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O filme ocorre no ano de 2019, passa-se, portanto, nos tempos atuais da era
moderna (vale ressaltar que como o filme foi feito em 2005, aquilo que podemos
observar no filme são meras especulações daquilo que se acreditava que fosse
ser o mundo em 2019, não como ele exatamente era).
Há algumas diferenças substanciais entre o mundo retratado no filme e o mundo
real, como as “motas voadoras”, o sistema para recriar um mundo que não é real
utilizado nas instalações dos clones e a capacidade de análise médica tão
avançada (ainda hoje pensamos nestas ideias como algo do futuro, e não como
algo atual).
As similaridades que se presumem no filme com o mundo real incluem os leitores
de retina como sistema de segurança, a elevada tecnologia de armamento, as
chamadas de vídeo e o próprio processo de clonagem em si, que apesar de
cientificamente possível hoje em dia, não se pratica por razões éticas e morais.
O que era “A Ilha‟?
CLONES HUMANOS
As pessoas que se encontravam presas no cativeiro eram clones da elite mais alta da sociedade, famosos, ricos e figuras
públicas (como o presidente dos estados unidos da América)
As pessoas com elevado poder económico compravam (5 milhões de dólares, é o preço pelo qual Tom Lincoln compra o seu
clone, Lincoln-six-echo) clones de si mesmas e mais tarde, quando sofressem um acidente ou os órgãos falhassem por algum
tipo de doença, os órgãos dos seus clones seriam usados para aumentar os seus anos de vida.
A clonagem é definida como um processo que resulta na criação (a partir de um ser original) de vários seres com código
genético idêntico. Isto resulta em seres com o mesmo aspeto físico, as mesmas suscetibilidades mas com personalidades,
emoções, gostos e sensações diferentes, uma vez que estes provêm do ambiente social em que somos introduzidos e não do
código genético.
Clones podem acontecer naturalmente, como é o caso dos gémeos idênticos. Se não olharmos apenas a ser humanos, este
processo é ainda mais comum.
Para uma abordagem mais técnica, clonagem é definido como o processo de gerar uma cópia geneticamente idêntica de uma
célula ou organismo e na pesquisa biomédica é geralmente definido como a duplicação de qualquer material biológico para
estudo científico, como é definido por Michael Rugnetta no site “Britannica”.
Como era a alimentação? Por que era controlada?
Os clones tinham uma alimentação rígida que pretendia manter o corpo em condições ideias
caso fossem necessários aos seus compradores, com todo o tipo de nutrientes e vitaminas
que o seu corpo necessitava.
Em caso de ser necessário usar os clones para “repor” alguma parte do seu patrocinador,
estes precisavam de ser saudáveis e encontrar-se em perfeita condição física (de nada serve
pagar para ter um clone em caso de precisar de um pulmão se o seu clone tiver cancro no
pulmão).
Porque eram submetidos a exames frequentes?
Tal com foi dito no slide anterior, era necessário que as condições corporais dos clones fossem
praticamente iguais às dos seus compradores, para que em caso de ser necessária intervenção, a
compatibilidade de transplante fosse máxima.
Além disso, era importante manter registos frequentes de atividade cerebral dos clones, para
garantir que tudo estava bem e que não estavam a desenvolver consciência ou capacidades mais
elevadas que as desejadas. Foi exatamente isso que aconteceu com Lincoln-six-echo, desenvolveu
uma capacidade cerebral muito mais elevada que a esperada e por isso não só conseguiu fugir
como levou a instituição ao fracasso.
Atualmente é possível ser realizado
o processo de clonagem retratado
no filme? Por quê?
Segundo o que é de conhecimento público, um processo de clonagem
humana nunca se realizou com sucesso, houve, ao longo dos anos, alguns
cientistas que afirmaram ter conseguido realizá-lo, mas nunca houve
nenhuma prova concreta a favor desses dados.
No entanto, já houveram inúmeras tentativas com sucesso de clonagem de
animais mamíferos e presume-se que exista toda a base científica
necessária para a clonagem de uma ser humano, mas não deixa de ser
eticamente impeditivo.
No filme, onde os fetos dos clones se desenvolviam?
Atualmente, é possível o embrião desenvolver-se
fora do útero?
No filme, os fetos dos clones desenvolviam-se em sacos com líquido amniótico e recebiam todos os seus
nutrientes e componentes necessários ao desenvolvimento através de tubos operados por clones já
desenvolvidos.
No dias que correm, um clone humano nunca foi produzido com sucesso, no entanto, o processo de
reprodução assexuada que acreditamos ser possível em humanos necessitaria de um útero para posterior
desenvolvimento do embrião, não sendo nunca possível criar um clone pela forma retratada no filme.
A ovelha Dolly, caso de 1996, representa a forma como se daria
o processo de produção de um clone humano. Seria retirado o
núcleo de um oócito (gâmeta feminino) e seria colocado nessa
Para produzir um clone, pode mesma célula o núcleo de uma célula somática do ser que se
pretende clonar. Depois, esta célula seria colocada no útero,
ser retirado material genético para assim assegurar o desenvolvimento estável e natural.
Sim, um clone teria o mesmo material genético do seu progenitor, uma vez que as células de todo o organismo proviriam de uma
célula única original e esta teria o mesmo material genético que uma célula do seu progenitor, no entanto, à que considerar
mutações genéticos e anomalias que poderiam ocorrer e portanto alterar alguma característica genética entre os dois seres (são
muito recorrentes em processos de clonagem). Quanto às características físicas idênticas, passa-se exatamente o mesmo, a
grande parte dos animais encontra as suas características físicas expressas nos genes, pelo que um clone humano teria, não
considerando anomalias ou mutações genéticas substanciais, as mesmas características do seu progenitor. Há casos de animais
que vêm o seu aspeto físico dependente do ambiente ou meio onde nascem e se desenvolvem, pelo que esse tipo de
característica não tem uma relação direto com os genes do seu progenitor.
Um clone teria o mesmo material genético de quem foi
copiado? Mesma idade? Características físicas idênticas?
Mesma personalidade?
NÃO À MESMA PERSONALIDADE
Traços de personalidade não são aspetos expressos em genes, a forma de ser, de pensar, gostos, medos, inseguranças, valores
morais, etc. são tudo convicções que se aprendem com a sociedade e/ou do contato com a realidade pós consciência. O
progenitor e o seu clone teriam apenas os mesmos traços de personalidade caso fossem desenvolvidos e criados no exato mesmo
meio social, no entanto, tal não se comprova possível, nunca é possível recriar a experiência de vida de um ser, com os exatos
mesmos sentimentos e emoções, desgostos, alegrias e eventos aleatórios.
No filme, o médico/cientista é apresentado como um ser ganancioso, frio, insensível e impiedoso que acredita que todos os
meios justificam os fins. Estas ideias são nos possíveis concluir graças à sua excentricidade (trabalha num escritório onde tem,
à sua direita, um quadro de Pablo Picasso e também nesse escritório uma obra de Franz Kline), pela forma como mentia e
enganava não só os clones mas também os seus clientes, uma vez que a imagem que vendia era que os clones eram seres
praticamente vegetativos, o que não se verificava efetivamente. Também é dito pelo próprio que a organização não se trata
apenas de um negócio, mas também de uma forma de assegurar melhores, mais eficientes e rápidos tratamentos para
doenças altamente mortais, como é o caso da leucemia juvenil, mostrando que existia também uma réstia de humanidade no
meio de tanta maldade e egocentrismo.
Também os cientistas eram apresentados como pessoas frias, sem qualquer tipo de problema moral em praticar o seu
trabalho. Não creio que, na vida "real", os cientistas sejam tão frios ou impiedosos para com os seus pacientes, mesmo
sabendo que há uma certa supervalorização do dinheiro dos dias que correm, faço um apelo ao lado humanitário de cada um
quando afirmo que tal frieza não se verifica.
Qual a finalidade, no filme, de se clonar pessoas?
Para si, há algum problema nesse uso?
Os clones reproduzidos no filme eram utilizados como seguro de vida para a elite da
sociedade (quem conseguisse ter acesso à empresa e quem conseguisse despender de 5
milhões de dólares para o comprar). O filme, perto das cenas finais, dá-nos a entender que o
médico/cientista que geria a empresa não o fazia apenas por interesse próprio e económico,
uma vez que afirma poder, num espaço de dois anos, tratar a leucemia em crianças,
demonstrando talvez um pouco de humanidade. Concluímos assim que no filme as pessoas
são clonadas com o fim principal de dar uma maior esperança de vida aos seus
patrocinadores, de enriquecer os membros da organização e, como fim secundário, tratar
problemas medicinais que de outra forma levariam muitos mais anos a tratar.
De forma subjetiva, considero que a clonagem de seres humanos é imoral e não deve ser
praticada. O problema associado a estes processos passa por diferentes aspetos, sendo as
mutações e problemas que se originariam no ser clonado o primeiro deles. Não é possível
assegurar o bem-estar e a saúde do ser clonado, antes pelo contrário, normalmente, os
seres clonados desenvolvem bastantes anomalias e mutações genéticas, o que os leva a ter
uma menor longevidade e qualidade de vida. Também adoto uma posição contra os
processos de clonagem devido à dificuldade em assegurar os direitos e a forma como os
clones seriam vistos, uma vez que todos achamos que se trata de uma pessoa comum, no
entanto, a necessidade de os diferenciar de um ser criado naturalmente demonstra que
ainda não consideramos clones como "um de nós", sendo incerta a posição moral adotada
por cada um e pela comunidade científica como um todo.
Os clones eram feitos a partir de uma única célula somática, pelo
Se os clones possuíam o que, caso se utilizasse uma célula somática que não continha os
genes que expressavam uma certa doença da qual os
mesmo material genético, por patrocinadores sofriam, o clone careceria de tal doença.
Vale ressaltar que muitos patrocinadores não tinham uma doença
que não tinham as mesmas crónica, apenas queriam um clone para que, no caso de acidente
02
O transplante de órgãos necessita da utilização de medicamentos imunossupressores para que a atividade do sistema
imunológico não rejeite o novo órgão, isto resulta num aumento do risco de infeção e numa maior vulnerabiliudade do
indivíduo face ao meio.
O que é retratado no filme é um processo de reprodução assexuada com fins económicos, e nada além disso, pelo
que neste âmbito e da perspectiva de quem realizava o processo , não, os dois seres não têm o mesmo direito à
vida.
No entanto, é de notar a forma como o filme nos é apresentado e nos mostra que, caso não saibamos da verdade
sobre todo o processo, olhamos para Lincoln e para todos os seus colegas clones como seres humanos, pessoas
normais, como nós.
isto comprova que sob a perspectiva imparcial os dois seres têm consciência e portanto ambos têm direito a viver,
a ter as suas próprias experiências e não a ser, como é referido no filme, "seguro de vida" de alguém que tem poder
social e econômico.
No filme, os clones eram vistos
como produtos comercializáveis.
Eles eram acessíveis a toda
população? Por quê?
Avaliar a moralidade de uma ação não nos cabe a nós, enquanto indivíduos singulares, mas a toda a
humanidade como um todo. Há apenas um principio em que toda a humanidade aparenta
demonstrar consenso: a vida sobrepõe-se a tudo. Não há valor moral mais importante que o da vida,
e portanto é possível que a partir desta presunção se chegue a algum julgamento objetivo. Ora, a
primeira pergunta a fazer é se a ação praticada pela organização em si e pelos patrocinadores
punha outros valores acima do valor da vida, e é aqui que cabe a cada um dar a sua opinião pessoal.
Eu, individualmente, acredito que o processo demonstra algum tipo de imoralidade, mas há que entender o porquê. A
verdade é que, ao criar clones para aumentar a a sua esperança de vida, os patrocinadores e a organização estavam
apenas a priorizar o valor mais importante (o da vida), mas não considero que seja moralmente correto matar para viver,
queres viver não pode ser justificação para acabar com outra vidas, e era esta a ação praticada no filme.
Do ponto de vista científico e legal seria possível,
atualmente, montar uma empresa como a retratada no filme?
Por quê?
Do ponto de vista científico, creio não existirem suficientes avanços tecnológicos e mesmo medicianis para
que uma empresa como a montada no filme seja possível, no entanto, vale resslatar que eu apenas sei uma
parte muito reduzida daquilo que é conheciento público. Aspetos como as pulserias de monitorização que os
clones tinham, os neurotransmissores que monitorizavam atividade cerebral, entre outros, levam-me a
considerar que o mundo ainda não atingiu um nível tão avançado de capacitação científica.
Do ponto de vista legal, uma empresa como a retratada no filme é impensável, uma vez que não só a
comunidade científica se opõe à clonagem humana como também à sua utilização para fins económicos.
Além disso, existem leis que proíbem a existência de organizações não-governamentais não declaradas, o
emprisionamento de indivíduos contra a sua vontade, etc.. Também os médicos não poderiam realizar o
trabalho que realizam no filme uma vez que estes são forçados a prometer não tirar nunca, voluntariamente, a
vida de um paciente caso a sua salvação seja possível.
Bibliografia
Livros:
Reis, J. & Guimarães, A. & Saraiva, A. B. & Novais H. (2022) BiologiaOdisseia 11, Porto Editora (17)
Imagens:
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Sites:
https://learn.genetics.utah.edu/content/cloning/whatiscloning
https://www.livescience.com/why-no-human-cloning
https://www.statnews.com/2020/02/21/human-reproductive-cloning-curious-incident-of-the-dog-in-the-night-time/
https://sciencing.com/pros-cons-cloning-5453902.html
https://environmental-conscience.com/cloning-pros-cons/
https://scholar.harvard.edu/files/sandel/files/ethical_implications_of_human_cloning.pdf