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OUTUBRO • 2ª QUINZENA ANO 91º • 2023 • Nº 20

5,50 euros (IVA incl.)


Diretor:
Miguel Peixoto de Sousa

DE213672021GSB2B Contrato nº 594655

Proposta de Lei nº 109/XV/2ª

Orçamento do Estado para 2024


A proposta do Orçamento do Estado para 2024 foi Taxas
entregue no Parlamento no passado dia 10 de outubro, Rendimento coletavel (percentagem)
(euro) Normal Média
devendo a discussão na especialidade ocorrer nos dias (A) (B)
23 a 29 de novembro e a votação na generalidade Até 7 703 13,25 13,250
decorrerá nos dias 30 e 31 de outubro. De mais de 7 703 até 11 623 18,00 14,852
De acordo com as informações que têm vindo a De mais de 11 623 até 16 472 23,00 17,251
ser divulgadas pelo Governo, enunciamos de seguida De mais de 16 472 até 21 321 26,00 19,240
algumas medidas que irão ser certamente refletidas De mais de 21 321 até 27 146 32,75 22,139
no OE 2024. De mais de 27 146 até 39 791 37,00 26,862
De mais de 39 791 até 51 997 43,50 30,768
Imposto sobre o Rendimento
De mais de 51 997 até 81 199 45,00 35,886
das Pessoas Singulares - IRS
Superior a 81 199 48,00 -
• Escalões atualizados • Mínimo de existência
O Governo admite atualizar os escalões de IRS O valor do mínimo de existência (art. 70º do CIRS)
em 3%, ficando aquém da inflação que deverá chegar subirá dos atuais € 10 640 para €11 480. Refira-se que
aos 4,6%. o salário mínimo em 2024 irá ser fixado em € 820.
As taxas de IRS descem entre 1,25% e os 3,5% até
• Deduções
ao quinto escalão de rendimentos (de mais de € 20 700
até € 26 355) Subida da dedução das despesas com rendas de
habitação própria e permanente, dos atuais € 502 para
€ 507,12.
(Continua na página 738)
SUMÁRIO
Legislação
DL n.º 72/2023, de 23.8 (Regime jurídico do cadastro
predial - Sistema Nacional de Informação Cadastral) 743 NESTE NÚMERO
Informações Vinculativas
IVA: taxas do imposto - reabilitação de imóvel .... 740 a 742 • Suplemento - Medidas de habitação
Obrigações fiscais do mês e informações diversas 730 a 739 (Lei nº 56/2023, de 6 de outubro)
Trabalho e Segurança Social
Informações Diversas e Regulamentação • Dívidas à Segurança Social - Consulta do
do Trabalho ..................................................... 757 a 759 processo executivo
Sumários do Diário da República............................ 760
730 Boletim do Contribuinte
OUTUBRO 2023 - Nº 20

Conferência Politécnico de Bragança

25 anos da LGT
17 novembro
Abertura
8h50 Boas vindas
Prof. Doutora Sónia Nogueira | Diretora da Escola Superior de Comunicação, Administração e Turismo

BLOCO 1 –Moderador: Prof. Doutora Nina Aguiar | Esact-IPB


9h00 Os tipos de tributos no direito constitucional português
Prof. Doutor Casalta Nabais | Professor Catedrático da F. de Direito da U. de Coimbra

9h20 A interpretação das normas de Direito Tributário


Prof. Doutora Ana Paula Dourado | Professora catedrática da F. de Direito da U. de Lisboa

9h40 A substituição tributária


Prof. Doutor Tomás Tavares | Professor associado da U. Católica

10h00 A substituição tributária no ordenamento tributário brasileiro


Juiz Desembargador Doutor Leandro Paulsen | Juiz desembargador do Tribunal Federal da 4ª Região

10h20 Pausa para café


BLOCO 2 – Moderador: Prof. Doutora Suzana Costa | IPCA
11h00 A prescrição da dívida tributária
Prof. Doutor Rui Duarte Morais | Professor catedrático da Universidade Católica Portuguesa

11h20 A garantia da obrigação tributária


Juíza Desembargadora Doutora Ana Paula Santos | Vice-presidente do Tribunal Central Administrativo-Norte

11:40 Os princípios do procedimento tributário


Prof. Doutor Joaquim Freitas da Rocha | Professor associado com agregação da U. do Minho

12h00 Os princípios do procedimento tributário no ordenamento tributário espanhol


Prof. Doutora M. Ángeles García Frías | Professora catedrática da U. de Salamanca; Letrada do Tribunal Constitucional espanhol

12h20 Almoço
BLOCO 3 – Moderador: Prof. Doutor Campos Amorim | IPP
14h00 A LGT e o novo paradigma de administração tributária
Prof. Doutor José Maria Pires | Centro de Estudos Fiscais - Professor convidado do Instituto Superor de Economia e gestão

14:20 A fundamentação do ato tributário


Prof. Doutora Suzana Tavares da Silva | Professora associada da F. de Direito da U. de Coimbra; Juiza conselheira do Supremo Tribunal
Administrativo

14:40 A fundamentação do ato tributário no ordenamento tributário espanhol


Prof. Doutor José Lago Montero | Professor catedrático da U. de Salamanca

15:00 Assistência e informação no ordenamento tributário espanhol


Prof. Doutora Isabel Gil | Professora titular da Universidade de Salamanca Valor da inscrição:
Presencial (s/ almoço): 25 €
15:20 O direito ao recurso dos atos tributário Presencial (c/ almoço): 40 €
Prof. Doutor Sérgio Ribeiro | Professor associado da U. do Minho
Presencial (c/ almoço + jantar): 80 €
15:40 Debate Presencial (c/ jantar): 40 €
Online: 25€
16:00 Encerramento
Agradecimentos finais Prof. Doutora Nina Aguiar | ESACT/IPB Inscrições:
anabessa@grupovidaeconomica.pt
19:00 Jantar
LOCAL: Escola Superior de Comunicação,
Organizadores: Administração e Turismo (EsACT) do
Instituto Politécnico de Bragança (IPB)
- Campus do Cruzeiro - Avenida 25 de
Abril, Cruzeiro, Lote 2. Apartado 128.
5370-202 Mirandela
Boletim do Contribuinte 731
OUTUBRO 2023 - Nº 20

PAGAMENTOS OBRIGAÇÕES
EM NOVEMBRO EM NOVEMBRO

I R S (Até ao dia 20 de novembro) IRS


– Entrega do imposto retido no mês de outubro sobre ren-
Entrega da Declaração Mensal
dimentos de capitais, prediais e comissões pela intermediação
na realização de quaisquer contratos, bem como do imposto de Remunerações
retido pela aplicação das taxas liberatórias previstas no art.
71º do CIRS. Até ao dia 10 de novembro, deverá ser entregue a Decla-
ração Mensal de Remunerações, por transmissão eletrónica de
– Entrega do imposto retido no mês de outubro sobre as dados, pelas entidades devedoras de rendimentos do trabalho
remunerações do trabalho dependente, independente e pen- dependente sujeitos a IRS, ainda que dele isentos, bem como
sões – com exceção das de alimentos (Categorias A, B e H, os que se encontrem excluídos de tributação, nos termos dos
respetivamente). artigos 2º, 2.º-A e 12.º do Código do IRS, para comunicação
I R C (Até ao dia 20 de novembro) daqueles rendimentos e respetivas retenções de imposto, das
deduções efetuadas relativamente a contribuições obrigatórias
– Entrega das importâncias retidas no mês de outubro por
para regimes de proteção social e subsistemas legais de saúde
retenção na fonte de IRC, nos termos do art. 94º do CIRC.
e a quotizações sindicais, relativas ao mês anterior.
I VA
- Pagamento do imposto apurado na declaração respeitante
a setembro, pelos sujeitos passivos abrangidos pela periodici-
Notários
dade mensal do regime normal. (Até ao dia 27 de novembro) Declaração modelo 11
- Entrega do imposto liquidado no 3º trimestre de 2023
pelos contribuinteඌ de periodicidade trimestral do regime Até ao dia 15 de novembro, deverá ser feita a entrega
normal. (Até ao dia 27 de novembro) da Declaração Modelo 11, por transmissão eletrónica de
dados, pelos notários e outros funcionários ou entidades que
- Regime dos pequenos retalhistas - pagamento do imposto
desempenhem funções notariais, bem como as entidades ou
apurado relativo ao 3º trimestre de 2023 (Até ao dia 20 de
profissionais com competência para autenticar documentos
novembro). A obrigação de envio da declaração periódica do
particulares que titulem atos ou contratos sujeitos a imposto
IVA subsiste caso, no período em referência, não haja operações
sobre o rendimento ou património, das relações dos atos pra-
tributáveis. (art. 67º, nº 1, do Código do IVA)
ticados no mês anterior suscetíveis de produzir rendimentos.
IMPOSTO MUNICIPAL SOBRE IMÓVEIS
- IMI
IRS e IRC
- Pagamento da 2ª prestação do Imposto Municipal sobre
Imóveis referente a 2022, se superior a € 100,00, e igual ou Declaração modelo 30
inferior a € 500,00 ou da 3ª prestação, se superior a € 500,00.
Nos cônjuges não separados de pessoas e bens ou unidos Envio, até ao dia 30 de novembro, da declaração mode-
de facto, nos casos de prédios urbanos para habitação própria lo 30, por transmissão eletrónica de dados, pelas entidades
e permanente, em que tenham fixado o respetivo domicílio, devedoras ou pagadoras de rendimentos a sujeitos passivos
o valor referido aplica-se à totalidade do imposto a liquidar, não residentes em território português, no mês de setembro.
mesmo que o prédio esteja em compropriedade (Até ao dia
30 de novembro) IVA
SEGURANÇA SOCIAL (De 10 a 20 de novembro) Declaração periódica – regime mensal
- Pagamento de contribuições e quotizações referentes
ao mês de outubro de 2023. Envio, até ao dia 20 de novembro, da Declaração Perió-
dica, por transmissão eletrónica de dados, acompanhada dos
IMPOSTO ÚNICO DE CIRCULAÇÃO anexos que se mostrem devidos, pelos contribuintes do regime
(Até ao dia 30 de novembro) normal mensal, relativa às operações efetuadas em setembro.
- Liquidação, por transmissão eletrónica de dados, e pagamen-
to do Imposto Único de Circulação – IUC – relativo aos veículos Declaração periódica – regime trimestral
cujo aniversário da matrícula ocorra no mês de novembro.
Entrega, até ao dia 20 de novembro, da Declaração Pe-
IMPOSTO DO SELO (Até ao dia 20 de novembro) riódica, por transmissão eletrónica de dados, acompanhada
- Entrega das importâncias liquidadas no mês anterior. dos anexos que se mostrem devidos, pelos contribuintes do
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Guia Modelo P2 ou Declaração


OBRIGAÇÕES Modelo 1074
EM NOVEMBRO Entrega, até ao dia 20 de novembro, da Guia Modelo P2
ou da Declaração Modelo 1074, pelos retalhistas sujeitos ao
regime de tributação previsto no art. 60.º do CIVA, consoante
haja ou não imposto a pagar, relativa ao 3.º trimestre.
regime normal trimestral, relativa às operações efetuadas no
3.º trimestre.
Carta de condução
IVA Revalidação automatizada
Declaração Recapitulativa – regime mensal
A Portaria nº 305/2023, de 10.10, aprovou mecanismos
Entrega, até ao dia 20 de novembro, da Declaração Reca- com vista à implementação da revalidação automatizada das
cartas de condução, que acautelem o cumprimento de requisitos
pitulativa por transmissão eletrónica de dados, pelos sujeitos
de autenticação forte de identificação dos condutores, permitin-
passivos do regime normal mensal que tenham efetuado
do a emissão de documentos com informação atual e segura.
transmissões intracomunitárias de bens e/ou prestações de Refira-se que os mecanismos de revalidação automatizada
serviços noutros Estados Membros, no mês anterior, quando definidos na citada portaria, a produzir efeitos a partir de 16 de
tais operações sejam aí localizadas nos termos do art. 6.º do outubro, não excluem o acesso ao procedimento de revalidação
CIVA, e para os sujeitos passivos do regime normal trimestral da carta de condução nos termos gerais da legislação aplicável,
quando o total das transmissões intracomunitárias de bens através dos canais disponibilizados para o efeito pelo Instituto
a incluir na declaração tenha no trimestre em curso (ou em da Mobilidade e dos Transportes (IMT).
qualquer mês do trimestre) excedido o montante de € 50.000. A revalidação automatizada da carta de condução aplica-
-se aos condutores cujos títulos de condução se encontram em
período de revalidação.
IRS - IRC - IVA De acordo com o Governo, para acederem a este me-
Comunicação dos elementos das faturas canismo de revalidação automatizada, os cidadãos têm que
descarregar uma aplicação móvel. A revalidação automatizada
Até ao dia 8 de novembro, deverá ser efetuada a comuni- da carta de condução tem início com notificação criada para o
efeito e enviada para a aplicação móvel, disponibilizada pela
cação, por transmissão eletrónica de dados, dos elementos das
Agência para a Modernização Administrativa (AMA), ou outra
faturas emitidas no mês anterior, ou a sua inexistência, pelas
que lhe venha a suceder.
pessoas singulares ou coletivas que tenham sede, estabeleci- O procedimento de revalidação automatizada é iniciado
mento estável ou domicílio fiscal em território português e que através do envio de notificação para o efeito, pelo IMT para
aqui pratiquem operações sujeitas a IVA. a aplicação móvel.
Esta notificação é enviada até ao termo do prazo para a
IVA revalidação da carta de condução do condutor e mantém-se
digitalmente ativa pelo prazo definido na mesma notificação.
Pedido de restituição do IVA Na tramitação do procedimento de revalidação automati-
zada, o condutor recebe notificações na aplicação móvel para:
Entrega, até 30 de novembro, por transmissão eletrónica - autorizar o acesso e confirmar os dados constantes no
de dados, do pedido de restituição do IVA pelos sujeitos Registo Nacional de Condutores;
passivos do imposto suportado, no próprio ano civil, noutro - proceder ao pagamento da taxa e as instruções para o
Estado Membro e do IVA suportado em Portugal por sujeitos efeito;
- acompanhar o estado do processo.
passivos de país terceiro, quando o montante a reembolsar
As duas primeiras notificações indicadas estão sujeitas a
for superior a € 400 e respeitante a um período não inferior
um prazo de resposta, previsto na própria notificação, findo o
a três meses consecutivos, tal como refere o Decreto-Lei n.º qual o procedimento extingue-se por desistência do condutor,
186/2009, de 12 de agosto. sem prejuízo de o condutor poder submeter novo pedido de
revalidação de carta de condução, através dos meios disponi-
bilizados pelo IMT.
Imposto do Selo Após tais notificações e efetuado o pagamento da taxa de
Declaração Mensal emissão da carta de condução, é emitida a carta de condução,
devidamente revalidada, e remetida ao condutor.
Envio, até ao dia 20 de novembro, da Declaração Mensal O condutor que inicie o procedimento de revalidação
de Imposto do Selo, por transmissão eletrónica de dados, pelos automatizada deve assegurar a manutenção da tramitação do
sujeitos passivos que titulem atos, contratos, documentos, procedimento através deste canal, não estando disponível a
títulos ou outros factos sujeitos a imposto do selo, ainda que alteração do pedido nos canais de atendimento alternativos,
dele isento, praticados no mês anterior. salvo se for notificado para o efeito pelo IMT.
Boletim do Contribuinte 733
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contributiva) apenas se verificará se a entidade seguradora


INFORMAÇÕES for portuguesa.
De todo o modo, e conforme já se foi adiantando, a subs-
DIVERSAS crição deste tipo de seguros implica a verificação de vários
momentos com relevância tributária (ou seja, passíveis de gerar
tributação) pelo que importa levar a cabo a sua destrinça e
compreender de que modo cada momento poderá ser tributado.
Seguros de vida Unit Linked A constituição do seguro e a transferência de ativos para
Apontamentos jurídico-tributários a seguradora
No momento da subscrição de um seguro de vida tipo
O seguro de vida unit linked é um instrumento financeiro unit linked, o tomador do seguro pode optar por realizar a
bilateral e oneroso, definido pela legislação nacional como sua entrada de capital em dinheiro ou em espécie, ou seja,
um instrumento de captação de aforro estruturado e, também, transferindo ativos que já detenha.
como um instrumento financeiro complexo, que pode apresen- Note-se que a seguradora não se comportará como uma
tar vantagens, do ponto de vista fiscal, mas que também implica mera detentora dos ativos, mas, antes, como investidora, fican-
o cumprimento de certas obrigações, sendo necessárias cautela do previsto na apólice que os ativos em espécie transferidos
e prudência ao subscrever este tipo de instrumentos financeiros. passem a ser sua propriedade, daí que se conclua que esta
entrada implica a transferência da titularidade dos bens para
Introdução a entidade seguradora.
O seguro de vida unit linked é um instrumento financeiro Com efeito, em tais casos, ocorrerá uma transferência de
bilateral e oneroso, definido pela legislação nacional como bens da esfera jurídica do tomador do seguro para a esfera jurí-
um instrumento de captação de aforro estruturado e, também, dica da seguradora, o que poderá corresponder a uma alienação
como um instrumento financeiro complexo, que pode apresen- onerosa geradora de uma mais-valia tributável no âmbito da
tar vantagens, do ponto de vista fiscal, mas que também implica categoria G do IRS, cujo cálculo dependerá de vários fatores.
o cumprimento de certas obrigações, sendo necessárias cautela Regra geral, as eventuais mais-valias geradas por esta
e prudência ao subscrever este tipo de instrumentos financeiros. constituição corresponderão à diferença entre o valor da
O detentor de uma apólice de seguro deste tipo deverá realização (valor de entrada/registo na esfera da seguradora)
receber um direito ou um conjunto de direitos da contraparte e o valor da aquisição original de cada um dos ativos pelo
(leia-se, a seguradora ou a companhia de seguros) que garan- tomador, ficando tal diferença sujeita a tributação em sede de
ta, segundo as condições específicas do contrato celebrado, IRS à taxa de 28% (ou às taxas marginais, caso o contribuinte
o direito a uma quantia fixa ou variável de rendimentos, de opte pelo seu englobamento).
acordo com o investimento levado a cabo, para o tomador ou Por fim, e quanto ao momento da respetiva constituição,
para outro(s) beneficiário(s) apontado(s) por aquele. cumpre destacar que, ao abrigo dos regimes de troca de in-
Não obstante, é relevante notar que a subscrição deste formações, em especial, do Common Reporting Standard, a
tipo de instrumentos acarreta certos riscos, que devem ser constituição de um seguro unit linked que ocorra numa juris-
considerados a priori pelo tomador do seguro. dição pertencente à União Europeia conduzirá à comunicação
Em todo o caso, o risco associado a este investimento automática desse facto à Administração tributária portuguesa.
depende sempre e integralmente da situação da entidade que
A tributação no resgate, adiantamento e vencimento de
oferece o serviço, do tipo de seguro e das condições que as
seguros
partes acordem.
Uma vez que os ativos são transferidos com o objetivo de
Como acontece em qualquer outro tipo de investimento, os
gerar mais rendimentos, continuarão, via de regra, a ser capi-
riscos associados a seguros unit linked dependem da própria
talizados. Na verdade, na esmagadora maioria dos casos, os
entidade em que se investe, sendo aconselhável estudar a ges-
valores gerados não são imediatamente distribuídos ao detentor
tão apresentada pela entidade em causa antes do investimento
da apólice de seguro nem aos beneficiários, sendo certo que
ser concluído. enquanto não existir distribuição efetiva de rendimentos não
As regras aplicáveis a residentes e não residentes haverá lugar a tributação em sede de IRS.
De acordo com as regras gerais do Código do IRS, os Não obstante, em determinados casos, o tomador pode
contribuintes que sejam considerados residentes fiscais em optar pelo resgate, adiantamento e/ou vencimento antecipado
Portugal são tributados sobre todos os seus rendimentos mun- do seguro, sendo considerado um rendimento de capital (cate-
dialmente auferidos. Pelo contrário, aqueles que sejam não goria E de IRS) a diferença positiva entre os montantes pagos
residentes apenas têm a obrigação de declarar os rendimentos a título de resgate, adiantamento ou vencimento de seguros e
de fonte portuguesa, sendo apenas tributados sobre esses. operações do ramo “Vida” (sendo esse o caso específico dos
Assim, caso um residente fiscal português decida subs- seguros de vida de vertente unit linked) e os respetivos prémios
crever um destes seguros terá de cumprir as suas obrigações pagos ou importâncias investidas.
declarativas para com a Administração tributária portuguesa, Contudo, sempre que o montante dos prémios, importân-
podendo ter de suportar imposto sobre os rendimentos que cias ou contribuições pagas na primeira metade da vigência dos
aufira, independentemente do país de origem dos rendimentos. contratos representar, pelo menos, 35% da totalidade daqueles,
Porém, no caso de não residentes, a obrigação declarativa (e são excluídos da tributação:
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pela morte do tomador do mesmo não implica a tributação do


INFORMAÇÕES rendimento distribuído.
Não obstante, e como já referido anteriormente, se a li-
DIVERSAS quidação ocorrer em momento anterior ao dano morte e por
motivo distinto, os rendimentos assim distribuídos podem ficar
sujeitos à taxa de 28% (com as reduções acima mencionadas,
que podem reduzir a taxa efetivamente aplicável a 11,2%) ou
• 1/5 (ou seja, 20%) do rendimento se o resgate, adian- à aplicação das taxas marginais, se optado pelo englobamento.
tamento, remição ou outra forma de antecipação de Numa última nota é relevante sublinhar que os prémios e
disponibilidade, ou o vencimento, ocorrer após 5 e antes comissões relativos a este tipo de seguros estão excluídos de
de 8 anos de vigência do contrato; ou Imposto do Selo.
• 3/5 (ou seja, 60%) do rendimento se tal se verificar depois
Conclusão
dos primeiros 8 anos de vigência do contrato.
Consideramos que estes instrumentos podem ser uma
Em suma, caso o seguro de vida seja subscrito junto de
forma interessante de diversificar os investimentos dos con-
uma instituição portuguesa, os rendimentos auferidos por um
tribuintes, mas devem ser precedidos de um estudo atento e
residente fiscal em Portugal serão sujeitos a IRS às taxas efe-
pormenorizado prévio à decisão de prosseguir com a respetiva
tivas de 28%, 22,4% ou 11,2% (consoante o número de anos
contratualização, especialmente atendendo ao facto de o risco
que tenham decorrido desde a sua constituição e na data do
associado estar intrinsecamente relacionado com o tipo de
resgate, adiantamento ou vencimento da apólice).
seguro adquirido e com as condições acordadas entre as partes.
No caso de o seguro ser constituído junto de uma seguradora
Na verdade, em caso de insolvência da seguradora, por
estrangeira, os rendimentos distribuídos a um residente fiscal
exemplo, existe um considerável risco de perda dos montantes
português serão sujeitos às mesmas regras e taxas de tributação.
investidos, ainda que, de acordo com as regras europeias de
Finalmente, no caso dos contribuintes com estatuto fiscal
supervisão aplicáveis ao sector, tal risco esteja, de certa forma,
especial de Residente Não Habitual (“RNH”) e assumindo a
controlado, e ainda que o investidor assuma a posição de credor
contratualização do seguro junto de uma entidade estrangei-
privilegiado da massa insolvente da seguradora.
ra, uma eventual isenção só será aplicável se a Convenção
Em suma, este tipo de investimento poderá revelar-se van-
de Dupla Tributação aplicável e a qualificação deste tipo de
tajoso considerando, também, a perspetiva e enquadramento
rendimentos pela mesma o admitirem, em conjugação com as
fiscal a que ficará sujeito o rendimento gerado.
regras específicas do regime de RNH. Caso tal não se verifique,
contribuintes sujeitos a uma obrigação de reporte em Portugal
e que aufiram este tipo de rendimento ficarão sujeitos à regra
Colaboração
geral aplicável, conforme já explicado.
Rogério Fernandes Ferreira – Advogados
Por fim, importa referir que, em caso de morte do segurado,
www.r൵advogados.pt
o pagamento da indemnização previsto no âmbito do seguro
encontrar-se-á excluído de tributação em sede de IRS na esfera
dos beneficiários. Assim, a liquidação do seguro provocado www.rffadvogados.pt

Formação Online

REGISTO PREDIAL
26 de outubro | 14h30/17h30 | 3 horas
PROGRAMA
DESCRIÇÃO PREDIAL
• Averbamentos e anotações FORMADORA medidas fiscais
• Conjugação do Registo com as matrizes prediais (cadastrais e não cadastrais)
• Alteração, atualização e retificação da descrição (Artº 28º e seg. do C.R.P.) Isabel Folga
• Processo de retificação (Artº 120º e seg. do C.R.P.) Licenciada em Direito,
Conservadora do Registo
INSCRIÇÃO PREDIAL Predial com experiência de
• Interpretação das inscrições (compra e venda; cessão de quinhão hereditário; mais de 20 anos
licença de utilização)
• Cancelamentos e caducidades
• Atualizações e retificações
Newsletter n.º 42/20,

PROPRIEDADE HORIZONTAL INFORMAÇÕES/INSCRIÇÕES


• As alterações decorrentes da Lei º 8/2022 de 10 de Janeiro Vida Económica - Editorial SA. | 223 399 400/27 (chamada para a rede fixa nacional)
Email formacao@grupovidaeconomica.pt | www.vebs.pt
Boletim do Contribuinte 735
OUTUBRO 2023 - Nº 20

Lançamentos contabilísticos
INFORMAÇÕES Não existe um lançamento contabilístico específico para
os benefícios fiscais. Estes são evidenciados na contabilidade
DIVERSAS de forma indireta, isto é, aquando do registo de estimativa de
imposto, sendo esta efetuada pelo valor líquido (depois de
deduzida a aquantia referente ao benefício fiscal).
Encerramento 2023 Estimativa de imposto
Débito: 8121 – Imposto estimado para o período
Benefícios fiscais Crédito 241 – Imposto sobre o rendimento

(Conclusão do número anterior) A estimativa de imposto resulta de cálculos extracontabi-


lísticos realizados para apuramento do IRC: coleta calculada
Valorização salarial por aplicação da taxa de IRC, acrescida da tributação autó-
O último benefício fiscal a que nos referimos trata do noma, derrama e derrama estadual e abatida das deduções
incentivo fiscal à valorização salarial e está previsto no artigo à coleta legalmente previstas onde se incluem os benefícios
19ºB do Estatuto dos Benefícios Fiscais. Pela complexidade fiscais. Do ponto de vista prático, podemos fazer a ligação
que o mesmo comporta antevemos uma reduzida utilização deste procedimento com o quadro 10 da modelo 22.
do mesmo. Importa referir que os benefícios fiscais que operam por
Este benefício fiscal prevê a majoração, em 50%, dos dedução à coleta são diretamente considerados neste cálculo
encargos (remuneração fixa e contribuições para a segu- (são deduzidos no quadro 10 da Modelo 22). Por sua vez,
rança social) que excedam a remuneração mínima mensal os benefícios fiscais que funcionam por dedução ao lucro
garantida, suportados pela entidade empregadora, quando se tributável (deduzidos no quadro 07 da Modelo 22) já estão
implícitos no resultado tributável, isto é, a taxa de IRC já é
verifique aumento salarial de pelo menos 5,1%, no ano de
aplicada ao lucro tributável líquido do benefício fiscal.
2023, face ao último dia do período de tributação anterior
Se no ano seguinte verificarmos que o valor apurado de
e respeitem a trabalhadores com contrato de trabalho por
IRC não corresponde ao valor que efetivamente o sujeito
tempo indeterminado.
passivo vai receber de reembolso, ou vai pagar, então tal dife-
Para que os sujeitos passivos possam beneficiar do incen-
rença deve ser evidenciada nas subcontas 6885 Insuficiência
tivo fiscal à valorização salarial, o referido aumento tem de da estimativa para impostos ou 7882 Excesso da estimativa
ser determinado por instrumento de regulamentação coletiva para impostos, consoante se trate de uma perda ou de um
de trabalho (IRCT) dinâmica, ou seja, tem de ser determinado ganho, respetivamente.
por instrumento de regulamentação coletiva de trabalho ou- Por sua vez, para os sujeitos passivos que adotem o SNC
torgado ou renovado há menos de três anos. Por outro lado, integral, isto é, o conjunto das 28 normas contabilísticas e
o regime não se aplica aos sujeitos passivos relativamente de relato financeiro, e que apurem um crédito de imposto,
aos quais se verifique um aumento do leque salarial dos referimos que devem ser reconhecidos ativos por imposto
trabalhadores face ao exercício anterior, considerando-se, diferidos para todas as diferenças temporárias dedutíveis até
para o efeito, que o leque salarial corresponde à diferença ao ponto em que seja provável que exista um lucro tributável
entre os montantes anuais da maior e menor remuneração relativamente ao qual a diferença temporária dedutível possa
fixa dos trabalhadores, apurada no último dia do período de ser usada.
tributação em causa. Constituição de ativos por impostos diferidos
O montante máximo dos encargos majoráveis, por traba- Débito: 2741 – Ativos por impostos diferidos
lhador, é o correspondente a quatro vezes a retribuição míni- Crédito: 8122 – Imposto diferido
ma mensal garantida (RMMG), que em 2023 corresponde a Na expetativa que que tal crédito de imposto irá ser
3.040,00 euros, sendo que, quando estejam em causa traba- utilizado.
lhadores a tempo parcial o montante máximo dos encargos Reversão dos ativos por impostos diferidos
majoráveis deve ser considerado na devida proporção. Débito: 8122 – Imposto diferido
Para efeitos da aplicação deste incentivo, não são consi- Crédito: 2741 – Ativos por impostos diferidos
derados os encargos relativos a trabalhadores que integrem Pela quantia da sua utilização em cada ano
o agregado familiar da entidade patronal, os membros de
órgãos sociais do sujeito passivo de IRC e os trabalhadores
Colaboração:
que detenham direta ou indiretamente uma participação igual
Elsa Marvanejo da Costa
ou superior a 50% do capital social ou dos direitos de voto Contabilista Certificada, especialista sobre o imposto
do sujeito passivo. sobre o rendimento na Ordem dos Contabilistas Certificados
736 Boletim do Contribuinte
OUTUBRO 2023 - Nº 20

nomeadamente, momento a partir do qual se inseriu o código


INFORMAÇÕES QR nas faturas e demais documentos fiscalmente relevantes.
Estas majorações foram aplicadas às despesas incorridas a
DIVERSAS partir de 1 de janeiro de 2020 até ao final de cada um dos perío-
dos aí previstos. Assim, se determinado sujeito passivo regista
em 2022 gastos com depreciações e amortizações relativas a
itens que em 2021 beneficiavam das referidas majorações,
Majoração com a implementação poderá continuar a utilizar este benefício fiscal aquando do
do SAF-T (PT) relativo à contabilidade, apuramento do resultado tributável de 2022.
do código QR e do ATCUD 3. Exemplo
Determinada sociedade comercial, no ano de 2022, incor-
reu em gastos com a implementação do ATCUD, que ascendem
1. Nota introdutória
a € 1.800,00. As faturas e demais documentos emitidos a partir
Temos assistido nos últimos anos a novas obrigatoriedades
de 1 de janeiro de 2023 já irão conter essa informação.
fiscais que implicam uma constante modernização/ atualização
Assim, poderá utilizar o benefício fiscal “Majoração com
dos sistemas informáticos utilizados, concretamente, a obriga-
a implementação do SAF-T (PT) relativo à contabilidade, do
toriedade de comunicação do SAF-T (PT) da contabilidade e
código QR e do ATCUD”.
inclusão de certos requisitos nos documentos emitidos (Código
QR e ATCUD). Gastos incorridos: € 1.800,00
Durante o ano de 2022 verificou-se a obrigatoriedade de Majoração: € 360,00
incluir nas faturas e demais documentos fiscalmente relevantes No preenchimento do quadro 07 da Modelo 22 deve
o código de barras bi-dimensional (ou Código QR), este proce- inscrever-se a quantia de € 360,00 no campo 774, assim como
dimento teve início ainda em 2021, mas de forma facultativa. no campo 431 do quadro 04 do Anexo D à Modelo 22.
Em 2023, após sucessivas prorrogações da sua entrada em 4. Condições subjetivas
vigor, surge outro requisito obrigatório aquando da emissão de Podem utilizar este benefício fiscal os sujeitos passivos de
faturas e outros documentos fiscalmente relevantes: a inclusão IRC e dos sujeitos passivos de IRS com contabilidade orga-
do código único do documento (ou ATCUD). nizada, que se qualifiquem como micro, pequenas e médias
A obrigatoriedade de submissão do ficheiro SAF-T (PT) da empresas, de acordo com os critérios definidos no artigo 2.º
contabilidade, para pré-preenchimento da IES, foi novamente do anexo ao Decreto-Lei n.º 372/2007, de 6 de novembro.
adiada, desta vez para 2025, com referência ao ano de 2024. Uma sociedade enquadrada no regime de transparência
Em termos legislativos, e como incentivo ao atempado fiscal procede ao apuramento do lucro tributável nos termos
cumprimento dessas novas obrigações têm sido atribuídos gerais (preenche o quadro 07 da modelo 22), pelo que poderá
benefícios fiscais, na forma de majoração dos gastos incorri- deduzir o benefício fiscal da majoração dos encargos com estas
dos. Para o ano de 2022 este benefício encontra-se previsto no novas exigências informáticas.
artigo 316.º da Lei n.º 12/2022, de 27 de junho. Os sujeitos passivos enquadrados no regime simplificado
2. O benefício de determinação da matéria coletável não podem utilizar este
Este benefício fiscal consiste na possibilidade de majoração benefício, uma vez que não apuram lucro tributável, mas sim,
de gastos incorridos com a implementação destes sistemas, diretamente matéria coletável por aplicação dos coeficientes.
operando ao nível da dedução ao lucro tributável. 5. Aplicações relevantes
Assim, para 2022: Podem ser consideradas as despesas com a aquisição de
- Majoração em 120% dos gastos contabilizados no período bens e serviços diretamente necessários para a implementação
referente a despesas de implementação da submissão dos desenvolvimentos que permitam assegurar:
do SAF-T relativo à contabilidade, na condição de a i) a prévia submissão do ficheiro SAF-T (PT) relativo
implementação estar concluída até final do período de à contabilidade no âmbito da informação empresarial
tributação de 2023; simplificada (IES) na condição de a implementação estar
- Majoração em 120% dos gastos contabilizados no período
concluída até final do período de tributação de 2023;
referente a despesas de implementação do ATCUD, na
ii) a inclusão do código único do documento (ATCUD)
condição de constar em todas as suas faturas e outros
nas faturas e outros documentos fiscalmente relevantes
documentos fiscalmente relevantes a partir de 1 de ja-
emitidos a partir de 1 de janeiro de 2023.
neiro de 2023.
Nos casos em que as despesas sejam relativas a bens su- 6. Cumulatividade e limitações
jeitos a deperecimento, a majoração será aplicável aos gastos O presente benefício não é cumulável, relativamente às
contabilizados relativos a amortizações e depreciações durante mesmas despesas relevantes elegíveis, com quaisquer outros
a vida útil do ativo. benefícios fiscais da mesma natureza.
Lembramos que este benefício já se aplicou também em Caso o sujeito passivo não conclua a implementação dos
2021, prevendo diferentes majorações (120%, 130% e 140%) desenvolvimentos que permitam assegurar a prévia submissão
consoante os prazos de implementação dos novos requisitos, do ficheiro SAF-T (PT) relativo à contabilidade no âmbito da
Boletim do Contribuinte 737
OUTUBRO 2023 - Nº 20

8. Declarações fiscais
INFORMAÇÕES Trata-se de um benefício fiscal que opera por dedução ao
lucro tributável, pelo que em termos operacionais deverá ser
DIVERSAS inscrito no campo 774 do quadro 07 da declaração de rendi-
mentos Modelo 22, assim como no campo 431 do quadro 04
do Anexo D à Modelo 22, quando estamos perante um sujeito
passivo pessoa coletiva.
IES ou do ATCUD até ao final dos respetivos períodos referi- Na situação do sujeito passivo pessoa singular que exerce
dos, as majorações indevidamente consideradas em períodos uma atividade empresarial ou profissional e que está enqua-
de tributação anteriores devem ser acrescidas na determinação drado no regime de tributação com base nas regras da conta-
do lucro tributável do período de tributação em que se verifi- bilidade, este benefício deverá ser inscrito no campo 478 do
cou esse incumprimento, adicionadas de 5% calculado sobre quadro 4 do Anexo C à declaração de rendimentos Modelo 3.
o correspondente montante. 9. Outras informações
Consideramos que este benefício fiscal está abrangido pela Destacamos a relevância de, na fatura da despesa, ser ob-
limitação ao resultado da liquidação previsto no artigo 92º do jetivamente identificada a operação, especificamente de que
Código do IRC. se trata de encargos com a implementação destes sistemas.
No que se refere a penalizações por incumprimento,
7. Movimentos contabilísticos prevê o n.º 3 do artigo 128º do RGIT que “… A transação ou
Os gastos suportados com as implementações em análise a utilização de programas ou equipamentos informáticos de
deverão ser normalmente contabilizados, seja mediante o faturação ou de contabilidade que não observem os requisitos
registo das depreciações e amortizações, seja quando se con- legalmente exigidos é punida com coima variável entre 1.500
figuram como gasto do período, por exemplo em subconta da € e 18.750 €…”
6221 Trabalhos especializados.
(Extraído do livro “22 Benefícios Fiscais em sede de IRC”,
O benefício fiscal com a majoração será indiretamente edição Vida Económica, 2023, da autoria de Elsa Marvanejo da
evidenciado na contabilidade através do lançamento da esti- Costa, Contabilista Certificada, especialista sobre o imposto sobre
mativa de imposto (D 8121/ C 241x). o rendimento na Ordem dos Contabilistas Certificados)

Sistema de informação cadastral simplificado


Alterações

O Decreto-Lei nº 90/2023, de 11.10, em vigor a partir de 2 • o recurso ao procedimento de consulta pública, nos casos
de novembro, alterou o regime jurídico do sistema de informa- em que não se encontrem ainda identificadas todas as
ção cadastral simplificado e do Balcão Único do Prédio (BUPi). estremas dos prédios confinantes;
Foi, através do novo diploma, alterada a Lei nº 78/2017, • a promoção da anexação de prédios rústicos por via
de 17.8, que consagrou o sistema de informação cadastral da realização de uma única RGG, onde se incluem as
simplificada (tendo criado condições para a identificação matrizes dos prédios rústicos que se pretendem anexar,
da estrutura fundiária e da titularidade dos prédios rústicos que serve de suporte à tramitação da realização de todos
e mistos) e criado o Balcão Único do Prédio (BUPi), que os registos, e procedimentos prévios e necessários à
se constituiu como um balcão físico e virtual que agrega a concretização da pretendida anexação;
informação registal, matricial e georreferenciada relacionada • o estabelecimento de procedimentos de harmonização
com os prédios e como plataforma de articulação do cidadão da informação matricial e registal, nos prédios situados
com a Administração Pública no âmbito do cadastro predial. em concelhos que não dispõem de cadastro geométrico
da propriedade rústica ou cadastro predial em vigor;
O Decreto-Lei nº 90/2023, que também alterou a Lei nº
• o alargamento do âmbito de aplicação do procedimento
65/2019, de 23.8, promove, entre outros:
especial de registo e do procedimento especial de justi-
• a faculdade dos técnicos habilitados verificarem a con-
ficação de prédio rústico ou misto, aos prédios descritos;
formidade dos documentos que lhe são apresentados no • o alargamento do regime de gratuidade dos emolumentos;
procedimento de representação gráfica georreferenciada • o alargamento do período excecional durante o qual os
(RGG), para utilização pelos serviços de registo na proprietários, a título gratuito e sem sanções, as autar-
promoção, instrução e tramitação dos procedimentos quias locais e outras entidades públicas com competência
especiais de registo; de natureza territorial procederão ao levantamento e
• a criação do procedimento de conciliação administrativa, comunicação de informação cadastral simplificada;
destinada a possibilitar aos proprietários alcançarem • a previsão que o BUPi integra uma plataforma de servi-
um acordo quanto ao limite das estremas de prédios ços geográficos de alta disponibilidade que se enquadra
confinantes, corrigindo os polígonos sobrepostos nos como uma Infraestrutura de Dados Espaciais e tem como
procedimentos de RGG, que passa a ser dirigido por objetivo fornecer conteúdos ao visualizador BUPi e a
técnico de cadastro predial; entidades parceiras.
738 Boletim do Contribuinte
OUTUBRO 2023 - Nº 20

Imposto sobre o Rendimento


INFORMAÇÕES das Pessoas Coletivas - IRC

DIVERSAS Tudo aponta para que não haja redução da taxa do IRC.
Todavia é reduzido o IRC aplicado as startups (12,5%).
• Taxas de tributação autónoma
Orçamento do Estado para 2024 Ao que tudo indica haverá alterações nas taxas de tribu-
tação autónoma, ou seja, haverá uma redução das taxas de
(Continuação da pág. 729) tributação autónoma aplicável às viaturas, diminuindo de;
• 10% para 8,5%;
• Quotizações sindicais • 27,5% para 25,5% e
A majoração das quotizações para sindicatos, atualmente • 35% para 32,5%.
de 50%, passando para 100%. Além disso vai haver um incentivo fiscal à renovação de
frota do setor do transporte internacional de mercadorias.
• IRS Jovem reforçado
• Reforço do RFAI
O Orçamento do Estado para 2024 prevê o alargamento
As empresas irão contar com um reforço do Regime Fiscal
e reforço do IRS Jovem, regime que isenta uma parte dos
de Apoio ao Investimento (RFAI), bem como dos benefícios
rendimentos ao longo de cinco anos para quem está a iniciar fiscais contratuais ao investimento produtivo, por via de um
a vida ativa. Assim: reforço das despesas elegíveis aos custos salariais dos trabalha-
• 1º ano de trabalho, o IRS será zero. dores com qualificações iguais ou superiores ao grau de mestre.
• 2º ano, os jovens só pagarão 25% do IRS que teriam a O objetivo é atrair e reter trabalhadores mais qualificados.
pagar;
Imposto sobre o Valor Acrescentado - IVA
• 3º e quarto anos, só pagarão metade do imposto;
• 5º ano, pagarão 75% do imposto que teriam a pagar. • Isenção do IVA dos adubos
No próximo ano vai manter-se a isenção do IVA sobre
Atualmente:
adubos, fertilizantes e corretivos de solos, bem como de fa-
• 1º ano 30 % com o limite de €3 324,00;
rinhas, cereais e sementes para alimentação de gado, aves e
• 2º ano 30 % com o limite de €3 324,00; outros animais.
• 3º ano 20 % com o limite de €2 216,00;
• 4º ano 20 % com o limite de €2 216,00; • IVA zero no cabaz de alimentos
• 5º ano 10 % , com o limite de €1 108,00. Após o prolongamento da isenção de IVA num cabaz de
46 tipos de alimentos até ao final deste ano, medida que não
Os cinco anos do benefício, mantêm-se mas a isenção
será mantida para 2024.
aumenta.
Este regime destina-se a trabalhadores entre 18 e 26 anos Imposto Único de Circulação - IUC
que tenham concluído um ciclo de estudos igual ou superior ao Carros com matrícula anterior a 2007, isto é, com mais
ensino secundário ou até aos 30 anos para jovens com ciclo de de 16 anos, devem pagar mais Imposto Único de Circulação
estudos igual ao doutoramento. É provável que a faixa etária (IUC) a partir de 2024.
elegível seja alargada para os 35 anos 35 anos. Apoios para a habitação
A isenção parcial incide sobre rendimentos do trabalho de-
Depois do pacote Mais Habitação, são ainda esperadas mais
pendente (categoria A) e rendimentos de trabalho independente medidas do Governo para tentar mitigar a crise na habitação,
ou recibos verdes (categoria B) e dura cinco anos, seguidos ou designadamente:
interpolados. Ou seja, se um jovem trabalhar um ano e ficar - redução do IVA sobre a construção para 6%, e
desempregado, pode depois retomar o benefício fiscal, desde - redução do IRS e IRC sobre os arrendamentos
que ainda não tenha ultrapassado a idade-limite.
Rendas
• Regime dos residentes não habituais O travão à atualização das rendas será diferente da medida
Este regime permitia, até ao corrente ano, que os tra- adotada em 2023, que limitou o aumento a um máximo de 2%.
balhadores, com atividades consideradas de elevado valor De acordo com o governo a solução será de equilíbrio entre
acrescentado, pagassem uma taxa especial de 20% de IRS os 2% e os 6,95% (valor do aumento previsto para o ano 2024).
sobre os rendimentos das categorias A (trabalho dependente) Ambiente
e B (trabalho independente). É criada uma nova taxa sobre os sacos plásticos muito leves
Tratando-se de reformados, a taxa de IRS incidente nas (usados na venda de fruta, legumes ou a granel).
pensões era de 10%. É criado um incentivo ao abate de veículos em fim de vida .
De salientar que este regime mantém-se para os estran- Serão abrangidos por este programa todos os automóveis
geiros residentes em Portugal, que já usufruem deste regime. matriculados até 2007.
Boletim do Contribuinte 739
OUTUBRO 2023 - Nº 20

PME
INFORMAÇÕES
Incentivos à inovação produtiva
DIVERSAS Encontra-se aberta a 4ª fase de candidaturas aos avisos dos
Sistemas de Incentivos do Portugal 2030 para apoio à inovação
produtiva de micro, pequenas e médias empresas (PME) do
continente (regiões Norte, Centro, Lisboa, Alentejo e Algarve).
Crédito à habitação Estes avisos destinam-se a projetos que contribuam para
a melhoria das capacidades produtivas das PME e para o de-
Fixação temporária da prestação senvolvimento de soluções inovadoras, digitais e sustentáveis,
sobretudo baseadas nos resultados de I&D e no aumento do
Conforme abordamos em informação divulgada na última emprego qualificado.
edição do Bol. do Contribuinte, o Decreto-Lei nº 91/2023, de As candidaturas ao apoio (não reembolsável) devem
11.10, estabeleceu a medida de fixação temporária da prestação apresentar um investimento elegível entre 250 mil euros e 25
de contratos de crédito para aquisição ou construção de habi- milhões de euros.
tação própria permanente e reforçou as medidas e os apoios As candidaturas terão de estar inseridas num dos seguintes
extraordinários no âmbito dos créditos à habitação. tipos de ações:
Assim, o decreto-lei ora publicado, procede à criação de uma - criação de um novo estabelecimento;
medida, excecional e temporária, que permite reduzir a prestação - aumento da capacidade de um estabelecimento já existente;
paga pelos mutuários de crédito à habitação e estabilizá-la pelo - diversificação da produção de um estabelecimento para
prazo de dois anos. produtos não produzidos anteriormente;
Deste modo, os mutuários de contratos de crédito para - alteração relevante do processo global de produção de um
aquisição, construção ou obras em habitação própria perma- estabelecimento existente.
nente, contratados com taxa de juro variável ou que, tendo sido Despesas elegíveis:
contratados a taxa de juro mista, se encontrem em período de • aquisição de máquinas e equipamentos;
taxa de juro variável, podem requerer a revisão da prestação, • aquisição de equipamentos informáticos, incluindo o
fixando o respetivo valor naquele que resultar da aplicação do software;
indexante que corresponder a 70 % da Euribor a 6 meses. A dife- • transferência de tecnologia através da aquisição de direitos
rença entre a prestação que seria devida nos termos do contrato de patentes;
e aquela que resulta da fixação é paga posteriormente, podendo • licença, software standard ou desenvolvido especifica-
ser amortizada antecipadamente, sem qualquer comissão ou mente para determinado fim;
encargo para o mutuário. • estudos, diagnósticos, auditorias, planos de marketing e
Esta medida não afasta a aplicação do Decreto-Lei nº 80- projetos de arquitetura e de engenharia;
A/2022, de 25.11, que fixou medidas destinadas a mitigar os • construção de edifícios, obras de remodelação e outras
efeitos do aumento das taxas de juro, nem prejudica a aplica- construções (limitados aos setores do turismo e indústria).
ção da medida de bonificação temporária de juros criada pelo
Decreto-Lei nº 20-B/2023, de 22.3, que criou apoios extraor-
dinários às famílias para pagamento da renda e da prestação de Apoio extraordinário à renda
contratos de crédito.
“Portal Consulta Cidadão”
Reforço da bonificação dos juros
O Portal da Habitação (www.portaldahabitacao.pt) tem uma
Por outro lado, tornou-se necessário ajustar as condições da
nova ferramenta de informação respeitante ao Apoio Extraor-
bonificação de juros prevista no Decreto-Lei nº 20-B/2023, por
dinário à Renda.
forma a alargar a sua abrangência e simplificar os seus requisitos.
Através do “Portal Consulta Cidadão”, qualquer pessoa
Assim, deixa de ser exigível a variação de 3% do indexante
elegível para receber este apoio conseguirá consultar no mo-
de referência face ao respetivo valor à data da celebração do
contrato, passando a ser suficiente que o valor do indexante mento todos os dados que estiveram na origem do apuramento
utilizado para o cálculo da prestação atual seja superior a 3 %. do valor a que tem direito.
É aumentada a bonificação atribuída. O montante máximo De entre os dados disponibilizados está o valor de renda
anual definido para o apoio passa a ser de 800 euros por con- do contrato de arrendamento, os rendimentos que serviram de
trato de crédito. A bonificação passa a ser de 100 % do valor base ao cálculo do apoio e o montante do apoio, bem como a
apurado quando o mutuário apresente uma taxa de esforço informação do agregado familiar.
igual ou superior a 50 % e de 75 % do valor apurado quando O apoio extraordinário à renda consiste num apoio financeiro
o mutuário apresente uma taxa de esforço igual ou superior a mensal, não reembolsável, até ao limite máximo de €200, que
35 % e inferior a 50 %, independentemente do escalão de IRS corresponde à diferença entre a taxa de esforço efetivamente
em que se enquadrem, desde que até ao limite do 6º escalão. suportada pelo agregado com a renda e uma taxa de esforço
máxima de 35%.
Mantida a suspensão das comissões de amortização Os agregados familiares que preencham as condições de
É, ainda, prorrogada a vigência da suspensão temporária elegibilidade para receber o apoio são informados pela Auto-
da exigibilidade da comissão de reembolso antecipado para os ridade Tributária (AT) do montante do apoio atribuído e dos
contratos de crédito à habitação a taxa variável ou que, tendo dados considerados para o seu apuramento.
sido contratados a taxa de juro mista, se encontrem em período Assim, este apoio financeiro é atribuído sem necessidade de
de taxa variável, prevista no Decreto-Lei nº 80-A/2022, de 25.11. apresentação de pedido.
740 Boletim do Contribuinte
OUTUBRO 2023 - Nº 20

vi. “Após conclusão das obras e ao abrigo do Estatuto


INFORMAÇÕES dos Benefícios Fiscais - artigo 151 - CIRS, Artigo
45.º - 5 Prédios urbanos objecto de reabilitação,
VINCULATIVAS terei acesso à isenção de IMI durante 3 anos? Se
sim, que documentação tenho de entregar?”.
3. De acordo com o disposto na alínea a) do n.º 1 do
artigo 18.º do CIVA estão sujeitas à taxa reduzida
IVA do imposto as importações e transmissões de bens
e as prestações de serviços constantes da lista I
Taxas do Imposto - Reabilitação de imóvel anexa ao citado Código.
4. Conforme o disposto na verba 2.23 da lista I anexa
FICHA DOUTRINÁRIA ao Código do IVA, estão sujeitas à aplicação da
Diploma: CIVA
taxa reduzida, a que se refere a alínea a) do n.º 1 do
Artigo: Artigo 18.º
artigo 18.º do mesmo Código, as “(e)mpreitadas de
Assunto: Taxas do Imposto - Reabilitação de imóvel
Processo: n.º 23150, por despacho de 2023-01-31, da Diretora reabilitação urbana, tal como definida em diploma
de Serviços do IVA (por subdelegação) específico, realizadas em imóveis ou em espaços
públicos localizados em áreas de reabilitação ur-
Conteúdo: 1. O Requerente, enquadra-se em sede de IVA, bana (áreas críticas de recuperação e reconversão
desde 2017-07-25, na isenção do artigo 53º do urbanística, zonas de intervenção das sociedades de
CIVA, pelo exercício da atividade principal de reabilitação urbana e outras) delimitadas nos termos
“Instalação Elétrica”, CAE 43210 e pelas atividades legais, ou no âmbito de operações de requalificação
secundárias de “Criação Artística e Literária”, CAE: e reabilitação de reconhecido interesse público
90030 e “Actividades das Artes do Espetáculo”, nacional”.
CAE:90010. 5. Como se pode constatar, a mencionada verba
2. O Requerente, na sua exposição, que se transcreve coloca algumas condições para que a taxa reduzida
em parte, refere que na qualidade de proprietário do possa ser aplicável às operações que nela pretendam
imóvel que se encontra em fase de licenciamento enquadramento.
Municipal para reabilitação e ampliação de habita- 6. A verba exige, assim, que a operação consubs-
ção, foi solicitado aos serviços municipais parecer tancie:
se as obras de reabilitação beneficiavam da taxa - uma empreitada;
reduzida de IVA, por considerar que a referida - de reabilitação urbana;
operação tem enquadramento na verba 2.23 e 2.24 - realizada em imóveis ou espaços públicos loca-
da Lista I anexa ao CIVA, solicita esclarecimento lizados em área de reabilitação urbana delimitada
em relação ao seguinte: nos termos legais; ou
i. “O documento emitido pala Câmara Municipal - no âmbito de operações de requalificação e reabi-
comprova que o imóvel está abrangido pelo ponto litação de reconhecido interesse público nacional.
2.23 ou o ponto 2.27 do CIVA?”;
7. O Decreto-Lei n.º 307/2009, de 23 de outubro,
ii. “Se Sim, é suficiente informar o empreiteiro
estabelece o “Regime jurídico da reabilitação
que a reabilitação está abrangida pelo respetivo
urbana”.
ponto do CIVA, e este tem de fazer referência a
8. De acordo com excerto do respetivo preambulo,
esta informação na emissão da fatura?”;
o regime jurídico da reabilitação urbana estrutura
iii. “Se Não, que documento o comprova, e a que
entidade o posso solicitar?”; as intervenções de reabilitação com base em dois
iv. “A taxa reduzida não abrange os materiais in- conceitos fundamentais: o conceito de «área de rea-
corporados, salvo se o respectivo valor não exceder bilitação urbana», cuja delimitação pelo município
20% do valor global da prestação de serviços.” Na tem como efeito determinar a parcela territorial que
redução da taxa de IVA para 6%, num universo de justifica uma intervenção integrada no âmbito deste
100% terá de ser 20% para materiais e 80% para diploma, e o conceito de «operação de reabilitação
prestação de serviços em qualquer circunstancia? urbana», correspondente à estruturação concreta
Como poderei controlar este nivelamento no caso das intervenções a efetuar no interior da respetiva
dos empreiteiros não discriminarem no orçamento área de reabilitação urbana.
o valor dos materiais e o valor da mão-de-obra? 9. De acordo com o disposto no artigo 2.º deste
De que forma o empreiteiro tem de apresentar o regime, dedicado às definições, entende-se por:
orçamento a respetiva fatura?”; - «Área de reabilitação urbana» a área territorial-
v. “Na contratação de empreiteiro apenas poderá mente delimitada que, em virtude da insuficiência,
ser um empreiteiro com uma solução integrada, degradação ou obsolescência dos edifícios, das
ou poderei entregar por especialidades a várias infraestruturas, dos equipamentos de utilização
empresas?”; coletiva e dos espaços urbanos e verdes de utilização
Boletim do Contribuinte 741
OUTUBRO 2023 - Nº 20

14. Outra das condições impostas pela verba 2.23


INFORMAÇÕES refere-se ao facto de as obras serem efetuadas na
modalidade de empreitada.
VINCULATIVAS 15. O conceito de empreitada encontra-se previsto
no art.º 1207.º do Código Civil, isto é: “o contrato
em que uma das partes se obriga em relação à
outra a realizar certa obra, mediante um preço”,
coletiva, designadamente no que se refere às suas entendendo-se por “obra” todo o trabalho de
condições de uso, solidez, segurança, estética ou construção, reconstrução, ampliação, alteração,
salubridade, justifique uma intervenção integrada, reparação, conservação, reabilitação, limpeza, res-
através de uma operação de reabilitação urbana tauro e demolição de bens imóveis. Para que haja
aprovada em instrumento próprio ou em plano de um contrato de empreitada é essencial, portanto,
pormenor de reabilitação urbana - Cf. Alínea b); que o mesmo tenha por objeto a realização de uma
- «Reabilitação urbana» a forma de intervenção obra, feita segundo determinadas condições, por um
integrada sobre o tecido urbano existente, em que preço previamente estipulado, um trabalho ajustado
o património urbanístico e imobiliário é mantido, globalmente e não consoante o trabalho diário.
no todo ou em parte substancial, e modernizado 16. Sendo o contrato de empreitada a única mo-
através da realização de obras de remodelação ou be- dalidade contratual prevista na referida verba, a
neficiação dos sistemas de infraestruturas urbanas, aquisição de materiais para a aplicação na obra por
dos equipamentos e dos espaços urbanos ou verdes parte do empreiteiro ou quaisquer custos relativos a
de utilização coletiva e de obras de construção, projetos, honorários, fiscalização entre outros, não
reconstrução, ampliação, alteração, conservação expressamente previstos no respetivo contrato de
ou demolição dos edifícios - Cf. Alínea j); empreitada, devem ser tributados à taxa normal.
- «Operação de reabilitação urbana» o conjunto 17. O recurso a subcontratações para as obras a
articulado de intervenções visando, de forma in- realizar nos imoveis a que se refere o Requerente
tegrada, a reabilitação urbana de uma determinada não impede que seja aplicada a cada uma delas a
área - Cf. Alínea h); taxa reduzida de IVA, ao abrigo da verba 2.23, desde
10. Por sua vez, o artigo 7.º, n.º 1 determina que que as referidas subcontratações sejam qualificadas
a reabilitação urbana em áreas de reabilitação como empreitadas de reabilitação urbana.
urbana é promovida pelos municípios, resultando 18. Na situação em apreço, não se afigura, da
da aprovação: leitura dos documentos enviados pela requerente,
a) Da delimitação de áreas de reabilitação urbana; nomeadamente o relatório da vistoria dos serviços
e da Camara Municipal, que a operação, cujo enqua-
b) Da operação de reabilitação urbana a desenvol- dramento jurídico tributário se pretende, irá decorrer
ver nas áreas delimitadas de acordo com a alínea em Área de Reabilitação Urbana e que as obras
anterior, através de instrumento próprio ou de um a realizar no edifício consistam em operação de
plano de pormenor de reabilitação urbana. reabilitação, tal como definida no Regime jurídico
11. A operação de reabilitação urbana deve obedecer da reabilitação urbana.
ao disposto no artigo 17.º do regime se desenvol- 19. Efetivamente, compulsada a informação dis-
vida através de instrumento próprio ou ao artigo ponível na Internet quanto às áreas de reabilitação
18.º e seguintes se desenvolvida através de plano urbana criadas no Município de Ansião (no sitio da
de pormenor de reabilitação urbana. Internet do Município ou do Portal da Habitação),
12. Em qualquer dos casos, a sua aprovação deve não é possível confirmar, nesta data, a aprovação
conter: de operação de reabilitação referente a qualquer
a) A definição do tipo de operação de reabilitação uma delas.
urbana; e 20. Face ao exposto, não se mostra possível confir-
b) A estratégia de reabilitação urbana ou o progra- mar o entendimento preconizado no pedido, pelo
ma estratégico de reabilitação urbana, consoante que a operação (de reabilitação e ampliação) em
a operação de reabilitação urbana seja simples ou análise não pode beneficiar da aplicação da taxa
sistemática. reduzida do imposto por aplicação da verba 2.23
13. Tratando-se de plano de pormenor de reabilitação da Lista I anexa ao CIVA.
urbana, este obedece ao disposto nos artigos 101.º 21. Contudo, sendo certo que não compete à AT
e seguintes do Decreto-Lei n.º 80/2015, de 14 de definir o conceito de reabilitação urbana ou reco-
maio, que aprova a revisão do regime jurídico dos nhecer a existência de uma operação de reabilitação
instrumentos de gestão territorial, por força do n.º urbana, sempre que o interessado em beneficiar da
1 do artigo 21.º do regime jurídico da reabilitação aplicação da taxa reduzida, nos termos aqui em
urbana. análise, obtenha, da entidade competente para o
742 Boletim do Contribuinte
OUTUBRO 2023 - Nº 20

(na qualidade de donos da obra), o proprietário, o


INFORMAÇÕES locatário ou o condomínio.
28. Estão excluídas da aplicação da taxa reduzida
VINCULATIVAS as obras de construção e similares (acréscimos,
sobrelevação e reconstrução de bens imóveis), bem
como a manutenção de espaços verdes, trabalhos
de limpeza.
efeito (por principio, o correspondente Município), 29. Relativamente aos materiais incorporados na
comprovação de que a operação se integra em empreitada, se estes representarem um valor menor
área de reabilitação urbana e consubstancia uma ou igual a 20% do custo total da mesma, a taxa de
operação de reabilitação urbana, ser-lhe-á, veri- imposto aplicável à totalidade da empreitada será a
ficados que sejam os restantes condicionalismos reduzida; se aqueles materiais representarem mais
(nomeadamente tratar-se de empreitada) aplicável de 20% do valor global da mesma, o empreiteiro
a taxa reduzida do imposto, a que se refere a alínea deve ter em conta o seguinte:
a) do n.º 1 do artigo 18.º do CIVA. i) se na faturação emitida forem autonomizados os
22. A verba 2.27 da Lista I anexa ao CIVA contem- valores do serviço prestado e dos materiais, deve
pla as “Empreitadas de beneficiação, remodelação, aplicar-se a taxa reduzida aos serviços prestados,
renovação, restauro, reparação ou conservação de e a taxa normal aos materiais aplicados;
imóveis ou partes autónomas destes afectos à habi- ii) se a fatura for emitida pelo preço global da em-
tação, com excepção dos trabalhos de limpeza, de preitada, não tem aplicação a citada verba, devendo
manutenção dos espaços verdes e das empreitadas o seu valor ser tributado globalmente à taxa normal.
sobre bens imóveis que abranjam a totalidade ou 30. Deste modo, obras de empreitada efetuadas em
uma parte dos elementos constitutivos de piscinas, imóveis afetos à habitação, desde que satisfaçam
saunas, campos de ténis, golfe ou minigolfe ou ins- as condições impostas pela referida verba 2.27, são
talações similares. A taxa reduzida não abrange os tributadas à taxa reduzida de IVA, ou seja, à taxa de
materiais incorporados, salvo se o respectivo valor 6%, excetuando os materiais aplicados, que podem
não exceder 20 % do valor global da prestação de ser tributados à taxa normal, dependendo da sua
serviços.” percentagem face ao valor global da empreitada.
23. Estão, abrangidos pela referida verba, as em- (cfr. ponto 8 do Ofício-Circulado n.º 30135).
preitadas de beneficiação, remodelação, renovação, 31. A fatura deve ser emitida nos termos do artigo
restauro, reparação ou conservação realizadas em 36.º do CIVA, devendo conter o motivo justifi-
imóveis afetos à habitação. cativo da aplicação da taxa reduzida, através da
24. Acerca deste assunto foram transmitidos esclare- indicação “Taxa reduzida ao abrigo da verba 2.27
cimentos através do Ofício-Circulado n.º 30135, de da Lista I anexa ao CIVA” ou similar, bem como
26-09-2012, da Área de Gestão Tributário do IVA, a identificação do dono da obra e do imóvel ou
disponível no Portal da AT - Autoridade Tributária fração autónoma onde foram efetuados os serviços,
e Aduaneira. além dos restantes elementos exigíveis nos termos
25.Areferida verba engloba, unicamente, os serviços do n.º 5 do artigo 36.º do CIVA (cfr. ponto 10 do
efetuados em imóvel ou parte do imóvel que, não Ofício-Circulado n.º 30135).
estando licenciado para outros fins, esteja afeto à 32. Assim, a verba 2.27 da Lista I anexa ao CIVA,
habitação, considerando-se imóvel, ou parte de permite a aplicação da taxa reduzida de IVA às em-
imóvel, afeto à habitação o que esteja a ser uti- preitadas de beneficiação, remodelação, renovação,
lizado como tal no início das obras e que, após a restauro, reparação ou conservação de imóveis ou
execução das mesmas, continue a ser efetivamente partes autónomas destes afetos à habitação, com
utilizado como residência particular (cfr. ponto 3 exceção dos trabalhos de limpeza, de manutenção
do Ofício-Circulado n.º 30135). dos espaços verdes e das empreitadas sobre bens
26. Deste modo, desde que as obras em causa cons- imóveis que abranjam a totalidade ou uma parte
tituam objeto dos contratos de empreitada tipificada dos elementos constitutivos de piscinas, saunas,
na verba 2.27 da Lista I anexa ao CIVA, celebrados campos de ténis, golfe ou minigolfe ou instalações
entre o beneficiário na qualidade de dono da obra similares. Assim, as obras em causa devem ser
e o respetivo empreiteiro, poderá ser aplicada a tributadas à taxa normal de IVA.
taxa reduzida de liquidação em IVA, ao abrigo da 33. No entanto, conforme refere o Requerente,
citada verba, desde que, se encontrem reunidos os estando em causa obras de ampliação de imóvel,
restantes requisitos da mesma. estas não reúnem condições para que possa ser
27. O ponto 4 do citado Oficio-Circulado, refere que aplicada a taxa reduzida de IVA ao abrigo da citada
se consideram “beneficiários” da aplicação da taxa verba 2.27, pelo que as obras em causa devem ser
reduzida de IVA, ao abrigo da mencionada verba tributadas à taxa normal de IVA.
Boletim do Contribuinte 743
OUTUBRO 2023 - Nº 20

ARTIGO 34.º
Início da operação
LEGISLAÇÃO
1 - A operação de execução sistemática de cadastro predial
inicia-se, no âmbito do SNIC e através do BUPi, com a publi-
citação, pelo promotor de cadastro predial, de aviso a divulgar
a área e a programação da operação.
2 - O aviso a que se refere o número anterior é publicitado
Regime jurídico do cadastro predial com a antecedência mínima de 60 dias em relação à data de
início da recolha de dados, no respetivo sítio institucional do
Sistema Nacional de Informação Cadastral promotor na Internet, no BUPi, no Portal das Finanças, no
e a carta cadastral portal de serviços públicos, e através de editais a afixar nos
lugares de estilo, designadamente nas câmaras municipais e nas
Decreto-Lei n.º 72/2023 juntas de freguesia, nos serviços de finanças, nas conservató-
de 23 de agosto rias do registo predial e nos balcões e espaços cidadão, da área
territorial abrangida pela operação de execução sistemática de
(in DR, n.º 163/2023, I Série, de 23.8.2023) cadastro predial, bem como por meio de anúncio divulgado
em meio de imprensa e ou de comunicação social.
(Continuação do número anterior) 3 - A divulgação da operação de execução sistemática de
cadastro predial é acompanhada da identificação dos seguintes
ARTIGO 32.º elementos:
Prédios não cadastrados nos concelhos em regime de a) A delimitação da área a cadastrar;
cadastro geométrico de propriedade rústica
b) A programação das ações a desenvolver e das fases de
execução material da operação, com indicação do prazo
1 - Nos concelhos em regime de CGPR, todos os prédios
de duração, dos prazos previsíveis para a contratação
não cadastrados e não inscritos na carta cadastral ou que não
do executante de cadastro predial quando aplicável, das
tenham RGG validada sem reserva ao abrigo do regime do ações de mobilização dos proprietários para recolha de
sistema de informação cadastral simplificada, ficam sujeitos a: dados, da realização e dos prazos da consulta pública,
a) Operação de execução sistemática de cadastro predial, bem como das datas de apresentação da identificação e
promovida por promotor de cadastro predial nos termos caracterização dos prédios no âmbito do SNIC;
da subsecção i; ou c) Os locais de funcionamento dos gabinetes de atendi-
b) Operação de execução simples de cadastro predial, mento do executante de cadastro predial para efeitos
promovida, a todo o tempo, pelo titular cadastral nos de recolha dos dados, incluindo de titularidade, e de
termos da subsecção ii. reclamações;
2 - As operações de execução sistemática de cadastro d) As NETCP por remissão para o sítio institucional da
predial realizadas nos termos da alínea a) do número anterior, DGT na Internet.
devem respeitar a configuração geométrica dos prédios cadas- 4 - Com a publicitação do início da operação a área a ca-
trados inscritos na carta cadastral, com exceção das situações dastrar é validada no âmbito do SNIC, podendo ser rejeitada no
em que, comprovadamente se verifique que a respetiva carac- prazo de 10 dias, por comunicação, gerada automaticamente e
terização se encontra desatualizada. enviada ao promotor da operação de cadastro predial, quando:
3 - Com a inscrição na carta cadastral, os prédios locali- a) A delimitação da operação de execução apresente so-
zados nos concelhos em regime de CGPR consideram-se em breposição com área cadastrada ou com operação de
regime de cadastro predial, ficando sujeitos ao procedimento execução sistemática em curso;
de operação de conservação de cadastro predial previsto no
b) O promotor de cadastro predial não esteja legalmente
presente decreto-lei.
habilitado a promover ou a executar operações de exe-
cução de cadastro predial ou o executante de cadastro
SUBSECÇÃO I predial não esteja habilitado a executar atividades e ou
Procedimento de execução sistemática a realizar trabalhos no domínio do cadastro predial, nos
termos da lei e dos artigos 20.º e 21.º
ARTIGO 33.º 5 - Findo o prazo previsto no número anterior sem que
Legitimidade para a promoção do procedimento tenha havido rejeição expressa considera-se validada a área a
cadastrar, ficando disponível ao público, no âmbito do SNIC,
1 - O procedimento de operação de execução sistemática a informação a que se refere o n.º 3 e a indicação do promotor
de cadastro predial é promovido pelos promotores de cadastro de cadastro predial responsável pela operação sistemática de
predial referidos no n.º 1 do artigo 18.º, sendo que as atividades execução cadastral em causa.
ou os trabalhos no domínio do cadastro predial, devem ser 6 - Quando o promotor não for o executante de cadastro
executados pelos executantes de cadastro predial legalmente predial e este não estiver designado no início da operação
habilitados para o efeito, nos termos dos artigos 19.º e 20.º de execução sistemática, o promotor comunica à autoridade
2 - Em ZIF, área ou operação integrada de gestão da pai- nacional de cadastro predial, no âmbito do SNIC e através do
sagem (AIGP ou OIGP), os promotores de cadastro predial BUPi, a identificação do executante responsável pela operação
identificados no n.º 1 do artigo 18.º, podem desencadear pro- de cadastro em causa, com a antecedência de 10 dias relativa-
cedimentos de operação de execução sistemática de cadastro mente à data de início da fase de mobilização dos proprietários
predial, por sua iniciativa ou dos respetivos titulares. para a recolha de dados.
744 Boletim do Contribuinte
OUTUBRO 2023 - Nº 20

3 - No âmbito dos trabalhos de campo são recolhidos, pelo


executante de cadastro predial, os seguintes elementos:
LEGISLAÇÃO a) O formulário com os dados relativos aos titulares e ao
prédio em modelo a aprovar pela DGT;
b) Os elementos cartográficos que permitam localizar as
estremas de cada prédio a cadastrar;
c) A localização dos marcos ou marcas de propriedade;
7 - Os prazos previstos para a execução material da opera-
ção de execução sistemática de cadastro predial podem ser al- d) Quaisquer outros elementos considerados relevantes
terados por motivos não imputáveis ao executante de cadastro para efeitos de caracterização e identificação dos pré-
predial, mediante apresentação, no âmbito do SNIC e através dios a cadastrar.
do BUPi, de requerimento dirigido à autoridade nacional de 4 - Os serviços e organismos da administração direta e
cadastro predial, devidamente fundamentado. indireta do Estado, bem como outras entidades, que detenham
8 - O requerimento referido no número anterior é sujeito dados relevantes para o sucesso da operação de execução
a aprovação da autoridade nacional de cadastro predial, no sistemática de cadastro predial, devem disponibilizar esses
prazo de 10 dias a contar da respetiva apresentação, sendo que dados, sempre que solicitado, ao promotor, ao executante de
a aprovação da prorrogação de prazos é objeto de publicitação cadastro predial ou à autoridade nacional de cadastro predial.
nos termos do n.º 2. 5 - A cedência dos dados a que se refere o número an-
9 - O prazo final para a conclusão da operação de execução terior faz-se nos termos do regime de acesso à informação
sistemática de cadastro predial pode ser prorrogado por uma administrativa e ambiental e de reutilização dos documentos
única vez e por um período máximo igual ao previamente administrativos, aprovada pela Lei n.º 26/2016, de 22 de
estabelecido. agosto, na sua redação atual.
10 - O não cumprimento dos prazos estabelecidos para a
realização da operação de execução sistemática de cadastro ARTIGO 36.º
predial, bem como a falta de habilitação legal do promotor ou Titularidade dos prédios
do executante de cadastro predial, determinam a caducidade
do procedimento e a abertura de novo procedimento. 1 - Para efeitos da operacionalização de operação de execu-
11 - A realização da operação de execução sistemática ção sistemática de cadastro predial, são de recolha obrigatória
de cadastro predial é comunicada pela autoridade nacional os dados do titular cadastral que o associam ao seu prédio e
de cadastro predial, automaticamente, no âmbito do SNIC, que permitam a adequada identificação e caracterização desse
à entidade gestora do património imobiliário do Estado e às prédio.
entidades responsáveis pela delimitação do domínio público. 2 - São dados de recolha obrigatória, sempre que existam,
12 - Enquanto estiver a decorrer uma operação de exe- os seguintes:
cução sistemática de cadastro predial, as iniciativas de RGG
de prédios, no âmbito do regime do sistema de informação a) Nome ou designação social do titular e demais dados
cadastral simplificada, são obrigatoriamente dadas a conhe- relativos à titularidade do prédio a cadastrar;
cer ao executante de cadastro predial responsável por essa b) Número de identificação fiscal do titular;
operação de execução sistemática o âmbito do SNIC e por c) Domicílio do titular por referência ao lugar de residência
acesso à informação dos procedimentos de RGG elaborados habitual ou sede, com indicação do endereço postal;
e registados no BUPi.
d) Endereço de correio eletrónico, bem como de contacto
13 - No primeiro ato de liquidação do imposto municipal
telefónico;
sobre imóveis que ocorra após o início da operação de execu-
ção sistemática de cadastro predial, a AT comunica aos sujei- e) Número da descrição do prédio no registo predial;
tos passivos da área das freguesias abrangidas pela operação f) Número da inscrição do prédio na matriz predial.
de execução em causa que a mesma se encontra a decorrer, 3 - Podem ser recolhidos outros dados ou documentos
informando dos locais onde aqueles se devem dirigir para necessários à boa instrução do procedimento.
fornecimento de dados e caracterização dos respetivos prédios. 4 - Nas situações de comunhão ou compropriedade de
prédios, são recolhidos os dados de todos os contitulares ou
ARTIGO 35.º comproprietários, incluindo da proporção do prédio que per-
Trabalhos de campo tence sem determinação de parte ou direito a cada um.
5 - No caso de representante legal do titular cadastral,
1 - Os trabalhos de campo destinados à recolha de dados devem ser igualmente recolhidos os dados de identificação do
caracterizadores e identificadores dos prédios integrados na representante que constam das alíneas a) a d) do n.º 2, devendo
área abrangida pela operação de execução sistemática de a menção à representação ficar expressamente indicada.
cadastro predial são realizados pelo executante de cadastro 6 - Consideram-se não cadastrados os prédios em que não
predial no prazo previsto na programação da execução material seja possível obter a informação prevista nas alíneas a) a c),
da operação divulgada publicamente. e) e f) do n.º 2.
2 - Para efeitos do número anterior, o executante de ca- 7 - Os dados referidos nos nºs 2 a 4, são recolhidos, sempre
dastro predial pode: que possível, mediante interoperabilidade de dados da AT e
a) Solicitar o apoio das entidades e serviços públicos, do IRN, I. P., através do BUPi, presumindo-se como corretos,
incluindo autoridades policiais; sem prejuízo da necessidade de prestação de esclarecimentos
b) Aceder às áreas não edificadas de prédios e de acesso e disponibilização de documentação complementar relevante
às edificações. pelo titular.
Boletim do Contribuinte 745
OUTUBRO 2023 - Nº 20

ARTIGO 37.º 8 - O relatório previsto no número anterior fica arquivado


Caracterização provisória na autoridade nacional de cadastro predial e disponível no
âmbito do SNIC.
1 - Após a recolha de dados, a caracterização provisória
dos prédios é submetida no âmbito do SNIC, pelo executante ARTIGO 39.º
de cadastro predial, no prazo máximo de 90 dias, com base Reclamação
nos elementos recolhidos nos trabalhos de campo e nas infor-
mações apresentadas pelos titulares cadastrais. 1 - Durante o período da consulta pública podem ser apre-
2 - A caracterização provisória é acompanhada do termo de sentadas reclamações relativas à caracterização provisória dos
responsabilidade subscrito pelo executante de cadastro predial, prédios, através de formulário eletrónico disponibilizado no
conforme modelo a aprovar pela DGT, dele devendo constar,
âmbito do SNIC, através do BUPi.
expressamente, que foram observadas as disposições legais e
regulamentares e as NETCP aplicáveis à respetiva operação 2 - As reclamações são objeto de parecer do executante de
de execução sistemática de cadastro predial. cadastro predial, a emitir no prazo máximo de 20 dias a contar
3 - O executante de cadastro predial tem a faculdade de da data da apresentação da reclamação.
notificar os titulares cadastrais para prestar os esclarecimentos 3 - Pode ser fixado um prazo diferente do previsto no
ou disponibilizar a documentação complementar relevante para número anterior pelo promotor na programação das ações a
proceder à caracterização do prédio e verificação do cumpri- desenvolver e das fases de execução material da operação,
mento das disposições legais e regulamentares aplicáveis e publicitada nos termos do artigo 34.º
das NETCP. 4 - As reclamações são dadas a conhecer aos titulares
4 - No caso de prédios ou terrenos confinantes com área cadastrais e ao executante de cadastro predial.
de domínio público, na falta de auto ou procedimento de 5 - As reclamações são decididas pelo promotor de cadastro
delimitação com aquele, prevalece, a todo o tempo, o limite predial no prazo de 20 dias a contar da receção do parecer
que venha a ser definido pela entidade legalmente competente. referido no número anterior.
5 - Sempre que na área da operação de execução sistemá- 6 - O projeto de decisão relativo à reclamação que implique
tica de cadastro predial se localizem prédios cadastrados, é a alteração da localização das estremas de outros prédios é
respeitada a sua configuração geométrica, com exceção das sujeito a audiência prévia dos respetivos titulares cadastrais,
situações em que, comprovadamente se verifique que a res- os quais dispõem de 10 dias para se pronunciarem sobre a
petiva caracterização se encontra desatualizada, aplicando-se proposta de alteração da estrutura predial.
nesse caso o procedimento de operação de conservação de 7 - Em caso de concordância de todos os titulares cadas-
cadastro predial. trais sobre o projeto de decisão ou decorrido o prazo fixado
no número anterior sem que algum dos titulares cadastrais
ARTIGO 38.º
apresente objeção expressa, o procedimento da operação de
Consulta pública
execução sistemática de cadastro predial prossegue.
1 - A caracterização provisória dos prédios abrangidos por 8 - Nos casos em que sejam apresentadas reclamações
operação de execução sistemática de cadastro predial é objeto em que o promotor de cadastro predial seja simultaneamente
de consulta pública, a publicitar pelo promotor de cadastro titular cadastral, a decisão sobre as reclamações compete à
predial com a antecedência mínima de 30 dias. autoridade nacional de cadastro predial, no prazo de 20 dias.
2 - A consulta pública prevista no número anterior é efe- 9 - O deferimento da reclamação determina as alterações
tuada no âmbito do SNIC, mediante aviso no respetivo sítio que dela decorram sobre a caracterização provisória do prédio
institucional do promotor na Internet, no BUPi, no Portal das em causa, a efetuar pelo executante de cadastro predial no
Finanças, no portal de serviços públicos e por editais afixados prazo de 10 dias a contar desse deferimento.
nos locais de estilo, designadamente nas câmaras municipais e 10 - Caso a decisão sobre a reclamação impeça que o pré-
nas juntas de freguesia da área territorial abrangida pela ope- dio ou prédios sejam inscritos na carta cadastral, os mesmos
ração de execução sistemática de cadastro predial, de acordo consideram-se como prédios não cadastrados, aplicando-se o
com o modelo de aviso, aprovado pela DGT e disponibilizado regime previsto no artigo 30.º
no âmbito do SNIC. 11 - Da decisão sobre a reclamação referida no presente
3 - O aviso referido no n.º 1 inclui a indicação do início artigo não cabe recurso.
e do termo do período da consulta pública, os locais onde se
encontra disponível a caracterização provisória dos prédios, ARTIGO 40.º
a identificação do executante de cadastro predial e o modo de Inscrição na carta cadastral
apresentação de reclamações.
4 - O prazo da consulta pública é o indicado no aviso de
1 - Decorrido o prazo de consulta pública sem apresentação
publicitação da operação de execução sistemática de cadastro
predial, não podendo ser inferior a 30 dias. de reclamações ou decididas as reclamações apresentadas, a
5 - O prazo de consulta pública pode ser prorrogado pela caracterização dos prédios, com exceção dos que se encontrem
autoridade nacional de cadastro predial, mediante pedido do em situação de não cadastrados, é considerada definitiva.
promotor, devidamente fundamentado, apresentado no âmbito 2 - O executante de cadastro predial submete a carac-
do SNIC. terização prevista no número anterior, no âmbito do SNIC,
6 - O promotor e o executante de cadastro predial prestam no prazo de 30 dias, para efeitos de inscrição dos prédios na
todos os esclarecimentos e informações solicitados pelos in- carta cadastral.
teressados no decurso da consulta pública. 3 - A submissão da caracterização dos prédios a que se
7 - Decorrido o período da consulta pública, o executante refere o número anterior é efetuada mediante formulário dis-
de cadastro predial elabora o relatório final, no qual procede ponível no âmbito do SNIC, e através do BUPi, acompanhado
à ponderação das reclamações apresentadas. da configuração geométrica dos prédios, dos formulários com
746 Boletim do Contribuinte
OUTUBRO 2023 - Nº 20

ARTIGO 43.º
Início da operação
LEGISLAÇÃO 1 - A operação de execução simples de cadastro predial
inicia-se com a abertura do procedimento no âmbito do SNIC,
através do BUPi, por executante de cadastro predial.
2 - A operação prevista no número anterior é efetuada me-
diante submissão da caracterização do prédio de acordo com as
os dados dos titulares e dos prédios, das declarações de con- NETCP, através de formulário eletrónico aprovado pela DGT.
finantes quando legalmente exigíveis, bem como do termo de 3 - A submissão da caracterização do prédio é acompa-
responsabilidade subscrito pelo executante de cadastro predial. nhada da configuração geométrica do prédio, dos dados de
identificação dos titulares cadastrais e do prédio e do termo
SUBSECÇÃO II de responsabilidade subscrito por técnico habilitado.
Procedimento de execução simples de cadastro predial
ARTIGO 44.º
ARTIGO 41.º Submissão da caracterização
Legitimidade
1 - Além dos elementos a que se refere o artigo anterior, a
1 - Os titulares cadastrais podem promover, por sua inicia- submissão da caracterização do prédio quando alguma das es-
tiva, e desde que realizadas por executante de cadastro predial, tremas não confronte com prédio já cadastrado é acompanhada
operações de execução simples de cadastro predial quando as por declaração de confinantes, de acordo com modelo aprovado
mesmas incidam sobre um único prédio ou um conjunto de pela autoridade nacional de cadastro predial e disponibilizado
prédios não cadastrados, desde que estes, cumulativamente: no âmbito do SNIC.
2 - Na impossibilidade de identificar os titulares confinantes
a) Sejam contíguos; para efeitos de apresentação da declaração de confinantes, a
b) Pertençam ao mesmo titular cadastral; e caracterização do prédio é submetida a consulta pública, pelo
c) Estejam localizados em área geográfica já cadastrada. período de 60 dias, findo o qual, e na ausência de reclamações,
2 - A operação de execução simples de cadastro predial é o prédio é inscrito na carta cadastral.
voluntária salvo nos casos em que se preveja a sua realização 3 - As reclamações apresentadas nos termos do número
obrigatória nos termos do presente decreto-lei. anterior, são analisadas pelo executante de cadastro predial
habilitado, em articulação com o titular cadastral, sendo re-
ARTIGO 42.º solvidas no prazo de 15 dias.
Recolha de dados e harmonização 4 - Na falta de acordo entre o titular cadastral e os titulares
de prédios confinantes no prazo referido no número anterior,
1 - Previamente à abertura do procedimento no âmbito do o procedimento considera-se extinto.
SNIC, o executante de cadastro predial procede à recolha de 5 - Após submissão da caracterização do prédio efetuada
dados, mediante a realização de trabalhos de campo. nos termos dos nºs 1 a 3, o prédio é inscrito na carta cadastral.
2 - No âmbito dos trabalhos de campo são recolhidos, pelo
SECÇÃO III
executante de cadastro predial habilitado, os seguintes dados:
Integração na carta cadastral
a) Os elementos cartográficos que permitam localizar as
estremas do prédio ou prédios a cadastrar; ARTIGO 45.º
b) A localização dos marcos ou marcas de propriedade, Operações de integração na carta cadastral
quando existam;
1 - As operações de integração na carta cadastral consistem
c) Quaisquer outros elementos considerados relevantes
no processo de submissão da informação sobre a caracterização
para efeitos de caracterização e de identificação do
dos prédios que reúna as condições para assumir natureza de
prédio ou prédios a cadastrar. cadastro predial resultante de procedimentos regulados em
3 - O executante de cadastro predial habilitado procede à legislação específica, e para inscrição na carta cadastral.
caracterização e identificação do prédio ou prédios a cadastrar, 2 - Estão sujeitos a operação de integração na carta cadas-
com vista a assegurar a respetiva harmonização cadastral da tral os prédios que resultem de:
informação, com base:
a) Emparcelamento rural ou valorização fundiária apro-
a) Nos elementos recolhidos nos trabalhos de campo; vados ao abrigo do Regime Jurídico da Estruturação
b) Nas informações prestadas pelos titulares cadastrais; Fundiária (RJEF) estabelecido pela Lei n.º 111/2015,
c) Na consulta dos dados do prédio ou prédios constantes de 27 de agosto, na sua redação atual;
na inscrição matricial e na descrição do registo predial, b) Plano de pormenor com efeitos registais em vigor, nos
através do BUPi; termos dos artigos 107.º e 108.º do Regime Jurídico dos
d) Na consulta de documentos necessários. Instrumentos de Gestão Territorial (RJIGT), aprovado
4 - Nas situações em que se verifique a existência de erros pelo Decreto-Lei n.º 80/2015, de 14 de maio, na sua
ou incorreções nas áreas constantes da inscrição matricial e redação atual;
da descrição do registo predial, que ultrapassem os limites c) Operação de loteamento, de reparcelamento ou de des-
legalmente permitidos nos termos do artigo 28.º-A do Código taque, ao abrigo do Regime Jurídico da Urbanização
do Registo Predial, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 224/84, e da Edificação (RJUE), aprovado pelo Decreto-Lei
de 6 de julho, na sua redação atual, o executante de cadastro n.º 555/99, de 16 de dezembro, na sua redação atual;
predial habilitado deve promover a correspondente correção d) Declaração de utilidade pública para efeitos de ex-
de modo a assegurar a respetiva harmonização. propriação, ao abrigo do Código das Expropriações,
Boletim do Contribuinte 747
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aprovado pela Lei n.º 168/99, de 18 de setembro, na 2 - A DGADR, nas operações da sua competência, proce-
sua redação atual; de à integração na carta cadastral dos prédios resultantes de
e) Procedimento em que a RGG assuma a natureza de transformação fundiária, no prazo de 60 dias a contar da data
cadastro predial ao abrigo do regime do sistema de do auto lavrado nos termos e para os efeitos do disposto no
informação cadastral simplificada; artigo 29.º do RJEF, ou da data da aprovação a que se refere
o n.º 2 do artigo 9.º do RJEF, consoante o caso.
f) Prédios não cadastrados localizados em AIGP ou de 3 - O município territorialmente competente, nas operações
OIGP que resultaram do procedimento previsto no da sua competência, procede à integração na carta cadastral
artigo 20.º do Decreto-Lei n.º 28-A/2020, de 26 de dos prédios resultantes da transformação fundiária, no prazo
junho, na sua redação atual. de 60 dias após a data da sua aprovação.
3 - Para efeitos da integração na carta cadastral dos prédios
a que se refere a alínea e) do número anterior, a respetiva carac- ARTIGO 49.º
terização é acompanhada de termo de responsabilidade subs- Planos de pormenor, operações de loteamento, de repar-
crito por técnico legalmente habilitado nos termos do artigo celamento e de destaque
8.º do regime do sistema de informação cadastral simplificada.
1 - Os municípios territorialmente competentes são as
ARTIGO 46.º entidades responsáveis pela operação de integração na carta
Regime aplicável cadastral dos prédios localizados em área abrangida por:
As operações de integração na carta cadastral a que se a) Plano de pormenor com efeitos registais, em vigor, nos
refere o artigo anterior observam o estabelecido no presente termos do RJIGT;
decreto-lei, nas disposições legais e regulamentares aplicáveis, b) Operação de loteamento ou de reparcelamento sujeitas
e nas NETCP. ao RJUE.
2 - Os titulares cadastrais são responsáveis pela operação
ARTIGO 47.º de integração na carta cadastral dos prédios sujeitos a operação
Procedimento de integração urbanística de destaque.
3 - Para efeitos do disposto nos números anteriores, o
1 - O procedimento de integração de prédio ou prédios na município territorialmente competente ou o titular cadastral,
carta cadastral são da competência das entidades referidas nos consoante o caso, promove a integração na carta cadastral dos
artigos 48.º a 51.º prédios abrangidos, no prazo de 60 dias a contar da:
2 - A entidade responsável pela operação de integração na a) Data da entrada em vigor do plano de pormenor com
carta cadastral submete a configuração geométrica dos prédios efeitos registais;
elaborada de acordo com a legislação aplicável e as NETCP, b) Data da emissão do alvará, nas operações de loteamento
através de executante de cadastro. e de reparcelamento;
3 - A submissão da configuração geométrica dos prédios é
c) Data de receção da certidão de destaque nos termos do
efetuada mediante apresentação de formulário disponibilizado
n.º 9 do artigo 6.º do RJUE, no caso de operações de
no âmbito do SNIC, acompanhado de termo de responsabi-
destaque.
lidade. 4 - Quando se trate de operação de destaque, a configuração
4 - Quando a operação de integração na carta cadastral geométrica do prédio deve ser acompanhada da certidão a que
incida sobre prédios cadastrados, as alterações na respetiva se refere a alínea c) do número anterior, bem como de formu-
configuração geométrica seguem o procedimento de operação lário com os dados de identificação do titular e do prédio, nos
de conservação de cadastro predial que podem ser promovidas termos de modelo a definir pela DGT e publicitado no âmbito
pela respetiva autarquia local territorialmente competente ou do SNIC, através do portal único de serviços públicos, BUPi
pelos titulares cadastrais, no mesmo prazo previsto para a e página institucional da DGT na Internet.
integração de prédios na carta cadastral.
5 - Os prédios inscritos na carta cadastral em resultado da ARTIGO 50.º
realização de operação de integração consideram-se harmo- Prédios expropriados
nizados e cadastrados e a área abrangida fica em regime de
cadastro predial. 1 - A entidade responsável pela operação de integração na
carta cadastral dos prédios ou partes de prédios que tenham
ARTIGO 48.º sido objeto de declaração de utilidade pública para efeitos de
Operações de emparcelamento e de valorização fundiária expropriação, e que integrem o domínio privado do Estado,
bem como das partes remanescentes dos prédios que não te-
1 - São competentes pela integração na carta cadastral dos nham sido totalmente expropriados, é a entidade expropriante
prédios que resultem de projetos de emparcelamento rural ou beneficiária da expropriação.
de valorização fundiária nos termos do RJEF: 2 - A entidade expropriante promove a submissão da confi-
a) A DGADR, nos projetos de emparcelamento rural guração geométrica dos prédios, no prazo de 60 dias a contar da
integral, nos projetos de emparcelamento simples da data da adjudicação, ou do auto de expropriação amigável, da
iniciativa dos municípios e nos projetos de valorização escritura de aquisição por via do direito privado ou da escritura
fundiária que incluam projetos de emparcelamento celebrada, ou ainda, do acordo de reversão, consoante o caso.
integral; 3 - Quando a expropriação incida sobre parte de prédios
b) Os municípios, nos projetos de emparcelamento sim- cadastrados localizados em área cadastrada, a entidade ex-
ples por eles aprovados e nos projetos de valorização propriante promove a operação de conservação do prédio
fundiária que não incluam projetos de emparcelamento cadastrado, incluindo a área objeto de expropriação e a área
rural integral. remanescente, em substituição do titular cadastral.
748 Boletim do Contribuinte
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reguladas no RJUE, bem como as de anexação, emparcela-


mento ou fracionamento previstas no RJEF.
LEGISLAÇÃO 4 - Nas situações previstas no n.º 2 o titular cadastral está
obrigado a dar início ao procedimento de conservação de
cadastro predial no prazo de 60 dias a contar da data do facto
jurídico que lhe deu origem.
5 - Nas operações de conservação promovidas por entidade
expropriante no âmbito do procedimento de expropriação por
4 - Quando a expropriação incida sobre parte de prédios
utilidade pública total ou parcial sobre prédio cadastrado o
não cadastrados, a entidade expropriante procede à integração
prazo previsto no número anterior conta-se a partir da data da
na carta cadastral dos prédios abrangidos, assegurando a ca-
racterização do prédio expropriado e das partes remanescentes adjudicação da propriedade.
dos prédios que não tenham sido totalmente expropriados, em 6 - Nas operações de conservação de cadastro predial é
substituição do titular cadastral. obrigatória a harmonização cadastral nos termos do n.º 1 do
5 - Nas situações previstas nos nºs 3 e 4 os titulares cadastrais artigo 15.º, devendo, quando o prédio não se encontre descrito
das áreas remanescentes são notificados, no âmbito do SNIC, no registo predial, ser promovido o respetivo procedimento
da conclusão do procedimento de inscrição na carta cadastral. especial de registo de prédio omisso e, consequentemente,
atribuído o NIP.
ARTIGO 51.º
RGG que assuma a natureza de cadastro predial ARTIGO 53.º
Regime aplicável
1 - A RGG de prédio que assuma a natureza de cadastro
predial nos termos do n.º 3 do artigo 5.º do regime do sistema de As operações de conservação de cadastro predial observam
informação cadastral simplificada, é inscrita na carta cadastral o estabelecido no presente decreto-lei, nas disposições legais
através de comunicação automática dos dados constantes do e regulamentares aplicáveis e nas NETCP.
BUPi, incluindo da respetiva estrutura de atributos associada
à RGG e do termo de responsabilidade do técnico habilitado ARTIGO 54.º
nos termos do artigo 8.º do regime do sistema de informação Dever de conservação cadastral
cadastral simplificada, que submeteu a RGG.
2 - Para efeitos de cadastro predial, apenas os prédios com 1 - O dever de conservação cadastral incumbe aos titulares
NIP atribuído nos termos do regime do sistema de informa- cadastrais e aos promotores de cadastro predial referidos no
ção cadastral simplificada é que se consideram totalmente n.º 1 do artigo 18.º
harmonizados. 2 - Sem prejuízo do disposto no número anterior e no n.º
2 do artigo 65.º, qualquer entidade, pública ou privada, que
SECÇÃO IV promova a alteração dos dados que identificam e ou caracte-
Conservação do cadastro predial rizam qualquer prédio cadastrado, deve, no âmbito do SNIC e
através do BUPi, dar conhecimento à DGT dos atos, negócios
ARTIGO 52.º jurídicos ou operações urbanísticas que alteram os dados que
Operações de conservação identificam e ou caracterizam os prédios cadastrados, no prazo
de 10 dias a contar desse ato, negócio ou operação urbanística.
1 - As operações de conservação de cadastro predial con-
3 - O prazo referido no número anterior é de 60 dias no
sistem no processo de alteração, atualização ou retificação dos
caso de operações relativas a prédios do domínio público ou
dados que caracterizam e identificam os prédios cadastrados
inscritos na carta cadastral, incluindo os que se encontram em privado do Estado.
situação de cadastro transitório.
2 - As operações de conservação de cadastro predial têm ARTIGO 55.º
por objeto o prédio cadastrado ou o conjunto de prédios ca- Encargos
dastrados contíguos e podem decorrer de:
Pelo procedimento de operação de conservação de cadastro
a) Alteração da configuração geométrica dos prédios
predial é devido o pagamento de taxa a definir pela portaria a
cadastrados motivada por operação de transformação
que se refere o artigo 77.º
fundiária que tenha como fim, ou por efeito, o seu
fracionamento ou a modificação do posicionamento de ARTIGO 56.º
qualquer das suas estremas, mesmo que não implique Legitimidade para promover o procedimento
alteração de áreas;
As operações de conservação de cadastro predial são
b) Retificação da configuração geométrica do prédio ca- promovidas pelos respetivos titulares cadastrais, no prazo
dastrado por erro sobre algum dos dados recolhidos de 60 dias a contar do facto ou do ato que alterou a estrutura
em operação de execução de cadastro predial ou de
fundiária do prédio cadastrado.
integração na carta cadastral;
c) Alteração da configuração geométrica por expropriação ARTIGO 57.º
de utilidade pública sobre parte do prédio cadastrado; Recolha de dados
d) Arredondamento de estrema irregular, por maior apro-
ximação possível a essa estrema. 1 - Antes do início do procedimento de operação de conser-
3 - Consideram-se incluídas nas situações descritas na vação no âmbito do SNIC, os titulares cadastrais são respon-
alínea a) do número anterior as alterações que resultem de sáveis pela recolha dos dados e dos documentos necessários
operações de loteamento, de reparcelamento ou de destaque, à realização dessa operação, bem como pela configuração
Boletim do Contribuinte 749
OUTUBRO 2023 - Nº 20

geométrica dos prédios que seja efetuada através de executante a) Formulário com os dados de identificação dos titulares
de cadastro predial. e do novo prédio ou prédios que resultam da alteração;
2 - Para a configuração geométrica do prédio ou prédios b) Termo de responsabilidade subscrito pelo executante
e realização dos trabalhos de campo que se revelem necessá- de cadastro predial;
rios, o executante referido no número anterior deve recolher c) Caracterização dos novos prédios que resultam da alte-
os seguintes dados: ração, incluindo a configuração geométrica, de acordo
a) Os elementos cartográficos que permitam localizar as com as NETCP;
estremas do novo prédio ou prédios; d) Declaração de confinantes, quando legalmente exigível
b) A localização dos marcos ou marcas de propriedade, ou no caso de alteração de alguma das estremas, nos
quando existam; termos de modelo aprovado pela autoridade nacional
c) Outros elementos considerados relevantes para efeitos de cadastro predial e disponibilizado no âmbito do
de caracterização e identificação dos prédios resultantes SNIC, no BUPi.
da alteração. 5 - O termo de responsabilidade a apresentar nos termos da
alínea b) do número anterior deve conter a referência expressa
3 - A caracterização e a identificação dos prédios, garante
à conformidade das alterações fundiárias com o previsto nos
a correspondência da informação existente sobre o prédio e
planos territoriais, municipais e intermunicipais aplicáveis, bem
a harmonização cadastral, sendo efetuada de acordo com as como com o título emitido em caso de loteamento ou de repar-
NETCP, e com: celamento ou com a certidão de destaque, legalmente exigíveis.
a) As informações prestadas pelos titulares cadastrais; 6 - Decorrido o prazo máximo de três meses a contar da
b) Os elementos recolhidos nos trabalhos de campo; apresentação do pedido, sem que tenha sido apresentada jus-
tificação para a falta de submissão da caracterização do prédio
c) Os dados do prédio ou prédios constantes na inscrição
ou prédios resultantes da operação de conservação de cadastro
matricial e na descrição do registo predial, consultados
predial, o procedimento de operação de conservação iniciado
através do BUPi; no âmbito do SNIC, através do BUPi, caduca.
d) Os documentos necessários.
4 - Nas operações de conservação de cadastro predial, o téc- ARTIGO 59.º
nico executante de cadastro predial habilitado deve garantir que: Rejeição da operação de conservação de cadastro predial
a) As alterações respeitam o disposto nas disposições
legais e regulamentares aplicáveis, nas NETCP, bem 1 - A rejeição da operação de conservação de cadastro
como nos títulos válidos e eficazes apresentados pelos predial ocorre, no âmbito do SNIC, quando:
titulares cadastrais; a) A apresentação não seja acompanhada dos elementos
b) A informação recolhida durante a operação de conser- que devem acompanhar o pedido, designadamente o
vação de cadastro predial e introduzida no âmbito do termo de responsabilidade do executante de cadastro
predial habilitado;
SNIC é suficiente e correta;
b) Não tenham sido cumpridas normas legais e regulamen-
c) É assegurada a harmonização, designadamente quando
tares aplicáveis ou as NETCP;
se trate de prédios cadastrados em regime de cadastro
transitório. c) A informação fornecida no âmbito do procedimento de
5 - Nas situações em que se verifique a existência de erros operação de conservação predial seja insuficiente ou
ou incorreções nas áreas constantes das certidões da inscrição incorreta;
matricial e da descrição do registo predial que ultrapassem os d) A alteração pretendida não se revele compatível com
limites legalmente permitidos no artigo 28.º-A do Código do a geometria do prédio e ou dos prédios confinantes;
Registo Predial, o executante de cadastro predial habilitado e) A configuração geométrica não tenha sido elaborada
deve promover a correspondente correção de modo a assegurar por executante de cadastro predial habilitado para o
a respetiva harmonização. exercício de atividades ou realização de trabalhos no
domínio do cadastro predial nos termos dos artigos
ARTIGO 58.º 19.º e 20.º
Procedimento 2 - A rejeição da operação de conservação de cadastro predial
é objeto de notificação automática, no âmbito do SNIC, através
1 - A operação de conservação de cadastro predial inicia-se do BUPi, ao executante de cadastro predial habilitado que pro-
com apresentação de pedido do titular cadastral no âmbito do cedeu à submissão da configuração geométrica bem como aos
SNIC, através do BUPi, acompanhado da configuração geo- titulares cadastrais, dando lugar à extinção do procedimento.
métrica do prédio cadastrado sujeito a alteração e elaborada
por executante de cadastro predial. ARTIGO 60.º
2 - A operação de conservação de cadastro predial está Inscrição na carta cadastral
sujeita ao pagamento da correspondente taxa nos termos a
1 - Não tendo havido rejeição da operação de conservação
definir na portaria a que se refere o artigo 77.º
de cadastro predial nos termos do artigo anterior, o novo prédio
3 - No prazo de 30 dias a contar da apresentação do pedido o
ou prédios são inscritos na carta cadastral, em substituição do
prédio fica sinalizado no âmbito do SNIC, sendo liminarmente anterior prédio cadastrado objeto da alteração nos termos do
rejeitados os pedidos que se sobreponham. artigo 16.º
4 - No mesmo prazo de 30 dias o executante de cadastro 2 - A operação de conservação de cadastro predial fica
predial habilitado deve submeter no âmbito do SNIC a ca- disponível para consulta, no âmbito do SNIC, podendo o titular
racterização dos prédios que resultem da alteração fundiária, cadastral ou o executante de cadastro predial habilitado obter
mediante preenchimento de formulário, acompanhado de: o comprovativo dessa validação, bem como obter a ficha de
750 Boletim do Contribuinte
OUTUBRO 2023 - Nº 20

não estejam em conformidade com normas legais ou regula-


mentares aplicáveis aos prédios em cadastro predial.
LEGISLAÇÃO
ARTIGO 62.º
Fiscalização da atividade de cadastro predial

1 - À DGT e às CCDRs, ao nível regional, compete:


prédio cadastrado do novo prédio ou prédios resultantes da a) Solicitar a entidades públicas e privadas informações
operação de conservação de cadastro predial. sobre operações de execução ou de conservação do
3 - A inscrição na carta cadastral é comunicada ao IRN, I. P., cadastro predial que estejam em curso ou já concluídas;
no âmbito do SNIC, e por interoperabilidade de dados através b) Solicitar e consultar toda a documentação que entenda
do BUPi, para efeitos de atribuição do novo NIP nos termos por necessária relativamente aos trabalhos e às ope-
do regime do sistema de informação cadastral simplificada. rações no domínio do cadastro predial em curso, bem
4 - Os prédios inscritos na carta cadastral nos termos dos como os já realizados;
números anteriores consideram-se harmonizados para efeitos c) Solicitar informações sobre a demarcação e delimitação de
do artigo 16.º prédios feita pelos titulares cadastrais, quando for o caso;
CAPÍTULO VI d) Solicitar todos os esclarecimentos e informações técni-
Fiscalização, controlo da legalidade e responsabilidade cas, junto de entidades públicas e privadas, necessários
ao cumprimento do presente decreto-lei e demais dis-
SECÇÃO I posições legais e regulamentares aplicáveis;
Fiscalização e) Aplicar coimas, no âmbito de procedimentos contraor-
denacionais;
ARTIGO 61.º f) Participar ao Ministério Público os atos cuja ilegalidade
Competência tenha detetado para efeito de instauração das compe-
tentes ações judiciais.
1 - Compete à DGT a fiscalização do cumprimento do 2 - Compete ainda à DGT:
disposto no presente decreto-lei. a) Verificar se os executantes de cadastro predial referidos
2 - Compete às CCDRs na respetiva área territorial de no artigo 20.º se encontram legalmente habilitados a
competência, a fiscalização, ao nível regional, do cumprimento exercer trabalhos no domínio do cadastro predial;
do disposto no presente decreto-lei. b) Solicitar junto dos promotores e executantes de cadastro
3 - Compete, ainda, à DGT a fiscalização do exercício das predial informações sobre as operações de execução
atividades e ou realização de trabalhos no domínio do cadastro ou de conservação do cadastro predial em curso ou já
predial por parte de pessoas coletivas e de TCP, nos termos da concluídas;
Lei n.º 3/2015, de 9 de janeiro.
4 - Para os efeitos previstos nos números anteriores, os c) Verificar, a todo o tempo, a conformidade do trabalho
promotores e os executantes de cadastro predial colaboram produzido pelos executantes de cadastro predial com
nas ações de fiscalização, prestando apoio técnico sempre as disposições legais e regulamentares aplicáveis,
que necessário. designadamente com as NETCP.
3 - Para efeitos de instrução dos procedimentos con-
5 - Os promotores e os executantes de cadastro predial
traordenacionais, compete às CCDRs, no âmbito da sua área
ficam obrigados a constituir e a manter, pelo prazo mínimo de
territorial de atuação:
10 anos, arquivos devidamente organizados da documentação
e dados técnicos relativos aos trabalhos que realizem em cada a) Solicitar a entidades públicas e privadas informações
operação de cadastro, independentemente do meio de suporte, sobre operações de execução ou de conservação do
e dos quais constem, nomeadamente, os seguintes elementos: cadastro predial que estejam em curso ou já concluídas;
a) Informação técnica referente aos trabalhos realizados, b) Solicitar e consultar toda a documentação que entenda
nomeadamente, o cronograma e metodologia dos tra- por necessária relativamente aos trabalhos e às ope-
balhos, a fonte de informação e a delimitação da área rações no domínio do cadastro predial em curso, bem
coberta pela operação de cadastro predial; como os já realizados;
b) Toda a informação que foi objeto de consulta pública e c) Solicitar informações sobre a demarcação e delimitação
as reclamações apresentadas; de prédios feita pelos titulares cadastrais, quando for
o caso;
c) Documentação inerente ao processo de caracterização
e identificação dos prédios, incluindo as declarações d) Solicitar todos os esclarecimentos e informações técni-
de titularidade apresentadas pelos titulares cadastrais. cas, junto de entidades públicas e privadas, necessários
6 - O IRN, I. P., e a AT, no âmbito das suas competências ao cumprimento do presente decreto-lei e demais dispo-
próprias, são igualmente competentes para fiscalização do sições legais e regulamentares aplicáveis na respetiva
cumprimento do presente decreto-lei, designadamente em área territorial;
matéria de registos e notariado e em matéria de tributação do e) Dar conhecimento à DGT dos atos cuja ilegalidade tenha
património, respetivamente, devendo, para o efeito, participar detetado e que tenha participado ao Ministério Público
à DGT os atos que forem levados ao seu conhecimento que para instauração das competentes ações judiciais.
Boletim do Contribuinte 751
OUTUBRO 2023 - Nº 20

SECÇÃO II ARTIGO 64.º


Controlo da legalidade Transformação fundiária

ARTIGO 63.º 1 - A inscrição na carta cadastral de prédio cadastrado ou


Cancelamento da inscrição cadastral resultante de operação de conservação, está sujeita à verifica-
ção do cumprimento das disposições legais e regulamentares
1 - No âmbito de fiscalização sucessiva promovida pela aplicáveis relativas ao fracionamento e à anexação de prédios,
DGT, a inscrição de prédios cadastrados na carta cadastral ou parte de prédios, designadamente as constantes do artigo
pode ser cancelada quando: 1376.º do Código Civil e da unidade de cultura aplicável, do
a) Se verifique que o termo de responsabilidade e declara- RJUE, do RJEF, das servidões e restrições de utilidade públi-
ção de aceitação dos titulares cadastrais não cumpriram ca, nomeadamente da reserva agrícola nacional, ou ainda dos
o previsto no presente decreto-lei; planos territoriais, intermunicipais e municipais aplicáveis.
2 - A verificação do cumprimento da unidade de cultura
b) Não foram cumpridas as disposições legais e regula-
aplicável é assegurada no âmbito do Sistema de Monitorização
mentares aplicáveis e as NETCP;
da Ocupação do Solo, da responsabilidade da DGT, através
c) A configuração geométrica do prédio cadastrado tenha de plataforma eletrónica de suporte à decisão para o fracio-
sido apresentada por entidade executante de cadastro namento da propriedade, disponível ao público no respetivo
predial ou por TCP que não se encontre legalmente sítio institucional da DGT na Internet, e de consulta obrigatória
habilitado a exercer atividades ou trabalhos no domínio pelas entidades públicas ou privadas intervenientes em atos
do cadastro predial; ou negócios jurídicos que impliquem o fracionamento de pré-
d) A informação resultante da RGG de prédio que assuma dios rústicos, incluindo os atos que reconheçam a aquisição
a natureza de cadastro predial nos termos do regime do do direito de propriedade por usucapião, devendo constar do
sistema da informação cadastral simplificada, que tenha respetivo ato ou negócio jurídico a menção expressa à data
sido apresentada por técnico que não esteja legalmente em que a consulta da plataforma foi realizada.
habilitado nos termos desse regime; 3 - A alteração na configuração geométrica de prédios
e) Seja inequívoco que o prédio já se encontrava, total resultante de emparcelamento, loteamento, reparcelamento
ou parcialmente, inscrito no cadastro predial ou no ou destaque, bem como de fracionamento de prédio, implica
cadastro geométrico da propriedade rústica, por erro a apresentação, nas operações de cadastro predial, do título
ou omissão do titular cadastral ou executante de ca- válido que formaliza aquela alteração.
dastro predial; 4 - Sem prejuízo do disposto no número anterior, o conser-
vador de registos informa a DGT, através do BUPi, do pedido
f) O prédio cadastrado deixe de existir, designadamente,
de registo de ato de emparcelamento, loteamento, reparcela-
em resultado de operação de emparcelamento rural ou
mento ou destaque, bem como de fracionamento de prédio
de anexação nos termos da lei, ou de uma situação de
cadastrado, no prazo de 30 dias a contar da data da respetiva
catástrofe ou fenómeno natural;
apresentação desse pedido de registo.
g) O prédio cadastrado tenha resultado de uma operação 5 - A comunicação a que se refere o número anterior pode
de transformação fundiária declarada ilegal por decisão incluir a disponibilização oficiosa dos títulos apresentados e
judicial transitada em julgado, bem como anulada, re- que serviram de base ao pedido de registo.
vogada ou declarada nula por ato emitido pela entidade 6 - Para efeitos do disposto nos números anterior considera-
administrativa competente. -se que não alteram a configuração geométrica do prédio, as
2 - Nas situações referidas na alínea e) do número anterior, seguintes situações:
deve a inscrição ser obrigatoriamente retificada, oficiosamente
a) A transmissão onerosa ou gratuita de parte do prédio
ou a requerimento do titular cadastral, apresentado no prazo
cadastrado indiviso ainda que tenha por efeito ou
máximo de 90 dias a contar do conhecimento do facto que
resultado uma divisão, com ou sem aumento dos
lhe deu origem, sob pena de recusa da inscrição cadastral
comproprietários;
relativamente ao prédio submetido posteriormente e de can-
celamento da inscrição cadastral do prédio existente, quando b) A partilha, judicial ou extrajudicial, relativamente a
exista sobreposição parcial. herança indivisa;
3 - O cancelamento da inscrição na carta cadastral é comu- c) A justificação por usucapião de parte de prédio;
nicado, pela DGT, no âmbito do SNIC e através do BUPi, ao d) A divisão de coisa comum em caso de cessação da
executante de cadastro predial, à AT, ao IRN, I. P., à autarquia compropriedade sempre que não for acompanhada
local territorialmente competente e aos titulares cadastrais. da configuração geométrica de todos os prédios dela
4 - O cancelamento da inscrição na carta cadastral por mo- resultantes.
tivos imputáveis a executante de cadastro predial, responsável 7 - À posse sobre parte ou partes de prédios que tenha por
pela operação de execução ou de conservação de cadastro efeito ou resultado a alteração da estrutura fundiária de prédio
predial, pode dar lugar ao acionamento de responsabilidade em violação dos regimes legais referidos no n.º 1, e sem que
civil, nos termos do artigo 5.º da Lei n.º 3/2015, de 9 de janeiro. seja apresentado título válido e eficaz, é aplicável o disposto
5 - O cancelamento da inscrição na carta cadastral deve ser nos nºs 2 e 3 do artigo 48.º do RJEF, não relevando tal posse
imediatamente comunicado, no âmbito do SNIC e através do para efeitos de cadastro predial e inscrição na carta cadastral.
BUPi, ao IRN, I. P., e à AT, para efeitos de inscrição matricial 8 - Para efeitos da verificação do previsto nos nºs 6 e 7
e de registo predial. releva a data do ato ou do negócio jurídico em que seja invo-
752 Boletim do Contribuinte
OUTUBRO 2023 - Nº 20

c) A violação do dever de comunicação prévia previsto


no artigo 21.º;
LEGISLAÇÃO d) A violação dos deveres dos titulares cadastrais previstos
nas alíneas a), b), e) e f) do artigo 23.º;
e) A realização de operações de execução de cadastro
predial, de integração na carta cadastral ou de con-
servação de cadastro predial em violação do dever de
cada a usucapião, uma vez verificados os pressupostos para cumprimento das NETCP aprovadas pela DGT nos
que ocorra a aquisição do direito por essa via. termos do n.º 3 do artigo 27.º e dos artigos 46.º e 53.º;
ARTIGO 65.º f) A realização de atos, negócios jurídicos ou operações
Atos e negócios jurídicos relativos a prédios cadastrados urbanísticas em violação do previsto nos nºs 2, 3, 5 e
6 do artigo 30.º;
1 - Qualquer ato notarial, negócio jurídico ou procedimento g) A violação do dever de harmonização previsto no n.º
administrativo ou registal destinado a promover, ou que te- 3 do artigo 31.º e no n.º 6 do artigo 52.º sem qualquer
nha por efeito, a alteração da configuração geométrica ou do justificação;
posicionamento das estremas de prédios cadastrados, mesmo h) A violação do dever de promover a operação de con-
que não implique alteração da área, ou que lhes imponha um servação de cadastro predial previsto nos nºs 4 e 5 do
ónus ou encargo nos termos da lei, quer em relação ao prédio artigo 52.º;
originário, quer em relação aos prédios que eventualmente
resultem da alteração, deve fazer menção expressa à inscri- i) A violação do dever de conservação previsto no artigo 4.º;
ção do prédio cadastrado alterado ou onerado e ser instruído j) A violação dos deveres de conservação de documentos
com a planta da nova configuração geométrica que resulte previstos no n.º 4 do artigo 61.º;
da alteração, elaborada por executante de cadastro predial k) O não fornecimento ou o impedimento de acesso a
em suporte cartográfico oficial a disponibilizar no âmbito do informação solicitada pela DGT ou pelas CCDRs ter-
SNIC, estando sujeito a operação de conservação de cadastro ritorialmente competentes, no âmbito de uma ação de
predial nos termos dos artigos 52.º e seguintes. fiscalização nos termos do artigo 62.º;
2 - Qualquer entidade que exerça atividade notarial ou qual-
l) A realização de operações de transformação fundiária
quer outra entidade que intervenha nos atos e negócios jurídi-
em violação do disposto no artigo 64.º;
cos a que se refere o número anterior, adverte os outorgantes
da obrigatoriedade de desencadear a operação de conservação m) A violação do dever de sigilo profissional na execução
de cadastro predial, no prazo máximo de 60 dias, contados do de atividades ou de trabalhos no domínio cadastral nos
ato ou da data de celebração do negócio, devendo fazer constar termos do artigo 75.º
do documento que titula o ato ou negócio jurídico a menção 2 - À violação do dever de cumprimento das NETCP
expressa à referida advertência, dando conhecimento à DGT, aprovadas pela DGT referido na alínea e) do número anterior
no prazo de 10 dias, no âmbito do SNIC. aplica-se o disposto na alínea a) do n.º 1 do artigo 11.º da Lei
n.º 3/2015, de 9 de janeiro.
ARTIGO 66.º
Nulidade ARTIGO 68.º
Classificação das contraordenações
1 - São nulos todos os atos de justificação de direitos e
outros atos, negócios jurídicos ou operações urbanísticas, que 1 - Para determinação da coima aplicável e tendo em conta
tenham como fim ou por efeito a modificação da configuração a relevância dos direitos e interesses violados, as contraorde-
geométrica de prédios cadastrados quando não observem o nações referidas no artigo anterior classificam-se em leves,
disposto no presente decreto-lei, ainda que a respetiva infor- graves e muito graves.
mação se encontre harmonizada. 2 - A cada escalão classificativo das contraordenações a
2 - Consideram-se incluídos no número anterior os atos que se refere o número anterior, corresponde um montante de
de justificação de direitos e outros atos ou negócios jurídicos coima variável entre um mínimo e um máximo, consoante
praticados em violação dos artigos 64.º e 65.º seja aplicada a uma pessoa singular ou pessoa coletiva e em
função do grau de culpa.
SECÇÃO III 3 - Consideram-se leves as contraordenações previstas nas
Responsabilidade alíneas a) e d) do n.º 1 do artigo anterior quanto à violação
das alíneas a), b) e d) do artigo 23.º, nas alíneas g) e h) do n.º
ARTIGO 67.º 1 do artigo anterior quando esteja fora do prazo, e na alínea i)
Contraordenações
do n.º 1 do artigo anterior.
4 - Consideram-se graves as contraordenações previstas
1 - Constitui contraordenação:
na alínea d) do n.º 1 do artigo anterior quanto à violação das
a) A violação dos deveres de colaboração e de partilha de alíneas f) e g) do artigo 23.º, nas alíneas e) e h) do n.º 1 do artigo
informação previstos nos nºs 1 e 2 do artigo 9.º; anterior quando não seja realizada a operação de conservação,
b) A prática de atividades de cadastro predial por executante e nas alíneas j), k) e n) do n.º 1 do artigo anterior.
de cadastro predial que não se encontre nas condições 5 - Consideram-se muito graves as contraordenações pre-
previstas nos artigos 19.º e 20.º; vistas nas alíneas b), c), f), l) e m) do n.º 1 do artigo anterior.
Boletim do Contribuinte 753
OUTUBRO 2023 - Nº 20

6 - A tentativa é punível nas contraordenações classificadas c) Perda dos objetos utilizados na prática da infração ou
de graves e muito graves, sendo os limites mínimos e máximos resultantes desta, incluindo equipamentos técnicos e
da respetiva coima reduzidos a metade. informáticos;
d) Proibição de participar em procedimentos de contratação
ARTIGO 69.º pública que tenham por objeto o fornecimento de bens
Coimas e de serviços no domínio do cadastro predial, não po-
dendo, em caso algum, esta sanção exceder dois anos.
1 - Às contraordenações leves previstas no n.º 3 do artigo
anterior correspondem as seguintes coimas:
ARTIGO 72.º
a) Se praticadas por pessoa singular, de € 300 a € 1000 Responsabilidade por erro e omissões
em caso de negligência e de € 400 a € 2000 em caso
de dolo; 1 - Os titulares cadastrais são responsáveis pela informação
b) Se praticadas por pessoa coletiva, de € 1000 a € 5000 fornecida sendo-lhes imputáveis os encargos inerentes às opera-
em caso de negligência e de € 2000 a € 6000 em caso ções de correção de erros ou omissões que se venham a revelar
de dolo. necessárias, incluindo os que resultem de incorreta demarcação.
2 - Às contraordenações graves previstas no n.º 4 do artigo 2 - A entidade que proceda à inscrição dos prédios na carta
anterior correspondem as seguintes coimas: cadastral é responsável pelos erros ou omissões que decorram
a) Se praticadas por pessoa singular, de € 500 a € 1500 da divergência entre a informação fornecida pelos titulares e os
em caso de negligência e de € 600 a € 2500 em caso dados de identificação e caracterização dos prédios cadastra-
de dolo; dos, sendo-lhes imputáveis os encargos inerentes às operações
b) Se praticadas por pessoa coletiva, de € 2000 a € 7000 de correção, sem prejuízo do direito de indemnização a que
em caso de negligência e de € 3000 a € 8000 em caso haja lugar pelos prejuízos causados aos titulares cadastrais.
de dolo. 3 - A DGT, enquanto autoridade nacional de cadastro pre-
3 - Às contraordenações muito graves previstas no n.º 5 do dial, é responsável pela correção oficiosa de erros e omissões
artigo anterior correspondem as seguintes coimas: detetados na configuração geométrica de prédio cadastrado
a) Se praticadas por pessoa singular, de € 800 a € 1870,49 devidamente comprovados e não imputáveis aos respetivos
em caso de negligência e de € 900 a € 3740,98 em titulares ou a executante de cadastro predial.
caso de dolo;
ARTIGO 73.º
b) Se praticadas por pessoa coletiva, de € 3000 a € 9000
Responsabilidade por falsas declarações e documentos
em caso de negligência e de € 4000 a € 10 000 em
falsificados
caso de dolo.
4 - O produto das coimas reverte 60 % para a DGT e 40%
para as CCDRs territorialmente competentes pela instrução A prestação de falsas declarações ou a apresentação de
do processo de contraordenação. documentos falsificados ou adulterados são puníveis nos
termos da lei.
ARTIGO 70.º
Competência CAPÍTULO VII
Disposições complementares, transitórias e finais
1 - É competente para a instauração e decisão de processos
de contraordenação, o dirigente máximo da DGT. SECÇÃO I
2 - Sem prejuízo do disposto no número anterior, as CCDRs Disposições complementares
são competentes para designar instrutor e instruir os processos
de contraordenação na respetiva área territorial. ARTIGO 74.º
3 - As entidades e os serviços públicos têm o dever de comu- Interoperabilidade com o Balcão Único do Prédio
nicar à DGT a ocorrência de quaisquer factos ou circunstâncias
suscetíveis de configurarem como contraordenação, bem como 1 - Para efeitos do disposto no presente decreto-lei é asse-
têm o dever de colaborar no âmbito do respetivo processo. gurada a interoperabilidade, com recurso à iAP, da informação
no âmbito do SNIC com o BUPi, enquanto plataforma que
ARTIGO 71.º comunica com todas as bases de dados e aplicações que contêm
Sanções acessórias informações prediais e que assegura a articulação do cidadão
com a Administração Pública no âmbito do cadastro predial.
Para além da coima podem ainda ser aplicadas as seguintes 2 - A título transitório, enquanto não for assegurada a in-
sanções acessórias, em função da gravidade da infração e da teroperabilidade com recurso à iAP entre o SNIC e o BUPi, a
culpa do agente: comunicação entre esses pode ser efetuada por outros meios.
a) Inibição do exercício de atividades e ou trabalhos no 3 - A título transitório, e até que a plataforma do BUPi ga-
domínio do cadastro predial por um período máximo ranta a total e necessária interoperabilidade da informação no
de dois anos; âmbito do SNIC e com outras bases de dados e aplicações sobre
b) Suspensão da inscrição na lista oficial dos TCP legal- prédios, as funcionalidades do SNIC, bem como a tramitação
mente habilitados para o exercício de atividades e dos procedimentos estabelecidos no presente decreto-lei são
ou trabalhos no domínio do cadastro predial, por um asseguradas e efetuadas através da plataforma eletrónica de
período máximo de dois anos; suporte ao SNIC, da responsabilidade da DGT.
754 Boletim do Contribuinte
OUTUBRO 2023 - Nº 20

dereço da entidade responsável pelo tratamento e conservação


dos dados pessoais relativos a prédios cadastrados e demais
LEGISLAÇÃO informações previstas nos artigos 13.º e 14.º do Regulamento
(UE) n.º 2016/679 do Parlamento Europeu e do Conselho, de
27 de abril de 2016, que aprovou o Regulamento Geral sobre
a Proteção de Dados.
2 - Ao acesso e disponibilização dos documentos e in-
ARTIGO 75.º formação administrativa nos termos do presente decreto-lei
Segurança da informação e sigilo profissional aplica-se o regime legal que resulta da Lei n.º 26/2016, de 22
de agosto, na sua redação atual, sem prejuízo do regime legal
1 - Aos dados pessoais recolhidos no âmbito da realização de de proteção de dados pessoais.
operações de cadastro predial ou quaisquer outros procedimen- 3 - O disposto no número anterior não prejudica a partilha
tos previstos no presente decreto-lei aplicam-se as disposições de informação nos termos do dever de colaboração previsto
legais em matéria de proteção de dados pessoais, designadamen- no n.º 3 do artigo 9.º
te as que respeitam ao seu tratamento e acesso pelos titulares 4 - O tratamento de dados pessoais recolhidos nos proce-
cadastrais ou por terceiros, bem como, ao sigilo profissional. dimentos previstos no presente decreto-lei tem por finalidade
2 - Aos promotores e aos executantes de cadastro predial o exercício da atividade de cadastro predial, não podendo
habilitados no presente decreto-lei para o exercício de ativi- ser utilizado para qualquer outra finalidade, sem prejuízo da
dades no domínio do cadastro predial é facultado o acesso à interoperabilidade prevista nos artigos 22.º e 23.º do regime
informação cadastral necessária à realização das operações do sistema de informação cadastral simplificada e do BUPi.
de cadastro predial, não podendo a informação ser utilizada 5 - Para exercício do respetivo direito de acesso, os titulares
para outros fins. dos dados devem ter a possibilidade de consultar os dados
3 - Os promotores e os executantes de cadastro predial ficam, pessoais que foram partilhados e quais os dados presentes
em especial, obrigados ao dever de sigilo profissional, incluindo nos registos dos sistemas de informação referidos no presente
o tributário relativamente a qualquer informação que obtenham artigo através da área «Os meus dados» no portal único de
no exercício da respetiva atividade de cadastro predial. serviços públicos.
4 - Para efeitos do presente decreto-lei consideram-se
públicos os dados da caracterização dos prédios cadastrados ARTIGO 77.º
a que se refere o n.º 1 do artigo 16.º Taxas
5 - O acesso e a cedência da informação relativa a dados
não pessoais que não sejam públicos obedecem ao disposto 1 - Estão sujeitas ao pagamento de taxas, em montante a
no regime de acesso à informação administrativa e ambiental definir por portaria dos membros do Governo responsáveis
e de reutilização dos documentos administrativos, aprovado pelas áreas da justiça, das finanças e do ordenamento do ter-
pela Lei n.º 26/2016, de 22 de agosto, na sua redação atual. ritório, os seguintes procedimentos:
6 - A publicação, divulgação e disponibilização, para a) Operação de conservação de cadastro predial;
consulta ou outro fim, de informações, documentos e outros
b) Mera comunicação prévia para exercício de atividades
conteúdos que, pela sua natureza e nos termos legalmente
e ou realização de trabalhos no domínio do cadastro
previstos, possam ou devam ser disponibilizados ao público,
predial.
sem prejuízo do uso simultâneo de outros meios, deve estar
disponível em formatos abertos que permitam a leitura por 2 - A portaria a que se refere o número anterior define,
máquina para ser colocada ou indexada no Portal de Dados ainda, as situações em que há lugar a redução ou
Abertos da Administração Pública, em www.dados.gov.pt. isenção das taxas nela previstas, em especial relativo
7 - Nos casos em que se verifique o incumprimento das aos imóveis do domínio público e privado do Estado,
condições de utilização da informação, a DGT enquanto au- bem como o montante correspondente aos encargos
toridade nacional de cadastro predial notifica o acedente para de certificação de ficha de prédio cadastrado, quando
que, no prazo de 15 dias, cesse tal incumprimento, sob pena solicitada, e é publicada no prazo de 60 dias a contar
de lhe ser vedado o acesso à informação. da data de entrada em vigor do presente decreto-lei.
8 - Sempre que esteja em causa o acesso a dados pessoais, 3 - Até à entrada em vigor da portaria a que se referem os
os casos previstos no número anterior são, de imediato, partici- números anteriores aplicam-se as taxas previstas na Portaria
pados pela DGT à Comissão Nacional de Proteção de Dados, n.º 91/2004, de 21 de janeiro, na sua redação atual.
para efeitos de apuramento de responsabilidade contraorde- 4 - O pagamento das taxas referidas nos números anteriores
nacional em matéria de proteção de dados. é realizado por meios eletrónicos, com recurso à Plataforma
9 - A partilha de dados de identificação dos titulares de de Pagamentos da Administração Pública.
prédios cadastrados para fins que não estejam previstos no
presente decreto-lei está sujeita a legislação específica. SECÇÃO II
Disposições transitórias
ARTIGO 76.º
Direito à informação e dados pessoais ARTIGO 78.º
Prédios cadastrados a integrar na carta cadastral
1 - Qualquer pessoa tem o direito de ser informada pela
autoridade nacional de cadastro predial sobre os dados pessoais 1 - Os prédios que, à data de entrada em vigor do presente
que lhe digam respeito, bem como sobre a identidade e o en- decreto-lei, se encontram em condições de ser objeto de ope-
Boletim do Contribuinte 755
OUTUBRO 2023 - Nº 20

ração de integração na carta cadastral, devem ser inscritos na 2 - Sempre que a retificação implique modificação das
mesma no prazo de cinco anos a contar da entrada em vigor estremas com prédios confinantes, o requerimento deve ser
do presente decreto-lei. acompanhado de declaração de confinantes.
2 - A DGT promove a vectorização dos prédios rústicos 3 - No prazo de 30 dias a contar da data de entrada do reque-
localizados nos municípios em regime de CGPR. rimento a que se referem os números anteriores, a DGT decide
3 - Para os efeitos do número anterior, a DGT disponibiliza sobre o pedido e notifica o requerente, no âmbito do SNIC.
os prédios vetorizados no seu sítio institucional na Internet, 4 - Caso a decisão seja em sentido favorável, a DGT pro-
através da carta cadastral. cede à inscrição das correções na carta cadastral.
4 - Quaisquer alterações fundiárias aos prédios vetorizados
nos termos dos nºs 2 e 3 ficam sujeitas ao procedimento de ARTIGO 81.º
conservação previsto no presente decreto-lei. Entidades com alvará emitido ao abrigo do Regulamento
5 - Os concelhos em regime de CGPR cujos prédios não de Cadastro Predial
sejam passíveis de vectorização e inscrição na carta cadastral,
nos termos dos números anteriores, por desconformidades na As entidades, públicas ou privadas, com alvará válido para
respetiva representação cartográfica, são identificados por des- o exercício de atividades cadastrais, emitido ao abrigo do artigo
pacho da DGT a publicar na 2.ª série do Diário da República, 35.º do Regulamento do Cadastro Predial (RCP), aprovado
ficando sujeitos ao procedimento aplicável às operações de pelo Decreto-Lei n.º 172/95, de 18 de julho, têm, o prazo de 90
execução sistemática. dias, a contar da data de entrada em vigor do presente decreto-
6 - Nos municípios identificados no despacho a que se -lei, para apresentar a mera comunicação prévia prevista no
refere o número anterior, as anteriores fichas dos prédios e artigo 21.º, findo o qual ficam impedidas de exercer atividades
respetiva informação existente na DGT são guardadas no e ou trabalhos no domínio do cadastro predial.
respetivo arquivo histórico pelo período de 10 anos a contar
da data da entrada em vigor do presente decreto-lei. ARTIGO 82.º
7 - A DGT disponibiliza no mesmo prazo, mediante reque- Operações de execução de cadastro realizadas ao abrigo
rimento apresentado pelo município e através de protocolo, a do Regulamento do Cadastro Predial ou do cadastro
informação a que se refere o número anterior para realização geométrico de propriedade rústica
de operação de execução sistemática da sua iniciativa para
toda a área do município. 1 - Nos concelhos e nas freguesias abrangidos por opera-
ção de cadastro predial realizada ao abrigo do RCP, que não
ARTIGO 79.º entraram em regime de cadastro, as autarquias locais territo-
Prédios cadastrados ao abrigo dos regimes do cadastro rialmente competentes têm a faculdade de utilizar os dados
geométrico de propriedade rústica e do cadastro predial existentes na DGT para a realização de operação de execução
experimental de cadastro predial.
2 - Para efeitos da faculdade referida no número anterior,
1 - Os prédios rústicos cadastrados localizados nos municí- estão abrangidos por operações de cadastro predial realizadas
pios em regime de CGPR são considerados prédios cadastrados ao abrigo do RCP os concelhos de Ílhavo, Mira e Vagos, as fre-
para os efeitos previstos no presente regime jurídico, sendo guesias de Caldas de São Jorge, Canedo, Feira, Gião, Louredo,
convertidos para o regime de cadastro predial, passando a Lourosa, Paços de Brandão, Rio Meão, Santa Maria de Lamas,
estar sujeitos ao procedimento de operação de conservação São João de Ver e Vale do concelho de Santa Maria da Feira,
de cadastro predial. as freguesias de Alcântara e Prazeres do concelho de Lisboa
2 - Os prédios cadastrados ao abrigo do regime do cadas- e a freguesia de Albergaria dos Doze do concelho de Pombal.
tro predial experimental já inscritos na carta cadastral ficam 3 - Nas freguesias e concelhos abrangidos por operação de
sujeitos ao procedimento de operação de conservação de cadastro geométrico da propriedade rústica, realizada ao abrigo
cadastro predial. de legislação revogada pelo Decreto-Lei n.º 172/95, de 18 de
3 - Aos prédios não cadastrados dos concelhos onde ocor- julho, que não entraram em regime de CGPR, as autarquias
reram operações ao abrigo dos regimes referidos nos números locais territorialmente competentes têm a faculdade de utilizar
anteriores, aplica-se o regime previsto no artigo 31.º os dados existentes na DGT para a realização de operação de
execução de cadastro predial.
ARTIGO 80.º 4 - Para efeitos da faculdade referida no n.º 1, consideram-
Retificação por erro no decurso de operação de execução -se abrangidos por operações de CGPR os concelhos de Alco-
baça, Marinha Grande, Matosinhos e Ourém.
1 - Sempre que comprovadamente se verifique a existência 5 - A DGT disponibiliza, mediante requerimento apresen-
de erro na configuração geométrica dos prédios cadastrados tado pela autarquia local territorialmente competente, a infor-
no âmbito da realização de uma operação de execução de mação relativa às operações de execução de cadastro predial
cadastro predial ao abrigo do Decreto-Lei n.º 224/2007, de 31 realizadas nos termos dos números anteriores e nos termos
de maio, na sua redação atual, ou erro decorrente dos traba- a definir por protocolo a outorgar entre a DGT e a respetiva
lhos de vectorização dos prédios em CGPR que não decorra autarquia local, ao qual se aplica o disposto nos artigos 76.º
de erro imputável aos titulares cadastrais, a DGT promove a 6 - Após a entrada em funcionamento do SNIC, às opera-
correção dos erros, oficiosamente ou mediante requerimento ções de execução a realizar nos termos dos números anteriores
apresentado pelos titulares, acompanhado dos documentos ou aplica-se, com as necessárias adaptações, o procedimento
de informação relativa a documentos na posse da DGT que das operações de execução de cadastro predial definido no
permitam confirmar a existência do erro invocado. presente decreto-lei.
756 Boletim do Contribuinte
OUTUBRO 2023 - Nº 20

SECÇÃO III
Disposições finais
LEGISLAÇÃO ARTIGO 86.º
Alteração à Lei n.º 3/2015, de 9 de janeiro

O artigo 3.º da Lei n.º 3/2015, de 9 de janeiro, passa ater


a seguinte redação:
ARTIGO 83.º «ARTIGO 3.º
Processos de reclamação administrativa ao abrigo do [...]
Código do Imposto Municipal sobre Imóveis 1 - [...]
2 - [...]
1 - Até à entrada em vigor do presente decreto-lei, os a) [...]
processos de reclamação administrativa (PRA) apresentados b) [...]
nos termos do Código do Imposto Municipal sobre Imóveis c) [...]
(CIMI), sobre prédios em regime de CGPR cujos proprietários d) Seja técnico habilitado nos termos da alínea c) do n.º 2 do
tenham assegurado a cobertura dos correspondentes custos nos artigo 8.º da Lei n.º 78/2017, de 17 de agosto, mantida em
termos do n.º 2 do artigo 7.º do RCP, são analisados pela DGT vigor pela Lei n.º 65/2019, de 23 de agosto.»
ou pela CCDR territorialmente competente, até à emissão do
parecer previsto no artigo 133.º do CIMI. ARTIGO 87.º
2 - Para efeitos do número anterior, os prédios relativamen- Imóveis do domínio público do Estado
te aos quais tenha sido emitido parecer favorável no âmbito
de um PRA são inscritos pela DGT na carta cadastral, sendo 1 - As operações cadastrais relativas aos imóveis do do-
considerados como prédios cadastrados para os efeitos do mínio público do Estado iniciam-se a 2 de janeiro de 2027.
presente decreto-lei e ficando sujeitos a operação de conser- 2 - Estão sujeitos a cadastro, nos termos do presente
vação de cadastro predial, nos termos do presente decreto-lei. decreto-lei, desde a sua entrada em vigor, os edifícios ou
3 - Em todas as situações que não se enquadrem nos nú- construções incorporados ou assentes em domínio público
meros anteriores, devem os serviços de finanças competentes do Estado, com carácter de permanência, que façam parte do
notificar, oficiosamente, os respetivos titulares prediais que património de uma pessoa singular ou coletiva e que sejam
as alterações à configuração geométrica de prédios cadastra- dotados de autonomia económica em relação ao terreno onde
dos passam a estar sujeitas ao procedimento de conservação se encontrem implantados.
previsto no presente decreto-lei e legislação complementar. 3 - O disposto no número anterior aplica-se independente-
4 - As CCDRs são igualmente competentes para análise mente da edificação ou construção reverter subsequentemente,
dos PRA a que se referem os nºs 1 e 2, podendo para o efeito ao abrigo do contrato de concessão ou do respetivo regime
delegar tais competências ou celebrar contratos-programa. legal, para o domínio privativo ou para o domínio público
do Estado, nos termos dos artigos 4.º e 5.º do Decreto-Lei n.º
ARTIGO 84.º 477/80, de 15 de outubro.
Incorporação de prédios cadastrados no âmbito do Siste- 4 - Para efeitos dos números anteriores, considera-se titular
ma Nacional de Informação Cadastral cadastral o titular da concessão ou licença ao abrigo da qual
tenham sido efetuadas as construções.
1 - Até à entrada em vigor do presente decreto-lei a iden-
tificação e caracterização dos prédios obtida na sequência dos ARTIGO 88.º
procedimentos de operações de execução de cadastro predial, Regiões Autónomas
de integração na carta cadastral ou de conservação de cadastro
predial é remetida, por meio de comunicação eletrónica, à 1 - O presente decreto-lei aplica-se às Regiões Autónomas
DGT, pela entidade promotora, para efeitos de inscrição na dos Açores e da Madeira, sem prejuízo das respetivas compe-
carta cadastral. tências legislativas em matéria de cadastro predial.
2 - Com a entrada em vigor do presente decreto-lei, a DGT 2 - A definição das NETCP, incluindo as instruções para
assegura a incorporação no âmbito do SNIC de todos os prédios a delimitação e demarcação de prédios, compete às entidades
cadastrados ao abrigo do número anterior. das respetivas administrações regionais com atribuições e
3 - À retificação de erros devidamente comprovados competências nas matérias em causa.
aplica-se o regime previsto no artigo 80.º, com as necessárias 3 - Compete às Regiões Autónomas a fiscalização do
adaptações. cumprimento do presente decreto-lei e da respetiva legislação
complementar, nas respetivas áreas de competência.
ARTIGO 85.º
Informação da ficha do prédio cadastrado ARTIGO 89.º
Norma revogatória
A título transitório, e até que a plataforma do BUPi garanta
a total e necessária interoperabilidade da informação no âmbito É revogado o Decreto-Lei n.º 172/95, de 18 de julho.
do SNIC e com as demais bases de dados e aplicações sobre
prédios, a ficha de prédio cadastrado referido no artigo 12.º ARTIGO 90.º
deve incluir também os dados relativos à descrição predial e à Entrada em vigor
inscrição matricial, ainda que o prédio já tenha NIP atribuído
nos termos do regime do sistema de informação cadastral O presente decreto-lei entra em vigor no prazo de 90 dias
simplificada. após a sua publicação
Boletim do Contribuinte 757
OUTUBRO 2023 - Nº 20

TRABALHO E SEGURANÇA SOCIAL

ACORDO DE RENDIMENTOS Desde então, e de acordo com os da-


dos do Instituto Nacional de Estatística
Aumento do salário mínimo e do referencial de salários (INE) as remunerações cresceram acima
do acordado, com o salário médio a re-
gistar um aumento de 7,5% no primeiro
O Governo acordou recentemente Compensação do Trabalho para solu-
semestre do ano.
com os parceiros sociais um reforço ções de habitação aos trabalhadores.
do acordo de rendimentos, que prevê o Este acordo vem reforçar os termos Atualização do valor do IAS
aumento do salário mínimo nacional de estabelecidos a 9 de outubro de 2022, A inflação também vai implicar a
760 para os 820 euros em 2024 e sobe o quando foi assinado o Acordo de Médio atualização do valor do Indexante dos
referencial para a subida dos restantes Prazo de Melhoria dos Rendimentos,
Apoios Sociais (IAS), que serve de
salários dos 4,8%, anteriormente pre- dos Salários e da Competitividade, que
contém como prioridades a melhoria dos referência para a atualização de várias
vistos para os 5%. prestações sociais, devendo aumentar
rendimentos e dos salários dos trabalhado-
No caso do salário mínimo, o novo entre 6% e 6,5%, dos atuais 480,43 euros
res e também a melhoria da produtividade
montante corresponde a um acréscimo e da competitividade das empresas. para cerca de 510 euros.
de 7,9% (mais 60 euros face ao valor
atual). Evolução do salário mínimo nos últimos anos - Continente
Segundo o Governo, um dos princi-
Comércio, indústria, serviços,
pais eixos do Acordo passa pelo reforço Ano agricultura e serviço doméstico
do rendimento das famílias através do
2010 € 475,00
aumento do rendimento líquido dos
trabalhadores, designadamente pela 2011, 2012, 2013 e 2014 (até € 485,00
redução do IRS, a atualização dos 30.9.2014)
escalões de IRS, a isenção de IRS no 2014 (a partir de 1 de outubro) € 505,00
salário mínimo ou o reforço do IRS
Jovem. Neste âmbito, em que estão já 2016 (a partir de 1 de janeiro) € 530,00
em vigor a revisão do benefício anual 2017 (a partir de 1 de janeiro) € 557,00
do IRS jovem e um programa anual
de apoio à contratação sem termo 2018 (a partir de 1 de janeiro) € 580,00
de jovens qualificados, o reforço ora 2019 (a partir de 1 de janeiro) € 600,00
assinado prevê o aprofundamento de
medidas e iniciativas que concorram 2020 (a partir de 1 de janeiro) € 635,00
para a valorização do papel dos jovens 2021 (a partir de 1 de janeiro) € 665,00
no mercado de trabalho e a capacidade
de atrair e fixar talento, quer por meio 2022 (a partir de 1 de janeiro) € 705,00
da melhoria da situação dos mais jovens 2023 (a partir de 1 de janeiro) € 760,00
perante o emprego, quer da promoção
2024 (a partir de 1 de janeiro) € 820,00
da sua contratação, quer ainda através
do aumento do rendimento disponível.
Evolução do valor do IAS
Outro dos eixos passa pelo reforço
da competitividade da Economia, com o Ano Montante Ano Montante
reforço do Regime Fiscal de Incentivo à 2008 €407,41 2016 €419,22
Capitalização das Empresas, do Regime
2009 €419,22 2017 €421,32
Fiscal de Apoio ao Investimento ou o
aumento dos apoio aos agricultores. 2010 €419,22 2018 €428,90
O acordo abrange igualmente a área 2019 €435,76
da Habitação, ficando previsto um Pacto 2011 €419,22
2020
com o setor da construção civil para pro- 2012 €419,22 €438,81
mover a construção de habitações para a 2021
2013 €419,22
classe média. Fica também estipulada a 2022 €443,20
isenção fiscal e contributiva à habitação 2014 €419,22 2023 €480,43
cedida pelo empregador ao trabalhador
2015 €419,22 2024 € 510
e a mobilização de verbas do Fundo de
758 Boletim do Contribuinte
OUTUBRO 2023 - Nº 20

TRABALHO E SEGURANÇA SOCIAL

DÍVIDAS À SEGURANÇA SOCIAL obedecendo aos princípios e regras apli-


cáveis ao tratamento de dados pessoais,
Consulta direta em processo executivo nos termos do disposto no Regulamento
(UE) 2016/679 do Parlamento Europeu
e do Conselho, de 27.4.2016, relativo à
Nos termos da Proposta de Lei do do aplicável, e à localização dos seus proteção das pessoas singulares no que diz
Orçamento do Estado para 2024, o Ins- bens penhoráveis, através da consulta respeito ao tratamento de dados pessoais
tituto de Gestão Financeira da Segurança direta às bases de dados da Administra- e à livre circulação desses dados, da Lei
Social (IGFSS) e o Instituto da Seguran- ção Tributária, da Segurança Social, do nº 58/2019, de 8.8, da Lei nº 59/2019, de
ça Social (ISS), na execução das suas registo predial, do registo comercial, do 8.8, e demais legislação complementar.
atribuições de cobrança de dívidas à Se- registo automóvel e do registo civil e de Na impossibilidade de transmissão da
gurança social, podem obter informações outros registos ou arquivos semelhantes. informação por via eletrónica, a entidade
referentes à identificação do executado, Tal transmissão da informação é reali- fornece os dados por qualquer meio legal-
do devedor ou do cabeça de casal, quan- zada preferencialmente por via eletrónica, mente admissível dentro do mesmo prazo.

PROPOSTA DE LEI DO OE PARA 2024 Trata-se de um acréscimo de 25%


ao valor do abono atual por cada bene-
Atualização das pensões e abono de família ficiário.
Valores atuais do abono de família
por criança:
Pensões são atualizadas em cerca de Pensões entre dois e seis IAS terão uma
• 1º escalão e garantia para a infância
6,5% atualização de 6,2%. As reformas mais
(acima dos 36 meses): 100 euros, 50
Apenas depois de terminar o próximo altas, superiores a 6.100 euros brutos não
terão direito a aumentos. euros de cada parte;
mês de novembro será possível apurar,
em definitivo, qual a subida das pensões Com a inflação, sem habitação, a • 1º escalão com menos de 36 meses:
no próximo ano, que é determinada pela rondar os 5% a 5,5% nos 12 meses 161,03 euros; mais de 36 meses: 50
média anual da inflação, sem habitação, terminados em novembro, pensões até euros;
apurada nesse mês e pelo crescimento duas vezes o indexante de apoios sociais
(IAS), ou seja, até cerca de 1 020 euros, • 2º escalão com menos de 36 meses:
médio do PIB nos últimos dois anos, no
deverão beneficiar de uma subida de 132,92 euros; mais de 36 meses: 50
terceiro trimestre. No entanto, o Governo
6,5%, conforme refere o Executivo. As euros;
já antecipou aumentos próximos de 6,5%,
que resultam da aplicação integral da lei. pensões entre dois e seis IAS terão uma
• 3º escalão com menos de 36 meses:
Assim, com a inflação, sem habi- atualização de 6,2%. Por seu lado, os titu-
104,57 euros; mais de 36 meses:
lares de pensões superiores a 6 100 euros
tação, a rondar os 5% a 5,5% nos 12 32,86 euros; mais de 72 meses: 30,09
ilíquidos não terão direito a aumentos.
meses terminados em novembro, pensões euros;
até duas vezes o indexante de apoios Abono de família
sociais (IAS), isto é, até cerca de 1 020 A prestação mensal de abono de fa- • 4º escalão com menos de 36 meses:
euros, deverão beneficiar de uma subida mília vai beneficiar de um aumento de 62,75 euros; mais de 36 meses: 20,91
de 6,5%, segundo o primeiro-ministro. 22 euros por cada criança. euros.

APP DA SEGURANÇA SOCIAL - consultar os valores a pagamento,


como contribuições correntes, coi-
Inativação das autorizações de débito mas e custas, dividas em execução
fiscal, acordos e planos prestacio-
nais, etc;
Conforme informação divulgada pela - consultar e alterar as autorizações - consultar os documentos de paga-
Segurança Social, foi disponibilizada de débito direto para pagamento mento emitidos automaticamente e
uma nova funcionalidade na App Se- das contribuições mensais dos pro- a referência para pagamento;
gurança Social + Próxima que permite fissionais independentes; - pedir ou renovar o cartão europeu
inativar as autorizações de débito em - consultar os valores a receber e o de seguro de doença;
conta e consultar as próximas cobranças. dia previsto de pagamento das pres- - aceder à caixa de mensagens da
tações sociais, como por exemplo, Segurança Social Direta;
Serviços disponíveis na App subsídio de desemprego, subsídio - sincronizar o calendário de eventos
Para além da nova funcionalidade, tem de doença, subsídio de maternidade Segurança Social com a Agenda do
ainda disponíveis os seguintes serviços: e paternidade, pensões; dispositivo móvel.
Boletim do Contribuinte 759
OUTUBRO 2023 - Nº 20

TRABALHO E SEGURANÇA SOCIAL


Farmacêutica, Celulose, Papel, Gráfica, Imprensa,
Energia e Minas - FIEQUIMETAL - Retificação
REGULAMENTAÇÃO DO TRABALHO (Bol. do TE, nº 34, de 15.9.2023)
– Contrato coletivo entre a GROQUIFAR -
Associação de Grossistas de Produtos Químicos
Compilação de sumários do Boletim do Trabalho e Emprego, 1ª Série, nºS 34, 36 e 37 de 2023 e Farmacêuticos e a Federação de Sindicatos da
Indústria, Energia e Transportes - COFESINT e
outra (produtos químicos) - Alteração salarial
Agricultura – Acordo de adesão entre o Hospital de Vila e outras
– Acordo coletivo entre a Associação de Franca de Xira, EPE e o Sindicato dos Enfermei- (Bol. do TE, nº 37, de 8.10.2023)
Regantes e Beneficiários do Vale do Sorraia e ros Portugueses - SEP ao acordo coletivo entre – Contrato coletivo entre a GROQUIFAR -
outras e o Sindicato Nacional dos Trabalhadores o Centro Hospitalar Universitário do Algarve, Associação de Grossistas de Produtos Químicos
da Agricultura, Floresta, Pesca, Turismo, Indústria EPE e outros e o mesmo sindicato (instrumento e Farmacêuticos e a FEPCES - Federação Portu-
Alimentar, Bebidas e Afins - SETAAB - Revisão parcelar e transitório aplicável aos trabalhadores guesa dos Sindicatos do Comércio, Escritórios e
global enfermeiros em regime de contrato de trabalho) Serviços e outra (produtos químicos) - Alteração
(Bol. do TE, nº 37, de 8.10.2023) (Bol. do TE, nº 37, de 8.10.2023) salarial e outras
Análises clínicas – Acordo de adesão entre o Hospital de Vila (Bol. do TE, nº 37, de 8.10.2023)
– Contrato coletivo entre a Associação Por- Franca de Xira, EPE e o Sindicato dos Enfermei- – Contrato coletivo entre a GROQUIFAR -
tuguesa de Analistas Clínicos - APAC e a FEPCES ros Portugueses - SEP ao acordo coletivo entre Associação de Grossistas de Produtos Químicos
- Federação Portuguesa dos Sindicatos do Comér- o Centro Hospitalar Universitário do Algarve, e Farmacêuticos e o Sindicato das Indústrias e
cio, Escritórios e Serviços e outro - Revisão global EPE e outros e o mesmo sindicato (instrumento Afins - SINDEQ (produtos químicos) - Alteração
(Bol. do TE, nº 36, de 29.9.2023) parcelar e transitório aplicável aos trabalhadores salarial e outras
– Contrato coletivo entre a Associação Por- enfermeiros em regime de contrato de trabalho) (Bol. do TE, nº 37, de 8.10.2023)
tuguesa de Analistas Clínicos - APAC e o Sindicato - Procedimento concursal e outras Recursos minerais
dos Trabalhadores do Setor de Serviços - SITESE (Bol. do TE, nº 37, de 8.10.2023) – Contrato coletivo entre a Associação Por-
- Revisão global – Acordo de adesão entre o Hospital de Vila tuguesa da Indústria dos Recursos Minerais (Assi-
(Bol. do TE, nº 36, de 29.9.2023) Franca de Xira, EPE e o Sindicato Independente magra) e a Federação Portuguesa dos Sindicatos
Farmácias dos Profissionais de Enfermagem - SIPENF e outro da Construção, Cerâmica e Vidro - FEVICCOM
– Contrato coletivo entre a Associação Na-
ao acordo coletivo entre o Centro Hospitalar e outras - Revisão global
cional das Farmácias - ANF e o SIFAP - Sindicato
Universitário do Algarve, EPE e outros e o mesmo (Bol. do TE, nº 34, de 15.9.2023)
Nacional dos Profissionais de Farmácia e Paramé-
sindicato e outro (instrumento parcelar e transi- Transportes aéreos
dicos (quadro farmacêutico)
tório aplicável aos trabalhadores enfermeiros em – Portaria de extensão do acordo de empresa
(Bol. do TE, nº 37, de 8.10.2023)
regime de contrato de trabalho) entre a Ryanair - Designated Activity Company -
Hospitais
(Bol. do TE, nº 37, de 8.10.2023) Sucursal em Portugal e o Sindicato dos Traba-
– Acordo de adesão entre o Hospital de Vila
– Acordo de adesão entre o Hospital de Vila lhadores dos Transportes de Portugal - STTAMP
Franca de Xira, EPE e a Federação Nacional dos
Franca de Xira, EPE e o Sindicato Independente (tripulantes de cabine)
Médicos - FNAM ao acordo coletivo entre o
dos Profissionais de Enfermagem - SIPENF e outro (Bol. do TE, nº 36, de 29.9.2023)
Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra,
ao acordo coletivo entre o Centro Hospitalar Transportes ferroviários
EPE e outros e a mesma federação sindical e outro
Universitário do Algarve, EPE e outros e o mesmo
(Bol. do TE, nº 37, de 8.10.2023) – Acordo de empresa entre a CP - Comboios
sindicato e outro (instrumento parcelar e transi-
– Acordo de adesão entre o Hospital de Vila de Portugal, EPE e a Associação Sindical das
Franca de Xira, EPE e a Federação Nacional dos tório aplicável aos trabalhadores enfermeiros em
Chefias Intermédias de Exploração Ferroviária
Médicos - FNAM ao acordo coletivo entre o regime de contrato de trabalho) - Procedimento
- ASCEF e outros - Alteração salarial e outras
Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, concursal e outras
(Bol. do TE, nº 36, de 29.9.2023)
EPE e outros e a mesma federação sindical e (Bol. do TE, nº 37, de 8.10.2023)
– Acordo de empresa entre a CP - Comboios
outro - Tramitação do procedimento concursal Industriais de calçado
de Portugal, EPE e o Sindicato Ferroviário da Re-
de recrutamento para os postos de trabalho da – Contrato coletivo entre a Associação Por-
visão e Comercial Itinerante - SFRCI - Alteração
carreira médica tuguesa dos Industriais de Calçado, Componentes
salarial e outras
(Bol. do TE, nº 37, de 8.10.2023) e Artigos de Pele e Seus Sucedâneos - APICCAPS
(Bol. do TE, nº 36, de 29.9.2023)
– Acordo de adesão entre o Hospital de Vila e o Sindicato das Indústrias e Afins - SINDEQ -
Vinho do Porto
Franca de Xira, EPE e o Sindicato Independente Revisão global
– Contrato coletivo entre a Associação das
dos Médicos - SIM ao acordo coletivo entre o (Bol. do TE, nº 37, de 8.10.2023)
Produtos químicos e farmacêuticos Empresas de Vinho do Porto (AEVP) e o Sindicato
Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra,
– Contrato coletivo entre a GROQUIFAR - Nacional dos Trabalhadores da Indústria e Comér-
EPE e outros e a Federação Nacional dos Médicos
Associação de Grossistas de Produtos Químicos cio de Alimentação, Bebidas e Afins - Alteração
- FNAM e outro
e Farmacêuticos e a Federação Intersindical das salarial e outras e texto consolidado
(Bol. do TE, nº 37, de 8.10.2023)
Indústrias Metalúrgicas, Químicas, Eléctricas, (Bol. do TE, nº 37, de 8.10.2023)
– Acordo de adesão entre o Hospital de Vila
Franca de Xira, EPE e o Sindicato Independente
dos Médicos - SIM ao acordo coletivo entre o
Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, Feder. - Federação CCT - Contrato Coletivo de Trabalho
EPE e outros e a Federação Nacional dos Médicos Siglas Assoc. - Associação ACT - Acordo Coletivo de Trabalho
- FNAM e outro - Tramitação do procedimento PRT - Port. de Regulamentação
concursal de recrutamento para os postos de
e Sind. - Sindicato
Ind. - Indústria de Trabalho
trabalho da carreira médica Abreviaturas Dist. - Distrito PE - Port. de Extensão
CT - Comissão Técnica AE - Acordo de Empresas
(Bol. do TE, nº 37, de 8.10.2023)
760 Boletim do Contribuinte
OUTUBRO 2023 - Nº 20

TRABALHO E SEGURANÇA SOCIAL


1.ª SÉRIE - DIÁRIO DA REPÚBLICA

COMPILAÇÃO DE SUMÁRIOS - SETEMBRO/OUTUBRO (29 de setembro a 12 de outubro)

Agricultura - Apoios e ao tabaco de enrolar que beneficiam de isenção Confecção e Moda - ANIVEC/APIV e o Sindicato
Port. n.º 303-A/2023, de 6.10 - Quarta de imposto sobre o tabaco das Indústrias e Afins - SINDEQ
alteração à Portaria n.º 54-A/2023, e Portaria Port. n.º 293/2023, de 2.10 - Altera o Port. n.º 302/2023, de 6.10 - Portaria de
n.º 54-C/2023, e terceira alteração à Portaria n.º marcador fiscal comum aprovado pela Decisão extensão das alterações do contrato coletivo
54-E/2023, de 27 de fevereiro, que estabelecem, de Execução (UE) 2022/197, de 17 de janeiro de entre a Associação Nacional de Comerciantes e
respetivamente, os regimes de aplicação dos 2022, e aprova o Regulamento dos Procedimentos Industriais de Produtos Alimentares (ANCIPA) e
apoios a conceder no âmbito do domínio «D.2 - de Controlo da Utilização do Gasóleo Colorido o Sindicato dos Trabalhadores do Setor de Servi-
Programas de ação em áreas sensíveis» do eixo «D e Marcado ços - SITESE (confeitaria e conservação de fruta
- Abordagem territorial integrada - Continente», Funcionários diplomáticos - administrativos)
do domínio «C.1 - Gestão ambiental e climática» DL n.º 85/2023, de 9.10 - Universaliza a Port. n.º 303/2023, de 6.10 - Portaria de
do eixo «C - Desenvolvimento rural - Continente» comparticipação das despesas escolares dos filhos extensão do contrato coletivo entre a Associação
e do domínio «Sustentabilidade - Ecorregime» do dependentes dos funcionários diplomáticos Empresarial de Viana do Castelo e outras e o
eixo «A - Rendimento e sustentabilidade» Programa Mais Habitação CESP - Sindicato dos Trabalhadores do Comércio,
Ambiente Lei n.º 56/2023, de 6.10 - Aprova medidas Escritórios e Serviços de Portugal
DL n.º 87/2023, de 10.10 - Altera o regime da no âmbito da habitação, procedendo a diversas Port. n.º 304/2023, de 9.10 - Portaria de ex-
utilização dos recursos hídricos e o regime jurídico alterações legislativas tensão do contrato coletivo e suas alterações entre
da avaliação de impacte ambiental dos projetos Recursos hídricos a Associação Nacional dos Industriais de Lacticínios
públicos e privados suscetíveis de produzirem DL n.º 87/2023, de 10.10 - Altera o regime da (ANIL) e outras e o Sindicato Nacional dos Traba-
efeitos significativos no ambiente utilização dos recursos hídricos e o regime jurídico lhadores da Agricultura, Floresta, Pesca, Turismo,
Cadastro predial da avaliação de impacte ambiental dos projetos Indústria Alimentar, Bebidas e Afins - SETAAB
DL n.º 90/2023, de 11.10 - Altera o regime públicos e privados suscetíveis de produzirem Saúde - SNS
jurídico do sistema de informação cadastral sim- efeitos significativos no ambiente Port. n.º 306-A/2023, de 12.10 - Aprova os
plificado e do Balcão Único do Prédio Sociedades comerciais Estatutos da Direção Executiva do Serviço Nacional
Dec. Regul. n.º 3/2023, de 11.10 - Regula- Lei n.º 57/2023, de 10.10 - Autoriza o de Saúde, I. P.
menta o regime jurídico do sistema de informação Governo a criar a base de dados de inibições e Tabaco
cadastral simplificado e do Balcão Único do Prédio destituições e a transpor a Diretiva (UE) 2019/1151 Port. n.º 292/2023, de 29.9 - Alteração à
Carta de condução - Revalidação Tecnologias de informação Portaria n.º 224/2019, que regulamenta o modelo
Port. n.º 305/2023, de 10.10 - Define me- DL n.º 88/2023, de 10.10 - Estabelece o e as formalidades a cumprir para a requisição e
canismos de revalidação automatizada das cartas regime das carreiras especiais de especialista de sis- fornecimento da estampilha aplicável aos cigarros
de condução temas e tecnologias de informação e de técnico de e ao tabaco de enrolar que beneficiam de isenção
Crédito à habitação – Fixação da prestação sistemas e tecnologias de informação, e o cargo de de imposto sobre o tabaco
DL n.º 91/2023, de 11.10 - Estabelece a consultor de sistemas e tecnologias de informação Teletrabalho
medida de fixação temporária da prestação de Toxicodependência Port. n.º 292-A/2023, de 29.9 - Aprova a fixa-
contratos de crédito para aquisição ou construção DL n.º 89/2023, de 11.10 - Cria o Instituto ção dos valores limites da compensação devida ao
de habitação própria permanente e reforça as para os Comportamentos Aditivos e as Depen- trabalhador pelas despesas adicionais com presta-
medidas e os apoios extraordinários no âmbito dências, I. P. ção de trabalho em regime de teletrabalho que não
dos créditos à habitação Regulamentação Coletiva de Trabalho constitui rendimento para efeitos fiscais ou de base
Cultura Port. n.º 294/2023, de 3.10 - Portaria de de incidência contributiva para a segurança social
Port. n.º 299/2023, de 4.10 - Aprova o Regu- extensão das alterações do contrato coletivo entre Ucrânia
lamento do Programa de Apoio no âmbito da Rede a Associação Nacional dos Industriais de Lanifícios Resol. Cons. de Min. n.º 120/2023, de 9.10 -
Portuguesa de Arte Contemporânea (ANIL) e outra e a Federação dos Sindicatos dos Prorroga a validade, por um período de seis meses,
Ensino superior Trabalhadores Têxteis, Lanifícios, Vestuário, Cal- dos títulos de proteção temporária concedidos a
DL n.º 86/2023, de 10.10 - Altera o regime çado e Peles de Portugal - FESETE pessoas deslocadas da Ucrânia
jurídico de reconhecimento de graus académicos Port. n.º 295/2023, de 3.10 - Portaria de Veículos de mercadorias - Aluguer
e diplomas de ensino superior atribuídos por ins- extensão das alterações do contrato coletivo entre DL n.º 92/2023, de 12.10 - Aprova o regime
tituições de ensino superior estrangeiras a Associação da Hotelaria de Portugal (AHP) e o do acesso e exercício da atividade de aluguer de
Fiscalidade Sindicato dos Trabalhadores do Setor de Serviços veículos de mercadorias sem condutor e procede
Port. n.º 292/2023, de 29.9 - Alteração à – SITESE à transposição da Diretiva (UE) 2022/738
Portaria n.º 224/2019, que regulamenta o modelo Port. n.º 301/2023, de 6.10 - Portaria de
e as formalidades a cumprir para a requisição e extensão das alterações do contrato coletivo entre
fornecimento da estampilha aplicável aos cigarros a Associação Nacional das Indústrias de Vestuário,

Boletim do Contribuinte Detentores de 5% ou mais do capital da empresa:


João Carlos Peixoto de Sousa - 57,14%
Estatuto Editorial: https://bit.ly/2WY860z
Proprietário e editor: Jornal Fiscal, Lda. - 20,00%
Impressão: Uniarte Gráfica, SA.
VIDA ECONOMICA – EDITORIAL, SA. João Luís Marinho Peixoto de Sousa - 5,71%
Rua Pinheiro de Campanhã, 342, 4300-414 Porto
Sede e redação: Rua Gonçalo Cristóvão, 14 RC, Miguel Gil Marinho Peixoto de Sousa - 5,71% Tiragem 10 000 exemplares
4000-263 Porto. Paulo Alexandre Marinho Peixoto de Sousa - 5,71% Nº de registo na ERC 100 299
Tel. 223 399 400 (chamada para a rede fixa nacional)
Administração: João Luís Peixoto de Sousa
Email: bc@grupovidaeconomica.pt Depósito Legal nº 33 444/89
Diretor: Miguel Peixoto de Sousa
NIPC: 507258487

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