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É Dia de Natal
Vitorino Nemésio
DE CONSOADA Natal Divino
Miguel Torga
Natal Natal
Miguel Torga
Natal
LITANIA DO NATAL
José Régio
NATAL À BEIRA-RIO FALAVAM-ME DE AMOR
David Mourão-Ferreira
NÃO CORTEM O CORDÃO
Não cortem o cordão que liga o corpo à Não limpem o sal na boca. Esse objecto
no centro das madeiras - Das entranhas, entre duas crianças, a que era
se dorme. Como já pensa, como tem unhas de tanta opulência. O trabalho confuso:
Não talhem a placenta por onde o fôlego Fieiras de enxofre, ramais de quartzo, flúor
Jorge de Sena
O Natal não é ornamento
Dia de Natal "O Natal não é ornamento: é fermento
É um impulso divino que irrompe pelo interior
Hoje é dia de Natal da história
Mas o Menino Jesus Uma expectativa de semente lançada
Nem sequer tem uma cama, Um alvoroço que nos acorda
Dorme na palha onde o pus. para a dicção surpreendente que Deus faz
da nossa humanidade
Recebi cinco binquedos
O Natal não é ornamento: é fermento
Mais um casaco comprido.
Dentro de nós recria, amplia, expande
Pobre Menino Jesus,
Faz anos e está despido. O Natal não se confunde com o tráfico
sonolento dos símbolos
Comi bacalhau e bolos, nem se deixa aprisionar ao consumismo
Peru, pinhões e pudim. sonoro de ocasião
Só ele não comeu nada A simplicidade que nos propõe
Do que me deram a mim. não é o simplismo ágil das frases-feitas
Os gestos que melhor o desenham
Os reis de longe lhe trazem não são os da coreografia previsível das
Tesouro, incenso e mirra. convenções
Se me dessem tais presentes,
O Natal não é ornamento: é movimento
Eu cá fazia uma birra.
Teremos sempre de caminhar para o
encontrar!
Às escondidas de todos
Entre a noite e o dia
Vou pegar-lhe pela mão
Entre a tarefa e o dom
E sentá-lo no meu colo
Entre o nosso conhecimento e o nosso desejo
Para ver televisão.
Entre a palavra e o silêncio que buscamos
Uma estrela nos guiará
Luísa Ducla Soares
O Natal não é ornamento"
Tolentino de Mendonça