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1.

Detecção e Alarme de Incêndio – IT14

Um sistema automático de detecção é constituído por um conjunto de dispositivos


que, quanto sensibilizados por fenômeno físico e /ou químico resultantes de uma
combustão, como chamas, calor, gases ou fumaça, independentemente da ação humana,
acionam outros dispositivos, os alarmes, que alertam os ocupantes sobre a existência de
um foco de fogo na edificação.

1.1 Componentes do sistema


O sistema é constituído basicamente pelos seguintes componentes:
• Detectores automáticos e/ou manuais de incêndio
• Central de controle do sistema, que tem função de: receber, indicar e registrar o sinal
de perigo enviado pelos detectores; transmitir o sinal recebido por meio de
equipamento de envio de alarme de incêndio
• Avisadores ou alertadores sonoros e/ou visuais, não incorporados no painel de alarme,
com função de dar o alarme para os ocupantes do recinto.
• Fontes de alimentação de energia elétrica de emergência, que deve garantir em
quaisquer circunstancias a funcionamento do sistema por determinado tempo.
• Circuitos, eletrodutos e fiação elétrica com resistência ao fogo por 60 min, no mínimo.

1.2 Tipos de detectores automáticos


1.2.1 Térmico ou de temperatura
São os que respondem à energia calorífica gerada pelo fogo que, por convecção,
se acumula junto ao teto ou em outros espaços superiores do ambiente.
Instalado num ambiente para acusar o aumento anormal de temperatura, que pode
ter origem num princípio de incêndio. É o mais antigo dos dispositivos automáticos de
detecção de fogo.

1.2.2 Fumaça e de gás


Apresentam sensibilidade às substâncias voláteis, como cinzas e/ou partículas de
combustíveis não queimadas, que ficam dispersas no ar, e ou gases, que atingem os
espaços superiores dos ambientes.

1.2.3 Chamas ou ópticos


São os que respondem à energia de radiação gerada pelas chamas de um fogo, nos
espectros dos raios visíveis, ultravioletas e infravermelhos.

1.3 Geometria do detector

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Quanto a geometria ou configuração do detector automático, ele pode ser pontual,
que responde ao fenômeno somente no entorno do ponto de onde está instalado, e linear,
responde ao fenômeno no entorno de uma linha contínua.

Importante:
Cada ambiente deve ser protegido por um tipo único de detector, não sendo
permitido proteger parte de um ambiente com detectores térmicos e o restante com
detectores de fumaça.

1.3.1 Detectores de temperatura ou térmico


a) Pontuais
Vantagens: São mais econômicos, simples e robustos. De todos os detectores
possui a taxa mais baixa de falsos alarmes. Possui mais resistência a choques, vibrações,
pó e umidade.
Desvantagens: Possui o tempo de resposta mais lento entre outros detectores
automáticos.
Aplicação: Em ambientes menores e confinados, onde pode haver fogo com
evolução média ou rápida, e elevado propagação de calor. Onde a velocidade de detecção
não seja um objetivo prioritário.

b) Linear
Eles devem ser instalados próximos ou em contato direto com o material a ser
protegido. É normalmente instalado em bandejas de cabos e fios elétricos, esteiras
rolantes e similares

1.3.2 Detectores de fumaça


a) Pontuais
Vantagens: Respondem com mais rapidez que os térmicos
Desvantagens: São mais caros que os detectores térmicos
Aplicação: São indicados para ambientes maiores, abertos, porque a fumaça não
se dissipa com tanta rapidez como o calor. Os detectores de fumaça iônicos são mais
adequados para incêndios mais intensos, com chamas, já os detectores de fumaça óticos
são mais adequados para lugares onde haja a expectativa de geração de fumaça antes do
fogo, ou seja, incêndios com bastante fuligem.
b) Linear
São indicados para ambientes de difícil acesso para instalação e a manutenção de
detectores pontuais, locais com pé direito alto, com forte ventilação, onde o comprimento
é proporcionalmente bem superior a largura.
1.3.3 Detectores de Chamas ou Ópticos

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São dispositivos instalados onde a consequência imediata de um princípio de
incêndio é a produção de chamas. Eles reagem à energia radiante visível, aos raios
ultravioletas aos raios caloríficos infravermelhos emitidos por brasas e chamas do fogo.
São divididos em três tipos: raios visíveis, raios ultravioletas e raios
infravermelhos.
Vantagens: Respondem de forma extremamente rápida aos estímulos da radiação.
Desvantagens: São mais caros que o térmico. Eles podem ser ativados com
qualquer fonte de radiação dentro do seu campo de sensibilidade, por isso sua instalação
deve cuidado, pois sua taxa de falso alarme pode ser elevada. Como o dispositivo
necessita “ver” o fogo, eles não podem ficar bloqueados por equipamentos ou outros
materiais armazenados.
Aplicação: Recomenda-se a instalação dos detectores nas paredes em vez dos
tetos. Aplicados em área onde uma chama possa ocorrer rapidamente, ambientes com
presença de poeira ou vapores inflamáveis ou explosivos, área fabris com altura maiores
de 8 metros, área abertas ou semi-abertas onde o vento pode dissipar a fumaça, áreas
altamente perigosas, onde a produção de chamas ocorre de forma rápida, como produção
petroquímica, movimentação de carga combustíveis e etc.

1.4 Distribuição dos detectores automáticos

1.4.1 Detectores térmicos e de fumaça


Devem ser instalados nos locais onde pode haver maior concentração de calor,
gases ou fumaça. Os detectores automáticos devem atender às áreas máximas
preconizadas pela NBR 17.240:2010.
• Térmicos: 36 m² - Área considerada como um quadrado de 6,0 metros de lado, inscrito
num círculo cujo raio tem 4,2 m.
• Fumaça: 81,0 m² - Área é considerada como quadrado de 9,0 m de lado inscrito num
círculo cujo raio tem 6,3 m.

Figura 1: Áreas máximas de ação dos detectores térmicos e de fumaça em tetos lisos.

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Se por questões arquitetônicas a área de cobertura for retangular, elas devem
estar totalmente contidas no círculo referido, de acordo com o tipo de detector.

Figura 2: Áreas máximas de ação para os detectores térmicos e de fumaça em ambientes de forma retangular

Quando as áreas são retangulares e exceder aquelas preconizadas na figura 50,


deve-se dividir a área total a ser protegida em áreas quadradas ou retangulares menores,
de dimensões compatíveis com as anteriores.

Figura 3:Áreas de ação para detectores térmicos e de fumaça em ambientes de formas retangulares cujas dimensões
excedam as máximas especificadas.

Se houver obstrução no teto, como vigas, dutos de ar condicionados, calhas de


iluminação, que dificultem a circulação dos produtos da combustão, a área de ação irá
depender das alturas das obstruções.
• Lisos ou com vigas com altura menor de 20 cm: Neste caso a área de ação será
conforme figura 50.
• Com vigas com altura entre 20 cm e 60 cm: Deverá ter sua área de cobertura reduzidas
para 2/3 das áreas preconizadas para os tipo de detectores em tetos lisos.

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• Com vigas com altura maior que 60 cm: Deverá ter sua área de cobertura reduzidas
pela metade das áreas preconizadas para os tipos de detectores em tetos lisos.
A tabela a baixo apresenta um resumo dos parâmetros que devem ser adotados
para a distribuição dos detectores térmicos e de fumaça nos diversos tipos de teto, baseado
na NBR 17.240 2010.

figura 4: área de cobertura de detectores térmicos e de fumaça

1.4.2 Detectores de Chamas


Este detector funcionada baseado em seu campo de visão, por isso, deve ser
localizado no ambiente de forma que possam “ver” a radiação luminosa. São apropriados
para locais com distância e alturas maiores, podendo chegar a 30 metros. A distância de
separação entre eles não é tão importante como os detectores de calor e fumaça, mas sim
a linha de visualização. Em algumas situações é importante ser protegido por anteparos
para evitar falsos alarmes por radiação que não venham de chamas, como reflexos de sol
em lagos, poças de água, vidros, automóveis, etc.

1.5 Acionadores ou Detectores Manuais


São dispositivos manuais destinados a dar o alarme quando acionados por decisão
humana, devem adotados mesmo em edificações dotados de sistema e/ou de extinção
automáticos, já que incêndio pode ser percebido pelos ocupantes antes da detecção
automática.

1.5.1 Localização
• Devem ser instalados em locais visíveis, preferencialmente próximo a
equipamento de extinção como hidrantes e extintores.
• A distância máxima a ser percorrida por uma pessoa de qualquer ponto da área
protegida até o acionador manual mais próximo não pode ser superior a 30 m.
• Cada andar da edificação deve ter pelo menos um acionador manual. Os
mezaninos estão dispensados, caso a distância máxima de 30 m a percorrer seja atendida.

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1.6 Aviadores ou Alertadores sonoros e/ou Visuais
São dispositivos com função de chamar a atenção ou dar o alarme para que os
ocupantes tenham conhecimento de uma situação de incêndio ou perigo na edificação.
Em locais de reunião de público onde tenham grande concentração de público e
som alto, será obrigatório a instalação de avisadores visuais.
Em locais com nível sonoro acima de 105 dBA ou locais onde pessoas trabalham
com protetores auriculares, além dos avisadores sonoros, devem instalar avisadores
visuais.

1.7 Central de Controle do Sistema


A central pela qual o detector é alimentado eletricamente, tem a função de:
• Receber , indicar e registrar o sinal de perigo enviado pelo detector
• Transmitir o sinal recebido para dar o alarme automático no pavimento afetado
pelo fogo ou alarme temporizado para toda a edificação, acionar uma instalação
automática de extintor de incêndio ou fechar portas.
A central de controle do sistema merece alguns cuidados para sua instalação:
preferencialmente devem estar localizados no pavimento térreo onde tenha maior
permanência de pessoas, como portaria, guarda e apartamento de zeladores.

1.8 Fontes de Alimentação de Energia Elétrica e de Emergência


O sistema de detecção e de alarme deve ter duas fontes de alimentação de energia,
que garantam o seu funcionamento de forma permanente em quaisquer circunstâncias. A
duas fontes podem ser:
• A principal, em circuito exclusivo que provém da rede da concessionária local.
• A auxiliar, que pode ser formada por bateria de acumuladores “no-break” ou
gerador, com autonomia mínima de 24 horas em regime de supervisão, em regime de
alarme deve ser de 15 min, no mínimo para atender indicações sonoras e visuais, ou
o tempo necessário para as pessoas desocuparem a edificação.

1.9 Critério de Projeto


▪ Elementos que devem ser apresentados em arquivo DWG:
a) representar, em planta, os acionadores manuais de alarme de incêndio;
b) representar, em planta, os sinalizadores sonoros e visuais;
c) representar, em planta, a central do sistema em local de fácil acesso e supervisão
constante;
d) representar, em planta, o painel repetidor, quando houver;
e) representar, em planta, a fonte alternativa de energia do sistema;
f) representar, em planta, os pontos de detecção automática.

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▪ Informações que devem ser apresentadas em arquivo PDF:
a) apresentar memorial descritivo com as características do sistema conforme
normas específicas, constando, entre outras, as seguintes informações:
a.1) tipo de sistema de detecção e alarme;
a.2) fonte de alimentação e autonomia;
a.3) esquema de ligação e identificação dos dispositivos (isométrico);
a.4) especificação dos equipamentos e características;
a.5) quantidade, tipo de detectores e parâmetro para escolha;
a.6) número de acionadores manuais;
a.7) interligação com outros sistemas preventivos.

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