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POEMAS DE NATAL (1)

Ó pastores Recado para o menino Jesus

Ó pastores do monte e prado, Menino Jesus do céu,


acordai por vosso bem. Dá-me um avião
Ide já guardar o gado, Ou um automóvel
P'ra ver Jesus em Belém. Ou mesmo um balão.

Pastorinhos do deserto, Um barco a motor,


Todos correm para O ver, O que te der jeito,
Trazem mil e um presentes, Qualquer prendazita
Para o Menino comer. Fico satisfeito.

Menino Jesus do céu,


A palavra mais bela Escrevi-te lindo postal,
Para me mandares brinquedos,
Fui ver ao dicionário de sinónimos No dia de Natal.
A palavra mais bela sem igual
Perfeita como a nave dos Jerónimos... Menino Jesus do céu,
E o dicionário disse-me NATAL. De seda era o meu postal,
Não te esqueças da minha rua,
Perguntei aos poetas que releio: No dia de Natal!
Gabriela, Régio, Goethe, Poe, Quental,
Lorca, Olegário... e a resposta veio:
Christmas... Noel... Natividad...Natal...

Interroguei o firmamento todo!


Cobras, formigas, pássaros, chacal!
O aço em chispa, o «pipeline», o lodo!
E a voz das coisas respondeu NATAL.

Cânticos, sinos, lágrimas e versos:


Um N, um A, um T, um A, um L...

Perguntei a mim próprio e fiquei mudo...


Qual a mais bela das palavras, qual?
Para quê perguntar se tudo, tudo
Diz Natal, diz Natal, e diz Natal?!

Didá lvi, dez’ 2014


POEMAS DE NATAL (2)

Um pastor vindo de longe É Natal, nasceu um bebé

Um pastor vindo de longe Não é só na chaminé


À nossa porta bateu, Com o Pai Natal ao pé
Trouxe recados que dizem Nem pinheiro, nem estrelinha,
“O Deus menino nasceu”. Natal é uma adivinha

Este recado tivemos, Sabem o que é,


Já meia noite seria, Sabem o que é,
Estrelas do céu lá vamos É Natal nasceu um bebé .
Dar parabéns a Maria.
Ontem, hoje e amanhã
Vamos ter com os mais pastores, E tu nem sequer sabias
Não se percam no caminho. Que não é só em Dezembro,
Vamos todos e depressa, Natal é todos os dias.
Visitar o Deus Menino.

Ai, que formoso Menino! Brilha, brilha, lá no céu


Ai, que tanta graça tem!
Ai, que tanto se parece Brilha, brilha,
Com sua Senhora. Lá no céu,
A estrelinha que nasceu.
Logo outra surge ao lado
Presente de Natal E o céu fica iluminado.
Brilha, brilha,
Quero que todos os dias Lá no céu,
Sejam dias de Natal A estrelinha que nasceu.
Para todos terem alegria
E a ninguém lembrar o mal

Ó menino! Não te esqueças


De me dar um presente
Transforma todos os dias
Em Natais p'ra toda a gente

Em Natais quentes de amor


Com cestos cheios de pão
Com luzes, sinos e febres
Com homens todos irmãos

Didá lvi, dez’ 2014


POEMAS DE NATAL (3)

Fios Brilhantes Meditações do Pai Natal

O Natal já vinha perto. A estrela brilhava


E, em casa, que confusão. No alto
Toda a gente atarefada, Tão bela
Com a vassoura na mão. Que o Pai Natal
(cansado)
E as aranhas perseguidas, Deixou o trenó
Fugiam a oito patas E sentou-se nela.
E iam esconder-se no sótão,
Com os ratos e as baratas. Dali avistava
O Mundo inteiro,
Lá em cima, muito tristes.,
Os países ricos,
Lamentavam o seu mal:
As selvas,
- Ai, se ao menos nos deixassem
Os mares,
Ver a árvore de Natal!
Os pobres,
Mas, o Menino Jesus A fome,
Mandou-lhes este recado, A guerra,
Por uma estrela que brilhava, O deserto,
Entre as frestas do telhado. O passado,
O presente
«Quando a gente desta casa. E um futuro
Estiver toda deitada, (tão incerto...)
Aranhas, tendes licença.
De ir ver a árvore enfeitada. Então decidiu:
Nem fitas
As aranhas, uma a uma, Nem laços
Saíram lá do seu canto Nem brilhos
E foram ver o pinheiro, Nem cor
Que estava mesmo um encanto. Desceu (resoluto)
E carregou o trenó
Mas, ao andarem pelos ramos, De PAZ e AMOR!
As pobres aranhas feias,
Deixavam, atrás de si,
Os fios cinzentos das teias!

O Deus Menino, porém,


Estendeu sua mão bendita,
Transformando em fios de prata
Os sinais dessa visita.

Dizem que foi desde então,


Que se tornou habitual,
Enfeitar com fios brilhantes
As árvores de Natal.

Didá lvi, dez’ 2014


POEMAS DE NATAL (4)

Dia de Natal Chorava o menino

Hoje é dia de Natal, O Menino está deitado


Mas o Menino Jesus Nas palhinhas a chorar.
Nem sequer tem uma cama, Treme de frio, coitado,
Dorme na palha onde o pus. Que a neve baila no ar.

Recebi cinco brinquedos Quem virá para o aquecer?


Mais um casaco comprido. Quem se chega à sua beira?
Pobre Menino Jesus, Dar-lhe um manto de abafar
Faz anos e está despido. Ou calor de uma fogueira.

Comi bacalhau e bolos, Vem o pastor aquecê-lo,


Peru, pinhões e pudim. Vem o pastor com seu anho
Só ele não comeu nada A dar-lhe um manto de pelo
Do que me deram a mim. Das ovelhas do rebanho.

Os reis de longe lhe trazem Mas o menino 'inda chora!


Tesouro, incenso e mirra. Não lhe dá calor o manto
Se me dessem tais presentes, E vai-se o pastor embora,
Eu cá fazia uma birra. Sem poder calar-lhe o pranto.

Às escondidas de todos Vem uma serrana e logo


Vou pegar-lhe pela mão Julga aquecer o Infante.
E sentá-lo no meu colo Traz brasas, traz lume, traz fogo,
Para ver televisão. Vai calar-se num instante.

Mas o menino, 'inda chora!


O frio que sente é tanto!
E vai-se a serrana embora,
Sem poder calar-lhe o pranto.

Vem depois um pequenino.


Que traz nas mãos? Não traz nada!
Vem aquecer o menino
Trazido pela geada!

Chega junto à manjedoura,


Dá-lhe um beijo. Que acontece?
Já tem calor, já não chora.
E então Jesus adormece.

ÁRVORE DOS AMIGOS

Didá lvi, dez’ 2014


Didá lvi, dez’ 2014

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