b0 = 4 ⇒ b0 − 4 = 94 , e dessa forma
s
bn+1 − 4 2
q
a0 · a1 · · · an = 9 = a2n+1 − 4.
4
3
E concluı́mos que
2 3 an+1 + 1
P = · · lim q .
7 2 n→∞ a2 − 4
n+1
| {z }
L
O limite L é fácil de ser resolvido porque an diverge, e consequentemente an+1 também diverge para
+∞, logo
1
1 + an+1
L = lim q = 1.
n→∞ 1 − a24
n+1
3
Portanto o nosso produto vale P = .
7
17
15. O gabarito é 1. Deixarei como exercı́cio para vocês, pois segue a mesma ideia da questão anterior
(principalmente) quanto da que vem a seguir.
16. Antes de partir para o problema, é importante ter em mente três coisas:
n
Y ak+1 an+1
=
ak a1
k=1
n
Y ak a1
= ;
ak+1 an+1
k=1
n
Y ak+2 an+1 · an+2
= .
ak a1 · a2
k=1
Isto para uma sequência monótona an . Diante disso...
Façamos algumas operações básicas no termo do produtório:
2 2
n3 + 3n n2 n2 + 3
= 3
n6 − 64 (n − 23 ) (n3 + 23 )
2
n2 n2 + 2
=
(n − 2) (n2 + 2n + 4) (n + 2) (n2 − 2n + 4)
Portanto 2 2
∞ N
Y n3 + 3n Y n2 n 2 + 2
= lim
n6 − 64 N →∞ (n − 2) (n2 + 2n + 4) (n + 2) (n2 − 2n + 4)
n=3 n=3
N N N N
! ! ! !
Y n Y n Y n2 + 3 Y n2 + 3
= lim · · ·
N →∞ n+2 n−2 (n − 1)2 + 3 (n + 1)2 + 3
n=3 n=3 n=3 n=3
3·4 (N − 1)N +3 32 + 3 N2
= lim · · 2 ·
N →∞ (N + 1)(N + 2) 2 2 + 3 (N + 1)2 + 3
N2 − N N2 + 3
12 · 12 72
= lim 2 2
=
2 · 7 N →∞ (N + 3N + 2) ((N + 1) + 3) 7
| {z }
=1
∞ 2
Y n3 + 3n 72
=⇒ 6
= .
n − 64 7
n=3
∞ X
∞ n k ! ∞
!
1 (−1)k+1 · x2 1
Z Z
2n
X X
⇒S= dx = ln 1 + x dx
0 k 0
n=0 k=1 n=0
∞
!
Z 1 Z 1
Y
2n
1
⇒S= ln 1+x dx = ln dx
0 0 1−x
n=0
18
Z 1
=⇒ S = (−1) ln (1 − x) dx.
0
1
Seja f (x) = ln (1 − x) ⇒ f ′ (x) = − , e seja g ′ (x) = (−1) ⇒ g(x) = 1 − x, portanto, ao integrar
1−x
por partes: Z 1
1 −1
S = ln (1 − x) · (1 − x)|0 − · (1 − x) dx
0 1−x
S = lim [(1 − x) ln (1 − x)] + 1 = 1.
x→1
4 Referências Bibliográficas
- Sums and Products - Titu Andreescu, Marian Tetiva;
- Putnam and Beyond - Razvan Gelca, Titu Andreescu;
- Um Curso de Cálculo Vol. 1 e 2 - Hamilton Luiz Guidorizzi;
- Somatórios e Produtórios - Ricardo L. Bortolucci Filho.
19