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05/12/2022 09:55 Clonagem humana.

Diferenças entre a clonagem reprodutiva e a clonagem humana terapêutica

Clonagem humana
A possibilidade de a clonagem humana ser um procedimento viável desperta fascínio e uma
gama de possibilidades. No entanto, em razão dos inúmeros desafios e das implicações
éticas que envolvem tal procedimento, a clonagem humana reprodutiva (ou seja, quan

O nascimento da ovelha Dolly possibilitou que passássemos a avaliar a clonagem humana como algo viável.
Paralelamente, trouxe opções das quais poderíamos nos beneficiar: desde a possibilidade de pessoas que precisam ser
transplantadas conseguirem órgãos compatíveis; à esperança de ter de volta aquele ente querido que morreu; ou mesmo a
realização da ideia de se tornar imortal. Além disso, também trouxe muitas discussões, dúvidas e posicionamentos
favoráveis e não favoráveis.

Clones são células ou organismos originários de uma única célula, sendo idênticos a ela. Deste modo, muitos vegetais,
protozoários e fungos são clones; assim como gêmeos univitelinos. Quando se trata de clones tal como a ovelha Dolly, ou
seja, que jamais poderiam ter surgido de forma natural, a questão se torna um pouco diferente.
Dolly foi clonada a partir de uma célula somática diferenciada, elaborada a partir da transferência do núcleo de uma célula
somática da glândula mamária de uma ovelha branca para um óvulo sem núcleo, de uma ovelha negra. Tal célula passou a
se comportar tal como um óvulo que acabou de ser fecundado e, apesar de ela ter sido gerada por uma ovelha também
negra, Dolly nasceu idêntica à dona do núcleo.

Tal novidade abriu portas para novas pesquisas, uma vez que até então se acreditava que células somáticas diferenciadas
não poderiam ser capazes de originar diversos tipos de tecidos diferentes. Por outro lado, a experiência com Dolly levantou
um grande número de desafios. Um dos primeiros inclui o fato de esses procedimentos, até agora, provocarem um alto
índice de tentativas malsucedidas até que se consiga que uma gestação vá até o fim. Outro ponto significativo é a questão
de como driblar os problemas de saúde que a grande maioria dos indivíduos clonados têm apresentado – inclusive o
envelhecimento precoce. Dolly, por exemplo, desenvolveu artrite precocemente, o que não costuma acontecer em
indivíduos com a idade que tinha na época.

Assim, surgem novas questões interessantes, como: será que a clonagem humana é realmente possível? Se sim, será que
tal procedimento é ético? Quais seriam os riscos e as implicações desse fato? O que fazer com os possíveis clones que
nascerão com deficiências significativas e que forem rejeitados pelas suas famílias? Talvez prevendo as implicações éticas
dessa questão, em 2003 foi assinado um documento no qual diversos países, inclusive o nosso, buscam proibir esse tipo de
clonagem em humanos, denominada clonagem reprodutiva.

Por outro lado, surge uma nova possibilidade: a clonagem terapêutica, também – e mais adequadamente – chamada de
clonagem para fins biomédicos, clonagem para a pesquisa terapêutica, ou clonagem investigativa. Esta se diferencia da
clonagem reprodutiva porque não tem como objetivo a implantação da célula, o que inviabiliza a possibilidade de se gerar
um novo ser vivo, clonado. Assim, permitiria com que, a partir de células capazes de se diferenciar, qualquer tipo de tecido
fosse formado; driblando muitas das implicações éticas significativas que a clonagem reprodutiva apresenta (mas não as
excluindo totalmente).

Por Mariana Araguaia


Bióloga, especialista em Educação Ambiental

Fonte: Brasil Escola - https://brasilescola.uol.com.br/biologia/clonagem-de-seres-humanos.htm

https://brasilescola.uol.com.br/imprimir/792 1/1

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