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1. Relacione a distribuição de espécies de uma paisagem com barreiras geográficas.

(0,5)

Uma paisagem com barreiras geográficas que podemos citar e a ilha de Madagascar que
fica localizada no Oceano Índico, na Costa Leste africana, sendo considerada a
quarta maior ilha do mundo. Esta porção de terra foi separada do restante do
continente há mais de 150 milhões de anos e, por este motivo, a maioria das
plantas e animais que são encontrados no local não existem em nenhum outro lugar
do mundo.

Calcula-se que mais de 75% das espécies de plantas e animais que podem ser
encontrados na capital de Madagascar são exclusividade da ilha e não existem em
qualquer outro lugar do mundo. Os campos cobrem grande parte da ilha. Há
algumas florestas tropicais e os mangues resistem nas costas da ilha. Centenas de
diferentes tipos de orquídeas e árvores baobab também crescem em Madagascar.

O país tem muitos animais que não vivem quase em nenhum outro lugar no mundo.
Dois exemplos são os lêmures e os fossas (ou fosas). Os lêmures são animais parecidos
com macacos que vivem nas árvores. Os fossas são mamíferos semelhantes a gatos que
caçam aves e lêmures. Muitas espécies de borboletas, além de camaleões e crocodilos,
também vivem no país.

2. Caracterize as regiões: (0,5)

 Zoogeográficas:
 Paleártica. Esta encontra-se englobando a franja norte do continente africano
como a Europa e o Norte e Centro da Ásia. Entre as espécies animais mais
significativas desta zona podemos destacar a foca, o urso pardo, o lobo, o javali
e o cervo, entre outras.
 Etiópica, que acolhe Madagascar, a península arábiga de Ásia e África, à
excepção da zona que pertence à região anterior. É formada por animais como o
camelo, o chimpanzé, o elefante, o leão ou o gorila, entre outros.
 Neotropical, que é formada pela América Central e pela América do Sul. Neste
caso, as espécies mais relevantes ou frequentes são o lagarto, as serpentes, o
puma ou a chinchilla.
 Neártica, formada pela Groenlândia e a América do Norte. A raposa do Ártico,
o pinguim, o urso branco, a foca ou o pato do Norte são os animais cujo habitat
se encontra nessa zona.
 Oriental, que engloba o Sul da Ásia, ou seja, fazem parte desta região tanto a
China como a Índia, a Indochina e os vários arquipélagos em redor. Na mesma
encontram-se desde hienas a macacos passando por rinocerontes.
 Australiana. Esta, para além da Austrália que lhe dá o nome, é formada pela
Nova Zelândia. Identifica-se pelos animais como o koala, a Nova Guiné e as
ilhas do Pacífico Sul. Identifica-se por animais como o koala, o canguru ou o
ornitorrinco.
 Oceânica Engloba todas as áreas marinhas, apesar das diferenças de
conexão entre os oceanos Índico, Pacífico e Atlântico;
Considera-se a flora deste domínio as algas.

 Fitogeográficas

Cabense- Fitorregião de menor extensão espacial;

Vegetação arbustica esclerofila, isto é, tem uma série de adaptações para sobrevivierem
a ambientes onde a água é escassa, e apresenta uma história evolutiva bem distinta do
restante do continente africano.

Neotropical- Esta região compreende as Américas do Sul, Central e do Norte;

O clima predominante é o tropical, isto é, chuvas abundantes (valores anuais acima de


1500mm), temperatura médias elevadas (acima de 18ºC) baixa amplitude;

E importante frisar que existem outros tipos de clima na região, como o semiárido,
subtropical e temperatura de altitude;

Esta diversidade se reflete nos diferentes tipos de ecossistemas que podem ser
encontrados, que vão desde o Cerrado, Mata Atlântica ou Pantanal até a Caatinga e
apresentam altas biodiversidade, pois as condições ambientais favorecem a fotossíntese
ao longo do ano todo, ao contrário de regiões situadas em latitudes maiores.

Exemplos de espécies atualmente importantes: Batata Solanum (tuberosum), Tomate


(Solanum lycopersicum), (Theobroma cacao) e Milho (Zea mays). Bromeliaceae,
Cannaceae, e as Heliconiaceae.

Paleotropical – Refere- se a áreas da África subsaariana que até o sudeste Asiático;


Ecossistemas como florestas tropicais da África, Savana e florestas de monções;
Há uma série de famílias de plantas comnus tanto a esta região como á região
neotropical;

Entre as famílias de plantas únicas a este domínio, podemos destacar as Pandanaceae e a


Dipterocarpaceae.

Antártica – Abrange as terras do extremo sul da América do Sul, Ilhas e regiões


próximas ao continente Antártico;

Australiana- Do ponto de vista biológico, esta área se desenvolveu de forma bem


diferente das demais, já que seu longo histórico de isolamento geográfico, desde a
separação da Pangeia, fez com que a flora se desenvolvesse de forma diferenciada,
dando origem a famílias únicas;

A área se caracteriza por um grande deserto na região central, com estepes ao norte e
formações tropicais ao norte e ao leste;
Gênero como o Eucalyptos, apresenta mais de 500 espécies diferentes.

Holartica- Zonas temperadas e semipolares do paralelo 30°N até as zonas polares.


Florestas de coníferas, caducifolias, pradarias, tundras e semidesérticas, onde se
destacam as seguintes famílias: betulaceae, saliaceae, ranunculaceae, saxifragaceae,
apiácea, primuaceae e campanulaceae, entre outras.

3. Leia o texto a seguir e responda o que se pede.


A INTRODUÇÃO DE ESPÉCIES EXÓTICAS NA AUSTRÁLIA E SUAS GRAVES
CONSEQUÊNCIAS AMBIENTAIS.
"Nos primeiros anos do século XX, a cidade do Rio de Janeiro vivia uma perigosa
epidemia de febre amarela. Para ajudar no controle dos focos do mosquito Aedes
Aegypti (Links para um site externo.), o principal vetor do vírus, o então Prefeito da
cidade, Francisco Franco Pereira Passos, resolveu acatar a sugestão de alguns
acadêmicos – introduzir pardais, uma ave nativa do continente europeu, nas matas da
cidade. De acordo com os especialistas, os pardais eram vorazes predadores de
mosquitos (Links para um site externo.) e, dentro de pouco tempo, controlariam os
muitos focos de Aedes Aegypti.
Em 1903, foram importados cerca de 200 pardais (Passer domesticus) de Portugal e as
aves foram soltas em uma cerimônia oficial no Campo de Santana, com muita pompa e
circunstância. A ousada estratégia, é claro, não deu certo – os mosquitos continuaram
infernizando a vida dos cariocas até que medidas drásticas de saneamento básico
passaram a ser implantadas pelo médico Oswaldo Cruz (Links para um site
externo.) anos mais tarde. Já os robustos pardais, esses passaram a ocupar os espaços
ecológicos de aves nativas como sabiás, tico-ticos e sanhaços, se espalhando depois
pelos quatro cantos do país.
Na Austrália, exemplos semelhantes de introdução de espécies exóticas resultaram em
verdadeiras tragédias ambientais. A história geológica do continente criou uma
condição de isolamento total de outras terras, condição essa que resultou no surgimento
e evolução de formas de vida totalmente diferenciadas de outras áreas do mundo. Com a
introdução de espécies animais e vegetais de outras terras no solo australiano, o delicado
equilíbrio ambiental de dezenas de milhões de anos foi abruptamente quebrado, o que
desencadeou consequências catastróficas. Comecemos falando dos fofos coelhos
europeus:
Em 1859, um fazendeiro da cidade de Winchelsea, no Estado de Vitória,
chamado Thomas Austin, resolveu importar coelhos selvagens
(Oryctolagus cuniculus) da Europa, para usá-los na prática da caça esportiva. Um total
de 24 coelhos foram trazidos da Inglaterra e soltos na sua grande propriedade. O
fazendeiro ficou muito feliz com o resultado de sua empreitada – os coelhos se
multiplicaram rapidamente e suas caçadas resultavam em dezenas de animais abatidos.
O que Thomas Austin não imaginava há época era a velocidade de reprodução dos
animais. Para piorar o problema, um dos únicos predadores dos férteis coelhos na
Austrália eram o dingos, os cães selvagens locais, que não existiam em grande
quantidade no Estado de Vitória. Cerca de 70 anos depois, os 24 coelhos originais já
haviam gerado perto de 10 bilhões de descendentes, se transformando numa verdadeira
praga no país.
Os coelhos são famosos pela sua alta taxa de fertilidade – cada fêmea gera entre 18 e 30
filhotes a cada ninhada, podendo repetir esse feito por até três vezes a cada ano. Os
coelhos de Mr. Austin foram se espalhando rapidamente por todo o Estado de Vitória,
atingindo depois Nova Gales do Sul e Queensland, entre outras regiões. Os animais
esfomeados avançavam contra as plantações e, como uma nuvem de gafanhotos (Links

para um site externo.) , deixavam os solos completamente


desnudos.
Uma das primeiras tentativas do Governo australiano para conter o avanço dos coelhos
pelo país foi ordenar a construção de uma grande cerca metálica. E não estamos falando
de uma cerca comum – apelidada pelo povo local de Dingo Fence e Dog Fence, essa
cerca tinha originalmente cerca de 8,6 mil quilômetros de extensão e foi construída
entre 1880 e 1885. Além de tentar controlar o deslocamento dos coelhos, essa cerca
também restringia os deslocamentos dos temidos dingos, famosos por atacar os
rebanhos de ovelhas.
A ideia de “jerico” não funcionou a contento contra os coelhos, que conseguiam escavar
e passar por baixo da tela de arame. Foi então que, num ato de desespero, as autoridades
decidiram introduzir na Austrália o grande predador dos coelhos na Europa – as raposas
vermelhas (Vulpes vulpes). Dezenas de raposas foram soltas nas áreas de maior
infestação de coelhos. Além de não conseguirem dar conta de tantos coelhos, as raposas
criaram um outro problema – os animais passaram a atacar e comer os lentos coalas
australianos, muito mais fáceis de caçar do que os rápidos coelhos.
Os picos de superpopulação de coelhos na Austrália somente puderam ser controlados a
partir da década de 1950, quando o Governo passou a usar diversos tipos de vírus
transmitidos por meio de mosquitos. Algumas dessas investidas eliminavam até 90%
dos coelhos de uma determinada região, porém os resultados não duravam muito tempo
– os coelhos desenvolviam imunidade contra os vírus e novas cepas precisavam ser
desenvolvidas rapidamente. Atualmente, o problema dos coelhos está controlado, mas
não está resolvido.
Outro grande desastre ambiental em curso no país está sendo provocado por milhões de
dromedários (Camelus dromedárius) selvagens. Esses animais foram introduzidos no
país a partir da década de 1840, com o objetivo de facilitar o transporte de tropas
militares, colonizadores e suprimentos através das grandes áreas desérticas do centro da
Austrália. Esses animais são famosos desde a antiguidade por suas grandes habilidades
de sobrevivência em regiões desérticas, onde podem viver por várias semanas sem
precisar de água e comida. Cerca de 60 mil animais foram trazidos desde a Índia,
Afeganistão e países do Oriente Médio até a Austrália.
A partir dos anos finais do século XIX, ferrovias começaram a ser inauguradas por toda
a Austrália, reduzindo a importância dos dromedários no transporte de cargas e de
pessoas. Essa importância diminuiu ainda mais com a chegada de automóveis,
caminhões e ônibus nas primeiras décadas do século XX. Os dromedários
“desempregados” passaram a ser soltos nas áreas áridas e semiáridas do país, voltando a
viver como criaturas selvagens. Sem predadores naturais e contando com alimentos e
algumas fontes de água potável, esses animais passaram a se reproduzir sem controle –
no início da década de 2000 eram calculados em 2 milhões de cabeças em toda a região
central da Austrália.
Em épocas de forte seca, como a que assolou o país entre 2004 e 2009, bandos com
milhares de dromedários sedentos passaram a buscar desesperadamente por fontes de
água, invadindo reservatórios de cidades e de reservas aborígenes. Na crise atual onde
imensas áreas florestais estão sendo devoradas por chamas incontroláveis (Links
para um site externo.), esses dromedários tem buscado desesperadamente pelas reservas
remanescentes de água das regiões afetadas, gerando enormes embates com as
populações humanas.
Os Governos de vários Estados do país estão se preparando para realizar “operações de
controle”, que nada mais são que o abate de dromedários por atiradores em helicópteros.
De acordo com as estimativas oficiais, cerca de 10 mil animais serão abatidos numa
primeira fase. Grupos ambientalistas e de defesa dos animais, é claro, irão fazer
inúmeros protestos contra essa atitude do Governo, porém sem apresentar alternativas
melhores. "(texto retirado do Blog: água, vida & cia Autor: Ferdinando de Sousa, em:
23/1/2020)
a. Correlacione os danos catastróficos dessas introduções de animais com a história
evolutiva da Austrália. (0,5)
A Fauna da Austrália agrupa uma enorme variedade de animais únicos, tendo um alto
nível de animais endémicos, possuindo um grande deserto na região central. Podemos
analisar que a introdução de uma nova espécies em um ambiente diferente, onde
observamos no texto tanto que na cidade do Rio de Janeiro e na Austrália, o
desenvolvimento destes animais foram rápidas, sem conseguir ter controle, causando
um desequilíbrio ambiental e descontrolado.
b. Identifique no texto todas as espécies: (0,5)

exótica invasora: pardais (Passer domesticus), coelhos selvagens


(Oryctolagus cuniculus) dromedários (Camelus dromedárius)

nativa: dingos, os cães, mosquito Aedes Aegypti

cosmopolita: coelhos

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