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QUARTA IGREJA PRESBITERIANA DE GARANHUNS

Série de Estudos em Colossenses


Estudo 18 - A ameaça do sincretismo
Colossenses 2.18,19
Outra faceta das heresias que estavam ameaçando a Igreja de Colossos era o sincretismo. Destacaremos
quatro pontos sobre ele.

1. A natureza do sincretismo (2.18).

Os falsos mestres que estavam assaltando a igreja de Colossos eram não apenas legalistas, mas também
sincretistas. A teologia que eles pregavam era uma mistura, um produto híbrido de filosofia grega, judaísmo
legalista e cristianismo. O produto final era uma heresia que fazia forte oposição à fé evangélica. A teologia
deles procedia de suas visões, e não das Escrituras. Eles adoravam anjos, espíritos intermediários, e não
diretamente a Deus por meio de Cristo. Eles davam mais valor à experiência subjetiva do que à verdade
objetiva. Mais valor ao sentimento do que à razão.

2. A arrogância do sincretismo (2.18).

Munidos de suas heresias sincretistas, os falsos mestres tentavam desqualificar os cristãos por não terem
como eles as mesmas experiências arrebatadoras. Eles se colocavam na posição de árbitros que
desqualificam um atleta e o impedem de receber o seu prêmio. Claramente, tais “juízes” eram mestres
gnósticos que não davam ao Senhor Jesus Cristo o lugar supremo, mas se reservavam superioridade
própria.

3. A idolatria do sincretismo (2.18).

Os falsos mestres estavam enganados quanto à teologia e quanto ao sentimento. Eles não apenas adoravam
os anjos, mas diziam que faziam isso por humildade. Paulo já havia ensinado a preeminência de Cristo sobre
os anjos. Adorar a criatura em lugar do criador provoca a ira a Deus em vez de representar a Ele qualquer
agrado (Rm 1.24,25). Eles ensinavam que era arrogância tentar ir direto a Deus. Por isso precisavam adorá-
lo por meio de anjos.

A atitude desses falsos mestres não era de humildade, mas de presunção. Ao desobedecer a um preceito
de Deus, eles estavam sendo petulantes, arrogantes e soberbos, e não humildes. A humildade autêntica
nunca se aproxima dos outros com exigências e críticas. A falsa humildade sempre se trai pelo orgulho. O
homem que pretende ser muito humilde na realidade é insuportavelmente orgulhoso.

Quando esses falsos mestres acusavam os cristãos de não serem suficientemente humildes e, travestidos
de uma falsa humildade, diziam que não eram suficientemente bons para aproximar-se diretamente de Deus,
recorrendo antes aos anjos, estavam incorrendo no mesmo engano daqueles que ainda hoje se aproximam
de Deus por meio de Maria, de santos ou de outros mediadores. A Bíblia é clara em afirmar que há um só
Deus e um só mediador entre Deus e os homens, Jesus Cristo homem (1Tm 2.5).
4. A base rota do sincretismo (2.18,19).

a. A religião do sincretismo não é bíblica, mas mística.

O sincretismo é uma heresia, uma religião heterodoxa. Ele está baseado em visões, e não na verdade
revelada. Está fundamentado na experiência, e não na Escritura. Aquele que cai nesse laço do engano
acredita ter visto algo e se gaba dessa experiência. Faz dela o assunto mais grandioso. Ao agir assim, essa
pessoa coloca sua experiência mística acima da Palavra de Deus e julga-se possuidora de uma revelação
especial de Deus e de um conhecimento superior de Deus além das Escrituras.

Floresce de maneira vigorosa em nossos dias o sincretismo. As pessoas deixam o sincretismo pagão para
abraçar outro sincretismo chamado “evangélico”. As pessoas entram para a “igreja evangélica”, mas
continuam prisioneiras de crendices estranhas à Palavra de Deus.

b. A religião do sincretismo não é espiritual, mas carnal.

Os falsos mestres arrotavam uma espiritualidade que não possuíam. Diziam-se espirituais, mas eram
carnais. Queriam reprovar os outros, mas não enxergavam o quão longe eles mesmos estavam de Deus. A
mente é carnal quando baseia sua esperança para a salvação em qualquer coisa que não seja Cristo
somente (2.19). Não faz nenhuma diferença se o fundamento no qual tenha colocado a sua esperança seja
a força física, a habilidade, as boas obras ou, como aqui, visões transcendentais. Tudo é igualmente a mente
carnal.

c. A religião do sincretismo proclama ser de Cristo, mas está desligada dele (2.19).

Os falsos mestres estavam desligados de Cristo e da Sua Igreja. Não tinham conexão com a cabeça nem
com o corpo. O sincretismo é como um corpo morto desligado da cabeça, que é Cristo. Como as heresias
crescem, o sincretismo também cresce numericamente, mas não o crescimento que procede de Deus. Nem
tudo o que cresce é verdadeiro. Nem todo “sucesso” procede de Deus. Nessa sociedade embriagada pelo
sucesso, o critério na busca da verdade mudou radicalmente. Esse sincretismo pragmático busca o que
funciona; não busca o que é certo, mas o que dá certo. Uma igreja não é automaticamente fiel por estar
crescendo numericamente. Paulo diz que a igreja não necessita nem de outra fonte de poder, nem deve
buscá-la, para vencer o pecado ou para crescer no conhecimento, virtude e gozo.

d. A religião do sincretismo proclama ser verdadeira, mas é totalmente falsa (2.19).

É falsa toda religião que não segue a orientação da cabeça, que é Cristo. É enganosa toda religião que dá
mais valor às visões, ensinos e experiências dos homens que ao ensino de Cristo. Toda religião que se isola
e pretende ser a única detentora da verdade sem estar suprida pela cabeça e bem vinculada por suas juntas
e ligamentos é um câncer no corpo em vez de crescer o crescimento que procede de Deus.

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