na soleira com um pedaço de estearina oculta em trapo, provocando-lhe um
fuminho que tresandava a cebo queimado.
A taça da goma para os peitilhos, punhos e colarinhos. a esponja, a humedecer e
descorar amarelecimentos na roupa, o ferro de encanudar cabeções, a tenaz dos frouxos, tudo isso girava para outra parte, escondido, muitas vezes apressa, onde era difícil dar-se com isso, depois da nova moradia esquecida.
Aproveitava-se do mobiliário para o novo dispositivo da acomodação, atinente a
lapinha: — a mesa grande, umas banquetas e o espelho de dobradiças que deveria fazer bom efeito. de asas abertas, na duplicação das imagens, suspendido numa parede, ao alto, levemente inclinado como docel de fantasia burguesa.
Arrastado o que ficava para os lugares preconcebidos, preparava-se uma espécie de
altar com rodapé de colcha adamascada e toalha de rendas caras, em barra pendente.
Publicado originalmente na Revista “Das Artes e Da História
Da Madeira”, Novembro-Dezembro , vol. 11, n.° 9, no ano 1951.