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RESOLUÇÃO DE EDPS:

Método das Diferenças Finitas


Análise e Simulação de Processos

P r o f . a D r. a C í n t i a S o a r e s & P r o f . D r. N a t a n P a d o i n
Categoria Exemplo Equação

Equações Equação de Laplace (estado estacionário ! "# ! "#


Elíptica + =0
Diferenciais com duas dimensões espaciais) !$² !'²

Parciais Parabólica
Equação de condução de calor (variável !#
= +′
! "#
no tempo com uma dimensão espacial) !* !$²
Classificação das equações diferenciais
parciais lineares de segunda ordem em
duas variáveis Equação da onda (variável no tempo com ! "' 1 ! "'
Hiperbólica =
uma dimensão espacial) !$² .² !*²
Equações Método das Diferenças Finitas
Diferenciais
Método dos Elementos Finitos
Parciais
MÉTODOS DE RESOLUÇÃO
Método dos Volumes Finitos

Método das Linhas

Método da Colocação Ortogonal


O método de diferenças finitas é um
método de DISCRETIZAÇÃO de

Equações equações diferenciais.

Isto significa que ele transforma uma


Diferenciais função contínua em uma representação
discreta (pontos).
Parciais As soluções obtidas com a aplicação do
MÉTODO DAS DIFERENÇAS método de diferenças finitas consistem
F I N I TA S exatamente em definir o domínio discreto
onde a solução será buscada.

A estratégia do método de diferenças


finitas consiste em buscar equações
algébricas que aproximem a solução em
cada ponto i.

Para isso, as derivadas são aproximadas


como relações algébricas envolvendo a
solução em diferentes valores de i.
Para apresentar o processo de
discretização da derivada de uma função

Equações contínua y(x) em um intervalo 0 ≤ x ≤ L,


será considerado um domínio discreto
como o apresentado na figura a seguir,
Diferenciais onde o domínio físico contínuo (região
entre 0 e L) é dividido em N + 1 pontos.
Parciais Lembrando novamente, o objetivo do
método de diferenças finitas é obter
MÉTODO DAS DIFERENÇAS aproximações para o valor da função y(x)
F I N I TA S em cada um destes N + 1 pontos.

Esta representação discreta do domínio


de solução é normalmente chamada de
grid numérico ou malha numérica.
A expansão em série de Taylor pode ser
utilizada para avaliar o valor de uma

Equações função em um dado ponto com base no


valor conhecido em outro ponto.

Diferenciais Dependendo da forma como a


aproximação é realizada, obtém-se
Parciais diferentes formulações para o método de
diferenças finitas, como será
MÉTODO DAS DIFERENÇAS apresentado a seguir.
F I N I TA S
Método das Diferenças
Finitas
§ Método é aplicado em um nó;
§ As laterais representam as condições de contorno;
§ Funciona bem para malhas estruturadas.
Método das
Diferenças Finitas
Se ! é uma variável dependente mudando em relação a duas variáveis
independentes, " e #, tem-se a expansão em série de Taylor na direção x:

+! +²! ∆"² +³! ∆"³


!$%&,( = !$,( + ∆" + + +⋯ (1)
+" $,( +"² $,(
2 +"³ $,(
6

+! + 4! −∆" 4 +³! −∆" ³


!$2&,( = !$,( + −∆" + + +⋯ (2)
+" $,( +" 4 $,(
2 +"³ $,(
6
Método das Diferenças Finitas

)! )²! ∆*² )³! ∆*³


!"#$,& = !",& + ∆* + + +⋯ (1)
)* ",& )*² ",&
2 )*³ ",&
6

)! )3! −∆* 3
)³! −∆* ³
!"2$,& = !",& + −∆* + + +⋯ (2)
)* ",& )* 3 ",&
2 )*³ ",&
6

Da Equação 1, truncada no segundo termo:

)!
!"#$,& = !",& + ∆*
)* ",&

)! !"#$,& − !",&
= Diferenças Progressivas (Forward)
)* ∆*
Método das Diferenças Finitas

)! )²! ∆*² )³! ∆*³


!"-$,& = !",& + ∆* + + +⋯ (1)
)* ",& )*² ",&
2 )*³ ",&
6

)! )3! −∆* 3
)³! −∆* ³
!"#$,& = !",& + −∆* + + +⋯ (2)
)* ",& )* 3 ",&
2 )*³ ",&
6

Da Equação 2, truncada no segundo termo:

)!
!"#$,& = !",& + −∆*
)* ",&

)! !",& − !"#$,&
= Diferenças Regressivas (Backward)
)* ∆*
Método das Diferenças Finitas

+! +²! ∆,² +³! ∆,³


!"#$,& = !",& + ∆, + + +⋯ (1)
+, ",& +,² ",&
2 +,³ ",&
6

+! +3! −∆, 3
+³! −∆, ³
!"($,& = !",& + −∆, + + +⋯ (2)
+, ",& +, 3 ",&
2 +,³ ",&
6

Truncando no terceiro termo, subtraindo a Eq. (2) da Eq. (1):

+!
!"#$,& − !"($,& = 2 ∆,
+, ",&

+! !"#$,& − !"($,&
=
+, 2∆, Diferenças Centrais
Método das Diferenças Finitas

)! )²! ∆*² )³! ∆*³


!"#$,& = !",& + ∆* + + +⋯ (1)
)* ",& )*² ",&
2 )*³ ",&
6

)! )3! −∆* 3
)³! −∆* ³
!"1$,& = !",& + −∆* + + +⋯ (2)
)* ",& )* 3 ",&
2 )*³ ",&
6

Para a derivada segunda, truncando no terceiro termo e somando as Equações 1 e 2:

)²! ∆*²
!"#$,& + !"1$,& = 2!",& + 2
)*² ",&
2

)²! !"#$,& − 2!",& + !"1$,&


= Segunda Ordem
)*² ∆*²
Método das Diferenças Finitas
O mesmo para a direção y:
*! *²! ∆y² *³! ∆y³
!",$%& = !(,$ + ∆y + + +⋯ (1)
*+ (,$ *y² (,$
2 *y³ (,$
6

*! * 5! −∆+ 5 *³! −∆+ ³


!(,$3& = !(,$ + −∆+ + + +⋯
*+ (,$ *+ 5 (,$
2 *y³ (,$
6 (2)

*! !(,$%& − !(,$
= Diferenças Progressivas (Forward)
*+ ∆+

*! !(,$ − !(,$3&
= Diferenças Regressivas (Backward)
*+ ∆+

*! !(,$%& − !(,$3&
= Diferenças Centrais
*+ 2∆+

*²! !(,$3& − 2!(,$ + !(,$%& Segunda Ordem


=
*+² ∆+²
T = 70ºC T = 30ºC

Exemplo 1 A equação que descreve a condução de calor


em regime transiente:

Condução de calor axial em barra %& ! % )&


isolada em regime transiente =
%' $"# %*²
Como seria o perfil de temperatura ao longo do
tempo (t) e do espaço (x) em uma barra de Condição inicial:
metal isolada de 1 m?
§ Em t = 0 para qualquer valor de x: T = 50ºC
Inicialmente ela encontra-se a T = 50 ºC, mas é
fixada entre duas paredes paralelas com
temperaturas de 70 ºC e 30 ºC. Condições de contorno:
Dados: § Em x = 0 para t > 0: T = 70 ºC
! = 398,2 J/m・s・ºC ou 23.892 J/m・min・ºC § Em x = 1 m para t > 0: T = 30 ºC
"# = 386,3 J/kg・ºC
$ = 8933 kg/m³ Δx = 0,2 m e Δt = 0,05 min
!" % ! )"
=
!# &'( !*²

!², ,.12,0 − 2,.,0 + ,.52,0


=
!*² ∆*²
Exemplo 1
Condução de calor axial em barra 7> 8 8:1<,; − >8:,; + 8:5<,;
isolada em regime transiente =
7?² ∆?²
!, ,.,012 − ,.,0
=
!- ∆-

!, ,.,0 − ,.,052
= 8:,;1< − 8:,;
!- ∆- 78
=
79 ∆9
!, ,.,012 − ,.,052
=
!- 2∆-
!" % ! )"
=
!# &'( !*²

,- -/,123 − -/,1 ,6 - -/23,1 − 6-/,1 + -/93,1


= =
,. ∆. ,7² ∆7²

Exemplo 1
":,;2< − ":,; % ":2<,; − 2":,; + ":9<,;
Condução de calor axial em barra =
∆# &'( ∆*²
isolada em regime transiente

% ∆#
":,;2< = ":2<,; − 2":,; + ":9<,; + ":,;
&'( ∆*²

> % ∆#
>=
&'( ∆*²
Exemplo 2 Balanço de massa por componente:

Reator PFR adiabático com !"# !"# ! ,"#


dispersão axial = −(' ++ − -"#
!$ !) !) ,
Reação Química irreversível de primeira ordem
exotérmica: Balanço de energia:
5→7
Reator plug flow com dispersão axial de massa !0 !0 ! ,0
e calor. ."/ = −(' ."/ + 1 , + −∆34 -"#
!$ !) !)
Adimensionalização

#$ (*) - /
!= , '= , ,= , .=
#$% + + /%
Assim,
'+
#$ = #$% !, (= , - = ,+, / = ./%
*)

Exemplo 2 0#$
0(
= −*)
0#$
0-
+3
0 4#$
0- 4
− 5#$
Substituindo:
Reator PFR adiabático com
dispersão axial 0 #$% ! 0 #$% ! 0 4 #$% !
= −*) +3 4 − 5 #$% !
'+ 0 ,+ 0 ,+
0 *)

#$% *) 0! #$% 0! #$% 0 4!


= −*) +3 − 5 #$% !
+ 0' + 0, +² 0, 4

0! 0! 3 0 4! +5!
=− + −
0' 0, *) + 0, 4 *)
!" !" ( ! ," +-"
=− + −
!# !& *) + !& , *)
Tem-se:
*) +
./0 = Peclet Mássico
(

Exemplo 2 Da Lei de Arrhenius:


-1, = -12/34
56 1

1
7 92 9,
como 92 = :29; e 9, = :,9; ,
Reator PFR adiabático com 56 1 1
dispersão axial -1, = -12/34 −
79; :2 :,
<
já que :2 = <=, assim:
=
1
-1 = -1,<; /34 ? 1 −
:
@
sendo ? = B<A
=
Substituindo:
!" !" 1 ! ," -" 1
=− + − 0 1 *23 4 1 −
!# !& )*+ !& , /. 5
Exemplo 2 -01
67 = Damköhler
/.
Reator PFR adiabático com
dispersão axial Assim,

!" !" 1 ! ," 1


=− + − 67 " *23 4 1 −
!# !& )*+ !& , 5
Adimensionalização

#$ (*) - /
!= , '= , ,= , .=
#$% + + /%
Assim,
'+
#$ = #$% !, (= , - = ,+, / = ./%
*)

2 6/
Exemplo 2 0#1
2/
2(
= −*) 0#1
2/
2-
+ 5 6 + −∆89 :#$
2-

Substituindo:
Reator PFR adiabático com
dispersão axial 2 ./% 2 ./% 2 6 ./%
0#1 = −*) 0#1 +5 + −∆89 :#$% !
'+ 2 ,+ 2 ,+ ²
2
*)

0#1 /% *) 2. *) 0#1 /% 2 ./% 5/% 2 6.


=− + 6 + −∆89 :#$% !
+ 2' + 2, + 2, 6

2. 2. 5 2 6. +
=− + + −∆89 :#$% !
2' 2, 0#1 *) + 2, 6 0#1 /% *)
0* 0* A 0 6* -
=− + + −∆;< !789 @
01 02 =7> /. - 02 6 =7> ?9 /.

/. - A
Peclet Térmico 4$5 = , B=
B =7>

0* 0* 1 0 6* -
=− + + −∆;< !789 @
01 02 4$5 02 6 =7> ?9 /.

Exemplo 2 ! = !# $%& ' 1 −


1
*
-!#
+, =
Reator PFR adiabático com /.
dispersão axial
0* 0* 1 0 6* 789 −∆;< 1
=− + + +, @ $%& ' 1 −
01 02 4$5 02 6 =7> ?9 *

D D=
789 −∆;<
=7> ?9

0* 0* 1 0 6* 1
=− + + +, D @ $%& ' 1 −
01 02 4$5 02 6 *
Modelo adimensionalizado:

!" !" 1 ! ," 1


=− + − -. " */0 1 1 −
!# !& )*+ !& , 2

!2 !2 1 ! ,2 1
Exemplo 2 !#
=− +
!& )*3 !& ,
+ -. 4 " */0 1 1 −
2

§ Condições iniciais:
Reator PFR adiabático com 678 ;8
dispersão axial " #=0 = , 2 #=0 =
679 ;9

§ Condições de contorno:
" & = 0 = 1, 2 & = 0 = 1,

!" !2
& = 1 = 0, &=1 =0
!& !&
Método das Diferenças Finitas

!" !" 1 ! ," 1


=− + − -. " */0 1 1 −
!# !& )*+ !& , 2

!" "345,7 − "3,7


=
!# Δ#

Exemplo 2 !"
!&
=
"3,745 − "3,7
Δ&

Reator PFR adiabático com ! ," "3,745 − 2"3,7 + "3,7:5


dispersão axial =
!& , Δ&²

Substituindo:
"345,7 − "3,7 "3,745 − "3,7 1 "3,745 − 2"3,7 + "3,7:5 1
=− + − -. " */0 1 1 −
Δ# Δ& )*+ Δ&² 2

"345,7
"3,745 − "3,7 Δ# "3,745 − 2"3,7 + "3,7:5 1
= "3,7 − Δ# + − Δ#-. " */0 1 1 −
Δ& )*+ Δ&² 2
Método das Diferenças Finitas

!" !" 1 ! ," 1


=− + + -. / 0 *12 3 1 −
!# !& )*+ !& , "

!" "456,8 − "4,8


=
!# Δ#

Exemplo 2 !"
!&
=
"4,856 − "4,8
Δ&

Reator PFR adiabático com ! ," "4,856 − 2"4,8 + "4,8;6


=
dispersão axial !& , Δ&²

Substituindo:
"456,8 − "4,8 "4,856 − "4,8 1 "4,856 − 2"4,8 + "4,8;6 1
=− + − -. / 0 *12 3 1 −
Δ# Δ& )*+ Δ& , "

"456,8
"4,856 − "4,8 Δ# "4,856 − 2"4,8 + "4,8;6 1
= "4,8 − Δ# + − Δ#-. 0 *12 3 1 −
Δ& )*+ Δ&² "
Referências
LONA, Liliane Maria Ferrareso. A Step-by-Step Approach to the Modeling of Chemical
Engineering Processes. [S.L.]: Springer, 2018.

Chapra, S. C; Canale, R. P. Métodos Numéricos para Engenharia. 5ª ed. AMGH Editora


Ltda: Porto Alegre, 2011.

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