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PROCESSO CIVIL | PROCEDIMENTOS ESPECIAIS | AÇÃO DE EXIGIR CONTAS | @concuresumos

1. CONCEITO
É uma ação de prestação de contas que decorre da existência de um vínculo jurídico estabelecido entre um
indivíduo que confia bens, valores ou interesses à administração de outrem.
Isto ocorre pois, quando o vínculo acima é estabelecido, há uma obrigação de prestação de contas por parte do
administrador.
Logo, quando o mesmo se recusa a prestar a referida obrigação extrajudicialmente ou, chegando a presta-la, haja
divergência no seu conteúdo, abre-se espaço para a propositura da ação de exigir contas.
Atenção: O demonstrativo do não cumprimento obrigacional é requisito obrigatório para a propositura desta
ação, sob pena de extinção do processo sem resolução de mérito.
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2. LEGITIMIDADE
 2.1. Legitimidade ativa: É quem afirma ter bens, valores ou interesses confiados a outrem;
 2.2. Legitimidade passiva: É quem de fato administrou os bens, valores ou interesses do autor da ação.
3. FORO COMPETENTE
Será o lugar onde ocorreu a administração dos bens, valores ou interesses do autor da ação (CPC, art. 53, IV,
“b”).
Atenção: Nas ações de exigir contas de um fato processual, o foro competente será o mesmo juízo onde
tramita a referida ação.
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4. PROCEDIMENTO
A ação de exigir contas é bifásica, de modo que se procede da seguinte maneira:
 4.1. Primeira fase: Tem por finalidade analisar a existência de eventual dever de prestar contas.
 4.1.1. Ajuizamento da ação: Ocorrerá em petição inicial, na qual o autor ajuizará a ação de exigir contas,
indicando o seguinte: a) Razões pelas quais exige as contas; b) Documentos comprobatórios da necessidade
de exigir contas, se existirem (CPC, art. 550, §1º).
 4.1.2. Pedidos: O autor irá pleitear a citação do réu para que este se manifeste no prazo de 15 dias. Logo,
após a citação, o réu poderá:
a) Prestar contas e não contestar a ação: Manifestando-se desta forma, o réu reconhece o dever de prestar
contas e as apresenta em juízo, sem contestação à ação. Após, é aberto o prazo de 15 dias para que o autor
se manifeste, podendo até mesmo apresentar impugnação para tanto (CPC, art. 550, §§2º e 3º)
b) Prestar contas e contestar a ação: Manifestando-se desta forma, o réu reconhece o dever de prestar
contas, mas diverge quanto ao seu conteúdo, apresentando contestação para impugnar valor requerido.
c) Não prestar contas e contestar a ação: Manifestando-se desta forma, o réu não reconhece o dever de
prestar contas e apresenta a contestação para impugnar o pleito.
d) Não prestar contas e não contestar a ação: Caso não haja manifestação do réu, o mesmo será
considerado revel, cabendo o julgamento antecipado do mérito (CPC, art. 550, §4º), havendo presunção
relativa de veracidade quanto as contas alegadas pelo autor.
Atenção: A decisão interlocutória que julga procedente o pedido do autor condena o réu a prestar contas
no prazo de 15 dias. Se as contas não forem prestadas no prazo legal, o autor apresentará em 15 dias as
contas que julgar corretas (não podendo o réu impugnar em nada estas contas). Contudo, a única coisa que
poderá ainda ocorrer é a faculdade que incumbe ao juiz, caso assim entenda, em realizar exame pericial nas
referidas contas que foram apresentadas pelo autor (CPC, art. 550, §§5º e 6º).
Cuidado: Quanto à decisão interlocutória que julga procedente o pedido da parte autora cabe agravo de
instrumento. No entanto, quanto à sentença que põe fim à ação de exigir contas, cabe apelação cível.

 4.2. Segunda fase: Tem por finalidade efetivar a prestação de contas e/ou determinar se há eventual saldo que
deverá ser pago entre os litigantes. Após, será constituído o título executivo extrajudicial, iniciando-se a fase de
cumprimento de sentença (CPC, art. 552)

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